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Lista de exercícios I de Língua Portuguesa I

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MATO GROSSO DO SUL – Unidade de Campo Grande
Disciplina: Língua Portuguesa I
Curso: Letras Português/Inglês
Docente: Prof.ª Dr.ª Mircia H. Salomão Conchalo
Discente: Luiz Henrique Rios Grincevicus
Data: 27/07/2021
Avaliação I
1. Defina o conceito de Metaplasmos e indique, com exemplos, como eles podem ser distribuídos. (1,0 pontos)
O conceito de metaplasmos pode ser definido como sendo a sequência de processos de transformação fonética que uma língua sofre ao longo do tempo. 
Os metaplasmos podem ser distribuídos por acréscimo, supressão, transposição e transformação. Os metaplasmos por acréscimo ocorrem quando há o aumento da forma fonética devido à inserção de um fonema no vocábulo. Cita-se como exemplo desse processo a prótese (processo em que há o acréscimo de um fonema no início de um vocábulo: levantar > /a/levantar, lembrar > /a/lembrar. processo em que há o acréscimo de um fonema no início de um vocábulo: levantar > /a/levantar, lembrar > /a/lembrar.), epêntese (processo em que há o aumento de um fonema no meio de um vocábulo: lista > list/r/a, mortadela, morta/n/dela.), epítese (acréscimo de um fonema no final do vocábulo: variz > variz/e/) e anaptixe (processo em que há o acréscimo de uma vogal para desfazer um grupo consonantal: admirar > ad/i/mirar, advogado > ad/e/vogado, pneu > p/e/neu).
Já os metaplasmos por supressão ocorrem quando se retira um fonema do vocábulo. Neste grupo, os processos de transformação são por: aférese (fenômeno que suprime um fonema (ou uma sílaba) do início de uma palavra: embora > / /bora, espera >/ /péra, está >/ /tá.), síncope (fenômeno que elimina um fonema no meio do vocábulo: padrinho> pad/ /inho, mesmo> me/ /mo, murcho> mu/ /cho), apócope (o fenômeno que omite um fenômeno no final da palavra: rapaz>rapá, bobagem> bobage/ /, comprar> compra/ /. ) e haplologia (fenômeno que elimina a primeira letra de duas sílabas sucessivas, no meio no vocábulo, devido a aproximação sonora com a posterior: infalibilidade> infalibi/ /dade, paralelepípedo> parale/ /pípedo).
Ademais, os metaplasmos por transposição ocorrem quando há um deslocamento referente à posição de fonemas em um vocábulo, ou ainda, quando ocorre um deslocamento do acento tônico da palavra. Neste grupo, os processos de transposição são por: metátese (fenômeno em que há uma transposição de um fonema em uma mesma sílaba da palavra: prato> parto, perguntar> preguntar, prateleira> parteleira.), por hipértese (processo em que há o deslocamento de um fonema de uma sílaba para outra na mesma palavra: mortadela> motardela, nervoso> nevroso.), por sístole (processo em que há o deslocamento, por recuo, do acento de uma palavra: benção (< benedictione) > bênção. ) e por diástole (processo em que há o deslocamento, para sílaba posterior, do acento de uma palavra: gémitu > gemido, júdice > juiz.).
Por fim, os metaplasmos por transformação ocorrem quando um fonema de uma palavra se transforma em outro fonema. Neste grupo, ocorrem os casos de degeneração (processo de transformação do fonema /b/ em fonema /v/: assobiar > assoviar.), desnasalação (processo de transformação de um fonema nasal em um fonema oral: virgem > virge, homem > home.), dissimilação (processo em que há a transformação de um fonema para diferenciá-lo de um outro semelhante existente na mesma palavra: pílula > pírula, privilégio > previlégio.), rotacismo (processo em que acontece a transformação do fonema /l/ em /r/: aluguel > aluguer, almoço > armoço.), lombdacismo (fenômeno em que acontece a transformação do fonema /r/ em /l/ : cabeleireiro > cabeleleiro, freira > fleira.), ditongação (processo em que ocorre a transformação de uma vogal ou um hiato em ditongo: bandeja > bandeija, caranguejo > carangueijo), monotongação (processo em que há uma transformação ou redução de um ditongo em uma vogal: doutor > dotor, manteiga > mantega.), metafonia (processo de alteração do timbre ou altura de uma vogal: diferente > deferente, semente > simente.), nasalação (processo de transformação de um fonema oral em um fonema nasal: igual > ingual, identidade > indentidade), palatização (processo de transformação de um ou mais fonemas em uma palatal: família > familha.), sonorização (processo de transformação de um fonema surdo, em posição intervocálica, à sua homorgânica sonora: cuspir > guspir.) e despalatização (processo em que há a transformação de fonema palatal em fonema nasal ou oral: cabeçalho > cabeçálio).
2. Descreva as principais características do latim clássico e do latim vulgar, pensando na fonologia, morfologia, sintaxe e léxico. (1,0 pontos)
Como principais características fonológicas tem-se que no latim clássico havia as cinco vogais (a, e, i, o, u), de modo que cada uma podia ser pronunciada com uma duração longa ou curta. Esta distinção de duração possibilitava distinguir palavras e morfemas gramaticais. No latim vulgar, dada à perda de duração das vogais, as diferenças de duração associaram-se às diferenças de abertura que acabaram superando-as. Podemos citar ainda as alterações na natureza do acento, de modo que no latim vulgar perdeu-se o acento tonal do latim clássico, sendo este superado pelo acento "tônico". Tem-se ainda a característica da posição do acento, sendo que no latim clássico as palavras são classificadas como paroxítona quando a penúltima sílaba é longa e proparoxítona quando a penúltima sílaba é breve. No latim vulgar, o acento de intensidade recai na mesma sílaba que era portadora do acento tonal do latim culto.
Como principais características morfológicas, o latim clássico possuía vasta morfologia nominal, sendo caracterizada pela presença de declinações, pela existência de três gêneros gramaticais (masculino, feminino e neutro) e pela formação de comparativos e superlativos sintéticos para os adjetivos. No latim vulgar houve o desaparecimento do neutro, de forma que os substantivos neutros acabaram, em maioria, absorvidos pelos masculinos da mesma declinação. No tocante aos advérbios, o latim vulgar perdeu os recursos morfológicos que permitiam formar advérbios de modo a partir de adjetivos.
Com relação às principais características sintáticas, no que se refere à adjetivos, o latim clássico indicava a matéria de que um objeto é constituído por meio de dois recursos, como por exemplo: vas aureum; vas ex auro. Sobressaiu aquela com a preposição de: vasum de auro. Importante frisar que a substantivação de adjetivos no neutro plural era uma especificidade realçada do latim clássico. Entretanto, tal característica se perdeu no latim vulgar, devido à tendência de reinterpretar os neutros plurais como femininos singulares, como por exemplo: per angusta ad augusta; per aspera ad astra; omnia bona mea mecum porto. No tocante a sintaxe do período, a subordinação no latim vulgar tem menos relevância do que no latim clássico, de modo que bastava justapor expressões entre as quais o latim clássico explicitaria nexos de dependência. Ademais, no latim vulgar, pertenciam à classe das orações substantivas as substantivas declarativas e as substantivas interrogativas indiretas, fato que mais afastava o latim clássico do vulgar.
Por fim, com relação às principais características léxicas, distinguiam-se os dois grandes processos de formação de palavras, a composição, que compreende a justaposição (res + publica = república) e a prefixação (sub + mittere = someter); e a derivação, que pode ser própria, isto é, baseada no uso de sufixos (quercus + ea > quercia), ou imprópria, ou seja, baseada na transferência de uma palavra de uma classe morfossintática a outra (katá, preposição grega, dando pronome indefinido português cada). Além disso, houve relevantes mudanças de significado do latim clássico para o latim vulgar, ocasionados por três fenômenos, sendo eles: Metafórica, processo em que duas realidades são representadas como similares de forma a aplicar mesmo significante. O vocabulário aplicado a realidades diferentes na tentativa de compreendê-las sofre, por consequência, ampliações e alterações de significado,como por exemplo: Pecunia, peculium, peculatus < pecus, pecoris. Metonímica, processo em que o significado inicial e o posterior à mudança se relacionam por algum tipo de contiguidade, como por exemplo: Busto (local onde havia incinerado algum cadáver), de forma que o hábito de plantar, naquele local, esculturas de meio corpo representando os mortos, deu origem ao sentido atual. Especificidade, processo em que, embora a reconstituição aproximada do significado de uma expressão seja possível, em nada facilita apontar a circunstância aproximativa que atuou como fator determinante. Cubare (dormir) > ital. covare (chocar ovos).
3. Quais foram os efeitos positivos e os efeitos negativos do processo de romanização da Península Ibérica? (1,0 pontos)
Podemos citar como efeito positivo que, conforme os territórios eram reconquistados, e, portanto os árabes eram expulsos da Península Ibérica, os Romanos devam início, então, ao processo de imposição do latim, através da construção de escolas e da padronização do idioma como sendo oficial nas relações comerciais. Isto, é claro, favoreceu ao surgimento do galego-português. No entanto, como efeito negativo, frisa-se que o processo de romanização corroborou para o desaparecimento de várias línguas até então existentes na Península Ibérica, tais como: o Céltico Ibérico e o Céltico Peninsular. 
4. Quanto às principais inovações do galego-português, marque a alternativa incorreta. (0,5 ponto)
a) Grupos iniciais de pl-, cl- deram origem ao CH, assim palavras como “planu” e “clamare”, deram origem a chão e chamar respectivamente. 
b) Outras palavras menos populares com iniciais pl-, fl-, transformaram-se em pr cr, tais como “placere” e “flaccu” que se transformaram em prazer e fraco respectivamente. 
c) Houve queda do –l- intervocálico, então a palavra “colubra” passou a coobra depois se transformou em cobra. 
d) Não houve a queda do –n- intervocálico. Palavras como “manu” deu origem a mão. 
e) Houve a queda do –l- intervocálico, então a palavra “dolore” passou a door depois dor. 
Alternativa letra D.
5. Marque a única alternativa que apresenta um metaplasmo por aumento sendo epêntese. (0,5 ponto)
a) umero> ombro. 
b) semper >sempre. 
c) erámus > éramos. 
d) rabiam > raiva. 
e) ante > antes. 
Alternativa letra A.
6. Marque a única alternativa que não apresenta o metaplasmo por consonantização. (0,5 ponto)
a) Iam> já. 
b) Iesus> Jesus. 
c) Uita> vida. 
d) Uacca> vaca. 
e) Bonu> bom. 
Alternativa letra E.
7. “Sociedade e língua estão ligadas desde a origem da própria língua. [...] A realidade sociolinguística do Brasil repete uma divisão ocorrida com o Latim, formando duas grandes normas do Português brasileiro: a norma culta sendo usada pela elite e a norma popular falada por grande parte da população que adquire a língua em condições precárias e não possui recursos para mudar isso.” (DAMASCENO, P.; SIERRO, N. A origem da língua portuguesa: contexto geral e brasileiro. UEMS: Campo Grande, 2014.) 
Ao considerar a citação acima, é possível afirmar que as autoras, quando mencionam a divisão ocorrida com o Latim, se referem: (0,5 ponto)
a) às duas vertentes do Latim, a clássica e a vulgar.
b) às línguas peninsulares: catalão e galego-português. 
c) ao latim introduzido na Lusitânia pelos romanos; 
d) às línguas gerais indígenas (tupi) e africanas; 
e) à consolidação do idioma português, originado do latim. 
Alternativa letra A.
8. Leia a tirinha abaixo e responda: (1,0)
a) Identifique os metaplasmos.
São os metaplasmos da tirinha “pru” e “fio”.
b) Explique cada um deles
“Pru” é um metaplasmo por metátese da linguagem coloquial, e, portanto é um fenômeno em que há uma transposição de um fonema em uma mesma sílaba da palavra. Já o metaplasmo “fio” é classificado como sendo uma síncope da linguagem coloquial que se refere a filho. Sendo assim, este metaplasmo é um fenômeno que elimina um fonema no meio do vocábulo.
9. Discorra sobre a invasão dos árabes na Península Ibérica, focalizando o aspecto linguístico e cultural. (1,0)
A invasão árabe ocorreu por volta do século VII d.C. Durante este período, os Mouros influenciaram fortemente tanto o aspecto linguístico quanto cultural da Península Ibérica. Essa influência pode ser percebida nos campos da ciência, artes, comércio, agricultura e letras. O choque cultural ocasionado pela imposição, por parte dos Mouros, da língua árabe como sendo idioma oficial, resultou, não só em novas palavras, mas também em novas pronuncias e sotaques. Palavras como: Alaúde, Aduana, Alface, Arroz, Açougue, Azulejo, Almoxarifado e Açúcar são alguns exemplos de palavras em português que tiveram sua origem na língua árabe. Ademais, curiosidade interessante de se mencionar é que, devido à influência das técnicas de agricultura que os árabes adotavam naquele período no que hoje é Portugal, em que as plantações de alface (do árabe “Al-hassa”) enchiam as colinas da cidade de Lisboa, adotou-se, por este motivo, um novo adjetivo gentílico aos Lisboetas, carinhosamente também chamados de Alfacinhas.
10. De acordo com a periodização proposta por Gonçalves e Basso, escreva como os autores organizaram os períodos históricos do português e, em seguida, descreva as datas e/ou eventos importantes que marcam o início e o encerramento de cada um desses períodos. (1,0 ponto)
Os autores realizaram uma periodização dividindo a história do português em três etapas, sendo elas: “português arcaico”, “português clássico” e “português moderno”.
A primeira etapa, portanto o português arcaico abrange o período que se estende do nascimento da língua portuguesa, isto é, fins do século XII e início do século XIII, até o início das grandes navegações portuguesas, que datam em torno de 1415.
Já o português clássico tem início justamente no período das grandes navegações portuguesas, portanto por volta de 1415 e se consolida com a obra Os Lusíadas, de Camões, datada de 1572. Nesse período é importante frisar que várias inovações e consolidações importantes haviam ocorrido na língua portuguesa, ou seja, a língua já estava bastante próxima da língua cuja qual se fala atualmente.
Por fim, o português moderno inicia-se em 1572 e caminha, evidentemente de modo distinto no Brasil, em Portugal, na África e na Ásia, até os dias atuais.
11. Descreva e explique três características do português arcaico. (1,0 ponto)
1. Existiam apenas as formas de tratamento na segunda pessoa, sendo elas o tu (pessoal) e vós (de deferência). Não existia ainda, portanto, a forma vossa mercede > vosmecê > você. 2. A queda de -l- e -n- intervocálicos teve consequências para a morfologia dos plurais: desta forma, os nomes terminados em l mantiveram a consoante no singular, contudo perderam-na no plural, como vemos em sol > sol, mas soles > soes (port. arc.) > sóis (port. moderno). 3. Os nomes derivados das terminações –anus, - anis e –onis possuem seus plurais e singulares formados a partir de: manus > mano > mão x manos > mã-os (português arcaico) > mãos; Leo > Leon(e) > Leon (português arcaico) > Leão x leones > leõ-es (português arcaico) > leões. Observa-se que a queda do –n intervocálico gerou hiatos arcaicos, que resultariam em ditongos nasais adiante. 4. Havia grande quantidade de hiatos criados pelas quedas de consoantes intervocálicas como -n-, -l-, -g- (como por exemplo, em: legere > leer) e -d- (sedere > seer) permanecerão durante esse período, e posteriormente, em crase das vogais, como leer > ler e seer > ser.
12. Descreva e explique pelo menos três características do português clássico. (1,0 ponto)
1. Houve a regularização dos paradgimas verbais de verbos como crescer, parecer, arder e perder. Sendo assim, o subjuntivo desses verbos (paresca, nasca) e o indicativo (arço e perço) foram substituídos pelas formas pareça e nasça, e ardo e perdo (No entanto, a forma atual é perco). 2. Houve a incorporação lexical de inúmeras palavras originárias estrangeiras e de povos originários, tais como zebra (do etíope), canja (do malabar, Sri-Lanka), chá (mandarim), condor e lhama (quéchua),chocolate (azteca), manga (indonésio), sagu (malaio), várias palavras de origem tupi, como ananás, amendoim, mandioca etc. 3. Houve o processo de regularização dos gêneros, haja vista que ocorreu a perda do gênero neutro, de modo que várias palavras apresentaram flutuações de gênero, isto é, ora eram masculinas ora femininas. A título de exemplo, no período galego-português, a palavra “senhor”, era utilizada tanto para o masculino quanto para o feminino.

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