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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CURSO DE DIREITO História do Direito 2020.1 Aluno: Caio Faustino Mesquita de Oliveira - TARDE Algumas características do direito egípcio surpreendem por parecerem tão evoluídas e individualistas com o direito romano clássico, que viria dois mil anos mais tarde. A ideia de propriedade privada era bem desenvolvida e os contratos faziam parte da interação dos cidadãos, inclusive de quem fazia parte da complexa escravatura egípcia, servindo para atestar atos de venda, doação, fundação etc. A princípio estes documentos eram assinados pelas duas partes e com o tempo passou para a intermediação de um escriba, que além de redigir o contrato o assinava para certificá-lo. Todos os bens, imóveis e móveis eram alienáveis e entravam na dinâmica da grande mobilidade de bens da época. O Egito Antigo também tinha seus tribunais. A partir do Império Novo (período entre 1550 a. C e 1070 a. C), os egípcios contavam com o Kenbet, um conselho de anciãos responsável por decidir pequenas causas. Para crimes mais graves, envolvendo assassinato e roubos de túmulos, os acusados eram direcionados ao Kenbet att, outro conselho presidido pelo faraó e pelo vizir. Acusadores e acusados representavam a si próprios, tendo que argumentar sob um juramento de que fosse dita a verdade. Para acusações recorrentes ou muito sérias, os escribas da corte documentavam a denúncia e o veredicto do caso era guardado para referência futura (jurisprudência). Os culpados de crimes menores eram punidos com multas, espancamentos, mutilações faciais ou exílios, enquanto os responsáveis por crimes maiores eram decapitados, afogados ou empalados em uma estaca. Os mesopotâmicos eram em sua maioria nômades ou seminômades, caçadores ou coletores e baseavam sua economia em dois importantes entraves: o comércio e a agricultura. Eram sociedades politeístas, extremamente ligadas à religião e se utilizavam dessa para justificar acontecimentos e explicar fenômenos. Até por isso, sintetiza-se que separar o jurídico do pessoal/familiar era completamente inviável a essa realidade e, sendo assim, os ordálios cabiam como forma de legitimação. As leis eram repassadas às pessoas por meio de anúncios do rei/chefe/ancião em locais públicos ou por meio de provérbios. Ainda assim, o “direito penal primitivo” continuava a se basear na “Lei do Talião” e eram decididas pelo chefe de Estado — figura que delimita regras que automaticamente assumiram caráter generalizado. Ademais, é irretorquível enfatizar o principal marco das sociedades mesopotâmicas: o desenvolvimento de códigos escritos. O mais antigo dos códigos é o “ Código de Ur-Nammu” com cerca de 2 040 a.C. E, o mais popular dos códigos é o “Código de Hamurabi” criado e estabelecido por volta do século XVIII a.C. Enquanto o primeiro surgiu na Suméria, o segundo foi obra da primeira dinastia babilônica, se baseia principalmente na “Lei do Talião”, com decisões arbitrárias e penas rígidas. Tornou-se mais conhecido muito em razão do maior número de estudos e curiosidades — que se deram em razão da eventual proximidade se comparada aos escritos anteriores. Fica claro, portanto, que no direito dos povos mesopotâmios o viés mais difundido foi o do direito penal, enquanto as decisões do civil mantiveram-se mais restritas, por exemplo, a acertos de tratados de transporte e comércio. Os HEBREUS eram povos nômades da família semítica, ou seja, semitas (babilônio sírios, hebreus, fenícios, cartagineses, Árabes, assírios e egípcios), que viviam em tribos, originalmente habitando a Palestina. Eles atravessaram a Palestina, em direção ao Egito, na época em que Hamurabi reinava na Babilônia. Durante quase cinco séculos os Hebreus conviveram com egípcios: ganharam dinheiro com o comércio e cargos importantes no governo do Egito (Ex. José, filho de Jacó, foi ministro do Faraó). No entanto, por volta de 1580 A.C os egípcios passaram a maltratar, humilhar e escravizar os hebreus. Então, o hebreu Moisés, que nasceu no Egito, recebeu mensagem divina para retirar o seu povo do cativeiro e retornar à Palestina (êxodo). Diante da recusa do Faraó em permitir a saída do seu povo, Moisés lançou 10(dez) pragas sobre o Egito, até que com a última – a morte dos primogênitos – obteve a permissão. Entretanto, quando estava caminhando com o seu povo, o Faraó mandou um exército persegui-los, mas este foi tragado pelas águas do mar vermelho, que fechou logo após a passagem dos israelitas. Iniciou-se, então, a fase sedentária e legislativa do reino de Israel por volta de 1400 a 1300 A.C, quando surgiu o último dos cinco livros do antigo testamento, DEUTERONÔMIO (segunda lei). Trata-se de regras religiosas e jurídicas aplicadas aos hebreus e vigorou, em parte, até a queda do reino de Judá, em 586 a.C. O reino de Israel encontra seu apogeu em Davi (1005-966 a. C) e Salomão, seu filho (966-926 a.C). Contudo, em 721 a.C., divergências internas provocam a divisão em dois reinos: reino de Israel e reino de Judá: o primeiro foi destruído pelos Assírios; o segundo, apesar de dominado pelos Persas e Babilônicos, permanece, como já mencionamos, até 586 a.C. vale lembrar, que o Rei da Babilônia, Nabucodonosor, deportou o rei de Judá Joaquim para Babilônia e, em seguida, o seu exército incendiou e destruiu o templo de Jerusalém. Por fim, os romanos ocuparam a Palestina e promoveram a diáspora, em 70 d. C, ocorrendo à dispersão dos Hebreus, mas estes exerceram profundas influência moral, religiosa e jurídica no ocidente.
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