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Atenção à Saúde Pessoa e Família em Situação de Risco unid_4

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Unidade IV
Unidade IV
7 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ÀS PESSOAS PORTADORAS DE AFECÇÕES 
DO SISTEMA GASTROINTESTINAL, ENDÓCRINO E HEMATOLÓGICO
O aparelho digestivo, que se estende desde a boca até o ânus, encarrega-se de receber os alimentos, 
fracioná-los em nutrientes (um processo conhecido como digestão), que são absorvidos na corrente 
sanguínea, e eliminar do organismo os restos não digeríveis dos alimentos. O trato gastrointestinal é 
composto de boca, garganta, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus.
O aparelho digestivo também inclui órgãos que se encontram fora do trato gastrointestinal, como o 
pâncreas, o fígado e a vesícula biliar.
7.1 Sistema gastrointestinal
7.1.1 Hemorragia digestiva
É a perda de sangue maciça e rápida de sangue que se origina no trato gastrointestinal, cuja causa 
pode ser por algum trauma, ruptura de varizes esofágicas ou gastropatia da hipertensão portal. Grande 
parte das causas relaciona-se à problemas do sistema que podem ser controlados; contudo, há a 
necessidade de identificação da fonte do sangramento rapidamente para que não haja o estado de risco 
iminente ao paciente por choque hemorrágico e hipovolêmico.
7.1.1.1 Sangramento do estômago
As úlceras gástricas são doenças comuns na população brasileira, e o sangramento do estômago é 
o mais frequente. Alguns medicamentos contendo ácido acetilsalicílico e o álcool podem causar úlcera 
gástrica, que, com o tempo, aumenta de tamanho, causando erosão do vaso, sangramento e hemorragia. 
O estresse também é um fator para o desenvolvimento desse tipo de afecção, uma vez que pessoas 
que sofrem queimaduras, traumatismos cranianos ou ainda aquelas que são submetidas à cirurgia 
extensa, são candidatas a passar por esse estresse. Isso acontece devido ao aumento da produção de 
suco gástrico, alterando as paredes do estômago. No trato digestivo baixo, o intestino grosso e o reto 
são locais frequentes de hemorragia (sangue vivo). 
Há uma frequência nas hemorragias anais, derivadas de fístulas, inflamações, infecções, tumores 
ou pólipos. A hemorragia pode ainda ser proveniente de tumores benignos ou câncer. Com o avanço 
da idade, as anormalidades nos vasos do intestino grosso podem ser desenvolvidas, resultando em 
sangramento recorrente.
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ATENÇÃO À SAÚDE DA PESSOA E FAMÍLIA EM SITUAÇÃO DE RISCO
7.1.1.2 Manifestações clínicas
Os sinais e sintomas mais comuns desse tipo de afecção são:
• dor epigástrica; 
• náuseas e vômitos; 
• febre; 
• ascite; 
• hematêmese (vômito com sangramento, podendo ser vermelho brilhante ou cor de “borra de 
café”, quando a hemoglobina sofreu alteração no estômago); 
• melena (fezes com sangue, de cor enegrecida e fétida).
Frequentemente, o sangramento digestivo alto surge através da enterorragia (sangramento “vivo” 
pelo ânus, isolado ou misturado com as fezes). Posteriormente, as consequências hemodinâmicas 
aparecem caso o sangramento não seja controlado, tais como: taquicardia, dispneia, hipotensão, pele 
fria e até choque hipovolêmico.
7.1.1.3 Diagnóstico
O mais comum para o diagnóstico é o exame de endoscopia. A hemorragia do sistema digestório 
é um sinal de problemas digestivos, e não caracterizado como uma doença em si. A endoscopia é o 
método de escolha para a avaliação do trato digestivo superior. Permite determinar a presença de 
sangramento ativo ou recente. 
O objetivo do diagnóstico é identificar e estancar com rapidez o sangramento.
7.1.1.4 Assistência clínica
A cirurgia de urgência é indicada nos casos em que a hemorragia é grave e não responde às medidas 
rápidas de reposição volêmica, por exemplo, quando não há possibilidade de realizar a hemostasia por 
via endoscopia e se ocorrer um novo sangramento após o início do tratamento. Para a assistência a esse 
tipo de paciente, é de suma importância que a equipe de enfermagem: avalie a quantidade de perda 
sanguínea nas fezes e através dos vômitos; realize a lavagem gástrica com solução fisiológica gelada, 
objetivando a hemostasia; administre os medicamentos prescritos e monitorize os sinais vitais.
7.1.2 Pancreatite
O pâncreas é um dos órgãos acessórios do sistema digestório. Encontra-se situado no abdômen, 
atrás do estômago. Ele é responsável pela produção do suco pancreático, que ajuda na digestão, e pela 
produção de hormônios, como insulina e glucagon.
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A pancreatite aguda é definida como um processo inflamatório agudo do pâncreas. Suas causas 
são diversas: pedras da vesícula que se deslocam e impedem o percurso das substâncias produzidas 
pelo pâncreas; ingestão excessiva de álcool e excesso de medicamentos como corticoides e 
imunodepressores; obstrução dos canalículos do pâncreas por tumores; traumatismo pancreático; 
fatores genéticos e dislipidemias.
A afecção acontece quando um cálculo impede o fluxo da bile e de suco pancreático para o 
duodeno, favorecendo a entrada de elementos irritantes para o tecido pancreático, que desenvolve 
uma resposta inflamatória.
7.1.2.1 Manifestações clínicas
A principal queixa do paciente é a dor severa, que se inicia subitamente na região epigástrica, após 
excesso de ingestão alimentar ou de bebida alcoólica. Posteriormente, a dor pode irradiar para a reborda 
costal, com a piora do sintoma ao andar e deitar. 
Outros sintomas associados são: vômitos, náuseas, febre, icterícia, ascite. Os casos mais graves podem 
apresentar manifestações clínicas de choque com alterações hemodinâmicas: taquicardia, hipotensão, 
desorientação, extremidades frias e sudorese.
É necessário realizar exames complementares, como o exame de sangue, em que são avaliadas a 
dosagem da enzima amilase sérica, leucocitose e glicemia. Os exames radiográficos mais solicitados são: 
raios X do abdômen e do tórax; ultrassom abdominal; tomografias computadorizadas.
7.1.2.2 Tratamento 
O tratamento inicial da pancreatite aguda é basicamente clínico. É indicada a manutenção do jejum 
para inibir a estimulação e secreção de enzimas pancreáticas. Caso seja necessário, o aporte calórico será 
mantido pela nutrição parenteral total (NPT). A sonda nasogástrica aberta objetiva aliviar náuseas e vômitos. 
Medicamentos, como analgésicos, antibióticos e antiácidos, são administrados conforme prescrição. Deve-se 
administrar insulina, caso seja preciso. O tratamento cirúrgico consiste em remover total ou parcialmente o 
pâncreas e é indicado, entre outros, em casos de necrose ou de grave infecção bacteriana.
A manifestação mais visível é através das fezes, que se apresentam esbranquiçadas, fétidas e volumosas. 
A equipe de enfermagem tem um papel fundamental no tratamento do cliente com pancreatite aguda.
7.1.2.3 Assistência clínica
Para esse paciente, é necessário um plano de assistência que busque controlar os distúrbios 
hemodinâmicos, complicação mais grave da pancreatite:
• orientar a necessidade do repouso no leito;
• medir a circunferência abdominal, atentando para alterações; pesar diariamente;
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• explicar a finalidade e importância do jejum;
• realizar higiene oral, mantendo os lábios umidificados;
• manter a hidratação hídrica e de eletrólitos, prevenindo a desidratação decorrente de vômitos 
ou diarreias;
• administrar analgésico, conforme prescrição, para o alívio da dor;
• manter aberta e pérvia a sonda nasogástrica;
• monitorizar os sinais vitais;
• controlar glicemia capilar;
• encaminhar o cliente a um grupo de apoio de alcoólicos anônimos ou de autocuidado para 
diabetes mellitus;
• orientar a autoaplicação de insulina, quando indicada;
•realizar balanço hídrico.
7.1.3 Obstrução mecânica do intestino
A obstrução mecânica do intestino é a presença de um bloqueio que interrompe completamente 
ou compromete seriamente o trânsito do conteúdo intestinal. A obstrução pode ocorrer em qualquer 
segmento do intestino. A parte acima da obstrução continua funcionando.
À medida que o intestino vai se enchendo de alimento, líquidos, secreções digestivas e gás, 
ele dilata progressivamente, como uma mangueira macia. Em recém-nascidos e lactentes, a 
obstrução intestinal é comumente causada por um defeito congênito, por uma massa endurecida 
de conteúdo intestinal (mecônio) ou por uma torção do próprio intestino (volvo).
Em adultos, uma obstrução duodenal pode ser causada por um câncer do pâncreas, por cicatrizes 
(de uma úlcera, de uma cirurgia prévia ou da doença de Crohn) ou por aderências, nas quais uma faixa 
fibrosa de tecido conjuntivo encarcera o intestino. Além disso, pode ocorrer obstrução quando uma 
parte do intestino dilata por meio de uma abertura anormal (hérnia), como uma área enfraquecida da 
musculatura abdominal, e torna-se encarcerada. Raramente a obstrução é causada por um cálculo biliar, 
uma massa de alimento não digerido ou um bolo de vermes.
7.1.3.1 Sintomas e diagnóstico 
Os sintomas da obstrução intestinal incluem a dor abdominal tipo cólica acompanhada por distensão 
abdominal. A dor pode tornar-se intensa e constante. Em comparação com a obstrução do intestino 
delgado, o vômito, um sintoma comum, ocorre mais tarde na obstrução do intestino grosso. 
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A obstrução completa provoca uma constipação grave, enquanto a obstrução parcial pode causar 
diarreia. A febre é comum e pode ocorrer sobretudo quando há uma perfuração da parede intestinal. A 
perfuração pode levar rapidamente à inflamação e à infecção graves, causando o choque.
7.1.4 Peritonite
Peritonite é uma inflamação do peritônio, membrana serosa que reveste parte da cavidade e das 
vísceras abdominais. Pode ser localizada ou generalizada, e resulta, mais frequentemente, de uma 
infecção ou, mais raramente, de um processo inflamatório não infeccioso. Quase sempre a peritonite é 
uma complicação grave de outra enfermidade abdominal.
As causas possíveis da peritonite são tão variadas que quase se poderia incluir entre elas todas as 
doenças das estruturas anatômicas contidas na cavidade abdominal. A inflamação da membrana peritoneal 
costuma ser consequência de uma infecção, mas, mesmo quando por outras causas, a elas geralmente se 
sobrepõe uma infecção secundária. Mais comumente, a peritonite pode ser desencadeada por:
• extensão de uma infecção localizada numa víscera abdominal;
• perfuração ou ruptura de uma víscera abdominal;
• traumatismo da parede abdominal.
São, pois, vários os distúrbios que podem dar lugar a uma peritonite: apendicite, úlcera 
gastroduodenal, pancreatite aguda, distúrbios inflamatórios intestinais, inflamação da vesícula biliar, 
processos infecciosos dos órgãos genitais, doenças cancerosas, alterações vasculares que perturbem a 
irrigação do intestino e do peritônio, hérnias estranguladas, entre outras.
7.1.4.1 Manifestações clínicas 
Os principais sinais e sintomas da peritonite são dor abdominal aguda e hipersensibilidade abdominal 
intensa, as quais são exacerbadas por quaisquer movimentações do peritônio, como acontece ao tossir, 
na flexão dos quadris e no pressionar e liberar a mão sobre o abdome, por exemplo.
À princípio, a dor pode ser localizada na área em que o problema se inicia, mas logo depois se 
generaliza por todo o abdome. Além disso, ocorre também distensão abdominal, rigidez abdominal 
difusa, chamada “abdome em tábua”, febre e calafrios, acúmulo de líquido no abdome, taquicardia, 
paralisia intestinal, dificuldades de respirar, náuseas e vômitos.
7.1.4.2 Diagnóstico
Embora, em geral, a peritonite seja decorrente de uma condição mórbida abdominal, algumas 
vezes ela é a primeira manifestação. O exame físico revela dados bastante típicos. Existem alguns sinais 
semiológicos característicos, como o sinal de Blumberg (dor aguda ao pressionar e liberar a mão sobre 
o abdome), por exemplo, mas muitos pacientes nem sequer deixam o médico tocar-lhes a barriga, tal a 
exacerbação da dor. 
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Testes sanguíneos, radiografias e tomografias computadorizadas podem ser realizados. O líquido 
removido do abdome por meio de uma punção pode ser enviado ao laboratório para exame. Em alguns 
casos, somente durante a cirurgia é possível determinar com precisão a causa da peritonite.
7.1.4.3 Tratamento
A peritonite representa uma emergência médica. O paciente deve estar ou ser internado; em 
muitos casos, inclusive, internado em uma UTI. Identificada a causa da peritonite, ela deve ser tratada 
adequada e rapidamente.
Certos cuidados gerais são importantes, tais como:
• reidratação do paciente para compensar a perda de líquidos feita pelo sequestro abdominal e 
pelos vômitos;
• colocação de uma sonda nasogástrica para aliviar a distensão abdominal;
• administração de oxigênio;
• realização de possíveis transfusões de sangue, quando necessárias.
• tratamento da inflação do peritônio com doses elevadas de antibióticos, por via venosa. 
• administração de analgésicos para aliviar a dor. Durante a intervenção cirúrgica, deve-se fazer 
uma profusa lavagem do peritônio com soro fisiológico;
• se houver muito fluido, o médico deve remover um pouco desse líquido. A maioria dos casos exigirá 
uma cirurgia para tratar a causa imediata, por exemplo, uma úlcera péptica ou uma diverticulite 
perfurada, uma apendicite etc. Se tratados adequadamente, os casos típicos são corrigíveis.
A peritonite é sempre uma situação grave. Sua taxa de mortalidade é de cerca de 10% em pacientes 
jovens e saudáveis e sobe para cerca de 40% em pacientes idosos ou com doença subjacente significativa.
 Observação
Se não for pronta e adequadamente tratada, a peritonite generalizada 
é quase sempre fatal.
7.2 Sistema endócrino
O sistema endócrino é formado por um grupo de órgãos (denominados glândulas de secreção 
interna) cuja tarefa principal é produzir e segregar hormônios para a circulação sanguínea. A função 
dos hormônios consiste em atuar como mensageiros, de forma que se coordenem as atividades de 
diferentes partes do organismo.
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7.2.1 Cetoacidose diabética 
Cetoacidose é o acúmulo de corpos cetônicos (ácidos fracos) no sangue, deixando-o com o pH mais 
baixo que o normal. Como quase todas as reações químicas que acontecem nas células dependem de 
um pH estável ou que só permita uma variação muito ligeira, essa acidez é muito desfavorável para o 
funcionamento celular.
A falta de insulina causada pelo diabetes faz com que o organismo não consiga usar a glicose 
como fonte de energia; as células, então, lançam mão da gordura em seu lugar. Os subprodutos da 
decomposição da gordura, chamados cetonas, se acumulam no corpo, gerando a cetoacidose diabética. 
Em quantidades altas, as cetonas prejudicam o organismo.
A cetoacidose diabética pode ocorrer em condições especiais em que a necessidade de insulina 
aumente (infecções, traumas, acidentes vasculares, uso de certos medicamentos etc.), na falta de 
tratamento do diabetes mellitus ou se a dose de insulina for menor que a necessária para controlar a 
glicemia de maneira satisfatória. Essa condição ocorre especialmente no diabetes tipo 1, porém pode 
ocorrer também no tipo 2.
7.2.1.1 Sinais e sintomas 
A cetoacidose diabética muitas vezes é o primeiro sinal de diabetes em pessoas que ainda não 
têm outros sintomas, mas também pode ocorrer mais tardiamente em pessoas que já tenhamsido 
diagnosticadas com diabetes.
Os sinais e sintomas principais são:
• sede intensa e boca seca;
• maior frequência das micções;
• hiperglicemia;
• níveis altos de corpos cetônicos na urina;
• pele seca;
• fadiga intensa;
• respiração rápida;
• náuseas, vômitos, dor abdominal;
• hálito com odor de acetona, bastante característico e também chamado de hálito cetônico;
• confusão mental.
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7.2.1.2 Diagnóstico
O diagnóstico da cetoacidose diabética depende de uma avaliação clínica dos sinais e sintomas da 
doença e de exames laboratoriais de sangue e de urina. A taxa de glicose sobe no sangue porque o fígado 
fabrica glicose para tentar combater a condição mórbida. Embora a cetona possa ser medida também 
no sangue, a sua mensuração é feita na urina, de uma forma mais fácil e mais barata. Outros exames 
mais podem incluir exame de sangue para amilase, gases no sangue arterial e dosagem do potássio 
sanguíneo. A cetoacidose pode afetar os níveis sanguíneos de magnésio, fósforo, sódio e pH da urina.
7.2.1.3 Tratamento
O tratamento da cetoacidose diabética deve ser realizado em hospital, com a administração de insulina, 
hidratação venosa, correção dos eletrólitos no sangue (sódio, potássio e fosfato) e acompanhamento 
dos níveis de consciência.
O diabético deve tomar corretamente as doses dos medicamentos prescritas e controlar os 
níveis de glicemia no sangue e a cetonúria na urina. Por precaução, deve sempre ter à mão 
um frasco de insulina de ação rápida para aplicação emergencial em caso de uma eventual 
descompensação do diabetes.
 Lembrete
A cetoacidose diabética é uma complicação aguda grave do diabetes, 
potencialmente mortal e deve ser vista como uma emergência médica.
7.2.2 Síndrome hiperosmolar não cetótica
Síndrome hiperosmolar não cetótica é uma complicação metabólica do diabetes mellitus 
caracterizada por hiperglicemia, extrema desidratação, hiperosmolaridade do plasma e alteração do 
nível de consciência. Com mais frequência, ocorre em pacientes com diabetes tipo 2, em geral por 
ocasião de um estresse fisiológico. 
A síndrome é diagnosticada por hiperglicemia grave e hiperosmolaridade plasmática, na ausência de 
cetose significativa. O tratamento se faz com solução fisiológica e insulina IV. As complicações incluem 
coma, convulsões e morte.
A síndrome hiperosmolar não cetótica é uma complicação do diabetes tipo 2; sua taxa de mortalidade 
atinge até 40%. Desenvolve-se, em geral, após um período de hiperglicemia sintomática, no qual a 
ingestão de líquidos é inadequada para evitar a desidratação extrema decorrente da diurese osmótica 
induzida pela hiperglicemia. 
O fator precipitante pode ser uma infecção aguda coexistente, drogas que alterem o metabolismo 
de glicose (glicocorticoides) ou aumentem a perda de líquidos (diuréticos), não adesão a tratamento 
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médico ou outras condições clínicas. As cetonas séricas não estão presentes, pois a quantidade de 
insulina na maioria dos pacientes com diabetes tipo 2 é adequada para suprimir a cetogênese. 
Como não há sintomas de acidose, a maioria dos pacientes tolera um período significativamente 
mais prolongado de desidratação osmótica antes da apresentação; assim, a glicose plasmática (> 600 
mg/dl [> 33 mmol/l]) e a osmolaridade (> 320 mOsm/l) são tipicamente muito mais elevadas que na 
cetoacidose diabética.
cetogênese
gliconeogênese
Hiperglicemia
Osm séricaAlterações neurológicas Desidratação
gliconenólise
Músculo
Proteólise
Lipólise
Tecido adiposo Fígado
glicerol
Insulina
Cortisol, glucagon, 
catecolaminas, GH
AGL
glicosúria
Diurese osmótica
Fisiopatologia SHH - coma hiperosmolar
AGL
Figura 26 – Fisiopatologia da síndrome hiperosmolar com coma
7.2.2.1 Sinais e sintomas
Os sintomas primários da síndrome hiperosmolar não cetótica são alterações do nível de consciência 
variando de confusão ou desorientação a coma, em geral como resultado de desidratação extrema, com 
ou sem uremia pré-renal, hiperglicemia e hiperosmolaridade. Ao contrário da cetoacidose diabética, 
pode haver convulsões focais ou generalizadas e hemiplegia transitória.
7.2.2.2 Diagnóstico
• glicemia sanguínea;
• osmolaridade sérica.
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Geralmente, suspeita-se da síndrome hiperosmolar não cetótica inicialmente quando se encontra 
glicemia muito elevada em uma amostra de glicose de ponta de dedo obtida na avaliação de um estado 
mental alterado. Se ainda não tiverem sido obtidas, devem ser realizadas medidas dos eletrólitos séricos, 
ureia e creatinina, glicose, cetonas e osmolaridade. 
A urina deve ser avaliada quanto à presença de cetonas. As concentrações de potássio costumam ser 
normais, mas as de sódio podem ser altas ou baixas, dependendo dos déficits de volume. Ureia e creatinina 
séricas são, em geral, muito elevadas. O pH arterial costuma estar acima de 7,3, mas ocasionalmente 
ocorre acidose metabólica leve em decorrência do acúmulo de lactato.
7.2.2.3 Tratamento
O tratamento da síndrome hiperosmolar não cetótica, basicamente, se dá pela hidratação e 
correção glicêmica:
• Solução fisiológica a 0,9% IV.
• Correção de qualquer hipopotassemia.
• Insulina IV (desde que o potássio sérico esteja acima de 3,3 mEq/l).
7.2.3 Diabetes insípidus 
A manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico é feita através da regulação do volume de água extracelular 
e da concentração plasmática do íon sódio. Os mecanismos pelos quais esse controle é feito são vários e 
asseguram um desvio mínimo, da ordem de menos de 1%, no volume sanguíneo e concentração de sódio 
em indivíduos adultos saudáveis. O total da água corpórea e, consequentemente, a concentração total 
de sódio, é regulada primariamente pela excreção renal de água livre, mediada pelas ações do hormônio 
antidiurético arginina-vasopressina (AVP). Assim é caracterizada a diabetes insípidus.
Os mecanismos de resistência periférica à ação do ADH levam ao diabetes insípidus nefrogênico, já 
os relacionados à síntese e secreção do hormônio levam ao diabetes insípidus central ou neurogênico. A 
hiponatremia pode ocorrer por depleção de sal, mecanismos dilucionais ou metabólicos. 
O diabetes insípidus é uma condição na qual a urina não é concentrada, e sim diluída ou semelhante 
à água. A concentração urinária que ocorre em pessoas normais é devida à secreção desse hormônio 
antidiurético (ADH) pela porção posterior da glândula hipofisária e pela ação desse hormônio nos rins, 
onde a concentração urinária e o déficit do ADH causam o diabetes insípidus.
O diabetes insípidus (DI) apresenta características peculiares da diabetes mellitus, como eliminação 
de grandes volumes de urina (poliúria), alta ingestão de líquidos devido à sede constante (polidipsia) 
e insaciável. Consequentemente, apresenta sintomas como nictúria (aumento de excreção urinária à 
noite) ou enurese (excreção involuntária de urina durante o sono). A urina se vê hiperdiluída por não se 
encontrar em sua concentração normal.
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Neuro-hipófise
Suprarrenal
Aldosterona
Rim
Diurese
ADH
(vasopressina)
Figura 27 – Ação da neuro-hipofise na suprarrenal na produção de urina
Devido a essa hiperdiluição, em vez da coloração amarela, a urina se apresenta de cor pálida, incolor, 
muito parecida com eliminação de água, mas a concentração plasmática de sódio é baixa (hiponatremia).
O diabetes insípidus se caracteriza pela formação de grandes volumes de urina diluída. A fisiopatologia 
dessa enfermidade são:
• Quantidade insuficiente de vasopressina: diabetesinsípidus central ou neurogênico.
• Falha da resposta renal à vasopressina circulante: diabetes insípidus nefrogênico.
• Consequentemente, devido às perdas excessivas de urina diluída, ocorre a desidratação, gerando 
como resposta o excesso de sede e a ingestão elevada de líquido.
7.2.3.1 Causas e sintomas
O diabetes insípidus caracteriza-se por formas diferentes, cada uma com uma causa específica, por 
isso devem ser tratadas de forma individual, atendendo às necessidades de cada paciente.
Como descrito anteriormente, os principais sintomas são a poliúria e polidipsia. A nictúria está quase 
sempre presente nos pacientes com DI central e nefrogênica, mas geralmente não é observada nos casos 
de polidipsia primária ou psicógena.
O diabetes insípidus pela deficiência de vasopressina ou hormônio antidiurético (ADH), que 
habitualmente atua sobre os rins, diminuindo a excreção urinária ao incrementar a concentração de 
urina, é a forma mais comum, em que há uma destruição da parte posterior da hipófise (local onde se 
armazena vassopressina). Normalmente, é chamado de diabetes insípidus hipofisário ou como DI central 
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ou neurogênico. A hipófise posterior pode ser destruída por uma variedade de transtornos secundários, 
incluindo tumores, infecções, traumatismos cranianos, infiltrações, enfermidades autoimunes e vários 
fatores hereditários. Estes últimos podem ser identificados devido à presença de DI em crianças cujos 
antecedentes (pais, familiares) apresentem a mesma patologia.
A ingestão abundante de líquidos também é outra forma de DI, pois inibe a produção da vasopressina. É 
denominada polidipsia primária, e, na maioria das vezes, é causada por uma anormalidade no centro regulador 
da sede, localizada no hipotálamo. Esse subtipo é conhecido como diabetes insipidus dipsógeno ou psicógeno e 
é muito difícil diferenciá-lo da DI hipofisária, pois ambas podem se originar dos mesmos transtornos cerebrais.
7.2.3.2 Tratamento 
O DI hipofisário é permanente e não pode ser curado, mas seus sintomas podem ser totalmente 
controlados por drogas, dentre elas, a forma modificada da vasopressina, conhecida como desmopressina 
ou dDAVP. 
Devido ao DI hipofisário estar associado também à carência de outros hormônios de origem 
hipofisária, às vezes, tratamentos para essas anormalidades também são requisitados.
Já o diabetes insípidus nefrogênico não pode ser tratado com dDAVP e, em diversas causas, pode não 
ser curado. Atualmente, não há nenhum tratamento para a forma hereditária, mas existem tratamentos 
parciais que podem reduzir os sinais e sintomas do DI.
7.2.3.3 Assistência de enfermagem
Para o paciente com patologias endócrinas, há a necessidade de alguns cuidados específicos:
• verificar sinais vitais;
• avaliar o nível de consciência;
• instalar cateter de oxigênio a 2 L/min mediante a avaliação do padrão respiratório;
• monitorar o paciente e ficar atento a possíveis arritmias devido à espoliação de potássio;
• obter um ou mais acessos venosos calibrosos, pois, geralmente, o paciente encontra-se em um 
grau severo de desidratação, e a reposição volêmica endovenosa é a prioridade;
• iniciar dieta zero até que o paciente esteja consciente, sem náusea, vômito ou distensão abdominal;
• realizar teste de glicemia capilar;
• reiniciar alimentação por via oral de modo progressivo, iniciando com líquidos até ter certeza de 
que o paciente tolera alimentos sólidos;
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Unidade IV
• avaliar necessidade da passagem de SNG devido à diminuição do nível de consciência com risco 
de aspiração, vômitos incoercíveis, distensão abdominal, íleo paralítico, e a passagem de sonda 
vesical para controle do balanço hídrico;
• reposição de insulina;
• correção dos distúrbios eletrolíticos;
• correção da acidose metabólica.
7.3 Sistema hematológico
7.3.1 Anemia
A anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde (2004) como a condição na qual o conteúdo de 
hemoglobina no sangue está abaixo do normal em resultado da carência de um ou mais nutrientes essenciais, 
seja qual for a causa dessa deficiência. Diz-se haver anemia quando a concentração da hemoglobina 
sanguínea diminui aquém de níveis arbitrados pela Organização Mundial de Saúde em 13 g/dL para homens, 
12 g/dL para mulheres, e 11 g/dL para gestantes e crianças entre 6 meses e 6 anos. As anemias podem ser 
causadas por deficiência de vários nutrientes, como ferro, zinco, vitamina B12 e proteínas.
As causas principais de anemia são: perda excessiva de sangue, deficiências e anomalias de produção 
de hemácias e destruição excessiva de hemácias.
São classificas de acordo com o tamanho das hemácias: 
• Microcíticas: anemia ferropriva (a mais comum de todas), hemoglobinopatias (talassemia, hemoglobinopa-
tia C, hemoglobinopatia E), secundárias a algumas doenças crônicas, anemia sideroblástica.
• Macrocíticas: anemia megaloblástica, anemia perniciosa, alcoolismo, devido ao uso de certos 
medicamentos (metrotrexato, zidovudina).
• Normocítica: por perda de sangue, anemia aplásica, anemia falciforme, secundárias a doenças crônicas.
Normal Anemia
Figura 28 – Comparação da quantidade de glóbulos vermelhos
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7.3.1.1 Anemia ferropriva 
A anemia por deficiência de ferro é a mais comum das carências nutricionais, com maior prevalência em 
mulheres e crianças, principalmente nos países em desenvolvimento. Crianças entre 6 e 24 meses apresentam 
risco duas vezes maior para desenvolver a doença do que aquelas entre 25 e 60 meses. Considerada um 
sério problema de Saúde Pública, a anemia pode prejudicar o desenvolvimento mental e psicomotor, causar 
aumento da morbimortalidade materna e infantil, além da queda no desempenho do indivíduo no trabalho 
e redução da resistência às infecções. 
O aumento da prevalência da anemia ferropriva em crianças pode ser decorrente das mudanças 
nos hábitos alimentares, que acompanham a transição nutricional no país. No entanto adolescentes, 
mulheres e homens também fazem parte deste quadro.
 Para a identificação desta carência, são necessários de exames laboratoriais (sangue) para que seja 
confirmado o diagnóstico de anemia ferropriva. Fadiga generalizada, anorexia (falta de apetite), palidez 
de pele e mucosas (parte interna do olho, gengivas), menor disposição para o trabalho, dificuldade de 
aprendizagem nas crianças, apatia são os principais sintomas desta patologia.
A anemia ferropriva tem cura com a ingestão de, no mínimo, de dois a três meses de sulfato ferroso oral, 
além de uma dieta rica em carne vermelha; vegetais de folhas escuras também contêm muito ferro, mas sua 
absorção é menor. Outros alimentos como cereais, e em particular o feijão e a lentilha, são ricos em ferro. 
Todavia, quando há uma dieta equilibrada, não há necessidade de ingestão adicional deste mineral.
7.3.1.2 Anemia perniciosa 
A deficiência da vitamina B12 causa a anemia perniciosa ou megaloblástica, caracterizadas pelo 
aparecimento de células vermelhas maiores e imaturas, mas em número menor do que o normal. A 
deficiência da vitamina B12 também pode resultar em problemas neurológicos, problemas de pele, 
diarreia e perda de apetite. Os níveis corpóreos dessa vitamina fazem com que sintomas de deficiência 
venham a aparecer apenas após cinco ou seis anos, no caso do individuo não receber essa vitamina pela 
alimentação. Somente então acorre o aparecimento da anemia perniciosa e também o desmielinização 
da medula espinhal. 
A vitamina B12 só existe no reino animal; os vegetarianos restritos (que não comem nenhum 
produto de origem animal) desenvolvem a carência. A falta de vitamina B12 causaanemia e alterações 
neurológicas, que são progressivas e mortais se não houver tratamento.
Os sintomas mais comuns são glossite (língua vermelha e ardente), surgem dormências, por falta de 
sensibilidade, nas extremidades; e problemas mentais irreversíveis.
Para o diagnóstico, o hemograma também é o mais indicado, pois mostra que a anemia é macrocítica, 
isto é, caracterizada pela presença de eritrócitos (glóbulos vermelhos) maiores que o usual. A dosagem 
de vitamina B12 no soro sanguíneo é útil para o diagnóstico.
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Anemia perniciosa
Fundo do
estômago
Corpo do 
estômago
Duodeno
Piloro A vitaminaB12 não
pode ser
absorvida
Falta de fator 
intrínseco
Figura 29 – Demonstração da não absorção da vitamina B12
O tratamento consiste na reposição através da vitamina B12, por injeção intramuscular. A anemia cura-
se em poucas semanas; os sintomas neurológicos melhoram de modo mais lento. A gastrite atrófica é uma 
doença definitiva, e o tratamento com uma injeção mensal de B12 deve ser mantido por toda a vida.
7.3.1.3 Anemia aplástica 
A anemia aplástica (AA) ou aplasia de medula óssea é uma doença rara, caracterizada por pancitopenia 
moderada a grave no sangue periférico e hipocelularidade acentuada na medula óssea, sendo a mais 
frequente das síndromes de falência medular. Entretanto, seu diagnóstico, por não ser fácil, deve ser 
de exclusão, tendo em vista que várias outras causas de pancitopenia podem apresentar quadro clínico 
semelhante ao de aplasia.
É uma doença desencadeada por causas congênitas ou adquiridas. Uso de medicamentos, infecções 
ativas, neoplasias hematológicas, invasão medular por neoplasias não hematológicas, doenças sistêmicas 
(como as colagenoses) e exposição a radiação e a agentes químicos encontram-se entre as causas 
adquiridas. Os agentes etiológicos fazem com que a medula óssea pare de produzir células sanguíneas. 
O início da anemia aplástica pode ser insidioso ou rápido. 
Nos casos hereditários, o início geralmente é gradual. Quando a insuficiência de medula óssea 
resulta de uma mielotoxina, o início pode ser “explosivo”. Caso a condição não reverter, quando o agente 
agressor é removido, ela pode ser fatal.
Os sintomas são: fraqueza e fadigas leves e progressivas; sangramento costuma ser leve, mas em 
certas ocasiões consiste em hemorragia da retina ou do sistema nervoso central; também pode haver a 
presença de petéquias ou de equimose na pele, mucosas, conjuntivas e fundo do olho.
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Para o diagnóstico, são realizados hemograma e esfregaço de sangue, que mostram diminuição nos 
números de eritrócitos e plaquetas, bem como aspiração e biópsia da medula óssea, identificando-se que 
a medula óssea está com baixa celular ou vazia, com um hematopoiese, bastante reduzido ou ausente.
O tratamento pode ajudar a prevenir perigosas complicações. É utilizado: hemotransfusão; 
transplante da medula óssea; terapia com o imunossupressor e terapia de apoio.
A evolução do processo pode ser aguda e conduzir à morte dentro de poucos dias, com o quadro 
de hemorragias repetidas, necrose e septicemia generalizada ou prosseguir durante meses ou mesmo 
vários anos.
7.3.1.4 Anemia falciforme 
A anemia falciforme é uma doença genética e hereditária, causada por anormalidade de hemoglobina 
dos glóbulos vermelhos do sangue. Os glóbulos vermelhos em forma de foice não circulam adequadamente 
na microcirculação, resultando tanto em obstrução do fluxo sanguíneo capilar como em sua própria 
destruição precoce. Esse mecanismo fisiopatológico acarreta graves manifestações clínicas, com maior 
frequência após os 3 meses de idade.
A forma comum da anemia falciforme (Hbss) acontece quando uma criança herda um gene da 
hemoglobina falciforme da mãe e outro do pai. 
Há a condição do portador do traçado falciforme, e este é um estado benigno, muitas pessoas não 
estão cientes de que o possuem. No entanto, quando duas pessoas portadoras do traço falciforme 
resolvem ter filhos(s), é importante que saibam que para cada gestação há possibilidade de um para 
quatro de que a criança tenha doença falciforme; de uma em duas de que a criança tenha o traço da 
falciforme e a chance de um em quatro de que tenha a hemoglobina normal.
A anemia falciforme não é contagiosa. As pessoas portadoras necessitam de cuidados especiais de 
saúde desde a infância. Esta patologia é mais frequente na população negra e seus descendentes, mas 
ocorre também em brancos. 
Hemácia normal
Hemácia falciforme
Figura 30 – Comparação do formato das hemácia normal e falciforme
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A anemia falciforme não deve ser confundida com o traço falciforme. Traço falciforme significa que 
a pessoa é tão somente portadora da doença, com vida social normal.
Sinais e sintomas compõem crises dolorosas: dor em ossos, músculos e juntas associadas 
ou não a infecções, exposições ao frio, esforços; palidez, cansaço fácil, icterícia (cor amarelada, 
visível principalmente no branco do olho); úlceras (feridas) nas pernas; nas crianças, pode haver 
inchaço muito doloroso nas mãos e nos pés; pode haver também sequestro do sangue no baço, 
causando palidez muito grande, às vezes desmaio e aumento do baço (é uma emergência) e 
maior tendência a infecções.
O tratamento é apresentado por medicação para dor, antibióticos, aumento da oferta de líquidos, 
transfusão sanguínea, repouso no leito e cirurgia.
Pessoas que apresentam risco de gerar filhos com hemoglobinopatias graves têm o direito de ser 
informadas, através do aconselhamento genético, a respeito de todas as implicações dessas doenças.
7.3.1.5 Cuidados de enfermagem
Alguns cuidados para pacientes com anemia falciforme, considerando que é uma patologia genética 
e que, portanto, não há cura, apenas controle de sinais e sintomas:
• Incentivar ingestão de alimentos ricos em vitaminas e minerais três vezes ao dia.
• Proporcionar ambiente adequado a uma melhor aceitação da dieta.
• Informar o paciente da importância da alimentação para a recuperação da sua saúde.
• Envolver a família na orientação de um plano dietético para o pós-alta.
7.3.2 Leucemia
A leucemia é o câncer das células brancas do sangue, os leucócitos. Ela começa na medula óssea 
(parte interna dos grandes ossos) e se espalha por todo o corpo humano, prejudicando ou impedindo a 
produção dos glóbulos vermelhos, das plaquetas e dos glóbulos brancos.
Os leucócitos possuem vários subtipos, e por isso há variação em cada caso da leucemia. Esse tipo 
de câncer atinge mais as crianças, mas há uma grande chance de atingir jovens, adultos e idosos. 
A leucemia se desenvolve rapidamente, tornando-se cada vez mais grave, independentemente de 
seu subtipo.
É a doença com a malignidade mais comum nas crianças e adultos jovens, 50% das leucemias são 
classificadas como agudas, as demais, classificadas como crônicas. A leucemia aguda ocorre mais em 
crianças, e as crônicas, em adultos. A quantidade normal de leucócitos é de 4-11 mil/m³ de sangue. 
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A medula óssea é o local de formação das células sanguíneas, que ocupam a cavidade 
dos ossos conhecida popularmente por tutano. Nelas, são encontradas as células-mães, ou 
precursoras, que dão origem aos elementos do sangue: glóbulos brancos, glóbulos vermelhos 
(hemácias ou eritrócitos) e plaquetas. A leucemia prejudica ou impede a produção dos glóbulos 
vermelhos, causando anemia; dos glóbulos brancos, causando infecções e, das plaquetas, 
causando hemorragia.
A causa exata é desconhecida, mas existem vários fatoresa ela associados:
• exposição à radiação e substâncias químicas (por exemplo, benzeno);
• anomalias genéticas (por exemplo, síndrome de Down);
• presença de uma deficiência imune primária;
• infecção pelo vírus leucocitário humano (HTLV – 1: vírus que infecta as células T);
• fator genético.
Os principais tipos de leucemia são: 
• Leucemia mieloide aguda e crônica.
• Leucemia linfoide aguda e crônica.
A leucemia aguda é progressiva e afeta células jovens, que perdem a capacidade de desempenho 
das funções. Desse modo, ocorre o crescimento rápido de células sanguíneas imaturas, causando a 
incapacidade da medula óssea de produzir células sanguíneas saudáveis. Acomete maior número de 
crianças e leva à morte em semanas. 
A leucemia crônica progride mais lentamente, permitindo o crescimento de maior número de células, 
que podem ser capazes de exercer algumas de suas funções normais.
• Leucemia mieloide: caracteriza-se em anormalidade genética adquirida. Anormalidade nos 
cromossomos de números 0 a 22.
• Leucemia linfoide: leva a um número aumentado de células linfoides. Alterações em nível de DNA.
O diagnóstico é reforçado pelo exame físico, com presença da palidez, febre, aumento do baço 
(esplenomegalia) e sinais decorrentes da trombocitopenia, como epistaxe (sangramento nasal), 
hemorragias conjuntivais, sangramentos gengivais, petéquias (pontos violáceos na pele) e equimoses 
(manchas roxas na pele). Na análise laboratorial, o hemograma é alterado, sendo confirmado pelo exame 
da medula óssea (mielograma).
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A causa da leucemia geralmente é desconhecida e o tratamento destrói as células leucêmicas 
para que a medula óssea volte a produzir células normais. A associação de medicamentos, controle 
das possíveis infecções, hemorragias e controle da doença no sistema nervoso central fazem com 
que a doença tenha uma evolução para a cura. Para alguns casos, é indicado o transplante de 
medula óssea.
Várias etapas compõem o tratamento: a primeira tem a finalidade de atingir a remissão completa, 
ou seja, um estado de aparente normalidade que se obtém após a poliquimioterapia. Esse resultado é 
conseguido entre um e dois meses após o início do tratamento (fase de indução de remissão). Isso ocorre 
quando os exames de sangue e da medula óssea (remissão morfológica) e o exame físico (remissão 
clínica) não demonstram mais anormalidades.
No entanto, se existem evidências de que ainda há resquícios de células leucêmicas, o tratamento 
deve continuar. Nas etapas seguintes, o tratamento varia de acordo com o tipo de leucemia (linfoide 
ou mieloide), podendo durar mais de dois anos nas linfoides e menos de um ano nas mieloides. São três 
fases: consolidação (tratamento intensivo com substâncias não empregadas anteriormente); reindução 
(repetição dos medicamentos usados na fase de indução da remissão) e manutenção (o tratamento é 
mais brando e contínuo por vários meses). 
Para a leucemia crônica, o tratamento pode frequentemente controlar a doença e seus sintomas, 
mas raramente acontece a cura.
Os aspectos sociais não podem ser deixados de lados. O apoio ao paciente e sua família fazem 
parte do processo de tratamento. A cura não deve se basear somente na recuperação biológica, mas 
também no bem-estar e na qualidade de vida do paciente. Portanto, é necessário o apoio psicossocial e 
o envolvimento da uma equipe multiprofissional.
7.3.2.1 Cuidados de enfermagem
Os pacientes com leucemia necessitam de cuidados específicos, para evitar a aquisição de infecções, 
e atenção redobrada com a higiene. Evidente que para cada caso há um plano de cuidados diferenciados. 
A seguir, alguns cuidados gerais para esses pacientes:
• Intensificar as técnicas de lavagem das mãos para qualquer pessoa que tenha contato com 
o paciente.
• Colocar o paciente em quarto individual.
• Realizar e orientar higiene oral cuidadosa 3 a 6 vezes ao dia.
• Fazer uso de luvas e antissepsia rigorosa da pele para instalar infusões.
• Estabelecer uso de máscaras para pessoas que prestam cuidados diretos ao paciente.
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• Auxiliar o paciente no banho diário, usando sabão bactericida.
• Informar o paciente sobre a terapia, procedimento diagnóstico e terapêutico, explicando a 
finalidade e importância de cada um, antecipando possíveis reações e efeitos colaterais. 
• Realizar repouso no leito durante episódios de sangramento.
• Informar antecipadamente ao paciente a possível ocorrência da perda do cabelo com a 
quimioterapia. Explicar que a alopecia é temporária.
• Atenção redobrada na administração de medicamentos por via IM e EV e sondas.
• Oferecer dieta hipercalórica e hiperproteica em intervalos regulares.
• Envolver familiares e pessoas significativas na atenção e cuidados ao cliente.
• Estimular ingesta hídrica.
• Observar e relatar frequência e característica das eliminações gastrintestinais e vesicais, atentando 
para presença de sangue.
• Adotar cuidados especiais na realização de tricotomias, lavagens intestinais, aplicação 
de calor.
• Observar e registrar os efeitos colaterais dos quimioterápicos.
• Realizar controle hídrico.
• Administrar medicações prescritas, obedecendo ao horário.
7.3.3 Reação transfusional
A transfusão de sangue é a transferência de sangue ou de um hemocomponente 
(componente do sangue) de um indivíduo (doador) a outro (receptor). Tem como objetivo 
melhorar o transporte de oxigênio, o volume sanguíneo, a imunidade ou corrigir distúrbios 
de sangramento.
Para cada caso, o médico direciona a prescrição da transfusão mais adequada para o paciente. 
Sempre que possível, é realizada a transfusão apenas do hemocomponente que suprirá a necessidade 
específica do paciente, e não de sangue total. 
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Hemocomponentes
Hemoderivados
Sangue total (ST)
Concentrado de 
hemácias (CH)
Plasma rico em 
plaqueta (PRP)
Plasma de 24h
(P24)
Plasma fresco 
congelado (PFC)
Concentrado 
de plaquetas 
(CP)
Crioprecipitado 
(CRIO) Albumina Globulinas Concentrado 
de fatores de 
coagulação
Figura 31 – Diferenciação de hemocomponentes e hemoderivados
Atualmente, as transfusões estão cada vez mais seguras devido à melhora na análise do sangue e 
nos testes de triagem realizados. No entanto, elas ainda apresentam riscos para o receptor (por exemplo, 
reações alérgicas e infecções), mas as chances de infecção pelo vírus HIV ou hepatite por transfusão são 
quase nulas.
7.3.3.1 Sangue e seus componentes
Quando não existe a disponibilidade de um determinado componente separadamente, o sangue 
total pode ser administrado. O componente do sangue mais comumente transfundido, o concentrado 
de eritrócitos (denominado concentrado de hemácias), consegue restaurar a capacidade de transporte 
de oxigênio do sangue. Esse hemocomponente pode ser administrado a um indivíduo que apresente 
uma hemorragia ou uma anemia grave. 
Muito mais caros que o concentrado de hemácias, os eritrócitos congelados normalmente são 
reservados para as transfusões de tipos de sangue raros. Alguns indivíduos que necessitam de sangue 
são alérgicos a ele. Quando as medicações não impedem a ocorrência de reações alérgicas, pode ser 
necessária a administração de eritrócitos lavados. 
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O plasma fresco congelado é utilizado no tratamento de distúrbios hemorrágicos quando não se 
sabe qual fator de coagulação está faltando ou quando não existe concentrado de reposição disponível. 
Os concentrados de fatores de coagulação podem ser administrados aos indivíduos que apresentamum distúrbio hemorrágico hereditário (por exemplo, hemofilia). Os fatores de coagulação do sangue 
são proteínas plasmáticas que normalmente atuam em conjunto com as plaquetas para auxiliar na 
coagulação sanguínea. Sem a coagulação, o sangramento não seria interrompido após uma lesão. 
Doador Quem pode receber CH de: ↓ ↓
↓ A + B + AB + O + A - B - AB - O -
A + ♥ ♥
B + ♥ ♥
AB + ♥
O + ♥ ♥ ♥ ♥
A - ♥ ♥ ♥ ♥
B - ♥ ♥ ♥ ♥
AB - ♥ ♥
O - ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
Doadores Receptores
Figura 32 – Orientação para que pode receber determinada tipagem sanguínea
7.3.3.2 Precauções e reações
Para qualquer transfusão, os profissionais de saúde precisam se atentar e tomar várias precauções: 
checar a prescrição e o rótulo da bolsa de sangue, administração lenta e checagem dos sinais vitais 
antes, durante e depois da infusão. 
A maioria das reações transfusionais ocorrem durante os primeiros 15 minutos da transfusão. Após 
esse período, o profissional de enfermagem pode examinar o receptor a cada 30 a 45 minutos e, no caso 
de o indivíduo apresentar uma reação adversa, ele deve interromper a transfusão. 
Geralmente, ocorrem reações leves. As reações graves e mesmo fatais são raras. As principais reações 
são a febre e as reações alérgicas (hipersensibilidade), que ocorrem em aproximadamente 1 a 2% das 
transfusões. Os sintomas incluem o prurido, a erupção cutânea, o edema, a tontura, a febre e a cefaleia.
São sintomas mais graves e raros: dificuldades respiratórias, chiados e espasmos musculares. 
Raramente a reação alérgica é grave o bastante para representar perigo.
Apesar da tipagem cuidadosa e do teste de compatibilidade, ainda existem incompatibilidades que 
acarretam a destruição dos eritrócitos transfundidos logo após a realização do procedimento (reação 
hemolítica). Existem tratamentos que permitem transfusões em pessoas que previamente tiveram 
reações alérgicas a esse procedimento. 
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O tempo de transfusão é sugerido para concentrado de hemácias/sangue total/plasma; não 
ultrapassar 4 horas e o crioprecipitado deve ser indundido no máximo em 30 minutos. 
O mal-estar generalizado ou uma ansiedade durante ou imediatamente após a transfusão é sintoma 
inicial para os pacientes com reações alérgicas, contudo, podem apresentar dificuldade respiratória, pressão 
torácica, rubor e dorsalgia intensa. Muito raramente, as reações tornam-se mais graves e mesmo fatais.
A seguir vamos descrever brevemente os tipos de reação transfusional:
• Reação febril: reação mais comum na prática hemoterápica; está geralmente associada à 
presença de anticorpos contra os antígenos HLA dos leucócitos e plaquetas do doador. Essa 
reação geralmente ocorre no fim ou 1 a 2 horas após a transfusão e o paciente apresenta febre 
e/ou calafrios. Pode ser acompanhada de dor lombar leve, sensação de morte iminente. Porém, 
a elevação de temperatura durante uma transfusão de sangue pode ser um sinal de reação mais 
grave, como hemólise ou contaminação bacteriana.
• Reação hemolítica: quando as hemácias transfundidas são destruídas. Essa reação se divide em 
dois grupos: hemólise intravascular e hemólise extravascular.
• Reação hemolítica intravascular: a principal causa é a incompatibilidade ABO, que resulta quase 
sempre de erros humanos, tais como amostras pré-transfusionais mal identificadas, erros de 
identificação da bolsa de sangue após a prova cruzada ou troca no momento da instalação. 
O receptor geralmente apresenta dor lombar intensa nos primeiros minutos após instalada a 
transfusão de sangue. Pode ter febre (com ou sem calafrios), hipotensão, náuseas, dispneia e 
sensação de morte iminente.
• Reação hemolítica extravascular: geralmente a hemólise extravascular se manifesta por febre 
e dor lombar ou abdominal de intensidade leve a moderada, que surgem usualmente de 30 a 
120 minutos depois de iniciada a transfusão.
• Reação alérgica: dividida em três estágios conforme a gravidade das manifestações clínicas:
— Reação leve: prurido, urticária, placas eritematosas.
— Reação moderada: edema de glote, edema de Quincke, broncoespasmo.
— Reação grave: choque anafilático.
• Reação por contaminação bacteriana: dor abdominal, febre, diarreia, náuseas, vômitos, hipotensão 
e choque.
• Sobrecarga volêmica: pode acometer pacientes cardiopatas, pacientes com anemias crônicas e 
muito intensas, pacientes idosos com insuficiência renal crônica e recém-nascidos.
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• Edema pulmonar não cardiogênico (Transfusion Related Lung Injury – Trali): lesão pulmonar 
aguda relacionada à transfusão. Pode ser moderada a grave e geralmente desenvolve-se de 
2 a 6 horas após a transfusão. Ocorre devido à transfusão de anticorpos anti-HLA classe I e 
II presentes no plasma do doador e/ou antígenos específicos granulocíticos. Esses anticorpos 
ligam-se aos antígenos dos leucócitos do receptor, desencadeando eventos imunológicos que 
aumentam a permeabilidade da microcirculação pulmonar e permitem a passagem de líquido 
para o alvéolo. É grave, apresenta dispneia intensa, hipoxemia, infiltrado pulmonar bilateral 
(pulmão branco), hipotensão e febre.
• Hemólise não imunológica: quando há hemólise por outras causas que não imunológicas 
como destacamos. Pode ocorrer quando: as hemácias são congeladas ou superaquecidas; 
há administração concomitante de medicações e/ou hidratação (soro glicosado); o sangue é 
administrado sob pressão (circulação extracorpórea), quando há manipulação violenta da bolsa 
de sangue, entre outras.
7.3.3.3 Procedimentos gerais, independentemente do tipo de reação
Para qualquer tipo de reação, após iniciada a administração de qualquer hemocomponente ou 
hemoderivado, deve-se proceder as seguintes orientações:
• Interromper a transfusão. Manter a extremidade do equipo protegida para não haver contaminação. 
Manter a veia permeável com a solução de hidratação da prescrição.
• Comunicar ao médico plantonista imediatamente.
• Verificar e registrar na prescrição médica os sinais vitais do paciente (pressão arterial, frequência 
cardíaca, frequência respiratória, temperatura axilar).
• Providenciar todos os medicamentos, materiais e equipamentos necessários para o atendimento 
emergencial, no caso de reação moderada ou grave.
• Registrar a reação no mapa transfusional e no livro de ocorrências da enfermagem. 
• Encaminhar todas as amostras, bolsas e pedidos de exames solicitados pelo médico.
• Realizar coleta de exames conforme protocolo institucional.
8 ÍNDICE DE GRAVIDADE EM UNIDADES CRÍTICAS
Os índices de gravidade surgiram no fim do século passado, com a finalidade de avaliar a eficiência 
e a qualidade do tratamento empregado aos pacientes críticos.
Por meio de uma linguagem uniforme, esses escores permitem estabelecer a gravidade da doença 
de pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), estabelecer um padrão de evolução de 
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pacientes semelhantes submetidos a tratamentos diversos, além de estimar a sobrevida, o tempo de 
internação e a utilização de recursos materiais, possibilitando avaliar o desempenho da unidade crítica.
A utilização de índices de gravidade é essencial aos enfermeiros que atuam em UTI, uma vez que 
auxilia a análise da qualidade da assistência prestada.
8.1 Unidade de terapia intensiva
Como parâmetro de classificação dos pacientes de UTI, a gravidade da doença tem sido um dos mais 
ressaltados por possibilitar:
• avaliação de custos/benefícios;
• avaliação de performance da UTI;
• possibilidade de critério para admissão e alta dos pacientes.
Os indicadores prognósticos foram idealizados como uma ferramenta de mensuração de gravidade 
de doença utilizando seus distúrbiosfisiológicos e comorbidades, a fim de estimar prognóstico, tempo 
de internação e uso de recursos materiais em pacientes gravemente enfermos. Independentemente de 
sua sensibilidade de desfechos, esses escores no raciocínio clínico são usados na tomada de condutas e, 
em alguns casos, como ferramenta de qualidade de serviço de UTI. Dentre todos os indicadores usados 
em UTI, os mais utilizados são:
• Nursing Activities Score (NAS).
• Sequential Organ Failure Assesssment (Sofa).
• Acute Physiology and Chronic Health Evaluation (Apache).
• Simplified Acute Physiologic Score (Saps).
• Therapeutic Intervention Score System (Tiss).
Para avaliar o desempenho de uma determinada UTI, é realizada a comparação entre probabilidade 
de óbito esperada e observada, considerando-se um bom desempenho se a mortalidade observada for 
menor que a esperada, e inadequado ou ruim se for maior. Além disso, os índices de gravidade precisam 
ser testados nas diferentes variáveis antes de serem utilizados, considerando sua acurácia, ou seja, sua 
calibração e discriminação.
Os índices prognósticos devem ser reavaliados ao longo do tempo à medida que os desfechos e as 
intervenções vão se modificando.
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Na área da enfermagem, o mais utilizado é o Nursing Activities Score (NAS). Essa ferramenta tem 
a finalidade de auxiliar na avaliação da adequação qualitativa e quantitativa dos recursos humanos 
de enfermagem com respeito à carga de trabalho. Têm-se realizado vários estudos para classificar os 
pacientes em relação às suas necessidades de enfermagem, bem como quantificar o tempo de assistência 
de enfermagem despendido.
8.1.1 Entendendo o Nursing Activities Score (NAS)
A aplicação do NAS é feita obedecendo aos itens que vamos descrever a seguir:
1. Monitorização e controles
 1a. Sinais vitais, cálculo e registro do balanço hídrico (4,5%). Aplica-se a pacientes que não 
necessitaram de mudanças frequentes no tratamento e que exigiram monitorização e controles 
de rotina ou “normal” de acordo com as horas estabelecidas na unidade, nas 24 horas.
 1b. Presença à beira do leito e observação contínua ou ativa por 2 horas ou mais em algum 
plantão por razões de segurança, gravidade ou terapia, tais como: ventilação mecânica não 
invasiva, desmame, agitação, confusão mental, posição prona, preparo e administração de fluidos 
ou medicação e auxílio em procedimentos específicos (12,1%).
 1c. Presença à beira do leito e observação contínua ou ativa por 4 horas ou mais em algum 
plantão por razões de segurança, gravidade ou terapia (19,6%). Aplica-se a pacientes que por 
razões de segurança, gravidade ou terapia, tiveram sua monitorização intensificada para “muito 
além do normal” de acordo com as horas estabelecidas na unidade, em pelo menos um plantão 
de 24 horas.
2. Investigações laboratoriais: bioquímicas e microbiológicas (4,3%). Aplica-se a pacientes 
submetidos a qualquer exame bioquímico ou microbiológico, independentemente da quantidade, 
realizados em laboratório ou à beira do leito, com a participação do profissional de enfermagem.
3. Medicação, exceto drogas vasoativas (5,6%). Inclui os pacientes que receberam qualquer 
tipo de medicamento, independentemente da via ou dose. Não se aplica neste item o soro de 
manutenção.
4. Procedimentos de higiene
 4a. Realização de procedimentos de higiene, tais como: curativo de feridas e cateteres intravasculares, 
troca de roupa de cama, higiene corporal do paciente em situações especiais (incontinência, vômito, 
queimaduras, feridas com secreção, curativos cirúrgicos complexos com irrigação) e procedimentos 
especiais (por exemplo, isolamento) (4,1%). Aplica-se ao paciente que foi submetido a qualquer 
um dos procedimentos de higiene descritos aqui, com frequência “normal” de acordo com as horas 
estabelecidas na unidade, em pelo menos um plantão nas 24 horas.
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 4b. Realização de procedimentos de higiene que durem mais do que 2 horas em algum plantão 
(16,5%). Aplica-se ao paciente que foi submetido a qualquer um dos procedimentos de higiene 
descritos no item 4a, com frequência “além do normal” de acordo com as horas estabelecidas na 
unidade, em pelo menos um plantão nas 24 horas.
 4c. Realização de procedimentos de higiene que durem mais do que 4 horas em algum plantão 
(20%). Aplica-se ao paciente que foi submetido a qualquer um dos procedimentos de higiene 
descritos no item 4a, com frequência “muito além do normal” de acordo com as horas estabelecidas 
na unidade, em pelo menos um plantão nas 24 horas. 
5. Cuidados com drenos. Todos (exceto sonda gástrica) (1,8%). Aplica-se a pacientes que estejam com 
qualquer sistema de drenagem instalado. Inclui sonda vesical de demora (SVD) e exclui sondas 
gástricas, nasoenterais, gastrostomias e outras.
6. Mobilização e posicionamento inclui procedimentos, como: mudança de decúbito, mobilização 
do paciente, transferência da cama para a cadeira e mobilização do paciente em equipe (por 
exmeplo: paciente imóvel, tração, posição prona).
 6a. Realização do(s) procedimento(s) até três vezes em 24 horas (5,5%). Aplica-se ao paciente 
submetido aos procedimentos de mobilização e posicionamento descritos, até três vezes em 
24 horas. 
 6b. Realização do(s) procedimento(s) mais do que três vezes em 24 horas ou com dois enfermeiros 
em qualquer frequência (12,4%). Aplica-se ao paciente submetido aos procedimentos de 
mobilização e posicionamento descritos no item 6, que tenham sido realizados mais do que três 
vezes em 24 horas ou com dois membros da equipe de enfermagem em pelo menos um plantão 
de 24 horas. 
 6c. Realização do(s) procedimento(s) com três ou mais enfermeiros em qualquer frequência (17%). 
Aplica-se ao paciente submetido aos procedimentos de mobilização e posicionamento descritos 
no item 6, que tenham sido realizados com três ou mais membros da equipe de enfermagem em 
qualquer frequência em pelo menos um plantão nas 24 horas.
7. Suporte e cuidados aos familiares e pacientes. Inclui procedimentos tais como: telefonemas, 
entrevistas e aconselhamentos. Frequentemente o suporte e cuidado, sejam aos familiares, sejam 
aos pacientes, permitem à equipe continuar com outras atividades de enfermagem (por exemplo, 
comunicação com os pacientes durante procedimentos de higiene ou comunicação com os 
familiares enquanto presentes à beira do leito observando o paciente).
 7a. Suporte e cuidado aos familiares e pacientes que requerem dedicação exclusiva por cerca 
de 1 hora em algum plantão, tais como: explicar condições clínicas, lidar com a dor e angústia 
e lidar com circunstâncias familiares difíceis (4%). Aplica-se ao paciente e à família que tenham 
recebido suporte emocional com dedicação exclusiva, com duração “normal” de acordo com as 
horas estabelecidas na unidade, em pelo menos um plantão nas 24 horas.
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 7b. Suporte e cuidados aos familiares e pacientes que requerem dedicação exclusiva por 3 horas ou 
mais em algum plantão, tais como: morte, circunstâncias especiais (por exemplo, grande número 
de familiares, problemas de linguagem e familiares hostis) (32%). Aplica-se ao paciente à que tenha 
recebido suporte emocional com dedicação exclusiva, com duração “além do normal” de acordo com 
as horas estabelecidas na unidade, em pelo menos um plantão nas 24 horas.
8. Tarefas Administrativas e gerenciais
 8a. Realização de tarefas de rotina, tais como: processamento de dados clínicos, solicitação de 
exames e troca de informações profissionais (por exemplo, passagem de plantão e visitas clínicas) 
(4,2%). Inclui qualquer tarefa administrativa e gerencial relacionadaao paciente, que teve duração 
“normal”, de acordo com as horas estabelecidas na unidade.
 8b. Realização de tarefas administrativas e gerenciais que requerem dedicação integral por 
cerca de 2 horas em algum plantão, tais como: atividades de pesquisa, aplicação de protocolos, 
procedimentos de admissão e alta (23,2%). Inclui qualquer tarefa administrativa e gerencial 
relacionada ao paciente, que teve duração “além do normal”, de acordo com as horas estabelecidas 
na unidade.
 8c. Realização de tarefas administrativas e gerenciais que requerem dedicação integral por cerca 
de 4 horas ou mais de tempo em algum plantão, tais como: morte e procedimentos de doação 
de órgãos, coordenação com outras disciplinas (30%). Inclui qualquer tarefa administrativa e 
gerencial relacionada ao paciente, que teve duração “muito além do normal”, de acordo com as 
horas estabelecidas na unidade.
9. Suporte respiratório. Qualquer forma de ventilação mecânica/ventilação assistida com ou sem 
pressão expiratória final positiva, com ou sem relaxantes musculares; respiração espontânea 
com ou sem pressão expiratória final positiva (CPAP ou Bipap), com ou sem tubo endotraqueal; 
oxigênio suplementar por qualquer método (1,4%). Aplica-se ao paciente em uso de qualquer 
suporte ventilatório (cateter nasal de O2, intubação orotraqueal, macronebulização, máscara de 
Venturi, ventilação mecânica não invasiva e outros).
10. Cuidado com vias aéreas artificiais. Tubo endotraqueal ou cânula de traqueostomia (1,8%). 
Aplica-se ao paciente em uso de tubo orotraqueal, nasotraqueal ou traqueostomia.
11. Tratamento para melhora da função pulmonar. Fisioterapia torácica, espirometria estimulada, 
terapia inalatória e aspiração endotraqueal (4,4%). Aplica-se ao paciente que tenha recebido 
qualquer tratamento para melhora da função pulmonar, realizado em qualquer frequência, pela 
equipe de enfermagem.
12. Medicação vasoativa, independentemente do tipo e dose (1,2%). Aplica-se ao paciente que 
tenha recebido qualquer medicação vasoativa, independentemente do tipo e dose.
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13. Reposição intravenosa de grandes perdas de fluidos. Administração de 
fluidos > 3l/m2/dia, independentemente do tipo de fluido administrado (2,5%). 
Aplica-se a paciente que tenha recebido quantidade maior do que 4,5 litros de solução 
por dia, independentemente do tipo de fluido administrado.
14. Monitorização do átrio esquerdo. Cateter de artéria pulmonar com ou sem medida do débito 
cardíaco (1,7%). Aplica-se ao paciente que tenha usado cateter em artéria pulmonar.
15. Reanimação cardiorrespiratória nas últimas 24 horas (excluído soco precordial) 
(7,1%). Aplica-se ao paciente que tenha tido PCR e recebido medidas de reanimação, 
excluindo soco precordial.
16. Técnicas de hemofiltração. Técnicas dialíticas (7,7%). Aplica-se ao paciente que tenha recebido 
qualquer tipo de procedimento dialítico, intermitente ou contínuo.
17. Medida quantitativa do débito urinário (por exemplo, por sonda vesical de demora) (7,0%). 
Aplica-se ao paciente com controle de diurese, com ou sem qualquer tipo de cateter urinário.
18. Medida da pressão intracraniana (1,6%). Aplica-se ao paciente que foi submetido à 
monitorização da PIC.
19. Tratamento da acidose/alcalose metabólica (1,3%). Aplica-se ao paciente que recebeu droga 
específica para correção de acidose ou alcalose metabólica, excluindo-se a reposição volêmica 
para corrigir alcalose (bicarbonato de sódio, TAM, cloreto de amônia, diamox e outros).
20. Nutrição parenteral total (2,8%). Aplica-se ao paciente que recebeu infusão venosa central 
ou periférica de substâncias com a finalidade de suprir as necessidades nutricionais.
21. Alimentação enteral por sonda gástrica ou outra via gastrointestinal (por exemplo, 
jejunostomia) (1,3%). Aplica-se ao paciente que recebeu substâncias com a finalidade de suprir 
as necessidades nutricionais, através de sonda, por qualquer via do trato gastrointestinal.
22. Intervenção(ões) específica(s) na unidade de terapia intensiva. Intubação endotraqueal, 
inserção de marca-passo, cardioversão, endoscopias, cirurgia de emergência, lavagem gástrica e 
outras nas últimas 24 horas. Não estão incluídas intervenções de rotina sem consequências diretas 
para as condições clínicas do paciente, tais como: radiografias, ecografias, eletrocardiograma, 
curativos ou inserção de cateteres venosos ou arteriais (2,8%). Aplica-se ao paciente submetido 
a qualquer intervenção diagnóstica ou terapêutica, listada aqui, dentro da UTI. Procedimentos 
específicos realizados na unidade que requerem a atuação ativa da equipe de enfermagem podem 
ser considerados neste item.
23. Intervenções específicas fora da unidade de terapia intensiva (1,9%). Aplica-se ao paciente 
submetido a uma ou mais intervenções diagnósticas ou terapêuticas realizadas fora da UTI.
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Após a abordagem dos itens destacados, observa-se que cada um possui uma pontuação. Portanto, 
o escore atribuído a um paciente resulta da soma das pontuações dos itens que correspondem às 
necessidades de assistência direta e indireta dos pacientes. Esse escore representa quanto tempo de um 
profissional de enfermagem o paciente requereu nas últimas 24 horas. Assim, se a pontuação for 100, 
interpreta-se que o paciente requereu 100% do tempo de um profissional de enfermagem no seu cuidado 
nas últimas 24 horas. Sendo assim, é um importante instrumento para o enfermeiro de terapia intensiva. 
8.2 Pronto‑socorro
Os serviços de urgência e emergência constituem importante componente da assistência à saúde no 
Brasil. Nos últimos anos, houve crescimento da demanda por atendimentos de urgência e emergência 
devido, principalmente, ao aumento no número de acidentes e violência urbana. 
A realidade da superlotação dos prontos-socorros brasileiros é agravada por problemas organizacionais, 
como o atendimento por ordem de chegada, sem estabelecimento de critérios clínicos, o que pode 
acarretar graves prejuízos aos pacientes.
Ciente dos problemas existentes na atenção às urgências, o Ministério da Saúde lançou, em 2004, 
a cartilha da Política Nacional de Humanização (PNH), na qual aponta o acolhimento com avaliação e 
classificação de risco como dispositivo de mudança no trabalho da atenção e produção de saúde, em 
especial nos serviços de urgência. 
A classificação de risco é processo dinâmico de identificação de pacientes que necessitam de 
tratamento imediato, de acordo com o potencial de risco, os agravos à saúde ou o grau de sofrimento, 
devendo o atendimento ser priorizado de acordo com a gravidade clínica do paciente, e não com a 
ordem de chegada ao serviço.
O enfermeiro tem sido o profissional indicado para avaliar e classificar o risco dos pacientes que 
procuram os serviços de urgência, devendo ser orientado por um protocolo direcionador. De forma geral, 
tem sido recomendada a utilização de escalas/protocolos que estratifiquem o risco em cinco níveis, por 
apresentarem maior fidedignidade, validade e confiabilidade na avaliação do estado clínico do paciente. 
O Ministério da Saúde, atualmente, tem buscado padronizar o processo de acolhimento com 
classificação de risco por meio da adoção de medidas que uniformizem esse processo, em todo o 
território nacional.
Os critérios de classificação do risco clínico dos pacientes, estabelecidos pelo protocolo de 
Manchester, incluem os níveis de prioridade e cor atribuída, o tempo de espera para o atendimento 
médico, a reavaliação de enfermagem e o método de avaliação da queixa principal, estratificando o risco 
em cinco níveis distintos e que têm sido referidos por cores para facilitar a visualização. 
Sabe-se que o protocolo de Manchester é o protocolo utilizado em muitos países para classificar o 
riscode pacientes que procuram os serviços de urgência e emergência. 
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8.2.1 Protocolo de Manchester
O protocolo de Manchester teve origem na Inglaterra, na cidade de Manchester. No Brasil, foi utilizado 
pela primeira vez em 2008, no estado de Minas Gerais, como estratégia para reduzir a superlotação nas 
portas dos prontos-socorros e hospitais. 
O programa recebeu esse nome porque foi aplicado pela primeira vez em 1997 na cidade britânica de 
Manchester. A triagem foi rapidamente implementada em vários hospitais do Reino Unido. Em Portugal, 
são poucos os hospitais que ainda não utilizam esse sistema, que já está sendo empregado em outros 
países da Europa, como Espanha, Holanda, Alemanha e Suécia.
A implantação da triagem também é vantajosa para o paciente, pois, submetido a essa metodologia 
de classificação de risco, está certamente assegurado de que não correrá risco de vida, além de que o 
tempo de atendimento será determinante para uma melhor recuperação e intervenções mais assertivas 
para a queixa que o motivou à procura do serviço.
O protocolo de Manchester classifica, após uma triagem baseada nos sintomas, os doentes por cores 
que representam o grau de gravidade e o tempo de espera recomendado para atendimento. Aos doentes 
com patologias mais graves é atribuída a cor vermelha, atendimento imediato; os casos muito urgentes 
recebem a cor laranja, com um tempo de espera recomendado de dez minutos; os casos urgentes, com 
a cor amarela, têm um tempo de espera recomendado de 60 minutos. Os doentes que recebem a cor 
verde e azul são casos de menor gravidade (pouco ou não urgentes), que, como tal, devem ser atendidos 
no espaço de duas e quatro horas.
A classificação de risco é realizada com base em protocolo adotado pela instituição de saúde, 
normalmente representado por cores que indicam a prioridade clínica de cada paciente. Para tanto, 
algumas condições e parâmetros clínicos devem ser verificados.
A classificação de risco deve ser executada por um profissional de nível superior, que 
geralmente é o enfermeiro, que tenha uma boa capacidade de comunicação, agilidade, ética e um 
bom conhecimento clínico.
O paciente que chega à unidade é atendido prontamente pelo enfermeiro, que fará uma breve 
avaliação do quadro clínico do paciente utilizando o protocolo de Manchester. Em seguida, o 
paciente é encaminhado para o local de atendimento. A classificação é feita a partir das queixas, 
sinais, sintomas, sinais vitais, saturação de O
2, escala de dor, glicemia, entre outros. Após essa 
avaliação, os pacientes são identificados com pulseiras de cores correspondentes a um dos seis 
níveis estabelecido pelo sistema.
A cor vermelha (emergente) tem atendimento imediato; a laranja (muito urgente) prevê atendimento 
em dez minutos; o amarelo (urgente), 60 minutos; o verde (pouco urgente), 120 minutos; e o azul (não 
urgente), 240 minutos.
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0 minutos
Em até 10 
minutos
Em até 50 
minutos
Em até 120 
minutos
Em até 120 
minutos
EMERGÊNCIA
MUITO URGENTE
URGENTE
POUCO URGENTE
NÃO URGENTE
Caso gravíssimo, com necessidade de 
atendimento imediato - Risco de morte.
Caso grave, com necessidade de atendimento 
em até 10 minutos - Risco significativo.
Caso de gravidade moderada, com necessidade 
de atendimento - Sem risco imediato.
Caso para atendimento preferencial - Atenção primária.
Caso para atendimento na Unidade de Saúde - Poderá 
aguardar atendimento.
Figura 33 – Protocolo de Manchester definido por cores e tempo de atendimento
 Saiba mais
Sobre Nursing Activities Score (NAS) e proposta para aplicação prática 
em unidade de terapia intensiva, leia:
CASTRO, M. C. N. et al. Aplicativo informatizado com o nursing 
activities score: instrumento para gerenciamento da assistência em 
unidade de terapia intensiva. Texto Contexto Enferm., Florianópolis, v. 18, 
n. 3, p. 577-85, jul./set. 2009. Disponível em: <https://www.researchgate.
net/publication/41805116_Aplicativo_informatizado_com_o_nursing_
activities_score_instrumento_para_gerenciamento_da_assistencia_em_
unidade_de_terapia_intensiva.>. Acesso em: 8 ago. 2017.
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Unidade IV
 Resumo
Nesta unidade foram apresentadas as principais afecções do sistema 
gastrointestinal, como hemorragia digestiva, pancreatite e peritonite, todas 
elas com cuidados específicos de enfermagem e com riscos de choque 
hipovolêmico e/ou séptico, podendo levar ao óbito do paciente. 
As afecções do sistema endócrino foram ressaltadas: diabetes insípidus, 
que consiste em um distúrbio de controle da água no organismo, no 
qual os rins não conseguem reter adequadamente a água que é filtrada. 
Os sinais e sintomas são parecidos com a diabetes melito, também com 
riscos das diversas complicações como cetoacidose diabética e síndrome 
hiperosmolar não cetótica. 
Para as afecções do sistema hematológico, ressaltamos os diferentes 
tipos de anemia, leucemia e os cuidados com reações transfusionais. Os 
cuidados são de suma importância para o enfermeiro, a fim de orientar 
a equipe e direcionar as condutas devido às diversas complicações para o 
paciente, podendo levar à morte. 
Finalizando a unidade, foram abordados os índices de gravidade mais 
utilizados em unidades criticas (Saps II e NAS), buscando colaborar com o 
enfermeiro na gestão da assistência, avaliação do paciente e gerenciamento 
do dimensionamento de pessoal.
 Exercícios
Questão 1. (TRE/PR 2012) Trabalhador chega ao ambulatório do Tribunal apresentando sudorese, 
tremores e cefaleia, referindo ser portador de diabetes tipo 1 e usuário de insulina. Nessa condição, o 
profissional de enfermagem deve, prioritariamente, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes:
A) Administrar 20 mL de glicose a 50%, por via endovenosa.
B) Oferecer meio copo de refrigerante ou de suco de fruta adoçado.
C) Verificar a glicemia capilar.
D) Administrar a dose de insulina que o trabalhador utiliza diariamente.
E) Coletar sangue e enviar imediatamente para análise laboratorial, em instituição conveniada.
Resposta correta: alternativa C. 
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ATENÇÃO À SAÚDE DA PESSOA E FAMÍLIA EM SITUAÇÃO DE RISCO
Análise das alternativas 
A) Alternativa incorreta. 
Justificativa: uma das coisas mais importantes é controlar o nível de glicose no sangue, para evitar 
complicações. A medição pode ser feita por meio de um monitor de glicemia ou por meio de bombas de 
insulina. O paciente deverá receber injeção de insulina. 
B) Alternativa incorreta. 
Justificativa: é preciso evitar alimentos com açúcares. O aumento glicêmico no sangue pode agravar 
o quadro clínico do paciente. 
C) Alternativa correta. 
Justificativa: os testes de monitoramento da glicemia são os testes que servem para acompanhar os 
níveis de glicose no sangue ao longo do tempo, por exemplo, o teste da hemoglobina glicada (HbA1c), 
a monitorização contínua da glicose (CGMS – Continuous Glucose Monitoring System) e o teste de 
glicemia capilar ou teste de ponta de dedo.
D) Alternativa incorreta. 
Justificativa: deve-se administrar a dose de insulina necessária para o momento para tirar o paciente 
do quadro apresentado de tremor, cefaleia e sudorese.
E) Alternativa incorreta. 
Justificativa: fazer teste de ponta de dedo ou glicemia capilar. É o teste mais comumente usado para 
o monitoramento da glicemia. É feito com a utilização de tiras diagnósticas e do glicosímetro. Esse teste 
mostra o valor imediato da glicemia, é como se fosse uma “fotografia” daquele momento.
Questão 2. (Biorio 2014) A doença falciforme é uma alteração genética caracterizada

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