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Análise do livro A Luta pelo Direito

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Comentários acerca do debate sobre o livro “A Luta pelo Direito”. 
Disciplina Ciência Política 
Discente: Carol Fockink Paranhos 
Docente: Ph. D. Jalusa Prestes Abaide 
O livro “A Luta pelo Direito” escrito pelo jurista alemão Rudolf Von Ihering, nasceu após um 
discurso de Ihering na sociedade jurídica de Viena, onde ele defendia que somente através da 
luta pelo direito alcançaremos a paz. 
A obra em si é objetiva, clara e destina-se não somente aos operadores do direito, mas como 
também, à toda a sociedade, uma vez que ao ler o livro percebe-se que, apesar de ter sido 
desenvolvido em 1872, ele é muito atual, podendo ser usado no nosso dia a dia seja lutando 
por pequenas ou grandes causas, já que o direito que nos cabe é dever do Estado. 
O autor ainda alerta sobre aqueles que não se importam em ver seus direitos serem violados e 
estes são criticados por Ihering, ele afirma que aqueles que deixam seus direitos serem 
lançados sob os pés de outros não pode, ao menos, reclamar daqueles que o pisam. 
Dentro dessa perspectiva, Ihering considera a lei um campo de batalha, sendo que as leis 
foram estabelecidas, até então, por meio da luta. Acontece que a maioria dos homens vêem as 
leis como condição de paz e de ordem, a partir disso surge mais uma crítica do ponto de vista 
do autor, já que a nossa lei está muito mais atarefada com a balança do que com a espada da 
justiça, significa dizer que estamos inseridos em um direito que sabemos que possuímos, o 
qual não aplicamos. Este, pelo que se percebe, é o real assunto da obra: a batalha pelo direito, 
e esta é o produto da violação do direito de alguém. 
É imprescindível destacar, também que o autor acredita que vale muito mais o sentimento de 
injustiça do que o valor, porque o que está em jogo, na realidade, é o caráter e a conduta do 
indivíduo em prol dos seus interesses. O processo, nessa situação, extrapola interesses 
financeiros e torna-se uma questão de honra e personalidade. 
A ideia central do livro se fundamenta na busca do que almejamos a qualquer modo e custo 
alcançar, a paz. Será mesmo que um dia a alcançaremos? A resposta se encontra ao decorrer 
dos capítulos dessa obra, Rudolf Ihering nos responde de forma simplória que sim, pode-se 
alcançar, mas através da luta, do suor e do árduo trabalho que cada um deve exercer na sua 
vida em sociedade. Cabe a nós, somente, mudar para alcançar os nossos direitos e 
encontraremos na paz o gosto da vitória. 
Na continuação dos seus escritos, Ihering ainda comenta acerca da doutrina de Savigny e 
Puchta, referente à origem do direito. Segundo a doutrina, “ Não é necessário lutar: até 
mesmo inútil a investigação, porque essa força da verdade que ocultamente age na vida, 
avança com passo lento, porém firme, e sem violentos esforços [...]” ( p. 24). Além disso, os 
autores defendem que o direito é construído de maneira espontânea através da história . Em 
contrapartida, o jurista Ihering discorda intensamente desse posicionamento, uma vez que ele 
acredita que o direito é construído através das revoluções dos povos. 
Acerca do direito subjetivo, o autor considera a existência humana como parte do direito, uma 
vez que o indivíduo é em si o próprio direito. Ihering define direito subjetivo como “ transfusão 
da regra abstrata no direito concreto da pessoa interessada”, reforçando, mais uma vez, uma 
perspectiva da batalha diária que pretende nos garantir benefícios e interesses inerentes aos 
indivíduos e que, incessantemente, deve-se buscar. 
Na visão do autor, o direito concreto só pode ser devidamente efetivado quando, em sua 
conjectura, estiver presente o direito abstrato. Como exemplo pode-se citar a fala do autor: “ 
Um direito concreto não pode originar-se senão da reunião das condições que o princípio do 
direito abstrato liga à sua existência.” (p. 39) Desse modo, o direito concreto, que se refere às 
garantias pertencentes aos indivíduos, necessita da regra jurídica abstrata para ser garantido e 
efetivado. 
Por fim é válido destacar que o dever de todos nós que possuímos direitos legais é resistir para 
que a lei se afirme. O autor defende que é de extrema importância que busquemos e lutemos, 
já que o direito é uma garantia para todos os cidadãos, quem defender o seu direito, defende, 
pois, toda a esfera do direito, germinando as consequências da sua justiça para todos os 
demais indivíduos que compõem a sociedade. Ihering ainda alertava que a justiça no direito é 
assim, se não a acionarmos, esta cairá em desuso. Agora, se todos colaborarem em favor da 
execução das leis, essas se afirmarão.

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