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Filosofia e Ética: Reflexões sobre a Moral e a Liberdade

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Filosofia e Ética
Aula 10
Prof. Luiz Cláudio Deulefeu
Rio de Janeiro, 30 de abril de 2011
Nessa nossa décima aula tele transmitida da disciplina de Filosofia e Ética vamos juntos estudar :
 O Resumo das principais idéias apresentadas na disciplina a partir de uma revisão dos tópicos da disciplina e de uma bateria de questões discursivas. 
Aula 10
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A ética é disciplina filosófica que busca refletir sobre os sistemas morais elaborados pelos homens, tentando compreender a fundamentação das normas e das interdições peculiares de cada sistema social e cultural. Enquanto que a moral é o conjunto de normas que orientam o comportamento humano com base em valores próprios tendo em vista certa sociedade e esta varia no espaço e no tempo e constrói e moralidade bem como a sua cultura e identidade.
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A moral traça princípios para que o homem consiga ter uma ação moralmente correta. Ser ou não ser justo, quais valores devem nortear minha existência; Qual é a escala de valores que tenho e qual tipo de se humano devo ser nas relações comigo e com os outros; são ponderações características do campo moral. A ética é estudo sistematizado das diversas morais, onde se explicita seus pressupostos, seus objetivos e valores que sustentam determinada moral. É disciplina teórica sobre a prática humana que se traduz no comportamento moral. 
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As reflexões éticas não se limitam apenas ao teórico sobre os valores humanos cuja origem e desenvolvimento suscitam questões de caráter sociológico, antropológico, religioso e, sobretudo cultural. Também possui a ética, preocupações práticas e objetivas e se orienta no sentido de unir o saber ao fazer. A ética enquanto filosofia prática busca aplicar o conhecimento sobre o ser para construir aquilo que deve ser. E para tanto, se torna indispensável uma grande dose de conhecimento teórico. 
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Somente quando somos livres tornamo-nos responsáveis pelo que praticamos. È a responsabilidade que pode ser julgada pela consciência moral do próprio indivíduo e pelo seu grupo social. Filosoficamente a questão da liberdade é bastante complexa e pode suscitar basicamente três posicionamentos diferentes.
O primeiro é o do determinismo absoluto no qual a liberdade não existe e o homem é fruto do meio, é determinado seja por sua natureza biológica ou por sua natureza histórica-social. 
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O segundo posicionamento é o da liberdade absoluta que pontifica que o homem é sempre livre. Embora seus defensores admitam certas determinações e influências de origem externa, sociais e outras de caráter interno tais como desejos, impulsos sustentando a tese de que o indivíduo possui uma liberdade moral acima de tais determinações. Assim apesar de todos os fatores subjetivos e sociais sobre o indivíduo, este sempre possui a possibilidade de escolha e pode agir livremente se ". 
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O terceiro posicionamento é o que exprime uma relação dialética entre a liberdade e o determinismo que não se antagonizam e apenas se complementam. Não faz sentido cogitar em liberdade absoluta e nem na negação total da mesma. A liberdade é concreta e situada dentro das condições objetivas da vida. Podemos sempre atuar no sentido de aumentar nossas possibilidades de escolha, e isso será eficiente na medida em que for maior a nossa consciência a respeito desses valores. É a concepção encontrada nos pensamentos de Spinoza, Hegel e Marx. Que apesar de enfoques diferentes, enxergam a liberdade como compreensão da necessidade dos determinismos. 
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Com o Renascimento houve uma retomada do humanismo que voltou a reflexão ética para a autonomia humana. No Iluminismo os filósofos passam a defender que a moral deve ser fundamentada não em valores religiosos e sim na compreensão sobre a natureza humana. A concepção mais expressiva é a natureza racional que encontra em Kant. Os pensadores contemporâneos reagiram ao formalismo da ética kantiana posto que postulava o dever como norma universal, sem se preocupar com a condição individual na qual cada um se encontra diante desse dever. 
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Kant nos forneceu a forma da ação moralmente correta, mas não diz nada a respeito de seu conteúdo. Hegel critica Kant, pois considera a moral como mera questão pessoal, íntima e subjetiva, na qual o sujeito tem que se decidir entre suas inclinações e sua razão. Assim a moralidade assume conteúdos diferenciados ao longo da história das sociedades humanas, e a vontade individual seria apenas um dos elementos da vida ética de uma sociedade em seu conjunto. A insuficiência kantiana quanto ao quanto conteúdo da ação moralmente correta e a crítica hegeliana é uma conquista definitiva na relação ética contemporânea. 
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Kierkergaard foi um crítico de Hegel, enfatizando a subjetividade como algo irredutível à sistematização racional. Além de inspirar a corrente existencialista, tal filósofo influenciou a psicanálise.(ler também o ensaio "O romântico Kierkergaard" da mesma autora). A concepção ética passou a enxerga à ação moral ao reconhecer a existência de uma esfera inconsciente que determina, em grande parte, as ações humanas. A recusa ao absolutismo da razão e o reconhecimento do aspecto irracional presente no homem. 
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Nietzsche criticou o racionalismo ético que era repressor bem como sua moral racionalista que entrava o pleno desenvolvimento da liberdade. È mordaz crítico da moralidade cristã-ocidental e a identifica com a moral dos rebanhos. As noções de pecado, de culpa e inferno são apenas formas de dominação de força vital individual.Nietzsche encaminhou sua reflexão de forma radical para o questionamento da própria moral como elemento regulador da vida social, o que não existe em Kierkergaard ou nos existencialistas. 
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Sigmund Freud também reconheceu o aspecto repressivo da moral, mas não questionou a necessidade da moral como instância reguladora, pois sem esta, a própria civilização humana estaria em grave risco. 
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Já para Marx, o homem não é nem essência e nem um "recipiente" no qual o Espírito se manifesta e, sim, um indivíduo que se forma e se constitui no interior das relações sociais nas quais está inserido e vive. Marx não sendo inédito declara explicitamente que o homem é um ser social. Em face de multiplicidade de valores e códigos morais, alguns filósofos defendem a teoria do relativismo ético que afirma não existir uma só base objetiva e universal sobre a qual se possa erguer um sistema moral único, válido para todos os homens. 
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Bertrand Russel enunciou que o grande fim da ética seria "produzir desejos harmoniosos em vez de desejos discordantes". A felicidade segundo Russel só é possível como combate aos medos irracionais, a todos preconceitos cunhados pela ignorância e a dissolução dos fanatismos em conflitos (políticos e religiosos). 
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A ética que se desenvolveu a partir da análise da linguagem teve em Jurgen Habermas um de seus maiores representantes. Desenvolve elementos de uma ética discursiva fundada no diálogo e no consenso entre os sujeitos. O que se busca no diálogo é a razão que, tendo sido reconhecida pelos participantes do diálogo, que serviria de base última para a ação moral. 
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O conceito de razão em Habermas (é a razão comunicativa) que é inacabada, mas se constrói a partir da argumentação. È uma razão interpessoal e não mais subjetiva; é uma razão processual, não definitiva e não acabada. É necessário o diálogo livre, sem constrangimentos assim a ética de Habermas é uma aposta na linguagem e na capacidade de entendimento entre as pessoas na busca da ética universal baseada em valores válidos e aceitos por consenso. 
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Agora veremos uma bateria de questões discursivas:
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Os filósofos modernos partem de uma concepção universalista do homem, afirmando que este só age moralmente quando, pela sua livre vontade, determina as suas ações com a intenção de respeitar os princípios que reconheceu como bons. O que os motiva? Quais as consequências disso?
 
Gabarito: Os motiva é o puro dever de cumprir aquilo que racionalmente
estabeleceu sem considerar as suas consequências. A moral assume assim, um conteúdo puramente formal, isto é, não nos diz o que devemos fazer (conteúdo da ação), mas apenas o princípio (forma) que devemos seguir para que a ação seja considerada boa. As ações morais são avaliadas em função das consequências morais que originam tanto para quem as pratica como também para quem sofre os efeitos da ação moral de outro. 
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2- Na filosofia contemporânea sucederam-se as teorias que denunciaram o caráter repressivo da moral, estando muitas vezes ao serviço das classes dominantes ou dos fracos. Quais tipos de mudanças ocorrem? Que temas aparecem como temas éticos? Há a emergência de uma disciplina que dê conta dessas questões, qual será o seu nome?
 
Gabarito: As profundas transformações sociais, culturais e científicas das nossas sociedades colocaram novos problemas éticos, nomeadamente em domínios como a tecnociência (clonagem, manipulação genética, eutanásia,etc). Bioética. 
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3- Quem foram os primeiros filósofos? Disserte sobre uma das características apontadas pelo texto que operaram uma mudança radical na postura do homem diante do mundo.
 
Gabarito: Os primeiros filósofos foram assim denominados pela tradição como pré-socráticos e tinham em comum a preocupação cosmológica. O novo pensamento possui características centrais que rompem com a tradição mítica, tais como: a physis, a causalidade, o logos(a razão). 
 
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4- Em que sentido e por que razões pode-se dizer que o pensamento filosófico-científico rompe com o pensamento mítico no contexto da Grécia antiga por volta do séc. VI a. C?
Gabarito: A ruptura entre essas duas formas de pensamento é uma resultante de transformações na sociedade grega da época, que se seculariza, tornando-se importante pólo comercial. A idéia de que as leis necessárias e universais da Natureza podem ser plenamente conhecidas pelo nosso pensamento. Tendência à racionalidade, isto é, a razão e somente a razão, com seus princípios e regras, é o critério da explicação de alguma coisa. 
 
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5- Para Aristóteles, a filosofia nasce do assombro que sentimos diante do mundo. O que é a filosofia? Dê três definições que a complementem.
 Gabarito: A filosofia é um pensar racional sobre os acontecimentos e que busca ir além das suas aparências, o filósofo pode pensar a ciência, os valores morais, pode pensar a religião, a arte e o próprio homem em sua vida cotidiana, incluindo sua própria postura ética. 
É a possibilidade de transcendência humana, ou seja, a capacidade que o homem tem de superar a sua imanência (que significa a situação dada e não escolhida). 
Cabe a ela fazer a investigação dos fundamentos do conhecimento e da ação humana, refletindo, o filósofo reflete sobre a condição humana atual e sobre que tipo de homem é desejável no futuro, por isso reflete sobre a escola, para saber que tipo de homem essa escola está formando, se um ser criativo, político e participante ou um ser conformado com o status quo ou a Filosofia vai além da realidade como ela se apresenta, procurando entender os problemas profundamente, para depois propor alternativas de mudanças. 
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6- A confusão que acontece entre as palavras Moral e Ética existe há muitos séculos. A própria etimologia destes termos gera confusão, sendo que Ética vem do grego “ethos” que significa modo de ser, e Moral tem sua origem no latim, que vem de “mores”, significando costumes. Porém é importante fazer diferenciar os dois conceitos. Defina os conceitos de Moral e Ética.
Gabarito: O conceito de moral diz respeito ao conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A moral é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais. Por sua vez o conceito de ética se refere ao ponto de vista da Filosofia, pois a Ética é uma ciência prática que examina e estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos ou a Ética é uma disciplina filosófica que reflete sobre os valores morais.
 
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7- Para que filosofia? - as evidências do cotidiano e a atitude filosófica. Em nossa vida cotidiana, afirmamos, negamos, desejamos, aceitamos ou recusamos coisas, pessoas, situações. Fazemos afirmações como "onde há fumaça, há fogo", ou "não saia na chuva para não se resfriar". Avaliamos coisas e pessoas, dizendo, por exemplo, "esta casa é mais bonita do que a outra" e "Maria está mais jovem do que Glorinha". Em uma disputa, quando os ânimos estão exaltados, um dos contendores pode gritar ao outro: Mentiroso! Eu estava lá e não foi isso o que aconteceu, e alguém, querendo acalmar a briga, pode dizer: "Vamos ser objetivos, cada um diga o que viu e vamos nos entender". E se, em vez de afirmarmos que gostamos de alguém porque possui as mesmas idéias, os mesmos gostos, as mesmas preferências e os mesmos valores, preferíssemos analisar: O que é um valor? O que é um valor moral? O que é um valor artístico? O que é a moral? O que é a vontade? O que é a liberdade? Como se poderiam melhor entender e ensinar essas questões filosóficas?(Marilena Chauí. Filosofia. Série Novo Ensino Médio. São Paulo: Ática, 2002, p. 7-9 com adaptações). 
E, se perguntássemos o que é cultura e o que ela tem haver com a questão moral?
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Gabarito: Nossos sentimentos, nossas condutas, nossas ações e nossos comportamentos são modelados pelas condições em que vivemos (família, classe e grupo social, escola, religião, trabalho, circunstâncias políticas, etc.), e pelos costumes de nossa sociedade. De fato a Moral é o conjunto de normas que regulam as condutas dos homens em sua vida social, essas normas são adquiridas pela vivência da cultura através de uma educação, da tradição e no cotidiano. A ética são discursos morais, bem como critérios de escolha para valorar e padronizar as condutas. Estes estão disseminados na família, empresa e sociedade.
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8- Podemos constatar que a moral possui um caráter histórico e social, isso quer dizer que ela, a moral, vai variar conforme as diferentes épocas e conforme as diferentes sociedades nas quais ocorre como fenômeno. Assim sendo, explique como o caráter histórico e social da moral será vivido pelo indivíduo no seu foro íntimo.
Gabarito: Como cada indivíduo ao inserir-se na vida social guia sua conduta por princípios morais, cada indivíduo se submete a esses princípios que se expressam por meio de valores ou normas morais. Os indivíduos não possuem a capacidade, de sozinhos, transformarem os princípios morais, nem tampouco os valores ou normas morais sem contar com a adesão de outros indivíduos. Portanto, por conta da sujeição do indivíduo ao fenômeno moral que as normas elaboradas pela comunidade se manifestam com clareza comprovando o caráter social e histórico da moral. 
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9- O fenômeno moral tem caráter histórico e social, já que os indivíduos se submetem aos princípios, normas ou valores, que foram socialmente estabelecidos e que normatizam aquelas condutas e que podem acarretar conseqüências para os demais membros do corpo social. Por que? Cite três conseqüências diretas desse fenômeno.
Gabarito: A moral tem uma função social que se baseia na ordenação regulada das relações entre os homens com o intuito de sustentar ou transformar uma determinada ordem social, preservando a sociedade, bem como a integridade de um grupo social. A moral faz com que os indivíduos se mantenham harmonizados em suas condutas através da conjugação dos seus interesses pessoais com os interesses da coletividade. Da mesma forma as transformações do fenômeno moral suscitam necessariamente a adesão de demais membros do corpo social aquela nova conduta proposta para que essa nova conduta possa ser estabelecida como uma conduta aprovada socialmente pelos demais, formatando assim novos princípios, valores ou interesses morais que passam a ser considerados como legítimos. 
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10- A moral pode ser compreendida como tendo duas faces, a primeira é a da esfera teórica da moral que se constitui dos princípios, dos valores e das normas,
essa dimensão seria o plano normativo da moral. Entretanto a moral possui também a dimensão factual, na qual se encontram os atos humanos, as condutas humanas, essa é a esfera do ato moral propriamente dito, é o conjunto dos atos morais humanos. Quais são os elementos de um ato moral. Cite os três elementos que compõe o ato moral.
Gabarito: O ato moral pressupõe que o sujeito que o pratica seja dotado de consciência moral, ou seja, que ele seja capaz de internalizar as normas estabelecidas pela comunidade e de se comportar de acordo com elas. Um ato pode ser considerado um ato moral quando atende a diversos requisitos ou elementos: motivo, fim, meios, resultados, e conseqüências objetivas. 
O ato moral é determinado por pertencer a uma comunidade humana, historicamente determinada e só pode ser qualificado em relação ao código moral que naquela sociedade vigora. 
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11- O ato moral pressupõe que o sujeito que o pratica seja dotado de consciência moral, ou seja, que ele seja capaz de internalizar as normas estabelecidas pela comunidade e de se comportar de acordo com elas. Um ato pode ser considerado um ato moral quando atende a diversos requisitos ou elementos: motivo, fim, meios, resultados, e conseqüências objetivas. O ato moral é determinado por pertencer a uma comunidade humana, historicamente determinada e só pode ser qualificado em relação ao código moral que naquela sociedade vigora. Defina a moral e explique as duas faces que compõe a moral.
 
Gabarito: O conceito de moral diz respeito ao conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A moral pode ser compreendida como tendo duas faces, a primeira é a da esfera teórica da moral que se constitui dos princípios, dos valores e das normas, essa dimensão seria o plano normativo da moral. Entretanto a moral possui também a dimensão factual, na qual se encontram os atos humanos, as condutas humanas, essa é a esfera do ato moral propriamente dito, é o conjunto dos atos morais humanos. 
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12- Uma pessoa deve ter responsabilidade, ou seja, deve ser capaz de prestar contas por suas ações e pelas conseqüências que delas decorrem. Em que consiste a responsabilidade moral? 
Gabarito: O indivíduo deve possuir liberdade de escolha , deve ser capaz de escolher conscientemente, e portanto, é responsável moralmente por suas ações. O indivíduo deve conhecer as normas morais de uma sociedade para poder ser responsabilizado moralmente por suas ações. 
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13- Quando se fala em responsabilidade moral, o que é necessário ao indivíduo? Uma vontade livre mesmo que aja coação externa ou interna. Explique os seguintes conceitos: coação interna, coação externa e liberdade de escolha.
Gabarito: Por coação interna podemos discernir as patologias mentais que impedem o indivíduo de discernir entre o certo e o errado e por coação externa podemos discernir as ameaças e os constrangimentos impostos por terceiros a alguém que então se vê obrigado a agir de uma forma que não escolheu livremente. Por liberdade de escolha posso afirmar que é uma autodeterminação. É conservada a idéia de que é livre aquele que age sem ser forçado nem constrangido por nada  ou por ninguém, e portanto, age espontaneamente por uma força interna própria. Não somos livres para escolher tudo, mas o somos para fazer tudo que esteja de acordo com nosso ser  e nossa capacidade de agir; graças ao conhecimento  que possuímos de nos mesmos e das circunstâncias em que vamos agir. 
 
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14- Quando o indivíduo não tem liberdade de escolha não podemos falar em responsabilidade moral. Assim sendo estamos diante de um dilema que precisa determinar as relações entre a liberdade de escolha e as determinações que impedem que ela ocorra. A livre escolha é chamada de livre-arbítrio, logo precisamos estabelecer quando o livre-arbítrio de um indivíduo está impedido de funcionar livremente. Ele estará impedido de funcionar livremente quando as determinações externas ou internas impedirem alguém de decidir com seu livre-arbítrio como nas coações externa e nas coações internas. Quais são as três posições que foram tradicionalmente apresentadas para elucidar esse problema? Explique-as em poucas palavras.
 
Gabarito: A primeira posição é aquela do determinismo absoluto, por essa posição jamais existe liberdade, pois sempre e em todo momento o ser humano está submetido ao jogo das determinações, por ela nunca há liberdade e por isso nunca haverá responsabilidade moral. A segunda posição é da liberdade absoluta aquela na qual sempre o indivíduo é livre para escolher mesmo quando existem impedimentos externos ou internos. Assim, pois nenhuma causa externa ou interna é de fato suficiente para impedir a liberdade de escolha. A terceira posição é a dialética entre a liberdade e a necessidade, em cada situação é preciso avaliar qual o grau de liberdade e qual o grau de necessidade que estavam envolvidos para que possamos entender se havia ou não possibilidade de agir com responsabilidade moral e livre-arbítrio. 
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15- O que significa determinismo,livre-arbítrio e liberdade de escolha. 
 
Gabarito: Determinismo: É o termo científico empregado, a partir do século xix, para referir-se ás relações causais necessárias que regem a realidade conhecida e  controlada pela ciência e , no caso da ética, para referir-se ao ser humano como  objeto das ciências naturais. Necessidade, fatalidade,determinismo significam que não há lugar para a liberdade, porque o curso das coisas de nossa vida já esta fixado, sem que nelas possamos interferir. 
Livre-arbítrio: Aquele que tem em si mesmo o princípio para agir e não agir, isto é,aquele que é causa interna de sua ação ou da decisão de não agir. Quando o indivíduo está impedido de agir livremente em suas ações, ou seja, quando as determinações internas ou externas impedem alguém de decidir com seu livre-arbítrio como nas coações externas e internas.
Liberdade de escolha :É a auto determinação. Assim como é conservada a idéia de que é livre aquele que age sem ser forçado nem constrangido por nada ou por ninguém , e portanto age espontaneamente por uma força interna própria. Não somos livres para escolher tudo, mas o somos para fazer tudo que esteja de acordo com nosso ser e nossa capacidade de agir ; graças ao conhecimento que possuímos de nos mesmos e das circunstâncias em que vamos agir.
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16- As questões socráticas inauguram a ética ou filosofia moral, porque definem o campo no qual valores e obrigações morais podem ser estabelecidos, para tanto é preciso que haja um ponto de partida. Qual seria esse?A consciência do agente moral. Em face disso, explique quais são as atribuições do sujeito moral?
 
Gabarito: O sujeito moral é aquele que sabe o que faz, conhece as causas e os fins de sua ação, o significado de suas intenções e de suas atitudes e a essência dos valores morais. 
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17- A partir de Sócrates e ao longo de todas as escolas posteriores, a Filosofia se volta para as questões humanas no plano da ação, dos comportamentos, das idéias, das crenças, dos valores e, portanto, se preocupa com as questões morais e políticas. Cabe à Filosofia, portanto, encontrar a definição, o conceito ou a essência dessas virtudes, para além da variedade das opiniões, para além da multiplicidade das opiniões contrárias e diferentes. Em poucas linhas mostre três correntes gregas que procuraram respondes às perguntas filosóficas no que se referem, assim, a valores como a justiça, a coragem, a amizade, a piedade, o amor, a beleza, a temperança, a prudência, etc., que constituem os ideais do sábio e do verdadeiro cidadão. 
 As principais escolas e os principais pensadores da ética na antiguidade clássica foram:
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Os Sofistas defensores do relativismo de todos os valores. A felicidade correspondia ao domínio do poder político. 
 
Sócrates (470-399 a.C). Defensor dos valores racionais como o Bem, a Virtude, a Justiça, o Conhecimento. O valor principal da vida é atingir a perfeição da conduta conforme o pensamento racional e todo
fim de uma ação deveria ser feito em função deste ideal, que só pode ser obtido através do saber racional. Seja na vida privada ou na vida pública, ser racional é agir conforme o bem, todos tinham a obrigação de se aperfeiçoarem fazendo o Bem, sendo justos. O homem sábio só pode fazer o bem, sendo as injustiças próprias dos ignorantes (Intelectualismo Moral). 
 Platão (427-347 a.C.). Defende o valor supremo do Bem. O ideal que todos os homens livres deveriam tentar atingir. Para isto acontecesse deveriam ser reunidas, pelo menos duas condições: 1. Os homens deviam seguir apenas a razão desprezando os instintos ou as paixões; 2. A sociedade devia de ser reorganizada, sendo o poder confiado aos sábios, de modo a evitar que as almas fossem corrompidas pela maioria, composta por homens ignorantes e dominados pelos instintos ou paixões. 
 
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Aristóteles (384-322 a.C.). Defende o valor supremo da felicidade.A finalidade de todo o homem é ser feliz. Para que isto aconteça é necessário que cada um siga a sua própria natureza, evite os excessos, seguindo sempre a via do "meio termo" (Justa Medida). Ninguém consegue, todavia ser feliz sozinho. Aristóteles, à semelhança de Platão coloca a questão da necessidade de reorganizar a sociedade de modo a proporcionar que cada um do seus membros possa ser feliz na sua respectiva condição. Ética e política acabam sempre por estar unidas.
 
Epicuristas. O objetivo da vida do sábio  é atingir máximo de prazer, mas para que isso seja possível ele deve apartar-se do mundo. Atingir a imperturbabilidade do espírito e a tranquilidade do corpo.
 
Estóicos. O homem é um simples elemento do Cosmos, cujas leis determinam o nosso destino. O sábio vive em harmonia com a natureza, cultiva o autodomínio, evitando as paixões e os desejos, em suma, tudo aquilo que pode provocar sofrimento. 
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18- Enquanto para os filósofos antigos a vontade era uma faculdade racional capaz de dominar e controlar a desmesura passional de nossos apetites e desejos, havendo, portanto, uma força interior (a vontade consciente) que nos tornava morais, para o cristianismo, a própria vontade está pervertida pelo pecado e precisamos do auxílio divino para nos tornar morais. Defina o que é livre-arbítrio e relaciona-o com a interioridade cristã.
Gabarito: Definição de Livre-arbítrio: Aquele que tem em si mesmo o princípio para agir e não agir, isto é,aquele que é causa interna de sua ação ou da decisão de não agir. Quando o indivíduo está impedido de agir livremente em suas ações, ou seja, quando as determinações internas ou externas impedem alguém de decidir com seu livre-arbítrio como nas coações externas e internas. A afirmação de que somos dotados de vontade livre – ou livre-arbítrio – e que o primeiro impulso de nossa liberdade dirige-se para o mal e para o pecado, isto é, para a transgressão das leis divinas, pois somos seres fracos, pecadores, divididos entre o bem (obediência a Deus) e o mal (submissão à tentação demoníaca). 
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19- A vida ética do cristão definida pela relação espiritual com Deus. Disserte sobre a interioridade cristã.
 Gabarito: Diferentemente de outras religiões da Antiguidade, que eram nacionais e políticas, o cristianismo nasce como religião de indivíduos que não se definem por seu pertencimento a uma nação ou a um Estado, mas por sua fé num mesmo e único Deus. Em outras palavras, enquanto nas demais religiões antigas a divindade se relacionava com a comunidade social e politicamente organizada, o Deus cristão relaciona-se diretamente com os indivíduos que nele crêem. Isso significa, antes de qualquer coisa, que a vida ética do cristão não será definida por sua relação com a sociedade, mas por sua relação espiritual e interior com Deus. Tudo que é invisível aos olhos humanos é visível aos olhos de Deus. 
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20- Devemos a Aristóteles a definição do campo das ações éticas; estas não só são definidas pela virtude, pelo bem e pela obrigação, mas também pertencem àquela esfera da realidade na qual cabem a deliberação e a decisão ou escolha. Exponha qual é a contribuição do grego Aristóteles no campo da ética.
 
Gabarito: Ele foi o primeiro a tornar a Ética uma disciplina autônoma da filosofia moral. Ele as dividiu em virtudes éticas e virtudes intelectuais(ou dianoéticas) e entendia que os comportamentos adotados em sociedade deveriam seguir princípios racionais para orientar a ação. 
 
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Na próxima aula vamos juntos abordar:
Um resumo para AV2 que será composto de questões objetivas!
Não perca!
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