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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL, ACÚSTICA BÁSICA — 2016/1 Estudo da Aplicação de Baffles na Redução de Ruídos para Adequação às Normas de Segurança Anderson de Oliveira, Cassiano Henrique Pereira, Régis Menin e Renato Pegorini Rafagnin Resumo Os ambientes internos devem satisfazer às condições acústicas adequadas à sua utilização específica. Em certos locais como instalações industriais, quadras-esportivas, shoppings, entre outros onde a disponibilidade da área livre é restrita, materiais acústicos em determinadas composições conhecidos como baffles podem ser empregados com sucesso para a retenção acústica causada devido a reverberação dos sons. O estudo de matérias para a normalização de ruídos nesses ambientes é importante para o atendimento das normas. Norma Regulamentadora NR15 Anexo 1 que estabelece níveis de ruídos e o tempo máximo de exposição permissível diário. Norma Regulamentadora NR15 Anexo 2 que trata de ruído causado por impacto, onde este é definido pela norma sendo o um ruído com picos de energia acústica de duração inferior a 1 segundo e intervalos superiores a 1 segundo. Norma NHO 01, norma de higiene ocupacional, a qual é específica para os cuidados com o ruído, tendo com o principal objetivo estabelecer critérios e procedimentos para a avaliação da exposição ocupacional ao ruído, sendo que ela abrange tanto ruídos contínuo ou intermitente, como de impacto, não sendo voltada para o conforto acústico e sim com risco potencial de surdez ocupacional. Norma. Regulamentadora ABNT 10151 definida para a avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade deve ser acatada no território brasileiro, essa norma dentro de outras coisas, apresenta tabelas e definições com diferentes tipos de variáveis que exista em uma cidade, com seus respectivos níveis sonoros permitidos. Ressaltando-se que todas essas normas devem estar de acordo com o ambiente de trabalho através da utilização de diferentes técnicas para a retenção de ruídos, os quais serão abordados no presente artigo com a utilização de baffles. Palavras-chave Acústica, Ruídos, Reverberação, Baffles, Normas Regulamentadoras. I. INTRODUÇÃO O ruído é o agente nocivo mais encontrado nos ambientes fabris de modo geral e em grandes locais onde há um grande número de circulação de pessoas, seus impactos na saúde dos trabalhadores muitas vezes são reversíveis, mas a exposição por longo tempo torna os danos irreversíveis, estudos comprovam que cerca de 20% dos trabalhadores brasileiros possuem algum dano causado pelo ruído. É comum a ocorrência de processos trabalhistas causando inúmeras indenizações aos trabalhadores afetados por problemas decorrente dos ruídos fabris, além da visível diminuição dos serviços prestados pelo funcionário. No mundo a preocupação com os acidentes e problemas de saúde devido ao trabalho em condições inadequadas começou por volta de 1802, porém no Brasil este assunto só passou a ser tratado pelas autoridades por volta de 1934. Muitas normas e leis trabalhistas foram criadas sendo revistas e atualizadas frequentemente, visando melhorar o ambiente de trabalho e saúde dos trabalhadores. A engenharia focada na segurança, tem desenvolvido através de muitos estudos diversas formas de diminuição dos ruídos causados nos processos industriais ou ambiente que geram ruídos de forma excessiva, uma alternativa encontrada foi a utilização de baffles traduzidos para nossa linguagem de uma maneira mais compreensível como defletores acústico, absorvendo os ruídos gerados principalmente a reverberação, com o UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL, ACÚSTICA BÁSICA — 2016/1 intuito de obedecer as normas e leis proporcionando um ambiente de trabalho menos agressivo a saúde. O presente estudo tem por objetivo fazer uma pesquisa bibliográfica utilização dos baffles, tipos utilizados e normas regulamentadoras para adequação dos mesmos a cada tipo de ambiente. II. REVERBERAÇÃO A reverberação pode ser definida pelo tempo de permanência do som no ambiente. O som direto chega primeiro no ouvinte. A seguir chegam os sons refletidos das superfícies mais próximas e, finalmente, as reflexões das superfícies mais afastadas. Em acústica, define-se a reverberação como a persistência do som no ambiente. Ela é parametrizada pelo tempo de reverberação. Por definição, este tempo corresponde ao decaimento em 60 dB na intensidade do som reverberante. O Gráfico 1 mostra o crescimento e decaimento sonoro em recintos com indicação do tempo de reverberação. As pesquisas de W.A. Sabine levaram a uma relação empírica para o tempo de reverberação, proporcional ao volume da sala e inversamente proporcional a absorção da superfície chegando a equação: 𝑇60 = 0,161 ∗ 𝑉 𝐴𝑠𝑢𝑝,𝑅 Onde: T60 = tempo de reverberação (s); V = volume da sala (m3); Asup,R = absorção da superfície (m 2); Os tempos de reverberação podem ser calculados a partir da absorção da superfície de área, a qual podem ser encontrada pela equação: 𝐴 = 𝛼 ∗ 𝑆 Onde: A = absorção da superfície (m2); α = coeficiente de absorção do material (tabelado); S = superfície da área (m). Materiais que absorvem o som reduzem o tempo de reverberação amortecendo-o. Considerando o ruído de fundo e a reverberação sonora, os valores do RASTI (Índice Rápido de Transmissão da Fala) variam de 0 (ruim) a 1 (perfeito). O eco é causado pela reflexão sonora. O som que percorre um caminho diferente chega ao receptor depois do som diretamente emitido e esse retardo pode ser suficiente para que o cérebro “ouça” os dois sons separadamente. Controlar os tempos de reverberação adequados a cada tipo de sala com o uso de um forro suspenso como baffles pode ser muito importante. Esses materiais devem possuir o melhor coeficiente de absorção possível pois para um coeficiente de absorção igual à 0, há 100% de reflexão sonora e para um coeficiente de absorção igual à 1, há 100% de absorção sonora. Para o cálculo da redução média no campo reverberado a ser verificado após a escolha do material adequado a cada situação utiliza-se a seguinte equação: △ 𝐿𝑝 = 10 ∗ log ( 𝐴𝑑 𝐴𝑎 ) = 10 ∗ log ( 𝑇𝑎 𝑇𝑑 ) Onde: Aa = absorção do local antes do tratamento com materiais absorventes (m2); Ad = absorção do local depois do tratamento com materiais absorventes (m2); Ta = tempo de reverberação antes do tratamento (s); Td = tempo de reverberação depois do tratamento (s). III. BAFFLES Os baffles são painéis que servem para a Gráfico 1 – Tempo de reverberação. Fonte: Slides controle de ruído (2016) UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL, ACÚSTICA BÁSICA — 2016/1 absorção de ruídos e foram desenvolvidos especialmente para ambientes industriais, ginásios, superlojas, salas de máquina, dentre outas áreas que possuam elevada altura de teto e que necessitem de um tratamento acústico para o enquadramento do local às normas de segurança. A Figura 1 exemplifica a geometria normalmente utilizada para a fabricação dos baffles e o sistema de fixação utilizado para posicioná-los no teto dos locais definidos para a sua utilização. Os baffles são dispositivos constituídos por materiais absorventes, na sua maioria porosos ou fibrosos (sendo o mecanismo de absorção inerente ao material absorvente utilizado). Normalmente os baffles são fabricados a partir de lãs de vidro de alta densidade, por placas de poliuretano ou fabricados pela combinação entre metal e lã acústica. O material e a dimensão poderão variar conforme o tipo de projeto e o resultado que é esperado para determinado ambiente. Na figura 2 é possível ver um exemplo de baffles fabricado a partir de poliuretano em formato de ondas Uma placa acústica SONEX illtec, semirrígida, de estruturamicro celular, densidade 11 kg/m3, alta resistência ao fogo possui coeficientes de absorção do material conforme Tabela 1. Com isso pode ser visto que a utilização de um material com um coeficiente de absorção alto pode trazer um resultado satisfatório para adequação de um ambiente. Com os coeficientes de absorção fornecidos e as dimensões do local a ser adequado é possível, a partir das equações vistas anteriormente, realizar o cálculo da redução média no campo reverberado podendo assim comparar com o valor estabelecido conforme norma. A sua disposição dos baffles deve permitir que a área exposta ao ruído seja maximizada, sendo normalmente o somatório de todas as faces do elemento. De fácil instalação, é a melhor relação custo- benefício no tratamento acústico de ambientes desta categoria além de não interferir no layout do ambiente. Na Figura 3 pode ser visto um exemplo de baffles utilizados em uma piscina coberta com o objetivo da redução de ruídos sonoros gerados durante aulas de natação. No mercado existe uma vasta gama de fabricantes e modelos de baffles a disposição, cada um mais adequado a diferentes tipos de aplicação. A sua melhor aplicação se dá quando utilizados no tratamento acústico de espaços, normalmente de grande volume melhorando muito Figura 3 – Utilização de Baffles em área de piscina. Fonte: Slides controle de ruído (2016) Figura 1 – Baffle com o modelo Classic. Fonte: Vibrasom – tecnologia acústica. (2016) Figura 2 – Baffle com o modelo Wave. Fonte: Vibrasom – tecnologia acústica. (2016) Fonte: OWA Sonex (2016) Tabela 1 – Coeficientes de absorção da placa acústica SONEX. UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL, ACÚSTICA BÁSICA — 2016/1 os tempos de reverberação destes locais. Em empresas em que equipamentos emitem um alto nível de ruído a utilização de baffles pode ser feita, se necessário, somente ao redor do equipamento. A Figura 4 mostra um exemplo no qual a utilização de baffles foi feita de forma a reduzir a propagação do som posicionando os mesmos em uma área de melhor absorção dos ruídos para isso foram utilizados baffles com comprimentos maiores sem que fosse prejudicado o espaço físico pois somente foram posicionados em cima de um linha de máquinas. Além de terem como função primordial no melhoramento dos tempos de reverberação dos locais, podem também ser utilizados como elementos decorativos em ambientes onde exista a necessidade de um tratamento acústico discreto mantendo um ar de elegância na decoração conforme pode ser visto na Figura 5 a utilização de baffles em um restaurante, o qual a concentração sonora pode-se tornar um incomodo quando muitas pessoas estiverem conversando em alto tom todas ao mesmo tempo. O tratamento acústico com baffles pode ser aplicado em instituições de ensino para evitar a propagação de sons de uma sala para outra. Na Figura 6 é vista a aplicação de baffles em uma pequena sala de apresentações em uma instituição de ensino. É importante observar que as decisões sobre materiais, dimensões e demais atributos técnicos dos atenuadores de ruídos devem ser determinadas pelos estudos de um projeto acústico, pois o resultado final poderá ficar prejudicado por falhas ou ineficácia do sistema. IV. NORMAS REGULAMENTADORAS As normas regulamentadoras (NR) são normas criadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) a partir da lei N°6.514 de 1977, sendo aprovadas no ano de 1978, alterando o capítulo V do Título II, da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) de 1943, com o objetivo de fiscalizar e promover a saúde e segurança do trabalho na empresa, sendo modificadas por meio de portarias expedidas pelo MTE numa tripartite composta por representantes do governo, empregadores e empregados. As NRs são bastante amplas quanto a segurança e saúde no trabalho, referente a ruído possui a NR15, onde no anexo 1 contempla os ruídos contínuos ou intermitentes e no anexo 2 abrange o ruído causado por impacto. Figura 4 – Baffles utilizados em uma empresa. Fonte: OWA Sonex (2016) Fonte: Archiproducts (2016) Figura 5 – Baffles utilizados em um restaurante. Figura 6 – Baffles utilizados em sala de apresentações. Fonte: Archiproducts (2016) UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL, ACÚSTICA BÁSICA — 2016/1 Norma Regulamentadora NR15 Anexo 1 Neste anexo a norma NR15 estabelece níveis de ruídos e o tempo máximo de exposição permissível diário, sendo que as medidas devem ser feitas em decibéis (dB) com compensação “A” e o circuito deve ser de resposta lenta (SLOW). Não sendo permitido a exposição a um nível de ruído maior que 115 dB(A) sem a utilização de proteção adequada. É importante salientar que para esta norma o incremento de duplicação é de 5 dB (A). A Tabela 2 mostra qual o tempo de máxima exposição diária permissível em consideração ao nível de ruído. Nível de Ruído dB(A) Máxima Exposição Diária Permissível 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos Se durante a jornada de trabalho ocorrer dois ou mais períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados, segundo o cálculo abaixo: 𝐶1 𝑇𝐼 + 𝐶2 𝑇2 + 𝐶3 𝑇3 … … … . + 𝐶𝑛 𝑇𝑛 𝐶𝑛 = tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído específico; 𝑇𝑛 = máxima exposição diária permissível a este nível segundo o quadro anterior. Norma Regulamentadora NR15 Anexo 2 O anexo 2 da norma NR15 trata de ruído causado por impacto, onde este é definido pela norma sendo o um ruído com picos de energia acústica de duração inferior a 1 segundo e intervalos superiores a 1 segundo. Deverão ser avaliados em decibéis (dB), com medidor de pressão sonora operando em circuito linear e circuito de resposta a impacto, o limite de tolerância para este tipo de ruído é de 130 dB (linear). Na falta de um equipamento capaz de medir com resposta ao impacto a norma permite que a medida seja feita com um equipamento que possua leitura feita com circuito de resposta rápida (FAST) e circuito de compensação em “C”, neste caso o limite tolerável será de 120 dB (C). Norma NHO 01 As Normas de Higiene Ocupacional (NHO) publicadas pela Fundacentro no ano de 1980, onde no início possuía o nome de Normas de Higiene do Trabalho (NHT), a NHO 01 é específica para os cuidados com o ruído, tendo com o principal objetivo estabelecer critérios e procedimentos para a avaliação da exposição ocupacional ao ruído, sendo que ela abrange tanto ruídos contínuo ou intermitente, como de impacto, não sendo voltada para o conforto acústico e sim com risco potencial de surdez ocupacional. A norma defini risco de Impacto ou Impulsivo, “ruído que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um)”, o ruído contínuo ou intermitente é considerado todo tipo de ruído que não pode ser classificado com ruído de impacto ou impulsivo. Para ruído contínuo ou intermitente a norma estabelece limite máximo para uma dose de 100% para 8 horas de exposição o nível sonoro de 85 dB(A), sendo que o incremento de duplicação é de 3 dB(A) e o nível limiar de integração é igual a 80 dB(A). O ruído máximo de exposição para este tipo Fonte: Norma Regulamentadora NR15 Anexo 1 (2010) Tabela 2 – Tempos de máxima exposição permissível. UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL, ACÚSTICA BÁSICA— 2016/1 de ruído é de 115 dB(A) independentemente do tempo de exposição. A avaliação do nível de ruído que o trabalhador está exposto à norma propõe que se utilizado medidores integradores de uso pessoal fixado no trabalhador, mas permite que na indisponibilidade do equipamento, que poderão ser utilizados medidores integradores ou medidores de leitura instantânea, não fixados no trabalhador, onde deverão seguir os procedimentos descritos na própria norma, neste caso os resultados devem ser colocados na seguinte expressão: 𝐷𝑜𝑠𝑒 𝐷𝑖á𝑟𝑖𝑎 = 𝐶1 𝑇𝐼 + 𝐶2 𝑇2 + 𝐶3 𝑇3 … + 𝐶𝑛 𝑇𝑛 ∗ 100% 𝐶𝑛 = tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído específico; 𝑇𝑛 = máxima exposição diária permissível a este nível segundo a Tabela 3. Nível de Ruído dB(A) Tempo máximo diário permissível (Tn) Minutos 80 1523,90 81 1209,52 82 960,00 83 761,95 84 604,76 85 480,00 86 380,97 87 302,38 88 240,00 89 190,48 90 151,19 91 120,00 92 95,24 93 75,59 94 60,00 95 47,62 96 37,79 97 30,00 98 23,81 99 18,89 100 15,00 101 11,90 102 9,44 103 7,50 104 5,95 105 4,72 106 3,75 107 2,97 108 2,36 109 1,87 110 1,48 111 1,18 112 0,93 113 0,74 114 0,59 115 0,46 Para ruído de imapcto ou impulsivo a norma trada de forma diferente, sendo que a medição seja feita por meio de um medidor de nível de pressão sonora operando em “linear” e com o recurso de resposta de medição de nível de pico, sendo que o limite máximo aceitável para exposição é de 140 Db (Linear). Onde o limite de exposição ao ruído deve ser avaliado de acordo com a seguinte expressão: 𝑁𝑝 = 160 − 10 log 𝑛 [𝑑𝐵] 𝑁𝑝 = nível de pico, em dB (Linear), máximo admissível 𝑛 = número de impactos ou impulsos ocorrido durante a jornada de trabalho. A norma possui alguns valores da expessão acima tabelados conforme Tabela 4, sendo que para “n” maior que 10000, o ruido deverá ser considerado como contínuo ou intermitente sendo abordado de acordo com sua classificação. Tabela 3 – Tempos de máxima exposição permissível (Tn). Fonte: Normas de Higiene Ocupacional 01 (2001) Tabela 4 – Tabela de Número de Impactos. Fonte: Normas de Higiene Ocupacional 01 (2001) UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL, ACÚSTICA BÁSICA — 2016/1 Comparação entre as normas NR15 e NHO 01 As normas NR15 e NHO 01 são utilizadas e amparadas por lei, ambas possuindo vinculo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), porém possuem algumas divergências entre elas, acredita-se que haverá uma atualização na norma NR15, mas até o presente momento na prática empresas preocupadas com questões legais envolvendo a exposição ao ruido, comparam as duas normas e aplicam para a situação atual a norma que seja mais rigoraza quanto o controle do ruido, para melhorar o entendimento foram colocadas a baixo a Tabela 5 e Tabela 6 que comparam as normas. Norma Regulamentadora ABNT 10151 A lei ABNT 10151 Acústica – Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade deve ser acatada no território brasileiro, essa norma dentro de outras coisas, apresenta tabelas e definições com diferentes tipos de variáveis que exista em uma cidade, com seus respectivos níveis sonoros permitidos, sendo eles determinados em dB (A). Para a compreensão da lei foi determinado algumas definições; Ruído com caráter impulsivo: Ruído que contém impulsos, que são picos de energia acústica com duração menor do que 1 s e que se repetem a intervalos maiores do que 1 s (por exemplo martelagens, bate-estacas, tiros e explosões) Como exemplo foi realizado uma medição sonora com batidas intermitentes, pode ser visualizado picos no Gráfico 2, mostrando a Fonte: Isegnet (2016) Fonte: Isegnet (2016) Tabela 5 – Comparação para ruído contínuo ou intermitente. Tabela 6 – Comparação para ruído de Impacto. UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL, ACÚSTICA BÁSICA — 2016/1 intensidade do som que corresponde a sua amplitude e o tamanho da banda que correspondeu o seu período. Ruído com componentes tonais: Ruído que contém tons puros, como o som de apitos ou zumbidos. Para exemplificar o tipo de ruído foi realizado medição de um assobio contínuo, é possível de visualizar as diferenças características da amplitude e período dos Gráficos 2 e 3. V. EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO A lei 10151 mostra que o medidor de nível de pressão sonora atender às especificações da IEC 60651 para tipo 0, tipo 1 ou tipo 2. No entanto a lei IEC 60651 entrou em sua obsolescência sendo substituída pela IEC61672. Na lei IEC61672 é citada a Tabela 6 de referência dos calibradores, que nos mostra a ponderação A, B e C e para calibradores do tipo 1 e tipo 2 para suas determinadas frequências conforme a sua necessidade na lei 10151. Calibração e ajuste dos instrumentos. O calibrador acústico devem ter certificado de calibração da Rede Brasileira de Calibração (RBC) ou do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), renovado no mínimo a cada dois anos. Uma verificação cotidiana e eventual ajuste do medidor de nível depressão sonora deve ser realizada pelo operador do equipamento, com o calibrador acústico, imediatamente antes e após cada medição havendo a garantia do de uma medição com maior garantia. VI. MÉTODO DE MEDIÇÃO No momento da medição é necessário que tenha alguns cuidados para que fique conforme a norma, abaixo será citado em tópicos quais são esses cuidados e de que forma deve ser tratado. Necessário que tenha um protetor no microfone contra o efeito de ventos, essa instrução é fornecida pelo fabricante; As medições no exterior das edificações do reclamante, deve ser efetuadas em pontos aproximadamente 1,2m do piso e pelo menos 2m do limite da propriedade e de quaisquer outras superfícies refletoras, como por exemplo muros e paredes. Na impossibilidade de efetuar essas medições, a descrição da situação deve constar no relatório; Gráfico 2 – Ruído de batidas intermitentes. Fonte: Os autores (2016) Gráfico 3 – Ruído de componentes tonais. Fonte: Os autores (2016) Tabela 7 – Tabela da lei IEC61672. Fonte: Chrompack (2008) UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL, ACÚSTICA BÁSICA — 2016/1 As medições devem ser efetuadas nas condições de utilização normal; As medições no interior das edificações do reclamante, deve ser efetuadas com uma distância de no mínimo de 1m de quaisquer superfície, como parede, teto, piso e moveis. O nível de pressão sonora deve ser o resultado da média aritmética entre três pontos de medição distintas, sempre que possível com o afastamento entre elas de 0,5m; Para ruídos com características especiais, deve ser feito uma correção, seguir a correção conforme a Tabela 8. Carácter impulsivo Componentes Tonais O que fazer? Sem Sem Resultado pelo nível sonoro Com Sem Acrescimen to de 5dB no nível sonoro Sem Com Acrescimen to de 5dB no nível sonoro Com Com Acrescenta 5dB em cada tipo sonoro e o resultado é determinad o pelo maior valor VII. AVALIAÇÃO DO RUÍDO Método para avaliação do ruído, essa avaliação é feitar de acordo com a medição do ruído com sua correção comparando com a tabela estabelecida na norma, o qual está infra citada na Tabela 9. Conforme mencionado na tabela 8 os horários do diurno e noturno é determinado pelas autoridades de acordo com os hábitos da população, no entanto o noturno não pode começar após as 22 h e não deve terminar antes das 7h do dia seguinte, exceto em exceções no caso de domingos e feriados o qual o noturno não deve ser antes das 9h. Tiposde áreas Diurno Noturno Áreas de sítios e fazendas 40 35 Área estritamente residencial urbana ou de hospitais ou de escolas 50 45 Área mista, predominantemente residencial 55 50 Área mista, com vocação comercial e administrativa 60 55 Área mista, com vocação reacional 65 55 Área predominantemente industrial 70 60 VIII. CONCLUSÕES Com o estudo realizado pode-se dizer que a redução dos níveis de ruído nas instalações industriais e demais ambientes com um grande nível de ruídos pode trazer benefícios aos empresários com a melhoria das condições de saúde dos funcionários tornando assim um ambiente mais produtivo e cômodo para todos os ocupantes do espaço. Um bom trabalho de acústica leva a indústria a atuar de acordo com as exigências dos órgãos fiscalizadores e também pode refletir em redução de custos e aumento na qualidade dos produtos, visto que o excesso de ruído dificulta a concentração e interfere diretamente na performance dos trabalhadores e em casos de instituições de ensino, na aprendizagem dos alunos. Neste sentido, torna-se imprescindível ter meios de identificar e controlar as principais fontes geradoras de ruídos no ambiente. A utilização de novas tecnologias e meios de redução de ruídos como os baffles podem adequar de forma simples e com um baixo custo ambientes sem ter que haver muitas alterações para o cumprimentos das normas regulamentadoras de ruídos. Por fim é importante ressaltar que os estudos aprendidos durante o semestre foram imprescindíveis para a realização da pesquisa com Tabela 8 – Correção do ruído com características especiais. Tabela 9 – Nível de critério de avaliação para ambientes externos em dB(A). Fonte: NBR 10151 (2000) Fonte: Os autores (2016) UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL, ACÚSTICA BÁSICA — 2016/1 o intuito de aprender mais sobre as formas de controle de ruídos em meios ambientes com circulação de pessoas. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao Professor Mestre em Engenharia Mecânica Gustavo Perini pela colaboração no desenvolvimento do trabalho pelo ensino em sala de aula e pela motivação da busca de novos conhecimentos relacionados ao estudo de acústica básica. IX. BIBLIOGRAFIA [1] Painéis acústicos suspensos - Archiproducts, disponível em: <http://www.archiproducts.com/pt/156/tectos- falsos-paineis-acusticos-suspensos.html.> Acesso em 13 de fevereiro de 2016 [2] Baffles Acústicos – Tratamento Acústico, disponível em: <http://www.tratamentoacustico.com.br/produt os/13/baffles_acusticos#ad-image-0> Acesso em 06 de fevereiro de 2016 [3] Placa Acústica Sonex illtec Baffle – OWA Sonex, disponível em: <http://www.owa.com.br/index.php?id=37> Acesso em 06 de fevereiro de 2016 [4] Baffle Ceilings – Armstrong, disponível em: <http://www.armstrong.co.uk/commclgeu/en- gb/ceilings/baffle/_/N-1z13zuu> Acesso em 13 de fevereiro de 2016 [5] Baffles – Vibrasom, disponível em: <http://www.vibrasom.ind.br/produtos- acusticos/baffles.php> Acesso em 14 de fevereiro de 2016 [6] Atenuar ruídos nas indústrias beneficia empresários e trabalhadores – CIMM, disponível em: <http://www.cimm.com.br/portal/noticia/exibir _noticia/7820-atenuar-ruidos-nas-industrias- beneficia-empresarios-e-trabalhadores> Acesso em 14 de fevereiro de 2016 [7] Acústica – Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade - Procedimento, disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secreta rias/upload/esportes/norma%20abnt%2010_151 .pdf > Acesso em 14 de fevereiro de 2016 [8] Chrompack Instrumentos Científicos Ltda. – Medidores de Nível Sonoro, disponível em: <http://www.chrompack.net/index.php?page=m edidores_des> Acesso em 14 de fevereiro de 2016 [9] SMF - Absorção sonora, disponível em: <http://www.knaufamf.com.br/profissional/area -tecnica/conceitos-tecnicos/absorcao-sonora/> Acesso em 16 de fevereiro de 2016 [10] BISTAFA, Sylvio Reynaldo. Acústica aplicada ao controle do ruído. 2. ed., rev. São Paulo: Blucher, 2011. 380 p. ISBN 9788521205814.
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