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PRODUÇÃO TEXTUAL 7 ANO

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Prévia do material em texto

(
O
 
conteúdo
 
deste
 
livro
 
está
 
adequado
 
à
 
proposta
 
da BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de
 
dezembro
 
de
 
2017,
 
do
 
Ministério
 
da
 
Educação.
)
Produção Textual
7o ano do Ensino Fundamental
Belarmina Monteiro Volney da Silva Ribeiro
Editor
Lécio Cordeiro
Assessoria pedagógica
Izabela Fraga
Revisão de texto
Ilustrações
Rafael Silva, Lourdes Saraiva e Cadu Loureiro
Capa
Gabriella Correia/Nathália Sacchelli/Sophia Karla Foto: SyedAliAshraf/shutterstock.com
Coordenação editorial
Distribuidora de Edições Pedagógicas Ltda.
Rua Joana Francisca de Azevedo, 142 – Mustardinha Recife – Pernambuco – CEP: 50760-310
Fone: (81) 3205-3333
CNPJ: 09.960.790/0001-21 – IE: 0016094-67
Consultexto	 	
Projeto gráfico e Editoração eletrônica Box Design Editorial
Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos textos contidos neste livro. A Distribuidora de Edições Pedagógicas pede desculpas se houve alguma omissão e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes.
Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação.
 (
R384s
Ribeiro,
 
Volney,
 
1977-
Sucesso sistema de ensino 
: produção textual : 7º ano : ensino funda-
 
mental / Volney da Silva Ribeiro, Belarmina Monteiro ; ilustrações: Lourdes
 
Saraiva,
 
Rafael
 
Silva,
 
Cadu
 
Loureiro.
 
–
 
Recife
 
:
 
Edições
 
Pedagógicas,
 
2020.
176p.
 
: il.
1.
 
PORTUGUÊS
 
–
 
INTERPRETAÇÃO
 
DE
 
TEXTOS
 
–
 
ENSINO
FUNDAMENTAL.
 
2.
 
LÍNGUA
 
PORTUGUESA
 
–
 
ENSINO
 
FUNDA-
 
MENTAL. 3. LINGUAGEM – ESTUDO E ENSINO. 4. GÊNEROS
 
LITERÁRIOS.
 
5.
 
PORTUGUÊS
 
–
 
ESTUDO
 
E
 
ENSINO.
 
6.
 
INTER-
TEXTUALIDADE.
 
I.
 
Arrais,
 
Belarmina
 
Monteiro.
 
II.
 
Saraiva,
 
Lourdes.
III.
 
Silva,
 
Rafael,
 
1989-.
 
IV.
 
Loureiro,
 
Cadu.
 
V.
 
Título.
CDU
 
806.90
CDD
 
469.8
PeR
 
–
 
BPE
 
20-208
)
ISBN Aluno: 978-85-7236-181-1
ISBN Professor: 978-85-7236-185-9
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
Impresso no Brasil
 (
Ola,
 
estudante!
)
Voce ja refletiu sobre a palavra interar;ao? A resposta a essa pergunta e seu passa­ porte para esta viagem diferente - e muito mais interessante! - no universo da lin­ guagem. Este nao e mais um livro didatico que quer te ensinar coma escrever textos. Ler e escrever ja sao atividades que voce faz todo santo dia, nao e mesmo? Desde quando acorda ate a hara em que vai dormir, voce vive experiencias textuais nos mais variados contextos. Entao por que esta viagem e diferente e interessante?
Aqui voce percebera que, para alem de apenas lermos e produzirmos textos dia­
riamente, n6s interagimos, ou seja, agimos come sobre outras pessoas por meio dos textos. E s6 se lembrar de coma podemos rir dos memes na Internet, por exemplo. Nada ali e por acaso, nao rimos gratuitamente. A associac;ao entre a imagem e o
texto escrito usada nesse genera textual e uma das estrategias dos autores, consi­ derando a func;ao social desses textos, os possfveis leitores, o espac;o de circulac;ao e muitos outros elementos para que se consiga o efeito pretendido. Em todos os textos que lemos ou produzimos, esses aspectos sao mobilizados.
Entao esta colec;ao ajudara voce a perceber, por meio da leitura, analise e produc;ao de variados textos, a riqueza da interac;ao humana por meio da linguagem. Cada con­ teudo do seu livro o conduzira a observar e colocar em pratica as diferentes estrate­ gias textuais. Por isso, voce vai interagir com varias pessoas por meio de resenhas de biogs contos notfcias artigos de opiniao charges cartas de diferentes epocas
 (
1
)	 (
4
)
Narrador	6
Tipos de narrador	7
Exerefcios	16
Estudo do texto
Dona Custodia	18
Proposta de prodLI<;:ao	22
Cartas	49
Exercfcios	56
Estudo do texto
Carta	57
Proposta de produc;:ao	58
 (
2
)
Discurso	24
Exerefcios	30
Estudo do texto
Alunos fazem carta para prefeito exigindo melhorias em Buzios, RJ	32
Proposta de produc;:ao	35
 (
5
)
o que e relato?	60
Relate pessoal	62
Relate jornalfstico	65
Exercfcios	67
Estudo do texto
Quintal de casa	68
Proposta de produc;:ao	73
 (
3
)
Narrativa	36
Exercfcios	43
Estudo do texto
As crueis sereias	45
Proposta de produc;:ao	48
 (
6
)
Descric;:ao I	74
Ponto de vista na descric;:ao	76
Aspectos descritivos no discurso narrative 77 Descric;:ao objetiva e subjetiva	78
Exer,c1c1· os 	80
Estudo do texto
Os terroristas	83
Proposta de produc;:ao	86
 (
7
) (
10
)Descri<;:ao II	88
Tipos de descri9ao	90
Exercfcios	95
Estudo do texto
Ser brotinho	97
Proposta de produ9ao	101
lntera9ao entre os textos -
lntertextualidade	136
Cita9ao	140
Exerdcios	140
Estudo do texto
Em vez das celulas, as cedulas	143
Proposta de produ9ao	147
 (
8
)
Poemas I	103
0 poema	104
Verso	106
Exercfcios	114
Estudo do texto
O poeta e a poesia	115
Proposta de produ9ao	118
 (
11
)
Pontua9ao I	149
Exercfcios	153
Estudo do texto
Pontos de vista	158
Proposta de produ9ao	162
 (
9
)
Poemas II	120
Ritmo	122
Eu lfrico	1.25
Exercfcios	128
Estudo do texto
A porta	132
Proposta de produ9ao	134
 (
12
)
Pontua9ao 11 .••••• ..•• ..• ..••• .• ..• • ..• ...• ..•• ..• ..•• ..• ..•• . 165 Exerefcios	169
Estudo do texto
0 uso bem-humorado da vfrgula	173
Proposta de produ9ao	175
Tipos de narrador
Podemos distinguir tres dos principais tipos de narrador, isto e, tres tipos de foco narra­ tivo: narrador-personagem, narrador-observador e narrador-onisciente.
Narrador-personagem
Esse tipo de narrador conta em primeira pessoa (eu/n6s) a hist6ria da qual participa tambem coma personagem.
Ele tern uma rela9ao fntima com os outros elementos da narrativa. Sua maneira de con­ tare marcada por caracterfsticas subjetivas, emocionais. Essa proximidade com o que e narrado revela fatos e situa96es que um narrador externo nao poderia conhecer. Do mes­ mo modo, essa mesma proximidade faz com que a narrativa seja parcial, carregada pelo ponto de vista do narrador.
Observe o texto:
Sou indio
Sou fndio,
filho da floresta. Uso o meu area,
meu cocar e minha flecha.
Amo a natureza,
o que me da a ca9a,
.	.
os peIxes e o no.
As vezes, chove bastante, porem eu nao sinto frio! Sou filho de Tupa.
S6 ele vou louvar!
Por me dar coisas boas e mae-terra pra plan	r.
A terra nos da alimento.
A noite escura forma nosso teto, onde pra n6s e lugar certo.
O ceu, a Lua e nosso pafs,
por isso vivemos sempre felizes.
Somos todos irmaos.
Nasso cacique e nosso anciao.
Queremos justi9a
para a nossa evolu9ao.
Temos o nosso dia, 19 de abril,
por sermos os primeiros habitantes da nossa terra: o Brasil!
Respeite nossos direitos, tenha por n6s mais aten9ao por sermos seres humanos e tambem todos irma
JURUNA. Candida (indigena da aldeia Boa Vista, Vitoria do Xingu).
Para: Mundo Jovem, 2003.
No texto da indfgena Candida Juruna, ha um apelo para se respeitarem os direitos dos fndios e tambem para se ter mais atenc;ao pela comunidade indfgena. Perceba que a nar­ radora fala de alga de que faz parte, uma vez que e indfgena e se interessa pelo bem-estar de todos que sao iguais a ela. Par essa razao, e tambem personagem do texto, alguem que
fala de alga que vivencia .
Toda narrador-personagem esta ligado a hist6ria contada. Ele participa dos fatos nar­
rados e interage com as demais personagens. Muitas vezes, conduz os acontecimentos, fazendo a narrativa seguir par um caminho que julga ser o melhor. Geralmente, ea perso­ nagem principal. Nesse caso, protagonista. Em outras ocasi6es, apenas esta presente na hist6ria, sem influenciar o enredo narrativo. Quando isso ocorre, e personagem secundaria, ou coadjuvante.
Os textos a seguir apresentam foco narrativo em primeira pessoa, ou seja, narrador 
 personagem. Observe.
Textol
Subi no aviao com indiferenc;a e, coma o dia nao estava bonito, lancei apenas um olhar distrafdo a esta cidade do Rio de Janeiro e mergulhei na leitura do jor­ nal. Depois, fiquei a olhar pelas janelas e nao via mais que nuvens, e feias. Na verdade, nao estava no ceu,pensava coisas da terra, minhas pobres pequenas coisas. Uma aborrecida sonolencia foi me dominando, ate que uma senhora nervosa ao meu lado disse: "N6s nao podemos descer!". 0 aviao ja havia chega­
do a Sao Paulo, mas estava fazendo a sua rota dentro de um nevoeiro fechado,
a espera de ordem para pousar. Procurei acalmar a senhora. [...]
BRAGA. Rubem. Um brar;o de mu/her. Os melhores contos. Sele9ao Davi Arrigucci Jr. 3. ed. Sao Paulo: Global. 1985.
Conforme voce p6de notar, o narrador e participante dos fatos, do enredo e do discurso narrativo. lsso pode ser percebido pela presenc;a de verbos e de pronomes em primeira pessoa. Algumas vezes, os elementos que caracterizam o narrador em primeira pessoa podem estar no plural, e nao somente no singular, como no texto a seguir:
 (
Texto
 
2
A
 
noite
 
estava
 
escura.
Era
 
uma
 
dessas
 
noites
 
de
 
Petr6polis,
 
envoltas
 
em
 
nevoeiros
 
e
 
cerrac;ao.
Caminhavamos mais pelo tato do que pela vista, dificilmente distinguiam-se
 
os objetos a uma pequena distancia; e, muitas vezes, quando o meu guia se
 
apressava,
 
o seu
 
vulto
 
perdia-se
 
nas
 
trevas.
Em alguns minutos, chegamos em face de um pequeno ediffcio construfdo a
 
alguns passos do alinhamento e cujas janelas estavam esclarecidas por uma
 
luz
 
interior.
-Eali.
-Obrigado.
0
 
criado
 
voltou,
 
eu
 
fiquei
 
junto
 
dessa
 
casa
 
sem
 
saber
 
o
 
que
 
ia
 
fazer.
 
[.
.
.]
ALENCAR,
 
Jose de
.
 
Cinco
 
minutos.
 
Sao
 
Paulo: Moderna
,
 
2007.
 
p
.
 
27.
)
Narrador-observador
0 narrador-observador conta a hist6ria do lado de fora, na terceira pessoa (ele(s)/ela(s)), sem participar das a96es . Ele conhece quase tudo o que se passa na narrativa e, por nao participar das situa96es, narra com certa neutralidade, apresenta os fatos e as persona­ gens com imparcialidade. Nao tern conhecimento fntimo das personagens nem das a96es vivenciadas .
Na narrativa de Machado de Assis a seguir, por exemplo, o foco narrativo esta na tercei­ ra pessoa. Nesse texto, o narrador nao participa dos fatos. Ele apenas conhece e conta o que fazem as personagens.
9
Capitulo 1
0 conselheiro Vale morreu as 7 horas da noite de 25 de abril de 1859. Morreu de hemorragia cerebral fulminante, pouco depois de cochilar no infcio da tarde. Segundo costumava dizer, e quando se preparava para jogar a partida de cartas na casa de um desembargador, seu amigo. 0 Dr. Camargo, chamado depressa, nem chegou a tempo de empregar os recursos da ciencia; o Padre Melchior nao p6de lhe dar as consola96es da religiao: a morte havia sido instantanea.
No dia seguinte foi o enterro, e foi um dos mais concorridos que os morado­ res do Andaraf ja viram. Cerca de duzentas pessoas acompanharam o finado ate a Clltima morada, estando representadas entre elas as primeiras classes da sociedade. 0 conselheiro, posto nao fosse de nenhum grande cargo do Estado, ocupava elevado lugar na sociedade, pelas rela96es adquiridas, costumes, edu­ ca9ao e tradi96es de famflia. Seu pai havia sido juiz no tempo colonial e figura de certa influencia na sociedade do ultimo vice-rei. Pelo lado materno, vinha de uma das mais distintas famflias paulistas. Ele pr6prio teve dois empregos, se saindo com habilidade e decencia, o que lhe garantiu a carta de conselho ea ad­ mira9ao dos homens publicos. Sem dificuldades por conta da polftica da epoca, nao estava ligado a nenhum dos dois partidos, conservando em ambos pre­ ciosas amizades, que ali se acharam na ocasiao de o levar a sepultura. Tinha, entretanto, tais ou quais de as polfticas, colhidas nas fronteiras conservadoras e liberais, justamente no ponto em que os dois domfnios podem se confundir. Se nenhuma saudade partidaria lhe deu a ultima pa de terra, mulher houve, e nao s6 uma, que viu ir se enterrar com ele a melhor pagina da sua mocidade.
A famflia do conselheiro era formada de duas pessoas: um filho, o Dr. Estacio, e uma irma, D. Ursula. Esta, c nquenta e poucos anos, era solteira, viveu sempre com o irmao, cuja casa organizava desde o falecimento da cunhada. Estacio ti­ nha vinte e sete anos e era formado em Matematica. 0 conselheiro havia tenta­ do encarreira-lo na polftica, depois na diplomacia, mas nenhum desses projetos teve infcio.
0 Dr. Camargo, medico e velho amigo da casa, logo que regressou do enterro, foi se encontrar com Estacio, que estava no gabinete particular do finado, em companhia de D. Ursula.
Tambem a dor tern suas vaidades; tia e sobrinho queriam nutri-la com a pre­ sen9a dos objetos pessoais do morto, no lugar de suas atividades cotidianas. Duas tristes luzes iluminavam aquela pequena sala. Alguns momentos corre­ ram, de profundo silencio, entre os tres. 0 primeiro que o rompeu foi o medico.
· Seu pai deixou testamento?
· Nao sei - respondeu Estacio.
Camargo mordeu a ponta do bigode duas ou tres vezes, ato que era comum quando fazia alguma reflexao.
· E preciso procura-lo, continuou ele. Quer que o ajude? Estacio apertou sua mao afetuosamente.
· A morte de meu pai - disse o m0<;:o - nao alterou nada as nossas rela- 96es. Fica a conflan9a anterior, do mesmo modo que a amizade, ja conflrmada e antiga.
A gaveta estava fechada; Estacio deu a chave ao medico; este abriu o m6vel sem nenhuma como9ao exterior. lnteriormente estava abalado . 0 que se lhe po­ dia notar nos olhos era uma viva curiosidade, expressao em que, alias, nenhum dos outros reparou.
Logo que come9ou a revolver os papeis, a mao do medico tornou-se mais febril. Quando achou o testamento, houve em seus olhos um breve lampejo, a que sucedeu a serenidade habitual.
· E isso? - perguntou Estacio.
Camargo nao respondeu logo; olhou para o papel, coma se quisesse adivi­ nhar o conteudo. O silencio foi muito demorado para nao causar impressao no mo90, que, alias, nada disse, porque acreditava que era efeito da como9ao na­ tural do amigo em tao dolorosa situa9ao.
· Sabem o que estara aqui dentro? - disse, enfim, Camargo. -Talvez uma falta ou um grande excesso.
Nern Estacio nem D. Ursula pediram ao medico a explica9ao sabre as pa­ lavras. A curiosidade, porem, era natural, e o medico p6de le-la nos olhos de ambos. Nao lhes disse nada; entregou o testamento a Estacio, ergueu-se e deu alguns passos na sala, mergulhado em suas pr6prias reflexoes, ora arranjando maquinalmente um livro da estante, ora metendo a ponta do bigode entre os dentes, com a vista baixa, alheio completamente ao lugar e as pessoas.
Estacio rompeu o silencio:
· Mas que falta ou que excesso e esse? -	perguntou ao medico. Camargo parou diante do mo90.
· Nao posso dizer nada -	respondeu ele. -	Seria inconveniente antes de
saber os ultimas desejos de seu pai.
D. Ursula foi menos discreta que o sobrinho; ap6s longa pausa, pediu ao me­ dico a explica9ao de suas palavras.
· Seu irmao - disse este - era boa alma; tive tempo de o conhecer de perto e de apreciar suas qualidades, que eram excelentes. Era seu amigo; sei que o era meu. Nada alterou a longa amizade que nos unia nem a confian9a que deposita­ vamos um no outro. Nao quis, pois, que o ultimo ato de sua vida fosse um erro.
· Um erro! - exclamou D. Ursula.
· Talvez um erro! - suspirou Camargo.
· Mas, doutor - insistiu D. Ursula-, por que motivo nao acalma nosso es- pfrito? Estou certa de que nao se trata de um ato que manche a imagem de meu irmao; naturalmente ha algum erro no modo de entender, alguma coisa que eu ignoro o que seja. Por que nao fala claramente?
0 medico viu que D. Ursula tinha razao; e que, a nao dizer mais nada, melhor seria ficar calado. Tentou desfazer a impressao de estranheza que havia deixa­ do no animo dos dais; mas, da hesita9ao com que falava, concluiu Estacio que ele nao podia ir alem do que havia dito.
· Nao precisamos de explica9ao nenhuma - interveio o filho do conselheiro.
· Amanha saberemos tudo.
Nessa ocasiao, entrou o Padre Melchior. 0 medico saiu as 10 horas, ficando de voltar no dia seguinte, logo cedo. Estacio, recolhendo-se ao quarto, murmu­ rava consigo: "Que erro sera esse? E que necessidade tinha ele de lan9ar esteenigma em meu cora9ao?".
ASSIS, Machado de. Helena. Adapta9ao, leitura e comentarios de Rodolfo Santiago. Recife: Prazer de Ler, 2014.
Narrador-onisciente
0 narrador-onisciente - do latim oni, que significa todo; e ciente (sciente), aquele que tern conhecimento sabre alga, portanto aquele que sabe de tudo - conta a hist6ria em terceira pessoa e, as vezes, permite-se certas intromiss6es narrando em primeira pessoa. Ele conhece tudo sabre as personagens e sabre o enredo, sabe o que passa no fntimo das personagens, suas emoc;:6es e seus pensamentos.
Ele e capaz de revelar suas vozes interiores, seu fluxo de consciencia, em primeira pes­ soa. Quando isso acontece, o narrador faz uso do discurso indireto livre, ou seja, as falas das personagens se misturam ao discurso do narrador em terceira pessoa. Assim, o en­ redo se torna plenamente conhecido, os antecedentes das ac;:6es, suas entrelinhas, seus pressupostos, seu futuro e suas consequenc as . Vejamos um trecho de Vidas secas, de Graciliano Ramos:
Capitulo 1 - l\lludan a
Na planfcie avermelhada, os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordina­ riamente andavam pouco, mas, coma haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem tres leguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, atraves dos galhos pelados da catinga rala.
Arrastaram-se para la, devagar, Sinha Vitoria com o filho mais nova escan­ chado no quarto e o bau de folha na cabec;:a, Fabiano sombrio, cambaio, o ai6 a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturao, a espingarda de pederneira no ombro. 0 menino mais velho ea cachorra Baleia iam atras .
Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram - se. 0 menino mais velho p6s-se a chorar, sentou-se no chao.
· Anda, condenado do diabo! - gritou-lhe o pai. Nao obtendo resultado , fustigou-o com a bainha da faca de ponta. Maso pequeno esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas pancadas e esperou que ele se levantasse. Como isto nao acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado, praguejando baixo.
A catinga estendia-se de um vermelho indeciso salpicado de manchas bran- cas que eram ossadas.
0 voo negro dos urubus fazia cfrculos altos em redor de bichos moribundos.
· Anda, excomungado.
0 pirralho nao se mexeu, e Fabiano desejou mata-lo. Tinha o corac;:ao grosso, queria responsabilizar alguem pela sua desgrac;:a. A seca aparecia-lhe coma um fato necessario - e a obstinac;:ao da crianc;:a irritava-o. Certamente esse obs­ taculo miudo nao era culpado, mas dificultava a marcha, e o vaqueiro precisava chegar, nao sabia aonde.
13
Tinham deixado os caminhos, cheios de espinho e seixos, fazia horas que pisavam a margem do rio, a lama seca e rachada que escaldava os pes.
Pelo espfrito atribulado do sertanejo passou a ideia de abandonar o filho na­ quele descampado. Pensou nos urubus, nas ossadas, co9ou a barba ruiva e suja, irresoluto, examinou os arredores. Sinha Vitoria estirou o bei90 indicando vagamente uma dire9ao e afirmou com alguns sons guturais que estavam per­ to. Fabiano meteu a faca na bainha, guardou-a no cinturao, acocorou-se, pe­ gou no pulso do menino, que se encolhia, os joelhos encostados no est6mago, trio como um defunto. Af a colera desapareceu e Fabiano teve pena. lmpossfvel abandonar o anjinho aos bichos do mato. Entregou a espingarda a Sinha Vitoria, p6s o filho no cangote, levantou-se, agarrou os bracinhos que lhe cafam sobre o peito, moles, finos como cambitos. Sinha Vitoria aprovou esse arranjo, lan9ou de novo a interjei9ao gutural, designou os juazeiros invisfveis.
Ea viagem prosseguiu, mais lenta, mais arrastada, num silencio grande. Au­ sente do companheiro, a cachorra Baleia tomou a frente do grupo. Arqueada, as costelas a mostra, corria ofegando, a Ifngua fora da boca. E de quando em quando se detinha, esperando as pessoas, que se retardavam.
Ainda na vespera, eram seis viventes, contando com o papagaio. Coitado, morrera na areia do rio, onde haviam descansado, a beira de uma poc;a: a fome apertara demais os retirantes e por ali nao existia sinal de comida. Baleia janta­ ra os pes, a cabec;a, os ossos do amigo, e nao guardava lembranc;a disto. Agora, enquanto parava, dirigia as pupilas brilhantes aos objetos familiares, estranha­ va nao ver sobre o bau de folha a gaiola pequena onde a ave se equilibrava mal. Fabiano tambem as vezes sentia falta dela, mas logo a recordac;ao chegava. Tinha andado a procurar rafzes, a toa: o resto da farinha acabara, nao se ouvia um berro de res perdida na catinga. Sinha Vitoria, queimando o assento no chao, as maos cruzadas segurando os joelhos ossudos, pensava em acontecimentos antigos que nao se relacionavam: festas de casamento, vaquejadas, novenas, tudo numa confusao. Despertara-a um grito aspero, vira de perto a realidade e o papagaio, que andava furioso, com os pes apalhetados, numa atitude ridfcula. Resolvera de supetao aproveita-lo como alimento e justificara-se declarando a si mesma que ele era mudo e inutil. Nao podia deixar de ser mudo. Ordinaria­ mente a famflia falava pouco. E depois daquele desastre viviam todos calados, raramente soltavam palavras curtas. 0 louro aboiava, tangendo um gado ine­ xistente, e latia arremedando a cachorra.
RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 23. ed. Sao Paulo: Martins, 1969.
0 trecho lido e narrado em terceira pessoa por um narrador-onisciente, que tudo sabe sobre as suas criaturas porque pode penetrar na intimidade delas. Esse foco narrativo e simb61ico, pois se trata, na verdade, de uma necessidade da narrac;ao, para que fosse mantida a verossimilhanc;a (se­ melhanc;a com o verdadeiro) da obra. Alem do mais, o autor utilizou tam­ bem o discurso indireto livre.
15
1 Tanto para a leitura quanta para a escrita de textos narrativos, a presenc;:a de um narrador e indispensavel. Observamos tres tipos, os quais estao alistados abaixo. Enumere a segunda coluna de acordo com a primeira apontando corretamente quais as caracterfsticas de cada um deles.
1. Narrador-personagem
2. Narrador-observador
3. Narrador-onisciente
@ Narra em terceira pessoa, nao participa das ac;:6es.
@		s abe tudo o que se passa com as personagens. Narra em primeira e em terceira pessoa.
(D Narra em primeira pessoa e tambem participa das ac;:6es.
2 Retire trechos dos textos apresentados neste capftulo que exemplifiquem as vozes em primeira e terceira pessoa.
Sugestao de resposta: Primeira pessoa: "Sou fndio, filho da floresta. Uso o meu area, meu cocar e minha flecha". Terceira pessoa: "O conselheiro Vale morreu as 7 horas da noite de 25 de abril de 1859".
3 Uma personagem pode ser principal ou secundaria. A principal diferenc;:a entre esses dais tipos e que:
a. Personagem principal:
E o protagonista. Muitas vezes, conduz os acontecimentos.
b. Personagem secundaria:
Esta presente na hist6ria, mas nao influencia no enredo substancialmente.
4 Observe a tirinha abaixo:
FAMiLIA CAFUCU / Ayode.
A respeito do que se pode perceber na tirinha, responda:
a. Onde se encontram as personagens, ou seja, qual e o espac;:o em que ocorrem as ac;:6es?
Pelo contexto, percebe-se que se trata de um lugar publico, como uma rua.
b. Em sua opiniao, o que levou as personagens a estar nesse espac;:o?
Para a primeira, a necessidade de honrar seus compromissos, isto e, pagar contas; para a segunda, a necessidade de pedir, visto que se trata de um mendigo.
c. Que palavra reforc;:a o estado de desanimo em que se encontra a primeira persona­ gem?
A palavra muita.
5 Como narrador-onisciente, reconte o que se passa na tirinha. Resposta pessoal.
 (
Estudo
 
do
 
texto
Dona
 
Custodia
)
Ar de empregada, ela nao tinha: era uma velha mirrada, muito bem arranjadinha, man­ gas compridas, cabelo em bando num vago ar de camafeu - usava mesmo um, fechando­
-lhe o vestido ao pescoc;o. Mas via-se que era humilde - atendera ao anuncio publicado no jornal porque satisfaziaas especifica96es, conforme ela propria fez questao de dizer: sabia cozinhar, arrumar a casa e servir com eficiencia a senhor so.
0 senhor so fe-la entrar, meio ressabiado. Nao era propriamente o que esperava, mas tanto melhor, a velhinha podia muito bem dar conta do recado, par que nao? E, alem do mais, impunha na casa um certo ar de discric;ao e respeito, propfcio ao seu trabalho de escritor. Chamava-se Custodia.
Dona Custodia foi logo botando ordem na casa: varreu a sala, arrumou o quarto, limpou
a cozinha, preparou o jantar, deslizava coma uma sombra para la e para ca - em pouco, sobejavam provas de sua eficiencia domestica. Ao fim de alguns dias, ele se acostumou
a sua silenciosa iniciativa (fazia de vez em quando uns quitutes) e se deu par satisfeito:
chegou mesmo a pensar em aumentar-lhe o seu ordenado, sob a infeliz impressao de que se tratava de uma empregada de categoria.
De tanta categoria que, no dia do aniversario do pai, em que alm0<;:aria fora, ele apro­ veitou-se para dispensar tambem o jantar, so para lhe proporcionar o dia inteiro de folga. Dona Custodia ficou muito satisfeitinha, disse que, assim sendo, iria passar o dia com uns parentes la em Rio Comprido.
Mas, as quatro horas da tarde, ele precisou dar um pulo no apartamento para apanhar qualquer coisa que nao vem a historia. A historia se restringe a impressao estranha que teve, entao, ao abrir a porta e entrar na sala de jantar: julgou mesmo ter errado de andar e invadido a casa alheia. Porque aconteceu que deu com os moveis da sala dispostos de maneira diferente, tudo muito arranjadinho e limpo, mas cheio de enfeites mimosas: paninho de renda no consolo, toalha bordada na mesa, dais bibel6s sabre a cristaleira - e, em lugar da gravura impressionista da parede, que se via? Um velho de bigodes que o espiava para alem do tempo, dentro da moldura oval. Nern p6de examinar direito tudo isso, porque, espalhadas pela sala, muito formalizadas e de chapeu, oito ou dez senho­ ras tomavam cha! So entao reconheceu, entre elas, Dona Custodia, que antes proseava muito a vontade, mas, ao ve-lo, calou-se estatelada. Estupefato, ele ficou parado sem saber o que fazer e ja ia dando o fora quando sua empregada se recomp6s do susto que tomou e acorreu pressurosa:
· Entre, nao fa<;:a cerim6nia! -	puxou-o pelo bra90, voltando-se para as demais velhi­ nhas. -	Este e o mo<;:o de que eu falava, a quern alugo um quarto.
 (
As
 
i
)Foi apresentado a uma par uma: viuva do desembargador Fulano de Tai; senhora
-As im; senhora Assim-Assado; viuva de Beltrano, aquele escritor da Academia! Depois de estender a mao a todas elas, sentou-se na ponta de uma cadeira, sem saber o que dizer. Dona Custodia veio em sua salva9ao:
· Aceita um chazinho?
· Nao, muito obrigado. Eu...
· Deixa de cerim6nia. Olhe aqui, experimente uma brevidade, que o senhor gosta tanto.
Eu mesma fiz.
Que ela mesma fizera, ele sabia - nao haveria de pretender que ele e que cozinhava . Que diabo ela fizera de seu quadro? E os livros, seus cachimbos, o nu de Modigliani junta a porta substitufdo par uma aquarelinha ...
· A senhora vai me dar licen<;:a, Dona Custodia.
Foi ao quarto - tudo sabre a cama, nas cadeiras, na c6moda. Apanhou o tal objeto que buscava e voltou a sala:
· Muito prazer, muito prazer- despediu-se caminhando de costas e coma um chines.
Ganhou a porta e saiu.
Quando regressou tarde da noite, encontrou, coma que par encanto, o apartamento res­ titufdo a arruma9ao original, que o fazia seu. O velho bigodudo desaparecera, o paninho de renda, tudo - e os objetos familiares haviam retornado.
-A senhora...
Dona Custodia o aguardava, ereta coma uma estatua, plantada no meio da sala. A 
- , abriu os bra9os dramaticamente, falou apenas:
- Eu sou a pobreza envergonhada!
1
Nao precisou dizer mais nada: ao olha-la, reconheceu logo que era ela: a propria Pobre­ za Envergonhada. E, a tal certeza, nem seria preciso acrescentarem-se as explicac;6es, a aflic;ao, as lagrimas com que a pobre se desculpava, envergonhadfssima: perdera o mari­ do, passava necessidade, nao tinha outro remedio - escondida das amigas, fizera-se de empregada domestica! E aquela tin ha sido a sua oportunidade de aparecer entre elas, jus­ tificar o sumic;o... Ele balanc;ava a cabec;a concordando: nao se afligisse, estava tudo bem. Concordava mesmo que, ele nao estando em casa, evidentemente, voltasse a recebe-las como na vespera para um chazinho.
0 que passou a acontecer dali por diante, sem mais incidentes. E, as vezes, se acaso regressava mais cedo, detinha-se na sala para bater um papo com as velhinhas, a quern ja estava se afeic;oando. Nao tao velhinhas que um dia nao surgisse uma viuva mais con­ servada, a quern acabou tambem se afeic;oando, mas de maneira especial. Ate que Dona Custodia soube, descobriu tudo, ficou escandalizada! Nao admitia que uma amiga fizesse aquilo com seu hospede. E despediu-se, foi embora para nunca mais.
SABINO, Fernando. Dona Custodia. Para gostar de ler. Sao Paulo: Atica , 1999.
· 0 texto do escritor Fernando Sabino e uma narrativa que relata situac;oes vividas num ambiente domestico. Sobre isso, responda:
a. Qual e o foco narrativo em que se encontra o texto? O foco narrativo e em terceira pessoa.
b. 0 narrador participa das ac;6es que narra? Que tipo de narrador e esse?
0 narrador nao participa das ac;6es que narra, por isso e um narrador-observador.
No infcio do texto, e feita uma descric;ao de Dona Custodia. Transcreva as caracterfs­ ticas ffsicas e psicologicas que o narrador atribui a ela.
"[...] era uma velha mirrada, muito bem arranjadinha, mangas compridas, cabelo em bando num vago ar de camafeu [...] Mas via-se que era humilde [...]"
0 que se entende por camafeu, que aparece no primeiro paragrafo?
Pedra fina com duas camadas coloridas, em uma das quais se lavra uma figura em relevo.
Dona Custodia pretendia trabalhar como empregada domestica e conseguiu o em­ prego. No terceiro paragrafo, o narrador diz que ela "[...] foi logo botando ordem na casa [...]". Com que trecho do texto se pode comprovar essa afirmac;:ao?
"[...] varreu a sala, arrumou o quarto, limpou a cozinha, preparou o jantar [...]"
Dona Custodia era uma eficiente empregada. Acerca disso, comente:
a. Que frase complementa e esclarece a expressao "[...] ele se acostumou a sua si­ lenciosa iniciativa [...]"?
"Fazia de vez em quando uns quitutes."
b. A vontade de fazer o melhor na casa em que trabalhava mereceu o reconhecimen­ to do patrao. Comprove isso com uma frase do texto.
"[...] chegou mesmo a pensar em aumentar-lhe o seu ordenado [...]"
c. No dia do aniversario do pai, o patrao pensou em recompensa-la de mais de uma forma. O que fez ele, demonstrando gratidao por ela?
Proporcionou a ela o dia inteiro de folga.
No quinto paragrafo, afirma-se que o patrao precisou apanhar algo em seu aparta­ mento as quatro horas da tarde.
a. Que impressao ele teve ao entrar no apartamento?
Teve uma impressao estranha: julgou ter entrado em outro apartamento e invadido a casa alheia .
b. Como o apartamento se encontrava?
Estava arrumado de forma diferente. Havia muitos moveis fora do lugar, e objetos que nao lhe pertenciam enfeitavam a sala. Alem disso, seus pertences estavam jogados na cama.
c. 0 que mais havia de especial na sala?
Algumas senhoras tomando cha, incluindo Dona Custodia.
d. Qual foi a primeira reac;:ao de Dona Custodia?
Nao soube como reagir, ficou imovel, paralisada, surpresa.
· Logo apos, Dona Custodia se recomp6s do susto. Como agiu em seguida?
Agiu coma se fosse a dona do apartamento. Disse que ele (o patrao) ficasse a vonta­ de. Em seguida, apresentou-o a todas as suas amigas e quis servir-lhe cha.
0 senhor permaneceu com as senhoras por alguns instantes e, em seguida, ret rou 
-se. So voltou a noite. Quando regressou, coma se encontrava o apartamento?
0 apartamento voltara ao normal, os objetos familiares tinham voltado aos seus lu­ gares.
Dona Custodia aguardava seu patrao ansiosamente, nervosa e muito envergonhada. Ela julgava necessario explicar a ele o que tinha ocorridonaquela tarde. ldentifique e transcreva abaixo o que ela disse para se justificar.
"[...] perdera o marido, passava necessidade, nao tinha outro remedio - escondida das amigas, fizera-se empregada domestica! E aquela tinha sido a sua oportunidade de reaparecer para elas, de justificar o sumic;o..."
 (
Proposta
 
de
 
produ
 
ao
,
E
 
hara
 
de
 
prat1car!
■
)
Fabula
Fruto de uma tradic;ao oral na qual as historias eram repassadas de pessoa para pes­ soa ate, por fim, serem escritas, tabula e uma pequena narrativa cujas personagens sao animais. Na fabula tradicional, esses animais agem e falam coma os seres humanos, apre­ sentando aspectos, virtudes, qualidades e defeitos do carater do ser humano.
Assim coma a parabola e o apologo, as fabulas tern coma objetivo passar um ensina­ mento, explicitado no fim da historia.
As fabulas apresentam narrador-observador, que narra os eventos ocorridos com o pro­ tagonista e as demais personagens sem se envolver na historia. As personagens se carac­ terizam por um (mica trac;o: o cordeiro e ingenuo; a raposa, esperta; o pavao, vaidoso. Issa torna mais facil identifica-las com as virtudes humanas.
Vejamos a seguir um exemplo de tabula. Em seguida, produza o seu proprio texto nesse genera.
A lebre e a tartaruga
A lebre vivia a se gabar de que era o mais veloz de todos os animais. Ate o dia em que encontrou a tartaruga:
· Eu tenho certeza de que, se apostarmos uma corrida, serei a vencedora - desaflou a tartaruga.
A lebre caiu na gargalhada.
· Uma corrida? Eu e voce? Essa e boa!
· Par acaso voce esta com medo de perder? -	perguntou a t artaruga .
· E mais facil um leao cacarejar do que eu perder uma corrida para voce - respondeu a lebre.
No dia seguinte, a raposa foi escolhida para ser a jufza da prova. Bastou dar o sinal da largada para a lebre disparar na frente a toda velocidade. A tartaruga nao se abalou e continuou na disputa. A lebre estava tao certa da vit6ria que resolveu tirar uma soneca.
"Se aquela molenga passar na minha frente, e s6 correr um pouco que eu a ultrapasso" - pensou.
A lebre dormiu tanto que nao percebeu quando a tartaruga, em sua marcha vagarosa e constante, passou. Quando acordou, continuou a correr com ares de vencedo ra. Mas, para sua surpresa, a tartaruga, que nao descansara um s6 minuto, cruzou a linha de chegada em primeiro lugar.
Desse dia em diante, a lebre tornou-se o alvo das chacotas da floresta. Quando dizia que era o animal mais veloz, todos lembravam-na de uma certa tartaruga...
Moral da hist6ria: Quern segue devagar e com constancia sempre chega na frente.
Do livro: Fabulas de Esopo. Disponivel em: www.dominiopublico.gov.br
;	.
E hora de planeJar!
Ao escrever, primeiramente, seu rascunho, preste aten<;ao nas dicas a seguir, que farao da sua narrativa um born texto:
1. Lembre-se de que o narrador somente conta os fatos, sem participar diretamente deles (narrador-observador).
2. Procure usar personagens que representem atitudes e comportamentos que me- lhor condizem com as pessoas que serao retratadas na tabula.
3. Seja conciso, nao use muitas descri96es, reuna informa96es em um texto breve.
4. Evite repeti96es de palavras, use bem o recurso da pontua9ao.
5. Fa<;a dialogos, marcando as falas das personagens com aspas ou com travessao.
6. Escreva a moral da hist6ria de modo explicativo ou utilize um proverbio.
7. De um tftulo ao seu texto.
23
0 discurso presente na tirinha a seguir tern o objetivo de causar riso. 0 humor da tira reside no fato de a fala do garoto nao corresponder aquilo que o colega deseja dizer. En­ quanta aquele espera um complemento coerente do proverbio popular, este ironiza e que­ bra a expectativa criada pelo primeiro. Conhecer esse proverbio, cujo desfecho deveria ser "Deus ajuda", e fundamental para se perceber o humor e compreender o discurso presente na tira.
TABUADA / Glauco Alexandre
 (
Fica
 
com
 
sono.
Mano, quern
 
cedo
 
madruga
...
?
)
Primeiramente, faz-se necessario detalhar um pouco os tipos mais comuns de discurso.
· No discurso direto, as personagens tern a fala reproduzida fielmente pelo narrador.
· Quando o narrador transmite da sua maneira a fala das personagens, usando vocabu­ lario pr6prio, ocorre discurso indireto.
Leia este texto:
0 vendedor perfeito
0 moc;:o apresentou-se ao gerente da loja e pediu emprego coma vendedor. Quando o dona disse que nao havia vaga, insistiu e acabou se oferecendo para ficar trabalhando de grac;:a par uma semana ou duas para o homem poder veri­ ficar que realmente ele era born vendedor.
Ja que nao lhe custaria nada, o patrao concordou. Logo o moc;:o acercou-se de um homem que, meio encabulado, estava a porta. 0 dona da loja, curioso para ver a tecnica de venda do moc;:o, chegou la perto e ouviu-o dizer:
· Sim, senhor. Sortimento completo de anz6is. Veja aqui, estes sao para pei­ xinhos miudos; estes, para maiores; estes, para os bem grandes. Melhor seria talvez fazermos um sortimento completo, nao?
· E verdade...
· 0 senhor tambem vai precisar de linha para estes anz6is. Uma grossura para cada tipo de anzol, nao e mesmo?
25
-Claro.
-Tambem uma relac;:ao de chumbadas, para os varios tipos de linhas e... an- zol. Em materia de varas, temos aqui esta, uma verdadeira maravilha da indus­ tria norte-americana do ramo. Vai esta mesmo, nao e? Diga-me uma coisa: o senhor vai pescar no barranco ou no meio da agua? [...] Sim, concordo, no meio da agua e muito mais sensacional. Nesse caso, lhe aconselharia um destes
barquinhos, s61ido e confortavel, com um motorzinho para irate onde quiser. [...] Pois nao, senhor. E um prazer servi-lo. E, se o senhor quiser flcar completamen­ te independente em materia de transportes, uma destas caminhonetas ultimo
tipo resolvera seu problema maravilhosamente. Nao precisara mais pedir favor de amigos nem depender de estranhos.
Mais uns minutinhos, e lase foi o cliente, todo contente, levando sua vastfs­ sima compra. 0 dono da loja, assombrado, disse ao moc;:o vendedor:
· Olha, rapaz, palavra que apreciei seu talento. 0 homem entra aqui s6 para comprar um anzol, e voce lhe vende quase a loja inteira.
Muito modesto, o moc;:o responde:
· Nao, senhor. Esta enganado num ponto. 0 homem nao veio comprar ne­ nhum anzol. Ele me perguntou se n6s tfnhamos um remedio para a gripe da mu­ lher dele. Oaf eu disse a ele: "Nao, mas por que e que nao aproveita esses dias para fazer uma pescaria?". 0 que e que ele ia fazer mesmo com a mulher gripada?
ALMEIDA , Assis. O vendedor perfeito . Hist6rias interessantes. 2. ed. Fortaleza: Premius, 2003.
Voce deve ter notado que predominou o discurso direto no texto. A cada ocorrencia des­ se discurso, fez-se novo paragrafo, iniciado por um travessao: "-	O senhor tambem vai precisar de linha para estes anz6is. Uma grossura para cada tipo de anzol, nao e mesmo?". Apesar disso, raramente ha um texto em que haja somente discurso direto. Se obser­ varmos o primeiro paragrafo dessa hist6ria, veremos que o discurso indireto introduz a narrativa: "O mo90 apresentou-se ao gerente da loja e pediu emprego como vendedor. Quando o dono disse que nao havia vaga, insistiu e acabou se oferecendo para ficar tra­ balhando de gra9a por uma semana ou duas para o homem poder verificar que realmente
ele era born vendedor".
A ocorrencia do discurso pode-se dar de modo espontaneo, muitas vezes um ou outro igualmente contribuem para o desenvolvimento ea compreensao do texto; em algumas situa96es, pela necessidade que a pr6pria hist6ria impoe ou sugere, o narrador faz a op9ao por apenas um tipo de discurso no texto.
Passagem do discurso direto para o indireto
Observe as tirinhas:
 (
CONTOS
 
DE
 
FADAS
 
/
 
Ayode
Nao
 
que
 
eu
 
conhe9a!
Por
 
falar
 
nisso,
 
voce
 
estara
 
livre
 
esta
 
noite?
Espelho, espelho
 
meu, existe alguem
 
mais
 
bela
 
do
 
que
 
eu?
)
 (
INVASOR
 
/
 
Ayode
Estou expandindo
 
meus
 
domfnios
 
sobre
 
a
 
Terra
.
Eu
 
nao
 
estou
 
engordando
 
.
)
Nas tirinhas da pagina anterior, ocorre o discurso direto, que e comum a esse genera textual.Para entendermos como se da a passagem de um discurso para outro, vejamos trechos de cada quadrinho. Em seguida, faremos algumas altera96es, reproduzindo aquilo que disseram as personagens.
 (
Discurso
 
direto:
 
"Espelho,
 
espelho
 
meu!
 
Existe
 
alguem
 
mais bela
 
do
 
que
 
eu?"
.
 
Discurso
 
indireto: 
Ela
 
perguntou
 
ao
 
seu
 
espelho
 
se
 
existia
 
alguem
 
mais
 
bela
 
do
 
que ela.
Discurso direto: 
"Eu nao estou engordando.
 
Estou expandindo
 
meus domfnios
 
sobre a
 
Terra".
Discurso
 
indireto: 
Ele
 
disse
 
que
 
nao
 
estava
 
engordando,
 
mas
 
expandindo
 
seus
 
domfnios
 
sobre
 
a
 
Terra.
)
Voce percebeu as principais mudan9as que ocorreram nessas frases? Em todas elas, os verbos foram alterados. Aqueles que se encontravam no tempo presente do indicativo em discurso direto (existe, estou) ficaram no preterito imperfeito (existia, estava). Perceba tambem que os pronomes mudaram. Os que eram de primeira pessoa (eu, meu) passaram
a ser de terceira pessoa em discurso indireto (ela, ele, seu).
Ha mais alguns detalhes a serem considerados quanta a mudan9a de discurso. Alem
das transforma96es vistas no paragrafo anterior, outros fatores contribufram para isso, tais como: acrescimo de verbos que antecipam a fala da personagem (perguntou, disse), os chamados verbos dicendi!de elocuc;ao; indica9ao da presen9a de um falante ou enun­ ciador (ela, ele); e uso de conjun9ao subordinativa integrante (que) depois de verbos em terceira pessoa.
Quando houver adverbio nos discursos, ele tambem sera alterado, caso haja mudan9a de discurso. Veja como isso pode acontecer:
 (
Discurso
 
direto:
 
O aluno
 
disse:
 
"Estou,
 
agora,
 
no
 
colegio".
Discurso
 
indireto:
 
0
 
aluno
 
disse
 
que,
 
naquele
 
momenta,
 
estava
 
no
 
colegio.
Discurso
 
direto:
 
0
 
professor
 
avisou:
 
"Nao
 
conversem
 
aqui".
Discurso
 
indireto:
 
0
 
professor
 
avisou
 
que
 
nao
 
conversassem
 
la.
)
Tres classes de palavras, portanto , serao alteradas na mudan9a de discurso: adverbios, pronomes e verbos .
0 discurso indireto livre
No t6pico anterior, tratamos dos dais tipos de discurso mais comuns: o direto e o in­ direto. Ha, porem, um outro tipo de discurso que pode aparecer principalmente em textos literarios, o chamado discurso indireto livre.
Trata-se de uma forma de narrar que mescla os discursos direto e o indireto de modo di­ fuso. Issa ocorre porque nao existem marcas que mostrem a mudanc;a do discurso, coma travess6es e aspas. Assim, as falas das personagens e do narrador (que e onisciente, ou seja, que sabe tudo o que se passa no pensamento das personagens) podem ser confun­ didas. Esse tipo de discurso permite maior liberdade sintatica e confunde justamente pela aderencia do narrador as personagens. Veja um e
destacado:
Um homem vem caminhando par um par­ que quando de repente se ve com sete anos de idade. Esta com quarenta, quarenta e poucos. De repente da com ele mesmo chutando uma bola perto de um banco onde esta a sua baba fazendo tric6. Nao tern a menor duvida de que e ele mesmo. Reconhece a sua pr6pria cara, re­ conhece o banco ea baba. Tern uma vaga lem­ branc;a daquela cena.
Um dia ele estava jogando bola no parque quando de repente aproximou-se um homem e... 0 homem aproxima-se dele mesmo. Ajoelha-se, p6e as maos nos seus ombros e olha nos seus olhos. Seus olhos se enchem de lagrimas. Sente uma coisa no peito. Que coisa e a vida. Que coisa pior ainda e o tempo. Como eu era inocente. Como os meus olhos eram limpos. 0 homem tenta di­ zer alguma coisa, mas nao encontra o que dizer. Apenas abrac;a a si mesmo, longamente. Depois sai caminhando, chorando, sem olhar para tras.
0 garoto flea olhando para a sua flgura que se afasta. Tambem se reconheceu. E flea pensando, aborrecido: quando eu tiver quarenta, quarenta e poucos anos, coma eu vou ser sentimental!
VERISSIMO, Luis Fernando. Comedias para se fer na esco/a. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
Perceba que a fala da personagem aparece de repente no discurso do narrador (em 3-a pessoa), sem "pedir licenc;a", ou seja, sem travess6es ou aspas que marquem o infcio da fala da personagem, alem de se apresentar em frases declarativas.
29
 (
1
Acerca
 
do
 
discurso
 
presente
 
na
 
tirinha
 
abaixo,
 
responda:
)
 (
\j
E QUANDO FOi
 
A
 
ULTIMA
 
VEZ
 
QUE
 
OUVISTE
ESSE 
TIPO DE QUEIXA,
 
ADONIS?
V
NAO SEI.
..
 
EU NAOTAVA
 
PRESTANDO
 
ATENt;:Ao
...
\j
POIS
 
E,
 
TONY!
 
LAURA
 
VIVE
 
ME
 
ENCHENDO
 
COM
 
ESSA
 
HISTORIA
 
DE
 
QUE
 
ESTA SEMPRE 
SEN
DO
 
IGNORADA
..
.
)
CORACOES PSICODELICOS / Henrique Pereira
a. Que tipo de discurso predominou na tirinha Iida? Justifique sua resposta. Predominou o discurso direto.
b. Passe a fala do segundo quadrinho para o discurso indireto: Adonis disse que nao sabia, pois nao estava prestando aten9ao.
2	Passe as frases abaixo para o discurso indireto:
a. A garota comentou: "Estudo muito todo dia". A garota comentou que estudava muito todo dia.
b. O ciclista disse a senhora: "Acabei de atropelar seu gato".
O ciclista disse a senhora que acabara/tinha acabado de atropelar o gato dela.
c. 0 rapaz lamentou: "Maria nao quer ir ao cinema comigo hoje".
0 rapaz lamentou que Maria nao queria ir ao cinema com ele naquele dia.
d. Joao perguntou a Ana: "Par que voce nao ira a escola hoje?". Joao perguntou a Ana par que ela nao iria a escola naquele dia.
3 Acerca do que estudamos sabre o discurso indireto, marque a alternativa falsa sabre as caracterfsticas desse tipo de discurso:
a. Adverbios coma aqui, af, ca no discurso direto passam a ser ali e la no discurso indireto.
b. No discurso indireto, o narrador usa suas proprias palavras para fazer a reprodu-
9ao da fala de uma determinada personagem.
c. De forma geral, o discurso indireto e elaborado em 3a pessoa (ele(s)/ela(s)).
)(	Ocorre quando as personagens sao conhecidas par meio de suas proprias pala­ vras, ou seja, par seu proprio discurso.
4 Com rela9ao a pontua9ao, frases interrogativas, exclamativas e imperativas no dis­ curso direto passam a ser frases declarativas no discurso indireto.
Passe as frases abaixo para o discurso direto:
a. Ele reconheceu que era muito esfor9ado.
Ele reconheceu: "Sou muito esfor9ado".	
b. Jessica confessou que nao havia estudado para a prova.
Jessica confessou: "Nao estudei para a prova".	
c. Eu reclamei que o troco do lanche estava errado.
Eu reclamei: "O troco do lanche esta errado!".	
5 (Fuvest) Sinha Vitoria falou assim, mas Fabiano resmungou, franziu a testa, achando a frase ext ravagante . Aves matarem bois e cabras, que lembran9a! Olhou a mulher, desconfiado, juIgou que ela estivesse tresvariando.
Graciliano Ramos, Vidas secas.
Uma das caracterfsticas do estilo de Vidas secas e o uso do discurso indireto livre, que ocorre no trecho:
a. "sinha Vitoria falou assim".
b. "Fabiano resmungou".
c. "franziu a testa".
)(	"que lembran9a".
e. "olhou a mulher".
 (
Estudo
 
do
 
texto
Leia
 
o
 
texto
 
a
 
seguir.
)
Alunos fazem carta para prefeito exigindo melhorias em Buzios, RJ
Pedidos sao relacionados a educac;ao na cidade; foram 14 exigencias.
Fim de suco artificial e sanitario com descarga estao entre os pedidos.
Durante uma solenidade de entrega de tablets aos estudantes do Colegio Municipal Paulo Freire, em Arma9ao dos Buzios, na Regiao dos Lagos do Rio de Janeiro, estes en­ tregaram uma carta ao prefeito da cidade, Andre Granado, exigindo melhorias referentes a educa9ao.
De acordo com um dos diretores da Uniao Municipal dos Estudantes de Arma9ao dos Buzios, Caio Lisboa, os estudantes aproveitaram a presen9a do prefeito para pedir mais aten9ao para a unidade escolar e educa9ao da cidade.
"Achei muito importante, pois assim eles come9am a ocupar os espa9os na constru9ao da educa9ao. S6 assim eles entendem a for9a que tern, e o poder publico passa a respon­ der", disse Caio.
A carta ainda determinou que o prefeito resolva os problemas em 30 dias. Foram 14 pe­ didos feitos pelos alunos: melhora no salario dos professores; ar-condicionado; carteiras; transporte escolar; laborat6riosde Artes, Qufmica e Informatica; banheiros com descarga; elei9ao para diretor; direito de fotoc6pia aos alunos; estagio remunerado; fim de suco ar­ tificial com biscoito; data-show; material para educa9ao ffsica; material para trabalhos; e acesso a biblioteca.
Disponivel em: http:// gl .globo.com/rj/regiao-dos-lagos / noticia / 2014/ 04/ alunos- fazem-carta-para-prefeito-exigindo-melhorias-embuzios-rj.html.
· Voce saberia dizer a que genera pertence esse texto? Por exemplo, se e uma carta, um poema, uma cr6nica, etc. Que caracterfsticas do texto justificam sua conclusao
sabre o genera?
Trata-se de uma notfcia. 0 aluno precisa apontar caracterfsticas coma: o relato de um fato (acontecimento real); as respostas as perguntas "o que?", "quern?", "quan­ do?", "onde?" e "por que? logo no primeiro paragrafo, tfpicas desse genera informati­ vo; o uso de discursos semelhantes a entrevistas curtas para mostrar as vozes dos sujeitos; a manchete e o sutia coma tftulo e subtftulos; a fonte ser um site reconhe­ cido coma site de notfcias (gl .com), etc.	
Como voce resumiria esse texto? Do que se trata?
Trata-se de uma notfcia sobre as reivindica96es dos alunos do Colegio Municipal Paulo Freire, em Arma9ao dos Buzios, Rio de Janeiro, durante uma solenidade de en­ trega de tablets. Eles aproveitaram a ocasiao para entregar uma carta ao prefeito da cidade, Andre Granado, exigindo melhorias na escola e na educa9ao de modo geral.
Cite tres pontos que os alunos solicitaram ao prefeito.
Sugestao de resposta: Transporte escolar; laborat6rio de Informatica, Qufmica e Ar­ tes; e banheiros com descarga.
Observe que o texto apresenta os discursos direto e indireto. Chama a aten9ao o dis­ curso direto do aluno . 0 que essa estrategia agrega ao texto?
0 aluno precisa apontar que o discurso direto do estudante no texto pode ser uma estrategia para envolver mais o leitor da notfcia, trazer o ponto de vista fiel dessa principal "personagem" da notfcia, provar a veracidade do fato e tambem se isentar da responsabilidade sobre o ponto de vista particular deste, uma vez que o discurso indireto implica numa reformula9ao da fala das personagens pelo narrador.	
Que li9ao voce pode tirar dessa situa9ao?
Sugestao de resposta: A de que os alunos podem e devem reivindicar os seus direitos.
Agora leia o trecho a seguir:
"Eu estava ali deitado olhando atraves da vidra9a as roseiras no jardim fustigadas pelo vento que zunia la fora e nas venezianas de meu quarto e de repente cessava e tudo ficava tao quieto tao triste e de repente recome9ava e as roseiras frageis e assustadas irrompiam na vidra9a e eu estava ali o tempo todo olhando estava em minha cama com minha blusa de la as maos enfiadas nos bolsos os bra9os colados ao corpo as pernas juntas estava de sapatos Mamae nao gostava que eu deitasse de sapatos deixe de pregui9a menino! mas dessa vez eu estava deitado de sapatos e ela viu e nao falou nada ela sentou-se na beirada da cama e pousou a mao em meu joelho e falou voce nao quer mesmo almo9ar?"
[...]
VILELA. Luiz. No bar. Rio de Janeiro: Edi96es Bloch, 1968.
33
Cite, do texto, um exemplo de emprego do discurso direto.
0 discurso direto ocorre nos trechos "[...] deixe de preguic;a menino!" e "Voce nao quer mesmo alm oc;ar?", nos quais o enunciador apresenta as interpelac;oes de sua mae. Professor, apontar que a falta de pontuac;ao e do estilo do autor.
· Leia.
"Em janeiro de 1935, um grupo de turistas pernambucanos passeava de carro quando
deu de cara com Lampiao e seu bando. Revirando a bagagem do grupo, um canga­ ceiro encontrou uma Kodak e entregou ao chefe, que perguntou a quern ela perten­ cia. Apavorado, um deles levantou o dedo. 'Quero que o senhor tire o meu retrato', disparou o Rei do Cangac;o, pondo-se a posar. 0 homem, esforc;ando-se, bateu uma chapa, mas avisou: 'Capitao, esta posic;ao nao esta boa'. Dando um salto e caindo de pe, Lampiao perguntou: 'E esta? Esta melhor?'. Outra foto foi feita. Quando libertava os turistas, ap6s pilha-los, o 'fot6grafo' de ocasiao indagou-lhe coma podia enviar as imagens. 'Nao e preciso. Mande publicar nos jornais', disse o cangacei ro."
Carlos Haag, Pesquisa Fapesp.
Os trechos abaixo se encontram em discurso indireto e discurso direto. Transforme, em discurso direto, o primeiro trecho e, em discurso indireto, o segundo.
I. "[...] um cangaceiro encontrou uma Kodak e entregou ao chefe, que perguntou a quern ela pertencia."
II. '"Quero que o senhor tire o meu retrato', disparou o Rei do Cangac;o."
I. Um cangaceiro encontrou uma Kodak e entregou ao chefe, que perguntou: -	De quern e?/ A quern pertence isto?/ A quern pertence esta maquina?
II. 0 Rei do Cangac;o disparou que queria que aquele senhor tirasse o seu retrat o.	
(Fuvest) Transforme o dialogo a seguir em um (mica perfodo, utilizando apenas o discurso indireto e conservando o sentido do texto.
Dialogo ultrarrapido
· Eu queria propor-lhe uma troca de de as...
· Deus me livre!
Mario Quintana .
Sugestao de resposta: Uma pessoa diz (disse) a outra que queria propor-lhe uma troca de ideias, ao que esta (ela) responde (respondeu) que Deus a livrasse daquilo. 
{	4
 (
Proposta
 
de
 
produ
 
ao
;
E
 
hora
 
de
 
praticar!
)
Desigualdade social
 (
A
 
desigualdade 
e
 
um
 
conceito
 
que
 
pode
 
estar
 
relacionado
 
a
 
varios
 
ambitos,
 
como
 
escolaridade,
 
renda,
 
genera.
 
A
 
desigualdade
 
economica,
 
a
 
mais
 
conhecida,
 
e
 
cha­
mada
 
de
 
desigualdade
 
social,
 
gerada
 
pela
 
distribui9ao
 
desigual
 
de
 
renda.
)
A charge e o texto apresentados mencionam a desigualdade social. Por meio dessa afir­ ma9ao, organize suas ideias e crie um texto narrativo que retrate esse problema utilizando os dois tipos de discurso estudados (direto e indireto).
;
E hora de planejar!
Para facilitar a elabora9ao do seu texto, observe os pontos abaixo:
1. Formule perguntas e respostas que possam ser utilizadas como dialogo entre as personagens do texto que voce criara, como "O que e desigualdade social?", "Quais sao as pessoas mais prejudicadas por esse problema?", "E possfvel uma
solu9ao?".
2. Quais sao as personagens principais?
3. 0 que acontece na hist6ria?
4. Em que tempo e em que lugar se passa a hist6ria narrada?
5. Quern narra?
6. Qual vai ser o foco narrativo?
35
A depender da complexidade da trama, a narrativa pode concentrar-se no desenvolvi­ mento do cenario, da pr6pria trama ou de uma personagem. E necessario ressaltar tam­
bem que as tramas podem apresentar varios nucleos tematicos, coma as telenovelas bra­ sileiras, em que a narrativa nao se centra em torno exclusivamente de uma ou de outra personagem.
Leia o texto a seguir.
 (
0
 
principe ra
Em tempos que ja vao longe, em que todo desejo se realizava, tempos que in­
 
felizmente ja passaram, vivia um rei com muitas filhas, e todas muito formosas.
 
A mais nova, porem, era tao bela que ate o pr6prio Sol ficava encantado quando
 
lhe
 
iluminava
 
o
 
rosto.
Perto
 
do
 
castelo,
 
havia
 
um
 
bosque
 
com
 
muitas
 
arvores
 
e
 
muita
 
sombra,
 
e,
do
 
rei
 
sentava-se
 
a
 
borda
 
do
 
poc;o
 
e,
 
quando
 
queria
 
brincar,
 
agarrava
 
uma
 
bola
de
 
ouro
 
e
 
atirava-a
 
varias
 
vezes
 
ao
 
ar.
 
Esse
 
jogo
 
era
 
o
 
que
 
mais
 
a
 
divertia.
 
Uma
vez
 
em
 
que
 
ela
 
estava
 
assim
 
brincando,
 
a
 
bola
 
desapareceu,
 
e,
 
coma
 
o
 
poc;o
 
era
 
muito
 
fundo,
 
inutil
 
foi
 
tentar
 
agarra-1
debaixo
 
de
 
uma
 
velha
 
tflia,
 
um
 
poc;o.
 
Nos
 
dias
 
de
 
muito
 
calor,
 
uma
 
das
 
filhas
)
 
Entao, ela comec;ou a chorar perdidamente. De repente, ouviu uma voz que lhe dizia:
· Que tens, filha do rei? Por que choras assim dessa maneira que ate fazes en­ tristecer as pedras?
A princesinha olhou em redor para ver de onde vinha a voz e viu uma ra com a ca­ be9a fora da agua.
· Ah! Es tu, razinha? -	perguntou-lhe a menina. -	Choro por causa da minha bola de ouro, que caiu no po90.
· Sossega -	respondeu a ra. -	Eu vou te ajudar, mas o que me dasem troca se
eu trouxer o teu brinquedo?
· O que quiseres, razinha: os meus vestidos, as minhas perolas e pedras precio­ sas, ate mesmo a coroa de ouro que tenho na cabe9a, tudo te darei com gosto.
Ara abanou a cabecinha e replicou:
· Nao quero os teus vestidos, nem as tuas perolas, nem as tuas pedras preciosas, nem a tua coroa de ouro. Mas, se quiseres levar-me contigo como amiga e compa­
nheira nos teus jogos, sentar-me a tua mesa, dar-me de comer no teu prato de ouro,
de beber no teu copo e deitar-me no teu leito, entao irei ao fundo do po90 e trarei a bola de ouro.
· Ah! -	respondeu ela. -	Prometo tudo o que quiseres se me trouxeres a minha bola.
{	8
Mas a linda princesinha dizia consigo: "Que coisas pede esta pobre ra! Ela pode cantar na agua entre as suas semelhantes, mas nunca podera ser companheira de um ser humano".
Ara, depois de a menina lhe ter prometido o que ela pedia, meteu a cabec;:a na agua, foi ao fundo do poc;:o e, pouco depois, tornou a aparecer, trazendo, na boca, a bola de ouro, que atirou na relva. A filha do rei, cheia de alegria ao ver o seu lindo brinquedo, apanhou-o e saiu correndo.
- Espera, espera! - gritou-lhe a razinha. - Leva-me contigo, eu nao posso correr tanto como tu!
Mas de nada lhe serviu gritar, porque a princesa nao fazia caso. Foi para casa e
logo esqueceu a infeliz ra, que se viu obrigada a voltar para a sua morada.
No dia seguinte, quando a menina estava sentada a mesa - com o rei, seu pai, e
os cortesaos -, comendo no seu prato de ouro, ouviu um barulho na escada de mar­ more do palacio. Alguem bateu a porta e disse:
Filh	d	b
V 
3
princesa levantou-se e foi ver quern batia. Quase caiu para tras quando se depa­
rou com a razinha parada, olhando para ela. A princesinha, assustada, fechou a porta e correu a sentar-se de novo a mesa, cheia de medo. 0 rei notou a perturba9ao da
filha e perguntou-lhe:
· Que tens, minha filha? Esta a porta algum gigante que te venha buscar?
· Ah! Nao - respondeu ela -, nao e um gigante, mas, sim, uma ra muito feia.
· Mas que quer contigo a ra?
· Ai, meu querido pai! Ontem, quando eu estava no bosque brincando junto ao po90, caiu na agua a minha bola de ouro. Comecei a chorar, ea ra trouxe-me depois de me haver feito prometer que a faria minha companheira. Mas nunca pensei que ela pudesse deixar a agua. Agora veio ate aqui e quer entrar no palacio.
Ara chamava pela segunda vez, dizendo:
· Filha mais nova do rei, abre a porta! Nao te lembras do que ontem me disseste junto ao po90? Filha mais nova do rei, abre a porta!
· Deves cumprir o que prometeste. Levanta-te e vai abrir a porta -	mandou o monarca.
Contrafeita, a princesinha viu que nao tinha remedio. Levantou-se e abriu a porta, e a ra entrou, acompanhando-a ate sua cadeira. Sentou-se no chao e disse:
· Levanta-me!
A menina hesitou ate que o pai lhe ordenou que fizesse o que lhe pedia a ra. Abai­ xou-se e pegou o frio bichinho. Ara saltou da mao dela para a mesa e disse:
· Agora chega para bem perto de mim o teu prato de ouro para comermos juntas.
A princesa cedeu, sem esconder o nojo. A razinha nem se deu por achada e comeu
a vontade, mas a menina nao conseguia engolir nem um bocado. Por fim, ja satisfeita,
disse a ra:
-Ja	estou farta e cansada . Leva-me para o teu quarto, arranja a tua cama de seda para dormirmos!
A princesa come9ou a chorar; tinha medo e repugnancia daquela ra que queria dormir na sua cama tao bonita e tao limpinha. Maso rei observou-lhe:
· Nao deves desprezar a quern quiseste que te ajudasse quando te era precise.
Entao, ela agarrou a ra com dois dedos, levou-a, colocou-a num canto do quarto e depois deitou-se. Oaf a pouco, a ra saltou para cima da cama, dizendo:
· Estou cansada. Quero dormir tao bem como tu. Deita-me no teu len9ol de seda, senao vou dizer a teu pai.
A linda princesa ficou desesperada, jamais consentiria que a ra a tocasse . Pegou, entao, o animalzinho e o atirou com toda for9a a parede, dizendo:
· Agora descansaras, nojenta ra!
Qual nao foi sua surpresa quando viu a ra, ao cair no chao, transformar-se num prfncipe a quern tinha sido prometida ha alguns anos. O prfncipe contou-lhe que ti­ nha sido encantado por uma feiticeira muito ma e que s6 a menina o podia salvar, tirando-o do po90 e levando-o para a casa dela. A princesinha, toda contente, contou tudo para o seu pai, que consentiu no casamento imediato dos dois.
Na manha seguinte, esperava-os uma carruagem magnfflca, puxada por oito ca­
valos brancos, enfeitados com plumas na cabe9a, com redeas de ouro. 0 jovem casal seguiu, entao, a igreja, lindamente decorada com flares, onde se uniram pelos la9os
sagrados do matrim6nio...
Adapta9ao do conto dos lrmaos Gri mm.
Observe este outro texto e perceba que o final e bem surpreendente:
Sujeitinho egoista
Uma institui9ao de caridade nunca tinha recebi­ do uma doa9ao de um dos advogados mais ricos da cidade.
O diretor da institui9ao decidiu, ele mesmo, ir fa­ lar com o advogado:
· Sabemos que o senhor e um dos advogados mais bem-sucedidos desta cidade, que ganha muito bem... Com sua licen9a, gostarfamos de pedir-lhe que fa9a uma doa9ao para nossa institui9ao de caridade.
0 advogado respondeu:
· Sim, e verdade que eu ganho muito bem. Mas
o senhor tambem sabia que minha mae esta muito doente e que as contas medicas sao muito superio­
res a renda anual dela?
· Ah, nao! - murmurou o diretor.
· E que eu tenho um irmao cego e desemprega- do? E que o marido da minha irma morreu num aci­ dente ea deixou sem um tostao e com cinco filhos menores para criar?
0 diretor, constrangido, falou:
· Eu nao tin ha a menor ideia de tudo isso...
· Entao - disse o advogado - se eu nao dou um tostao para eles, por que iria dar algum a voces?
Autor desconhecido
O que nos interessa analisar agora e a constru9ao basica de uma narrativa, em que de­ vem, em tese, constar elementos de ordem estrutural e tematica. Sao eles: a apresenta9ao de um evento inusitado, que pode gerar um estranhamento e chama a aten9ao do leitor; a evolu9ao dentro da trama dos eventos para um ponto de culminancia dramatica, o conhe­ cido climax; e o encerramento, ou desfecho, que pode coincidir com o elfmax.
Convem ressaltar que a no9ao de evento inusitado depende muito do engenho do autor e
tambem da visao de mundo do leitor. Uma narrativa pode parecer fantastica a um dado lei­ tor, ao passo que, para outro, ela pode ser considerada estranha ou desinteressante. E bem verdade que as motiva96es de leitura sao multiplas, ou seja, a leitura pode buscar entrete­
nimento, pura distra9ao ou informa9ao. Assim, nao necessariamente chamara aten9ao a narrativa cuja arquitetura dramatica for a mais complexa ou a mais bem elaborada. De todo modo, em geral, o escritor busca produzir hist6rias que pare9am, ao menos, originais, ainda que essa impressao nao atinja necessariamente todos os seus leitores possfveis.
{	2
1 Como observamos neste capftulo, uma narrativa e constitufda de elementos que or­ ganizam e dao vida ao texto, tais como enredo, personagens, narrador, espa90 e tem­ po. Com rela9ao ao texto O prfncipe ra, na pagina 37, aponte os seguintes elementos:
a. Enredo:
Para que a filha mais nova do rei pudesse recuperar seu brinquedo perdido, uma ra se atira no fundo de um po90 para busca-lo. Em troca, a ra pede para morar com a princesa, de modo a compartilharem tudo e se tornarem amigas. A menina, a prin­
cfpio, concorda, mas, assim que recupera sua bola de ouro, despreza o acordo feito e vai embora. A ra, no entanto, nao desiste e vai a casa da princesa, que e obrigada
pelo pai a abrigar a ra, cumprindo o que havia prometido. lrritada, a princesa atira a ra na parede. Nesse momenta, a ra se transform a em um prfncipe. Eles se casam e
sao felizes.	
b. Personagens:
A princesa, a ra (prfncipe) e o rei.	
c. Narrador:
Narrador-observador.	
d. Espa90:
0 castelo do rei e o bosque.	
e. Tempo:
Cronol6gico, pois tudo ocorre na ordem natural dos fatos, do come90 para o final.	
2 Que elementos basicos de ordem estrutural e tematica estaopresentes na narrativa Iida?
A narrativa apresenta normalmente um evento inusitado, que, chamando a aten9ao do leitor, pode causar um estranhamento. Ha, tambem, o clfmax, ponto alto da trama, seguido do encerramento, ou desfecho, que pode coincidir com o elfmax.	
43
 (
Porque
 
o
 
po90
 
era
 
muito
 
profundo...
Em virtude
 
de
 
o
 
po90
 
ser
 
muito
 
profundo...
{
) (
3.
)Em "A mais nova, porem, era tao bela que ate o pr6prio Sol ficava encantado quando
lhe iluminava o rosto"(primeiro paragrafo), o pronome oblfquo em destaque tern valor possessivo. Observe que ele pode ser substitufdo, sem prejufzo de sentido a frase,
pelos pronomes possesivos seu ou dela. Nos itens abaixo, substitua os trechos em destaque por pronomes oblfquos sem alterar o sentido de cada frase.
a. Rasgaram suas roupas. Rasgaram-lhe as roupas.
b. Cortaram meu cabelo. Cortaram-me o cabelo.
c. Amarraram nossas maos. Amarraram-nos as maos.
d. Furtaram a carteira dele. Furtaram-lhe a carteira.
4 A palavra em destaque na frase "[...] como o po90 era muito fundo, inutil foi tentar agarra-la"(segundo paragrafo) introduz uma ora9ao em que ha ideia de causa. Essa frase pode ser reescrita de diversas maneiras. Nos espa9os a seguir, reescreva o tre­ cho "[...] como o po90 era muito fundo [...]", mantendo a mesma rela9ao de sentido que se estabelece na ora9ao.
Ja que o po90 era muito profundo...	 Urna vez que o po90 era muito profundo...		 Visto que o po90 era muito profundo...		
Estudo do texto
As crueis sereias
Um dos mais terrfveis perigos que Ulisses teve de enfrentar em seu regresso a ftaca foram as sereias, demonios marinhos com rosto de mulher, mas dotados de asas e gar­ ras de aves de rapina. Seu canto era tao melodioso e sedutor que atrafa irresistivelmente todos os marujos que passavam pelas vizinhanc;as da ilha onde elas viviam. Os navios aproximavam-se entao imprudentemente da costa pontilhada de escolhos agudos e de fn­ gremes rochedos e rachavam o casco, soc;obrando nas aguas pardacentas. Os naufragos que porventura conseguissem alcanc;ar terra eram impiedosamente devorados por seres demonfacos.
Advertidos por Circe, Ulisses e seus companheiros sabiam perfeitamente o que deviam fazer mal avistassem a ilha das sereias. Tinham de trabalhar rapido antes que uma s6 nota de seu harmonioso canto viajasse pelos ares.
Vedaram, pois, cuidadosamente os ouvidos com pedac;os de cera de abelha, que haviam recolhido na ilha de Eeia, e depois amarraram Ulisses ao mastro com cordas s61idas. Fora essa a forma que o her6i havia imaginado para, de maneira segura, satisfazer a sua insa­ ciavel curiosidade, um dos trac;os marcantes do seu espfrito.
45
Mal tinham os companheiros acabado de cingir o corpo de Ulisses com os ultimas n6s, as sereias, enxergando ao longe o barco dos gregos, iniciaram o seu canto mavioso e aliciante:
-Venha, Ulisses, honra e orgulho da nobre Grecia! Aproxime-se para ouvir a nossa voz! Quern por aqui passa deleita-se com nossas melodias, escuta os feitos gregos na altiva if roia e penetra os segredos do Universe.
Seduzido por tais apelos, o her6i ordenou asperamente aos companheiros que o sol­ tassem, mas estes, com os ouvidos entupidos pela cera, continuavam tranqu os a remar. Percebendo, porem, que Ulisses fazia esfon;:os desesperados para libertar-se, dois deles se levantaram e foram reforc;:ar ainda mais os lac;:os.
Apenas quando a ilha das crueis sereias desapareceu no horizonte e que os marujos, cientes de que ja nao havia perigo, retiraram a cera que Ihes tapava os ouvidos e cortaram as cordas que prendiam o astute Ulisses ao mastro da nau.
Homero . Odisseia. Adapta<;ao de Roberto Lacerda. Sao Paulo: Scipione , 2008 .
· A Odisseia conta as aventuras de quern?
Conta as aventuras de Ulisses.	
Onde a ac;:ao se desenrola?
Desenrola-se na Grecia Antiga.	
Sabemos que, nas hist6rias de aventura, e comum haver seres mitol6gicos. Com que tipo de criatura Ulisses se deparou na viagem?
Deparou-se com as sereias.	
A hist6ria Iida chama-se Odisseia e fala das aventuras de Ulisses ao retornar para casa. E possfvel encontrar a palavra odisseia nos dicionarios. Fa9a uma pesquisa sobre o significado da palavra em destaque e relacione-a com a hist6ria Iida.
A palavra odisseia quer dizer longa perambula9ao ou viagem marcada por aventuras, eventos imprevistos e singulares.
Sugestao de resposta: A rela9ao que podemos tra9ar entre esse significado e a his­ t6ria de Ulisses e clara: o retorno deste para casa e uma longa viagem permeada por inumeras aventuras.
0 livro Odisseia relata o regresso de Ulisses, her6i da Guerra de Troia. Fa9a uma pes­ quisa sobre essa guerra e responda.
a. 0 que foi a Guerra de Troia?
Sugestao de resposta: A Guerra de Troia foi um conflito belico entre os gregos e os troianos.
b. Qual foi a causa da guerra?
Sugestao de resposta: Segundo a lenda, a guerra ocorreu por causa do rapto de Hele­ na, esposa do Rei Menelau, por Paris, filho do Rei Prfamo de Troia. 0 prfncipe troiano teria ido a Esparta em missao polftica, conhecendo, entao, Helena e apaixonando-se por ela. Menelau, furioso com o rapto, organizou um poderoso exercito. 0 general Agamenon foi designado para comandar o ataque aos troianos. Usando o mar Egeu como rota, mais de mil navios foram enviados para Troia.	
c. Quanto tempo durou a guerra e quais os principais acontecimentos?
Sugestao de resposta: 0 cerco grego a Troia durou aproximadamente 10 anos. Varios soldados foram mortos, entre eles os her6is gregos Heitor e Aquiles, este ultimo mor­ to ap6s ser atingido em seu ponto fraco, o calcanhar.	
Voltando ao texto, que argumentos as sereias usaram para convencer Ulisses a se aproximar delas?
As sereias tentaram convence-lo dizendo que as melodias de seu canto deleitam quern as ouve, que ele iria escutar os feitos gregos na altiva Troia e, assim, penetraria os segredos do Universo.	
 (
7.
)Por que elas tinham certeza de que Ulisses seria seduzido por esses argumentos? Porque seu canto seduzia e encantava qualquer um que o ouvisse.
Por que as sereias nao conseguiram alcanc;ar seu objetivo?
Porque Ulisses, sabendo do perigo que corria ao escutar uma s6 nota do canto das sereias, elaborou um meio de nao conseguir ir ao encontro delas.
 (
Proposta
 
de
 
produ
 
ao
,
E
 
hora
 
de
 
praticar!
)
Uma narrativa de aventura geralmente conta a hist6ria de um her6i que vive as mais admiraveis situac;6es. O aventureiro nao se deixa vacilar diante dos sucessivos desafios e envolve-se em uma sequenc a de peripecias para escapar do perigo. A ac;ao e um elemen­ to fundamental desse tipo de narrativa.
As aventuras possfveis nao sao poucas: cac;a a tesouros, visitas noturnas a cemiterios, perseguic;6es a bandidos, uma situac;ao de perigo em uma caverna, etc.
Baseado na narrativa de aventura que voce leu na sec;ao Estudo do texto, crie, em dupla com um colega de turma, uma narrativa de aventura. Depois, socializem com a turma.
,
E hora de planejar!
Antes de voce fazer sua narrativa de aventura, fique atento aos pontos abaixo, que irao ajuda-lo na hora de escrever:
1. 0 enredo de uma narrativa de aventura e composto das ac;6es das personagens, organizadas em uma sequencia de situac;6es.
2. Algumas caracterfsticas podem ser estabelecidas as personagens, como a astu­
cia ea esperteza, para que se livrem das situac;6es perigosas em que se envolvem.
3. A narrac;ao pode ser contada na primeira pessoa, quando o narrador participa da hist6ria tambem como personagem, ou na terceira pessoa, quando nao participa das ac;6es.
4. 0 narrador explica algumas circunstancias da hist6ria. Apresenta a epoca, o local
e as personagens que participam da narrativa. Os espac;os e as personagens sao apresentados em uma situac;ao que pode ser de desequilfbrio ou de tensao.
5. No infcio da narrativa, ha adversidades ou conflitos em que as personagens prin­
cipais sao envolvidas.
6. 0 desfecho, ou a resoluc;ao, da hist6ria ocorre quando a complicac;ao, ou o conflito, e solucionado.
7. A narrativade aventura se caracteriza pelo suspense que prende o leitor ao texto.
8. (
{
)A descric;ao de cores, sons e objetos na caracterizac;ao do espac;o colabora para a criac;ao do suspense.
48
 (
{
)
Observe a estrutura e a composi9ao da carta pessoal abaixo.
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M	,
C<Yl1Ae,
	
	QA, ru¼
	,	tcfw.
	
	
50
texto de Braga para o amigo cearense que foi morar no Estado do Rio Grande do Sul e uma carta pessoal. Nesse modelo de redac;:ao, o vocabulario e as expressoes usadas sao comuns ao emissor e ao receptor. A escrita da carta se assemelha bastante ao dialogo que teriam se estivessem frente a frente ou ao telefone.
Na carta, costuma-se chamar o emissor de remetente e o receptor de destinatario. A carta, portanto, e uma comunicac;:ao escrita de um remetente a um destinatario. Observe isso na tirinha a seguir:
 (
H!
MEU AMOR
...
 
(CHUIF)
... 
CASA 
SE
 
ESCREVE
 
COM
 
S,
YENAOZ!
"[...) 
ASS.:
 
MARCOS
 
LAURO"
[
...
) E AGORA, ELISA,
 
TUDO FICARA ASSIM
 
ENTRE
 
NOS,
 
POIS
 
NAO
 
ENCONTRO NENHUM
 
AMOR
 
NESTA
 
CAZA..."
)CORA(,OES PSICODELICOS / Henrique Pereira
A linguagem da carta pessoal pode ser formal ou informal. 0 que determina o nfvel/registro de linguagem sao o grau de en­ volvimento entre remetente e destinatario ea intenc;:ao do tex­ to. A informalidade ocorrera se o objetivo da correspondencia for apenas nao perder o contato com o amigo que esta distante, por exemplo.
No cartum ao lado, o argentino Quino explora o efeito do humor. Observe-a e, em seguida, perce­ ba a intenc;:ao do cartunista.
Tambem pode-se perceber que ha uma ironia presente. 0 paciente, com estado de saude cada vez mais debilitado (ob­ serve a expressao facial da per­ sonagem no cartum), sempre recebe o parecer medico de que esta bem. Pouco tempo depois,
UINO, Esto no es todo. Buenos Aires: Ediciones de la Flor, 2003.
fugindo um pouco da normalidade para explorar o humor, o medico recebe um cartao 
 pasta de seu ex-paciente, que ja estava alem das nuvens. Observe que a expressao facial do medico permanece a mesma se comparada a do paciente, indicando que nao se
passaram espac;os de tempo longos, coma anos, por exemplo; portanto, nao se trata de envelhecimento, mas, sim, de debilidade pragressiva do paciente. Supomos, pela leitura atenta do medico ao postal, que o ex-paciente teve a intenc;ao de mandar notfcias do ceu, o que causou muita estranheza e admirac;ao ao velho doutor.
 (
Aten
 
ao:
 
cartao-postal
 
e
 
diferente
 
de
 
carta
 
pessoal.
 
De
 
forma
 
simples,
 
pode­
-se
 
dizer
 
que,
 
no
 
cartao,
 
o
 
objetivo
 
comunicativo
 
do
 
remetente
 
e
 
mandar notfcias
 
suas, geralmente
 
falando de sua viagem.
 
Alem disso, seu texto e bastante breve
 
e,
 
diferentemente
 
da
 
carta,
 
nao
 
precisa
 
ser
 
colocado
 
num
 
envelope.
)
Elementos essenciais da carta pessoal
Nome da cidade e data - Devem constar na primeira linha.
Vocativo - E o que aparece logo abaixo da primeira parte da carta. 0 vocativo e a forma coma o remetente vai invocar o destinatario ou se dirigir a ele.
Conteudo - E o que chamamos de texto. Apresenta intraduc;ao, desenvolvimen­
to e conclusao, cada parte em paragrafos distintos.
Despedida - E a saudac;ao final. Ela deve ser breve, com poucas palavras.
Assinatura - E obrigat6ria; o remetente deve ser identificado.
E importante observar coma as caracterfsti­ cas desse genera textual repercutem ao longo do tempo, ou seja, as cartas pessoais possuem uma estrutura e conteudo relativamente recorren­ tes, capazes de causar no leitor certa expectativa sabre o genera. Por exemplo, uma carta pessoal e diferente de uma tirinha, e o leitor logo identifi­ ca esses generas, ate mesmo sem nem ter lido o conteudo, por ja estar familiarizado com as parti­ cularidades de cada um.
Observe esta carta pessoal do intelectual per­ nambucano Joaquim Nabuco dirigida a Antonio Pinto, na segunda metade do seculo XX, cuja te­ matica ea questao abolicionista no Brasil:
TRAVASSOS, T.; FERREIRA, P. E. da S. C. Cartas particulares: hist6ria das pessoas, da sociedade e da linguagem. In: SOARES, T. N.; GOMES, V. S. ldentidade
e mem6ria em manuscritos e impressos pernambucanos: lingua, hist6ria e cultura atraves dos textos. Recife: Ed. dos Autores, 2012, p. 27
 (
1
Nome
 
da
 
cidade
 
e
 
data
2
3
Vocativo,
4
C
lntroducao
5
6
7
0
8
9
10
N
Desenvolvimento
11
12
13
T
14
15
16
E
17
18
19
(J
Conclusao
20
21
22
D
23
24
25
0
26
Saudacao
 
final
27
28
29
Assinatura
 
(e
 
obriqat6ria)
30
)Atente que, apesar do tempo trans­ corrido da data da carta ate os dias atuais, os elementos essenciais que apresentamos anteriormente permane­ cem. Comparando as duas cartas pes­ soais expostas, note coma sao interes­ santes as mudanc;as ortograflcas, de tratamento e o nfvel de linguagem.
Estrutura
Tomando coma referencial uma folha com trinta linhas, a carta apresentaria, mais ou menos, a estrutura e composi- 9ao ao lado.
Este modelo de carta e o mesmo que voce viu no infcio deste capftulo. Gosta­ rfamos de lembrar que o numero de li­ nhas do conteudo - texto propriamente dito - dependera da situac;ao. A nume­ rac;ao que surge af e apenas sugestiva, nao obrigat6ria
5
 (
Anauri
 
Alves
Rua Pe. Paulino, 401, Bela Vista
 
Fortaleza
CE
CEP:
 
60864-200
Para
Kayssa
 
Viegas
 
Alves
Rua Santos Dumont, 
304, Centro
 
Porto
 
Alegre
RS
CEP:
 
95250-000
)
 (
e
lizado pelos Correios para fa­
 
cilitar o encaminhamento ea en­
 
trega das correspondencias aos
 
destinatarios.
Disponivel
 
em
: 
https
://w
 
w
w.
significados
.
eom
.
br
/
 
cep
/.
)E muito importante que se coloque o CEP (numero usado para a identifica9ao de um lugar) corretamente. No Brasil, ele deve ser escrito com oito numeros. Atra­ ves dele, o carteiro tera mais facilidade para passar a seu colega ou parente a carta que voce enviou. Alem disso, o selo devera ser colocado no local indi­ cado no envelope .
Carta de leitor
Alguns jornais ou revistas tern uma parte especial para receber cartas de leitores. A
maioria delas e de curta extensao e traz crfticas, sugest6es ou elogios a materias que foram consideradas por eles importantes, interessantes ou curiosas. E valido ressaltar
a consideravel fun9ao social desse genera para a representa9ao e forma9ao da opiniao publica, uma vez que seu suporte, jornais e revistas, contribui para a ampla divulga9ao dessas diferentes impress6es dos leitores, servindo de feedback aos peri6dicos.
Para esse tipo de carta, nao ha a necessidade de envelope . Elas podem ser mandadas por fax, por e-mail ou podem ser entregues pessoalmente. Geralmente sao publicadas com o name do leitor, a sua cidade/estado e ocupa9ao/profissao.
A seguir, ha exemplos de cartas que sao enviadas a esses 6rgaos de comunica9ao.
 (
Explore
 
mais!
Assim como vimos no t6pico sobre cartas pessoais, as cartas de leitor tambem
 
sao
 
um genero
 
que
 
circula
 
ha
 
um
 
born
 
tempo
 
em
 
peri6dicos.
Veja exemplares
 
de cartas de leitores, em peri6dicos de Pernambuco, dos secu­
 
los XIX e XX,

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