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Estudo de caso - Exploradores de Caverna

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ESTUDO DE CASO
OBRA: O caso dos Exploradores de Caverna - Lon L. Fuller
QUESTÕES: 
1. Em que ano se passa o caso narrado no livro?
Os exploradores ficaram presos e mataram seu colega no interior da caverna no mês de maio do fictício ano de 4299. Todavia, o julgamento na Suprema Corte ocorre no também fictício ano de 4300.
	
2. Quais são os personagens da obra? 
Roger Whetmore (Explorador morto), os três exploradores condenados a morte (os quais não tiveram seus nomes citados) e os juízes da suprema corte: Presidente Truepenny, C. J., Tatting, J., Keen, J., Handy, J. e Foster, J.
3. Qual enredo o livro? Apresente os fatos de forma sequencial. 
O livro trata de um caso fictício, ocorrido entre os anos de 4299 e 4300, na fantasiosa Newgarth, onde 4 (quatro) homens, todos exploradores amadores, ficaram presos, por acidente, no interior de uma caverna. Tais homens, após grande esforço externo na realização de seu salvamento, perceberam que suas provisões não seriam suficientes para que todos aguardassem com vida até a definitiva liberdade da prisão rochosa. Dessa forma, após sugestão de um dos exploradores presos, decidiram que um deles se sacrificaria para que os demais sobrevivessem se alimentando de sua carne na espera do resgate. A escolha do sacrificado se deu por meio de sorteio, tendo Roger Whetmore o derrotado no macabro jogo de azar. O ponto central do livro se inicia com o julgamento e condenação a pena de morte, em primeira instância, dos sobreviventes. Devida a relevância e apelo popular do caso, após o recurso dos réus, ele foi alçado à suprema corte, que deveria decidir, por meio de seus juízes, se os réus deveriam ou não serem executados na forca, conforme determina a lei de Newgarth, pela morte de Roger Whetmore. Diante da complexa situação, que colocava frente a frente duas vertentes do direito: Jusnaturalismo x Juspositivismo, os juízes da suprema corte de Newgarth procedem seus votos, cada um defendendo seu ponto de vista sobre tão peculiar caso jurídico. Por fim, diante do empate entre as correntes jurídicas, os réus acabam sendo novamente condenados e executados, seguindo o rito determinado nas leis locais daquele lugar.
4. Como os personagens mantiveram contato com a sociedade após o ocorrido? 
Através de um rádio comunicador do tipo transistorizado levado pelos próprios exploradores.
5. Quais questionamentos foram feitos pelos exploradores à equipe de socorro? 
· Quanto tempo levaria para que fossem libertados;
· Após solicitarem falar com um médico, os exploradores questionaram se seria possível sobreviver por mais dez sem alimento;
· Questionou aos médicos se eles seriam capazes de sobreviver por mais dez dias se se alimentassem da carne de um deles;
· Ainda aos médicos, se era aconselhável que escolhessem na sorte qual deles seria sacrificado;
· Se algum magistrado, autoridade governamental ou sacerdote poderia responder ao mesmo questionamento feito aos médicos;
6. Qual a decisão tomada pelos exploradores e por quê?
Decidiram sacrificar um dentre eles para que pudessem, se alimentando da carne humana do morto, aguardar, com vida, o completo resgate do interior da caverna.
A motivação está relacionada ao estado de necessidade, onde os exploradores se viram diante do dilema de sacrificar uma vida e praticar o canibalismo, em troca de se manterem vivos até que o resgate fosse concluído.
7. Os exploradores foram julgados sob qual acusação? 
Homicídio, sendo condenados à pena de morte, conforme previa a lei local para os casos desse tipo.
8. Quantos juízes participaram do julgamento? 
No julgamento procedido pela Suprema Corte foram 5 (cinco) juízes: Presidente Truepenny, C. J., Tatting, J., Keen, J., Handy, J. e Foster, J. Todavia, cabe citar que os réus já haviam sido julgados e condenados em primeira instância no Tribunal do Condado de Stowfield.
9. Apresente um breve resumo dos votos proferidos no julgamento, abordando a corrente jurídico filosófica empregada para fundamentar cada voto. 
Presidente Truepenny, C. J.: em seu voto, o presidente da Suprema Corte se mostra favorável a decisão tomada pelo júri de primeira instância (a qual condenou os réus a pena de morte), que seguiu, em suas palavras, não somente o caminho correto e sábio, mas, além disto, o único que lhes restava aberto em face dos dispositivos legais, se mostrando inclinado a corrente juspositivista. Todavia, ele se mostra favorável ao artificio da clemência executiva, deixando nas mãos do chefe do executivo o destino dos exploradores.
Foster, J.: em seu voto, o juiz se mostrou defensor da corrente do direito natural (jusnaturalista) afirmando que o direito positivo de Newgarth é inaplicável a este caso tão peculiar. Além disso, ele alega que os exploradores, na situação em que estavam presos nas profundezas rochosas, estavam foram da jurisdição das leis imposta a sociedade e sim em um estado natural, devendo então serem absolvidos.
Tatting, J.: em seu voto se mostra dividido com relação aos aspectos emocionais e intelectuais que o caso despertou sua maneira de pensar. Todavia, ele fez uma grande crítica ao voto de seu colega Foster, chamando a doutrina do jusnaturalismo, defendida por ele, de fantasiosa. Ele também refuta a tese de que os réus agiram em legitima defesa, como supôs o juiz Foster, uma vez que, segundo suas palavras: “para repelir uma ameaça agressiva a sua própria vida, um homem não age intencionalmente, mas em resposta a um impulso profundamente enraizado na natureza humana”. Por fim, ele critica a decisão do Ministério Público em denunciar os exploradores pelo crime de homicídio e se julga incapaz de decidir.
 Keen, J.: inicia seu voto com uma crítica ao presidente da corte, alegando que o judiciário não deveria se ater a atos de competência do poder executivo, uma vez que o Presidente Truepenny, em seu voto dá nítidas instruções ao chefe do executivo com relação a concessão do perdão aos réus em caso de nova condenação. Além disso, o juiz Keen se mostra um ferrenho defensor do direito positivo, alegando que cabe aos juízes a aplicação da lei e não a interpretação diante de propósitos diversos. Destaco o trecho de sua fala que evidência sua posição com relação a filosofia jurídica seguida por ele: “a obrigação do Poder Judiciário de aplicar fielmente a lei escrita e de interpretá-la de acordo com seu significado evidente, sem referência a nossos desejos pessoais ou a nossas concepções individuais da justiça”. Ele também critica juízes que invadem a competência legislativa e “criam” novas leis através de suas interpretações e jurisprudências. Por fim, ele aceita que sua decisão será tida como rigorosa e impopular, mas, seguindo a linha por ele defendida, a condenação dos réus deve ser mantida.
Handy, J.: destaca a falta de análise jurídica, por parte de seus colegas, do contrato celebrado entre a vítima e os réus, ainda no interior da caverna. Além disso, Handy alega que as teorias de direito natural de Foster e a fidelidade a letra da lei positiva de Keen, de nada servem se o julgador se afasta da vontade popular, ou seja, do senso comum. Ele apresenta em seu voto elementos que mostram a vontade popular com relação ao caso e frisa que o julgador jamais deve se insensível ao anseio do povo. Dessa forma, sem defender nenhuma das duas correntes jurídico filosófica (jusnaturalismo e juspositivismo), e sim o senso comum, ele vota pela absolvição dos réus.
10. Apresente sua posição sobre o desfecho da obra, abordando a corrente jurídico filosófica que, sob sua ótica, deveria ter sido empregada na decisão. 
Como pode ser observado na obra, os réus acabaram condenados a morte pela suprema corte, que após longa análise do caso e revelação dos votos de seus juízes componentes, terminou com um empate entre aqueles que defendiam a condenação e os que eram favoráveis a absolvição, tendo ainda uma isenção entre 5 (cinco) votantes. Todavia, me parece que tal decisão se afastou daquilo que o direito deve proporcionar a um povo regido sob a égide das leis: “justiça”. A falta de uma lei escritaque abarcasse situação tão peculiar não pode ser justificativa para que o estado mate 3 (três) homens que acabaram de sair de um verdadeiro martírios, presos, famintos, tendo que se submeter a praticar o canibalismo para sobreviver. Será que algum dos réus sentiu prazer em tirar a vida da vítima, ao cortar sua carne, assá-la e comê-la? Duvido muito. Ao meu ver, a aplicação do direito natural se mostra o caminho para uma decisão justa no caso dos desafortunados exploradores, que já foram penalizados por demais pela própria situação vivida durante o cárcere subterrâneo. Além disso, como o Estado, numa democracia, pode matar 3 (três) homens depois de sacrificar 10 (dez) outros durante seu resgate? Tal disparate vai de encontro a tudo que se diz minimamente razoável. Dessa forma, a absolvição, com base nos princípios do direito natural, aquele advindos da cultura e costumes de um povo, se encaixaria no caso analisado, satisfazendo os anseios da grande maioria da população local.

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