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Resumo - As Correntes Clássicas da Sociologia

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Resumo - As Correntes Clássicas da Sociologia
Princípios da Sociologia
A Sociologia é uma ciê ncia que se integra, como dito anteriormente, as chamadas
Ciências Sociais. O termo Ciê ncia se refere a um corpo de conhecimentos obtidos
por mé todos baseados na observaç ã o sistemá tica. Da mesma forma que outras
disciplinas cientí ficas, a Sociologia envolve o estudo sistemá tico e organizado de
fenô menos (nesse caso, o comportamento humano) para ampliar a compreensã o
sobre objetos de estudo.
Todos os cientistas, estejam eles estudando desde flores, frutas, eleições ou o
fenômeno esportivo, tentam coletar informaç õ es precisas por meio de mé todos de estudo, que sejam os mais objetivos e fidedignos possíveis, baseados nos registros cuidadosos das observaç õ es e na coleta de dados.
Evidentemente, há uma grande diferenç a entre Sociologia e a Biologia, ou entre
Ecologia e Filosofia. As chamadas Ciê ncias Naturais estudam as caracterí sticas fí sicas da natureza e das maneiras pelas quais elas interagem e mudam. A Astronomia, a Biologia, a Quí mica e a Fisiologia sã o todas Ciê ncias Naturais.
As Ciê ncias Sociais, por sua vez, estudam as caracterí sticas sociais dos seres
humanos, e das maneiras pelas quais eles interagem e mudam. As Ciê ncias Sociais
incluem a Sociologia, a Antropologia, a Economia, a Histó ria, a Psicologia e as
Ciê ncias Polí ticas. Essas disciplinas das Ciê ncias Sociais tê m um foco comum
no comportamento social das pessoas, mesmo que cada uma delas tenha uma
orientaç ã o particular.
Antropologia Cultural
Direito
Economia
Física
Química
Lógica
Matemática
NATURAIS
SOCIAIS
FORMAIS
FACTUAIS
CIÊNCIAS
Biologia e outras
Politíca
Psicologia Social
Sociologia
As Correntes Clássicas da Sociologia
Pensando em possíveis diferenciações, grosso modo, o interesse de estudo dos
antropólogos são as culturas passadas e sociedades pré-industriais que existem
até hoje, bem como as origens dos seres humanos. Os economistas exploram as
maneiras pelas quais as pessoas produzem e trocam mercadorias e serviços, bem
como o dinheiro e outros recursos. Os historiadores estão preocupados com as
pessoas e os eventos do passado, e seu significado para nós hoje. Os cientistas
políticos estudam as relações internacionais, os atos do governo e o exercício do
poder e da autoridade. Os psicólogos investigam a personalidade e o comportamento
individual.
Então, qual é o objeto da Sociologia, o que fazem os sociólogos?
Eles estudam a influência que a sociedade tem nas atitudes e nos comportamentos
das pessoas, bem como na maneira como as pessoas interagem e formam a
sociedade. Como os seres humanos são animais sociais, os sociólogos examinam
cientificamente as nossas relações sociais com os outros (SCHAEFER, 2006).
Evidentemente, é importante alertar, que alguns temas de estudo são similares e
partilhados por historiadores, antropólogos, economistas e sociólogos, entre outros.
A partilha dos temas é um dos indicadores das estreitas relações que guardam suas
histórias disciplinares, apesar de suas especificidades, identidades e estilos mais ou menos próprios de indagar o social.
Cada ciência social elencada aqui é como uma família que se entremeia com as
outras e não se sabe muito bem onde começa e termina cada uma. Portanto, se
você inicialmente não consegue distinguir entre Antropologia e Sociologia, não
se preocupe, pense que lidamos com famílias fortemente aparentadas e que o
trabalho de distinguir nem sempre vale a pena (LOSIVOLO, 2011).
Por meio da Sociologia, podemos fazer e responder perguntas sobre nossa
interdependência social. Pensem, por exemplo, nas nossas próprias relações,
onde elas ocorrem? Podemos estar sentados em uma sala de aula, trabalhando
em uma fábrica, ou fazendo exercícios em uma academia, as nossas opções são
influenciadas pelas posições que ocupamos?
Como indivíduos, fazemos escolhas, mas não podemos separar nossas
preferências individuais da influência de nossos pais, colegas de trabalho, amigos,
inimigos, meios de comunicação e muito mais, nem de nosso acesso a recursos
como dinheiro, redes sociais e conhecimento. Influenciamos o mundo que nos rodeia e por ele somos influenciados. A Sociologia estuda essas influências.
Se compararmos a Sociologia com a Psicologia, veremos que, em suma, a
Sociologia está amparada na análise de aspectos coletivos e a psicologia está a responder questões de ordem individual. Os sociólogos, por sua vez, não negam que fatores psicológicos são capazes de influenciar o comportamento das pessoas. Seu interesse fundamental, no entanto, é o de estudar situações coletivas.
Por exemplo, para explicar a adesã o a movimentos grevistas, os soció logos
levam em consideraç ã o a posiç ã o ocupada pelas pessoas no processo de produç ã o.
Já para estudar a intenç ã o de voto dos eleitores, os soció logos procuram relacioná -
-la a fatores sociais, como os gastos com propaganda, os interesses dos grupos a
que esses eleitores pertencem.
O Senso Comum e o
Conhecimento Científico
A ciê ncia é uma forma especial de conhecimento, (como apresentamos a Sociologia
dentro das Ciências Sociais) que coexiste com outras, tais como a Teologia e o
pró prio senso comum. Nã o se pode afirmar a ciência que seja superior à s demais.
Ocorre, poré m, que a ciê ncia constitui no mundo contemporâ neo a modalidade
mais prestigiada de conhecimento. Cabe, portanto, estabelecer a distinç ã o entre o
conhecimento cientí fico e o nã o cientí fico e fazer essa análise.
A área médica se baseia fundamentalmente pelo que a ciência dita, e os órgãos públicos,
defendem a necessidade da prescrição médica no combate a enfermidades. No entanto, é
comum o uso de práticas populares não científi cas (crenças, terapias, cultos, amuletos etc.)
na busca da cura.
Como outros cientistas sociais, os soció logos nã o aceitam algo como um fato
porque “todo mundo sabe disso”, com base no senso comum. Ao contrá rio, cada
informaç ã o precisa ser testada e registrada, e depois analisada em relaç ã o a outras
informaç õ es. A Sociologia baseia-se no estudo cientí fico para descrever e compreender
o ambiente social.
À s vezes, as descobertas dos soció logos podem parecer simples senso comum,
porque elas lidam com facetas familiares da vida diá ria. A diferenç a é que tais
descobertas foram testadas pelos pesquisadores, já o senso comum pode carecer
dessa confiabilidade. O senso comum atualmente, por exemplo, diz que a terra é
redonda. Mas essa noç ã o particular de senso comum tida no século XXI baseia-se
em sé culos de trabalhos cientí ficos que começ aram com as descobertas feitas por
Pitá goras e Aristó teles.
O Surgimento da Sociologia
Somente no iní cio do sé culo XX, é que se instituiu o estatuto da Sociologia como
a ciê ncia que trata do estudo dos grupos e das sociedades. No entanto, durante
milhares de anos, os seres humanos refletiram sobre os grupos e sociedades em que
11
UNIDADE As Correntes Clássicas da Sociologia
viveram. Tanto é que nos escritos de pensadores de todas as épocas encontram-se
observações que, de alguma maneira, podem ser consideradas sociológicas.
Nesse sentido, o desenvolvimento histórico dessa ciência deve considerar primeiramente
os seus antecedentes intelectuais, representados por escritos de filósofos sociais,
historiadores, teólogos e líderes de movimentos para reforma social e política.
Platão (429-341 a. C.), o mais importante discípulo de Sócrates, insatisfeito
com as formas políticas e sociais de seu tempo, escreveu “A República”. Nessa
obra, traçou o perfil da sociedade ideal, buscou assentar a divisão de classes e
discutiu as relações entre cidade e Estado.
Aristóteles (384-322 a. C.), por sua vez, foi o mais fecundo dentre todos os
pensadores da Antiguidade. Suas investigações deram origem a diversas disciplinas,
como a Lógica, a Física, a Zoologia, a Política, a Estética e a Retórica. Em sua obra
“A Política”, procurou definir os elementos simples que compõem a sociedade e as
transições qualitativasque distinguem os diversos grupos e instituições – da família
à vizinhança, da comunidade ou cidade ao Estado.
Durante a Idade Média, a Filosofia Social subordinou-se à Teologia. A principal
preocupação dos filósofos desse período foi a de proporcionar argumentos
racionais para justificar as verdades reveladas pela Igreja Cristã e do Islamismo,
tais como, a existência de Deus e a imortalidade da alma. No entanto, tais paradigmas
não impediram que Santo Agostinho (354-430) discutisse problemas de
organização da sociedade, o sentido da ordem social e da lei.
Com o passar do tempo, ocorreu o declínio do poderio da Igreja e, consequentemente,
os seres humanos começaram a se sentir mais livres para criticar
a realidade que vivenciavam. Uma nova visão de mundo começou a se formar e
a se expressar na pintura, na arquitetura, na literatura, na filosofia e na teologia.
Um exemplo, que demonstra figurativamente essa relação, é Nicolau Maquiavel
(1469-1527) com sua obra “O príncipe”, que propõe a explicar como um monarca
absoluto é capaz de fazer conquistas, reinar e manter o seu poder.
Importante!
O termo “maquiavélico” surge a partir de Nicolau Maquiavel, com a obra O príncipe, criticada
e recusada por uns, por ser máxima teorizaç.o da imoralidade e ausência de escrúpulos
do poder absoluto, mas prestigiada por outros, entre políticos, administradores
e grandes personagens da história mundial, por ser um “manual” de aç.o.
Para identificar o valor dessa obra, publicada em 1513, considerada um clássico,
foi o primeiro grande livro do Ocidente em mais de mil anos a nã o conter uma
ú nica citaç ã o bí blica e nenhuma menç ã o a escritores da Antiguidade.
Nenhuma dessas obras pode ser definida como rigorosamente socioló gica, pelo
menos no sentido moderno desse conceito. No entanto, sã o representativas das
preocupaç õ es de seus autores com o contexto social e os problemas à é poca.
Ressalta-se, nessas literaturas, que as relaç õ es sociais começ am a ser tratadas nã o
como consequê ncia do acaso ou de características individuais dos sujeitos, mas
como produto de contingê ncias econô micas ou polí ticas. Abrindo, portanto, o
caminho para as explicaç õ es cientí ficas acerca da sociedade (GIL, 2011).
A Importância do Iluminismo
para a Sociologia
A vida intelectual da Europa do sé culo XVIII, sobretudo na Franç a, Alemanha e
Inglaterra, foi significativamente influenciada pelo Iluminismo, movimento que se baseava
no poder da razã o para a soluç ã o dos problemas sociais. Nesse perí odo, a burguesia
já havia avanç ado a ponto de conceber uma forma pró pria de pensar, capaz
de transformar o conhecimento num processo capaz de produzir efeitos prá ticos.
A indú stria já se tornara um componente importante da vida social europeia.
Logo, tornava-se necessá rio preparar a sociedade para essa nova realidade. As
novas formas de pensar dos iluministas receberam, portanto, apoio da burguesia,
que desejava libertar-se das amarras estabelecidas pelas monarquias absolutas, que nã o permitiam a liberdade de comé rcio e a livre concorrê ncia de salá rios e preç os.
A revolução francesa foi um marco histórico decorrente do Iluminismo, ou século das
luzes, o movimento da revolução, iniciado em 1789. Sob o lema de “Liberdade, Igualdade
e Fraternidade”, o povo foi às ruas e o primeiro alvo dos revolucionários foi a Bastilha,
desencadeando assim “A Queda da Bastilha”, marcando o início do processo revolucionário.
Grande parte da nobreza deixava a França, mas a família real foi capturada enquanto
tentava fugir do país (o rei Luís XVI e sua esposa foram guilhotinados em 1793). Os bens da
Igreja foram confi scados durante a revolução, afetando o clero. O fi lme Danton é um drama
sobre a revolução, que foca na história do líder revolucionário Danton e seu confronto pósrevolução
com o ex-aliado Robespierre.
As Correntes Clássicas da Sociologia
Principais Autores e Correntes
de Pensamento Sociológico
Importante!
Na Sociologia, destacam-se três correntes principais de pensamento: a positivista
funcionalista, respectivamente influenciados por Auguste Comte e Émile Durkheim; a
sociologia compreensiva, iniciada por Max Weber e o materialismo histórico dialético,
de Karl Marx.
ortante!
Auguste Comte
Figura 2
Fonte: Wikimedia Commons
O século XIX foi um período tumultuado na França. A preocupação com o
caos em que as sociedades europeias estavam mergulhando após a Revolução
Francesa, em que a monarquia havia sido deposta na revolução de 1789, e a
derrota de Napoleão na sua tentativa de conquistar a Europa. No meio daquele
caos, os filósofos pensavam como a sociedade poderia ser melhorada.
Auguste Comte (1798–1857), considerado o filósofo mais influente do início do
século XIX, acreditava que uma ciência teórica da sociedade e uma investigação
sistemática do comportamento eram necessárias para melhorar a sociedade na
restauração da ordem social. Ele definiu o termo Sociologia aplicando-o à ciência
do comportamento humano.
Para promover essas reformas, Comte desenvolveu a doutrina filosó fica
conhecida como Positivismo. Essa doutrina se inspirava no mé todo de investigaç ã o
das ciê ncias naturais, que procurava identificar na sociedade os mesmos princí pios
que explicavam a vida natural.
O Positivismo procurava conhecer a realidade e traduzi-la sob a forma de leis
naturais. Mais que isso, procurava resolver os conflitos sociais por meio da exaltaç ã o
à coesã o, à harmonia social entre os indiví duos e ao bem-estar social, reformando
as instituiç õ es.
A Sociologia, para Comte, nã o limitaria à aná lise, mas també m, propunha
formas de comportamento, segundo a famosa fó rmula “saber para prever, a fim
de prover”. Deveria també m procurar a reconciliaç ã o entre os aspectos está ticos e
dinâ micos do mundo, ou, em termos de sociedade, entre a ordem e o progresso.
O Positivismo influenciou decisivamente os movimentos republicanos tanto na
Europa como na Amé rica Latina.
Importante!
No Brasil, essa infl uê ncia foi bastante signifi cativa no perí odo que antecedeu a
proclamaç ã o da Repú blica. Infl uê ncia essa que se manifesta claramente no lema inscrito
na bandeira republicana “Ordem e Progresso”, que foi difundido por Auguste Comte.
Você Sabia?
É mile Durkheim
As Correntes Clássicas da Sociologia
Embora Comte seja considerado o pai da Sociologia, Émile Durkheim (1858-1917)
é reconhecido como o autor que mais se esforçou para emancipar a Sociologia das
demais ciências sociais e para constituí-la como disciplina rigorosamente científica.
Bastante influenciado pelo Positivismo, Durkheim publicou, em 1895, “As regras
do método sociológico”, em que, a partir do estudo dos fatos sociais como “coisas”,
definiu o objeto da Sociologia e as bases de sua metodologia. A sua distinção
dos demais positivistas, pode ser percebida por suas ideias que transcenderam o
nível de reflexão filosófica, passando a constituir-se em um conjunto sistemático de
pressupostos teóricos e metodológicos sobre toda a sociedade.
A partir de Durkheim, a Sociologia se estabelece como uma ciência rigorosa,
centrada na verificação de fatos que poderiam ser observados, mensurados
e relacionados mediante dados coletados diretamente pelos cientistas. Sua obra
“O suicídio”, de 1897, é considerada uma das pioneiras da investigação social
empírica. Nela, Durkheim, com base na análise de dados obtidos em registros documentais,
demonstra como a ocorrência do suicídio varia inversamente ao grau de
integração do grupo social do qual o indivíduo faz parte.
Há três tipos de suicídio, segundo a etimologia de Èmile Durkheim:
Suicídio Egoísta: é aquele em que o ego individual se afirma demasiadamente face ao ego
social, ou seja, há uma individualizaç.o desmesurada. As relaç.es entre os indivíduos e a
sociedade se afrouxam fazendo com que o indivíduo n.o veja mais sentido na vida;
Suicídio Altruísta: é aquele no qual o indivíduo sente-se no dever de fazê-lo para se
desembaraçar de uma vida insuportável. Masque o ego n.o o pertence individualmente,
situa fora de si mesmo, isto é, esta ligado a um dos grupos que o indivíduo pertence. Temos
como exemplo os kamikazes japoneses, ou os muçulmanos que colidiram com o World Trade
Center em Nova Iorque, em 2001, etc.;
Suicídio Anômico: é aquele que ocorre em uma situaç.o de anomia social, ou seja, quando
há ausência de regras na sociedade, gerando o caos. Por exemplo, em uma situaç.o de crise
econômica, certos indivíduos ficam em uma situaç.o inferior a que ocupavam anteriormente,
perdendo riquezas e poder, fazendo com que, por isso mesmo, os índices desse tipo
de suicídio aumentem.
Obs: As taxas de suicídio anômico s.o maiores em países desenvolvidos, pois os subdesenvolvidos
conseguem lidar melhor com as situaç.es de anomia social.
Durkheim se preocupava com os perigos que a alienação, a solidão e o isolamento
representam nas sociedades industriais modernas. Ele compartilhava da crença
de Comte de que a Sociologia deveria fornecer uma direção para as mudanças
sociais. Como resultado, Durkheim defendia a criação de novos grupos sociais
– mediadores entre a famí lia do indiví duo e o Estado – que deveriam despertar o
sentimento de pertencimento nos membros de sociedades enormes e impessoais.
Os sindicatos deveriam ser um exemplo de tais grupos.
Importante!
Não foram todos os pensadores a época que se sentiam compelido a corrigir ou a
melhorar a sociedade. Herbert Spencer (1820–1903), diferentemente de Durkheim e
Comte, simplesmente esperava, a partir das perspectivas científi cas, entender melhor
a dinâmica social. Buscando bases no estudo de Charles Darwin – Sobre a origem das
espé cies –, Spencer aplicou o conceito de evoluç ã o das espé cies nas sociedades para
explicar como elas mudam ou evoluem com o passar do tempo. Da mesma forma,
ele adaptou a visã o revolucioná ria de Darwin sobre a “sobrevivê ncia do mais forte”
argumentando que é “natural” que algumas pessoas sejam ricas e outras, pobres. A
abordagem da mudanç a na sociedade feita por Spencer foi extremamente popular
durante sua vida, sendo reconhecida como a escola biológica da Sociologia. Ao teorizar
que as sociedades mudariam no fi nal, ningué m precisava ser muito crí tico sobre os
arranjos sociais em voga, ou trabalhar ativamente por mudanç as sociais. Esse ponto de
vista agradou muitas pessoas infl uentes na Inglaterra e nos Estados Unidos, que tinham
interesse na manutenç ã o do status quo e nã o confi avam nos pensadores sociais que
endossavam mudanç as.
Importante!
Para Émile Durkheim cada instituição exerce uma função específica na sociedade
e seu mau funcionamento significa um desregramento da própria sociedade. Sua
interpretação de sociedade está diretamente relacionada ao estudo do fato social,
que, segundo o autor, apresenta características específicas: exterioridade e a
coercitividade. Ou seja, o fato social é exterior, visto que existe antes do próprio
indivíduo, e coercitivo, uma vez que a sociedade impõe tais postulados, sem o
consentimento prévio do indivíduo.
Um exemplo comum de fato social para ilustrar a teoria é a educação: é imposta
aos indivíduos (coercitividade), e já tem uma existência como instituição anterior
aos membros da sociedade (exterioridade).
O autor é ligado à perspectiva teórica funcionalista, na qual cada elemento tem
um trabalho a desempenhar, dentro de uma aparelhagem instrumental, dos quais
originam-se os princípios gerais que unem os seres humanos, também chamados de
princípios de integração. Estes obedecem às normas do grupo, como a reprodução,
derivando na formação de instituições como a família, o clã e, depois, o território.
A função surge como um papel evoluído na vida social do grupo, contribuindo
para um determinado elemento da estrutura, resultando o processo de vida social
em ações e interações do indivíduo ou do grupo.
As Correntes Clássicas da Sociologia
Max Weber
Max Weber (1864-1920) é o consolidador da Sociologia na Alemanha. Suas
ideias, que abarcam assuntos variados nos domínios da Economia, Sociologia,
Direito, Ciência Política, dentre outros, continuam a influenciar muitos sociólogos
contemporâneos. Dentre suas principais obras, estão: “A ética protestante e o
espírito do capitalismo” e “Economia e sociedade”.
Diferentemente do modelo proposto pelo Positivismo, Weber não analisa as
regras e normas sociais como “coisas” exteriores aos indivíduos. Ele dizia que não
podemos analisar nosso comportamento social com os mesmos critérios objetivos
que usamos para medir o peso ou a temperatura.
Weber ensinava a seus alunos que eles deveriam aplicar o Verstehen, palavra
alemã com o significado de compreensão ou insight, em seu trabalho intelectual.
Segundo o teórico, para entendermos totalmente o comportamento, precisamos
aprender os significados subjetivos que as pessoas atribuem às suas ações – como
eles mesmos veem e explicam o seu comportamento.
Por exemplo, suponhamos que estivéssemos estudando a posição social dos
indivíduos de uma fraternidade. Weber esperaria que o pesquisador empregasse o
Verstehen para determinar a importância da hierarquia social da fraternidade para
os seus membros. O pesquisador examinaria os efeitos dos esportes, das notas,
capacidades sociais ou tempo de permanência na posição do indivíduo dentro da
fraternidade. Ele pesquisaria como os membros da fraternidade se relacionam com
os outros membros de status mais elevado ou mais baixo.
Segundo seu mé todo, as normas e regras sociais devem ser entendidas como
o resultado do conjunto de aç õ es individuais. Weber enfatiza o papel ativo do
pesquisador em face da sociedade. Por essa razã o é que seu modelo teó rico nã o
admite ser possí vel a neutralidade completa do cientista em relaç ã o à sociedade.
Em “Economia e sociedade”, Weber distingue quatro tipos de ação social: 1)
ação racional em relação a um fim (por exemplo, o desempregado que procura
um emprego); 2) ação racional em relação a um valor (quando o sujeito age
racionalmente não para alcançar um resultado, mas para permanecer fiel a um
valor, como no caso do capitão que vai a pique com o navio que afunda ao invés de
abandoná-lo); 3) ação afetiva (aquela ditada pela emoção ou pelo humor do agente);
4) ação tradicional (aquela ditada por hábitos, costumes e crenças). Esses tipos de
ação encontram-se mais ou menos mesclados na vida social, mas sua classificação
é necessária para se poder interpretar a vida social (REALE; ANTISERI, 2006).
Um aspecto chave de sua teoria é uma ferramenta conceitual denominada: tipo
ideal. Um tipo ideal é um modelo para avaliar casos especí ficos. Assim, o tipo ideal
é uma construção mental do pesquisador, o qual enfatizará aspectos que deseja
estudar daquele dado objeto (ou fenômeno) de estudo. Por ser fruto de seleção
de aspectos individualizados e enfatizados os tipos serão “ideais”, ou seja, não
reproduzem a realidade tal como ela é em si mesma.
Karl Marx
E As Correntes Clássicas da Sociologia
O pensador alemão Karl Marx (1818-1883) contribuiu significativamente para o
desenvolvimento da Sociologia, apesar de não ter utilizado este termo em nenhuma
parte de sua obra. Seu objetivo maior foi o de estudar a sociedade de seu tempo –
a sociedade capitalista – e propor uma ampla transformação econômica e social.
No entanto, para entender o capitalismo e a natureza da organização econômica,
Marx desenvolveu uma teoria abrangente com o propósito de explicar todas as
formas produtivas criadas pelo ser humano: o materialismo histórico.
De acordo com o materialismo histórico, a estrutura de uma sociedade reflete a
forma como os seres humanos organizam a produção social de bens. Para Marx, o
estudo do modo de produção é fundamental para compreender como se organiza
e funciona uma sociedade. Assim, as relações de produção devem ser entendidas
como as mais importantes relações sociais.
A mais-valia é o termo utilizado pelo autor em alusão ao processo de exploração
da mão de obra assalariada que é utilizada na produção demercadorias. Trata-se
de um processo de extorsão por meio da apropriação do trabalho excedente na
produção de produtos com valor de troca.
A organização familiar, a religião, as leis, as ideias políticas e os valores sociais,
por sua vez, devem ser encarados como fenômenos cuja explicação depende do
estudo do desenvolvimento e do colapso dos diferentes modos de produção. O
materialismo histórico constitui uma das mais importantes contribuições para o
desenvolvimento das Ciências Sociais.
Dentre suas principais contribuições para a teoria sociológica estão: o enfoque
totalizante do social, a abordagem do conflito, a relação entre consciência e realidade
e a inserção do ser humano e de sua práxis na sociedade.
Marx passou a maior parte da sua vida longe da Alemanha, no exílio. A vida
pessoal de Marx foi uma luta difícil. Quando o jornal que escrevia foi proibido, ele
fugiu para a França. Em Paris, encontrou-se com Friedrich Engels (1820–1895),
com quem estabeleceu uma amizade para toda a vida. Eles viveram em um momento
em que a vida econômica norte-americana e a europeia estavam dominadas cada
vez mais pelas fábricas, em substituição às fazendas.
Enquanto estavam em Londres em 1847, Marx e Engels iam a reuniões secretas
de uma coalizão ilegal de sindicatos trabalhistas conhecida como Liga Comunista.
No ano seguinte, eles prepararam uma plataforma chamada Manifesto Comunista,
no qual argumentavam que as massas de pessoas sem outros recursos além do seu
pró prio trabalho (a quem eles chamavam proletariado) deveriam unir-se e lutar para
derrubar as sociedades capitalistas.
Marx via essas relaç õ es de modo sistemá tico, ou seja, ele acreditava que um sistema
de relaç õ es polí ticas, sociais e econô micas mantinha o poder e o domí nio dos
proprietá rios sobre os trabalhadores. Consequentemente, Marx e Engels argumentavam
que a classe trabalhadora deveria derrubar o sistema de classes existente.
Mesmo fora do â mbito das revoluç õ es polí ticas que seu trabalho desencadeou, a
importâ ncia de Marx é importante para a ciência.
Ele enfatizou as identificaç õ es e associaç õ es de grupo que influenciam o lugar
de um indiví duo na sociedade. Essa á rea de estudo é o foco mais importante da
Sociologia contemporâ nea. As ideias de Marx, sobretudo as referentes à prá tica
polí tica e revolucioná ria, tiveram ampla aceitaç ã o ainda durante sua vida. Tanto é
que já em 1864, na cidade de Londres, Karl Marx e Friedrich Engels organizaram
a Primeira Internacional, associaç ã o que teve como propó sito a organizaç ã o e a
defesa dos operá rios em ní vel internacional.
Problemas da Sociologia
Ao pensarmos na singularidade dos indiví duos, podemos trazer algumas
problemáticas para a Sociologia, pois a expressão “cada indiví duo é ú nico”, ou o
termo popular que “nã o existem duas pessoas iguais”, levam a um entendimento de
complicada contestação do cará ter cientí fico da Sociologia em relaç ã o ao crité rio
de exatidã o.
De fato, a Sociologia estuda as pessoas, que sã o entidades singulares. Mas nã o
as estuda em sua singularidade. Como visto anteriormente, estuda o comportamento
de grupos, organizaç õ es e comunidades. Com o auxí lio de procedimentos
estatí sticos torna-se possí vel até mesmo estimar a margem de erro presente em
suas generalizaç õ es.
A Sociologia, como as demais ciê ncias sociais, nã o gozam do mesmo prestí gio
conferido à s Ciê ncias Fí sicas e Bioló gicas. Comparada com essas, a Sociologia mostra-se pobre em leis e teorias capazes de explicar e prever os fenô menos de maneira
satisfató ria. Assim, há uma sé rie de argumentos que frequentemente sã o apresentados
contra a Sociologia e as demais Ciê ncias Sociais.
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