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Federalismo e a Organização Político-Administrativa

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6a. Aula
ORGANIZAÇAO POLITICO-ADMINSITRATIVA
A CF/88adotou como forma de Estado o Federalismo que consiste na aliança ou união de Estados, baseada numa Constituição e onde os Estados que ingressam na federação perdem sua soberania no momento mesmo de ingresso, preservando, contudo, um autonomia política limitada.
O Federalismo caracteriza-se pela centralização político-administrativo em um só centro produtor de decisões. Difere de confederação, pois este consiste na União de Estados-soberanos por meio de tratado internacional indissociável.
Requisitos para criação de um Estado Federal, exige-se:
decisão do legislador constituinte, por meio da edição de uma Constituição, em criar o Estado Federal e suas partes indissociáveis;
os cidadãos dos diversos estados-membros aderentes à Federação devem possuir nacionalidade única;
repartição constitucional de competências entre União, Estados-membros, DF e Municípios;
necessidade de que cada ente possua suas competências tributarias que lhe garanta renda própria;
poder de auto-organização dos entes federados, atribuindo-lhes autonomia constitucional;
possibilidade constitucional excepcional e taxativa de intervenção federal, para manutenção do equilíbrio federativo;
participação dos Estados-membros no Poder Legislativo Federal, de forma a permitir-se a ingerência de sua vontade na formação da legislação federal;
possibilidade de criação de novo Estado ou modificação territorial de Estado existente dependendo de aquiescência da população do Estado atingido;
a existência de um órgão de cúpula do Poder Judiciário para interpretação e proteção da CF – STF;
Note-se que o legislador constituinte determinou a impossibilidade de qualquer proposta de emenda constitucional tendente a abolir a Federação (art. 60, p. 4o.).
1. UNIAO – é entidade federativa autônoma em relação aos Estados-membros e municípios, constituinte pessoa jurídica de Direito Publico Interno, cabendo-lhe exercer as atribuições da soberania do Estado Brasileiro.
Não se confunde com o Estado Federal, este sim pessoa jurídica de Direito Internacional e formado pelo conjunto de União, Estados-membros, DF e municípios.
Ressalte-se que, a União poderá agir em nome proprio, ou em nome de toda Federação, quando, neste ultimo caso, relaciona-se internacionalmente com os demais países.
Bens da União: art. 20, CF.
2. ESTADOS-MEMBROS – 
2.1. Autonomia Estadual – esta caracteriza-se pela denominada tríplice capacidade de auto-organização e normatização própria, autogoverno e auto-administração.
a) Auto-organização e normatização própria
Os Estados-membros se auto-organizam por meio do exercício de seu poder constituinte derivado-decorrente (Constituições Estaduais) art. 25, CF, sempre, porem, respeitando os princípios constitucionais federais.
Exemplo: competência dos Municípios etc.
b) Autogoverno
A autonomia estadual também se caracteriza pelo autogoverno, uma vez que é o proprio povo do Estado quem escolhe diretamente seus representantes nos Poderes Legislativo e Executivo locais, sem que haja qualquer vinculo ou subordinação por parte da União.
A CF prevê a a existência dos Poderes Legislativos (art. 27), Executivo (28) e Judiciário (125).
No art. 27, CF estabelece regras na composição do Poder Legislativo Estadual, determinando:
unicameralidade (Assembléia Legislativa);
duração do mandatos – 4 anos;
regras sobre sistema eleitoral;
remuneração;
imunidades;
perda de mandato;
regras sobre o numero de deputados etc.
O numero de deputados estaduais é o triplo da representação do Estado na Camara dos Deputados.
O numero de deputados federais é fixado em lei complementar – art. 45, p. 1o., CF.
Excepcionalmente, quando atingido de 36 deputados estaduais, serão acrescidos tanto deputados quantos forem os deputados federais acima de 12 (exceção).
Exemplo: se o Estado de SP tem 70 deputados federais, aplica-se a seguinte regra: n. de deputados estaduais estaduais =36 + n. deputados federais – 12; logo teremos: 36 + 70 – 12 = 94 deputados estaduais.
O art. 28, CF estabelece que a eleição para governador e vice-governador será para mandato de 4 anos, permitindo-se a reeleição para um único mandato subseqüente. 
c) Auto-administração
Os Estados-membros se auto-administram no exercício de suas competências administrativas, legislativas e tributarias definidas constitucionalmente. 
3. MUNICIPIOS
Também são entidades federativas indispensáveis, garantindo-lhes autonomia.
A autonomia municipal configura-se nos mesmos moldes da dos Estados-membros (tríplice capacidade).
Dessa forma, o município auto-organiza-se através da sua lei Orgânica Municipal e, posteriormente pela edição de leis municipais; autogoverna-se mediante a eleição direta de seu prefeito, vice e vereadores, sem qualquer ingerência do Estado (federal e estadual); e finalmente, auto-administra-se, no exercício de suas competências administrativas, tributarias e legislativas, diretamente conferidas pela CF. 
Lei Orgânica Municipal
Os municípios reger-se-ão por leis orgânicas municipais, votadas em 2 turnos, com intervalo mínimo e aprovados por 2/3 dos membros da camara municipal.
Cabe à Lei Orgânica:
organizar os órgãos da Administração;
a relação entre Executivo e legislativo,
disciplinar a competência comum e a suplementar (23 e 30, II, CF);
estabelecer regras sobre o processo legislativo municipal;
regulamentação orçamentária;
A CF já tratou de disciplinar o que segue:
eleição de Prefeito, Vice e Vereadores, para mandato de 4 anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo Pais. Possibilidade de reeleição do Chefe do Executivo por um mandato subseqüente. (Em caso de vacância do cargo do Executivo, cabe à lei orgânica regulamentar, obrservada as exigências do art. 81, CF);
eleição no 1o. domingo de outubro do ano anterior ao termino do mandato;
posse no dia 1o. de janeiro do ano subsequente ao da eleição;
numero de vereadores deve ser proporcional ao numero de habitantes do município. Observados os segundos limites:
mínimo de 9 e Maximo de 21 em municípios ate 1 milhao de habitantes;
mínimo de 33 e Maximo de 41 em munic. Com mais de 1 milhao e menos de 5 milhoes;
min. De 42 e Max. De 55 em munic. Com mais de 5 milhões de habitantes.
OBS: deve ser respeitado o critério da proporcionalidade.
subsídios dos vereadores – a LO fixara os subsídios para os vereadores do próximo mandato. Existem limitações impostos – os critérios são o numero de habitantes do município, e dai atribui-se uma porcentagem do salário do deputado estadual.
Inviolabilidade dos vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do município;
Julgamento do prefeito pelo Tribunal de justiça;
Perda do mandato do prefeito – art. 28, p. 1o., CF;
Etc
Crimes cometidos pelo Prefeito Municipal e competências para julgamento 
Sumula 702, STF: A competência do TJ para julgar os prefeitos restringe-se aos crimes de competência da Justiça Comum; nos demais casos, a competência originaria caberá ao respectivo tribunal de segundo grau.
Com relação aos crimes de responsabilidade cometidos pelo prefeito, ha a necessidade de classifica-los em próprios e impróprios:
Próprios: são as infrações político-administrativas, cuja sanção corresponde à perda de mandato e a suspensão de direitos políticos, previsto no art. 4o., do Decreto-lei 201/1967.
Impróprios: são verdadeiras infrações penais , apenados com pena privativa de liberdade e previsto no art. 1o., do mesmo decreto.
Os crimes de responsabilidade impróprios referidos no art. 1o. são crimes comuns, que deverão ser julgados pelo Poder Judiciário, independente do pronunciamento da Camara de Vereadores. São crimes de ação publica e punidos com pena de detenção e reclusão. Vale as regras do CP e CPP. 
Já os crimes de responsabilidade proprio, do art. 4o., estarão sujeitos ao julgamento da Camara Municipal e sancionados com cassação do mandato. É o que conhecemos de fato por crime de responsabilidade.
Assim, compete ao Judiciário processare julgar crimes comuns e de responsabilidade impróprios – conforme inteligência do art. 29, X, CF.
Art. 29, X, CF: julgamento do prefeito perante o Tribunal de Justiça.
4. DISTRITO FEDERAL
A CF/88 garante ao DF a natureza de ente federativo autônomo, em virtude da presença da tríplice capacidade de auto-organização, autogoverno e auto-administração (arts. 1o., 18, 32, 34).
Possui, em regra, todas as competências legislativas e tributarias reservadas aos Municípios e Estados. (art. 32 e 147).
Rege-se por lei orgânica;
Possui eleições de governadores e deputados distritais.
Art. 147, CF: ...ao DF cabem os impostos municipais.
5. TERRITORIOS
Não são componentes do Estado Federal, pois constituem simples descentralização administrativas-territoriais da própria União.
Na data da promulgação da CF existiam 3 territorios: Fernando de Noronha, Amapá, Roraima. Essa situação foi resolvida pelo Ato das Disposições Constitucionais Transitórios. Assim, os territórios de Roraima e Amapá foram transformados em Estados Federados, mantidos seus limites territoriais.
Já p Território de Fernando de Noronha foi extinto, sendo sua área reincorporada a Pernambuco.
FORMAÇAO DOS ESTADOS
A CF prevê a possibilidade no art. 18, p. 3o., ao estabelecer que os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados, mediante a aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
Portanto, são 4 as hipóteses de alterabilidade divisional interna do território brasileiro:
Incorporação ou Fusão: dois ou mais Estados se unem com outro nome. Há perda da personalidade primitiva de ambos estados. Surge desta fusão novo estado.
Subdivisão: ocorre quando um Estado divide-se me vários novos estados, todos com personalidades diferentes, desaparecendo por completo o estado originário. Assim subdividir significa separar o todo em varias partes, formando cada qual uma unidade nova e independente das demais.
Desmembramento: consiste em separar uma ou mais partes de um estado, sem que ocorra perda da identidade do ente federativo primitivo. Separa-se parte do estado originário, mas continua a existir.
Ha duas opções no caso de desmembramento:
c.1) Desmembramento-anexação: a parte desmembrada do estado originário poderá anexar-se a outro estado-membro, quando então, não haverá criação de nenhum novo estado. Somente há alteração dos limites geográficos e populacionais.
c.2) Desmembramento-formação: a parte desmembrada pode formar um novo estado.
Requisitos para ocorrer esta formação dos estados:
* consulta previa às populações interessadas, por meio de plebiscito (condição – se o plebiscito for desfavorável estará encerrado todo processo);
* oitiva das Assembléias Legislativas dos Estados envolvidos – art. 48, VI, CF;(função meramente opinativa)
* LC federal especifica aprovando a incorporação, subdivisão ou desmembramento;
OBS: Caso haja aprovação do plebiscito, o CN soberanamente decidirá pela aprovação ou não da lei complementar. O CN não está vinculado ao plebiscito, o CN devera zelar pelo interesse geral da Republica Federativa do Brasil.
FORMAÇAO DE MUNICIPIOS
EC 15/96 e alteração do art. 18, p. 4o., CF.
Requisitos:
lei complementar federal estabelecendo o período possível para a criação, incorporação, fusão ou desmembramento de municípios;
lei ordinária federal prevendo requisitos genéricos; bem como apresentação e publicação dos Estudos de Viabilidade Municipal;
consulta previa; (populações dos municípios envolvidos)(condição);
lei ordinária estadual criando especificamente determinado município;

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