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MÓDULO IV APERFEIÇOAMENTO FORTALECIMENTO DAS AÇÕES DE IMUNIZAÇÃO NOS TERRITÓRIOS MUNICIPAIS //Curso de Aula 16 // BOAS PRÁTICAS EM IMUNIZAÇÃO: HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO E COMPETÊNCIAS CULTURAIS. C r é d i t o s / / Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. O conteúdo desta publicação foi desenvolvido e aperfeiçoado pela equipe MaisCONASEMS e Faculdade São Leopoldo Mandic. Material de Referência. Mais CONASEMS. Curso de Aperfeiçoamento Fortalecimento das Ações de Imunização nos Territórios Municipais. Módulo IV: A Imunização Segura nos Ciclos de Vida - Aula 16 – Boas Práticas em Imunização: Habilidades de Comunicação e Competências Culturais. F ic ha C at al ogr áf ic a Ficha Técnica Curadoria e Produção de Conteúdos Mandic André Ricardo Ribas Freitas Fabiana Medeiros Lopes de Oliveira Giuliano Dimarzio Laura Andrade Lagoa Nóbrega Márcia Fonseca Regina Célia de Menezes Succi Gestor Educacional Rubensmidt Ramos Riani Coordenação Técnica e Pedagógica Cristina Crespo Valdívia Marçal Coordenação Pedagógica – Faculdade São Leopoldo Mandic Fabiana Succi Patricia Zen Tempski Especialista em Educação a Distância Kelly Santana Priscila Rondas Designer instrucional Alexandra Gusmão Juliana de Almeida Fortunato Pollyanna Micheline Lucarelli Web Desenvolvedor Aidan Bruno Alexandre Itabayana Cristina Perrone Paloma Eveir Este material foi elaborado e desenvolvido pela equipe técnica e pedagógica do Mais CONASEMS em parceria com a Faculdade São Leopoldo Mandic. Coordenação Geral Conexões Consultoria em Saúde Ltda. Revisão textual Gehilde Reis Paula de Moura Olá! Este é o seu Material de Referência da Aula 16 do Módulo 4. Ele apresenta de forma mais aprofundada o conteúdo referente ao tema Boas Práticas em Imunização: Habilidades de Comunicação e Competências Culturais. A proposta é agregar mais conhecimento à sua aprendizagem, por isso, leia-o com atenção e consulte-o sempre que necessário! Objetivos de aprendizagem Entender como os cuidados e procedimentos adequados são importantes. Compreender a importância das “Certezas” na administração dos imunobiológicos visando a segurança do paciente, redução de eventos adversos e causar impacto na transmissão das doenças imunopreveníveis. Compreender como os cuidados e procedimentos interferem no seu principal papel que é imunizar. Refletir sobre as ações que podem minimizar o medo do vacinado, reforçando a necessidade do ambiente acolhedor com comunicação clara e objetiva. Reconhecer algumas ferramentas de habilidades de comunicação e sua relevância para o encontro no processo de vacinação. Aprimorar o “olhar” dos profissionais de saúde às crenças culturais dos usuários e comunidade. Compreender que cada indivíduo tem sua própria concepção de saúde e doença. 01 02 03 04 05 06 07 intro dução Na aula 16, você irá aprimorar seus conhecimentos, habilidades e atitudes para as competências de profissional e cuidador no sentido de melhor direcionar sua prática, a partir da compreensão das boas práticas em imunização e dos conceitos de segurança do paciente, reforçando a importância da comunicação e sensibilidade. B oa lei tur a! // Importância dos Programas de Segurança de Vacinas / / I m p o r t â n c i a d o s P r o g r a m a s d e S e g u r a n ç a d e V a c i n a s Um dos grandes avanços tecnológicos em saúde nas últimas décadas foi a introdução de vacinas como importante estratégia na prevenção de doenças. O valor de imunizações extremamente eficazes no contexto da saúde pública está claramente confirmado por múltiplos resultados obtidos com respaldo científico e sobretudo pela cooperação epidemiológica. A administração de imunobiológico confere imunização ativa ou passiva ao indivíduo. A prática de vacinação envolve diversos aspectos científicos e técnico-operacionais que dizem respeito aos agentes imunizantes e à pessoa a ser imunizada. Para tanto, é necessário que a equipe de vacinação esteja ciente desses aspectos, para que possa assumir decisões em situações diferentes. No entanto, como qualquer produto médico, nenhuma vacina é totalmente isenta de riscos. Embora a maioria das reações adversas às vacinas sejam pouco intensas e autolimitadas, algumas vacinas foram associadas a efeitos extremamente raros, mas graves para a saúde. As seguintes considerações ressaltam a necessidade de um programa de segurança de vacinas ativo e contínuo para manter a qualidade e credibilidade dos imunobiológicos como importante estratégia de saúde pública. / / I m p o r t â n c i a d o s P r o g r a m a s d e S e g u r a n ç a d e V a c i n a s // Reduções nos riscos de doenças / / R e d u ç õ e s n o s r i s c o s d e d o e n ç a s As vacinas são consideradas hoje como um dos principais fatores contribuintes para a redução na morbidade e mortalidade da população mundial, levando a um aumento na expectativa e qualidade de vida. Na prevenção de doenças infecciosas, as vacinas propiciam, reconhecidamente, amplos benefícios, sendo sua utilização bastante custo-efetivo. Representam exemplos destas conquistas a erradicação da varíola no mundo e o controle da poliomielite. A eliminação, erradicação e diminuição da incidência de doenças imunopreveníveis levam as pessoas a não perceberem mais a gravidade e as complicações potencialmente fatais dessas doenças. O sucesso da vacinação aumentou a atenção do público sobre os riscos potenciais à saúde associados às vacinas. Manter a confiança do público nas vacinas é fundamental para evitar um declínio na cobertura de vacinação que pode resultar em surtos de doenças. Um padrão mais alto de segurança é geralmente esperado das vacinas em relação às outras intervenções médicas porque, ao contrário da maioria dos produtos farmacêuticos que são administrados a pessoas doentes para fins de tratamento, as vacinas são geralmente administradas a pessoas saudáveis para prevenir doenças. A tolerância pública para reações adversas relacionadas a produtos administrados a pessoas saudáveis - especialmente bebês, crianças e gestantes- é substancialmente menor do que para reações a produtos administrados a pessoas que já estão doentes. Os profissionais da sala de vacinas desempenham um papel fundamental para ajudar a garantir a segurança e eficácia das vacinas. / / R e d u ç õ e s n o s r i s c o s d e d o e n ç a s Eles são responsáveis pelo armazenamento e conservação, manuseio e administração adequados da vacina; calendário e intervalo das doses da vacina; observação de contraindicações e precauções; manejo de reações adversas à vacina; notificação de eventos adversos após a vacinação e comunicar com os usuários e pais sobre os benefícios e riscos da vacina. Cada uma dessas etapas será descrita brevemente aqui. O conceito de boas práticas vem sendo instituído por meio dos requisitos de boas práticas de funcionamento para os serviços de saúde descritos pela Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 63, de 25 de novembro de 2011. Entende-se o termo boas práticas como diretrizes que norteiam ações seguras e de qualidade em nossa prática laboral, com o objetivo de que a vacina alcance o máximo de imunidade com o mínimo de dano possível à pessoa que está sendo vacinada e, também, à sua família. Para que estes objetivos sejam alcançados, é essencial que o profissional de saúde tenha conhecimento atualizado, uma vez que este conhecimento impacta diretamente no processo de imunização. / / R e d u ç õ e s n o s r i s c o s d e d o e n ç a s Alguns aspectos aqui destacados são essenciais: Ter conhecimento dos conceitos e princípios básicos de refrigeração, procedimentospara conservação de imunobiológicos e estar apto a realizar intervenções necessárias, a qualquer momento do trabalho, com o objetivo de evitar o comprometimento da qualidade dos imunobiológicos, fornecendo assim segurança e proteção aos usuários. ▪ O controle da cadeia de frio deve ser efetivo para manter a qualidade e eficácia das vacinas. ▪ Treinamento e atualização em relação aos procedimentos da sala de vacinas e sobre os imunobiológicos. ▪ Avaliação cuidadosa da carteira de vacinação verificando as vacinas que precisam ser administradas e quantas doses serão necessárias. / / R e d u ç õ e s n o s r i s c o s d e d o e n ç a s O funcionamento da sala de vacinação envolve um conjunto de atividades desenvolvidas por uma equipe, na qual cada um dos componentes assume funções específicas. É importante que todos os procedimentos desenvolvidos promovam a máxima segurança, reduzindo o risco de contaminação para os indivíduos vacinados e também para a equipe de vacinação. São rotinas que devem ser de conhecimento da equipe da unidade de saúde e que devem ser cumpridas de modo a reduzir erros. Observa-se, com frequência, a ocorrência de contraindicações desnecessárias, baseadas em conjecturas teóricas ou em conceitos desatualizados, com perda da oportunidade do encontro do indivíduo com o serviço de saúde e consequente comprometimento da cobertura vacinal. Por isso, é necessário ter conhecimento das contraindicações gerais, das situações de adiamento e das falsas contraindicações na aplicação das vacinas. Já vimos essas situações nas semanas anteriores. / / R e d u ç õ e s n o s r i s c o s d e d o e n ç a s //Funcionamento da Sala de Vacina A - INÍCIO DAS ATIVIDADES DO DIA / / F u n c i o n a m e n t o d a S a l a d e V a c i n a Antes de dar início à atividade de vacinação propriamente dita, a equipe deve adotar os seguintes procedimentos: ▪ Verificar a limpeza e organização da sala de vacinas. ▪ Verificar a temperatura do(s) equipamento(s) de refrigeração, registrando- a no mapa de registro diário de temperatura. ▪ Comunicar qualquer alteração de temperatura ao enfermeiro responsável. ▪ Higienizar as mãos. ▪ Organizar as vacinas e diluentes no equipamento específico ou na caixa térmica específica para uso diário, já com a temperatura recomendada. ▪ Atentar para o prazo de utilização após a abertura do frasco para as apresentações em multidose. ▪ Organizar sobre a mesa de trabalho os impressos e material de trabalho. / / F u n c i o n a m e n t o d a S a l a d e V a c i n a B - ACOLHIMENTO O acolhimento se configura como uma atitude de inclusão, caracterizada por ações que favorecem a construção de uma relação de confiança e compromisso dos usuários com as equipes e os serviços. Na sala de vacinação, a equipe deve garantir um ambiente tranquilo e confortável, assegurar a privacidade e estabelecer uma relação de confiança com o usuário, conversando com ele e/ou com o responsável sobre os benefícios da vacina. / / F u n c i o n a m e n t o d a S a l a d e V a c i n a C - PROCEDIMENTOS ANTERIORES À ADMINISTRAÇÃO DE IMUNOBIOLÓGICOS Antes da administração do imunobiológico, os seguintes procedimentos devem ser adotados: ▪ Se o usuário está comparecendo à sala de vacinação pela primeira vez, abra os documentos padronizados do registro pessoal de vacinação (cartão ou caderneta de vacinação ou mesmo cartão-controle). ▪ No caso de retorno, avalie o histórico de vacinação do usuário, identificando quais vacinas devem ser administradas. ▪ Obter informações sobre o estado de saúde do usuário, avaliando as indicações e as possíveis contraindicações à administração dos imunobiológicos, evitando as falsas contraindicações. / / F u n c i o n a m e n t o d a S a l a d e V a c i n a ▪ Orientar o usuário sobre a importância da vacinação e da conclusão do esquema básico de acordo com o grupo-alvo ao qual o usuário pertence e conforme o calendário de vacinação vigente. A maior parte da clientela na sala de vacinas é constituída por crianças, assim o profissional deve encorajar, confortar e orientar os pais sobre a importância da vacina, doenças prevenidas por meio do produto a ser usado e possíveis eventos adversos, encorajar as crianças para uma vacinação segura e tranquila. ▪ Fazer o registro do imunobiológico a ser administrado no espaço reservado nos respectivos documentos destinados à coleta de informações de doses aplicadas e no Sistema de Informação de imunobiológicos oficial utilizado na unidade. ▪ Na caderneta de vacinação, date e anote no espaço indicado: a dose, o lote, a unidade de saúde onde a vacina foi administrada e o nome legível do vacinador. ▪ O aprazamento deve ser calculado, e a data deve ser registrada com lápis na caderneta de saúde, no cartão de vacinação e no cartão-controle do indivíduo. ▪ Reforçar a orientação, informando o usuário sobre a importância da vacinação, os próximos retornos e os procedimentos na possível ocorrência de eventos adversos. / / F u n c i o n a m e n t o d a S a l a d e V a c i n a EPI obrigatório durante a vacinação: Máscara cirúrgica: obrigatória para os profissionais de saúde durante todo o período de vacinação em decorrência da pandemia de covid-19. A troca deve ser feita sempre que estiver suja ou úmida. A permanência da orientação do uso deste EPI será reavaliada conforme a situação epidemiológica. Higiene das mãos: É um dos procedimentos mais importantes que antecedem a atividade de vacinação. Quando tal procedimento é rigorosamente obedecido, previne-se a contaminação no manuseio, no preparo e na administração dos imunobiológicos. / / F u n c i o n a m e n t o d a S a l a d e V a c i n a Para fazer a higienização das mãos, adote os procedimentos detalhados passo a passo na sequência: ▪ Abra a torneira e molhe as mãos, evitando encostá-las na pia. ▪ Aplique na palma da mão uma quantidade suficiente de sabão líquido para cobrir toda a superfície das mãos. ▪ Ensaboe as palmas das mãos, friccionando uma na outra. ▪ Esfregue a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda, entrelaçando os dedos. Repita o procedimento com a mão esquerda contra o dorso da mão direita. ▪ Entrelace os dedos e friccione os espaços interdigitais. ▪ Esfregue o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, fazendo um movimento de “vai e vem”. Repita o procedimento com a outra mão. ▪ Esfregue o polegar direito com o auxílio da palma da mão esquerda, fazendo um movimento circular. Repita o procedimento com a outra mão. ▪ Friccione as polpas digitais e as unhas da mão esquerda, fazendo um movimento circular. Repita o procedimento com a outra mão. / / F u n c i o n a m e n t o d a S a l a d e V a c i n a ▪ Esfregue o punho esquerdo com o auxílio da palma da mão direita, utilizando um movimento circular e vice-versa. ▪ Enxágue as mãos retirando os resíduos de sabão (no sentido dos dedos para os punhos) e evitando o contato direto das mãos ensaboadas com a torneira. ▪ Seque as mãos utilizando papel-toalha descartável, iniciando pelas mãos e seguindo pelos punhos. Utilize o mesmo papel-toalha para o fechamento das torneiras com contato manual. ▪ Despreze o papel-toalha no cesto de lixo comum. Figura 1- Instruções para lavagem das mãos / / F u n c i o n a m e n t o d a S a l a d e V a c i n a D - ADMINISTRAÇÃO DE IMUNOBIOLÓGICOS Na administração dos imunobiológicos, adote os seguintes procedimentos: ▪ Higienizar as mãos antes e após o procedimento. ▪ Verificar qual imunobiológico deve ser administrado, conforme indicado no documento pessoal de registro da vacinação (cartão ou caderneta) ou conforme indicação médica. ▪ Examinar o produto, observando o rótulo, a aparência da solução, o estado da embalagem, o número do lote e o prazo de validade. ▪ Observar a via de administração e a dosagem.▪ Preparar o imunobiológico, observando os procedimentos específicos para cada imunobiológico. ▪ Administrar o imunobiológico segundo a técnica específica relativa ao imunobiológico. ▪ Observar a ocorrência de eventos adversos. / / F u n c i o n a m e n t o d a S a l a d e V a c i n a E - EVENTOS ADVERSOS Evento adverso pós-vacinação (EAPV) é qualquer ocorrência clínica indesejável, em indivíduo que tenha recebido um imunobiológico. O profissional de saúde sempre deve informar o usuário sobre a possibilidade de ocorrer algum evento adverso e orientar as práticas para amenizar os sintomas, por exemplo, aplicar compressa fria no local da aplicação da injeção, bem como, orientar o usuário a relatar ao serviço de saúde a ocorrência de EAPV para que possam notificá-lo. Figura 2- Eventos adversos pós-vacinação / / F u n c i o n a m e n t o d a S a l a d e V a c i n a F - FARMACOVIGILÂNCIA De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), farmacovigilância é a ciência relativa à detecção, avaliação, compreensão e prevenção dos eventos adversos ou quaisquer problemas relacionados a medicamentos, vacinas e outros imunobiológicos. Também conhecida como vigilância pós- comercialização (post-marketing), é composta pelo mesmo processo de detecção, acompanhamento e controle de problemas decorrentes do uso de medicamentos já legalmente autorizados e/ou utilizados nos estudos de fase IV. Um dos fatores preponderantes para o sucesso das práticas de imunização é o uso de imunobiológicos de qualidade comprovada. A ocorrência significativa de notificações de eventos adversos pós vacinação (EAPV) é esperada durante a introdução de novas vacinas – em especial no contexto da atual pandemia, em que a produção de vacinas foi acelerada, alguns se valendo de novas tecnologias, e um número massivo de pessoas será vacinado. / / F u n c i o n a m e n t o d a S a l a d e V a c i n a Desde 2005 , os eventos adversos pós- vacinação são considerados agravos de notificação compulsória (Portaria nº 33, de 15 de julho de 2005, da Secretaria de Vigilância em Saúde). Atualmente,a Portaria nº 246, de 17 de fevereiro de 2020, dispõe sobre a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional. Como a grande maioria dos eventos é local e sistêmica leve, a vigilância é voltada para os eventos moderados e graves. Raramente, o óbito pode ser decorrente da vacinação, por isso, o objetivo da Vigilância Epidemiológica de óbitos é, primordialmente, afastar causas coincidentes indevidamente atribuídas às vacinas; ou confirmar. Para o manejo apropriado dos EAPV de uma vacina, o sistema de vigilância é essencial. É ele que permitirá analisar a segurança do produto e responder prontamente as preocupações da população relacionadas à vacina. Todo evento adverso deve ser notificado às autoridades competentes. / / F u n c i o n a m e n t o d a S a l a d e V a c i n a G - ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES DO DIA Ao final das atividades do dia, adote os seguintes procedimentos: ▪Retire as vacinas do equipamento de uso diário ou da caixa térmica, identificando nos frascos multidose a quantidade de doses que podem ser utilizadas no dia seguinte, observando o prazo de validade após a abertura e guardando-os no refrigerador no equipamento específico para estoque das vacinas. ▪Despreze os frascos de vacinas multidose que ultrapassaram o prazo de validade após a sua abertura, bem como, os frascos com rótulo danificado. ▪Registre o número de doses desprezadas no formulário padronizado de registro (físico ou informatizado) para subsidiar a avaliação do movimento e das perdas de imunobiológicos. ▪Verificar e registrar as temperaturas da geladeira nos respectivos mapas de temperatura. ▪Desmontar e proceder a limpeza das caixas térmicas, deixando-as secas. / / F u n c i o n a m e n t o d a S a l a d e V a c i n a ▪ lave as bobinas, enxugue-as e retorne-as para congelamento no freezer. ▪ Verifique e anote a temperatura do equipamento de refrigeração no(s) respectivo(s) mapa(s) de controle diário de temperatura e, em seguida, reinicie o termômetro, pressionando a tecla reset. ▪ Verifique a lista de faltosos, ou seja, de pessoas agendadas para vacinação que não compareceram à unidade de saúde. ▪ Consolidar as doses de vacinas aplicadas. ▪ Repor material de uso diário para garantir o início dos trabalhos na manhã seguinte. ▪ Guardar todo o material que possa ser utilizado no dia seguinte em armário próprio. ▪ Certificar que os equipamentos de refrigeração estão funcionando devidamente. ▪ Verificar se a tomada do equipamento está conectada e/ou porta da geladeira fechada, antes de se retirar da sala. / / F u n c i o n a m e n t o d a S a l a d e V a c i n a H - ATIVIDADES MINIMAMENTE QUINZENAIS E MENSAIS ▪ Solicitar ao funcionário de serviços gerais que realize quinzenalmente a limpeza terminal da sala (sempre sob supervisão do responsável pela sala). ▪ Prover a limpeza da geladeira conforme orientação do fabricante. ▪ Fazer a revisão do arquivo de Cartão do Registro do Vacinado para possível convocação e busca de faltosos. ▪ Avaliar e calcular o percentual de utilização e perda dos imunobiológicos. ▪ Monitorar as atividades de vacinação (taxa de abandono, cobertura vacinal, eventos adversos, inconsistência e/ou erros de registros no sistema, entre outras atividades) da área de abrangência do serviço de saúde. / / F u n c i o n a m e n t o d a S a l a d e V a c i n a / / F u n c i o n a m e n t o d a S a l a d e V a c i n a // Rede de Frio / / R e d e d e F r i o A credibilidade de um programa de imunização é dependente da segurança, potência e qualidade das vacinas. A incorreta conservação, o armazenamento e manuseio inadequados das vacinas podem resultar em uma perda de potência, ou aumentar os eventos adversos de algumas vacinas. Como consequência, a confiança do público nos programas de imunização pode ser prejudicada, colocando ainda mais vidas em risco. Os imunobiológicos são sensíveis a agentes físicos, como a luz e o calor, especialmente por ter em sua formulação antígenos e adjuvantes. O calor acelera a inativação das substâncias que entram na composição dos produtos, daí a necessidade de mantê-los sob refrigeração. O manuseio inadequado, algum equipamento com defeito ou a falta de energia elétrica interrompem o processo de refrigeração, comprometendo a potência dos imunobiológicos, ou seja, a sua capacidade de desenvolver a proteção específica (formação de anticorpos). Na instância local (nos centros e unidades básicas de Saúde, nos hospitais e nos ambulatórios) todos os produtos são conservados entre +2ºC e +8ºC em câmaras refrigeradas. / / R e d e d e F r i o O transporte dos imunobiológicos é um elo importante para uma adequada cadeia de frio. Deve-se assegurar que em todo o itinerário as normas de armazenamento sejam rigorosamente seguidas, desde o acondicionamento até o destino final. Quando houver falhas e/ou dúvidas em relação à rede de frio, o responsável pela rede de frio do município deve ser contatado. As exposições das vacinas em temperaturas diferentes do recomendado (entre +2ºC e +8ºC) devem ser notificadas conforme fluxo estabelecido. É essencial que exista um Procedimento Operacional Padrão (POP) com as orientações sobre a conduta a ser tomada no caso de uma excursão de temperatura de conhecimento de toda a equipe de saúde da unidade. / / R e d e d e F r i o // Segurança do Paciente Desde o relatório “Errar é humano”, publicado em 1998, a questão da segurança do paciente, ou melhor, da insegurança ganhou destaque no mundo em que os danos aconteciam rotineiramente nos serviços de saúde. 2002 Diante deste cenário, em 2002, durante a 55ª Assembleia Mundial de Saúde, a OMSpublicou a Resolução WHA 55. “Qualidade da atenção: segurança do paciente”, como um alerta sobre a importância do tema nos serviços de saúde. A partir daí, seguiu-se a implantação de instituições voltadas para o tema em vários países, tais como a National Pacient Safety (NPS), no Reino Unido, a Danish Society for Pacient Safety, na Dinamarca, a Australian Patient Safety Agency, na Austrália e a Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ), nos EUA. Em 2004, durante a 57ª Assembleia Mundial da Saúde, a OMS lançou a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, com o objetivo principal de coordenar os programas de segurança do paciente nos países membros, fomentando ações para promover a segurança do paciente nos países signatários. 2004 / / S e g u r a n ç a d o P a c i e n t e . / / S e g u r a n ç a d o P a c i e n t e No Brasil, o Ministério da Saúde publicou em 1º de abril de 2013 a Portaria nº 529, que institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente e tem por objetivo geral contribuir para a qualificação do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde do território nacional. A ANVISA, em 25 de julho do mesmo ano, publicou a Resolução - RDC Nº 36, que institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e tem por objetivo instituir ações para a promoção da segurança do paciente e a melhoria da qualidade nos serviços de saúde sejam eles públicos, privados, filantrópicos, civis ou militares, incluindo aqueles que exercem ações de ensino e pesquisa. É de fundamental importância que o quadro profissional da sala de vacinação esteja atento para prática de vacinação segura estabelecendo metas seguras para garantir as melhores práticas durante todo o atendimento. Essas são as práticas de padrão global que garantem a segurança dos pacientes que eliminam ou reduzem sua exposição a riscos. / / S e g u r a n ç a d o P a c i e n t e. Existem metas estabelecidas pela OMS sobre segurança do paciente que foram adaptadas para vacinação. Veja a seguir: Higienizar as mãos para evitar infecções A higiene das mãos deve ser realizada antes e depois de: ▪ Administração de cada vacina ou soro; ▪ Manuseio dos materiais, das vacinas e dos soros; ▪ Qualquer atividade executada na sala de vacinação. Identificação correta O primeiro passo para a segurança do usuário é sua identificação. Todos os usuários devem ser identificados com, no mínimo, nome completo e nome da mãe. A identificação correta visa evitar aplicação indevida de medicação ou de procedimentos médicos. A prescrição ou a administração de medicamentos de forma equivocada pode gerar complicações graves. / / S e g u r a n ç a d o P a c i e n t e . / / S e g u r a n ç a d o P a c i e n t e . Comunicação efetiva A comunicação é um dos pilares importantes. Garante que as informações sejam transmitidas de forma objetiva, completa e clara. Além disso, deve-se certificar que nenhum dado será perdido. Sempre, após explicar a vacina que será realizada, pergunte se seu interlocutor entendeu. Mostre-se disposto a responder perguntas e explicar novamente, se necessário. Assim,usuário e equipe estarão em harmonia, em um cenário de atendimento humanizado. Conservação da vacina corretamente A maioria das vacinas requer temperaturas de armazenamento entre +2°C a +8°C para manter a qualidade e eficácia do produto. O manuseio inadequado, um equipamento com defeito ou a falta de energia elétrica, interrompem o processo de refrigeração, comprometendo a potência inicial dos imunobiológicos. Segurança de medicamentos (vacina) • Além de garantir a identificação correta dos usuários e buscar uma comunicação efetiva, deve-se prevenir erros na administração das vacinas. Garantir segurança na administração do Imunobiológicos (vacina) A vacina, de acordo com sua apresentação, deve ser preparada e administrada na forma correta, deixando o usuário seguro do procedimento que será realizado. / / S e g u r a n ç a d o P a c i e n t e. As 14 certezas para uma prática segura de vacinação / / S e g u r a n ç a d o P a c i e n t e . Para execução de uma de vacinação segura, com boas práticas e prevenção de danos, deve-se seguir os passos seguintes com o objetivo de conferir e validar o processo de preparo e administração de imunobiológicos. Deve-se conferir e/ou perguntar: 01 Profissional certo Equipe treinada e capacitada para os procedimentos de manuseio,conservação, preparo e administração, registro e descarte dos resíduos resultantes das ações de vacinação. / / S e g u r a n ç a d o P a c i e n t e . 02 Pessoa certa Confirmar os dados de identificação com o objetivo de se evitar a administração da vacina na pessoa errada e indicar a vacina de acordo com os calendários de vacinação para cada grupo populacional, ou seja, para a criança, adolescente, adulto, idoso e gestante. 03 Triagem certa É o processo de escolha, seleção ou classificação ao qual os usuários são submetidos a fim de determinar aqueles que possuem prioridade no atendimento e verificar se existe alguma contraindicação ou precaução para proceder a vacinação. A triagem contribui com a organização do fluxo e a otimização do tempo e dos recursos utilizados. / / S e g u r a n ç a d o P a c i e n t e . 04 Momento certo Analisar cuidadosamente a carteira de vacinação para ter certeza de que é o momento correto para administrar determinada vacina. 05 Higienização das mãos É um dos procedimentos mais importantes que antecedem a atividade de vacinação. Quando tal procedimento é rigorosamente obedecido, previne-se a contaminação no manuseio, no preparo e na administração dos imunobiológicos. A higiene das mãos é realizada antes e depois de: manusear e administrar os materiais, as vacinas, os soros e as imunoglobulinas; e executar qualquer atividade na sala de vacinação. / / S e g u r a n ç a d o P a c i e n t e 06 Vacina certa Conferir, ao menos em três momentos distintos do processo de vacinação, qual vacina deve ser preparada para administração (verificar o nome, laboratório e validade da vacina no rótulo). A vacina deverá estar armazenada e conservada adequadamente, conforme recomendação do fabricante, para que seja mantida a qualidade e eficácia do produto. Sempre mostrar o frasco da vacina de modo que o usuário e/ou responsável veja qual vacina será administrada. Observar também o aspecto da vacina. / / S e g u r a n ç a d o P a c i e n t e . 07 Validade certa da vacina que será administrada (conferir se a validade está no prazo para uso) Validade é o período de tempo em que se tem plena segurança para o uso do produto. O prazo de validade, ou data do vencimento, do produto é fundamentado em estudo de estabilidade que estabelece o tempo de vida. 08 Insumo certo Para a via e local da administração (utilizar agulha e seringa certas de acordo com o indicado para cada imunobiológico). / / S e g u r a n ç a d o P a c i e n t e. 09 Dose certa Administrar a dose correta, conforme o volume recomendado para cada imunobiológico e indivíduo que será vacinado (0,25 mL ou 0,5 mL ou 1,0 mL). O cuidado deve ser redobrado quando a apresentação da vacina for multidose. 10 Local de administração certo Conforme vacina e via indicada (região deltóide, vasto lateral da coxa, etc). 11 Via de administração certa Conforme indicação da vacina (intramuscular, subcutânea...), respeitando o ângulo certo, conforme via indicada e a agulha que será utilizada para a administração da vacina (15°, 45° ou 90°). / / S e g u r a n ç a d o P a c i e n t e. 12 Tempo certo Atender o usuário de forma que se consiga realizar todos os procedimentos com segurança e dar todas as orientações a ele quanto à vacina, aos eventos esperados para cada vacina que será administrada e à data de retorno para as próximas doses. 13 Registro certoRegistrar adequadamente a vacina administrada na caderneta de vacinação do usuário, no cartão espelho e no sistema oficial para registro de doses. Os registros de doses aplicadas gerados nas salas de vacinas seguem o fluxo em ordem ascendente, ou seja, desde a sala de vacina (pública ou privada) ao nível nacional, permitindo conhecer, monitorar e avaliar a situação em todas as instâncias gestoras. É de fundamental importância que o nível local registre corretamente o dado. É de suma importância também anotar na caderneta de vacinação do usuário a data de retorno para as próximas doses. / / S e g u r a n ç a d o P a c i e n t e 14 Descarte correto O descarte e a separação dos resíduos devem ser realizados no local de sua origem, ou seja, na própria sala de vacinação, esses procedimentos apresentam as seguintes vantagens: evitam acidentes na manipulação das seringas e agulhas utilizadas; permitem o tratamento específico e de acordo com as necessidades de cada categoria; impedem a contaminação do resíduo como um todo; permitem que as medidas de segurança sejam adotadas ainda na sala de vacinação; e facilitam a ação em caso de acidentes ou de emergência. // Habilidades de Comunicação e Competências Culturais O QUE É HABILIDADE DE COMUNICAÇÃO? Você já pensou que, em nosso trabalho, empregamos de 85% a 90% de nosso tempo nos comunicando? A partir dessa reflexão, seguem alguns questionamentos: •O que é uma boa comunicação? •Do que precisamos para nos comunicar melhor? •Quais aspectos da minha forma de me comunicar podem ser transformados para melhorar meu contato com o usuário? / / H a b i l i d a d e s d e C o m u n i c a ç ã o e C o m p e t ê n c i a s C u l t u r a i s COMUNICAÇÃO Comunicação é uma palavra derivada do termo latino communicare, que significa "partilhar, participar algo, tornar comum" . Ação ou efeito de comunicar, de transmitir ou de receber ideias, conhecimento, mensagens, buscando compartilhar informações. Habilidade ou capacidade de estabelecer um diálogo. A comunicação pode ser verbal ou não verbal . Comunicação verbal: Toda linguagem falada ou escrita, ou seja, toda mensagem transmitida através de palavras. Comunicação não verbal: Mensagens através de gestos, expressões faciais e movimentos corporais. O desafio no desenvolvimento de habilidades de comunicação consiste na capacidade de sermos mais assertivos em nossas intenções terapêuticas. Para isto, o primeiro passo é substituir a tradicional relação distanciada: profissional de saúde-usuário, pelo acolhimento deste, sua família e comunidade de forma menos hierárquica. / / H a b i l i d a d e s d e C o m u n i c a ç ã o e C o m p e t ê n c i a s C u l t u r a i s Dessa forma, tornando a relação mais humanizada e horizontal por meio de falas, perguntas, posturas e gestos capazes de gerar empatia e acolhimento, minimizando possíveis relações de poder entre a equipe de saúde e o usuário. Deste modo, os usuários transformam-se em sujeitos de seu cuidado em saúde. / / H a b i l i d a d e s d e C o m u n i c a ç ã o e C o m p e t ê n c i a s C u l t u r a i s A empatia é a capacidade do ser humano de se colocar no lugar do outro sem julgamentos e entrar em sintonia com os sentimentos, pensamentos, opiniões, atitudes, escolhas e as formas pelas quais este passa pelas circunstâncias da vida. É um sentimento geralmente vivido em mão dupla. Não se trata de estar sempre sorrindo, com simpatia, mas, sobretudo, de estar junto com o outro, compartilhando o momento vivido. A empatia é uma habilidade que se desenvolve ao longo da vida. As habilidades de comunicação verbais e não verbais são também chamadas de tecnologias leves e estão em contraste com as tecnologias chamadas duras, tais como, os equipamentos especializados de última geração, presentes em hospitais e laboratórios. Essa tecnologia leve de cuidado é fundamental para os profissionais de saúde melhorando a qualidade do atendimento e sua resolutividade através do aumento da capacidade em: ▪ realizar diagnóstico precoce visando à prevenção de agravos; ▪ reconhecer situações socioambientais que comprometam a saúde ; ▪ estabelecer vínculo visando à transformação; ▪ sensibilizar usuários e a comunidade; ▪ motivar para adesão aos cuidados à saúde; ▪ educar a comunidade fortalecendo o seu empoderamento, para a construção ativa e participativa do SUS. / / H a b i l i d a d e s d e C o m u n i c a ç ã o e C o m p e t ê n c i a s C u l t u r a i s São ações importantes de habilidades de comunicação: ▪cumprimentar a pessoa pelo nome; ▪acolher o paciente com respeito e cordialidade; ▪escutar atentamente em todas as dimensões (verbais e não verbais); ▪não interromper o paciente ; ▪fazer contato visual ; ▪detectar e responder às situações emocionais ; ▪considerar fatores psicossociais; ▪coletar dados ; ▪fornecer informações ; ▪evitar o “jargão técnico” ; ▪utilizar corretamente o encorajamento e a motivação. / / H a b i l i d a d e s d e C o m u n i c a ç ã o e C o m p e t ê n c i a s C u l t u r a i s São ações importantes a evitar: ▪saudar friamente o paciente ou não o saudar ; ▪não escutar o paciente; ▪pressupor que já sabe o que o paciente dirá; ▪condutas de antagonismo, culpabilização, juízos de valor e asseguramentos prematuros; ▪introduzir conselhos e informações precocemente; ▪não respeitar as diferenças culturais. / / R e d e d e F r i o // Competências Culturais O QUE É COMPETÊNCIA CULTURAL? Competência Cultural é a combinação de conhecimentos, atitudes e habilidades necessárias para realizar um cuidado efetivo, compreensivo e respeitoso, de maneira compatível com as crenças e práticas culturais de saúde do usuário e no idioma de sua preferência. / / C o m p e t ê n c i a s C u l t u r a i s Por estar intimamente ligada à comunidade, a competência cultural é uma das características da atenção básica (AB) e engloba outras competências como: ▪ Adscrição do território; ▪Descentralização de políticas públicas ; ▪Planejamento de saúde baseado em diagnósticos locais e regionais; ▪Conhecimento da diversidade humana existente no território: suas origens e a história local ; ▪Dados demográficos ; ▪Identificação de padrões no comportamento das condições de saúde de subgrupos ; ▪Compreensão das heterogeneidades e características gerais dentro de um determinado grupo populacional. Utilizando as técnicas de habilidades de comunicação, entendendo que a ação dos profissionais de saúde precisa basear-se nas crenças e práticas culturais de saúde de cada usuário, existem “Ferramentas” em competências culturais que nos auxiliam no cuidado. São elas: ▪Admitir que todo encontro terapêutico é intercultural e que não há ciência neutra culturalmente; ▪Identificar identidades étnicas sem estereotipar ; ▪Ter uma postura respeitosa, interessada e empática ; ▪Tentar compreender como as pessoas se identificam culturalmente; / / C o m p e t ê n c i a s C u l t u r a i s • Procurar conhecer os outros recursos terapêuticos comumente mobilizados por essa população; • Reconstruir a narrativa da doença; • Perceber a influência da cultura nas relações interpessoais; • Considerar estresses psicossociais que podem estar associados; • Revisar a literatura, se disponível, a respeito das pessoas envolvidas no cuidado; • Estudar a língua e dialetos locais; • Identificar e criar alianças com pessoas importantes na comunidade. / / H a b i l i d a d e s d e C o m u n i c a ç ã o e C o m p e t ê n c i a s C u l t u r a i s Os fenômenos relacionados à saúde e à doença só podem ser compreendidos dentro de um contexto histórico e social que extrapole a concepção biomédica de causa e efeito. Quando compreendemos que o território é dinâmico em seus determinantes sociais e condições de saúde, percebemos que a Competência culturalé um processo continuado, multiprofissional e intersetorial. Competência Cultural Continuada Destrutividade Cultural Incapacidade Cultural Pré-Competência Cultural Competência Cultural Proficiência Cultural Assimilação forçada, subjugação, direitos e privilégios apenas para grupos dominantes. Cegueira Cultural Racismo, estereótipos mantidos, práticas de contratação injustas. Diferenças ignoradas, “tratar todos iguais”, atender apenas às necessidades dos grupos dominantes. Explora as questões culturais, são comprometidos, avalia as necessidades de organização e indivíduos. Reconhece as diferenças individuais e culturais, busca conselhos de diversos grupos, contrata pessoal culturalmente imparcial. Implementa mudanças para melhorar os serviços com base nas necessidades culturais. / / H a b i l i d a d e s d e C o m u n i c a ç ã o e C o m p e t ê n c i a s C u l t u r a i s // Considerações Finais Chegamos ao final desta aula. É importante destacar os seguintes pontos abordados: Uma ação de imunização capaz de abranger 214.427.380 habitantes, 238 etnias indígenas, 750.000 estrangeiros, necessita de ferramentas de habilidade de comunicação e competências culturais. De modo que: ▪ Utilize os conhecimentos das equipes de saúde da família no cuidado centrado na pessoa, sua família e comunidade; ▪ Valorize o conhecimento específico de cada profissional de saúde; ▪ Otimize as ações de saúde através da mobilização intersetorial e interdisciplinar; ▪ Não seja reduzida a uma discussão sobre crenças. Os procedimentos básicos na sala de vacinas, incluindo o provimento de insumos, impressos, registros e cuidados com a ambiência são necessários para o efetivo trabalho de vacinação: ▪ Certos na administração de imunobiológicos; / / C o n s i d e r a ç õ e s F i n a i s ▪ A manutenção das condições ideais recomendadas da “Rede de Frio” para a conservação dos imunobiológicos e sua verificação, assim como os procedimentos de higiene das mãos são essenciais para a garantia da vacinação efetiva e da sua qualidade ; ▪ Quanto à efetiva segurança do profissional e do usuário, conhecer metas de segurança recomendadas, utilizar as habilidades de comunicação e competência cultural são recursos imprescindíveis para o cuidado; ▪ Conhecer as metas de segurança ; ▪ Orientar e prestar assistência aos usuários, com segurança, responsabilidade e respeito ; ▪ Identificar e dar assistência adequada na ocorrência de Eventos Adversos Pós- Vacinação ; ▪ Descarte adequado dos resíduos produzidos na sala de vacina. Esperamos que o conhecimento adquirido o auxilie nas boas práticas de cuidado com o paciente no seu dia a dia. / / C o n s i d e r a ç õ e s F i n a i s A t é a p r ó x i m a ! BAHIA. Secretaria de Estado da Saúde. Manual de normas de vacinação. Salvador: Secretaria de Estado da Saúde, 1999. BAHIA. Secretaria de Estado da Saúde. Manual de normas e procedimentos técnicos para a vigilância epidemiológica. 4. ed. Salvador: Secretaria de Estado da Saúde, 1991. Berlin EA, Fowkes WC Jr. A teaching framework for cross-cultural health care. Application in family practice. West J Med. 1983;139(6):934-8. BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância em Doenças Transmissíveis, 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Curso de atualização para o trabalhador da sala de vacinação. 3.ed. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância em Doenças Transmissíveis. 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013. Institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Brasília, 2013a. / / R e f e r ê n c i a s r e f e r ê n c i a s / / BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo para a prática de higiene das mãos em serviços de saúde. In: BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013. Brasília, 2013b. Anexo 1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. 2. ed. Brasília, 2006. BRASIL. Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975. Dispõe sobre a organização das ações de vigilância epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imunizações, estabelece normas relativas à notificação compulsória de doenças e dá outras providências [acesso em: 13 maio 2021]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l62 59.htm. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.498, de 19 de julho de 2013. Redefine o Calendário Nacional de Vacinação, o Calendário Nacional de Vacinação dos Povos Indígenas e as Campanhas Nacionais de Vacinação, no âmbito do Programa Nacional de Imunizações (PNI), em todo o território nacional. [acesso em: 13 maio 2021]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/g m/2013/prt1498_19_07_2013.html. r e f e r ê n c i a s / / / / R e f e r ê n c i a s BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 264, de 17 de fevereiro de 2020. que altera a Portaria de Consolidação nº 4/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, para incluir a doença de Chagas crônica, na Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional. [acesso em: 25 maio 2021].Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/ gm/2020/prt0264_19_02_2020.html#:~:tex t=1%C2%BA%20Esta%20Portaria%20inclui %2C%20na,esporotricose%20humana%20e %20a%20paracoccidioidomicose. r e f e r ê n c i a s / / / / R e f e r ê n c i a s Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Rede de Frio do Programa Nacional de Imunizações / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – 5. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2017. [acesso em: 25 maio 2021].Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/ pdf/2017/dezembro/15/rede_frio_2017_web _VF.pdf. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (Pacs). [acesso em: 13 maio 2021]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/g m/2011/prt2488_21_10_2011.html BRASIL. Sociedade Brasileira de Imunizações. Guia de boas práticas de IMUNIZAÇÃO EM ÁREAS REMOTAS DE DIFÍCIL ACESSO. Sociedade Brasileira de Imunizações. 2017. Ceron, M.Habilidades de comunicação: abordagem centrada na pessoa. Especialização em Saúde da Família, Unifesp. 2010. r e f e r ê n c i a s / / / / R e f e r ê n c i a s Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). População do Brasil 2021 atualizada. [acesso em: 10 maio 2021].Disponível em: https://paginadoparticipante.com/populacao- do- brasil/#:~:text=Segundo%20o%20censo%202 021%20pelo%20IBGE%2C%20a%20popula%C 3%A7%C3%A3o,capitais%21%2010%20Quais %20s%C3%A3o%20as%20cidades%20mais%2 0populosas%3F. Instituto Socioambiental. Quadro Geral dos Povos [Online]. 2018. [acesso em: 10 maio 2021].Disponível em: Quadro Geral dos Povos - Povos Indígenas no Brasil (socioambiental.org). Rio de Janeiro. Secretaria de Estado da Saúde. Guia Prático de Normas e Procedimentos de Vacinação. Secretaria Municipal de Saúde. Subsecretaria de Promoção, Atenção Primária e Vigilância em Saúde. Rio de Janeiro. 2016. Starfield B. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. Brasília: UNESCO. 2002, Competência cultural na APS. Targa LV. Mobilizando coletivos e construindo competências culturais no cuidado à saúde: estudo antropológico da política brasileira de Atenção Primária à Saúde [dissertação). PortoAlegre: UFRGS; 2010. r e f e r ê n c i a s / / / / R e f e r ê n c i a s Créditos das imagens Banco de imagens Freepik https://www.freepik.com // Créditos
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