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Teoria da Ação no Direito

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AÇÃO 
A ação é o poder de dar início a um processo e dele participar, com o intuito de obter 
do Poder Judiciário uma resposta ao pleito formulado. 
Evolução teórica 
1.1 TEORIAS 
A) TEORIAS CIVILISTAS, OU IMANENTISTAS: Confundiam a ação com o próprio direito 
material. 
B) TEORIA CONCRETISTAS: Não a confundiam, mas condicionavam- a à existência 
deste direito material. 
C)TEORIA ABSTRATISTA PURA: Por sua vez, consideram a ação como direito a uma 
resposta qualquer do Judiciário, independentemente da existência do direito material 
ou do preenchimento de quaisquer condições. 
D) TEORIA ABSTRATA RELATIVA: Chamada eclética, no Brasil é adotada, desvincula o 
direito de ação do direito material, mas que exige o preenchimento das condições da 
ação para obter-se resposta de mérito. 
1.2 CONDIÇÕES DA AÇÃO 
São aquelas necessárias para a própria existência da ação. São requisitos para que o 
juiz possa dar resposta à pretensão formulada. Sua ausência deve ser reconhecida pelo 
juiz de ofício e a qualquer tempo, implicando a extinção do processo sem resolução de 
mérito. 
Exige-se que a pessoa que formula a pretensão e a em face de quem ela é formulada 
sejam partes legítimas, e que haja interesse de agir. 
Art. 17. CPC. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. 
Estas condições da ação devem estar preenchidas no momento da propositura e ao 
longo de todo o processo. A carência destes requisitos é matéria de ordem pública, 
que deve ser conhecida de ofício, examinada não apenas pela petição inicial, mas por 
tudo aquilo que foi trazido aos autos pelas partes. 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
VI — verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
A possibilidade jurídica já não é condição autônoma de ação, mas integrante do 
interesse de agir. Para que existe o interesse, a pretensão formulada não pode 
contrariar o ordenamento jurídico e ser juridicamente possível; caso não o seja, há 
falta de interesse de agir, resultando em extinção sem resolução de mérito. 
 
 
A) INTERESSE DE AGIR 
É constituído pelo binômio necessidade + adequação. 
• AÇÃO NECESSÁRIA: Quando indispensável para que o sujeito obtenha o bem 
desejado. Uma dívida ainda não vencida, por exemplo, ainda não exige ação. 
• AÇÃO ADEQUADA: É aquela quando há escolha do meio processual pertinente, 
que produza resultado útil. 
 
B) LEGITIMIDADE AD CAUSAM 
Legitimidade é a qualidade para se estar em juízo litigando sobre a causa. Esta 
qualidade deve existir tanto para o autor quanto para o réu, sob pena de carência da 
ação. 
• LEGITIMIDADE ATIVA: A de propor a ação, sendo autor. 
• LEGITIMIDADE PASSIVA: A de figurar no polo passivo da ação, sendo réu. Em 
geral não se pode ir a juízo, na condição de parte, para postular ou defender 
interesse alheio. 
• LEGITIMIDADE ORDINÁRIA: Em que os sujeitos vão a juízo para litigar em nome 
próprio sobre os seus alegados interesses e direitos. 
• LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA: Consiste na substituição processual, quando 
o substituto atua como parte, postulando ou defendendo interesse alheio. 
1.3 ELEMENTOS DA ACÃO 
Os elementos prestam-se a identificar ações, que são idênticas quando têm os 
mesmos três elementos: 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
§ 2o Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de 
pedir e o mesmo pedido. 
A indicação destes três elementos deve figurar já na petição o inicial, à qual o juiz fica 
adstrito. É a delimitação objetiva da demanda e da coisa julgada. 
A) PARTES 
É quem pede a tutela jurisdicional e aquele em face de quem está tutela é postulada. 
São o autor e o réu. O representante legal não é parte. Há, excepcionalmente, ações 
sem autor, como na separação consensual, ou sem réu, como ações declaratórias de 
constitucionalidade (ADC). 
B) PEDIDO 
É o bem da vida almejado e o provimento jurisdicional por meio do qual se deseja 
obtê-lo. 
 
 
Art. 322. CPC. O pedido deve ser certo. 
§ 1o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de 
sucumbência, inclusive os honorários advocatícios. 
§ 2o A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o 
princípio da boa-fé. 
C) CAUSA DE PEDIR 
Consiste nos fundamentos de fato e de direito que embasam o pedido. O juiz deve 
ater-se aos fatos indicados na petição inicial, mas não ao direito invocado, pois vige o 
princípio de jura novit curia — o juiz conhece o Direito. 
Mantido o mesmo fato, transitada em julgado a sentença de mérito, reputam-se 
repelidas todas as defesas que a parte poderia opor ao acolhimento do pedido e todas 
as alegações à sua rejeição. Alterados os fatos, altera-se a ação. 
1.4 CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES 
Ações são classificadas de acordo com o tipo de direito em questão, sendo civis, penais 
ou trabalhistas. 
A) AÇÕES CIVIS 
Classificam-se de acordo com a natureza da pretensão e seu pedido mediato. São 
de conhecimento quando a pretensão do autor visa uma sentença que defina direitos 
ou executórias quando obrigam que se concretize o que ficou definido na ação de 
conhecimento. 
 
• AÇÕES CIVIS DE CONHECIMENTO: São declaratórias as que definem a 
existência ou modo de ser de uma relação jurídica ou reconhecem a 
autenticidade de um documento. 
• AÇÕES CIVIS CONSTITUTIVAS: Criam, modificam ou extinguem uma relação 
jurídica. 
B) AÇÕES TRABALHISTAS 
Compartilham das classificações das civis, mas também se classificam 
como individuais ou coletivas. 
C) AÇÕES PENAIS 
Têm pretensão punitiva e classificam-se de acordo com sua titularidade. 
São públicas as ações penais de responsabilidade primária do MP, propostas 
exclusivamente por ele — incondicionadas — ou dependendo de representação do 
ofendido ou requisição do Ministério da Justiça — condicionadas. Já as privadas são 
propostas diretamente pelo titular.

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