Buscar

Trypanosoma cruzi e doença de Chagas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Trypanosoma cruzi e doença de Chagas 
 Características 
- Também chamada de Tripanosomíase Americana; 
- Vetor: Barbeiro; triatomíneo; 
- Agente etiológico: Trypanosoma cruzi; 
- Menos de 10% das pessoas com doença de Chagas nas Américas são diagnosticadas, e somente cerca de 1% das 
que tem a doença recebe tratamento antiparasitário. Os medicamentos atuais, descobertos há meio século, são 
eficazes durante a fase aguda e inicio da fase crônica; 
- Zoonose resultante das alterações provocadas pelo ser humano o ambiente e das desigualdades econômicas; 
 
 Histórico 
- 1909: Carlos Chagas comunica ao mundo cientifico a descoberta de uma nova doença humana; 
- Caracterização do agente etiológico, vetor e patologia da doença; 
- Marco decisivo na história da ciência e da saúde; 
 
 Saúde Pública 
- Doença com evolução crônica, com diferentes perfis de morbi-mortalidade nas formas cardíaca e digestiva; 
- Incapacitados pela cardiomiopatia grave; elevado impacto econômico devido gastos decorrentes de internação 
absenteísmo (falta no trabalho), licença saúde e óbitos precoces; 
- Possibilidade de transmissão através de transfusões de sangue; 
- Ambiente onde se dá a transmissão domiciliar (estado precário), isso é, expressão da baixa condição econômica e 
social; 
 
 Vetor 
- Tem probóscide (faz hematofagia); o sangue passa para a parte posterior, empurrando as fezes; 
- Transmite pelas fezes; 
- Triatomíneos 
- Classe: insecta; Ordem: hemíptera (asas metade rígida, metade membranosas); Família: reduviidae; Subfamília: 
Triatominae; Gêneros: triatoma (mais comum); panstrongylus e rhodnius; 
- Insetos hemípteros: percevejos; par de asas superiores com a parte próximas rígida e a parte distal membranosa; 
- Hábitos alimentares: fitófagos que se alimentam de plantas, com probóscide longa, reta e ultrapassando o 
primeiro par de pernas; entomófagos são predadores, alimenta-se de outros animais com proboscide curta e curva; 
hematófagos alimentam-se de sangue, probóscide curta e reta, não ultrapassando o primeiro par de pernas; 
- Gênero: Triatoma tem cabeça alongada e antenas implantadas num ponto médio entre os olhos e o clípeo; 
Panstrongylus tem cabeça robusta, curta com relação ao tórax, antenas implantadas próximas aos olhos; Rhodnius 
tem cabeça alongada e delgada, antenas implantadas bem próximo ao clípeo; 
 
 
- Ciclo de vida: ovos -> ninfas (5 estágios) -> adulto 
- Hábitos noturnos; atraídos pela luz; 
- Hematófagos: machos e fêmeas; 
- Defecação após picada -> contaminação cpelas fezes + tripomastigotas 
- Tocas de animais no solo: tocas de tatu e ninhos de gambá e roedores; 
 
Agente Etiológico 
- Protozoário 
- Em condicoes naturais, infecta mais de 100 espeçies de mamíferos de diferentes ordens e invertebrados (insetos 
vetores); 
- Reino: Protista; Filo: Sarcomastigophora; Classe: Zoomastigophorea; Ordem: Kinetoplastida; Família: 
Typanosomatidae; Gênero: Trypanosoma; Espécie: T cruzi 
- Tem variaçõess morfológicas e funcionais; alterna estágios que sofrem divisão binária simples e formas não 
replicativas; 
- Amastigota: HV; não tem flagelo livre; observamos o núcleo o cimetoplasma; presente no interior das células de 
mamíferos; tem vacúolo digestivo; é arredondada; fazem multiplicação por divisão binária simples; interiorização 
por fagocitose induzida; quando se rompe já libera tripomastigota; 
- Tripomastigota: meio de cultura; forma flagelada (flagelo livre ocupa 1/3 do comprimento); membrana 
ondulante; cinetoplasto posterior ao flagelo (extremidade); 
- Tripomastigota sanguícolas: presentes no sangue de mamíferos; tem polimorfismo; formas finas/rápidas que 
penetram em células hospedeiras; formas largas/lentas que são mais infectantes para o vetor; HV 
- Tripomastigota metacíclicas: no reto do barbeiro, o epimastigota se diferencia; encontradas nas fezes e urina do 
inseto vetos; não são capazes de se reproduzir; suportam temperaturas mais altas; capacidade invasiva de mucosas, 
conjuntiva, soluções de continuidade da pele; HI (barbeiro); 
- Epimastigota: é a forma infectante; não replicativa; HI e meio de cultura; presentes no intestino médio do inseto 
vetor; cinetoplasta próximo ao núcleo (anterior); flagelo livre bem desenvolvido; multiplicação por divisão 
binária; 
 
 
 
- Cinetoplasto ou kDNA: Organela rica em DNA mitocondrial (rede complexa de milhares de moléculas de DNA 
circular); composto por maxicírculos (codificam para proteínas da cadeia de transportes de elétrons e RNA 
ribossômico mitocondrial) e minicírculos (codificam para RNAs pequenos ou RNA guia que participam do 
processo de editoração dos transcritos do maxicírculo; contém sequencias que apresentam alta taxa de mutacao); 
 
 Biologia 
- Habitat no HV: Amastigotas nas fibras musculares estriadas (cardíacas e esqueléticas), lisas e no sistema 
fagocitário mononuclear; já os tripomastigotas ficam na linfa, espaços intersticiais, líquido cefalorraquidiano, leite 
e esperma; 
- Nutrição: através da membrana e por pinocitose; 
- Penetração: macrófagos por fagocitose; nos outros tipos celulares é por invasão (adesão -> endocitose); 
 
 Transmissão 
- Vetorial: fezes ou urina liberada durante a picada do triatomínco; penetração de tripomastigotas metacíclicas na 
pele ou mucosa; 
- Transfusão de sangue ou de frações sanguíneas; tripomastigota 
- Acidentes de laboratório; 
- Transplante de órgãos; 
- Congênita: ninhos de amastigotas na placenta; não pode tratar a mãe (diferente da Toxoplasmose); 
- Oral: amamentação (menos frequente, pois tem que estar em fase aguda, já que não tem tripomastigotas); 
ingestão de triatomíneos infectados; alimentos contaminados com fezes ou urina de triatomídeos infectado; 
 
 Ciclo Biológico 
- 
 
 
Relação Parasito-Hospedeiro 
- Penetracao das tripomastigotas metaciclicas -> fagocitose por mcrófagos -> amastigotas  multiplicação IC; 
- Lise de cél. Hospedeira -> disseminação por sangue ou linfa -> colonização de vários órgãos e tecidos 
- Parasitemia: entre 8-12 dias é a fase aguda com tripomastigota no sangue; na 4 ou 5 semana diminui os parasitas 
no sangue, fase crônica; 
- Tropismo tecidual: miotrópicas (fibras musculares esqueléticas e miocárdicas); reticulotrópicas (macrófagos do 
baço, fígado e medula óssea); 
- Moléstia parasitária septicêmica, com lesões em vários órgãos e tecidos; 
- Infecção pelo T. cruzii: persistência crônica do parasito nos tecidos; destruição inflamatória progressiva do 
músculo cardíaco e neurônios autonômicos do trato digestivo; 
 
 Patogênese 
- Ação do próprio parasito (lesão de Magarinos Torres); 
- Processo inflamatório focal de origem mononuclear; 
- Mecanismos imunológicos de origem multifatorial provocados pela RI montada para controlar o parasitismo 
tecidual; 
- Fase aguda: parasitemia patente (1 mes); proliferação e disseminação dos parasitos pelo sangue ou linfa; lesões 
teciduais ocasionadas pelo parasito; a maioria não apresenta nenhum sintoma; quando os sintomas ocorrem duram 
cerca de dois a quatro meses e podem incluir erupções de pele e nódulos inflamatórios, febre, dor de cabeça, 
gânglios linfáticos aumentados, náuseas, diarreia, vomito e dificuldade para respirar; sinal de Romaña é um edema 
unilateral bipalpável após a entrada do parasito, caso a picada tenha sido no rosto; chagoma de inoculação é um 
edema após a picada em outra área da pele; 
- Fase crônica: não ocorre detecção de parasito no sangue circulante; presença de alto nível de anticorpos; 
diferentes foras clínicas (indeterminada/assintomática; digestiva; cardíaca); forma indeterminada (indivíduos soro 
+ ou com exames parasitológico + sem sintomatologia; apresentação de alta prevalência; caracter benigno e baixo 
potencial evolutivo); forma cardíaca ou cardiopatia chagásica crônica (caráter fibrosante; arritmias cardíacas 
frequentes e complexas; distúrbios da condução do estimulo átrio e intraventricular; maior incidênciade morte 
súbita, fenômenos tromboembólicos e aneurismas ventriculares;); forma digestiva (acometimento do esôfago e 
intestino grosso-> megaesôfago e megacólon); 
 
 Diagnóstico 
Fase aguda 
- Clínico; Epidemiológico; 
- Laboratorial: observação de formas tripomastigotas presentes no sangue dos indivíduos infectados; exame de 
sangue a fresco (mais sensível; detecção das formas pela motilidade); esfregaço delgado e gota espessa; 
 
Fase Crônica 
- Critérios parasitológicos: parasitemia subpatente -> métodos convencionais tem baixa sensibilidade -> pouco 
valor diagnostico; 
- Critério sorológico: 2 testes sorológicos de princípios distintos e com diferentes preparações antigênicas; 
- Xenodiagnóstico in vitro: método indireto; utilização de ninfas de triatomídeos; positividade entre 9 e 87,5%; 
utilizado para controle da terapêutica; restrições relacionadas ao tempo prolongado para o resultado (até 90 dias), 
necessidade de criação de triatomíneos, perda de insetos durante o teste, rejeição do paciente à aplicação repetida 
do exame ao natural; 
- Hemocultura: inoculação do sangue do paciente em meios de cultura, onde o T. cruzi é capaz de crescer e se 
multiplicar em meios acelulares contendo hemina ou derivados da hemoglobina; culturas examinadas 
semanalmente até 4 meses; requer coleta e manuseio da amostra em condições assépticas; 
- PCR: alternância no diagnostico da doença; 
 
 Tratamento 
Benzonidazol e Nifurtimox 
- Tratamento de pacientes agudos crianças ate 12 anos e crônicos recentes (5-12 anos após a infecção inicial); 
- Na fase crônica de maior duração; forma indeterminada, formas cardíacas leves e forma digestiva; 
- Nenhum destes compostos é ideal: não são ativos durante a fase crônica da doença; apresentam sérios efeitos 
colaterais; administração por longos períodos de tempo; alto custo; não há formulações pediátricas; 
 
 Epidemiologia e controle 
- Emprego de inseticidas para interromper a transmissão vetorial; 
- Medidas preventivas para controlar a transmissão transfusional; 
- Controle dos focos residuais e impedir novos focos; 
- Impedir focos de transmissão por espécies secundária (T. sordida e T brasiliense) 
 
 Profilaxia 
- Melhoria das condições de vida nas áreas rurais; 
- Redução do desmatamento; 
- combate ao vetor; 
- Controle do doador de sangue; 
- Controle da transmissão congênita; 
- Inseticidas: BHC, tóxicos para humanos e animais domésticos; piretroides (deltametrina, alfacipermetrina, 
betacipermetrina) tem efeito residual por mais de 1 ano; malathion e o dieldrin (organoclorados);

Continue navegando