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Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Laboratório UC 16 Exemplos: Hipertensão e condições clínicas associadas A associação de Hipertensão e Diabete Melito dobra o risco cardiovascular. O tratamento inicial inclui a associação de dois ou mais fármacos de classes diferentes. → Pacientes hipertensos diabéticos sem nefropatia todos os anti-hipertensivos podem ser utilizados. → Com nefropatia diabética: Uso de medicamentos inibidores do SRAA é preferencial, ou seja, IECA (captopril, enalapril) ou Inibidor de ATI (Losartana, Valsartana) e Evitar a associação de IECA + BRA. Betabloqueadores → Alguns betabloqueadores podem agravam a resistência à insulina (principalmente os de 1ª classe - propanolol). → O uso de betabloqueadores está relacionado com o aumento dos níveis de ácido úrico e com isso , aumentam o risco do paciente sofrer um ataque de gota. OBS: O uso de antagonistas de canal de cálcio (Anlodipino, Nifedipina , Verapamil , Diltiazem) e losartana (inibidor de AT1) estão associados à redução dos níveis de ácido úrico. INDICAÇÃO: Se precisar prescrever um betabloqueador, optar por um de terceira geração. → Os BB de terceira geração (carvedilol e o nebivolol) têm impacto neutro ou até podem melhorar o metabolismo da glicose e lipídico. → O BB poderá ser considerado como fármaco inicial em situações específicas, como a associação de arritmias supraventriculares, enxaqueca, IC e coronariopatia, sendo que,nas duas últimas condições, deverá estar associado a outros fármacos. → São mais importantes para tratar ICC do que para tratar HAS. CONTRAINDICAÇÃO: Os BB de primeira (propranolol) e segunda geração (atenolol, metoprolol) são formalmente contraindicados a pacientes com asma brônquica, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e bloqueio atrioventricular de segundo e terceiro graus, podem acarretar intolerância à glicose, induzir ao aparecimento de novos casos de DM, hipertrigliceridemia com elevação do LDL-colesterol e redução da fração HDL-colesterol. Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Laboratório UC 16 Classificação do betabloqueadores Classificação 1 1ª geração Propranolol, Nadolol, Timolol,Setalol 2ª geração Atenolol, Metoprolol, Bisoprolol, Betaxolol. 3ª geração Carvedilol, Labetalol o Nebivolol Classificação 2 Não seletivos (propranolol) Bloqueiam receptores adrenérgicos β1 , encontrados principalmente no miocárdio, quanto os β2 , encontrados no músculo liso, nos pulmões, nos vasos sanguíneos e em outros órgão. Por não ser seletivo e agir em vários sítios, ele tem muitos efeitos ruins para o paciente. Cardiosseletivos (Atenolol, Metoprolol, Bisopropil) Bloqueiam apenas os receptores β1 adrenérgicos, presentes em maior parte no coração, no sistema nervoso e nos rins. Ação vasodilatadora (Carvedilol, Labetalol e Nebivolol) Manifesta-se por antagonismo ao receptor alfa-1 periférico, como o carvedilol e o labetalol, e por produção de óxido nítrico, como o nebivolol. Reações adversas → As reações adversas dos betabloqueadores dependem da especificidade e de seu grau de solubilidade (depende de é de 1ª, 2ª ou 3ª geração). Efeitos colaterais descritos: fadiga, depressão, capacidade de exercício diminuída, disfunção sexual, crises de asma e também têm sido relacionados a efeitos metabólicos indesejáveis. Vasodilatadores → Vasodilatadores diretos atuam diretamente, relaxando a musculatura lisa arterial, levando a redução da Resistência vascular periférica (RVP). → São utilizados para o tratamento de HAS. Exemplos: Hidralazina e minoxidil. Efeitos colaterais Os efeitos colaterais da hidralazina são cefaleia, flushing, taquicardia reflexa e reação lupuslike (muito efeitos colaterais são dose-dependentes, ou seja, dependem da dose que o médico prescrever). → Um efeito colateral comum do minoxidil é o hirsutismo (Crescimento indesejado de pelos com padrão masculino no rosto, no peito e nas costas de uma mulher), que ocorre em aproximadamente 80% dos pacientes. Diuréticos Efeitos natriuréticos - aumentando a quantidade de eliminação de líquido, ocasionando a diminuição do volume extracelular. DIU tiazídicos (primeira escolha) Clortalidona, hidroclorotiazida e indapamida DIU de alça (+ potente) Furosemida e bumetanida Poupadores de potássio (associado a um dos outros) Espironolactona e amilorida → Primeira escolha são os DIU tiazídicos ou similares em doses baixas. → DIU de alça reservado para casos de insuficiência renal (creatinina > 2,0 mg/dl ou RFG calculado < 30 ml/min/1,73m2) e situações de edema (IC ou insuficiência renal). → Poupadores de potássio são habitualmente utilizados em associação com os tiazídicos ou DIU de alça para equilibrar a perda de equilíbrio que o paciente sofre ao usar um diurético. Efeitos adversos Hipopotassemia eventualmente acompanhada de hipomagnesemia, que podem induzir arritmias ventriculares. → Ocorre quando uso apenas os diuréticos. → Nesse caso, suplementa ou associa com um poupador de potássio (espironolactona). Aumento do ácido úrico Precipitação de crises de gota nos indivíduos com predisposição Doses baixas diminui o risco desses efeitos adversos, porém, a longo prazo e em doses maiores, pode ocorrer crises de gota. Hiperpotassemia Ocorre em casos que a espironolactona é associação por exemplo com IECA. → A ECA -converte AGI em AGII, a AGII se liga ao receptor de Angiotensina e faz liberar aldosterona. A aldosterona atua na bomba de sódio e potássio, mandando potássio embora e guardando sódio. → Ao usar o IECA, ocorre um bloqueio nesse mecanismo e com isso uma retenção de potássio, levando ao aumento de potássio. → A Espironolactona é um poupador potássio. Com isso IECA + Espironolactona = hiperpotassemia. Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Laboratório UC 16 Inibidores da Enzima conversora de angiotensina → São eficazes no tratamento da HA, reduzindo a morbimortalidade cardiovascular (CV). → Comprovadamente úteis em muitas outras afecções cardiovasculares, (IC com fração de ejeção reduzida, anti-remodelamento cardíaco pós-infarto, retardam o declínio da função renal em pacientes com nefropatia diabética ou de outras etiologias) IECA Captopril, Enalapril ,Ramipril, Lisinopril. Inibidor de receptor AT1 ou BRA Losartana, Valsartana Efeito adverso Tosse seca é seu principal efeito colateral, acometendo 5 a 20% dos pacientes. → A tosse seca do captopril ocorre devido ao acúmulo de bradicinina. Quando ele bloqueia uma ECA, acaba acumulando bradicinina e esse aumento de bradicinina acaba desencadeando essa tosse seca. → Nesse caso, troca por um inibidor de AT1 (Losartana). Hiperpotassemia Em pacientes com insuficiência renal, particularmente diabéticos. Qualquer IECA ou inibidor de T1, se associado a um poupador de potássio, pode causar hiperpotassemia. CONTRAINDICAÇÃO: Tanto IECA quando inibidor AT1 é contraindicado na gravidez, pelo risco de complicações fetais. Bloqueadores de canais de cálcio → É uma classe que age bloqueando os canais de cálcio, levando a uma diminuição da PA, diminui RVP. Dentre eles, são separados em 2 classes: • A classe dos dipino • A classe do verapamil e diltiazem di-idropiridínico amlodipino, nifedipino, felodipino, nitrendipino, manidipino, lercanidipino, levanlodipino, lacidipino Não di-idropiridínico fenilalquilaminas (verapamil) e as benzotiazepinas (diltiazem) BCC di-idropiridínicos → Exercem um efeito vasodilatador predominante, → com mínima interferência na frequência e na função sistólica. → Mais frequentemente usados como anti- hipertensivos. Ou seja, SÃO VASODILATADORES E NÃO INTERFEREM NA FREQUÊNCIA E FUNÇÃO SISTÓLICA.BCC não di-idropiridínicos → Menor efeito vasodilatador, → Podem ser bradicardizantes e antiarrítmicos, → o que restringe seu uso a alguns casos específicos. RESUMÃO: Eles são divididos quanto a composição química em di-idropiridinico e não di-idropiridinico . Porém o mais importante saber , é que entre as 2 classes , os di-hidropiridínicos são mais usados , por seu maior efeito dilatador e por não interferir na FC e função sistólica ,diferente dos não di-idropiridinicos , que possuem maior efeito cardiovascular que são bradicardizantes e antiarrítmicos. Efeitos colaterais de BCC → Um efeito que aparece com certa frequência é o edema de extremidades, principalmente maleolar. → Não há relação do edema com retenção hídrica (é efeito do uso dos fármacos ) e, logo, não se altera com o uso de diuréticos, ou seja, não adianta dar um diurético para esses pacientes. → Em caso de edema maleolar: troca por outro fármaco do mesmo grupo. Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Laboratório UC 16 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA Estratégias terapêuticas mais eficazes que diminuem a morbidade aumentam a sobrevivência: IECA e Betabloqueador IECA – Captopril, enalapril, Betabloqueador – propanolol, atenolol, carvedilol.. → Diuréticos devem ser iniciados em presença de sintomas congestivos e continuados mesmo após a melhora dos sintomas Diuréticos: Furosemida, Bumetanida. → Antagonistas da angiotensina II (BRA) são recomendados a pacientes com intolerância aos inibidores da ECA BRA- Losartana HA associada a doença coronariana → O tratamento da HA associada com Doença coronária (pós-infarto do miocárdio, angina de peito e revascularização miocárdica) , deve contemplar preferencialmente: BB, IECA ou BRA, além de estatinas e aspirina. → Os BB demonstraram grande benefício após IAM, especialmente no período de dois anos após o evento agudo. → Os IECA também demonstraram efeito benéfico. Doença Renal Crônica → A redução pressórica constitui a medida mais eficaz para a redução do risco CV e atenuação da progressão do dano renal, independentemente do anti-hipertensivo utilizado. Estágios 1,2 e 3 da DRC DIU tiazídicos Clortalidona, hidroclorotiazida e indapamida Estágios 4 e 5 da DRC DIU de alça Furosemida e Bumetanida. → IECA ou BRA são fármacos largamente utilizados em DRC, sendo eficazes para o controle da HA bem como para a redução da Albuminuria. CONTRAINDICAÇÃO: A combinação de IECA com BRA resultou em maior ocorrência de lesão renal aguda e de hiperpotassemia, levando a proscrição dessa estratégia da prática nefrológica (bloqueio duplo do SRAA permanece contraindicado) Gestação → Gestante com HA grave em situações de emergência: pode ser feito com hidralazina intravenosa (IV). → Em situações excepcionais (edema agudo de pulmão, HAS grave e refratária,): nitroprussiato de sódio deve ser considerado como opção preferencial para controle urgente da PA. → Nifedipina de ação rápida é uma alternativa na hipertensão da gestação (complicações). → Medicamentos orais disponíveis e usualmente empregados: metildopa, BB (exceto atenolol),hidralazina e BCC (nifedipino,anlodipino e verapamil). CONTRAINDICAÇÃO: → O nitroprussiato é contraindicado nos estágios finais da gestação devido à possível intoxicação fetal com cianeto se usado por mais de 4 horas. → O uso de IECA, BRA e inibidor direto de renina é contraindicado na gestação → Atenolol e prazosin devem ser evitados (atenolol -redução do crescimento fetal e a prazosina - natimortalidade) → A prescrição de diuréticos é geralmente evitada; Porém, os diuréticos tiazídicos podem ser continuados em gestantes com HA crônica (HAC),desde que não promovam depleção de volume. Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Laboratório UC 16 Hipertensão arterial resistente → Associação de anti-hipertensivos (bloquear a maioria dos mecanismos fisiopatológicos de elevação da PA). Começa com a monoterapia e depois vai aumentando DIU+ IECA ou BRA + BCC diidropiridínico → Em casos de doença arterial coronariana, insuficiência e taquiarritmias: BB pode substituir o BCC Isso é porque os BCC não di-idropiridinicos podem ser bradicardizantes e antiarrítmicos. Exemplo: verapamil e diltiazem → Diuréticos: A clortalidona apresenta superioridade comparada à hidroclorotiazida. Mesmo sendo da mesma classe, possuindo mesmo o mecanismo, por diferenças nas moléculas , tem fármacos que são mais potentes que outros ou tem um destino melhor a uma certa comorbidade se comparado a outro. → DRC estágios 4 ou 5, DIUs de alça devem ser utilizados pelo menos 2 vezes ao dia. Usa-se o DIU de alça (ex: furosemida) nesse caso por ser mais potente. → A espironolactona, é a medicação de escolha como 4º medicamento nos pacientes com hipertensão arterial resistente verdadeira → Em casos de pacientes que não toleram a espironolactona (20-30% dos pacientes podem não tolerar o uso da espironolactona devido à piora da função renal, hiperpotassemia, ginecomastia ou mastalgia) a amirolida é uma alternativa . A espironolactona e a amirolida, os dois são poupadores de potássio. → Betabloqueadores (principalmente os com efeito vasodilatador – a 3ª geração tem esse efeito - Carvedilol, Labetalol o Nebivolol) são as medicações de 5ª linha, se não contraindicados. → Simpatolíticos (bloqueadores de sistema simpático) de ação central ou vasodilatadores diretos (clonidina e alfametildopa/ hidralazina e minoxidil), atuam na síntese desses receptores ou interferem na captação dos receptores simpáticos são utilizados como medicações de 6ª linha. → Também associações de múltiplos DIU (tiazídicos, de alça e espironolactona), em especial em estados edematosos, ou de BCC di-idropiridínicos e não diidropiridínicos podem ser usados nos pacientes mais graves. → Medicações à noite Os horários das medicações interferem na resposta do paciente RESUMO 1. Diuréticos 2. IECA/BRA 3. Bloqueador de canal de cálcio (em casos de Doença arterial coronariana, doença renal, pode ser substituído por Betabloqueador) 4. Espironolactona (se intolerância, pode ser substituída por amirolida) 5. Betabloqueador de 3ª geração 6. Bloqueadores de sistema simpático ou vasodilatadores. Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Laboratório UC 16 QUESTÕES 1. Um homem de 45 anos foi diagnosticado como hipertenso e iniciou monoterapia com captopril. Ele desenvolveu tosse persistente. Qual dos seguintes fármacos poderia ter os mesmos benefícios, mas sem causas tosse? a) Losartana b) Nifedipino c) Prazosina d) Propanolol e) Enalapril 2. Assinale a alternativa correta sobre a prescrição de anti-hipertensivos em gestantes a) O tratamento da hipertensão arterial grave em situações de emergência deve ser feito preferencialmente com a prescrição de diuréticos de alça. b) Os diuréticos tiazídicos podem ser continuados em gestantes com hipertensão arterial crônica desde que não promovam depleção de volume. c) Em situações excepcionais, como edema agudo e pulmão, pode ser administrado um diurético de média potência como nifedipina de ação rápida. d) O uso de IECA, BRA e inibidor direto de renina é indicado na gestação para o tratamento de hipertensão arterial. 3. Paciente, hipertenso, em uso de betabloqueador apresenta, entre outras, as seguintes reações adversas ao tratamento medicamentoso: a) Hipoglicemia, taquicardia e disfunção sexual. b) Hipopotassemia, desidratação e fadiga. c) Hipomagnesemia, broncoespasmo e sonolência. d) Hipercolesterolemia, hipopotassemia e rubor facial.e) Broncoespasmo, bradicardia e disfunção sexual. 4. Paciente com hipertensão arterial e DRC, faz uso de captopril e espironolactona. Discuta como a associação do captopril e espironolactona levaria ao risco de hipercalemia e pondere sobre a importância ou não dessa associação para esse paciente. GABARITO: 1- A Justificativa: A tosse é o efeito de um inibidor da ECA, que causa o acúmulo de bradicinina. Losartana é um bloqueador de receptor de angiotensina que apresenta as mesmas vantagens do inibidor da ECA, mas não provocará tosse. Nifedipino, prazosina e propranolol não causam este efeito adverso, mas o enalapril sim. 2- B Justificativa: Gestante com HA grave em situações de emergência: pode ser feito com hidralazina intravenosa (IV). Em situações excepcionais (edema agudo de pulmão, HAS grave e refratária): nitroprussiato de sódio deve ser considerado como opção preferencial para controle urgente da PA. O nitroprussiato é contraindicado nos estágios finais da gestação devido à possível intoxicação fetal com cianeto, se usado por mais de 4 horas. Nifedipina de ação rápida é uma alternativa na hipertensão da gestação (complicações). 3- E Justificativa: As reações adversas dos betabloqueadores dependem da especificidade e de seu grau de solubilidade. Efeitos colaterais descritos: fadiga, depressão, capacidade de exercício diminuída, disfunção sexual, crises de asma e também têm sido relacionados a efeitos metabólicos indesejáveis. 4- O captopril é um IECA e a espironolactona é um diurético poupador de potássio. A ECA -converte AGI em AGII, a AGII se liga ao receptor de Angiotensina e faz liberar aldosterona. A aldosterona atua na bomba de sódio e potássio, mandando potássio embora e guardando sódio. Ao usar o IECA, ocorre um bloqueio nesse mecanismo e com isso uma retenção de potássio, levando ao aumento de potássio. A espironolactona retem potássio por ser um poupador de potássio Assim , a união de captopril (IECA) + espironolactona (diurético poupador de potássio), gera a hiperpotassemia.
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