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[7987 - 26388]Livro_Didatico_teoria_contabilidade

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Universidade do Sul de Santa Catarina
Palhoça
UnisulVirtual
2008
Teoria da Contabilidade
Disciplina na modalidade a distância
Créditos
Unisul - Universidade do Sul de Santa Catarina
UnisulVirtual - Educação Superior a Distância
Campus UnisulVirtual 
Avenida dos Lagos, 41 Cidade 
Universitária Pedra Branca 
Palhoça – SC - 88137-100 
Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-
1271 
E-mail: cursovirtual@unisul.br 
Site: www.virtual.unisul.br
Reitor Unisul
Gerson Luiz Joner da Silveira
Vice-Reitor e Pró-Reitor 
Acadêmico
 Sebastião Salésio Heerdt 
Chefe de Gabinete da 
Reitoria
Fabian Martins de Castro 
Pró-Reitor Administrativo
Marcus Vinícius Anátoles da Silva 
Ferreira 
Campus Sul 
Diretor: Valter Alves Schmitz Neto 
Diretora adjunta: Alexandra Orsoni 
Campus Norte 
Diretor: Ailton Nazareno Soares 
Diretora adjunta: Cibele Schuelter 
Campus UnisulVirtual
 Diretor: João Vianney 
Diretora adjunta: Jucimara Roesler 
Equipe UnisulVirtual 
Avaliação Institucional 
Dênia Falcão de Bittencourt 
Biblioteca 
Soraya Arruda Waltrick 
Capacitação e Assessoria ao 
Docente
Angelita Marçal Flores 
(Coordenadora)
Caroline Batista 
Cláudia Behr Valente
Elaine Surian
Noé Vicente Folster
Patrícia Meneghel 
Simone Andréa de Castilho
Coordenação dos Cursos
Adriano Sérgio da Cunha 
Aloísio José Rodrigues 
Ana Luisa Mülbert 
Ana Paula Reusing Pacheco 
Bernardino José da Silva
Charles Cesconetto 
Diva Marília Flemming 
Eduardo Aquino Hübler 
Fabiana Lange Patrício (auxiliar) 
Fabiano Ceretta 
Franciele Arruda Rampelotti 
(auxiliar)
Itamar Pedro Bevilaqua
Jairo Afonso Henkes 
Janete Elza Felisbino 
João Kiyoshi Otuki
Jucimara Roesler 
Lauro José Ballock 
Luiz Guilherme Buchmann 
Figueiredo 
Luiz Otávio Botelho Lento 
Marcelo Cavalcanti 
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Maria de Fátima Martins (auxiliar) 
Mauro Faccioni Filho
Michelle Denise D. L. Destri 
Moacir Fogaça 
Moacir Heerdt 
Nélio Herzmann 
Onei Tadeu Dutra 
Patrícia Alberton 
Raulino Jacó Brüning 
Rose Clér Estivalete Beche
Rodrigo Nunes Lunardelli
Criação e Reconhecimento 
de Cursos
Diane Dal Mago 
Vanderlei Brasil 
Desenho Educacional 
Carolina Hoeller da Silva Boeing 
(Coordenadora)
Design Instrucional 
Ana Cláudia Taú
Carmen Maria Cipriani Pandini 
Carolina Hoeller da Silva Boeing 
Cristina Klipp de Oliveira
Daniela Erani Monteiro Will
Flávia Lumi Matuzawa 
Karla Leonora Dahse Nunes 
Leandro Kingeski Pacheco 
Lucésia Pereira
Silvana Souza da Cruz 
Viviane Bastos 
Acessibilidade 
Vanessa de Andrade Manoel 
Avaliação da Aprendizagem
Márcia Loch (Coordenadora) 
Karina da Silva Pedro
Lis Airê Fogolari
Design Visual 
Vilson Martins Filho (Coordenador) 
Adriana Ferreira dos Santos 
Alex Sandro Xavier
Alice Demaria Silva 
Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro
Diogo Rafael da Silva
Edison Rodrigo Valim 
Fernando Roberto Dias 
Zimmermann 
Higor Ghisi Luciano 
Pedro Paulo Alves Teixeira 
Rafael Pessi 
Disciplinas a Distância 
Enzo de Oliveira Moreira 
(Coordenador)
Gerência Acadêmica 
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Gerência Administrativa 
Renato André Luz (Gerente)
Marcelo Fraiberg Machado
Naiara Jeremias da Rocha
Valmir Venício Inácio 
Gerência de Ensino, 
Pesquisa e Extensão
Moacir Heerdt
Gerência de Produção e 
Logística
Arthur Emmanuel F. Silveira 
(Gerente)
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Gestão Documental
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Logística de Encontros 
Presenciais 
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(Coordenadora) 
Aracelli Araldi Hackbarth
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Daiane Teixeira
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Fabiana Pereira
Fernando Steimbach 
Letícia Cristina Barbosa 
Marcelo Faria
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Formatura e Eventos 
Jackson Schuelter Wiggers 
Logística de Materiais 
Jeferson Cassiano Almeida da 
Costa (Coordenador)
Carlos Eduardo Damiani da Silva
Geanluca Uliana 
Luiz Felipe Buchmann Figueiredo
José Carlos Teixeira 
Monitoria e Suporte 
Adriana Silveira
Anderson da Silveira
Andréia Drewes
André Luiz Portes
Bruno Augusto Estácio Zunino 
Caroline Mendonça
Claudia Noemi Nascimento
Cristiano Dalazen
Ednéia Araujo Alberto
Fernanda Farias
Jonatas Collaço de Souza
Josiane Leal
Karla Fernanda Wisniewski 
Desengrini
Maria Eugênia Ferreira Celeghin
Maria Isabel Aragon
Maria Lina Moratelli Prado
Poliana Morgana Simão
Priscilla Geovana Pagani
Rafael Cunha Lara
Tayse de Lourdes Cardoso
Relacionamento com o 
Mercado 
Walter Félix Cardoso Júnior 
Secretaria de Ensino a 
Distância 
Karine Augusta Zanoni 
Albuquerque (Secretária de ensino) 
Andréa Luci Mandira 
Andrei Rodrigues
Carla Cristina Sbardella 
Djeime Sammer Bortolotti 
Franciele da Silva Bruchado
James Marcel Silva Ribeiro 
Jenni�er Camargo 
Liana Pamplona
Luana Tarsila Hellmann 
Marcelo José Soares
Micheli Maria Lino de Medeiros
Rosângela Mara Siegel 
Silvana Henrique Silva 
Vanilda Liordina Heerdt 
Vilmar Isaurino Vidal 
Secretária Executiva 
Viviane Schalata Martins
Tenille Nunes Catarina (Recepção) 
Tecnologia 
Osmar de Oliveira Braz Júnior 
(Coordenador) 
André Luis Leal Cardoso Júnior
Je�erson Amorin Oliveira 
Marcelo Neri da Silva 
Phelipe Luiz Winter da Silva
Apresentação
Este livro didático corresponde à disciplina Teoria da 
Contabilidade.
O material foi elaborado, visando a aprendizagem autônoma e 
aborda conteúdos especialmente selecionados e relacionados à 
sua área de formação. Ao adotar linguagem didática e dialógica, 
objetivamos facilitar seu estudo a distância, proporcionando 
condições favoráveis às múltiplas interações e a um aprendizado 
contextualizado e eficaz.
Lembre que sua caminhada nesta disciplina será acompanhada 
e monitorada constantemente pelo Sistema Tutorial da 
UnisulVirtual. Neste sentido, a “distância” caracteriza somente 
a modalidade de ensino por que você optou para a sua formação, 
pois, na relação de aprendizagem, professores e instituição 
estarão sempre conectados com você.
Então, sempre que sentir necessidade, entre em contato; você tem 
à disposição diversas ferramentas e canais de acesso tais como: 
telefone, e-mail e o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem, 
que é o canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e 
recebido fica registrado para seu maior controle e comodidade. 
Nossa equipe técnica e pedagógica terá o maior prazer em lhe 
atender, pois sua aprendizagem é o nosso principal objetivo.
Bom estudo e sucesso!
Equipe UnisulVirtual
José Marcos Tesch
Palhoça
UnisulVirtual
2008
 
Design Instrucional 
Cristina Klipp de Oliveira 
 
 
Teoria da Contabilidade
Livro didático
657
T32 Tesch, José Marcos 
 Teoria da contabilidade : livro didático / José Marcos Tesch ; design instrucional 
 Cristina Klipp de Oliveira. – Palhoça : UnisulVirtual, 2008. 
 176 p. : il. ; 28 cm.
 Inclui bibliografia.
 1. Contabilidade. I. Oliveira, Cristina Klipp de. II. Título.
Edição – Livro Didático
Professoras Conteudistas
José Marcos Tesch
Design Instrucional 
Cristina Klipp de Oliveira
Projeto Gráfico e Capa
Equipe UnisulVirtual
Diagramação
Higor Ghisi 
Revisão
Amaline Boulus Issa Mussi
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul
Copyright © UnisulVirtual 2008
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. 
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
Palavra do professor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Unidade 1 – Introdução ao conceito e à metodologia da Contabilidade . . 17
Unidade 2 – Origem e história, doutrinas e escolas da Contabilidade . . 37
Unidade 3 – Origem da regulamentação em outros países e no Brasil . . 73
Unidade 4 – Como surgiram os postulados e convenções até a Resolução 
sobre os PrincípiosFundamentais de Contabilidade . . . . . . . 87
Unidade 5 – Compreendendo o Ativo e sua Avaliação, Passivo e sua 
Mensuração, Patrimônio Líquido e a Formação do Resultado 
através das Demonstrações Contábeis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
Unidade 6 – Harmonização da Contabilide Brasileira no Contexto 
Internacional e a Perspectiva da Profissão Contábil . . . . . . . 151
 
Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171
Sobre o professor conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173
Respostas e Comentários das atividades de auto-avaliação . . . . . . . . . . . . 175
Sumário
Palavras do professor
Você está iniciando o estudo da disciplina Teoria da 
Contabilidade.
O objetivo é fortalecer e reforçar estudos teóricos já efetuados 
em disciplinas anteriores, de modo a consolidar diversos 
entendimentos e prepará-lo(a) para as disciplinas que irão ser 
estudadas.
É através desta disciplina que iremos aprofundar os estudos 
da origem da contabilidade, sua história, doutrinas e escolas, o 
surgimento do período pré-científico. Também, vamos poder 
compreender sua evolução através do progresso das sociedades, 
fato que levou ao desenvolvimento da contabilidade como 
uma Ciência Social; o surgimento de conceitos a partir 
de comportamentos e acontecimento de certos períodos, 
como a Era do Descobrimento, Revolução Industrial; e os 
acontecimentos que levaram à formação da regulamentação 
que nos traz a nossa realidade, até os dias atuais.
Vamos compreender a criação e a necessidade de criação de 
organismos, como por exemplo, o CRF – Conselho Federal de 
Contabilidade.
Por meio desta disciplina, vamos fortalecer a compreensão do 
surgimento dos Postulados, Convenções e o significado dos 
Princípios Fundamentais de Contabilidade.
Vamos fortalecer o entendimento sobre as demonstrações 
contábeis / financeiras, seus diversos grupos e subgrupos e as 
diversas contas que os compõem.
Ainda pretendemos levá-lo(a) ao entendimento de como 
funciona a regulamentação, seus órgãos normatizadores, 
para que, ao longo de sua atividade, você saiba aonde buscar 
orientação para o seu aprimoramento profissional, como 
também ficar atento(a) às mudanças que acontecem.
Este livro didático apresenta uma linguagem clara e objetiva: nele 
os assuntos são apresentados em ordem seqüencial e cronológica, 
assegurando-lhe aprendizado eficiente.
Para obter o máximo de aproveitamento, você deverá participar 
de todas as atividades propostas no Ambiente Virtual de 
Aprendizado (AVA) e realizar todas as atividades e desafios 
previstos.
Adotando estes procedimentos, você irá aprofundar-se na 
Teoria da Contabilidade, o que é fundamental para o seu 
aprimoramento em nosso curso de Ciências Contábeis.
Bons estudos e muito sucesso!
Professor José Marcos Tesch
Plano de estudo
O plano de estudos visa a orientá-lo(a) no desenvolvimento 
da disciplina. Possui elementos que o(a) ajudarão a conhecer 
o contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de 
estudos. 
O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual 
leva em conta instrumentos que se articulam e se 
complementam, portanto a construção de competências 
se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das 
diversas formas de ação/mediação.
São elementos desse processo:
o livro didático; �
o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA); �
as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de �
auto-avaliação); 
o Sistema Tutorial. �
Ementa da disciplina
Os postulados e convenções contábeis. Os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade e a harmonização 
internacional. O Ativo e sua avaliação. O Passivo e 
sua mensuração. O Patrimônio Líquido e o resultado. 
Evidenciação contábil. As Normas Brasileiras de 
Contabilidade: CFC – Conselho Federal de Contabilidade, 
IBRACON – Instituto Brasileiro de Contabilidade e CVM 
– Comissão de Valores Imobiliários.
Carga horária
A carga horária total da disciplina é de 60 horas-aula. 
12
Universidade do Sul de Santa Catarina
Objetivos
Geral
Contribuir para o estudo do pensamento contábil, dentro de 
um pensamento histórico evolutivo, envolvendo a abrangência 
dos objetivos e metodologia da Contabilidade até as suas 
recentes tendências e perspectivas futuras.
Específicos
Propor ao acadêmico que sua preparação não seja �
restritiva ao conhecimento das técnicas de registros 
(processo contábil) e preparação dos demonstrativos 
contábeis, enfatizando:
a necessidade de um entendimento aprofundado �
da aplicabilidade dos postulados, princípios 
fundamentais de contabilidade e sua 
harmonização no contexto internacional;
as Normas Brasileiras com ênfase nas NBCT: 04, �
07, 08 e 09;
a importância do saber teórico pela compreensão �
da essência das coisas, por meio de critérios 
racionais, pois estes representam a própria 
estrutura do corpo da ciência e sua aplicação.
Entender a Contabilidade, considerando a cultura �
contábil, não só dentro dos padrões da modernidade, 
mas, de uma forma ampla, que, partindo do 
conhecimento do passado e da cognição dos recursos 
presentes, possa ensejar uma visão do futuro a qual 
conduza ao nível de saber raciocinar em Contabilidade e 
interpretar os fenômenos da riqueza das células sociais. 
Em síntese, levar ao aprofundamento nas matérias �
conceituais, objetivando a exposição das teorias para a 
aplicação futura do conhecimento.
13
Teoria da Contabilidade
Conteúdo programático/objetivos 
Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático 
desta disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se 
referem aos resultados que você deverá alcançar ao final de 
uma etapa de estudo. Os objetivos de cada unidade definem 
o conjunto de conhecimentos que você deverá possuir para o 
desenvolvimento de habilidades e competências necessárias a 
sua formação. 
Unidades de estudo: 6
Unidade 1: Introdução ao conceito e à metodologia da Contabilidade (10h/a)
Nesta unidade, serão trabalhados os seguintes tópicos:
Conceito de Contabilidade; �
Enfoques à Teoria da Contabilidade: fiscal, legal, ético, �
econômico, comportamental, estrutural;
Classificação das Teorias. �
Unidade 2 - Origem e história, doutrinas e escolas da Contabilidade (15h/a)
Nesta unidade, serão trabalhados os seguintes tópicos:
Origem da Contabilidade; �
História da Contabilidade; �
Escolas da Contabilidade; �
Doutrinas da Contabilidade. �
Unidade 3 - Origem da regulamentação em outros países e no Brasil (5h/a)
Nesta unidade, serão trabalhados os seguintes tópicos:
Regulamentação na Grã-Bretanha; �
Regulamentação nos Estados Unidos; �
Regulamentação no Brasil; �
Órgãos e Organismos Contábeis; �
Normatização NBC Profissionais e Técnicas. �
14
Universidade do Sul de Santa Catarina
Unidade 4 - Como surgiram os postulados e convenções até a Resolução 
sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade (10h/a)
Nesta unidade, serão trabalhados os seguintes tópicos:
A busca de Princípios; �
Primeiros esforços; �
Bases iniciais; �
Pronunciamentos; �
Postulados e convenções; �
Princípios Fundamentais da Contabilidade. �
Unidade 5 - Compreendendo o Ativo e sua Avaliação, Passivo e sua 
Mensuração, Patrimônio Líquido e a Formação do Resultado através das 
Demonstrações Contábeis (15h/a)
Os principais assuntos a serem trabalhados nesta unidade são: 
Conceitos essenciais e natureza de Ativos e Passivos �
monetários; 
Realizações e exigibilidades, Patrimônio Líquido e a �
formação do resultado; 
Despesas e custos e demonstrações contábeis. �
Unidade 6 - Harmonização da Contabilidade Brasileira no Contexto 
Internacional e a Perspectiva da Profissão Contábil (5h/a)
Nesta unidade, o aluno vai estudar a harmonização da 
Contabilidade no contexto internacional e vai conhecer as 
perspectivas da profissãocontábil.
15
Teoria da Contabilidade
 Agenda de atividades/ Cronograma 
Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar �
periodicamente o espaço da Disciplina. O sucesso nos seus 
estudos depende da priorização do tempo para a leitura; da 
realização de análises e sínteses do conteúdo; e da interação 
com os seus colegas e tutor. 
Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço �
a seguir as datas, com base no cronograma da disciplina 
disponibilizado no EVA.
Use o quadro para agendar e programar as atividades �
relativas ao desenvolvimento da Disciplina.
Atividades Obrigatórias 
Demais atividades (registro pessoal)
1UNIDADe 1Introdução ao conceito e à metodologia da Contabilidade 
Objetivos de aprendizagem
� Compreender o significado de Contabilidade a partir 
de vários conceitos de diversos autores e definir o que é 
Contabilidade.
Delinear os vários enfoques do desenvolvimento de �
teorias da contabilidade fiscal, legal, ético, econômico, 
comportamental e estrutural. 
 explicar os diferentes níveis das teorias da contabilidade: �
sintático, semântico e pragmático.
 Definir várias classificações da teoria da contabilidade: �
positiva versus normativa, empírica versus não-empírica, 
dedutiva versus indutiva.
Seções de estudo
Seção 1 Conceito de Contabilidade 
Seção 2 enfoques da Teoria da Contabilidade
Seção 3 Classificação das Teorias
18
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
Nesta primeira unidade da disciplina de Teoria da Contabilidade, 
convidamos você a realizar uma reflexão mais profunda sobre os 
diversos conceitos de Contabilidade que serão aqui apresentados. Você 
deve compreender que tipo de ciência a Contabilidade demonstra ser. 
Vamos aprender a classificação das teorias e os diversos 
enfoques para o entendimento e interpretação da Contabilidade, 
como por exemplo, os enfoques fiscal, legal, ético, econômico, 
comportamental e estrutural. 
Na primeira seção desta unidade, será abordado o conceito de 
Contabilidade e o que alguns autores falam a respeito. Bons estudos!
Seção 1 - Conceito de Contabilidade
Você já deve ter estudado os conceitos de Contabilidade 
firmados por vários autores, e, a partir daí, acaba-se acreditando 
que já sabemos o significado do que é Contabilidade. Porém, 
quando queremos explicar, principalmente para um leigo em 
Contabilidade, tal significado e importância, às vezes, nos 
deparamos com alguma dificuldade. 
Que tal refletirmos sobre o assunto? Defina o que é 
Contabilidade e escreva o conceito em seu caderno. 
Depois de nossos estudos através da Unidade 1, 
leia o que você escreveu. A sugestão é que procure 
melhorar este conceito de forma mais correta e clara.
19
Teoria da Contabilidade
Unidade 1
É importante você saber que existem conceitos dos mais diversos 
sobre Contabilidade. Existem grupos de pensadores contábeis 
que definem ser a Contabilidade uma técnica ou uma arte. Por 
outro lado, existe um grupo que lhe atribui natureza científica. 
Sabemos que Contabilidade não é coisa nova, já que vem 
acompanhando a evolução do ser humano por muito tempo, 
desde seu surgimento. Porém é possível dizer que somente a 
partir da obra do Frei Luca Pacioli, há pouco mais de quinhentos 
anos, sua natureza teórica e as doutrinas da Contabilidade vêm 
sendo estudadas por teóricos.
Ao longo deste período, a comunidade acadêmica tem 
desenvolvido teorias através da doutrina. Diversas escolas têm 
refletido a evolução da sociedade neste período, passando pela 
Revolução Industrial, que trouxe relevantes contribuições para 
a Contabilidade, seguida de outros períodos e acontecimentos 
que constituem marcos nesta evolução. Isto tudo reunido fez 
despertar o interesse e a atenção de outras áreas da comunidade 
contábil, como a das associações profissionais. Além disso, é 
importante imaginar, neste contexto de evolução, as formas 
rudimentares de como era e para quem era feita a contabilidade. 
Sabemos que a Contabilidade é a forma de as 
organizações medirem resultado. esse fenômeno, 
certamente, tem sido demonstrado ao longo dos 
tempos e não podemos deixar de lado, aí, o avanço 
da tecnologia da informação e das telecomunicações, 
que alteram significativamente o cenário econômico 
mundial.
Conheça, a seguir, alguns conceitos sobre Contabilidade.
1 - Instituto Americano de Contadores – AIA: “A contabilidade 
é a arte de registro, classificação e sintetização, de maneira 
significativa e em termos monetários, de transações e eventos 
que são, em parte, de natureza financeira e de interpretação de 
resultados”. (American Accounting Association, 1970).
20
Universidade do Sul de Santa Catarina
2 - Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira 
– FASB, através do Boletim de Terminologia Contábil 
n° 1: “ Contabilidade é a arte do registro, da classificação e 
da sumarização, de uma maneira significativa e em termos 
monetários, de transações e eventos que são, pelo menos em 
parte, de caráter financeiro e da interpretação de seus resultados”. 
(American Accounting Association, 1970).
3 - Fayol: “É o órgão visual das empresas. Deve permitir que 
se saiba a todo instante onde estamos e para onde vamos. Deve 
fornecer sobre a situação econômica da empresa ensinamentos 
exatos, claros e precisos. Uma boa Contabilidade, simples e 
clara, fornecendo uma idéia exata das condições da empresa é um 
poderoso meio de direção”. (FAYOL, 1950).
4 - Cerboni: “A Contabilidade, considerando a azienda em toda 
a sua extensão, na sua organização e nos seus fins, indaga-lhe as 
funções, determina sob que critério devem ser baseadas as várias 
responsabilidades dos administradores e dos agentes, e fornece os 
métodos e os meios com que se devem conhecer, medir, computar 
e demonstrar os resultados obtidos nos vários períodos da vida 
aziendal”. (IUDíCIBUS, 2004).
5 - Leautey e Guilbaut: “A Contabilidade, ramo das 
matemáticas, é a ciência da coordenação racional das contas 
relativas aos produtos do trabalho e às transformações do capital, 
isto é, das contas de produção, da distribuição, do consumo e da 
administração das riquezas privadas e públicas”. (IUDíCIBUS, 
2004).
6 - Jean Bournisien: “A Contabilidade tem por objetivo a 
medida dos valores econômicos e a sua aplicação na avaliação da 
fortuna dos indivíduos”.
7 - Fabio Besta: “A Contabilidade, do ponto de vista teórico, 
estuda e anuncia as leis do controle econômico nas aziendas 
de qualquer natureza, e lhes deduz normas oportunas a 
serem seguidas a fim de que o controle assim feito se torne 
verdadeiramente eficiente, persuasivo e completo; ao passo que, 
considerada do ponto de vista prático, é a aplicação ordenada das 
mencionadas normas”. (IUDíCIBUS, 2004).
21
Teoria da Contabilidade
Unidade 1
8 - 1° Congresso Brasileiro de Contabilidade: “Contabilidade 
é a ciência que estuda a prática das funções de orientação e de 
controle, relativas aos atos e fatos da administração econômica”. 
(SANTOS, 2005).
9 - João Luiz dos Santos: “Contabilidade é a ciência que estuda 
as funções de orientação e de controle, relativas às operações 
monetariamente apreciáveis de uma administração”. (SANTOS, 
2005).
10 - Giovani Rossi: “A Contabilidade é a ciência administrativa 
que tem por objeto o estudo dos princípios, das leis e das teorias, 
dos métodos e dos meios, segundo os quais racionalmente 
se deve desenvolver, efetuar, estudar e controlar a parte da 
ação administrativa que tem a sua base e o seu instrumento 
necessário no cálculo aplicado à matéria econômico-patrimonial-
financeira, em função das aziendas econômicas, e que se 
desenvolve de acordo com os critérios da Matemática, do 
Direito Civil, Comercial, Administrativo, da Economia e da 
avaliação e de outras disciplinas análogas, com o fim imediato 
de julgar, demonstrar, estudar e controlar constantemente o 
estado econômico, jurídico e administrativo geral e particular 
da matéria administrável e as resultantes especiais e gerais da 
própria administração, pondotambém em evidência direitos, 
obrigações e responsabilidades morais e jurídicas das pessoas 
ou personalidades próprias da azienda ou das pessoas que nela 
tiverem uma ação qualquer”. (IUDíCIBUS, 2004).
11 - Ugo Benedetti: “A Contabilidade estuda os fenômenos 
aziendais, indaga e expõe ordenadamente as normas que devem 
ser seguidas para a sua demonstração, a fim de serem postos 
em evidência todos os aspectos que podem ser úteis à ação 
administrativa, de modo que esta possa desenvolver-se segundo 
as regras consideradas mais eficazes para o consentimento 
dos fins para os quais a azienda se constituiu e é conduzida”. 
(IUDíCIBUS, 2004).
12 - Vincenzo Masi: “Contabilidade é a ciência que estuda o 
patrimônio à disposição das aziendas, em seus aspectos estático 
e dinâmico e em suas variações, para enunciar, por meio de 
fórmulas racionalmente deduzidas, os efeitos da administração 
sobre a formação e a distribuição de créditos”. (IUDíCIBUS, 
2004).
22
Universidade do Sul de Santa Catarina
Agora que você conheceu mais 12 (doze) conceitos 
sobre Contabilidade, reveja nas disciplinas anteriores 
os conceitos já estudados. Você também pode buscar 
outras literaturas para ampliar ainda mais o seu 
conhecimento sobre o conceito de Contabilidade.
Como você pôde observar, a Contabilidade é uma ciência. Mas, 
como que tipo de ciência se pode classificá-la? Ainda, antes disso, 
cabe a indagação: o que significa ciência? 
Veja a seguir.
Ciência é: 
1.Conhecimento (3): tomar ciência. 
2. Saber que se adquire pela leitura e meditação; 
instrução, erudição, sabedoria. 
3. Conjunto de conhecimentos socialmente adquiridos 
ou produzidos, historicamente acumulados, dotados 
de universalidade e objetividade, que permitem sua 
transmissão, e estruturados com métodos, teorias e 
linguagens próprias, que visam compreender e, possam 
orientar a natureza e as atividades humanas. 
4. Campo circunscrito, dentro da ciência (3), concernente 
a determinada parte ou aspecto da natureza ou das 
atividades humanas, como, por exemplo, a química, a 
sociologia, etc. 
5. A soma dos conhecimentos humanos considerados em 
conjunto: 
os progressos da ciência em nossos dias. [...]. (AURÉLIO, 
2004).
Podemos dizer que Contabilidade é uma Ciência Social, porque:
Ciências sociais. 1. As ciências [v. ciência (4)] que têm 
como objetivo de estudo os grupos humanos: a sociologia, 
a antropologia, a geografia humana, a história, a 
lingüística, a pedagogia, a psicologia social. (AURÉLIO, 
2004).
23
Teoria da Contabilidade
Unidade 1
Seção 2 - Enfoques da Teoria da Contabilidade
Segundo Hendriksen (1999, p.21), “os contadores têm 
adotado numerosos enfoques à solução de questões, como a do 
reconhecimento de receitas, por exemplo. Seis enfoques são 
apresentados: fiscal, legal, ético, econômico, comportamental e 
estrutural”.
Os enfoques apresentados são os mais comuns, já que expressam 
as diversas situações que ocorrem nas atividades e no cotidiano 
das organizações e das pessoas. Assim, é possível perceber que 
todos os acontecimentos podem ter seu reflexo na contabilidade e, 
desta forma, podem ser interpretados. Neste sentido, acompanhe, 
a seguir, cada um destes enfoques.
Enfoque Fiscal
O Enfoque Fiscal, preferido por muitos iniciantes em 
Contabilidade, consiste em perguntar o que a Receita Federal 
tem a dizer a esse respeito. 
O primeiro e mais óbvio dilema, com relação a este 
enfoque, é que, quando exploramos as origens teóricas 
da Contabilidade fiscal, descobrimos, rapidamente, que 
os objetivos desta são muito distintos dos objetivos de 
divulgação de dados financeiros. Este enfoque não está 
interessado em medir o lucro de uma empresa, e sim 
determinar a base para fins de tributação. Isto demonstra 
que as várias instruções normativas sobre o imposto de 
renda causam impacto significativo sobre a prática da 
Contabilidade sob vários aspectos. 
Efeitos adversos:
métodos de depreciação aceitos para fins fiscais e para �
fins contábeis, uso do método mais apropriado de cálculo 
de custos de depreciação;
métodos de avaliação de estoques aceitos para fins fiscais, �
necessários para a apuração do resultado, provocaram 
ampla discussão a respeito dos métodos apropriados de 
avaliação PEPS, UEPS (método não aceito) e Média 
Ponderada;
24
Universidade do Sul de Santa Catarina
itens que poderiam ser capitalizados, levados à despesa �
(previsto na legislação fiscal/tributária), para que as 
empresas consigam dedução fiscal o mais depressa 
possível;
provisão para despesas futuras de conserto e/ou �
manutenção não efetuada, a legislação não permite 
nenhuma provisão.
Definir qual é o método de depreciação mais 
apropriado de acordo com uso do bem a ser 
contabilizado, principalmente quando o uso é 
exagerado. A Receita Federal não aceita para fins 
de tributação a avaliação de estoques através do 
Método do UePS (último que entra e o primeiro que 
sai), por causar uma maior valorização dos estoques, 
conseqüentemente um menor resultado.
Enfoque Legal
O Enfoque Legal procura definir uma opinião legal. Com 
certeza, uma venda deve ser reconhecida, quando a propriedade 
legal de um bem é transmitida. Infelizmente, isto não resolve 
o problema tão facilmente quanto se poderia esperar, pois, 
geralmente, há transmissão de propriedade, quando o tribunal 
que está julgando um caso específico assim o decide.
Efeitos:
venda reconhecida, quando propriedade legal é �
transmitida. Transmissão às vezes ditada por Tribunal;
juízes - interesse no lucro disponível para pagamento de �
impostos ou dividendos e não no sentido de aumento do 
valor ou medida de eficiência operacional;
O que é exigido por lei? Há alguma regulamentação �
específica para este setor?
25
Teoria da Contabilidade
Unidade 1
Reconhecimento de propriedade legal apenas 
quando a escritura, no caso de um imóvel, é lavrada. 
Quando uma nota fiscal é emitida e acompanha uma 
mercadoria por ocasião de sua transferência.
Juízes fazem sentenças judiciais para permitir a 
transferência de bens por processos de inventários a 
herdeiros e sucessores legais.
Enfoque Ético
O Enfoque Ético faz com que as organizações passem a 
refletir sobre suas atividades e operações. Questões éticas 
fundamentais fazem parte importante de toda a moderna 
construção das teorias. A Contabilidade dá ênfase aos 
conceitos de justiça, verdade e eqüidade. 
A ética é muito falada, mas, pelo que se percebe em nossa 
sociedade, é pouco praticada. Pode-se concluir ser necessária 
a divulgação crescente deste enfoque, deste conceito, para 
que mude a impressão com que a sociedade o utiliza.
Efeitos:
ênfase nos conceitos de justiça, verdade, eqüidade e �
neutralidade;
aspecto essencial no estabelecimento de padrões; �
reconhecimento do ganho no ato da venda, divulgação �
de condições “verdadeiras”;
custos históricos x custos correntes; �
O que é correto? Esta é uma apresentação justa? �
 
Venda de mercadorias ou serviços sem a emissão 
de Notas Fiscais. Será que isto acontece quando um 
consumidor compra bens ou serviços?
26
Universidade do Sul de Santa Catarina
Enfoque Econômico
Há muito tempo, o Enfoque Econômico tem levado os 
contadores a interpretarem conceitos contábeis em termos de 
conceitos econômicos. Assim, o Enfoque Econômico estabelece 
3 (três) formas distintas para a sua adoção em Contabilidade: o 
Macroeconômico, o Microeconômico e o Social-Empresarial.
Formas distintas:
Macroeconômicoa) 
Explicar efeito de procedimentos de divulgação de dados �
sem atividades econômicas em nível mais amplo de setor 
de atividade ou economia nacional.
Objetivos econômicos nacionais demandam relatórios �
contábeis que estimulem maior pagamento de dividendos 
em períodos de redução da atividade econômica e 
desestimulem investimentos em períodos de inflação.
Que efeito exercerá este procedimento contábil sobre �
a economia? E sobre os acionistas? O procedimento 
permite a divulgação completa dos fatos? Que efeito 
exercerá melhor influênciasobre outros grupos de 
interesse?
Microeconômicob) 
Explicar efeito de procedimentos de divulgação sem �
indicadores e atividades econômicas no nível da empresa.
No referencial conceitual, considera-se a empresa como �
uma entidade econômica que, através de suas atividades, 
influencia a economia/mercado. Considera que a 
informação contábil possui conseqüências econômicas 
inevitáveis.
c) Contabilidade Social-Empresarial
Todos os efeitos que as atividades empresariais exercem �
na sociedade, custos de poluição ambiental, desemprego, 
condições insalubres de trabalho e outros, não são 
divulgados nas Demonstrações Financeiras (contábeis), 
passivos contingentes. A Contabilidade Social-
Empresarial visa atacar estas questões.
27
Teoria da Contabilidade
Unidade 1
Será que a economia de determinado setor influencia 
a atividade de determinada empresa do mesmo 
segmento?
Existem possibilidades de passivos contingentes para as empresas 
que não estão divulgados em suas Demonstrações Financeiras 
(Contábeis). Estas possibilidades de passivos ambientais, de 
acordo com a atividade e ramos do negócio desenvolvidos pelas 
empresas, podem causar prejuízos à sociedade, acionistas e 
mercado em geral ou até levar à falência da empresa, uma vez que 
a falta de critérios nas atividades pode ultrapassar a condição de 
gerar lucro.
- Até o momento, você estudou quatro tipos diferentes de enfoques. 
O próximo tópico aborda o tipo que está embasado nos estudos de 
psicologia e sociologia. Veja a seguir.
Enfoque Comportamental
O Enfoque Comportamental consiste em confiar nas visões da 
psicologia e da sociologia e no desenvolvimento das teorias da 
Contabilidade. Neste enfoque, a preocupação reside na relevância 
da informação transmitida a responsáveis pela tomada de 
decisões e no comportamento de indivíduos ou grupos diversos, 
em conseqüência da apresentação de informações contábeis como 
mecanismo de divulgação. Os administradores desejam fazer 
esta escolha sob a forma de feedback das ações dos contadores e 
auditores.
Efeitos:
Tem estimulado a busca de objetivos fundamentais para a 
Contabilidade e respostas para:
Quem são os usuários dos relatórios contábeis �
publicados?
Qual é a natureza da informação específica desejada �
pelos vários grupos de usuários?
28
Universidade do Sul de Santa Catarina
Há necessidades comuns de apresentação de �
demonstrativos genéricos, ou devem ser atendidas 
necessidades específicas?
Como reagem investidores, credores, administradores a �
procedimentos e demonstrações contábeis diferentes?
Enfoque Estrutural
O Enfoque Estrutural concentra-se na estrutura do próprio 
sistema contábil, procura lidar com os problemas por semelhança. 
Os contadores procuram classificar transações semelhantes de 
maneira similar, ou, mais formalmente, buscam a uniformidade 
no registro e na divulgação de transações. E, apenas quando 
encontram uma transação que não se encaixa num modelo 
prévio, são obrigados a recorrer a princípios mais fundamentais.
Efeitos:
Contadores classificam transações semelhantes de �
forma similar. Buscam uniformidade no registro e na 
divulgação das transações.
Há alguma regra específica relativamente a esta situação? �
Qual é a definição de receita? Qual é o princípio 
fundamental da Contabilidade? O que estão fazendo os 
outros do setor?
Diante das NBC – Normas Brasileiras de Contabilidade, 
percebe-se a importância desta uniformidade nos 
registros e divulgação da Contabilidade através das 
Demonstrações Contábeis. 
29
Teoria da Contabilidade
Unidade 1
Seção 3 - Classificação das Teorias
Hendriksen (1999) afirma que, apesar das demonstrações 
contábeis serem importantes para fechamento do balanço de 
contas, ainda assim surgem muitas dúvidas. Segundo ele:
Independente do enfoque adotado para resolver 
problemas de contabilidade, sempre fica a seguinte 
questão: como se pode dizer se nossa solução é correta? 
Isto conduz a uma segunda questão: o que significa uma 
solução correta, neste contexto? As respostas a essas 
questões não dependem somente do enfoque que tenha 
sido adotado, como também da forma do raciocínio 
utilizado. (HENDRIKSEN, 1999, p. 28).
Assim, as teorias da Contabilidade são classificadas em Teoria 
como Linguagem, Teoria como Raciocínio e Teoria como 
Decreto. Conheça cada uma delas a seguir.
Teoria como Linguagem
A classificação da Teoria como Linguagem apóia-se na noção 
de que a Contabilidade é uma linguagem. Muitos a consideram 
como a linguagem dos negócios. 
Logo, há três perguntas a serem feitas a respeito de uma 
linguagem e das palavras e frases que compõem essa linguagem:
Que a. efeitos terão as palavras sobre os ouvintes?
Que b. significados terão essas palavras, se houver 
algum?
As palavras fazem sentido c. lógico?
As respostas a cada uma dessas perguntas formam parte 
do estudo da linguagem. A seguir, você encontrará 
algumas destas definições.
A pragmática é o estudo do efeito da linguagem. A 
semântica é o estudo do significado da linguagem. 
e a sintaxe é o estudo do lógico ou da gramática da 
linguagem.
30
Universidade do Sul de Santa Catarina
Teoria como Raciocínio
A classificação da Teoria como Raciocínio consiste em perguntar 
se os argumentos fluem de generalizações e observações 
específicas do raciocínio dedutivo, ou se vão de observações 
específicas a generalizações de raciocínio indutivo.
Mas qual a diferença entre raciocínio dedutivo e raciocínio 
indutivo?
Raciocínio Dedutivo � - podem exigir estruturas 
completamente diferentes e resultar em princípios 
distintos. As principais desvantagens do método dedutivo 
é a de que, se qualquer dos postulados ou premissas for 
falso, as conclusões também poderão ser falsas. Além 
disso, o método é considerado demasiadamente distante 
da realidade para ser capaz de produzir princípios 
realistas e eficazes, ou servir como regras práticas.
Raciocínio Indutivo � - o processo de indução consiste 
na formulação de conclusões gerais com base em algo 
específico. Freqüentemente, mas nem sempre, o que 
é específico baseia-se em experiências práticas, tais 
como os resultados de experimentos. As ciências que se 
baseiam em experimentação são denominadas empíricas. 
A vantagem consiste em não ser necessariamente 
limitado por um modelo específico ou estrutura 
preestabelecida.
Teoria como Decreto
A classificação da Teoria como Decreto consiste em perguntar se 
os argumentos fluem de generalizações e observações específicas. 
Tanto as teorias indutivas quanto as teorias dedutivas podem ser 
descritivas (positiva) ou prescritivas (normativas).
Descritivas � (positivas) - visam mostrar e explicar quais 
informações financeiras são apresentadas e comunicadas 
aos usuários de dados contábeis (o que é).
Prescritivas � (normativas) - visam recomendar que dados 
devem ser comunicados e como devem ser apresentados 
(o que deve ser).
31
Teoria da Contabilidade
Unidade 1
É possível observar que a Contabilidade possui uma linguagem 
própria, a qual deve ser interpretada e traduzida antes de elaborar 
o registro ou relatórios contábeis.
No início desta unidade, você redigiu um conceito 
sobre Contabilidade. Agora que finalizamos o seu 
estudo, retome-o, a fim de verificar o que mudou. 
A proposta é procurar melhorar o seu conceito, 
tornando-o mais claro e correto.
32
Universidade do Sul de Santa Catarina
Síntese
Nesta unidade, você foi levado(a) à reflexão sobre o significado 
do conceito de Contabilidade e as razões que norteiam a 
Contabilidade como uma ciência social. Também vimos o 
significado de ciência para a compreensão do que seja ciência 
social, ou seja, ramo das ciências que estuda os fenômenos das 
células sociais e sua mensuração, causas e efeitos representados 
através da Contabilidade e expressos em valores nas 
Demonstrações Financeiras (contábeis).
Você também conheceu os vários Enfoques da Teoria da 
Contabilidade, que estão divididos assim: Enfoque Fiscal, 
Enfoque Legal, Enfoque Ético, Enfoque Econômico,Enfoque Comportamental e Enfoque Estrutural.
Agora você é capaz de compreender que, além dos enfoques da 
teoria da Contabilidade, também se faz necessário explicar os 
diferentes níveis das teorias da Contabilidade como linguagem: 
sintaxe, semântica e pragmática.
E também consegue definir as várias classificações da Teoria da 
Contabilidade: positiva versus normativa, empírica versus não-
empírica, dedutiva versus indutiva.
Atividades de auto-avaliação
Ao final de cada unidade, você realizará atividades de auto-
avaliação. O gabarito está disponível no final do livro didático. 
Mas se esforce para resolver as atividades sem ajuda do gabarito, 
pois, assim, você estará promovendo (estimulando) a sua 
aprendizagem. Bom trabalho!
33
Teoria da Contabilidade
Unidade 1
1) Com relação aos Enfoques da Teoria da Contabilidade, 
numere a 1ª coluna de acordo com a 2ª coluna:
 1ª Coluna 2ª Coluna
( 1 ) Enfoque Fiscal ( ) Microeconômico (nível de empresa).
( 2 ) Enfoque Legal ( ) Busca de uniformidade de procedimentos.
( 3 ) Enfoque Ético ( )
Tomada de decisões, impacto e controvérsia, 
reação de investidores, administradores e 
credores.
( 4 ) Enfoque Econômico ( ) Propriedade legal: (aquisição, alienação, transmissão por decisão judicial).
( 5 ) Enfoque Comportamental ( ) Impacto da legislação fiscal sobre a prática da Contabilidade.
( 6 ) Enfoque Estrutural ( ) Conceito de justiça (verdade e equilíbrio).
2) Leia a notícia apresentada abaixo e identifique quais enfoques 
da Teoria da Contabilidade podemos relacionar com o assunto. 
 
Biocombustíveis: Única pede ao G-8 postura de longo prazo
São Paulo, 07 - A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) e 
outras três entidades representativas dos produtores de etanol 
enviaram hoje uma carta aos líderes dos países que integram 
o G-8 (os sete países mais ricos e a Rússia) com uma declaração 
sobre a importância dos biocombustíveis em um momento de 
forte alta do preço do petróleo. As entidades apontam que os 
combustíveis alternativos podem ajudar a reduzir a demanda por 
óleo e a forte alta das cotações. 
Ao lado da Associação de Combustíveis Renováveis do Canadá (CRFA), 
Associação de Bioetanol Combustível da europa (eBio) e Associação 
de Combustíveis Renováveis dos estados Unidos (RFA), a Unica cobra 
“posturas de longo prazo” em relação aos biocombustíveis. 
 
No texto, as entidades ressaltam o aumento sem precedentes do preço 
do petróleo, as expectativas de continuidade da alta das cotações 
e a influência desse movimento no preço dos alimentos. Quanto à 
crise dos alimentos, as entidades ressaltam também a influência dos 
34
Universidade do Sul de Santa Catarina
problemas climáticos, o aumento da demanda por comida na Ásia, a 
desvalorização do dólar e a especulação envolvendo as commodities 
no mercado financeiro. em menor grau, a carta cita o aumento da 
produção dos biocombustíveis como possível fator de influência no 
preço dos produtos agrícolas. A carta lembra que muitas entidades 
nas Nações Unidas já admitiram o impacto limitado do aumento da 
produção dos biocombustíveis nos alimentos. 
 
“Nos 200 anos em que o mundo vem utilizando combustíveis fósseis, 
nunca se viu o tipo de cobrança e o nível de expectativas que 
hoje estão sendo impostas aos biocombustíveis. Nunca ninguém 
cobrou a sustentabilidade do petróleo. Podemos cobrar tudo dos 
biocombustíveis, porém sem esquecer que, até este momento, com 
a tecnologia disponível, eles são a única alternativa real que temos 
para reduzir nossa dependência nos combustíveis fósseis”, escreveu o 
presidente da Unica, Marcos Jank. 
 
A produção de etanol a partir da cana-de-açúcar é citada pelas 
entidades como um bom exemplo para a produção do biocombustível 
em larga escala. As entidades afirmam ainda que “se um dos objetivos 
dos líderes do G8 é auxiliar na saúde econômica de longo prazo e na 
segurança energética, então os biocombustíveis precisam fazer parte 
da estratégia”. 
Fonte: Notícia de 07/07/08 – Agência o estado. Disponível em: <http://
ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/07/07/biocombustiveis_
unica_pede_ao_g_8_postura_de_longo_prazo_1425299.html>.
35
Teoria da Contabilidade
Unidade 1
Saiba mais
Se você desejar, aprofunde os conteúdos estudados nesta unidade, 
consultando as seguintes referências:
HENDRIKSEN, Eldon S. � Teoria da contabilidade. 
São Paulo: Atlas, 1999.
IUDíCIBUS, Sérgio de. � Teoria da contabilidade. 6. ed. 
São Paulo: Atlas, 2004.
2UNIDADe 2Origem e história, doutrinas e escolas da Contabilidade
Objetivos de aprendizagem
� explicar os antecedentes sociais, culturais e tecnológicos 
que foram necessários à invenção da Contabilidade.
Descrever as principais contribuições das civilizações �
não-ocidentais à invenção da Contabilidade.
 Relacionar os avanços da Contabilidade aos progressos �
da sociedade, através da origem antiga, nobre e 
multicultural das doutrinas e escolas e sua importância 
para o desenvolvimento da Contabilidade.
Seções de estudo
Seção 1 Origem da Contabilidade
Seção 2 Histórias da Contabilidade
Seção 3 Doutrinas e escolas da Contabilidade
Seção 4 Outros fatos que contribuíram para o 
desenvolvimento da Contabilidade
38
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
Nesta unidade da disciplina Teoria da Contabilidade, você 
conhecerá a história da Contabilidade. A partir de agora, poderá 
associar a origem da Contabilidade à necessidade de controle da 
riqueza e de estoques na produção de alimentos e animais em 
antigas civilizações.
Verá, ainda, acontecimentos que contribuíram para o surgimento 
do Método das Partidas Dobradas, origem das palavras débito 
e crédito, no contexto dos progressos tecnológicos e mudanças 
socioeconômicas da sociedade.
Também vamos fazer uma revisão das doutrinas e escolas que 
nortearam o desenvolvimento da Contabilidade.
Seção 1 - Origem da Contabilidade
Como podemos precisar quando e onde esta importante ciência, 
que é a Contabilidade, teve seu início?
Façamos um rápido resgate da origem do ser humano, desde seus 
primeiros registros históricos (na pré-história). Vá em busca de 
uma visão daquela época.
Tente imaginar o homem em seu habitat em cavernas, efetuando 
desenhos nas paredes, estes que podemos associar a uma tentativa 
de registro e que já evidenciam a expressão materialista do ser do 
homem, como é até hoje. 
O homem tem natureza materialista, é ligado aos bens materiais 
desde seu surgimento, e o que muda neste quadro são tão-
somente as necessidades humanas, diretamente associadas ao 
avanço tecnológico. Considere como viviam nossos avós e, em 
nossos dias, como nós vivemos, cercados de objetos e utensílios 
que, muitas vezes, se comparados a um passado recente, fazem 
crer estarmos em um filme de ficção científica. 
Diante da natureza “materialista” do ser humano e analisando a 
sua evolução, podemos dizer que a Contabilidade é muito antiga 
e que remonta à própria origem do homem.
39
Teoria da Contabilidade
Unidade 2
De acordo com Santos et al. (2005, p. 62), 
a arqueologia da contabilidade é fruto de estudos 
científicos de restos humanos desenvolvidos no período 
mesolítico (10.000 a 5.000 a.C.), ou seja, na pré-história, 
isto porque esses fatos ocorreram antes do aparecimento 
da escrita, sendo que as primeiras fichas de barro foram 
encontradas em 8.000 a.C. em Uruk, antiga cidade 
da Mesopotâmia e centro importante da civilização 
sumeriana.
 
Figura 2.1 - Mapa da antiga Babilônia, Cidade antiga de Uruk. 
Fonte: <http://www.historiadomundo.com.br/imagens/babilonia_mapa.jpg>
 
Para compreender a relação desta remota e distante 
região com a Contabilidade, procure fazer uma 
pesquisa para ver onde se localizava a Mesopotâmia, 
uma das civilizações mais antigas do mundo que 
conhecemos. Procure saber como era a vida das 
pessoas que viviam na região, nesse período antigo.
40
Universidade do Sul de Santa Catarina
Seção 2 - Histórias da ContabilidadeA origem da Contabilidade acompanha o surgimento do 
homem e sua evolução, e, ao longo dos tempos, tem evoluído de 
acordo com o avanço tecnológico e a evolução da sociedade. A 
palavra-chave que resume esta evolução no correr dos tempos é 
“controle” – pode-se dizer. Veja quais acontecimentos da história 
contribuíram para a evolução da Contabilidade.
Os controles mais rudimentares exercidos pela 
sociedade tiveram origem nas necessidades e 
natureza materialista do homem.
Este era um sistema contábil que controlava estoques de produtos 
agrícolas e animais, sendo registrado em fichas simples e 
complexas, através de caracteres cuneiformes, ou seja, a escrita 
em forma de cunha utilizada por diversas civilizações como a 
dos assírios, babilônios, medos e persas. Na figura, a seguir, está 
representado um homem daquela época, efetuando registros 
(controle) através de caracteres cuneiformes.
Figura 2.2 - Registros cuneiformes. 
Fonte:<http://letraslivroseafins.blogspot.com/2007/04/ideogramas.html>.
A contagem envolveu três fases evolutivas, a primeira 
denominada pelo chamado correspondente (um por um), em 
forma de comparativo, na qual um sinal correspondia a uma 
mercadoria. Ossos e conchas representavam uma unidade 
correspondente, conforme demonstra a figura a seguir:
41
Teoria da Contabilidade
Unidade 2
 
Figura 2.3 - Ossos e conchas. 
Fonte: <http://www.midisegni.it/Port/oceano.shtml> e <http://www.unifesp.br/dorto-onco/fig3.jpg>.
A segunda fase foi a da contagem concreta, através da utilização 
de fichas concretas, onde palavras representam números 
específicos (Figura 2.4).
Figura 2.4 - Contagem concreta. 
Fonte: <http://blog.cybershark.net/ida/images/micmac1>.
 
Finalmente, a terceira fase é a da contagem abstrata, através de 
números, liberando a contagem de um conjunto específico de 
coisas. Era utilizado um comparativo em forma de conjunto para 
fazer a contagem e o controle. Veja no exemplo a seguir.
42
Universidade do Sul de Santa Catarina
Cada símbolo (pedrinha) corresponde a uma 
cabeça de ovelha
Primeiro Inverno Primeiro Inverno Comparação entre 2 
Invernos
1 º Inventário 2 º Inventário Acréscimos de cabeças de ovelhas
Figura 2.5 - Contagem abstrata 
Fonte: Herzmann (2001).
 
Neste período, o homem ainda não sabia contar, mas, utilizando 
objetos como a pedra, fazia o controle de sua atividade pastoril, 
associando o rebanho com pedras.
Quadro da evolução da Contabilidade 
O quadro a seguir demonstra os estágios da evolução da 
humanidade relacionada à Contabilidade do período pré-
histórico até o surgimento das partidas dobradas.
Período Acontecimento
8.000 a.C. Utilização de fichas simples como forma de controle patrimonial. Esse era realizado através de uso de fichas muito simples, confeccionadas de barro.
4.400 a.C.
Seguindo a evolução da complexidade da sociedade, as fichas de barro passaram a ter uma forma 
mais complexa, considerando a necessidade de controle de uma quantidade muito maior de itens 
patrimoniais.
3.250 a.C.
O controle patrimonial passou a contar com outro elemento, que são os denominados envelopes 
(caixas) de barro, com um selo (espécie de laço) que envolvia esses envelopes, já que as fichas eram 
colocadas no seu interior.
3.200 a.C.
Os envelopes passaram a contar com outro tipo de controle, que foram as impressões na superfície de 
todas as fichas depositadas no seu interior. Esse foi o primeiro sinal de registro duplo de que se tem 
notícia (a ficha a e impressão externa da própria ficha).
3.100 a.C. a
3.000 a.C.
Marca o início do controle patrimonial através da escrita pictográfica e o início da numerologia através 
da contagem.
1.500 a.C. Surgimento das primeiras tabelas de argila, onde eram anotados os elementos patrimoniais para controle.
1.100 a.C. Desenvolvimento da escrita alfabética, facilitando ainda mais o controle.
(Continua...)
43
Teoria da Contabilidade
Unidade 2
650 a.C. Surgimento das primeiras moedas em Lídia (Ásia Menor) e, em 600 a.C., na Grécia, porém alguns autores afirmam que a primeira moeda surgiu em 869 a.C., em Egina (no golfo de Atenas).
400 d.C. 
a
1.000 d.C.
Crise na Eurásia; invasão nômade; ascensão do islamismo; cruzadas, cujo objetivo era expulsar os 
muçulmanos da Terra Santa; recuperação da Europa; início dos movimentos comerciais com as cruzadas 
e as grandes navegações.
3.100 a.C. a
3.000 a.C.
Marca o início do controle patrimonial através da escrita pictográfica e o início da numerologia através 
da contagem.
 
Quadro 2.1 - Evolução da humanidade relacionada à Contabilidade. 
Fonte: Santos et al. (2005, p. 62) (adaptado pelo autor)
Primeiras civilizações que contribuíram para a Contabilidade
De acordo com Hendriksen & Van Breda (1999 p. 41), 
Muito antes de que a Europa emergisse de tendas e 
peles, economias sofisticadas já existiam no Oriente 
Médio e no Extremo-Oriente. A dinastia Shang, na 
China, remonta a 1600 a.C., ao passo que registros de 
uma cultura sofisticada na índia datam de 2300 a.C. 
As grandes pirâmides do Egito, a primeira das quais foi 
construída 4 mil anos atrás, confirmam a antigüidade 
dessa civilização. 
O conhecimento dessas civilizações antigas atingiu seu ápice na 
Grécia clássica. Filósofos como Platão e Aristóteles, escritores 
como Homero e Sófocles, e matemáticos como Euclides e 
Pitágoras ainda influenciam nosso pensamento. Foi um dos 
discípulos de Aristóteles, Alexandre, o Grande, quem criou o 
maior império conhecido na Antigüidade. Em 332 a.C., fundou 
a cidade de Alexandria, onde foi montada a mais extraordinária 
das bibliotecas do mundo antigo. 
Vários registros contábeis datam desses períodos. Por exemplo, os 
agricultores egípcios nas margens do Nilo pagavam com cereais e 
linhaça aos coletores de tributos pelo uso de água para irrigação. 
Recibos eram dados aos agricultores, desenhando-se figuras de 
recipientes de cereais nas paredes de suas casas. Os arqueólogos 
crêem que as fichas de argila, abundantes na Mesopotâmia, 
eram usadas, de maneira similar, para fins contábeis. Sistemas 
contábeis sofisticados parecem ter existido na China, já em 
2000 a.C. e referências intrigantes denotam familiaridade com o 
sistema de partidas dobradas em Roma, no início da era cristã. 
44
Universidade do Sul de Santa Catarina
Influência Árabe
Hendriksen & Van Breda (1999) explicam que, na distante 
Meca, Maomé escreveu o Corão e fundou o Islã após uma série 
de visões que se iniciaram em 610. Menos de um século após 
sua morte, seus seguidores haviam conquistado parte do norte 
da África e do Oriente Médio e haviam penetrado na Europa, 
sendo freados por Carlos Magno e seus predecessores imediatos. 
Em particular, a Espanha fora tomada dos visigodos em 711, e a 
Sicília tornara-se uma província árabe. Os muçulmanos haviam 
chegado até a índia. 
Em 765, os líderes islâmicos, representados pelo califado de 
Abbasid, transferiram a capital do império do Islã à recém-
fundada cidade de Bagdá, no atual Iraque. Bagdá tornou-se o 
maior centro de conhecimento no primeiro milênio. Foi a essa 
instituição que os árabes levaram da índia uma das maiores 
descobertas da mente humana: o conceito de zero. 
Os gregos absorveram, rapidamente, tudo que o Ocidente 
tinha a ensinar-lhes, incluindo, mais tarde, os ensinamentos 
de Ptolomeu. Passados alguns séculos, a índia retribuía o 
favor ao Ocidente, proporcionando aos sábios de Bagdá seus 
aperfeiçoamentos da obra de Ptolomeu. A combinação entre 
os textos siríacos e indianos estimulou um estudioso judeu, 
Jacob ben Tarik, a fundar uma escola de astrologia em Bagdá. 
Foi nessa escola que Musa Al-Khwarizmi, o maior de todos os 
matemáticos árabes, escreveu sua obra Al-Jabr Wa’l Mugabala, do 
termo al-jabra, ou álgebra. A base de sua obra era a descoberta 
indiana do conceito de zero que havia permitido aos estudiosos 
indianos o desenvolvimento do sistema numérico que utilizamos 
atualmente. Dado seu uso corriqueiro, é difícil perceber quão 
sofisticada é a noção de um número zero alémde um nada 
vazio (há indícios de que tanto os babilônios quanto os maias 
desenvolveram o conceito de zero. Nenhuma outra nação parece 
ter sido tão sofisticada em seu pensamento matemático – nem 
mesmo os gregos). Também esquecemos como era inconveniente 
a aritmética antes do desenvolvimento do valor de posição. 
45
Teoria da Contabilidade
Unidade 2
Esse conhecimento não se limitou a Bagdá, mas espalhou-se 
pelo litoral africano e chegou à Espanha. Por se originar de 
tantas culturas, o novo conhecimento promoveu forte clima 
de tolerância. Judeus como Samuel ibn Nagdela alcançaram 
altos postos nas cortes dos califas. Árabes, judeus e cristãos 
trabalhavam harmoniosamente nas universidades de Córdoba, 
Sevilha, Málaga e Granada, transformando-as nos centros 
intelectuais da Europa. Entre os visitantes a Córdoba estava 
Gilberto, Arcebispo de Ravena (Gilberto mais tarde tornou-se 
o Papa Silvestre II), um dos primeiros a introduzir o sistema 
numérico hindu-arábico na Europa. O estudioso inglês do século 
XII, Adelardo de Bath, foi outro visitante de Córdoba, que 
retornou à Inglaterra com uma cópia de Euclides, a qual orientou 
o ensino da matemática na Inglaterra, por vários séculos. Mas a 
idade de ouro da Espanha moura não durou muito. Em 1805, 
Toledo havia sucumbido aos exércitos cristãos. 
Indivíduos e cidades foram perdidos, mas não o conhecimento. 
Houve pessoas como Leonardo Fibonacci de Pisa (circa 1180-
1250), que cresceu no norte da África, onde, ainda criança, 
aprendeu tanto a língua quanto a matemática dos árabes. Quando 
sua família retornou a Pisa, escreveu o Líber Abacci, que muito 
contribuiu para popularizar o sistema numérico arábico na Europa. 
A reação aos números nem sempre foi favorável, contudo. A Igreja 
considerou seu uso como heresia, e, em 1299, sua utilização foi 
banida em Florença. A proibição não durou muito, porém. À 
época em que Pacioli escreveu seu livro, já instruía seus leitores 
a usarem os números arábicos exceto por títulos nos quais “[...] 
você escreverá primeiro no Razão o ano à maneira antiga; ou seja, 
alfabeticamente do seguinte modo: MCCCCLXXXXIII (...) e 
assim dirá: ‘usemos as letras antigas, pelo menos por uma questão 
de beleza’.” Muitos de nós ainda fazem o mesmo atualmente. E, 
cada vez que preenchemos um cheque, tanto em letras quanto em 
números arábicos, estamos mantendo subconscientemente uma 
desconfiança milenar em relação aos novos números. 
46
Universidade do Sul de Santa Catarina
Leonardo Fibonacci!
em 1202, Leonardo de Pisa (Fibonacci = filius Bonacci), 
matemático e comerciante da Idade Média, escreveu 
um livro sobre o ábaco, denominado Liber Abacci. este 
livro contém uma quantidade grande de assuntos 
relacionados com a Aritmética e Álgebra da época e 
realizou um papel importante no desenvolvimento 
matemático na europa, nos séculos seguintes, pois foi 
por este livro que os europeus vieram a conhecer os 
algarismos hindus, também denominados arábicos. 
A teoria contida no livro Liber Abacci é ilustrada com 
muitos problemas que representam uma grande parte 
do livro. Um dos problemas que pode ser encontrado nas 
páginas 123-124 deste livro é o problema dos pares de 
coelhos (paria coniculorum). Procure fazer uma pesquisa 
para saber qual é o problema dos pares de coelhos!
Progressos Tecnológicos e Mudanças Socioeconômicas
O Oriente proporcionou mais do que o conhecimento contido 
nos livros. Na batalha de Samarkand, em 751, os exércitos árabes 
capturaram uma fábrica de papel dos chineses. Em pouco tempo, 
Xativa, uma cidade ao sul de Valência, transformou-se no centro 
de produção de papel da Europa. A pólvora, inventada pelos 
chineses no século IX, foi aproveitada pelos mongóis para fins 
bélicos, e logo chegou à Europa. Em 1180, Alexander Neckham, 
meio-irmão do Rei Ricardo e Abade de Cirencester, descreveu 
uma bússola utilizada na China. Menos de um século mais tarde, 
Alfonso, o Sábio, rei espanhol de Leão e Castela, tornava seu uso 
obrigatório na navegação. 
O maior progresso, porém, foi a invenção de uma vela triangular, 
a chamada vela latina, que, por volta de 1250, havia superado a 
vela quadrada dos romanos, pois possibilitava navegar contra o 
vento. Antes de sua invenção, o comércio limitava-se à navegação 
numa direção, em uma época do ano, navegando-se na direção 
oposta em outra época; a vela latina permitiu viajar em qualquer 
época do ano. Essa vela, juntamente com o leme na popa, 
provavelmente transmitido pelos árabes a partir dos chineses, 
permitiu a invenção da caravela portuguesa – a embarcação 
que levou Bartolomeu Dias ao Cabo da Boa Esperança, em 
47
Teoria da Contabilidade
Unidade 2
1488, e foi a predecessora do galeão que transportou Colombo à 
América. 
Os navios proporcionaram os meios de transporte, mas a 
necessidade imediata de tal tipo de transporte resultou na tomada 
de Jerusalém pelos turcos em 1079. Isso provocou, 16 anos mais 
tarde, a guerra santa conhecida por nós como Primeira Cruzada. 
Do final do século XI ao final do século XIII, cruzadas sucessivas 
impulsionaram o desenvolvimento do comércio, principalmente 
entre as cidades italianas e o Oriente. Mercadores baseados em 
portos como Gênova, Amalfi e Veneza enriqueceram com esse 
comércio. 
À medida que o comércio se expandia e a riqueza era acumulada, 
a negociação individual ia sendo substituída pelo comércio 
através de representantes e associações. O uso de sociedades 
permitia que os riscos da navegação marítima de longo curso 
fossem compartilhados e que a riqueza do capitalista fosse 
combinada à audácia dos jovens mercadores. 
Na sociedade silenciosa, denominada commenda, o capital 
fornecido pelo sócio inativo (o commendator) era como um 
empréstimo ao sócio ativo (tractator), um esquema que evitava 
o pagamento de juros, uma prática censurada pela Igreja nessa 
época. 
A sociedade, portanto, foi importante no 
desenvolvimento da Contabilidade, porque levou ao 
reconhecimento da firma como entidade separada e 
distinta das pessoas de seus proprietários. A relação 
de representação foi importante, porque exigiu 
a prestação de contas. Também foi importante 
no desenvolvimento posterior da sociedade por 
ações, pois a responsabilidade do commendator era 
tipicamente limitada ao montante investido.
Um efeito colateral trágico do aumento do comércio foi a 
facilidade com a qual as doenças podiam viajar pelo mundo 
conhecido, por exemplo, a peste bubônica (Peste Negra), que 
afligiu a Europa em 1347. Dentro de um prazo incrivelmente 
curto, a doença havia-se espalhado por toda a Europa, matando 
um terço da população. Com isso, fazendas, lares e negócios 
48
Universidade do Sul de Santa Catarina
foram abandonados pelos que morriam. Fortunas foram deixadas 
aos felizes sobreviventes. A escassez de mão-de-obra fez com 
que os salários subissem. O sistema feudal começou a declinar 
à medida que os camponeses deixavam os campos em busca de 
salários mais altos. 
Uma economia monetária começou a tomar lugar das velhas 
obrigações de classe. A propriedade privada começou a suplantar 
a posse conjunta da Idade Média. Em síntese, estavam sendo 
lançadas as bases de nossa sociedade. 
Um dos efeitos secundários curiosos da peste foi um substancial 
aumento do custo de produção de manuscritos por força da 
morte de tantos indivíduos literatos. Como costuma acontecer, a 
necessidade promoveu a invenção, pois, no início do século XV, 
Johannes Gensfleisch, mais conhecido por seu nome materno, 
Gutenberg, revolucionou o mundo com a invenção do tipo móvel. 
Em 1494, o primeiro livro de Contabilidade foi publicado. 
Veneza havia-se transformado, então, no centro mundial da 
imprensa. E foi assim que, em Veneza, Pacioli encontrou um 
editor para seu texto, é o que afirma Hendriksen & Van Breda 
(1999).
Surgimento das Partidas Dobradas
O desenvolvimento econômico do norte da Itália após 1100 
d.C., causado pelo aumento da população, pelas oportunidade 
econômicas oferecidas pelas cruzadas, propiciouo surgimento 
do sistema de partidas dobradas. O conceito de dualidade 
freqüentemente utilizado para justificar as partidas dobradas 
apenas exige que sejam reconhecidos dois lados de cada 
transação. Isto poderia ser com igual facilidade feito numa única 
coluna, usando sinais positivos e negativos, quanto em duas 
colunas, com débitos e créditos.
Por exemplo, ao se usar o caixa para adquirir estoque, 
por que não simplesmente colocar um número 
positivo na coluna estoque e um número negativo na 
coluna caixa numa planilha?
49
Teoria da Contabilidade
Unidade 2
Por que falar de debitar uma conta e creditar a outra? 
Por que toda essa maquinaria complexa?
O fato curioso é o de que, embora os inventores da Contabilidade 
dispusessem de conceitos tais como moeda, capital próprio e 
despesas, não dispunham de números negativos! Havia a noção 
de números negativos, mas, ainda em 1544, matemáticos como 
o alemão Michael Stifel os consideravam absurdos e fictícios. As 
contas sob a forma de “T” foram desenvolvidas, portanto, para 
indicar aumentos de um lado e reduções de outro. O saldo era 
obtido por uma técnica de “subtração por oposição”, ou, como 
dizia Pacioli, verificando-se “se o crédito foi superado por seu 
débito”. Em outras palavras, toda a maquinaria de débitos e 
créditos é uma solução engenhosa para um problema inexistente.
Vejamos a seguir alguns eventos relacionados ao surgimento das 
partidas dobradas de acordo com Santos et al. 
1200 d.C. – com a evolução comercial surgem as �
primeiras manifestações práticas: o sistema de partidas 
dobradas em Veneza, Gênova e Florença.
1202 d.C. – Fibonacci escreve o primeiro livro sobre �
comércio; fim da era antiga da Contabilidade e início da 
era moderna.
1300 d.C. – surgimento do primeiro balanço patrimonial �
em uma companhia de Florença.
 
Um Frei Franciscano é o Pai da Contabilidade Científica
Frei Luca Pacioli escreveu Tratactus de Computis et Scripturis 
(Contabilidade por Partidas Dobradas), publicado em 1494, 
enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito 
corresponde a teoria dos números positivos e negativos. 
50
Universidade do Sul de Santa Catarina
Ainda que a Contabilidade remonte os primeiros sinais de 
existência a 8.000 anos antes de Cristo, ela atinge a sua fase 
adulta e completa nas cidades italianas de Veneza, Gênova, 
Florença e Pisa. 
O desenvolvimento da Contabilidade está associado 
ao desenvolvimento social, comercial (econômico) 
e institucional das sociedades. A Itália apresentava 
tais desenvolvimentos principalmente em torno do 
século XV, tornando-se conhecida como o berço da 
Contabilidade.
O início da era científica da Contabilidade ocorre exatamente 
neste século. O que marca o início desta fase é a obra de Frei 
Luca Pacioli, com seu monumental livro Tractatus de Computis 
et Scripturis, em Veneza, em 1494. A obra de Pacioli dá início 
ao que ainda se denomina hoje de Escola Contábil Italiana de 
Contabilidade.
No tratado de Pacioli, pela primeira vez é explicado 
integralmente o método contábil, conhecido hoje como processo 
das partidas dobradas. Iniciou-se assim a introdução da 
Contabilidade como ciência, ficando ele conhecido como “o pai 
dos autores de Contabilidade” ou ainda “o pai da Contabilidade 
Científica”.
Depois de Pacioli, os que o sucederam se limitaram quase que a 
copiar o que ele havia escrito. Sua obra foi reeditada por Vicenzo 
Gitti no século passado, em uma linguagem atual. 
Em plena era da tecnologia da informação, da reengenharia, das 
maiores invenções da história do homem, nada se avançou em 
termos do método contábil oficializado por Pacioli. Até mesmo 
os termos tão complexos de se entender, Débito e Crédito, usados 
por Pacioli, não encontraram qualquer variação. 
Origem das Palavras Débito e Crédito
A origem das palavras utilizadas para a realização das operações 
na Contabilidade, especificamente a escrituração por partidas 
dobradas, tem sua origem no latim.
Luca Pacioli nasceu em 
Borgo S. Sepolcro, hoje 
Sansepolcro, província 
de Arezzo, por volta de 
1445 a 1450. Dedicou-se à 
matemática, escrevendo 
Summa de Arithmetica, 
Geometria, Proportione 
et Proportionalità, que 
deu origem à obra acima 
referida.
51
Teoria da Contabilidade
Unidade 2
De onde a palavra “débito”significa:
Dívidas, devedores, debêntures e débitos são palavras que 
resultam da base debere, ou dever. Debere palavra em latim que 
tem seu significado de dever.
E a palavra “crédito” significa:
Créditos vêm da mesma raiz da palavra credo, ou seja, algo em 
que se acredita. Também pode referir-se a pessoas nas quais se 
acreditam credores.
Como um Frei da Igreja, Luca Pacioli procurou 
inspiração em seus conhecimentos teológicos para 
associar o significado destas palavras, fazendo 
analogia com os direitos e obrigações de uma pessoa. 
Atribuir relação de aumento ou diminuição, onde, 
a partir deste significado, ficou representado que 
“débito” é a parte positiva ( + ) e “crédito” é a parte 
negativa ( - ). e, para melhor interpretação e aplicação: 
ao observarmos a conta “T”, onde, do lado esquerdo, 
ficam os saldos positivos ou devedores e, do lado 
direito, ficam os valores negativos ou credores, isto 
parece coincidência; mas, se observarmos a conta “T”, 
vamos perceber que também tem semelhança com 
uma cruz.
Seção 3 - Doutrinas e Escolas da Contabilidade
As doutrinas contábeis foram introduzidas por diversas 
escolas desde o advento de Luca Pacioli, com a criação do 
Método das Partidas Dobradas dando início à escola italiana, 
até que conceituaram a Contabilidade sob diversos aspectos 
contemporâneos. Como em todos os ramos do conhecimento 
humano, também na Contabilidade a ciência construiu-se de 
teorias. 
Até o século XVIII, quase não houve evolução do pensamento 
científico da Contabilidade influenciado pela obra de Luca 
Pacioli. Nessa época, a preocupação era voltada para o 
aprimoramento da técnica contábil e, durante o período, a 
escrituração contábil foi cercada de regras e princípios voltados 
para o funcionamento das contas, cujo objeto central era o 
registro dos direitos e das obrigações.
52
Universidade do Sul de Santa Catarina
Com essa filosofia, os pensadores criaram o movimento contista, 
que representou a primeira discussão em Contabilidade de caráter 
científico, dando início à evolução do pensamento contábil.
Escola Contista
O precursor do Contismo foi o comerciante Benedetto Cotrugli, 
que, em 1458, exerceu atividades comerciais na Itália, e é 
considerado por alguns autores como o primeiro a descrever 
o sistema de registro das partidas dobradas. Segundo ele, o 
comerciante deveria possuir três livros de contas para registrar 
suas transações comerciais: o livro dos Gastos, o livro Diário e o 
livro Razão.
A segunda obra mais importante desse período foi o livro de 
Pacioli, de 1494, La summa de arithmetica, geometria, proportioni et 
proportionalitá.
Entre os pensadores contistas, Edmundo Degranges foi um dos 
que mais se destacaram, expondo, em 1795, a teoria das cinco 
contas, baseada no estudo do francês Jacques Savary em 1675. 
Apesar de essa teoria não ter sido aceita em todos os lugares, 
impulsionou a escola contista e, conseqüentemente, as demais 
escolas do pensamento contábil.
Para Degranges, o comércio tinha cinco (5) objetivos principais 
que, permanentemente, lhe serviam de meio de troca, sendo esta 
a base de sua teoria. As cinco contas a que fazia referência eram: 
(1) Mercadorias, (2) Dinheiro, (3) Contas a Receber, (4) Contas a 
Pagar e (5) Lucros e Perdas.
Escola Contista!
Impulsionou as outras escolas e foi o início do Método 
das Partidas Dobradas período pré-científico.
Escola Materialista
Também chamada de Escola Administrativa ou Lombarda, seu 
precursor foi o italiano Francesco Villa, que, em 1840, publicou 
a obra La contabilità applicata alle amministrazioni private e 
pubbliche, a qual orientou a o início do período científico da 
Contabilidade. 
A teoria das cinco 
contas sustentavaque 
o comércio tinha cinco 
objetos principais 
que, sucessivamente, 
poderiam ser negociados: 
mercadorias, dinheiro, 
efeitos a receber, efeitos a 
pagar e lucros e perdas.
53
Teoria da Contabilidade
Unidade 2
Para o Materialismo, o objeto essencial da Contabilidade era a gestão, 
a riqueza gerada. Segundo seus pensadores, a conta limitava-se 
a representar os valores gerados. Para eles, a conta representava 
apenas os valores materiais, e a escrita contábil (relações de débito 
e crédito) apenas auxiliava o estudo contábil. Nesse sentido, 
era importante elevar a condição da Contabilidade como uma 
importante fonte de informação sobre o gerenciamento do 
Patrimônio.
O Materialismo preocupou-se, também, em aumentar a 
quantidade de informações apresentadas nos relatórios contábeis, 
introduzindo, entre outros, os dados que impactavam os 
resultados das empresas, como os custos de seus produtos e 
os gastos efetuados por seus gerentes, dificultando, na mesma 
proporção, a divulgação dessas informações.
Mesmo com as dificuldades encontradas no processo de 
divulgação, seus pensadores contribuíram significativamente para 
a qualificação da informação contábil:
a avaliação de ativo permanente a preço corrente em �
atividades comerciais e industriais;
a desvinculação da Contabilidade de cifras e números; �
estabelecimento do controle como objeto da �
Contabilidade.
Escola Materialista!
O objetivo essencial da Contabilidade era a gestão, 
a riqueza gerada, relação entre o débito e o crédito, 
fonte de informação sobre o gerenciamento do 
Patrimônio.
Escola Personalista
A Escola Personalista surgiu em 1867, seu precursor foi o 
Francesco Marchi, que publicou a obra I cinquecontist ovvero la 
ingannevola teórica che viene insegnata negli istituti tecnici del Regno 
e fluori del Regno intorno il Sistema de Scrittura a partita doppia e 
nuovo saggio per la facile intelligenza ed applicazione del sistema.
54
Universidade do Sul de Santa Catarina
Os principais seguidores dessa escola foram:
Francesco Marchi (o iniciador da escola); �
Giuseppe Cerboni (o construtor da teoria personalista); �
Giovanni Rossi. �
O Personalismo foi criado em meados do século XIX, 
assinalando uma nova postura no desenvolvimento da ciência 
contábil: os elementos patrimoniais podiam ser representados 
por pessoas com as quais se mantinham relações jurídicas, 
ou seja, todos os débitos realizados nas contas dessas 
pessoas representavam suas responsabilidades, e os créditos 
correspondiam a seus direitos com relação ao titular do 
patrimônio. Nesse sentido, a Contabilidade deixava de ser voltada 
apenas para a arte de registrar e contar a riqueza auferida. Pode-
se citar as seguintes características:
quem recebe é debitado; �
quem entrega é creditado; �
os agentes e correspondentes são debitados à medida que �
o proprietário é creditado e vice-versa;
as contas são abertas em nome das pessoas físicas ou �
jurídicas – proprietários, correspondentes (terceiros que 
transacionam com a entidade) e agentes consignatários 
(empregados a quem se confia a guarda de valores) e 
administrador (não havia uma conta específica para ele, 
mas todo balanço representava o administrador);
considera o aspecto jurídico das relações entre as pessoas. �
A teoria logismográfica (que estabelecia ser o fato administrativo 
a manifestação real) era capaz de oferecer, tanto no campo teórico 
como no campo prático, as informações para a análise de todos 
os fatos, e esta era fundamentada no inter-relacionamento entre 
a economia, fatos administrativos e contábeis da empresa. A 
Contabilidade na essência representa o estudo da administração e 
compreendia os seguintes estudos:
estudo da determinação das leis da azienda; �
estudo da computisteria, que compreende a aplicação da �
matemática aos fatos administrativos;
55
Teoria da Contabilidade
Unidade 2
estudo da logismografia como método de coordenar e �
representar os fatos administrativos da azienda, analisar 
seus processos e os efeitos jurídicos econômicos e tê-los 
reunidos em uma única e contínua equação.
Mesmo dominando o pensamento contábil durante o século 
XIX, o Personalismo teve seus opositores, entre os quais os 
criadores do que seria a nova escola do pensamento contábil que 
viria a predominar.
Escola Personalista!
Criados em meados do século XIX, contribuindo para 
o desenvolvimento da ciência contábil, elementos 
patrimoniais representadas por pessoas com as 
quais se mantinham relação jurídicas. Surge a 
teoria logismográfica (que estabelecia que o fato 
administrativo era a manifestação real).
Escola Controlista
A Escola Controlista surgiu em 1880 com a obra do italiano 
Fabio Besta, La ragioneria; que trata da figura do controle, citada 
anteriormente por Villa.
Os principais pensadores dessa obra foram:
Fabio Besta; �
Vittorio Alfieri; �
Carlo Ghidiglia; �
Pietro Rigobon; �
Pietro D’Alvise. �
A filosofia do Controlismo consistia em que o controle da riqueza 
aziendal era o objeto do estudo da Contabilidade. Para Besta, a 
riqueza deveria ser considerada sobre ela mesma, e o patrimônio 
como uma grandeza que se pudesse medir, distinguindo 
o conceito entre a administração geral (que representava a 
administração da riqueza aziendal).
56
Universidade do Sul de Santa Catarina
Segundo Besta, para se conhecer o estado da riqueza, é 
necessário que os fatos administrativos sejam escriturados. Para 
isto, é necessário criarem-se contas contábeis, consideradas 
por ele como uma série de anotações referentes a determinado 
objeto, capazes de expressar qualquer grandeza (moeda, peso, 
volume, etc.). As contas refletem valores, não refletem direitos ou 
obrigações entre pessoas.
Além disto, as contas são divididas em duas categorias:
contas elementares: que englobam todos os elementos do �
ativo e passivo;
contas derivadas: que englobam as contas de capital �
(capital social e reservas) e contas de gestão (variações 
ativas e passivas do capital líquido – lucros e perdas).
Para Besta, a movimentação das contas se classifica segundo os 
fatos administrativos, em:
permutativos: ocorre mudança entre elementos do ativo e �
do passivo (mudam duas contas);
modificativos: ocorre mudança entre elementos do ativo �
ou do passivo e patrimônio líquido (mudam duas contas);
mistos: ocorre mudança entre elementos do ativo ou do �
passivo e patrimônio líquido (mudam três contas).
Escola Controlista!
Consiste no estudo da riqueza aziendal, dividida em 
duas categorias: contas elementares e derivadas. 
A movimentação das contas se classifica em fatos: 
permutativos, modificativos e mistos.
Escola Alemã ou Reditualista
O precursor da Escola Alemã ou Reditualista foi o alemão 
Eugen Schmalenbach, considerado um dos pais da moderna 
teoria da administração de negócios da Alemanha, e seus 
principais seguidores foram Mallberg, Geldmacher, E. Walb, K. 
Mallerowicz, M. R. Lehmann, entre outros.
57
Teoria da Contabilidade
Unidade 2
A filosofia do Reditualismo consistia em que o redito (lucro/
rendimento) tinha prioridade sobre a estrutura patrimonial 
e era o principal objeto de estudo da Contabilidade. Para 
Schmalenbach, o sucesso ou insucesso de uma empresa estava 
diretamente relacionado aos lucros obtidos, ou não.
As maiores colaborações de Schmalenbach para a ciência contábil 
foram a mensuração do resultado por meio dos conceitos de 
Contabilidade dinâmica, a uniformização de planos de contas 
contábeis e a Contabilidade de Custos.
Escola Alemã ou Reditualista!
Consiste no redito (lucro/rendimento), com prioridade 
sobre a estrutura patrimonial. A mensuração do 
resultado por meio dos conceitos de Contabilidade 
dinâmica, a uniformização de planos de contas 
contábeis e a Contabilidade de Custos.
Escola Aziendalista
Os precursores do Aziendalismo foram Alberto Ceccherelli e 
Gino Zappa, cuja filosofia representou o resultado da evolução da 
Contabilidade italiana, iniciada por Leonardo Fibonacci de Pisa. 
Seus principais seguidores

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