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Planejamento Financeiro

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Camila Camargo Planejamento Financeiro
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??????????????????
Dr. Ivo José Both (presidente)
Drª. Elena Godoy
Dr. Nelson Luís Dias
Dr. Ulf Gregor Baranow
???????????? Lindsay Azambuja
????????????????? Ariadne Nunes Wenger
?????????????? Raphael Bernadelli
????????????????????? Eliane Felisbino
???????????????? Alexandre Olsemann
???? Denis Kaio Tanaami
??????????????? Raphael Bernadelli
??????????? Rafaelle Moraes
Av. Vicente Machado n° 317, 14° andar
Centro . Curitiba. Paraná . CEP 80420-010
Fone [41] 2103-7306
editora@editoraibpex.com.br
www.editoraibpex.com.br
1ª edição, 2012.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autora a emissão de conceitos. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem 
a prévia autorização da Editora Ibpex.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/98 e punido pelo art. 
184 do Código Penal.
 Camargo, Camila
 Planejamento fi nanceiro [livro eletrônico] / 
Camila Camargo. – Curitiba: Ibpex, 2013.
 2 Mb ; PDF
 Bibliografi a
 ISBN 978-85-417-0042-9
 1. Administração fi nanceira 2. Finanças 
3. Negócios 4. Orçamento empresarial 5. 
Planejamento estratégico I. Título.
13-00909 CDD 658.15
Índices para catálogo sistemático:
1. Administração fi nanceira: Empresas 658.15
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
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Aos meus pais, Kico e Ivete, 
responsáveis em todos os aspectos pelo que sou, 
a quem dedico todo meu amor, respeito e admiração.
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Porque em verdade vos digo
 que qualquer que disser a este monte:
Ergue-te e lança-te no mar;
 e não duvidar em seu coração,
mas crer que se fará aquilo que diz,
 tudo o que disser lhe será feito.
Marcos, 11.23
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Este livro foi estruturado especialmente para o ensino prático e 
gerencial de planejamento fi nanceiro. Nele estão contidos os principais 
elementos relacionados ao processo de planejamento, desde os métodos 
de análise econômico-fi nanceira de uma empresa até as ferramentas e as 
estratégias adotadas para projeção de resultados.
De forma clara e didática, foi escrito com o objetivo de munir o toma-
dor de decisão de ferramentas simples, que fornecerão informações úteis 
e consistentes para o gerenciamento fi nanceiro. Cada tópico é defi nido 
conceitualmente, a fi m de elucidar seu assunto, no entanto, o foco está no 
desenvolvimento prático dos métodos utilizados.
Para cumprir tal disposição, todos os conteúdos são exemplifi cados e 
passíveis de aplicação, contando com exercícios (com gabarito no fi nal da 
obra), que irão auxiliar na interpretação, na análise e na fi xação dos con-
teúdos, assim como permitir ao leitor uma auto-avaliação. Além disso, o 
leitor pode familizar-se com termos específi cos da área fi nanceira, consul-
tando o glossário que consta também no fi nal deste livro. 
Estamos certos de que este texto servirá de apoio para que o leitor aper-
feiçoe suas habilidades e competências na gestão fi nanceira, fazendo parte 
integrante de um processo contínuo de aprendizado.
Apresentação
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Sumário
Lista de siglas 13
Introdução 17
1
A estrutura dos demonstrativos fi nanceiros 21
1.1 Balanço patrimonial 23
1.2 Demonstrativo do resultado do exercício 33
2
Análise fi nanceira 41
2.1 Análise vertical 44
2.2 Análise horizontal 46
2.3 Índices econômico-fi nanceiros 50
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3
Planejamento das necessidades de caixa 63
3.1 Demonstração do fl uxo de caixa 67
3.2 Fluxos de caixa da empresa 68
3.3 Métodos de elaboração do fl uxo de caixa 70
3.4 As principais transações que afetam o caixa 77
4
Administração do capital de giro 79
4.1 Capital circulante líquido 82
4.2 Fontes de fi nanciamento 85
4.3 Caixa e títulos negociáveis 86
4.4 Duplicatas a receber 88
4.5. Estoques 91
5 
Planejamento de lucros 93
5.1 Análise do ambiente 96
5.2. Análise do ponto de equilíbrio 96
5.3. Demonstrações projetadas 106
6
Alavancagem 109
6.1 Alavancagem operacional 112
6.2 Alavancagem fi nanceira 114
6.3 Alavancagem total 116
Considerações fi nais 119
Exercícios 121
Gabarito 133
Glossário 149
Referências por capítulo 153
Referências 157
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 AC Ativo circulante 
 AP Ativo permanente 
 AT Ativo total 
 BP Balanço patrimonial 
 CCL Capital circulante líquido 
 CC Ciclo de caixa 
 CF Ciclo fi nanceiro 
 CO Ciclo operacional 
 CE Composição do endividamento 
 Cofi ns Contribuição para Financiamento da Seguridade Social 
 CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
 CMV Custo das mercadorias vendidas 
 CPV Custo dos produtos vendidos 
 CSP Custo dos serviços prestados 
 CF Custo fi xo 
Lista de siglas
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14 CT Custo total 
 CV Custo variável 
 DFC Demonstrativo do fl uxo de caixa
 DRE Demonstrativo do resultado do exercício 
 DRP Demonstrativo do resultado projetado 
 Daes Despesas apropriáveis no exercício seguinte 
 DR Duplicatas a receber 
 EST Estoque 
 ELP Exigível a longo prazo 
 FOR Fornecedor 
 GAF Grau de alavancagem fi nanceira 
 GAO Grau de alavancagem operacional 
 GAT Grau de alavancagem total 
 GET Grau de endividamento total 
 GII Grau de imobilização do investimento 
 GICP Grau de imobilização dos capitais próprios 
 IR Imposto de Renda 
 ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
 ISS Imposto Sobre Serviços 
 LC Liquidez corrente 
 LG Liquidez geral 
 LS Liquidez seca 
 Lalur Livro de apurações do lucro real 
 L Lucro 
 Lajir Lucro antes de juros e Imposto de Renda 
 LL Lucro líquido 
 ML Margem líquida 
 PC Passivo circulante
 PL Patrimônio líquido 
 PE Ponto de equilíbrio 
 PE$ Ponto de equilíbrio em faturamento 
 PEQ Ponto de equilíbrio em quantidade 
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15 PME Prazo médio de estocagem 
 PMP Prazo médio de pagamento 
 PMR Prazo médio de recebimento 
 PIS Programa de Integração Social 
 Q Quantidade 
 RLP Realizável a longo prazo 
 R Receita 
 RB Receita bruta 
 RL Receita líquida 
 RA Rentabilidade do ativo 
 RCP Rentabilidade dos capitais próprios 
 REF Resultado de exercícios futuros 
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Introdução
O objetivo da administração fi nanceira é garantir maior rentabili-
dade sobre o capital dos proprietários de uma empresa, sem, no entanto, 
descuidar-se de suas obrigações para com terceiros, como pagamento de sa-
lários, pagamento de fornecedores, empréstimos e outras contas. A fi m de 
adequar-se a esses quesitos, o gestor dessa área tem a responsabilidade de 
analisar suas decisões de investimentos, os fi nanciamentos e o modo como 
distribui os lucros sob a perspectiva da rentabilidade e da liquidez, garan-
tindo a melhor combinação entre lucro e cumprimento de suas obrigações.
Para tanto, o planejamento se torna uma prática fundamental no 
dia-a-dia empresarial, o que pressupõe que o administrador possa an-
tever possíveis acontecimentos e se preparar melhor para enfrentá-los. 
Isso exige conhecer a situação organizacional e determinar objetivos 
claros e factíveis em relação a vendas, contas a pagar e receber, investi-
mentos, fi nanciamentos e ganhos. Como fazer isso? Por meio do con-
trole das atividades operacionais da empresa e da análise do mercado. 
Essa tarefa é de responsabilidade do gestor empresarial, no caso de uma 
pequena empresa, ou do gestor fi nanceiro, no caso de uma grande empre-
sa, e não pode simplesmente ser delegada a outro profi ssional, como, por 
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18 exemplo, um contador, cuja tarefa é transcrever as transações fi nanceiras da 
empresa em relatórios contábeis. 
Muitos erros podem ser evitados ou perdas minimizadas quando o gestor 
consegue programar suas decisões. Pensemos no caso de uma necessidade 
de recursos fi nanceiros adicionais: se ele tiver o controle de suas operações 
e conseguir prever futuras situações de demanda, pode preparar-se me-
lhor para o mercado e estudar alternativas mais atrativas de fi nanciamento, 
como a busca por taxas de juros mais baixas ou mesmo a reprogramação da 
distribuição dos resultados de modo a fi nanciar-se com capital próprio, sem 
recorrer ao fi nanciamento externo. 
O mesmo raciocínio se aplica ao caso de ampliação de estrutura física 
da empresa. Seria por demais arriscado, por exemplo, abrir uma fi lial sem 
conhecer a situação fi nanceira atual e projetada da empresa, sem saber se os 
ganhos são sufi cientes para suportar os gastos adicionais até que as vendas 
se estabilizem e sem saber se ela tem condições de cumprir com suas obriga-
ções para com terceiros, mesmo que isso signifi que abrir mão dos lucros.
Com isso, podemos dizer que duas das principais preocupações de um 
administrador fi nanceiro são liquidez e rentabilidade. O planejamento au-
xilia o gestor a equilibrar esses dois objetivos, por meio da programação de 
entradas e desembolsos de caixa de modo a garantir o cumprimento das 
obrigações, o que se concretiza com o planejamento de caixa, e da indica-
ção de melhores alternativas de aplicação dos recursos e de gerenciamento 
das atividades empresariais, a fi m de aumentar o resultado, por meio do 
planejamento do lucro.
Em suma, o planejamento fi nanceiro compreende estimar os recursos 
necessários para os planos da empresa, determinar as fontes desses recur-
sos e estabelecer sua melhor aplicação.
Nesse contexto, este livro vem auxiliar o gestor oferecendo-lhe subsídios 
para esse processo. Para tal, vale-se de um alicerce teórico, bem como mostra 
ferramentas e técnicas que podem ser muito úteis na tomada de decisão. 
O primeiro capítulo apresenta, de forma didática, a estrutura dos dois 
principais demonstrativos fi nanceiros: o balanço patrimonial e o demons-
trativo do resultado do exercício, os quais servem de base para o diagnóstico 
empresarial e o levantamento de suas necessidades fi nanceiras. O objetivo é 
construir uma refl exão básica sobre a composição dessas demonstrações.
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19O segundo capítulo enfoca os métodos utilizados para análise da situa-
ção econômica e fi nanceira da empresa, sendo que esta permite identifi car: 
a saúde fi nanceira da organização, a composição do seu patrimônio, os 
índices de rentabilidade, a análise das atividades operacionais e a evolu-
ção desses indicadores ao longo do tempo. Desse modo, a empresa pode 
situar-se fi nanceiramente e programar quais medidas deve tomar para al-
cançar melhores resultados.
O terceiro capítulo trata especialmente do planejamento de caixa da 
empresa. Será demonstrada aqui a construção de um fl uxo de caixa, ferra-
menta com a qual o gestor pode programar o equilíbrio entre as entradas e 
as saídas de caixa e avaliar melhores alternativas de captação ou aplicação 
dos recursos e até mesmo suas retiradas.
O quarto capítulo discorre sobre os elementos e as estratégias da admi-
nistração do capital de giro da empresa. Basicamente, aborda as decisões 
relacionadas à administração das contas de caixa, fi nanciamentos, títulos 
negociáveis, duplicatas a receber e estoques, as quais infl uenciam de for-
ma direta as atividades, o lucro e a liquidez empresarial.
O quinto capítulo se refere ao planejamento de lucro da empresa. Aqui, 
são apresentadas as principais abordagens utilizadas para projeção do re-
sultado empresarial, como a análise ambiental, a análise custo-volume-
lucro e os demonstrativos projetados. O planejamento de lucro permite à 
empresa programar suas operações para atingir um melhor resultado ou 
adequar seus investimentos de acordo com a destinação do lucro. 
Por fi m, o último capítulo traz a alavancagem empresarial. Essa é uma 
estratégia que pode ser utilizada de modo a elevar o lucro empresarial por 
meio da utilização de recursos com custos fi xos para a organização. Essa 
análise auxilia a empresa a decidir sua estrutura de fi nanciamentos e de 
custos operacionais.
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A estrutura dos demonstrativos fi nanceiros
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23
O objetivo deste capítulo é apresentar a estrutura do balanço patri-
monial – BP e do demonstrativo do resultado do exercício – DRE por meio 
de conceitos simples e didáticos, de forma que, mesmo as pessoas que nun-
ca tiveram contato com os demonstrativos fi nanceiros possam entender 
sua estrutura básica.
Esses relatórios servem como fundamento para a análise da situação 
econômico-fi nanceira da organização, a administração do capital de giro 
e a alavancagem, sendo também a base para o planejamento de caixa e o 
planejamento do lucro, temas que serão tratados mais adiante nesta obra.
As demonstrações fi nanceiras evidenciam as fontes de recursos e apli-
cações de uma empresa e permitem ao gestor dispor de informações para 
planejar, em função das necessidades de investimentos e fi nanciamentos 
que irão sustentar as atividades empresariais. 
1.1 Balanço patrimonial
O BP, como o próprio nome diz, mostra de forma equilibrada toda a 
estrutura patrimonial de uma empresa, ou seja, a composição de seus 
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24 fi nanciamentos e investimentos. Esse demonstrativo fi nanceiro evidencia 
em dado momento i) tudo o que a instituição possui de bens e direitos a re-
ceber – descritos no grupo dos ativos, ii) o montante que ela deve a tercei-
ros – descrito no grupo dos passivos e iii) o montante de capital investido 
pelos sócios – evidenciado pelo patrimônio líquido. Cada uma das contas 
da empresa irá se enquadrar dentro de um desses três grandes grupos.
Para entendermos melhor o balanço e os seus elementos, iniciamos nos-
sa abordagem comentando sobre os aspectos gerenciais relacionados à sua 
construção. Após, ele será desmembrado passo a passo até atingir sua estru-
tura formal, segundo prescreve a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 19761.
A estrutura do BP é composta de duas colunas: a coluna da esquerda 
corresponde ao ativo (bens e direitos da empresa), e a da direita se refere 
ao passivo (obrigações) e ao patrimônio líquido (capital próprio). A escri-
turação contábil é realizada pelo sistema das partidas dobradas, isto é, os 
valores do ativo se originam do passivo e do patrimônio líquido.
Os valores que constam no balanço refl etem a situação fi nanceira orga-
nizacional em dado momento, como se fosse uma fotografi a da empresa, 
por isso dizemos que se trata de uma demonstração estática, ou seja, no 
dia seguinte, diversas contas já terão seus saldos modifi cados.
Para facilitar a compreensão, vamos imaginar a constituição de uma 
nova empresa. O primeiro recurso necessário para que possamos abrir um 
negócio é o recurso fi nanceiro, certo? Sem dinheiro não temos condições 
de adquirir equipamentos, material para desenvolver a atividade, contra-
tar funcionários nem de divulgar a empresa. Em outras palavras, é preciso 
de recursos que fi nanciem os investimentos pretendidos.
Sendo assim, na constituição de qualquer empreendimento, temos sem-
pre que dimensionar quais as fontes de recursos disponíveis e de que forma 
este será aplicado. O patrimônio* de uma empresa, portanto, assume em um 
primeiro momento, a seguinte confi guração:
Quadro 1.1 – Confi guração inicial de um balanço patrimonial
??????????????????????????????????????? ????????????????????????????????????
De forma geral, caso pretendemos abrir um negócio, podemos obter re-
cursos de duas fontes: ou já possuímos os recursos necessários mediante 
poupança pessoal (capitais próprios), ou adquirimos um empréstimo de * P
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25outra fonte, por meio de um amigo, parente ou banco (capitais de tercei-
ros). Na prática, o mais comum é ocorrer a combinação dos dois.
De posse desses recursos, serão feitos os investimentos pretendidos, ou 
seja, as aplicações no negócio; primeiramente, na aquisição de equipamen-
tos, móveis ou imóveis necessários para trabalhar, o que se denomina de 
investimento fi xo. Posteriormente, recursos precisam ser dispostos para a 
compra de matéria-prima ou mercadorias, material de expediente, contra-
tação de pessoal, manutenção de duplicatas a receber referentes às vendas 
a prazo da empresa, entre outros. Essas aplicações representam o que se 
chama de investimento em giro.
A partir dessas premissas, o patrimônio de uma empresa sugere a se-
guinte confi guração:
Quadro 1.2 – Confi guração de aplicações e fontes de recursos
?????????? ??????
???????????????????? ?????????????????????
????????????????? ?????????????????
Portanto, o que se denomina contabilmente de balanço patrimonial nada 
mais é do que a descrição, em um dado momento, das fontes e das aplica-
ções de recursos utilizadas por uma empresa. Foi convencionado chamar 
essas aplicações de ativo, e as fontes, de passivo. Em uma instituição, o pri-
meiro descreve os bens e os direitos, enquanto o segundo, as obrigações 
para com terceiros e os capitais próprios.
Segundo a Lei nº 6.404/762, que rege as sociedades por ações, os investi-
mentos em giro estão relatados em dois grandes grupos, o ativo circulante 
– AC e o realizável a longo prazo – RLP, enquanto o investimento fi xo 
encontra-se descrito em apenas um grande grupo, que é denominado per-
manente – AP. Por outro lado, os capitais de terceiros estão distribuídos em 
dois grupos, o passivo circulante – PC e o passivo exigível a longo prazo 
– ELP. Já os capitais próprios encontram-se em um único grande grupo, 
denominado patrimônio líquido – PL.
Portanto, o patrimônio empresarial agregado a esses conceitos contábeis 
toma a partir de agora uma outra confi guração, conforme exposto no qua-
dro a seguir (a Lei nº 6.404 prevê, após o exigível a longo prazo, a inclusão 
do grupo resultado de exercícios futuros – REF, o qual propositadamente foi 
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26 omitido nesse primeiro momento, a fi m de não interferir na linha de racio-
cínio proposta):
Quadro 1.3 – Os grupos de contas do ativo e do passivo
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???????????????? ??????????????????
?????????????????????????????? ??????????????????????????????
???????????????? ??????????????????
Segundo o método
das partidas dobradas, o total de ativos de uma em-
presa é sempre igual ao total de passivos, pois, quando a empresa investe 
em algum bem, por exemplo, o valor deste será lançado em seus ativos, e 
as fontes de recursos utilizadas para tal aplicação devem ser evidenciadas, 
ou no passivo, quando se tratar de recursos de terceiros, ou no patrimô-
nio líquido, quando fi nanciadas por capital próprio. Assim, não é possível 
lançar um investimento no ativo sem mostrar de onde foram obtidos os 
recursos necessários para sua consecução.
Partindo dessa confi guração básica do BP, é possível descrever, de for-
ma sucinta, a composição desses grupos relatados.
1.1.1 Ativo
Como já visto anteriormente, no lado esquerdo do balanço, estão listados 
todos os ativos da empresa, tanto os fi xos, que representam a estrutura 
física da empresa, quanto os investimentos em giro, que circulam garan-
tindo a manutenção das atividades operacionais. Esses ativos podem ser 
compostos por móveis, equipamentos, terrenos, veículos, estoques, aplica-
ções fi nanceiras, recursos disponíveis em caixa, entre outros.
A ordem de lançamento dos itens do ativo é dada em função de sua 
liquidez, ou seja, são lançados primeiro aqueles ativos que podem normal-
mente ser convertidos em disponibilidades (caixa) mais rapidamente.
1.1.1.1 Ativo circulante 
O ativo circulante compreende todas aquelas aplicações que representam 
disponibilidade imediata ou que serão assim convertidas em um período 
de até doze meses (curto prazo)*. Também fazem parte desse grupo os * P
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valores relativos a despesas já pagas que benefi ciarão o exercício seguinte* 
ao encerramento do balanço.
Para diferenciar essas contas que compõem o ativo circulante, este será 
dividido em quatro subgrupos, quais sejam:
 Disponibilidades: Representadas por dinheiro em posse da empresa, 
por depósitos bancários à vista e por aquelas aplicações de imediata 
conversibilidade em moeda, por exemplo, caixa, bancos e fundos de 
aplicação fi nanceira.
 Direitos realizáveis: Representam normalmente uma das mais im-
portantes aplicações da empresa. Basicamente, referem-se à venda a 
prazo de mercadorias e serviços a clientes (duplicatas) ou oriundos 
de outras transações que geram valores a receber. Em síntese, no ati-
vo circulante – direitos realizáveis –, enquadram-se todos os valores 
que, não sendo de disponibilidade imediata, serão convertidos em 
moeda no curto prazo, como possíveis impostos a recuperar, duplica-
tas a receber e adiantamentos concedidos a empregados.
 Estoques: Formados pelo valor de aquisição de produtos ou mercado-
rias existentes na empresa, os estoques são agrupados conforme a sua 
natureza e fi nalidade, ou seja, estoque de produtos acabados, estoque 
de produtos em processo ou estoque de matérias-primas.
 Despesas apropriáveis no exercício seguinte – Daes: São despesas re-
ferentes ao exercício seguinte, enquadrando-se neste subgrupo as 
despesas pagas, mas que não podem ser lançadas como redutoras do 
resultado do exercício, pois a contrapartida do gasto só ocorrerá no 
exercício futuro. Isto é, são pagamentos feitos ao benefi ciário antes que 
ele cumpra a obrigação correspondente, de forma que só poderão ser 
lançados como despesa no exercício de sua competência. Tal conceitua-
ção diverge em parte da atribuída para o ativo circulante, pois se trata 
de uma modifi cação ocorrida com o surgimento da Lei nº 6.404/763, que 
incorporou o antigo grupo denominado pendente. Exemplo de contas 
contidas nesse grupo são os seguros a vencer, aluguéis a vencer e assi-
naturas de publicações pagas antecipadamente.
1.1.1.2 Realizável a longo prazo 
Classifi cam-se neste grupo os direitos realizáveis em prazo superior a 
doze meses. Portanto, com exceção das disponibilidades, qualquer conta 
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28 integrante do ativo circulante pode, desde que obedecendo ao prazo men-
cionado, ser classifi cada no realizável a longo prazo. Como exemplo, po-
demos citar empréstimos concedidos a longo prazo, duplicatas a receber a 
longo prazo ou mesmo aplicações fi nanceiras.
1.1.1.3 Ativo permanente
São recursos aplicados em caráter permanente na empresa sem que haja o 
intuito de venda e conseqüente conversibilidade em moeda. Esse pressu-
posto sugere sua diferenciação do ativo circulante e do realizável a longo 
prazo, que são aplicações em giro. Os ativos permanentes, como seguem 
descritos, dividem-se em três subgrupos distintos, a saber:
 Permanente investimentos: São todas aquelas aplicações de caráter per-
manente que não constituem a fi nalidade básica da empresa. Trata-se 
portanto de investimentos feitos em caráter de permanência não relacio-
nados às suas atividades operacionais. Exemplo: imóveis para aluguel, 
terrenos para expansão, ações em outras empresas e obras de arte.
 Permanente imobilizações: Representam as aplicações de caráter per-
manente, destinadas à manutenção da atividade básica da empresa. A 
fi nalidade é o que diferencia um permanente investimento de um per-
manente imobilizado; enquanto o primeiro não se destina à atividade-
fi m* da empresa, o segundo, sim. Exemplo: veículos, máquinas e equi-
pamentos, imóveis, embarcações, marcas e patentes e direitos autorais 
usados nas operações normais da empresa.
 Permanente diferido: São aquelas aplicações em despesas que irão 
trazer benefícios à empresa, ou seja, contribuir para a formação do re-
sultado econômico de mais de um exercício social. É o caso típico dos 
gastos pré-operacionais, que são aplicações que a empresa faz para 
sua constituição e com as quais irá obter retorno por vários exercícios. 
Exemplo: gastos pré-operacionais com pesquisa, modernização, reor-
ganização e implantação de sistemas e métodos.
1.1.2 Passivo
O grupo do passivo – disposto no lado direito do balanço – mostra as obri-
gações da empresa para com terceiros, ou seja, todos os recursos que ela 
tomou para fi nanciar seus investimentos e que terão de ser devolvidos aos 
credores em uma data futura. * A
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29Dentre essas fontes de fi nanciamentos, podem estar inclusos tanto em-
préstimos e fi nanciamentos tomados em instituições fi nanceiras (que re-
presentam passivos fi nanceiros) como pagamento devido ao fornecedor 
por uma compra a prazo, afi nal, a empresa está, nesse caso, utilizando-se 
dos recursos dos fornecedores para fi nanciar seus estoques.
A ordem de lançamento seguida no passivo é o prazo de exigibilidade 
das fontes fi nanciadoras. Assim, as obrigações que tem de ser pagas antes, 
são lançadas no início do passivo.
1.1.2.1 Passivo circulante
Trata-se de todas as obrigações assumidas pela empresa cujo prazo de ven-
cimento é de até um ano recaindo, portanto, no exercício seguinte ao do 
encerramento do balanço. Dentre as possíveis obrigações assumidas pela 
empresa, cujo vencimento se enquadre no curto prazo, podemos citar: 
 pagamentos a fornecedores (duplicatas a pagar), originados de com-
pras a prazo de mercadorias ou matérias-primas; 
 salários a pagar, considerados como fonte de fi nanciamentos da em-
presa, pois o funcionário somente recebe seu pagamento após a con-
tribuição de seu trabalho; 
 impostos a pagar, visto que a empresa é, no que se refere ao repasse 
desses impostos, somente um intermediário entre o contribuinte fi -
nal e o governo, benefi ciando-se do uso desses recursos até quando 
de seu recolhimento pelo governo; 
 outras contas a pagar com prazo de até um ano, em razão de que a 
empresa está se benefi ciando de serviços ou produtos cujo pagamen-
to ainda não foi efetuado;
 empréstimos bancários, facilmente visualizados como fontes fi nancia-
doras quando a empresa toma recursos emprestados e assume a obri-
gação de devolução de seu montante a uma instituição fi nanceira.
1.1.2.2 Exigível a longo prazo 
São registradas neste grupo todas as obrigações assumidas para com ter-
ceiros que vençam em período superior a um ano. Normalmente, incluem 
fi nanciamentos bancários, debêntures e outras obrigações. 
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30 1.1.2.3 Resultado de exercícios futuros 
São receitas referentes a exercícios futuros, deduzidas dos custos a elas 
correspondentes, as quais foram antecipadas e ainda não lançadas como 
tal em função do regime de competência. Tal conceituação, a exemplo do 
que ocorreu com as despesas apropriáveis no exercício seguinte, contraria 
em parte o que se defi niu como fontes de recursos, mas deve-se também à 
absorção do antigo pendente. 
Trata-se de valores já recebidos antecipadamente de terceiros por ser-
viços ou produtos que só serão entregues futuramente e que não podem, 
portanto, ser lançados em receitas, pois estas só devem ser registradas 
quando da ocorrência da atividade que as gerou. Como exemplo, podemos 
citar aluguéis recebidos antecipadamente, pois a contrapartida da receita 
(utilização do imóvel) só será dada no próximo exercício.
1.1.3 Patrimônio líquido 
O PL se encontra do lado direito do balanço por representar, assim como o 
passivo, uma das fontes de fi nanciamento da empresa. Refere-se aos recur-
sos disponibilizados pelos sócios que formam o seu capital próprio. 
É constituído tanto por recursos injetados na organização quando da sua 
abertura, recursos adicionais próprios colocados à disposição da empresa no 
decorrer de suas atividades, quanto pelos lucros gerados por ela que não fo-
ram distribuídos, ou seja, aqueles reaplicados no próprio empreendimento.
Parece bastante coerente que os lucros acumulados façam parte do PL, 
uma vez que, após o pagamento de todas as suas obrigações, o lucro resul-
tante pertence aos proprietários da empresa.
Integram esse grande grupo o capital social, as reservas e os lucros ou 
os prejuízos acumulados.
1.1.3.1 Capital social
Discrimina o montante dos recursos investido pelos sócios ou acionistas 
da empresa. No caso de ações, deve ser discriminado o montante de ca-
pital subscrito e integralizado, cujo pagamento por parte do acionista já 
tenha sido entregue à empresa.
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311.1.3.2 Reservas
São acréscimos ao patrimônio da empresa, normalmente fruto de sua ati-
vidade e dos resultados obtidos. As reservas são classifi cadas, de acordo 
com a sua procedência, em:
 Reservas de capital: Tem como constituição valores oriundos de 
vantagens obtidas na manipulação de capitais, como ágio na emis-
são de ações, ou de aumentos patrimoniais não derivados dos re-
sultados operacionais. Exemplo: correção monetária do capital ou 
doações recebidas.
 Reservas de reavaliação: São aquelas criadas com a intenção de atuali-
zar o valor contábil dos bens do ativo permanente em relação aos seus 
valores de mercado por meio de novas avaliações. Assim, a reavalia-
ção representa a diferença para mais entre o valor de aquisição de 
um bem e seu valor atual. Exemplo: a valorização de um imóvel após 
melhorias nas ruas de acesso.
 Reservas de lucros: São as apropriações de lucros feitas pela empresa, 
as quais se diferenciam das reservas de capital, pois só existem se a 
empresa tiver resultado positivo, enquanto que as de capital inde-
pendem do resultado para serem formadas. Exemplo: reserva legal, 
estatutária, para contingência, para expansão e à realizar.
1.1.3.3 Lucros (ou prejuízos) acumulados
Os lucros, ou prejuízos acumulados, representam a diferença entre tudo o 
que a empresa tem (ativos) e tudo o que a ela tomou de recursos (passivos, 
capital social e reservas) no período. Caso ela tenha mais ativos do que 
fi nanciamentos (de terceiros ou próprios), apresentará lucro acumulado no 
período, mas, se apresentar mais fontes de fi nanciamentos do que ativos, o 
resultado será um prejuízo acumulado. A Figura 1.1 ilustra a relação entre 
ativo, passivo e lucro acumulado.
Cabe lembrar que essa conta é formada pelas transações normais da 
empresa, isto é, caso ela venda mercadorias pelo valor de R$ 200,00, por 
exemplo, e estas tenham sido adquiridas por R$ 150,00 (valor de custo da 
mercadoria lançado no estoque), a transação gerará um lucro de R$ 50,00, 
o qual deve ser registrado no lucro do período. Este, por sua vez, ainda não 
teve seu destino fi nal determinado, podendo no futuro se transformar em 
reservas ou ser diretamente incorporado
ao capital social. 
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32 Figura 1.1 – Formação do lucro acumulado
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Finalmente, após a inclusão de todos esses conceitos, aquela estrutura 
inicial de fontes e aplicações de recursos assume a confi guração que segue, 
a qual retrata o modelo básico do BP, sugerido pela Lei nº 6.404/764.
Tabela 1.1 – Estrutura formal do balanço patrimonial
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Fonte: elaborada a partir de BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Ofi cial 
[da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 17 dez. 1976.
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331.2 Demonstrativo do resultado do exercício 
O DRE é um relatório contábil que permite evidenciar a situação econômi-
ca da organização, ou seja, podemos verifi car, por meio dele, o resultado 
obtido (lucro ou prejuízo) no desenvolvimento de suas atividades, durante 
um determinado período, geralmente igual a um ano. Isso porque esse do-
cumento detalha e quantifi ca o que a empresa recebe (receitas) e o quanto 
ela gasta (custos e despesas).
Da mesma forma como procedemos com o controle de nossas fi nanças 
pessoais, no qual discriminamos nossa renda em determinado período, e 
da qual diminuímos todos os gastos agrupados por tipo de ocorrência, a 
fi m de evidenciar possíveis sobras de dinheiro, o demonstrativo de resul-
tados discrimina as entradas de receitas de uma instituição e verifi ca em 
que foram gastos os recursos de forma a contabilizar o lucro empresarial.
Como forma de padronizar os lançamentos no DRE, estes devem obede-
cer à seguinte ordenação (a qual está representada na Tabela 1.2): da receita 
bruta das vendas são deduzidos os abatimentos e os impostos incidentes 
sobre as vendas, resultando na receita líquida das vendas; desse resultado 
deve ser descontado o custo das mercadorias vendidas para determinar 
o lucro bruto; após, são contabilizadas todas as despesas operacionais de 
forma a atingir o lucro operacional; as despesas e as receitas não-opera-
cionais são descontadas então para chegarmos ao resultado do exercício 
antes das provisões; por fi m, são deduzidas as provisões para contribuição 
social e para o Imposto de Renda, com o objetivo de obtermos o lucro ou o 
prejuízo líquido do exercício.
Na determinação do resultado do exercício, serão computadas, de acor-
do com o princípio da competência, as despesas incorridas no período, in-
dependente de terem sido pagas ou não, e as receitas quando da ocorrência 
da venda, representada pela entrega da mercadoria ou pela efetuação da 
prestação do serviço5 com registro em nota fi scal.
Sob a perspectiva do planejamento fi nanceiro, conhecendo o padrão 
de lucros da empresa, o empresário pode programar suas retiradas ou 
possíveis projetos de reestruturação e expansão, reinvestindo os ganhos 
obtidos no período*. Da mesma forma, se a empresa apresenta prejuízo no 
fi nal do período, o empresário deve buscar possíveis fontes de recursos 
adicionais ou redefi nição de seus gastos e receitas. * N
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34 Tabela 1.2 – Estrutura do demonstrativo do resultado do exercício
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Fonte: elaborada a partir de BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Ofi cial 
[da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 17 dez. 1976.
Uma observação importante deve ser feita quando estamos tratando de 
demonstrativos fi nanceiros. Qualquer número em um demonstrativo que 
se encontre entre parênteses signifi ca um valor negativo. No DRE, portan-
to, as despesas devem ser diminuídas da receita para chegar-se ao resul-
tado do período.
Uma diferença básica deve ser levada em consideração quanto à cons-
trução de um balanço e de um DRE: o balanço patrimonial mostra somente 
a situação da empresa em um dado momento, ou seja, o valor de caixa ou 
de dívidas com fornecedores, por exemplo, é referente ao dia de fechamen-
to do balanço, podendo apresentar saldos diferentes no dia seguinte; já o 
DRE se refere a todo o período, cumulativamente. Assim, no demonstrati-
vo anual, são lançadas todas as vendas, os custos e as despesas ocorridos
durante o ano, e não somente no último dia, como acontece com o balanço 
patrimonial.
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35A seguir, descreveremos cada item constante na demonstração do resul-
tado, conforme apresentado na tabela anterior.
1.2.1 Receita operacional bruta
Refere-se ao valor monetário total da venda dos produtos ou dos serviços 
prestados pela empresa, feitos à vista ou a prazo. Neste item deverá fi gurar 
o saldo referente à venda de mercadorias (no caso de empresas comer-
ciais), à venda de produtos (no caso de empresas industriais) ou, então, à 
prestação de serviços (para empresas prestadoras de serviços).
Convém ressaltar que o valor da receita operacional bruta, devidamente 
contabilizada numa das três contas citadas, corresponde ao valor da venda 
constante na nota fi scal. Nesse total, estão incluídos os valores relativos 
aos impostos incidentes sobre as vendas, como, por exemplo, o Imposto 
Sobre Circulação de Mercadorias – ICMS e o Imposto Sobre Serviços – ISS, 
quando houver. 
1.2.2 Deduções e abatimentos
Neste item são incluídos todos os valores que devem ser abatidos da recei-
ta operacional bruta, como:
 vendas anuladas: referem-se à devolução de mercadorias por diver-
sos motivos, após a nota fi scal já ter sido emitida;
 descontos incondicionais concedidos: são contabilizados quando o 
desconto é concedido posteriormente à entrega do produto, decor-
rentes de defeitos de fabricação ou danos sofridos no transporte, por 
exemplo;
 impostos sobre vendas: são descontados quando da incidência de 
ICMS, do Programa de Integração Social – PIS, da Contribuição para 
Financiamento da Seguridade Social – Cofi ns ou, na prestação de ser-
viços, do ISS sobre o faturamento empresarial.
1.2.3 Receita operacional líquida
Corresponde ao valor da receita operacional bruta, deduzidos os descon-
tos, os impostos sobre o faturamento e as vendas anuladas. Representa 
o que a empresa realmente recebe pelos produtos que vende, ou seja, o 
montante de receita inteiramente destinado à cobertura de seus custos e 
despesas no exercício.
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36 1.2.4 Custos operacionais
Neste item fi guram as seguintes contas, cujos saldos devem ser subtraídos 
da receita operacional líquida: custo das mercadorias vendidas (no caso de 
empresas comerciais), custo dos produtos vendidos (no caso de empresas 
industriais) ou custo dos serviços prestados (para empresas prestadoras 
de serviços).
O custo das mercadorias vendidas – CMV refere-se ao valor de estoque 
das mercadorias vendidas, o qual é obtido pela soma do estoque inicial do 
período com as compras de mercadorias, mais seu valor de frete e seguros, 
menos o estoque fi nal de mercadorias.
O custo dos produtos vendidos – CPV corresponde ao estoque inicial de 
produtos acabados mais o custo da produção acabada no período, menos 
o estoque fi nal de produtos acabados. Esses valores representam os gastos 
diretamente ligados à produção, sendo que estão aí incluídos os materiais 
aplicados ao processo, o custo da mão-de-obra direta e os custos indiretos 
de fabricação.
O custo dos serviços prestados – CSP equivale à soma dos valores gas-
tos em decorrência da prestação dos serviços. Geralmente, são acumu-
lados por ordens de serviços e compreendem os custos da mão-de-obra 
aplicada, os custos de materiais e outros gastos gerais rateados nas ordens 
de serviços.
1.2.5 Lucro bruto
Corresponde à diferença entre a receita operacional líquida e os custos 
operacionais e representa o resultado obtido na exploração da atividade-
fi m da empresa.
Numa empresa comercial, o lucro bruto corresponde ao lucro apurado 
nas transações de compra e venda de mercadorias, não incluindo as re-
ceitas obtidas, por exemplo, com aplicações fi nanceiras ou nas vendas de 
bens do ativo permanente.
1.2.6 Despesas operacionais
Aqui são demonstradas todas as despesas operacionais incorridas no pe-
ríodo para que a empresa complete as suas atividades. No processo ope-
racional, essas despesas podem ser visualizadas em dois estágios: obten-
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37ção das mercadorias e dos produtos a serem vendidos e encaminhamento 
destes aos clientes. Uma possível classifi cação das despesas operacionais é 
apresentada a seguir6:
 despesas com vendas: podem ser exemplifi cadas pelas comissões so-
bre vendas, gastos com propaganda e publicidade, custos com via-
gens e representações; 
 despesas gerais e administrativas: estão indiretamente ligadas à pro-
dução, como gastos com funcionários administrativos, serviços de 
consultoria, aluguel ou materiais de escritório;
 despesas fi nanceiras deduzidas das receitas fi nanceiras: são os gastos 
relativos ao pagamento de juros e encargos sobre as dívidas que a 
empresa levantou para fi nanciar suas atividades, deduzidos os ga-
nhos de mesma natureza.
1.2.7 Lucro operacional
É o resultado obtido da diferença entre o lucro bruto acrescido das demais 
receitas operacionais menos as despesas operacionais. Determina a perda 
ou o ganho gerado pelas atividades da empresa.
Quando o total dos custos operacionais mais as despesas operacionais 
for superior ao total da soma da receita operacional líquida mais as demais 
receitas, esse resultado corresponderá a prejuízo. Logo, a sua denomina-
ção será prejuízo operacional.
1.2.8 Receitas não-operacionais
Receitas não-operacionais são aquelas provenientes de transações estra-
nhas à atividade principal da empresa. No Brasil, somente são considera-
dos não-operacionais os ganhos ou as perdas de capital.7
Dentre os ganhos de capital que formam esse grupo de receitas, pode-
mos citar a venda com ágio de um investimento permanente.
1.2.9 Despesas não-operacionais
São aquelas despesas não relacionadas à atividade principal da empresa, 
as quais representam as perdas de capital. Estas podem ocorrer em fun-
ção da venda de um ativo permanente por valor inferior ao seu registro 
contábil, da desapropriação ou da baixa de um equipamento ainda não 
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38 totalmente depreciado, mas que se torna obsoleto, ou que tenha sofrido 
um desgaste excessivo e por isso se mostre imprestável.
1.2.10 Resultado antes do Imposto de Renda
Corresponde ao lucro ou ao prejuízo operacional somado às receitas não-
operacionais menos as despesas não-operacionais. Representa o ganho da 
empresa após serem descontadas todas as despesas com exceção dos gas-
tos com impostos sobre o lucro.
1.2.11 Provisão para Contribuição Social
A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, assim como o Imposto 
de Renda – IR, é calculada sobre o lucro real da empresa. De acordo com a 
legislação tributária, o lucro real é encontrado a partir do lucro antes do IR 
do exercício ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas 
ou autorizadas por essa mesma legislação. É determinado com base na es-
crituração que o contribuinte deve manter, observando as leis comerciais e 
fi scais, sendo que deve ser demonstrado no Livro de Apurações do Lucro Real 
– Lalur.
As bases para cálculo dessa provisão, bem como as alíquotas, desde a 
sua criação através da Constituição Federal de 1988, têm sofrido constan-
tes alterações por meio da legislação tributária. Dessa forma, é conveniente 
consultar o regulamento do IR para aplicar os critérios de cálculo em vigor, 
em cada ano.8
1.2.12 Provisão para Imposto de Renda
O IR, também calculado sobre o lucro real da empresa, sofre da mesma 
forma alterações através da legislação tributária. Por isso, é sempre conve-
niente consultar o seu regulamento para verifi car as alíquotas e os crité-
rios de cálculo em vigor, em cada ano.
1.2.13 Lucro ou prejuízo líquido do exercício
É o resultado do exercício deduzido da provisão para contribuição social 
e da provisão para o Imposto de Renda. É igual aos ganhos ou às perdas 
líquidas da empresa no exercício, sendo defi nido como a parcela do lucro 
disponível aos sócios. 
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39Após compreendermos a estruturação de cada um dos demonstrativos já 
descritos, estamos em condições de avançar na análise fi nanceira empresarial 
por meio da leitura e da interpretação desses relatórios. Para isso, o próximo 
capítulo se ocupa de descrever as técnicas utilizadas na análise fi nanceira, 
as quais permitem diagnosticar a situação atual das fi nanças empresariais, 
tomando como base o balanço patrimonial e o demonstrativo do resultado.
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Análise fi nanceira
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ara que possamos planejar a captação de fundos adicionais ou a 
aplicação de excedentes de caixa, é preciso que saibamos qual a situação 
fi nanceira atual da empresa. Essa análise, baseada na interpretação dos 
demonstrativos fi nanceiros (análise vertical, análise horizontal e análise 
por meio de índices econômico-fi nanceiros), permite que colhamos di-
versas informações sobre a saúde da organização e fornece o diagnóstico 
necessário da realidade empresarial que embasará um planejamento coe-
rente com esses quesitos.
O quadro apresentado pela instituição em suas demonstrações contá-
beis pode ser analisado por gestores, credores e terceiros que buscarão 
respostas para algumas perguntas básicas como: a empresa tem condições 
de honrar com seus compromissos perante terceiros? A sua capacidade 
econômica encoraja os investidores atuais a manterem seus recursos na 
instituição? A rentabilidade oferecida é sufi cientemente boa para atrair no-
vos fundos? Qual o nível de endividamento atual? 
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44 Para sabermos a respeito da situação da empresa, não precisamos memo-
rizar grande número de nomes e fórmulas de índices. Por exemplo, para um 
credor que deseja saber a capacidade de uma organização, em saldar suas 
dívidas, parece coerente comparar os recursos conversíveis em moeda no 
curto prazo (ativo circulante) com suas obrigações de curto prazo (passivo 
circulante). Para tanto, a análise fi nanceira das empresas pode ser desenvol-
vida a partir das três metodologias básicas, a seguir detalhadas.
2.1 Análise vertical 
O processo das percentagens verticais, também denominado de análise 
vertical, resume-se na determinação da porcentagem de cada conta ou gru-
po de contas em relação ao seu conjunto dentro de um mesmo período. 
Podemos dizer que a análise vertical consiste em transformar as demons-
trações fi nanceiras de valores absolutos em valores relativos, com a fi nali-
dade de facilitar sua leitura.
O balanço que segue será utilizado para mostrar de forma resumida a 
lógica da análise vertical. Para isso, o total do ativo e o do passivo foram 
tomados como base (possuem valor 100%), determinando a composição 
de seus grupos. Para realizar tais
cálculos, como mostrado a seguir, basta 
aplicar uma regra de três simples a exemplo de ativo circulante, realizável 
a longo prazo e de patrimônio líquido: 
Ativo circulante: 
1.200 ---- x x = 1.200 · 100 = 37,50%
3.200 ---- 100 3200
Realizável a longo prazo: 
500 ---- x x = 500 · 100 = 15,62%
3.200 ---- 100 3200
Patrimônio líquido: 
2.100 ---- x x = 2.100 · 100 = 65,63%
3.200 ---- 100 3.200
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45Tabela 2.1 – Análise vertical de um balanço patrimonial 
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???????????????????????? ??? ?????? ?????????????? ??? ??????
?????????? ????? ?????? ?????????????????? ????? ??????
??????????????????? ??? ?????? ?????????????? ????? ??????
???????????? ??? ?????? ??????????????? ??? ?????
??????????? ????? ???? ????????????? ????? ????
Interpretação: Nesse exemplo, a análise vertical evidencia que a empre-
sa possui mais de 50% — 37,5% + 15,62% — de seus investimentos concen-
trados em atividades de giro e que o fi nanciamento dessas atividades é 
feito principalmente por capital próprio: 65,63%.
A análise vertical pode ser utilizada tanto para determinar a proporção 
de uma conta em relação ao total do ativo como para verifi car sua rela-
ção com seu grupo, como, por exemplo, quando se analisa a proporção de 
estoques relativa ao ativo circulante. Nesse caso, o valor do grupo ativo 
circulante será tomado como base 100%.
A seguir, utilizamos essa mesma técnica para analisar a estrutura re-
lativa de um demonstrativo do resultado. Aqui, o valor referente à receita 
líquida de vendas é tomado como base 100%, pois este é a receita efetiva-
mente destinada à empresa, já descontadas as deduções, os abatimentos e 
os impostos sobre vendas.
A determinação dos percentuais é dada da mesma forma por regra de três, 
como exemplifi cado com custo das mercadorias vendidas e lucro líquido:
Custo das mercadorias vendidas: 
8.220 ---- 100 x = 3.700 · 100 = 45,01%
3.700 ---- x 8.220
Lucro líquido: 
8.220 ---- 100 x = 2.110 · 100 = 25,67%
2.110 ---- x 8.220
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46 Tabela 2.2 – Análise vertical de um demonstrativo do resultado do exercício
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?????
?????
???
???
????
??????
??????
??????
??????
?????
?????
??????
A análise vertical do demonstrativo do resultado mostra que o custo 
das mercadorias vendidas pela empresa representa 45,01% de sua receita 
de venda, e a empresa apresenta uma lucratividade de 25,67% sobre o fa-
turamento líquido.
2.2 Análise horizontal 
Realizada a partir de demonstrativos consecutivos, ou seja, de pelo menos 
dois períodos em seqüência, a análise horizontal permite avaliar a evolução 
de cada elemento patrimonial e de resultado ao longo de diversos períodos. 
Para tanto, consideramos o ano mais antigo da série como base para cal-
cular números-índice de cada conta do demonstrativo. Assim, cada conta 
do ano base é tomada como 100% e é possível analisar acréscimos ou de-
créscimos de seu saldo nos anos posteriores.
Encontramos diferentes formas de apresentação da análise horizontal, o 
que, no entanto, leva sempre à mesma interpretação: podemos apresentar 
a variação de um ano para o outro, primeiro, na forma de diminuição ou 
aumento de percentual – se uma conta aumentou 5% em relação ao ano an-
terior, é esse o percentual que aparecerá na análise; segundo, na forma de 
percentual direto sobre o ano anterior – se o saldo da conta crescer 5%, o 
número-índice será de 105% em relação ao ano anterior; terceiro, na forma 
de índice – no caso, 1,051.
Optamos aqui por apresentar a análise horizontal sob a forma de per-
centual direto sobre o ano base. Assim, o valor encontrado evidencia quan-
to que o saldo atual representa em relação ao saldo anterior. 
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47Na Tabela 2.3, consideramos o BP resumido de uma empresa fi ctícia 
correspondente aos anos de 2004 e 2005. Os valores de cada grupo, no 
ano de 2004, foram tomados como base para a analisar a variação do ano 
seguinte. Para calculá-la, basta realizar, como nos casos anteriores, uma 
regra de três simples. Os exemplos utilizados são do ativo permanente, 
total do ativo, passivo circulante e exigível a longo prazo:
Permanente: 
1.500 ---- 100 x = 1.600 · 100 = 106,67%
1.600 ---- x 1.500
Total ativo: 
3.200 ---- 100 x = 3.500 · 100 = 109,38%
3.500 ---- x 3.200
Passivo circulante: 
600 ---- 100 x = 500 · 100 = 83,33%
500 ---- x 600
Exigível a longo prazo: 
500 ---- 100 x = 900 · 100 = 180%
900 ---- x 500
A análise horizontal permite ao gestor comparar a evolução e a ten-
dência de cada conta do balanço em relação à evolução total do negócio, 
concentrando sua atenção nos itens mais críticos ou de interesse, o que 
possibilita identifi car as alterações na composição da estrutura patrimo-
nial e sua relação com o resultado organizacional.
A análise horizontal completa evidencia um aumento nos investimen-
tos permanentes da empresa — mais 6,67% — e nos recursos disponíveis 
em curto prazo — ativo circulante 25% maior — o que está sendo fi nancia-
do basicamente por recursos tomados a longo prazo pela empresa — cres-
cimento de 80% no exigível a longo prazo. 
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