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O FAZER DO PSICÓLOGO NA SAÚDE

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O início da prática da Psicologia da Saúde tem base na década de 1950 com 
influencias consideráveis da visão cartesiana e do modelo biomédico de atendimento. 
Então, a psicologia da saúde usa dessa base de saber, o qual era voltado a 
diagnosticar e tratar doenças e que tinha uma visão dualista do indivíduo, com a 
interação de mente e corpo. Posteriormente, se obriga a entender o homem como um 
indivíduo que está vulnerável nos contextos orgânicos, sociais, psicológicos, culturais 
e outros que influenciam a saúde. 
 Durante o século XX, houve o debate de que os fatores psicológicos 
interferem a etiologia de doenças somáticas, ou seja, teve um reconhecimento de que 
o psicológico está diretamente ligado a causas e surgimento de doenças que afetam 
o funcionamento de outros órgãos do corpo. Esse acontecimento amparou um 
movimento no qual era questionado o modelo biomédico da assistência à saúde. 
 O conceito saúde varia de cultura para cultura e seus valores são transmitidos 
a partir de meios de comunicação em massa. Para esses âmbitos sociais, a saúde e 
a doença têm uma relação com o ser humano enquanto ser total, transcendendo o 
senso de corpo individual e social. 
 A psicologia da saúde segue o modelo biopsicossocial, rompendo os 
paradigmas anteriores de causa e efeito, passa a relacionar as questões de saúde-
doença considerando o indivíduo dentro da interação e integração de fatores 
biológicos, psicológicos e socais. Além disso, ela prioriza a promoção, prevenção, 
manutenção e tratamento das doenças através da pauta entre os fatores psicossociais 
como: idade, gênero, status, etc. 
 Para Guimarães, Grubits e Freire (2007, p. 28) a psicologia da saúde é um 
conjunto multidisciplinar para a promoção, manutenção e aperfeiçoamento das 
questões gerais de saúde. Dito isso, a atuação do profissional se da dentro do 
contexto social, envolvendo serviços à comunidade, ensino e pesquisa. Já Angerami-
Camon (2009) conceitua a Psicologia da saúde como sendo um conjunto de práticas 
que atuem numa integração da saúde mental com a saúde física e social do paciente. 
Ambas os conceitos de diferentes autores trazem algo em comum: a 
multidisciplinaridade, a qual tenta explicar e compreender o sofrimento do indivíduo 
articulando com sua subjetividade. 
 Para ANGERAMI-CAMON (2009) a psicologia da saúde tenta investir na 
humanização dos atendimentos a partir de uma dimensão interdisciplinar. Guimarães, 
Grubits e Freire (2007) reforça isso destacando três principais abordagens na 
psicologia da saúde: a psicologia da saúde clínica, no sentido das ações no âmbito do 
sistema de saúde; a psicologia da saúde pública, com as ações que visam a melhoria 
da saúde da população em geral, tendo destaque em grupos vulneráveis; e, por fim, 
a psicologia da saúde comunitária, visando a promoção da saúde mental e física das 
famílias e comunidades. 
 A atuação do profissional dentro da área da psicologia da saúde se 
desenvolveu com mais força na década de 1970, porém, apenas em 1980, com a 
chegada do 1º Encontro Nacional de Psicólogos da Área Hospitalar, que houve uma 
grande busca por estes profissionais dentro das Instituições Públicas. Já em 1990, 
houve um maior reconhecimento da importância do psicólogo na grande 
interdisciplinar da saúde. 
 Aguiar et al. (2004), destaca que o psicólogo da saúde deve enfatizar a 
comunicação profissional-paciente, o mínimo de assimetria possível e a participação 
do paciente nas decisões que envolvem seu tratamento. 
 Além disso, outro destaque se da na comunicação interdisciplinar, levando em 
consideração as relações humanas e sociais. Martins e Rocha Júnior (2001) reforça 
isso na questão do trabalho da psicologia dentro de instituições de saúde, a qual teve 
a objetificação da integração da psicologia na educação médica, dando ênfase na 
atuação voltada a humanização dos atendimentos. 
 O Psicólogo dentro da rede básica de saúde atuaria na organização dos 
aspectos precários do SUS, que pressupõe uma rede de serviços integradas e 
regionalizada, desde a atenção primária até a atenção terciária. 
 A psicologia, ao longo dos anos, busca ampliar o leque do seu campo de 
atuação, quebrando paradigmas da psicologia clínica, organizacional e educacional. 
Porém, para isso, deve haver um investimento em uma formação adequada, 
ultrapassando a graduação e se instaurando em especialização, visto que, a 
graduação tem o dever de apresentar um longo percurso de formação continuada. 
Dessa forma, é possível colocar o psicólogo ao trabalho interdisciplinar, cuja agora, 
sua preocupação está voltada a melhoria das condições de saúde e de qualidade de 
vida em sua totalidade. 
 
 
 
Delevati, D. M., & Souza, A. R. B. de. (2013). O fazer do psicólogo na saúde. 
Caderno De Graduação - Ciências Biológicas E Da Saúde - UNIT - ALAGOAS, 1(2), 
79–87. Recuperado de <https://periodicos.set.edu.br/fitsbiosaude/article/view/620>. 
Acesso em 12 de setembro de 2021.

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