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Livro Gestão de Suprimentos

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Gestão de Suprimentos 
 
Gestão de Suprimentos 
Antonio Machado de Souza Neto 
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Gestão de Suprimentos 
 
DIREÇÃO SUPERIOR 
Chanceler Joaquim de Oliveira 
Reitora Marlene Salgado de Oliveira 
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira 
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira 
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves 
 
DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA 
Assessora Andrea Jardim 
 
FICHA TÉCNICA 
Texto: Antonio Machado de Souza Neto 
Revisão Ortográfica: Natália Barci de Souza 
Projeto Gráfico: Andreza Nacif, Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos, Marcos Antonio Lima 
da Silva e Ruan Carlos Vieira Fausto 
Editoração: Antonia Machado 
Supervisão de Materiais Instrucionais: Janaina Gonçalves de Jesus 
Ilustração: Eduardo Bordoni 
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
 
COORDENAÇÃO GERAL: 
Departamento de Ensino a Distância 
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br 
 
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói. 
S729a Souza Neto, Antonio Machado de. 
Administração de recursos materiais e patrimoniais / 
Antonio Machado de Souza Neto ; revisão de Natália Barci de 
Souza. – Niterói, RJ: EAD/UNIVERSO, 2012. 
158 p. : il. 
 
1. Administração de material. 2. Almoxarifado. 3. Estoque. 4. 
Compras por atacado. 5. Administração de empresas. I. Souza, 
Natália Barci de. II. Título. 
CDD 658.7 
Bibliotecária: Elizabeth Franco Martins – CRB 7/4990 
 
Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC 
pelo conteúdo do texto formulado. 
© Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira. 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma 
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora 
da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). 
 
Gestão de Suprimentos 
 
 
Palavra da Reitora 
 
Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, 
exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de 
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes 
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi 
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero 
bem-sucedidas mundialmente. 
São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio 
dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço 
presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio 
tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se 
responsável pela própria aprendizagem. 
O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que 
permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo 
momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de 
nossa plataforma. 
Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores 
especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são 
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. 
A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a 
distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo 
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, 
graduação ou pós-graduação. 
Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando 
as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o 
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. 
 
Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD 
Professora Marlene Salgado de Oliveira 
Reitora.
Gestão de Suprimentos 
 
Gestão de Suprimentos 
 
 
 
 
Sumário 
 
1. Apresentação da disciplina ....................................................................................... 07 
2. Plano da disciplina ..................................................................................................... 09 
3. Unidade 1 – A Evolução e Conceitos da Administração de Materiais: 
Suas Funções e Objetivos................................................................................................... 11 
4. Unidade 2 – A Informação Sistêmica: A Estrutura, Organização e 
Normalização da Administração de Materiais nas Organizações ................................. 29 
5. Unidade 3 – Gestão Econômica, Análise e Previsão dos Estoques ................... 45 
6. Unidade 4 – Custos de Estoque e Estoque de Segurança ...................................... 69 
7. Unidade 5 – Utilização da Curva ABC ........................................................................ 91 
8. Unidade 6 – A Função Compras, a Classificação de Compras e a 
Determinação e Seleção de Fornecedores ...................................................................... 107 
9. Considerações finais .................................................................................................. 147 
10. Conhecendo a autora ............................................................................................... 149 
11. Referências .................................................................................................................. 151 
12. Anexos ......................................................................................................................... 153 
 
 
Gestão de Suprimentos 
 
6 
Gestão de Suprimentos 
 
7 
 
Apresentação da Disciplina 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à disciplina Gestão de Suprimentos. 
A administração de materiais sofreu um grande impacto inovador a partir do 
momento em que as empresas procuraram incorporar as novas tecnologias 
vigentes na gestão de materiais. 
A partir de então, a administração de recursos materiais desenvolveu-se 
criando novos objetivos e destes desenvolveram-se novas técnicas para atingir 
estes objetivos, sempre buscando um aumento de eficiência no sistema produtivo 
como um todo, traduzindo-se na redução dos custos operacionais e na busca da 
eficiência organizacional. 
Se observarmos como um sistema, as atividades da administração de materiais 
iniciam-se no fornecedor de matérias-primas, passando pela produção, pelo fluxo 
de transformações dessa matéria-prima em produtos ou serviços e, finalmente, 
chegando à ponta de consumo, nas prateleiras e gôndolas dos varejistas e clientes. 
O importante é otimizar o investimento em estoques, aumentando o uso 
eficiente dos meios de planejamento e controle, minimizando as necessidades de 
investimento em estoques. 
Descobrir fórmulas, modelos matemáticos de redução de estoques sem 
colapso da produção e sem aumento de custos, é sem dúvida um grande desafio. 
Essa disciplina foi elaborada de forma a contemplar as principais técnicas e 
conceitos usados atualmente nas empresas. 
 
Gestão de Suprimentos 
 
8 
 
Estaremos sempre por perto no sentido de colaborar na realização de suas 
tarefas. 
Bons estudos! 
 
Gestão de Suprimentos 
 
9 
Plano da Disciplina 
 
A disciplina Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais tem como 
objetivo principal desenvolver e aplicar técnicas, sempre buscando um aumento 
de eficiência no sistema produtivo como um todo, traduzindo-se na redução dos 
custos operacionais e na busca da eficiência organizacional. 
A disciplina foi dividida em seis unidades, que estão divididas em tópicos com 
o objetivo de facilitar a compreensãodos conteúdos, bem como a estrutura da 
administração de recursos materiais. 
Vejamos: 
 
Unidade 1 – A Evolução e Conceitos da Administração de Materiais: Suas 
Funções e Objetivos 
Objetivos: compreender a importância da administração de materiais no 
contexto empresarial, conhecer as diversas áreas operacionais da administração de 
materiais e a importância da administração de materiais para redução de custos 
nas empresas. 
 
Unidade 2 – A Informação Sistêmica: A Estrutura, Organização e 
Normalização da Administração de Materiais nas Organizações 
Objetivos: compreender o enfoque sistêmico da administração de materiais, 
entender a estrutura da administração de materiais nas organizações e entender a 
terminologia usada na administração de materiais. 
 
Unidade 3 - Gestão Econômica, Análise e Previsão dos Estoques 
Objetivos: compreender a importância de fazer previsões, aplicar modelos de 
previsão de demanda, entender tendências e sazonalidades e entender o controle 
das previsões. 
Gestão de Suprimentos 
 
10 
 
Unidade 4 – Custos de Estoque e Estoque de Segurança 
Objetivos: conhecer os custos envolvidos na gestão de estoques, determinar 
o lote econômico, frequências para compras e estabelecer estoques mínimos e 
máximos para os itens de estoques. 
 
Unidade 5 - Utilização da Curva ABC 
Objetivos: compreender a necessidade da aplicação da curva ABC, verificar 
técnicas para análise dos itens de estoque e usar a curva ABC para o processo de 
tomada de decisão. 
 
Unidade 6 - A Função Compras, a Classificação de Compras e a 
Determinação e Seleção de Fornecedores 
Objetivos: compreender a importância estratégica da função compras nas 
empresas, a centralização e a descentralização das compras, a importância do 
processo de negociação, a importância do cadastro de fornecedores. Compreender 
a dinâmica das compras e o mercado fornecedor e a importância da avaliação de 
fornecedores. 
 
 
Gestão de Suprimentos 
 
11 
A Evolução e Conceitos de 
Administração de 
Materiais: Suas Funções e 
Objetivos 
Definição de Administração de Materiais. 
A Evolução. 
Conceitos de Administração de Materiais: Suas Funções e Objetivos. 
Objetivos Principais da Administração de Materiais e Recursos 
Patrimoniais. 
Terminologias Utilizadas na Administração de Materiais. 
 
1 
Gestão de Suprimentos 
 
 
12 
 
Nesta primeira unidade estudaremos a evolução da administração de 
materiais. Veremos que esta atividade existe desde a mais remota época. Produzir, 
estocar, trocar objetos e mercadorias é algo tão antigo quanto à existência do ser 
humano. 
Vamos lá! 
 
Objetivos da Unidade: 
Compreender a importância da administração de materiais no contexto 
empresarial; 
Conhecer as diversas áreas operacionais da administração de materiais e a 
importância da administração de materiais para redução de custos nas empresas; 
Entender a terminologia usada na administração de materiais. 
 
Plano da Unidade: 
 Definição de Administração de Materiais. 
 A Evolução. 
 Conceitos de Administração de Materiais: Suas Funções e Objetivos. 
 Objetivos Principais da Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. 
 Terminologias Utilizadas na Administração de Materiais. 
 
Bons Estudos. 
 
Gestão de Suprimentos 
 
 
13 
 
Definição de Administração de Materiais 
 
A Administração de Materiais é definida como sendo um conjunto de 
atividades desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma centralizada ou não, 
destinadas a suprir as diversas unidades com os materiais necessários ao 
desempenho normal das respectivas atribuições. Tais atividades abrangem desde o 
circuito de reaprovisionamento, inclusive compras, o recebimento, a armazenagem 
dos materiais, o fornecimento dos mesmos aos órgãos requisitantes, até as 
operações gerais de controle de estoques etc. 
Em outras palavras, a Administração de Materiais visa a garantia de existência 
contínua de um estoque, organizado de modo a nunca faltar nenhum dos itens 
que o compõem, sem tornar excessivo o investimento total. 
 
A Evolução 
 
A atividade de material existe desde a mais remota época, através das trocas 
de caças e de utensílios até chegarmos aos dias de hoje, passando pela Revolução 
Industrial. Produzir, estocar, trocar objetos e mercadorias é algo tão antigo quanto 
a existência do ser humano. 
A Revolução Industrial, meados do século XVIII, acirrou a concorrência de 
mercado e sofisticou as operações de comercialização dos produtos, fazendo com 
que “compras” e “estoques” ganhassem maior importância. Esse período foi 
marcado por modificações profundas nos métodos do sistema de fabricação e 
estocagem em maior escala. 
O trabalho, até então, totalmente artesanal foi em parte substituído pelas 
máquinas, fazendo com que a produção evoluísse para um estágio 
tecnologicamente mais avançado e os estoques passassem a ser vistos sob outro 
prisma pelas administrações. A constante evolução fabril, o consumo, as exigências 
dos consumidores, o mercado concorrente e novas tecnologias deram novo 
impulso à Administração de Materiais. Isso fez com que a mesma fosse vista como 
uma arte e uma ciência das mais importantes para o alcance dos objetivos de uma 
organização, seja ela qualquer que fosse. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
14 
 
Um dos fatos mais marcantes e que comprovaram a necessidade de que 
materiais devem ser administrados cientificamente foi, sem dúvida, as duas 
grandes guerras mundiais, isso sem contar com outros desejos de conquistas 
como, principalmente, o empreendimento de Napoleão Bonaparte. Em todos os 
embates ficou comprovado que o fator abastecimento ou suprimento se constituiu 
em elemento de vital importância e que determinou o sucesso ou o insucesso dos 
empreendimentos. Soldados e estratégias, por mais eficazes que fossem, eram 
insuficientes para o alcance dos resultados esperados. Munições, equipamentos, 
víveres, vestuários adequados, combustíveis foram, são e serão necessários 
sempre, no momento oportuno e no local certo, isto quer dizer que administrar 
materiais é como administrar informações: “quem os têm quando necessita, no 
local e na quantidade necessária, possui ampla possibilidade de ser bem sucedido”. 
 
Para refletir: Nos dias de hoje, qual será a importância da 
Administração de Materiais no projeto de instalação de uma nova unidade 
produtiva na empresa? 
 
Conceitos de Administração de Materiais: Suas Funções e 
Objetivos 
 
O Enfoque Sistêmico 
A Administração de Materiais moderna é conceituada e estudada como um 
Sistema Integrado em que diversos subsistemas próprios interagem para constituir 
um todo organizado. Destina-se a dotar a administração dos meios necessários ao 
suprimento de materiais imprescindíveis ao funcionamento da organização, no 
tempo oportuno, na quantidade necessária, na qualidade requerida e pelo menor 
custo. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
15 
 
A oportunidade, no momento certo para o suprimento de materiais, influi no 
tamanho dos estoques. Assim, suprir antes do momento oportuno acarretará, em 
regra, estoques altos, acima das necessidades imediatas da organização. Por outro 
lado, a providência do suprimento após esse momento poderá levar à falta do 
material necessário ao atendimento de determinada necessidade da 
administração. Do mesmo modo, o tamanho do Lote de Compra acarreta as 
mesmas consequências: quantidades além do necessário representam inversões 
em estoques ociosos, assim como, quantidades aquém do necessário podem levar 
à insuficiência de estoque, o que é prejudicial à eficiência operacional da 
organização. 
Estes dois eventos, tempo oportuno e quantidade necessária, acarretam, se mal 
planejados, além de custos financeiros indesejáveis, lucros cessantes, fatores esses 
decorrentes de qualquer uma das situações assinaladas. 
Da mesma forma, a obtenção de material sem os atributos da qualidade 
requeridapara o uso a que se destina acarreta custos financeiros maiores, retenções 
ociosas de capital e oportunidades de lucro não realizadas. Isto porque materiais, 
nestas condições, podem implicar em paradas de máquinas, defeitos na fabricação 
ou no serviço, inutilização de material, compras adicionais etc. 
Os subsistemas da Administração de Materiais, integrados de forma sistêmica, 
fornecem, portanto, os meios necessários à consecução das quatro condições 
básicas alinhadas acima, para uma boa Administração de Material. 
Decompondo esta atividade através da separação e identificação dos seus 
elementos componentes, encontramos as seguintes subfunções típicas da 
Administração de Materiais, além de outras mais específicas de organizações mais 
complexas: 
1 – Subsistemas Típicos: 
a) Controle de Estoques. 
b) Classificação de Material. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
16 
 
c) Aquisição / Compra. 
d) Armazenagem. 
e) Movimentação de Material. 
f) Inspeção de Recebimento. 
g) Cadastro e Diligenciamento. 
 
2 – Subsistemas Específicos: 
a) Inspeção de Suprimento. 
b) Padronização e Normalização de Material. 
c) Transporte de Material. 
d) Alienação de Material. 
 
Todos estes subsistemas não aparecem configurados na Administração de 
Material de qualquer organização. As partes componentes desta função dependem 
do tamanho, do tipo e da complexidade da organização, da natureza, de sua 
atividade-fim e do número de itens do inventário. 
Cada uma das subfunções tem um objetivo pré-determinado dentro do 
Sistema de AM, a saber: 
 
Subsistemas Típicos – Descrição: 
a) Controle de Estoque: subsistema responsável pela gestão econômica dos 
estoques, através do planejamento e da programação de material, 
compreendendo a análise, a previsão, o controle e o ressuprimento de material. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
17 
 
b) Classificação de Material: subsistema responsável pela identificação 
(especificação), classificação, codificação, cadastramento e catalogação de material. 
c) Aquisição/Compra de Material: subsistema responsável pela gestão, 
negociação e contratação de compras de material através do processo de licitação. 
d) Armazenagem: subsistema responsável pela gestão física dos estoques, 
compreendendo as atividades de guarda, preservação, embalagem, recepção e 
expedição de material, segundo determinadas normas e métodos de 
armazenamento. 
e) Movimentação de Material: subsistema encarregado do controle e 
normalização das transações de recebimento, fornecimento, devoluções, 
transferências de materiais e quaisquer outros tipos de movimentações de entrada 
e de saída de material. 
f) Inspeção de Recebimento: subsistema responsável pela verificação física e 
documental do recebimento de material, podendo ainda encarregar-se da 
verificação dos atributos qualitativos pelas normas de controle de qualidade. 
g) Cadastro e Diligenciamento: subsistema encarregado do cadastramento 
de fornecedores, pesquisa de mercado e diligenciamento das compras. 
 
Subsistemas Específicos – Descrição: 
a) Inspeção de Suprimentos: subsistema de apoio responsável pela 
verificação da aplicação das normas e dos procedimentos estabelecidos para o 
funcionamento da AM em toda a organização, analisando os desvios da política de 
suprimento traçada pela administração e proporcionando soluções. 
b) Padronização e Normalização: subsistema de apoio ao qual cabe a 
obtenção de menor número de variedades existentes de determinado tipo de 
material, por meio de unificação e especificação dos mesmos, propondo medidas 
de redução de estoques. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
18 
 
c) Transporte de Material: subsistema de apoio que se responsabiliza pela 
política e pela execução do transporte, movimentação e distribuição de material. 
d) Alienação de Material: subsistema de apoio responsável pelo estudo e 
proposição de alienação por venda, doação, permuta e canalização de itens 
inservíveis, obsoletos e irrecuperáveis da organização. 
 
A integração dessas subfunções funciona como um sistema de engrenagens 
que aciona a Administração de Material e permite a interface com outros sistemas 
da organização. 
Assim, quando um item de material é recebido do fornecedor, houve, antes, 
todo um conjunto de ações inter-relacionadas para esse fim: o subsistema de 
Controle de Estoque aciona o subsistema de Compras que recorre ao subsistema 
de Cadastro e Diligenciamento etc. 
Quando há um recebimento de material pelo almoxarifado, o subsistema de 
Inspeção é acionado, de modo que os itens aceitos pela inspeção física e 
documental são encaminhados ao subsistema de Armazenagem para guarda nas 
unidades de estocagem próprias e demais providências, ao mesmo tempo em que 
o subsistema de Controle de Estoque é informado para proceder aos registros 
físicos e contábeis da movimentação de entrada. O subsistema de Cadastro e 
Diligenciamento também é informado para encerrar o dossiê de compras e 
processar as anotações cadastrais pertinentes ao fornecimento. 
Os materiais recusados pelo subsistema de Inspeção são devolvidos ao 
fornecedor. A devolução é providenciada pelo subsistema de Aquisição que aciona 
o fornecedor para essa providência após ser informado, pela Inspeção, que o 
material não foi aceito. Igualmente, o subsistema de Cadastro é informado do 
evento para providenciar o encerramento do processo de compra e processar, no 
cadastro de fornecedores, os registros pertinentes. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
19 
 
Quando o material é requisitado dos estoques, este evento é comunicado ao 
subsistema de Controle de Estoque pelo subsistema de Armazenagem. Este 
procede à baixa física e contábil, podendo gerar, com isso, uma ação de 
ressuprimento. Neste caso, é emitida pelo subsistema de Controle de Estoques 
uma ordem ao subsistema de Compras, para que o material seja comprado de um 
dos fornecedores cadastrados e habilitados junto à organização pelo subsistema 
de Cadastro e Diligenciamento. 
Após a concretização da compra, o subsistema de Diligenciamento é acionado 
para que providencie, junto aos fornecedores, o cumprimento do prazo de entrega 
contratual, iniciando o ciclo, novamente, por ocasião do recebimento de material. 
 
Objetivos Principais da Administração de Materiais e 
Recursos Patrimoniais 
 
 Preço Baixo: este é o objetivo mais óbvio e, certamente, um dos mais 
importantes. Reduzir o preço de compra implica em aumentar os lucros, se 
for mantida a mesma qualidade. 
 Alto Giro de Estoques: implica em melhor utilização do capital, aumentando 
o retorno sobre os investimentos e reduzindo o valor do capital de giro. 
 Baixo Custo de Aquisição e Posse: dependem fundamentalmente da 
eficácia das áreas de Controle de Estoques, Armazenamento e Compras. 
 Continuidade de Fornecimento: é resultado de uma análise criteriosa 
quando da escolha dos fornecedores. Os custos de produção, expedição e 
transportes são afetados diretamente por este item. 
 Consistência de Qualidade: a área de materiais é responsável apenas pela 
qualidade de materiais e serviços provenientes de fornecedores externos. Em 
algumas empresas, a qualidade dos produtos e/ou serviços constitui-se no 
único objetivo da Gerência de Materiais. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
20 
 
 Despesas com Pessoal: obtenção de melhores resultados com a mesma 
despesa ou, mesmo resultado com menor despesa. Em ambos os casos, o 
objetivo é obter maior lucro final. 
 Às vezes compensa investir mais em pessoal porque se pode alcançar, com 
isto, outros objetivos, propiciando maior benefício com os custos. 
 Relações Favoráveis com Fornecedores: a posição de uma empresa no 
mundo dos negócios é, em alto grau, determinada pela maneira como 
negocia com seus fornecedores. 
 Aperfeiçoamento de Pessoal: toda unidade deve estar interessada em 
aumentar a aptidão de seu pessoal. 
Bons Registros: são considerados como o objetivo primário, pois contribuempara o papel da Administração de Material na sobrevivência e nos lucros da 
empresa, de forma indireta. 
 
Terminologias Utilizadas na Administração de Material 
 
Artigo ou Item: designa qualquer material, matéria-prima ou produto acabado 
que faça parte do estoque. 
Unidade: identifica a medida, tipo de acondicionamento, características de 
apresentação física (caixa, bloco, rolo, folha, litro, galão, resma, vidro, peça, 
quilograma, metro etc.). 
Pontos de Estocagem: locais onde os itens em estoque são armazenados e 
sujeitos ao controle da administração. 
Estoque: conjunto de mercadorias, materiais ou artigos existentes fisicamente 
no almoxarifado à espera de utilização futura e que permite suprir regularmente os 
usuários, sem causar interrupções às unidades funcionais da organização. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
21 
 
Estoque Ativo ou Normal: é o estoque que sofre flutuações quanto à 
quantidade, volume, peso e custo em consequência de entradas e saídas. 
Estoque Morto ou Inativo: não sofre flutuações, é estático. 
Estoque Empenhado ou Reservado: quantidade de determinado item, com 
utilização certa, comprometida previamente e que por alguma razão permanece 
temporariamente em almoxarifado. Está disponível somente para uma aplicação 
ou unidade funcional específica. 
Estoque de Recuperação: quantidades de itens constituídas por sobras de 
retiradas de estoque, salvados (retirados de uso através de desmontagens) etc., não 
em condições de uso, mas passíveis de aproveitamento após recuperação, 
podendo vir a integrar o Estoque Normal ou Estoque de Materiais Recuperados, 
após a obtenção de suas condições normais. 
Estoque de Excedentes, Obsoletos ou Inservíveis: constitui as quantidades de 
itens em estoque, novos ou recuperados, obsoletos ou inúteis que devem ser 
eliminados. Constitui um Estoque Morto. 
Estoque Disponível: é a quantidade de um determinado item existente em 
estoque, livre para uso. 
Nota: Estoque Disponível = Estoque Ativo menos Estoque Empenhado. 
Estoque Teórico: é o resultado da soma do disponível com a quantidade 
pedida, aguardando o fornecimento. 
Nota: Estoque Teórico = Estoque Disponível mais Quantidade Pedida. 
Estoque Mínimo, de Segurança, de Proteção ou de Reserva: é a menor 
quantidade de um artigo ou item que deverá existir em estoque para prevenir 
qualquer eventualidade ou emergência (falta) provocada por consumo anormal ou 
atraso de entrega. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
22 
 
Estoque Médio, Operacional: é considerado como sendo a metade da 
quantidade necessária para um determinado período mais o Estoque de 
Segurança. 
Estoque Máximo: é a quantidade necessária de um item para suprir a 
organização em um período estabelecido mais o Estoque de Segurança. 
Ponto de Pedido, Limite de Chamada ou Ponto de Ressuprimento: é a 
quantidade de item de estoque que ao ser atingida requer a análise para 
ressuprimento do item. Normalmente, é obtida através do resultado da soma do 
Estoque Mínimo com o produto do Consumo Médio, em um período, pelo Tempo 
de Reposição. 
Nota: Pr = EMn + (CMd x Tr). 
PR = Ponto de Ressuprimento 
EMn = Estoque Mínimo 
Cmd = Consumo médio 
Tr = Tempo de reposição 
Ponto de Chamada de Emergência: é a quantidade que, quando atingida, 
requer medidas especiais para que não ocorra ruptura no estoque. Normalmente, é 
igual a metade do Estoque Mínimo. 
Ruptura de Estoque: ocorre quando o estoque de determinado item zera 
(E=0). A continuação das solicitações e o não atendimento a caracteriza. 
Frequência: é o número de vezes que um item é solicitado ou comprado em 
um determinado período. 
Quantidade a Pedir: é a quantidade de um item que deverá ser fornecida ou 
comprada. 
Tempo de Tramitação Interna: é o tempo que um documento leva desde o 
momento em que é emitido até o momento em que a compra é formalizada. 
Prazo de Entrega: tempo decorrido da data de formalização do contrato 
bilateral de compra até a data de recebimento da mercadoria. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
23 
Tempo de Reposição e Ressuprimento: tempo decorrido desde a emissão do 
documento de compra (requisição) até o recebimento da mercadoria. 
Requisição ou Pedido de Compra: documento interno que desencadeia o 
processo de compra. 
Coleta ou Cotação de Preços: documento emitido pela unidade de Compras, 
solicitando ao fornecedor Proposta de Fornecimento. Esta Coleta deverá conter 
todas as especificações que identifiquem individualmente cada item. 
Proposta de Fornecimento: documento no qual o fornecedor explicita as 
condições nas quais se propõe a atender (preço, prazo de entrega, condições de 
pagamento etc.). 
Mapa Comparativo de Preços: documento que serve para confrontar 
condições de fornecimento e decidir sobre a mais viável. 
Contato, Ordem ou Autorização de Fornecimento: documento formal, 
firmado entre comprador e fornecedor, que juridicamente deve garantir a ambos 
(fornecimento x pagamento). 
Custo Fixo: é o custo que independe das quantidades estocadas ou 
compradas (mão de obra, despesas administrativas, de manutenção etc.). 
Custo Variável: existe em função das variações de quantidade e de despesas 
operacionais. 
Custo de Manutenção de Estoque, Posse ou Armazenagem: são os custos 
decorrentes da existência do item ou artigo no estoque. Varia em função do 
número de vezes ou da quantidade comprada. 
Custo de Obtenção de Estoque, do Pedido ou Aquisição: é constituído pelo 
somatório de todas as despesas efetivamente realizadas no processamento de uma 
compra. Varia em função do número de pedidos emitidos ou das quantidades 
compradas. 
Custo Total: é o resultado da soma do Custo Fixo com o Custo de Posse e o 
Custo de Aquisição. 
Custo Ideal: é aquele obtido no ponto de encontro ou interseção das curvas 
dos Custos de Posse e de Aquisição. Representa o menor valor do Custo Total. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
24 
 
Nesta primeira unidade, você estudou a evolução da Administração de 
Materiais e a importância da mesma no contexto empresarial. Conheceu suas 
diversas áreas operacionais, sua importância para redução de custos nas empresas 
e, ainda, aprendeu as terminologias usadas na Administração de Materiais. 
 
É HORA DE SE AVALIAR! 
Não se esqueça de realizar as atividades desta unidade de estudo 
presentes no caderno de exercícios! Elas irão ajudá-lo(a) a fixar o conteúdo, além de 
proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, 
redija as respostas no caderno e depois às envie através do nosso ambiente virtual 
de aprendizagem (AVA). Interaja conosco! 
 
Na próxima unidade, iremos estudar a informação sistêmica, a estrutura, a 
organização e a normalização da Administração de Materiais nas organizações. 
 
 
Gestão de Suprimentos 
 
 
25 
 
 
Exercícios – Unidade 1 
 
1-Os subsistemas da administração de materiais integrados de forma sistêmica 
fornecem os meios necessários á consecução dos objetivos da administração de 
materiais. Das alternativas abaixo, selecione aquela que não corresponde a um 
subsistema da administração de materiais. 
a) controle de estoque 
b) classificação de materiais. 
c) aquisição / compras de materiais. 
d) planejamento dos produtos a serem produzidos. 
e) cadastro e diligenciamento. 
 
2. A administração de materiais é definida como sendo um conjunto de atividades 
desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma centralizada ou não. Sobre a 
administração de materiais podemos afirmar: 
a) compreende o planejamento dos itens a serem produzidos. 
b) visa a garantia de existência contínua de estoque. 
c) compreende a expedição dos itens produzidos. 
d) inspeciona a qualidade de produção dos itens. 
e) compreende a seleção de clientes para produtos acabados. 
 
3. O subsistema classificação de material, na administração de materiais é 
responsável por: 
a) gestão econômica dos itens do estoque. 
b) identificação, especificação, cadastramentoe catalogação de materiais. 
c) separação dos itens classe abc. 
d) gestão física dos estoques. 
e) negociação e contratação de materiais. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
26 
 
4. São considerados subsistemas específicos da administração de materiais, 
EXCETO: 
a) padronização e normalização. 
b) inspeção de suprimentos. 
c) transporte de material. 
d) alienação de material. 
e) inspeção de recebimento. 
 
5. O subsistema típico da administração de material, armazenagem é responsável 
por: 
a) gestão física dos estoques. 
b) movimentação de materiais. 
c) identificação e classificação de materiais. 
d) padronização e normalização. 
e) alienação de materiais. 
 
6. Quando um material é requisitado no estoque, este evento é comunicado a que 
subsistema da administração de materiais: 
a) a armazenagem pelo controle de estoque. 
b) ao controle de estoque pela armazenagem. 
c) ao sistema de aquisição pela armazenagem. 
d) ao controle de estoque por compras. 
e) as compras pelo controle de estoques. 
 
7. Quando um material chega ao almoxarifado da empresa, que subsistema da 
administração de materiais é acionado: 
a) armazenagem de materiais. 
b) inspeção. 
c) alienação de materiais. 
d) aquisição. 
e) controle e estoque. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
27 
 
8. Dentre os objetivos abaixo, qual não pode ser considerado como objetivo 
principal da administração de materiais: 
a) preço baixo. 
b) alto giro de estoque. 
c) baixo giro de estoque. 
d) continuidade de fornecimento. 
e) consistência de qualidade. 
 
9-Cite as interfaces da área de administração de materiais com as demais áreas das 
empresas. 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 
10- Por que a moderna administração de materiais é conceituada com um sistema 
integrado? 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 
Gestão de Suprimentos 
 
 
28 
Gestão de Suprimentos 
 
 
29 
A Informação Sistêmica: a 
Estrutura, Organização e a 
Normalização da 
Administração de Materiais 
nas Organizações. 
A Informação Sistêmica. 
A Organização da Atividade de Administração de Materiais. 
A Estrutura do Sistema. 
A Organização Descentralizada. 
2 
Gestão de Suprimentos 
 
 
30 
 
Nesta segunda unidade, estudaremos o enfoque sistêmico: a estrutura, 
organização e normalização da administração de materiais. 
 
Objetivos da Unidade: 
Compreender o enfoque sistêmico da administração de materiais; 
Entender a estrutura da administração de materiais nas organizações. 
 
Plano da Unidade: 
 A Informação Sistêmica. 
 A Organização da Atividade de Administração de Materiais. 
 A Estrutura do Sistema. 
 A Organização Descentralizada. 
 
Bons estudos! 
 
Gestão de Suprimentos 
 
 
31 
 
A Informação Sistêmica 
 
No enfoque sistêmico, toda ação libera outras que vão se desencadeando, ou 
vão sendo causa de outros acontecimentos. Configura este processo 
administrativo um sistema de informações que transmite, acumula, processa e 
armazena dados, propiciando, dessa forma, meios para o estabelecimento da 
comunicação entre as partes componentes do Sistema de Administração de 
Materiais e sua interface com outros sistemas. 
Os dados, todavia, não passam de informações em potencial, até o momento 
em que sejam projetados para informar e comunicar, provendo, assim, as 
necessidades de conhecimento e de controle da administração. Projetar, no caso, 
significa configurar um sistema de informações, em que os documentos do sistema 
de AM – formulários padronizados e relatórios gerenciais e de controle – são os 
condutos por onde transitam as informações que o sistema utiliza. 
A comunicação é estabelecida por meio dos procedimentos administrativos 
padronizados pelas normas da organização, segundo a política de suprimento 
previamente determinada pela administração. 
Os formulários padronizados e os procedimentos definidos através das rotinas 
administrativas possibilitam a integração e o inter-relacionamento dos subsistemas 
que exercem funções definidas dentro do Sistema de Administração de Material. 
Cada uma das subfunções gera, conforme visto, um tipo de ação que aciona outras 
sob a forma de Processo e/ou Realimentação. 
 
Gestão de Suprimentos 
 
 
32 
 
Traduzindo o gráfico, o constante relacionamento dos subsistemas da 
Administração de Materiais manifesta-se através de entradas (insumos ou input) e 
saídas (produto ou output) do sistema considerado de per si. 
As “entradas“ constituem-se, basicamente, das informações e dados 
constantes em: 
 Requisições de material recebidas pelos almoxarifados; 
 Requisições de compra de material; 
 Entradas (recebimento) físicas e contábeis de materiais nos 
almoxarifados; 
 Informações trazidas pelo feedback do sistema. 
 
As “saídas” constituem-se das informações e dados processados e que se 
resumem, em regra, nos seguintes produtos, entre outros: 
 Fornecimento de materiais aos usuários; 
 Transferência de material entre os almoxarifados; 
 Solicitação de cadastramento de materiais; 
 Dados de custos para a área financeira; 
 Dados para escrituração pela área contábil; 
 Dados orçamentários para a área econômico-financeira; 
 Lista e catálogos de materiais; 
 Dados e estatística de movimentação de material. 
 
O “processo” do sistema de AM resume-se na execução das atividades ou 
funções típicas da Administração de Material. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
33 
 
Finalmente, temos a “realimentação” do sistema de AM que corresponde ao 
retorno de informações e dados que podem influir no ajustamento do sistema 
como um todo, alterando os padrões de seus insumos, dos produtos e do próprio 
processo. O feedback que pode constar de informações que influam na 
reformulação de: 
 Métodos e normas estabelecidas (estocagem, programação, 
codificação); 
 Políticas de estoques e/ou compras; 
 Especificações de materiais; 
 Outros. 
O feedback, no sentido de ação e reação, é o processo que envolve toda a 
sequência que vai desde o ponto em que uma ação é desencadeada, até o ponto 
em que já é possível avaliar as reações resultantes desta ação. 
Isso representa a ideia de que o feedback e a avaliação ocorrem juntos, tanto 
dentro de (intra) e entre (inter) cada fase de desenvolvimento do sistema, como 
também continuam ao longo do funcionamento do sistema, ou melhor, durante 
ele próprio. A figura abaixo, ilustra o feedback entre a administração de materiais e 
as principais funções dentro da empresa. 
 
Gestão de Suprimentos 
 
 
34 
 
A Organização da Atividade de Administração de Materiais 
 
Em todas as empresas alguém deve tomar as decisões e se responsabilizar pela 
atividade da Administração de Materiais. Os objetivos da AM inter-relacionam-se 
com os objetivos de outras unidades da empresa – conforme mostrado na figura 
acima (Financeiro, Produção, Vendas etc.). Assim, é desejável atribuir a uma única 
pessoa a autoridade sobre todas as atividades concernentes a esta função, de outro 
modo, ninguém, exceto o presidente da companhia, poderá ser responsabilizado 
pelas decisões tomadas quanto aos materiais. 
A inexistência de um único responsável pela Administraçãode Material poderá 
acarretar em: 
 Problemas de divisão de responsabilidade; 
 Duplicação de esforços; 
 Falta de representação. 
 
A Estrutura do Sistema 
 
O conjunto dos subsistemas representa a fisiologia do Sistema de 
Administração de Material, os formulários e procedimentos sistematizados, em 
forma de rotinas administrativas ou operacionais que correspondem aos elos entre 
essas subfunções. 
A anatomia do Sistema de AM seria, portanto, uma estrutura orgânica 
compatível com o bom funcionamento e entrosamento dessas subfunções. 
Do ponto de vista organizacional, os subsistemas refletem-se em atividades 
diferenciadas no organograma e são apoiadas, portanto, em uma estrutura 
funcional sob a qual o Sistema de Material poderá assumir configurações mais ou 
menos amplas e desenvolver todas as atividades, ou apenas algumas delas. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
35 
 
Tipicamente, o seguinte desenho de uma estrutura organizacional de uma 
área de material é normalmente encontrado em organizações de pequeno porte: 
 
 
Note-se que, nesta configuração existem duas áreas representando as 
atividades de Aquisição de Material e Armazenagem, aparecendo normalmente, 
neste tipo de estrutura, os subsistemas de controle de estoque, movimentação de 
material e outros englobados nas atividades de desenvolvimento pelo 
almoxarifado. 
No instante, por exemplo, em que a determinação e a programação das 
necessidades de material a serem introduzidas nos estoques se tornarem mais 
complexas em função do crescimento da organização, o organograma passa para: 
 
Gestão de Suprimentos 
 
 
36 
 
Nessa estrutura funcional, a atividade responsável pela programação e pela 
determinação de material já aparece alinhada a outras duas atividades. Isto porque 
o Controle de Estoque adquiriu importância como subfunção perfeitamente 
definida e autônoma. 
Na situação anterior, certamente o Controle de Estoque existia dentro das 
atividades do Almoxarifado, porém, com pouca expressão como subfunção. 
Diversos são os fatores que influem na formulação de uma estrutura orgânica: 
 Natureza; 
 Regime jurídico; 
 Fase histórica que a organização está vivendo; 
 Abrangência geográfica; 
 Universo de itens de materiais a serem manipulados etc. 
 
Desse modo, nem todos os subsistemas aparecem representados no 
organograma, podendo uma ou mais atividades aparecerem englobadas em uma 
denominação departamental genérica ou aparecem como subfunção de outra 
mais característica. Assim, por exemplo, se o número de itens em estoque numa 
organização aumentar quantitativamente e em diversidade, acarretando 
dificuldades na identificação, na codificação e na catalogação dos materiais, talvez 
justifique dotar o subsistema de Classificação de Material de estrutura própria 
autônoma. 
Dificilmente existirá uma estrutura padronizada para um conjunto de 
atividades de material, uma vez que uma organização não apresenta as mesmas 
condições e características de outra. Porém, uma coisa é certa: os sete primeiros 
subsistemas apresentados no início desta lição, em maior ou menor abrangência, 
aparecem, em regra, em grande parte das organizações estruturadas em órgãos 
próprios e autônomos, ou não. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
37 
 
Dentre os Critérios de Departamentalização, os encontrados com maior 
frequência na Administração de Materiais são: 
 
a) Organização por Função: 
 As tarefas devem ser organizadas de modo a promover a máxima 
especialização das atividades. 
 O trabalho global de administração é delegado por suas funções 
principais e a divisão do trabalho no terceiro nível também é, 
geralmente, funcional. Por exemplo, o trabalho do administrador de 
materiais é dividido funcionalmente entre os elementos de compras, 
armazenagem, controle de materiais etc. 
 
b) Organização por Localização: 
 Quando existem funções similares em áreas afastadas entre si, é 
desejável a divisão por local, em certos níveis da organização. 
Grandes empresas, que possuem muitas fábricas, ou uma única 
fábrica, porém, com necessidades de atender determinadas áreas 
com exclusividade, devem aplicar o critério de departamentalização 
por Localização Geográfica, pois cada fábrica ou unidade requer uma 
organização de materiais e, pelo menos, uma parte desta deve estar 
ali fisicamente localizada. 
 
c) Organização por Produto 
 Tendo em vista que a organização de materiais existe para ajudar a 
fabricar produtos ou realizar serviços de forma mais lucrativa, a 
divisão de atividades de materiais por produto é lógica. Cada grupo 
de materiais é classificado em relação a um produto ou grupo de 
materiais. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
38 
 
d) Organização por Estágio de Fabricação 
 Neste caso, existem estruturas para atender a cada fase de 
elaboração do produto, assim, a cada mudança, a cada etapa 
cumprida, teremos novos responsáveis por materiais na elaboração 
do produto. 
 
A Organização Descentralizada 
 
A organização da Administração de Materiais deve ser flexível e perfeitamente 
adaptável às circunstâncias, a fim de servir bem a empresa, quer seja ela com fins 
lucrativos ou sem objetivo de lucro. A forma organizacional adotada deve poder se 
expandir quase que indefinidamente, visando ajustar-se às necessidades das 
instituições, pequenas ou grandes. 
A descentralização resolve os problemas decorrentes do tamanho das 
empresas, com a criação de unidades divisionais menores, cada uma das quais 
funcionando como unidades semi-independentes. 
A descentralização apresenta algumas vantagens, a saber: 
 Aproxima os gerentes dos objetivos do negócio; 
 Permite maior controle dos custos; 
 Estimula a melhoria dos produtos e métodos. 
 
Porém, a descentralização cria um dos principais problemas da Administração 
de Material: 
Gestão de Suprimentos 
 
 
39 
 
A diluição do poder de compras. 
O poder de compras permite que se obtenha concessões quanto ao preço, 
prazo, e qualidade. Normalmente, as grandes empresas operam de forma 
centralizada. Como regra geral, as empresas que usam materiais idênticos ou 
similares em certo número de fábricas, tendem a ter uma organização centralizada, 
a fim de explorarem o seu “poder de compra”. 
Terminamos a nossa segunda unidade em que estudamos o enfoque 
sistêmico da Administração de Materiais e sua estrutura. 
Vamos rumo à próxima unidade na qual estudaremos a natureza da Gestão de 
Estoques. 
 
É HORA DE SE AVALIAR! 
Não se esqueça de realizar as atividades desta unidade de estudo 
presentes no caderno de exercícios! Elas irão ajudá-lo(a) a fixar o conteúdo, além de 
proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, 
redija as respostas no caderno e depois às envie através do nosso ambiente virtual 
de aprendizagem (AVA). Interaja conosco! 
 
 
Gestão de Suprimentos 
 
 
40 
 
Exercícios - Unidade 2 
 
1- Um aspecto importante que se constitui em base para qualquer sistema de 
gerenciamento de materiais é a precisão dos dados ou a qualidade das 
informações. Um inter-relacionamento entre as diversas funções administrativas 
favorece a troca destas informações. Com base nas afirmações e nas relações 
importantes entre a Administração de Materiais e as outras funções 
administrativas, responda a questão, associando a coluna da esquerda com a 
coluna da direita. 
 
1. Da administração de materiais 
para produção. 
( ) Lote econômico. 
2. Da Administração de materiais 
para expedição. 
( ) Níveis de estoques. 
3. Da Produção para Administração 
de materiais. 
( ) Níveis de estoque produto 
acabado. 
4. De Vendas para Administração de 
materiais. 
( ) Capacidade de produção. 
5. Do financeiro para Administração 
de materiais. 
( ) Previsão e realização de 
expedição. 
6. De administração de materiais 
para vendas. 
( ) Orçamento. 
7. De administração de materiais 
para compras.( ) Programação de entregas. 
 
a) 7;1;6;3;4;5;2. 
b) 2;1;6;3;4;5;7. 
c) 1;7;6;3;4;5;2. 
d) 3;1;6;7;4;5;2. 
e) 5;1;6;3;4;7;2. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
41 
 
2-Das alternativas abaixo assinale aquela que não representa uma entrada no 
sistema da administração de materiais: 
a) requisição de material recebido pelo almoxarifado. 
b) requisição de compras. 
c) informações trazidas pelo feedback do sistema. 
d) listas e catálogos de materiais. 
e) materiais recebidos de fornecedores. 
 
3- Das alternativas abaixo, assinale aquela que não representa uma saída no 
sistema da administração de materiais: 
a) fornecimento de materiais aos usuários. 
b) transferência de material entre almoxarifados. 
c) solicitação de cadastro de materiais. 
d) dados de custos para a área financeira. 
e) requisição de compra de materiais. 
 
4- A descentralização da administração de materiais apresenta as seguintes 
vantagens, EXCETO: 
a) a diluição do poder de compra. 
b) aproxima os gerentes dos objetivos do negócio. 
c) permite maior controle dos custos. 
d) estimula a melhoria dos produtos e métodos. 
e) funcionamento em unidades semi-independentes 
 
5- No sistema de administração de materiais o feedback consta de informações que 
influenciam na reformulação de(a): 
a) duplicidade de esforços. 
b) problemas de divisão de responsabilidades. 
c) falta de representação. 
d) métodos e normas estabelecidas (estocagem, codificação). 
e) fornecimento de materiais aos usuários. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
42 
 
6- Podemos afirmar que a administração de materiais fornece para a área de 
vendas a seguinte informação: 
a) nível de estoque. 
b) nível de estoque (produto acabado). 
c) programação de entrega. 
d) programação de entregas. 
e) lote de compra. 
 
7- As áreas de produção e finanças fornecem para a administração de materiais as 
seguintes informações respectivamente: 
a) capacidade de produção e orçamento. 
b) nível de estoque e programação de entregas. 
c) lote de compra e orçamento. 
d) orçamento e nível de estoque. 
e) capacidade de produção e nível de estoque. 
 
8- O enfoque sistêmico da administração de materiais caracteriza-se 
principalmente, exceto por: 
a) acumular informações. 
b) processar informações. 
c) armazenar informações. 
d) estabelecer procedimentos administrativos. 
e) descentralização de informações. 
 
9- O critério de departamentalização por função caracteriza-se por? 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
Gestão de Suprimentos 
 
 
43 
 
10- Descreva quais são os fatores que influenciam na formulação de uma estrutura 
orgânica da administração de materiais nas empresas. 
 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 
Gestão de Suprimentos 
 
 
44 
 
 
Gestão de Suprimentos 
 
 
45 
 
Gestão Econômica, Análise 
e Previsão dos Estoques 
Natureza da Gestão de Estoque. 
Natureza dos Estoques. 
Técnicas Quantitativas Para Calcular a Previsão de Consumo. 
Controle de Estoques. 
 
3 
Gestão de Suprimentos 
 
 
46 
 
Nesta Unidade, estudaremos a gestão de estoque, o ato de gerir recursos 
ociosos possuidores de valor econômico e destinados ao suprimento das 
necessidades futuras de material. Além disso, estudaremos também a previsão de 
consumo ou da demanda. 
 
Então, vamos lá! 
 
Objetivos da Unidade: 
Compreender a importância de fazer previsões; 
Aplicar modelos de previsão de demanda; 
Entender tendências e sazonalidades; 
Entender o controle das previsões. 
 
Plano da Unidade: 
 Natureza da Gestão de Estoque. 
 Natureza dos Estoques. 
 Técnicas Quantitativas Para Calcular a Previsão de Consumo. 
 Controle de Estoques. 
 
 
Gestão de Suprimentos 
 
 
47 
 
Natureza da Gestão de Estoque 
 
A gestão de estoque é, basicamente, o ato de gerir recursos ociosos 
possuidores de valor econômico e destinados ao suprimento das necessidades 
futuras de material em uma organização. 
Os investimentos não são dirigidos por uma organização somente para 
aplicações diretas que produzam lucros, tais como os investimentos em máquinas 
e em equipamentos destinados ao aumento da produção e, consequentemente, 
das vendas. 
Outros tipos de investimentos, aparentemente, não produzem lucros. Entre 
estes estão as inversões de capital destinadas a cobrir fatores de risco em 
circunstâncias imprevisíveis e de solução imediata. É o caso dos investimentos em 
estoque, que evitam que se perca dinheiro em situação potencial de risco presente. 
Por exemplo, na falta de materiais ou de produtos que levam à não realização de 
vendas, a paralisação de fabricação, a descontinuidade das operações ou serviços, 
etc., além dos custos adicionais e excessivos que, a partir destes fatores, igualam, 
em importância estratégica e econômica, os investimentos em estoque aos 
investimentos ditos diretos. 
Porém, toda a aplicação de capital em inventário priva de investimentos mais 
rentáveis uma organização industrial ou comercial. Numa organização pública, a 
privação é em relação a investimentos sociais ou em serviços de utilidade pública. 
A gestão dos estoques visa, portanto, em uma primeira abordagem, manter os 
recursos ociosos expressos pelo inventário, em constante equilíbrio em relação ao 
nível econômico ótimo dos investimentos. E isto é obtido mantendo estoques 
mínimos, sem correr o risco de não tê-los em quantidades suficientes e necessárias 
para manter o fluxo da produção da encomenda em equilíbrio com o fluxo de 
consumo. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
48 
 
Natureza dos Estoques 
 
Os estoques podem ser entendidos, de forma generalizada, como certa 
quantidade de itens mantidos em disponibilidade constante e renovados 
permanentemente, para produzir lucros e serviços. São lucros provenientes das 
vendas e serviços, por permitirem a continuidade do processo produtivo das 
organizações. 
Representam uma necessidade real em qualquer tipo de organização e, ao 
mesmo tempo, fonte permanente de problemas, cuja magnitude é função do 
porte, da complexidade e da natureza das operações da produção, das vendas ou 
dos serviços. 
A manutenção dos estoques requer investimentos e gastos muitas vezes 
elevados. Evitar sua formação ou, quando muito, tê-los em número reduzido de 
itens e em quantidades mínimas, sem que, em contrapartida, aumente o risco de 
não ser satisfeita a demanda dos usuários ou dos consumidores em geral. 
Representa um ideal conflitante com a realidade do dia a dia, o que aumenta a 
importância da sua gestão. 
A incerteza de demanda futura ou de sua variação ao longo do período de 
planejamento, da disponibilidade imediata de material nos fornecedores e do 
cumprimento dos prazos de entrega, da necessidade de continuidade operacional 
e da remuneração do capital investido, são as principais causas que exigem 
estoques permanentemente à mão para o pronto-atendimento do consumo 
interno e/ou das vendas. Isto mantém a paridade entre esta necessidade e as 
exigências de capital de giro. 
É essencial, entretanto, para a compreensão mais nítida dos estoques, o 
conhecimento das principais funções que os mesmos desempenham nos variados 
tiposde organização e o conhecimento das suas diferentes espécies. Ter noção 
clara das diversas naturezas de inventário, dentro do estudo da Administração de 
Material, evita distorções no planejamento e indica à gestão a forma de tratamento 
que deve ser dispensado a cada um deles, além de evitar que medidas corretas, 
aplicadas ao estoque errado, levem a resultados desastrosos, sobretudo, se 
considerarmos que, à vezes, consideráveis montantes de recursos estão vinculados 
a determinadas modalidades de estoque. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
49 
 
Cada espécie de inventário segue comportamentos próprios e sofre 
influências distintas, embora se sujeitando, em regra, aos mesmos princípios e as 
mesmas estruturas de controle. Assim, por exemplo, os estoques destinados à 
venda são sensíveis às solicitações impostas pelo mercado e decorrentes das 
alterações da oferta e procura e da capacidade de produção, enquanto os 
destinados ao consumo interno da empresa são influenciados pelas necessidades 
contínuas da produção, manutenção, das oficinas e dos demais serviços existentes. 
Já outras naturezas de estoque podem apresentar características bem próprias 
que não estão sujeitas a influência alguma. É o caso dos estoques de sucata, não 
destinado ao reprocessamento ou beneficiamento e formados de refugos de 
fabricação ou de materiais obsoletos e inservíveis destinados à alienação, entre 
outros fins. 
Em uma indústria, estes estoques podem vir a formar-se aleatoriamente, ao 
longo do tempo, caracterizando-se como contingências de armazenagem. Acabam 
representando, mesmo para algumas organizações, verdadeiras fontes de receitas 
(extraoperacional), enquanto os estoques destinados ao consumo interno 
constituem-se, tão somente, em despesas. 
Entretanto, esta divisão por si só, pode trazer dúvidas a partir da definição da 
natureza de cada um destes estoques. Se entendermos por produto acabado todo 
material resultante de um processo qualquer de fabricação, e por matérias-primas 
todo elemento bruto necessário à fabricação de alguma coisa, perdendo as suas 
características físicas originais, mediante o processo de transformação a que foi 
submetido, podemos dizer, por exemplo, que a terra adubada, o cimento, a areia 
de fundição preparada com a bentonita, o melaço e outros produtos que são 
misturados a ela para dar maior consistência aos moldes, que receberão o aço 
derretido para a confecção de peças, constituem-se em produtos acabados para 
seus fabricantes e em matérias-primas para seus consumidores, os quais os 
utilizarão na fabricação de outros produtos. 
Do mesmo modo, a terra, a argila, o melaço e a areia, em seu estado natural, 
podem constituir-se em insumos básicos de produção ou em produtos acabados, 
dependendo da finalidade ou do uso destes itens para a empresa. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
50 
 
As porcas, as arruelas, os parafusos etc., empregados na montagem de um 
equipamento, por exemplo, são produtos semiacabados para o montador, mas, 
para o fabricante que os vendeu, tratam-se de produtos finais. 
Diante dos exemplos apresentados, surge, naturalmente, outra classificação: 
estoques de venda e de consumo interno. Para uma indústria, os produtos de sua 
fabricação integrarão os estoques de venda e, para outra, que os utilizará na 
produção de outro bem, integrarão os estoques de material de consumo. 
Por sua vez, o estoque de venda pode desdobrar-se em estoque de varejo e de 
atacado. O estoque de consumo pode subdividir-se em estoque de material 
específico e geral. Este último pode desdobrar-se, ainda, em estoque de artigos de 
escritório, de limpeza e conservação etc. 
Temos assim, diferentes maneiras de se distinguir os estoques, considerando a 
natureza, finalidade, uso ou aplicação etc. dos materiais que os compõem. 
O importante, todavia, nestas classificações, que procuram mostrar os 
diferentes tipos de estoque e o que eles representam para cada empresa, é que 
elas servem de subsídios valiosos para a (o): 
 Configuração de um sistema de material; 
 Estruturação dos almoxarifados; 
 Estabelecimento do fluxo de informação do sistema; 
 Estabelecimento de uma classificação de material; 
 Política de centralização e descentralização dos almoxarifados; 
 Dimensionamento das áreas de armazenagem; 
 Planejamento na forma de controle físico e contábil. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
51 
 
Análise e Previsão para os Estoques 
 
Toda teoria dos estoques está pautada na previsão do consumo do material. A 
previsão de consumo ou da demanda estabelece estas estimativas futuras dos 
produtos acabados comercializados pela empresa. Estabelece, portanto, quais 
produtos, quanto desses produtos e quando serão comprados pelos clientes. 
A previsão possui algumas características básicas que são: 
 É o ponto de partida de todo planejamento empresarial; 
 Não é uma meta de vendas; 
 Sua precisão deve ser compatível com o custo de obtê-la. 
As informações básicas que permitem decidir quais serão as dimensões e a 
distribuição no tempo da demanda dos produtos acabados podem ser classificadas 
em duas categorias: quantitativas e qualitativas. 
 
a) Quantitativas: 
 Evolução das vendas no passado; 
 Variáveis cuja evolução e explicação estão ligadas diretamente às 
vendas. Por exemplo: criação e venda de produtos infantis; 
 Variáveis de fácil previsão, relativamente ligadas às vendas 
(população, renda, PNB); 
 Influência da propaganda. 
b) Qualitativas: 
 Opinião dos gerentes; 
 Opinião dos vendedores; 
 Opinião dos compradores; 
 Pesquisa de mercado. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
52 
 
As Técnicas de Previsão de Consumo podem ser classificadas em três 
grupos: 
a) Projeção: são aquelas que admitem que o futuro será a repetição do 
passado ou as vendas evoluirão no tempo; segundo a mesma lei observada no 
passado, este grupo de técnicas é de natureza essencialmente quantitativa. 
b) Explicação: procura-se explicar as vendas do passado mediante leis que 
relacionam as mesmas com outras variáveis cuja evolução é conhecida ou 
previsível. São basicamente aplicações de técnicas de regressão e correlação. 
c) Predileção: funcionários experientes e conhecedores de fatores influentes 
nas vendas e no mercado estabelecem a evolução das vendas futuras. 
Quanto à Previsão do Consumo é importante considerar os seguintes fatores, 
que podem alterar o comportamento do mesmo: 
 Influências políticas; 
 Influências conjunturais; 
 Influências sazonais; 
 Alteração no comportamento dos clientes; 
 Inovações técnicas; 
 Tipos retirados da linha de produção; 
 Preços competitivos dos concorrentes. 
 
Técnicas Quantitativas Para Calcular a Previsão de Consumo 
 
A) Método do Último Período 
Este modelo mais simples e sem base matemática consiste em utilizar como 
previsão para o período seguinte o valor ocorrido no período anterior. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
53 
 
B) Método da Média Móvel 
Este método é uma extensão do anterior, em que a previsão para o próximo 
período é obtida calculando-se a média dos valores de consumo nos n períodos 
anteriores. 
A previsão gerada por este modelo é geralmente menor que os valores 
ocorridos se o padrão de consumo for crescente. Inversamente, será maior se o 
padrão de consumo for decrescente. 
Se n for muito grande, a reação da previsão diante dos valores atuais será 
muito lenta. Inversamente, se n for pequeno, a reação será muito rápida. A escolha 
do valor de n é arbitrária e experimental. Para melhor simplificar e compreender, 
vejamos: 
 
 
CM = Consumo Médio. 
CM = C = Consumo nos períodos anteriores. 
 n = Números de períodos. 
 
Nota: Para o cálculo do consumo médio variável, toma-se por base os 12 
últimos meses, e cada novo mês, adiciona-se o mesmo à soma e despreza-se o 1º 
mês utilizado. 
Desvantagens:a) as médias móveis podem gerar movimentos cíclicos ou de outra natureza não 
existentes nos dados originais; 
b) as médias móveis são afetadas pelos valores extremos; isso pode ser superado, 
utilizando-se a média móvel ponderada com pesos apropriados (vide c). 
c) as observações mais antigas têm o mesmo peso que as atuais, isto é, 1/n; 
d) exige a manutenção de um número muito grande de dados. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
54 
 
Vantagens: 
a) simplicidade e facilidade de implantação; 
b) admite processamento manual. 
 
Exemplo 1: Supondo que, para certo material, existe o seguinte histórico dos 
consumos mensais: 
100 (jan), 90 (fev), 110 (mar), 120 (abr), 105 (mai), 150 (jun), 140 (jul), 200 (ago), 
130 (set), 160 (out), 190 (nov) e 210 (dez). O consumo previsto para o 13º mês seria: 
 
D13 = D13 = 142 
 
Exemplo 2: O consumo em quatro anos de uma peça foi de: 1999=72, 
2000=60, 2001=63 e 2002=66. Qual deverá ser o consumo previsto para 2003, 
utilizando-se o método da média móvel simples com n igual a 3? 
 
D2003 = ( 60 + 63 + 66 ) : 3 D2003 = 63 
 
C) Método da Média Móvel Ponderada 
Este método é uma variação do modelo anterior, no qual se atribui pesos 
diferenciados aos diversos períodos. Os pesos são decrescentes a partir dos 
períodos mais recentes para os mais distantes. Este método elimina alguns 
inconvenientes do método anterior. 
A determinação dos pesos ou fatores de importância deve ser de tal ordem 
que a soma perfaça 100%, como no exemplo a seguir: 
Gestão de Suprimentos 
 
 
55 
 
Período Peso Consumo Quantidade Ponderada 
1 5% 350 17,5 
2 10% 70 7,0 
3 10% 800 80,0 
4 15% 200 30,0 
5 20% 150 30,0 
6 40% 500 200,0 
 7 100% ± 364,5 = 365 
 
Exemplo de Aplicação: Utilizando o exemplo 2, do item anterior, qual será o 
consumo previsto para 2003, se considerarmos os seguintes pesos: 
 para 1999 = (desconsiderar - n = 3) 
 para 2000 = 20% de 60 = 12,0 
 para 2001 = 30% de 63 = 18,9 
 para 2002 = 50% de 66 = 33,0 D2003 ± 63,9 = 64,0 
 
D) Método da Média com Ponderação Exponencial 
Este método elimina muitas desvantagens dos métodos da média móvel e da 
média móvel ponderada. Além de dar mais valor aos dados mais recentes, 
apresenta menor manuseio de informações passadas. Apenas três valores são 
necessários para gerar a previsão para o próximo período: 
 a previsão do último período; 
 o consumo ocorrido no último período; 
 uma constante que determina o valor ou ponderação dada aos 
valores mais recentes. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
56 
 
Este modelo procura prever o consumo apenas com a sua tendência geral, 
eliminando a reação exagerada a valores aleatórios. Ele atribui parte da diferença 
entre o consumo atual e o previsto a uma mudança de tendência e o restante a 
causas aleatórias. 
Suponhamos que para determinado produto tenhamos previsto um consumo 
de 100 unidades. Verificou-se, posteriormente, que o valor real ocorrido foi de 95 
unidades. Precisamos prever agora o consumo para o próximo mês. A questão 
básica é a seguinte: Quanto da diferença entre 100 e 95 unidades pode ser 
atribuído a uma mudança no padrão de consumo e quanto pode ser atribuído a 
causas puramente aleatórias? 
Se a nossa previsão seguinte for de 100 unidades, estaremos assumindo que 
toda diferença foi devida a causas aleatórias e que o padrão de consumo não 
mudou absolutamente nada. Se for de 95 unidades, estaremos assumindo que 
toda diferença deve ser atribuída a uma mudança no padrão de consumo (método 
pelo último período). Neste método apenas parte da variação é considerada como 
mudança no padrão de consumo. 
Vamos supor que, no exemplo anterior, decidimos que 20% da diferença 
devem ser atribuídos a alterações de padrão de consumo e que 80% devem ser 
considerados como variação aleatória. Levando-se em consideração que a previsão 
era de 100 unidades e ocorreu na realidade 95 e que 20% do erro (100 - 95) é igual 
a 1, a nova previsão deverá ser de 99 unidades. Resumindo, podemos escrever: 
 
Próxima previsão = Previsão anterior + Constante de amortecimento x Erro de 
previsão: 
 
 
Gestão de Suprimentos 
 
 
57 
 
A determinação do valor pode ser feita por intermédio de sofisticadas 
técnicas matemáticas e estatísticas. Nos casos mais comuns, a determinação é 
verificada empiricamente. Os valores mais comumente utilizados estão 
compreendidos entre 0 e 1, usando-se normalmente de 0,1 a 0,3. 
A média estimada é suavizada para descontar os efeitos das variações 
aleatórias. Por exemplo, tomando-se = 0,2 na equação acima. 
 
 
Fica estabelecido que a média estimada no período t, é determinada pela 
adição de 20% do novo consumo Xt e 80% da média estimada para o período 
anterior Xt-1. Assim, 80% das variações aleatórias possíveis incluídas em Xt são 
descontadas. 
O método da média com ponderação exponencial não deve ser utilizado 
quando o padrão de consumo contém somente flutuações aleatórias em torno de 
uma média constante, quando o padrão de consumo possui tendência crescente 
ou decrescente ou quando o padrão de consumo for cíclico. 
Deverá apenas ser utilizado quando o padrão de consumo for variável com 
médias variando aleatoriamente em intervalos regulares. 
 
Exemplo de Aplicação: O nível de consumo de um item mantém uma 
oscilação média. A empresa utiliza o cálculo de média ponderada exponencial. Em 
2001, a previsão de consumo era de 230 unidades, tendo o ajustamento um 
coeficiente de 0,10. Em 2002 o consumo foi de 210. Qual é a previsão de consumo 
para 2003? 
Gestão de Suprimentos 
 
 
58 
 
 
 
E) Método dos Mínimos Quadrados 
Este método é usado para determinar a melhor linha de ajuste que passa mais 
perto de todos os dados coletados, ou seja, é a linha de melhor ajuste que 
minimiza as diferenças entre a linha reta e cada ponto de consumo levantado. 
 
 
Nas séries temporais, Y é o valor previsto em um tempo x medido em 
incrementos, tais como anos, a partir do ano-base. O objetivo é determinar a, o 
valor de Y e b e a inclinação da reta. 
Usam-se duas equações para determinar a e b. Obtemos a primeira 
multiplicando a equação da linha reta pelo coeficiente a e somando os termos. 
Sendo o coeficiente a igual a 1 e sabendo-se que N é o número de pontos, a 
equação se modifica para: 
Gestão de Suprimentos 
 
 
59 
 
 
A segunda equação é desenvolvida de maneira semelhante. O coeficiente de b 
é X. Ao multiplicarmos os termos por X e somá-los, teremos: 
 
 
 Estas duas equações são denominadas equações normais. As quatro 
somas necessárias à resolução das equações , , e são obtidas 
de forma tabular, tendo em vista que X é igual ao número de períodos a partir do 
ano-base. Depois da obtenção das quatro somas, estas são substituídas nas 
equações normais, onde os valores de a e b são calculados e substituídos na 
equação da linha reta para a obtenção da fórmula de previsão: 
 
 Yp = a + bx 
 
Vamos exemplificar: determinada empresa quer calcular qual seria a previsão 
de vendas de seu produto W para o ano de 2003. As vendas dos 5 anos anteriores 
foram: 
1998 = 108. 
1999 = 119. 
2000 = 110. 
2001 = 122. 
2002 = 130. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
60 
 
 Fazendo a tabulação: 
 
ANO Y X X2 X . Y 
1998 108 0 0 0 (ano-base) 
1999 119 1 1 119 
2000 110 2 4 220 
2001 122 3 9 366 
2002 130 4 16 520 
 589 10 30 1.225 
 
De onde resultam as equações normais: 
 589 = 5a + 10b 
 1.225 =10a + 30b 
 Resolvendo-assimultaneamente, obteremos: 
 a = 108,4 e b = 4,7 
 
A previsão para 2003 está 5 anos à frente de 1998, logo: 
 
 
Controle de Estoques 
 
O objetivo básico do controle de estoques é evitar a falta de material sem que 
esta diligência resulte em estoques excessivos às reais necessidades da empresa. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
61 
 
O controle procura manter os níveis estabelecidos em equilíbrio com as 
necessidades de consumo ou das vendas e os custos daí decorrentes. 
Para mantermos este nível de água no tanque é preciso que a abertura ou o 
diâmetro do ralo permita vazão proporcional ao volume de água que sai pela 
torneira. Se fecharmos com o ralo destampado, interrompendo, assim, o 
fornecimento de água, o nível, em unidades volumétricas, chegará, após algum 
tempo, a zero. Por outro lado, se a mantivermos aberta e fecharmos o ralo, 
impedindo a vazão, o nível subirá até o ponto de transbordar. Ou, se o diâmetro do 
raio permite a saída da água, em volume maior que a entrada no tanque, 
precisaremos abrir mais a torneira, permitindo o fluxo maior para compensar o 
excesso de escapamento e evitar o esvaziamento do tanque. 
De forma semelhante, os níveis dos estoques estão sujeitos à velocidade da 
demanda (output) e das entradas (input) de material no almoxarifado. 
Se a constância da procura sobre o material for maior que o tempo de 
ressuprimento, ou estas providências não forem tomadas em tempo oportuno, a 
fim de evitar a interrupção do fluxo de reabastecimento, teremos a situação de 
ruptura ou de esvaziamento do seu estoque, com prejuízos visíveis para a 
produção, manutenção, vendas etc. 
Se, em outro caso, não dimensionarmos bem as necessidades do estoque, 
poderemos chegar ao ponto de excesso de material ou ao transbordamento dos 
seus níveis em relação à demanda real, com prejuízos para a circulação de capital. 
O equilíbrio entre a demanda e a obtenção de material, onde atua, sobretudo, 
o controle de estoque, é um dos objetivos da gestão. 
Seguindo com o exemplo do tanque, se a torneira enchê-lo (obtenção) até o 
nível ideal, em 6 horas, e o ralo esvaziá-lo (demanda) em 10 horas, precisaremos de 
15 horas para que o tanque fique cheio (ressuprimento) com a torneira e o ralo 
abertos simultaneamente. O tempo que leva para ficar cheio com o fornecimento 
contínuo de água e, ao mesmo tempo, com a saída constante, equivale, por 
analogia, ao tempo que leva a gestão a providenciar e obter a quantidade de 
material necessária à manutenção do nível do estoque estabelecido, enquanto as 
saídas se sucedem ao longo do período de ressuprimento. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
62 
 
A fim de manter este objetivo é que o reabastecimento contínuo é feito para 
manter os níveis no ponto desejado, em função da demanda ocorrida e dos 
parâmetros determinados. 
É decidir quando e quanto comprar. 
O quando comprar é determinado segundo um dos seguintes critérios: 
a) sempre que a quantidade em estoque atingir determinado nível prefixado, 
é providenciada a compra do material; 
b) sempre que a quantidade em estoque atingir determinada data prefixada, é 
providenciada a compra do material. 
A diferença, portanto, entre os dois sistemas clássicos de controle é que, em 
um, o momento da compra é determinado quando o estoque atinge um nível 
estabelecido e, no outro, é determinado por datas, independentemente do nível 
de estoque. 
O quanto comprar depende do critério escolhido. Caso optemos pelo 
primeiro, a quantidade de ressuprimento é fixa, isto é, não varia. É sempre a 
mesma. O que varia é a data ou época de colocação do pedido. Este sistema é mais 
adequado quando a demanda do material é instável, razão pela qual também é útil 
para o controle dos itens mais caros em estoque. 
No segundo sistema, a quantidade de ressuprimento é variável em função da 
disponibilidade total existente no momento da colocação do pedido e da 
cobertura de estoque para o período subsequente, expressos em unidades de 
consumo. Neste, a data de aquisição é fixa, isto é, os intervalos de compras são 
regulares, como veremos mais adiante. Este modelo é mais adequado para o 
controle de itens de consumo mais regular e de pequeno valor. 
Podemos, então, resumir a diferença entre estes dois sistemas, dizendo que o 
primeiro considera a quantidade ideal de compra e o segundo a frequência ideal 
de compra. 
Gestão de Suprimentos 
 
 
63 
 
Antes de abordarmos, em particular, cada um destes modelos de estoque, 
iremos discorrer sobre os elementos que intervêm sobre a Teoria dos Estoques e 
que estão diretamente interligados ao desenvolvimento destes sistemas: 
 Custos; 
 Estoque Médio; 
 Lote Econômico de Compra; 
 Periodicidade Econômica de Compra; 
 Estoque Mínimo ou de Segurança etc. 
 
Mais uma unidade encerrada, na qual estudamos a importância de fazer 
previsões, a aplicação de modelos de previsão de demanda, as tendências e 
sazonalidades e o controle das previsões. 
 
É HORA DE SE AVALIAR 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo, elas irão 
ajudá-lo(a) a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois as 
envie através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco! 
 
Na próxima unidade, estudaremos os custos de estoques e o estoque de 
segurança. 
 
Gestão de Suprimentos 
 
 
64 
 
Exercícios – Unidade 3 
 
1-Uma empresa utiliza o sistema de média móvel quadrimestral para previsão de 
compras de uma determinada matéria-prima. Observe as quantidades 
efetivamente consumidas nos últimos cinco meses. 
Mês Jan Fev Mar Abr Mai
Total 
Período
Consumo (em 
unidades) 100 200 150 100 110 660 
De quantas unidades deverá ser o pedido para o próximo mês? 
a) 220. 
b) 140. 
c) 135. 
d) 120. 
e) 115. 
 
2-O gerenciamento de estoques é um conjunto de atividades que visa, por meio 
das respectivas políticas de estoques, ao pleno atendimento das necessidades da 
empresa, com a máxima eficiência e ao menor custo. Para as alternativas abaixo, 
indique (A) para as razões de se ter estoques e (B) para as razões de não se ter 
estoques. 
 São custosos, empatam considerável quantidade de material. ( ) 
 Incerteza da demanda futura (consumo) ou de sua variação ao longo do 
período de planejamento. ( ) 
 Os itens podem deteriorar, torna-se obsoleto. ( ) 
 Segurança contra risco de problemas de produção do fornecedor. ( ) 
 Entregas rápidas e boa imagem (departamento de vendas). ( ) 
 Necessidade de continuidade operacional. ( ) 
Gestão de Suprimentos 
 
 
65 
 
Assinale a sequência correta 
a) B;A;B;A;A;A. 
b) B;B;B;A;A;A. 
c) B;B;B;B;A;A. 
d) B;A;B;A;A;B. 
e) A;A;B;A;A;A. 
 
3-Dois consultores estão preparando para a Motores Nacionais um estudo de 
previsão de mercado de motores no país. Eles pesquisam a série histórica em sites 
na internet, tendo chegado à conclusão de que a série anual não apresentava 
tendência, e propuseram a utilização da técnica de média móvel para realizar a 
previsão do número de motores a serem produzidos. Tal previsão fundamenta-se 
na equação e na série histórica apresentada a seguir: 
 
P1 + P2 .... Pn P1 * % + P2 * % .... Pn * % 
 
F = _______________________ ; F = ______________________ 
 n soma n % 
 
Em que F é a produção prevista, P é a produção realizada e % o percentual de 
influencia. 
Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Demanda 105 106 110 110 114 121 130 128 137 
 
Com base nos dados, calcule a média móvel de cinco meses para prever a 
demanda do mês 10, a média móvel de três meses para prever a demanda do mês 
10 e a média móvel ponderada, de três meses, em que os pesos sejam os maiores 
para os últimos meses e decresçam na ordem de 0,3 ; 0,2 e 0,1, para prever a 
demanda do mês 10.

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