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Regulação do crescimento e desenvolvimento vegetal: Fatores Externos de Controle LCE SLC0622- Biologia 3 20201 2 As plantas, embora imóveis, são capazes de responder e fazer ajustes com relação a alterações no seu ambiente externo Mudanças nos padrões de crescimento Tropismo Resposta de crescimento envolvendo a curvatura de uma parte da planta em resposta à um estímulo externo e orientado por ele. em direção ao estímulo → positivo contra → negativo fototropismo → estímulo luminoso https://www.sciencesource.com/archive/Phototropism-time-lapse-SS23930.html 3 https://www.sciencesource.com/archive/Phototropism-time-lapse-SS23930.html Relembrando o experimento de Went Plântulas de Aveia 4Fonte: https://www.pathwayz.org/Tree/Plain/PHOTOTROPISM+EXPERIMENTS Células do lado sombreado se alongam mais em resposta à auxina (pontos vermelhos) Auxina é o hormônio responsável pela resposta fototrópica. Mas qual o papel da luz? Fototropismo escuro luz unidirecional 40U AIA 20U 20U AIA AIA 30U 10U AIA AIA A auxina produzida no ápice tem migração basípeta, mas a luz unilateral leva a uma rápida translocação lateral da auxina no ápice, antes da migração basípeta. 40U AIA 20U 20U AIA AIA 5 Pigmentos (fototropinas) medeiam o efeito Luz no comprimento de onda de 400 a 500 nm é mais efetiva na indução da migração hormonal 6 Como a luz é percebida?? Outros tropismos 7 Raiz: gravitropismo positivo Caule: gravitropismo negativo Gravitropismo → resposta à gravidade Influência principalmente da auxina (redistribuição do hormônio) do lado superior para o inferior do sistema caulinar ou da raiz. Gravitropismo Como ocorre a percepção da gravidade? relacionada com a sedimentação de amiloplastos, dentro de céls. específicas do caule (bainha que circunda os feixes vasculares) e das raízes (na coifa). Mutantes de Arabidopsis que não produzem amiloplastos não exibem crescimento caulinar gravitrópico. 8 Amiloplastos na coifa da raiz Células da coifa com amiloplastos corados (preto) 9 Fluxo de auxina Amiloplasto Céls. da coifa Migração da auxina no ápice da raiz Outros Tropismos Tigmotropismo [thigma (gr.), toque] → Respondem ao contato com um objeto. Exemplo: gavinhas 10 Heliotropismo ou rastreamento solar ◆ folhas e flores movendo-se diuturnamente; ◆ Diferente do fototropismo dos caules, esse movimento não resulta em crescimento assimétrico; ◆ Na maioria, esses movimentos envolvem os pulvinos das folhas/folíolos. No caso do girassol, o pedúnculo é quem “gira” ϴϲ II A F L excrescência membra nosa presente na base do limbo junto a conexão bainha-limbo sempre na face superior adaxial da folha comum em algumas Mo nocotiled neas principalmente nas gram neas gura Figura Folhas de gram neas evidenciando a presença de L gula setas vermelhas quando a ba se e ou o ápice do pec olo apresentam-se abrupta mente intumescidos em consequência do ac mulo de água nas células paren quimáticas formando um engrossamento semelhante a uma ȃalmofadaȄȱ gura Figura Ramos evidenciando a presença de pulvinos A variação diferencial do teor de água turgor entre as células das superf cies superior e inferior do pulvino ocasionam o movimento da folha que é facilmente observado nas ȃdormideirasȄȱque ao serem tocadas fecham seus fol olos Movimentos diuturnos tam bém ocorrem em outras leguminosas causados pela presença do pulvino gerando um aspecto de folhas murchas gura Ramos evidenciando a presença de pulvinos* pelas setas. *Pulvino: quando a base e/ou o ápice do pecíolo apresentam-se abruptamente intumescidos pelo acúmulo de água, formando um engrossamento semelhante a uma “almofada”. 11 Movimentos násticos Movimentos estimulados, mas cuja direção independe da origem Ex. movimentos nictinásticos (Nyktos, noite; nastic, fechado) Movimentação das folhas p/ cima e p/ baixo em resposta a ritmos diários de claro e escuro. 12 Tigmonastismo ou seismonastismo Mimosa pudica Dionea muscipula 13 https://www.youtube.com/watch?v=bczox-dDKP0 14 https://www.youtube.com/watch?v=bczox-dDKP0 Resposta biológica a uma modificação nas proporções de luz/escuro num ciclo diário de 24 horas. FOTOPERIODISMO Efeitos da LUZ sobre o desenvolvimento vegetal 15 O fotoperiodismo na floração plantas de dias curtos (horas de luz/dia menor que um limite crítico) plantas de dias longos (horas de luz/dia maior que um limite crítico) plantas indiferentes (neutras) 16 Planta de Dia Curto Ex. espécie que floresce com até 8h de luz (limite crítico aqui é = máx. 8h de luz) 8h16h 16h8h 15:30h8:30 h 17h7h 17 Planta de Dia Longo ex. espécie que floresce com mínimo de 14h de luz (limite crítico aqui é = min. 14h de luz) 16h8h 14h 10h 10:30h13:30h 16h 6h 18 Planta de dia curto Planta de dia longo 8h 8h A planta “monitora” o comprimento do período escuro! 19 Fitocromo Fitocromo é formado por 2 subunidades proteicas com um Cromóforo ligado a cada subunidade 20 Como é feita a percepção do fotoperíodo? através do fitocromo. ↓ Molécula sensível às transições de luz e escuro Foto-isomerização entre os anéis C e D do cromóforo no fitocromo. 454 Unidade III • Crescimento e Desenvolvimento Nas plantas superiores, o cromóforo do fitocromo é um tetrapirrol linear chamado fitocromobilina (Figura 16.8). A fitocromobilina é sintetizada no interior de plas- tídios e derivada do heme por uma rota que se ramifica a partir da rota de biossintética da clorofila. Ela é exporta- da do plastídio para o citosol, onde autocataliticamente se liga à apoproteína PHY por uma ligação tioéter a um resí- duo de cisteína. (Ligações tioéter são éteres em que o oxi- gênio está substituído por um átomo de enxofre: R1–S–R2.) Existem cinco isoformas de fitocromo em angiospermas (phyA-E), com cada uma das isoformas codificadas por um gene separado e cada uma desempenhando um papel único no desenvolvimento. Em Arabidopsis, todas as cinco estão presentes, enquanto apenas três estão presentes no arroz e apenas duas em choupo. A Figura 16.9A ilustra vários dos domínios estruturais no fitocromo. A metade N-terminal do fitocromo contém um domínio PAS, um domínio GAF com atividade bilina liase, que se liga ao cromóforo, e o domínio PHY, que es- tabiliza o fitocromo na forma Pfr. Os domínios PAS-GAF- -PHY compreendem a região de ligação ao cromóforo, fo- tossensora do fitocromo. Uma região “dobradiça” separa as metades N-terminal e C-terminal da molécula. A jusante das regiões “dobradiças”, existem duas re- petições do domínio relacionado ao PAS (PRD, de PAS- -related domain) que medeiam a dimerização do fitocromo. O domínio PRD tem sido implicado em destinar a forma Pfr do phyB para o núcleo, embora careça de um sinal de localização nuclear (NLS, nuclear localization signal) ca- nônico. A região C-terminal dos fitocromos contém um domínio relacionado com a histidina quinase (HKRD, histidine kinase-related domain). No entanto, como obser- vado anteriormente, os fitocromos de plantas superiores, ao contrário dos fitocromos bacterianos, não possuem um domínio histidina quinase funcional. Uma comparação das estruturas do domínio do fito- cromo das plantas com os fitocromos procarióticos Cph1 (fitocromo de cianobactéria 1, cyanobacterial phytochrome 1) e BphPs (proteínas bacterianas semelhantes ao fitocro- mo) realça várias diferenças entre fitocromos de plantas e procarióticos, incluindo a ausência dos dois domínios PRDs e a presença do domínio HKRD no lugar de um do- mínio funcional de histidina quinase de procariotos (ver Figura 16.10A). Embora todos os fitocromos contenham cromóforos tetrapirrol, a fitocromobilina difere dos cro- móforos procarióticos nos grupos químicos ligados aos anéis tetrapirrol (ver Ensaio 16.1 na internet). A exposição da formaPr do fitocromo à luz verme- lha provoca alterações estruturais em escala atômica no cromóforo fitocromobilina: o cromóforo Pr sofre uma iso- merização cis-trans entre os carbonos 15 e 16 e rotação da ligação simples C14-C15 (ver Figura 16.8). A mudança no cromóforo leva ao rearranjo de elementos cruciais da es- trutura secundária na proteína. A estrutura cristalina da metade N-terminal de de- tecção de luz do phyB de Arabidopsis é mostrada na Figura 16.9B. Dois elementos estruturais que parecem ser impor- tantes para a fotoconversão de Pr em Pfr são a região do grampo ȕ e a espinha helicoidal. Com base em estudos com o fitocromo bacteriano de Deinococcus radiodurans e o fitocromo de Arabidopsis, um modelo de alternância (toggle model) foi proposto para a interconversão do fito- cromo, como ilustrado na Figura 16.9C. De acordo com o modelo, a estrutura da região do grampo ȕ do Pr é alterada para uma Į hélice durante a conversão do Pr em Pfr, que inicia outras alterações conformacionais na proteína. No entanto, por causa das diferenças significativas entre os cromóforos e as estruturas do domínio de fitocromos bac- terianos e de plantas, são necessários mais estudos para confirmar o modelo de alternância. O Pfr está particionado entre o citosol e o núcleo No citosol, as holoproteínas do fitocromo dimerizam no estado inativo Pr (Figura 16.10). A conversão de Pr em Pfr por luz vermelha está associada a uma alteração con- formacional no dímero que ainda está por ser resolvida. Tanto phyA quanto phyB movimentam-se do citosol para o núcleo de uma forma dependente da luz (Figura 16.11), mas o fazem por diferentes mecanismos. Nem o phyA nem o phyB contêm um NLS canônico. O domínio PRD Pro His Ser Cys His Leu Gln Pro His Ser Cys His Leu Gln Po lip ep tí de o COOH NH NH HN H N HN + COOH B A C D O O R18 H H H S 259 H3C H3C Isômero cis Cromóforo: fitocromobilina Pr (660 nm) COOH NH NH HN + COOH O O R18 H H H S 259 H3C H3C Isômero trans Pfr (730 nm) Vermelho Vermelho-distante C14 C15 C14 C15 Figura 16.8 Estrutura das formas Pr e Pfr do cromóforo (fitocro- mobilina) e a região do peptídeo ligada ao cromóforo por meio de uma ligação tioéter. O cromóforo é submetido a uma isomerização cis-trans no carbono 15 em resposta às luzes vermelha e vermelho- -distante. (Cortesia de Clark Lagarias.) Taiz_16.indd 454Taiz_16.indd 454 27/10/2016 15:31:1827/10/2016 15:31:18 A absorção do vermelho por Fv, resulta na mudança do anel D da forma cis (inativa) para forma trans (ativa) característica do Fve. A proteína ligada ao cromóforo também sofre mudança conformacional Fv Fve 21 O Fitocromo pode existir sob duas formas interconversíveis: P660 (Fv) absorve vermelho curto (λ=660 nm) P730 (Fve) absorve vermelho extremo (longo)22 Espectros de absorção do citocromo purificado A partir de plantas sem clorofila, o citocromo pode ser purificado e caracterizado em termo de absorção por espectrofotometria A fotoconversão da forma do fitocromo Fv a Fve é induzida por luz vermelha (V). A eficiência máx. é de 85%; A reversão de Fve a Fv é induzida por luz vermelha-extrema (VE) e também pelo escuro. A eficiência máx. é de 97% Luz vermelha (660 nm) ou branca Luz vermelha- extrema (730 nm) Forma ativaFv Fve escuro Síntese a partir de precursores 23 Estímulo ou inibição Fve é a forma ativa do pigmento ↓ Promove a floração nas plantas de dias longos e a inibe nas plantas de dias curtos. Fv Fve 24 Plantas de dias longos FVe – inibidor, fica inativo FVe – ativo, estimula a floração Plantas de dias curtos 25 Estiolamento No estiolamento: - ausência de clorofila, folhas pequenas - caule + longo que o normal - ápice caulinar em forma de gancho (eudicotiledôneas) Planta normal estiolada Plântulas de 10 dias de crescimento sob luz e escuro (estiolada) (a) feijão, (b) ou trigo e (c) couve-de-milão colhida em condições naturais, com folhas internas em desenvolvimento sob o sombreamento das folhas verdes externas. Observe a cor pálida (amarela) dos tecidos estiolados ou privados de luz sem clorofila. Barra = 1 cm. Fonte: DOI: 10.1007/978-94-007-5724-0_3 26 https://www.researchgate.net/deref/http%3A%2F%2Fdx.doi.org%2F10.1007%2F978-94-007-5724-0_3?_sg%5B0%5D=SIacCn3KPta_6zJBDhzcgipr0y3JxhqzqIP9g0UnOpQ8lgX1wFY8_ImwNJD2Oad9WS6yDztrthDT8wawuCBRlYEOrQ.SCdd6ZfM1vjq5kNE_7rp9u-G2MDB8WtpL8na_PhuijjDnP3s9SoW667D2jU7TFlxTcd5o-ezX1E-WBaYcydQgg Estiolamento Quem é o “culpado”?? Fv Fve Escuro Luz estiolamento desenvolvimento normal 27 O Fitocromo também está envolvido no FOTOBLASTISMO Fotoblastismo: efeito da luz na germinação Fotoblásticas positivas: sementes que só germinam estimuladas pela luz Fotoblásticas negativas: não germinam sob a luz Neutras ou indiferentes: a luz não influi na germinação o acúmulo de Fve inibe ou estimula a germinação nas sementes fotoblásticas 28 Dormência Capacidade de repouso na taxa de crescimento em períodos de estresse. ↓ condição especial de repouso A dormência da semente introduz um retardo temporal no processo de germinação. Na gema, a dormência retarda seu desenvolvimento 29 A dormência pode ser quebrada: Escarificação: mecânica ou química Estratificação térmica ou uso de giberelina (para dormência fisiológica) Existem dois tipos de dormência de sementes: 1.imposta pela casca ou outros tecidos (pericarpo p.ex.) que circundam o embrião; 2.inerente ao embrião (dormência fisiológica), por ex., produzindo inibidores (ABA). Uma mesma semente pode exibir um ou ambos os tipos. 30 Dormência nas sementes: recorde de semente mais velha datada Phoenix dactylifera (tamareira) ~2mil anos, encontrada em escavações perto do Mar Morto https://www.seedvault.no Estocagem de sementes 31 https://www.seedvault.no 32 https://www.seedvault.no 33
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