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Trovadorismo: Cantigas e Trovadores

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trovadorismo 
 
 
 
O Trovadorismo foi um movimento literário e poético que surgiu durante a Idade Média, época 
na qual a Igreja Católica e o Feudalismo dominavam a Europa. 
Iniciado no século XI no sul da França, esse movimento se espalhou por todo o continente, sendo 
a primeira manifestação literária da língua portuguesa. 
Esse movimento literário era caracterizado principalmente pelas poesias (chamadas de 
cantigas), as quais eram cantadas ao acompanhamento de instrumentos musicais como a flauta, 
viola ou alaúde. 
As coletâneas de cantigas eram chamadas de cancioneiros e o autor das cantigas era 
conhecido como trovador. 
No Trovadorismo português, cujo ápice ocorreu entre os séculos XII e XIII, o rei D. Dinis foi um 
grande trovador, sendo considerado um dos mais talentosos. Além disso, D. Dinis também 
incentivava os trovadores. 
Outros importantes trovadores que podem ser citados são: João Zorro, Afonso Sanches, Paio 
Soares de Taiveirós, Martim Codax, Pedro III de Aragão, entre outros. 
 
 
As cantigas eram separadas em: 
 
- Cantigas Líricas: Tratavam da temática do amor (que era muito idealizado) e do sofrimento 
amoroso: 
 
 Cantigas de Amor: Escritas pelo homem, o qual tem uma posição de veneração, inferioridade 
e submissão em relação à mulher amada (também idealizada nesse movimento literário); 
 
 Exemplo da Cantiga de Amor: “Cantiga da Ribeirinha” de Paio Soares de Taveirós (mostra a 
servidão amorosa por parte do homem e idealização do amor e da mulher): 
 
No mundo non me sei parelha, 
mentre me for' como me vai, 
ca ja moiro por vós - e ai! 
mia senhor branca e vermelha, 
Queredes que vos retraia 
quando vos eu vi em saia! 
Mao dia me levantei, 
que vos enton non vi fea! 
 
E, mia senhor, des aquelha 
me foi a mí mui mal di'ai!, 
E vós, filha de don Paai 
Moniz, e ben vos semelha 
d'haver eu por vós guarvaia, 
pois eu, mia senhor, d'alfaia 
nunca de vós houve nen hei 
valía dũa correa. 
 
 
 
 Cantigas de Amigo: Protagonizadas por mulheres, mas escritas por homens devido à proibição 
de escrita por mulheres na época. Nesse tipo de canções há a presença da declaração de 
amizade a um amigo ou amor platônico. 
 
 Exemplo da Cantiga de Amigo: “Ai flores, ai flores do verde pino” de D. Dinis: 
 
Ai flores, ai flores do verde pino, 
se sabedes novas do meu amigo! 
ai Deus, e u é? 
 
Ai flores, ai flores do verde ramo, 
se sabedes novas do meu amado! 
ai Deus, e u é? 
 
Se sabedes novas do meu amigo, 
aquel que mentiu do que pôs comigo! 
ai Deus, e u é? 
 
Se sabedes novas do meu amado, 
aquel que mentiu do que mi há jurado! 
ai Deus, e u é? 
 
-Vós me preguntades polo voss'amigo, 
e eu ben vos digo que é san'e vivo. 
Ai Deus, e u é? 
 
Vós me preguntades polo voss'amado, 
e eu ben vos digo que é viv'e sano. 
Ai Deus, e u é? 
 
E eu ben vos digo que é san'e vivo 
e seerá vosc'ant'o prazo saído. 
Ai Deus, e u é? 
 
E eu ben vos digo que é viv'e sano 
e seerá vosc'ant'o prazo passado. 
Ai Deus, e u é? 
 
- Cantigas Satíricas: Caracterizada por críticas principalmente ao modo de vida na sociedade 
feudal: 
 
 Cantigas de Escárnio: Continham críticas mais leves, indiretas, trocadilhos e frases com duplo 
sentido; 
 
 Exemplo da Cantiga de Escárnio: “Ai, dona fea, foste-vos queixar” de João Garcia de Guilhade: 
 
Ai dona fea! Foste-vos queixar 
Que vos nunca louv'en meu trobar 
Mais ora quero fazer un cantar 
En que vos loarei toda via; 
E vedes como vos quero loar: 
Dona fea, velha e sandia! 
 
Ai dona fea! Se Deus mi pardon! 
E pois havedes tan gran coraçon 
Que vos eu loe en esta razon, 
Vos quero já loar toda via; 
E vedes qual será a loaçon: 
Dona fea, velha e sandia! 
 
Dona fea, nunca vos eu loei 
En meu trobar, pero muito trobei; 
Mais ora já en bom cantar farei 
En que vos loarei toda via; 
E direi-vos como vos loarei: 
Dona fea, velha e sandia! 
 
 
 
 Cantigas de Maldizer: Eram críticas mais diretas, ácidas e pesadas. 
 
 Exemplo da Cantiga de Maldizer: “A mim dam preç', e nom é desguisado” de Afonso Anes 
do Cotom: 
 
A mim dam preç', e nom é desguisado, 
dos maltalhados, e nom erram i; 
Joam Fernandes, o mour', outrossi, 
nos maltalhados o vejo contado; 
e pero maltalhados semos [n]ós, 
s'homem visse Pero da Ponte em cós, 
semelhar-lh'-ia moi peor talhado.

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