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Relaxamento de Prisão - MODELO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA CRIMINAL DE CAMPINA GRANDE/PB
FULANO DE TAL, brasileiro, solteiro, portador do RG n°****** e CPF n°*******, residente e domiciliado na rua ENDEREÇO, bairro X, na cidade de Campina Grande-PB, através do seu advogado (procuração em anexo), vem perante a Vossa Excelência requerer:
RELAXAMENTO DE PRISÃO
com fulcro no artigo 5°, inciso LXV da Constituição Federal/88 e o artigo 301, inciso I, do Código Processo Penal, pelas razões de fato e direito a seguir:
I. DOS FATOS
O requerente foi conduzido e preso em flagrante no dia **/**/****, por volta de tal hora, em flagrante de delito pela suposta prática de crime de roubo majorado, ocorrida no dia tal contra nome da pessoa. 
O requerente foi recolhido na carceragem da Central de Polícia Civil de Campina Grande/PB e, após a lavratura do auto de prisão em flagrante permanece assim desde então, sem que houvesse qualquer manifestação do magistrado sobre a liberdade do requerente ou fundamentos que justificassem sua segregação. 
Inobstante o procedimento lavrado pela autoridade policial compentente, a defesa entende que os requisitos da prisão flagrante não estavam presentes, conforme dispõe o art. 302, do CPP, momento em que passa a expor: 
II. DO DIREITO
2.1 PRISÃO EM FLAGRANTE ILEGAL
De acordo com o art. 302 do Código Processo Penal, nenhuma das quatro hipóteses legais do artigo se encontram presentes nesse caso, quais sejam:
a) estar cometendo infração penal, pois verifica-se nos autos que as diligências/buscas já haviam cessado por parte da Polícia Militar, e que, a noticia criminis só chegou ao conhecimento da polícia judiciária no dia seguinte, por volta das 10h. Ainda assim, conforme extrai-se da certidão de ocorrência lavrado em nome da vítima ***********, que, em suas declarações, relatou que: “as vítimas conseguiram arrombar a porta do quarto e acionaram a polícia”.
b) acabá-la de cometê-la, o que não ocorreu devido as informações que só chegaram a polícia civil por meio do boletim de ocorrência lavrado, no dia seguinte.
c) ser perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer do povo, em situação que faça presumir ser autor da infração, o que nada ocorreu em nenhuma das hipóteses, visto que a vítima só compareceu a autoridade policial após a localização do seu veículo que foi abandonado na zona leste da cidade, sem quaisquer comprovações em imagens de quem teria abandonado o carro e só neste momento, procedeu o reconhecimento fotográfico do custodiado nome do acusado, após uma única foto apresentada pela autoridade policial.
d) ser encontrado, logo após, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração penal, que nada foi encontrado na posse de nome do acusado e mesmo assim, por volta de tal hora, nome do local, seu local de trabalho, foi dada voz de prisão ao indivíduo, que ainda autorizou os agentes a comparecerem em sua residência, contudo, não teve seu pedido atendido.
2.2 RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO
Não há prova cabal de que o ora acusado cometeu o crime exposto acima. Uma vez que, perante as imagens das câmeras de segurança fornecidas a polícia, indica que, nos momentos da prática dos delitos, o indiciado estava trabalhando ou repousando em sua casa. Em depoimento, uma das vítimas não confirma com plena certeza que seria a pessoa de nome do acusado efetuando o delito.
Ora, Excelência, como pode alguém ser imputado de um crime apenas por sua cor de pele, de um reconhecimento fotográfico exibido na delegacia sem outro elemento probatório? Reitera-se que, não há indícios que nome do acusado praticou o delito conforme as imagens de segurança fornecidas a polícia. 
Dito isso, a denúncia está calcada em ilações duvidosas, visto que a informação -muito abstrata- que se obteve, era que o infrator teria uma estatura mediana/alta, seria negro e seria uma pessoa gorda, a exemplificação presente no inquérito seria “nome da exemplificação”.
Portanto, a defesa entende que seja cabível o relaxamento de prisão de nome do acusado, uma vez que há nulidade no conjunto probatório, não podendo servir de lastro para sua condenação. 
É de entendimento do Superior Tribunal de Justiça:
“O reconhecimento de pessoas deve, portanto, observar o procedimento previsto no art. 226 do Código de Processo Penal, cujas formalidades constituem garantia mínima para quem se vê na condição de suspeito da prática de um crime, não se tratando, como se tem compreendido, de "mera recomendação" do legislador. Em verdade, a inobservância de tal procedimento enseja a nulidade da prova e, portanto, não pode servir de lastro para sua condenação, ainda que confirmado, em juízo, o ato realizado na fase inquisitorial, a menos que outras provas, por si mesmas, conduzam o magistrado a convencer-se acerca da autoria delitiva. Nada obsta, ressalve-se, que o juiz realize, em juízo, o ato de reconhecimento formal, desde que observado o devido procedimento probatório.” (HC 598.886/SC, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 27/10/2020, DJe 18/12/2020)
2.3 RELAXAMENTO DA PRISÃO
Desta feita, tendo o requerente plena condição de responder o processo criminal em liberdade, não há qualquer razão para mantê-lo restrito de sua locomoção, sendo medida que se impõe a concessão do relaxamento de prisão, uma vez que o juiz ao receber o APF (auto de prisão em flagrante), apenas o homologou, não tomando nenhuma das decisões previstas no artigo 310 do Código de Processo Penal.
Nessa esteira, o STJ:
“PROCESSUAL PENAL. RECURSO EM HABEAS CORPUS. PRISÃO EM FLAGRANTE. ILEGALIDADE. AUSÊNCIA DE FUGA E DE PERSEGUIÇÃO. PRISÃO EFETIVADA NA RESIDÊNCIA DA ACUSADA. SITUAÇÃO NÃO PREVISTA NO ART. 302 DO CPP. RELAXAMENTO DA PRISÃO. RECURSO PROVIDO. 1. Não caracteriza flagrante impróprio a hipótese em que a suposta autora do delito é encontrado em sua residência por agente policial, em diligências efetuadas a partir de denúncia anônima, porquanto o inciso III do art. 302 do Código de Processo Penal pressupõe que o agente, após concluir a infração penal, ou ser interrompido por terceiros, empreenda fuga, e seja, logo após, perseguido pela polícia, pela vítima ou por qualquer do povo. 2. “A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária” (art. 5º, inciso LXV, da Constituição Federal). 3. Recurso provido para relaxar a prisão da paciente, determinando-se a imediata expedição de alvará de soltura em seu favor, se por outro motivo não estiver presa.” (STJ – RHC: 23650 MG 2008/0107995-9, Relator: Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, Data de Julgamento: 18/11/2008, T5 – QUINTA TURMA, Data de Publicação: -> DJe 09/12/2008)
III. DO PEDIDO
Ante o exposto, requer à Vossa Excelência:
a) O deferimento do pedido com o consequente relaxamento de prisão em flagrante, expedindo-se o competente alvará de soltura em favor do requerente, conforme o artigo 310, inciso I, do Código de Processo Penal;
b) Seja ouvido o representante do Ministério Público, expedindo-se o competente alvará de soltura e, caso haja necessidade, que seja designada Audiência de Custódia, nos termos do provimento conjunto nº 7/2015 do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba.
Nesses termos,
Pede Deferimento.
Campina Grande - PB, 03 de Junho de 2021
NOME DO ADVOGADO
OAB/PB ****
NOME DO ESTAGIÁRIO(A)
Estagiária

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