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1 Camila Carminate – 6 FASE Métodos Contraceptivos Obrigação em toda consulta: resolver o problema, planejamento familiar e rastreio. PLANEJAMENTO FAMILIAR Planejamento familiar pode ser para ter ou não filhos. Devemos lembrar que os direitos sexuais reprodutivos existem também para jovens de 11, 12 anos que já estão começando a vida sexual e tem o direito de exigir que a vida sexual dela não seja dita aos seus pais. O importante é limitar a gestação. Devemos levar em consideração as motivações da pessoa ao indicar um método contraceptivo: Base cultural: cada um tem seu modo de pensar Religiosidade Condição social: devemos considerar o preço do método contraceptivo e a capacidade aquisitiva da paciente Preconceito Saúde do indivíduo: existem métodos contraceptivos que não podem ser utilizados por determinadas pessoas Preferência pessoal: Qual o tipo de método ela prefere, se é vaginal, oral, injetável Menorreia lactacional: A menstruação só protege se a mãe estiver amamentando exclusivamente no seio, e não tiver menstruado ainda. Só pode ser feita até os 6 primeiros meses. Idade MÉTODOS COMPORTAMENTAIS É definido pelo comportamento da pessoa. São mais utilizados em casos do planejamento ser para engravidar e não para prevenir a gravidez. É feito através da observação dos sinais e sintomas naturais do período fértil. É feito através de mudanças comportamentais do casal exigindo grande motivação. Vantagem: baixo custo, todos podem usar, não apresentam efeitos colaterais e é aceita pela igreja católica (porque você vai ficar sem relações sexuais no período fértil). Desvantagens: baixa eficácia e não protegem contra DSTs (se o casal não usar camisinha); altera comportamento sexual, exige orientações inviáveis para os extremos da vida reprodutiva (como fazer essa orientação se o ciclo é super irregular?!). COITO INTERROMPIDO OU EJACULAÇÃO EXTRAVAGINAL Retira-se o pênis da vagina antes de ejacular. No entanto, antes de ejacular, o homem tem liberação de líquido da vesícula seminal e do líquido prostático. TABELINHA OU ABSTINÊNCIA PERIÓDICA OU MÉTODO DE OGINO-KNAUS Parte do princípio de conhecer o próprio ciclo menstrual e suas alterações, pois o problema é que o ciclo menstrual não é fixo sempre, sendo que pode variar desde 7 até 21 dias. O espermatozoide fica viável para fecundação por 24-48 horas, e o óvulo por 12-24 horas. Por isso não se pode ter relações dois dias antes a um dia depois da ovulação. Do menor ciclo, subtrai-se 18. Do maior ciclo, subtrai-se 11. Entre um dia e outro, não pode ter relação. Ex.: Nos últimos 12 meses o menor ciclo foi de 25 dias e o maior de 30. 25 – 18 = 7 30 – 11 = 19 Entre o 7º e o 19º dia do ciclo não pode haver relação. MÉTODO DE BILLINGS OU MUCO CERVICAL Na segunda fase do ciclo o muco fica mais opaco, denso, leitoso, sem canalículos, não auxiliando no transporte dos espermatozoides. TEMPERATURA BASAL Baseia-se no conhecimento de que a progesterona é termogênica (aumenta em 0,3-0,5ºC a temperatura). A temperatura basal deve ser mensurada (não pode ser axilar, tem que ser oral, retal ou vaginal) todos os dia ao acordar. Paciente pode ser liberada 3-4 dias após o aumento de temperatura (pode na segunda fase). 2 Camila Carminate – 6 FASE MÉTODO SINTOTÉRMICO Associa o método da temperatura com qualquer outro comportamental. Ao associar um método de temperatura basal com outro, teoricamente só poderia ter relação na interseção dos dois. MÉTODOS DE BARREIRA “Barreiras mecânicas ou químicas que impedem o encontro dos gametas e, além disso, podem impedir DSTs.” O nome já diz tudo: é uma barreira. Esse método vai interferir no caminho do espermatozoide, para que ele não chegue nas tubas e fecunde o óvulo. Essa barreira pode ser mecânica ou química, sendo que a química são os espermicidas. Proteção contra DSTs: - camisinha feminina: tem uma proteção contra DST muito boa - diafragma só cobre o colo e a vagina fica toda descoberta CAMISINHA (CONDOM) MASCULINA A mais usada. Precisa ser colocada com o pênis ereto e, ao ejacular, se retirar e interromper penetração. Contraindicada a associação com espermaticida (pode levar a ruptura). O uso inadequado pode levar a ruptura. Protege contra DST, mas o látex é poroso, permitindo a passagem de vírus (como o HIV). Porém o HIV é pouco virulento, precisa de muitos vírus para causar a doença. CAMISINHA (CONDOM) FEMININA Protege mais que masculina. Pode ser reutilizável após lavagem e impede o contato com a parede vaginal/vulvar. Também impede a ascensão do espermatozoide. ESPERMATICIDA (NONOXINOL -9) Era muito usado com associação (com o diafragma), mas hoje está deixando de ser usado. DIAFRAGMA Tem vários diâmetros, de 55 a 105mm (aumento de 5 em 5mm). Colocado atrás da sínfise púbica, e vai até o fundo de saco. Impede a ascensão do espermatozoide. Coloca-se no consultório e se pede para paciente se movimentar. Se sair do lugar será preciso de um maior. Se está incomodando, coloque um menor. Obs.: sempre, antes de introduzir, ver se não há furos. Deve ser introduzido antes da relação, e ser mantido na vagina até 6h após ejaculação (espermatozoide vive até 6h na vagina e 24-48h no útero). Se ficar com o diafragma por mais de 24h contínuas há risco de Síndrome do choque tóxico. MÉTODOS DE ANTICONCEPÇÃO HORMONAL Não existem pílulas de estrógenos, sempre são associadas aos progestogênio ou somente progestogênio. Sabendo que os de baixa dosagem são melhores, uma dica importante fica: Via: oral, injetável (mensal/trimestral), vaginal (pílula/anel), transdérmico ou implante subcutâneo. Obs.: a via selecionada deve ser conforme a posologia que eu quero usar, ou algum efeito colateral que eu quero evitar. Por exemplo uma paciente com muita náusea: peça para suportar um mês, se não diminuir, peça para tomar pela noite. Se não sessar, diminua a dosagem. Se continuar dê somente progestogênio ou indique um Ac por via não oral. FUNCIONAMENTO GERAL Inibem a ovulação (principal mecanismo de ação) pois o progestogênio, em dosagem elevada, inibem o pico de LH (não tem ovulação). Estrogênios em alta dosagem inibem FSH, não tem pico de estrogênio (não tendo ovulação). No entanto, nem sempre os Ac, principalmente os de baixa dosagem, inibem a ovulação como descrito acima. Mas isso não reduz a sua eficácia, pois ele age de outras formas, como por exemplo: engrossando o muco cervical, atrofiando o endométrio e reversão da motilidade peristáltica tubária, fazendo com que os movimentos que antes eram centrípetos (direção ao útero), se tornarem centrífugos (direção à cavidade peritoneal) através do progestogênio. 3 Camila Carminate – 6 FASE PROGESTOGÊNIO Existem duas opções para pacientes com spotting: Opção 1: Aguardar 3 meses para ver se os spots sessam; Opção 2: Aumente a dosagem do Ac. Obs.: Não é progesterona, é progestogênio. Androgênio: Clormadinona (aumenta libido). Anti-androgênio: Drospirenona (melhora a pele pois inibe a 5AR). Anti-mineralocorticoide: Drospirenona (diminui inchaço). COMBINADOS TRIFÁSICOS Comprimidos com 3 dosagens diferentes. Os primeiros tem mais E, os próximos têm menos E e P, os últimos têm mais P (mimetizam um ciclo natural). Não funcionam bem como Ac na prática. COMBINADOS BIFÁSICOS Os 7 primeiros com mais E e menos P (maior proliferação do endométrio, havendo redução do spotting). Aumenta os sintomas E dependentes: mastalgia, cefaleia e náuseas, por exemplo. COMBINADOS MONOFÁSICOS São os mais comuns e usados. Têm a mesma dosagem de E e P em toda cartela. Modo de uso: inicia-se no 1º dia da menstruação e pausa no final (de 7 dias entre cartelas). Nesse intervalo ocorre o sangramento de privação do sexo. É eficaza partir do 1º dia de uso. Esqueceu de tomar em até 12h: não há problema. Tome na hora em que lembrar e, o próximo, tome no horário previsto. Esqueceu o do dia anterior e lembrou ao tomar o do dia atual: Tome os 2 ao mesmo tempo. Esqueceu de tomar duas pílulas: não é sinônimo de gravidez, mas reduz muito sua eficácia. Outro método contraceptivo é recomendado. Obs.: continua com o anticoncepcional, mas associa-se outro método. Paciente não quer sangrar: receitar o P exclusivo em uso contínuo para se ter efeitos colaterais mínimos. Ao se tomar um combinado continuamente para não sangrar, haverá efeitos colaterais do E. Obs.: Não tomar anticoncepcional com E no pós-parto pois leva à redução de GnRH, diminuindo prolactina além de poder transferir esse hormônio ao feto através do leite. MINIPÍLULA Progestogênio exclusivo em baixa dose (35mcg de Noretisterona). Indicado para mulheres lactantes, auxiliando a própria contracepção fisiológica da amamentação. Modo de uso: 4 a 5 meses de uso. Depois disso use outros progestogênios exclusivos (de dosagem mais alta), não se recomendando mais a minipílula após o tempo prescrito. Obs.: a caixa vem com 35 pílulas e devem ser ingeridas sem intervalo. Após os 4 meses de uso: o mais indicado é o Cerazette (P exclusivo) no lugar das minipílulas. CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA Hoje a maioria é de levonogestrel (P) dose única (1500mcg) ou 2 doses (750mcg cada) com 12h de intervalo entre elas. Quanto antes ser ingerido, mais eficaz será. “Pílula-do-dia-seguinte!” Progestínicos: melhor opção. Yuzpe: por ter muitos efeitos colaterais (E + P), é indicado, somente, quando não houver acesso aos P. Os progestínicos (dose única ou duas doses) são oferecidos pelo SUS. Por ser progestínico, pode tomar como dose única mesmo o de duas doses, pois existe menos efeito colateral que o Yuzpe. Obs.: a contracepção de emergência é direito do paciente (independente da idade). O médico é obrigado a oferecer. Anticoncepção de emergência com Ac de 20mcg: tomar cinco pós ejaculação, e mais cinco 12h depois. Só serve até 72h. Além disso é uma dosagem altíssima de estrogênio (efeito colateral mais intensos, como vomitar. Se ocorrer, a eficácia diminui ainda mais. Seu uso atrapalha o ciclo menstrual e pode dar trombose, embora não exista estudo comprovando essa afirmação). 4 Camila Carminate – 6 FASE Após 72h: o DIU pode garantir após 72h (ele funciona entre 72h e 120h). O zigoto demorará cerca de 4 a 5 dias para chegar ao útero e mais 3 dias para nidar (7 dias pós ovulação). Se o acidente ocorrer no 4º dia, introduza o DIU no 4º e retire-o 6º. Se for no 5º introduza-o e retire no 6º. Se for no 6º, introduza-o no 6º e retire no mesmo dia. Ao retirar, trema a mão com o DIU para raspar o endométrio (para não permitir a nidação do zigoto ou, até mesmo, removê-lo do endométrio enquanto está em processo de penetração). INJETÁVEL MENSAL Injeção IM no primeiro dia da menstruação e, a partir daí, fazer aplicações mensais. São combinados de Estrógeno (natural) + Progestogênio. Ex.: Mesigyna e Noregyna. Ele não altera metabolismo de carboidratos, de lipídeos e o sistema hemostático. Vantagens em relação ao oral: não tem passagem gástrica/degradação hepática, é só uma vez por mês o que, teoricamente, reduz os fatores de coagulação e não aumentam o substrato RAA (por não passar no fígado) Paciente hipertensa: não CI uso de anticoncepcionais, mas tem que controlar a hipertensão. CI: lactação. Efeitos colaterais: irregularidade do ciclo, sangramento prolongado, spotting e amenorreia. INJETÁVEL TRIMESTRAL Alta dose de progestogênio. Ex.: Depo-provera. Após seu uso, retarda 9 meses ou mais para ter fertilidade novamente. Efeitos colaterais: alteração do padrão menstrual (sangramento irregular), aumenta o peso (aumenta em até 8kg. Os outros Ac causam só um pouco de retenção hídrica), cefaleia, depressão, reduz libido e perda óssea se uso prolongado. IMPLANTES SUBCUTÂNEOS Contêm progestágeno. Ex.: Implanon. É colocado no subcutâneo. Validade de 3 anos. 80% das mulheres entram em amenorreia de 3-6 meses depois. Faz-se um botão anestésico e o insere entre o bíceps e o tríceps, superficialmente, para facilitar sua retirada. PÍLULAS VAGINAIS Combinados de Estrógeno (etinilestradiol 0,5mcg) + Progestogênio (levonorgestrel 2,5mcg). Ex.: Lovelle. Uso 21/7 e não pode haver intervalos maiores que 7 dias. Eficácia semelhante ao anticoncepcional oral. Vantagens em relação ao oral: não há náusea e passagem hepática (menos os fatores de coagulação). ANEL VAGINAL Um combinado de Estrógeno (etinilestradiol 25mcg) + Progestogênio (etonogestrel 117mcg). Ex.: Nuvaring. Entre o 1º e o 5º dia do ciclo é colocado, devendo permanecer por 3 semanas e retirar por 1 semana. Se não quer sangrar, tira com 21 dias e aí já coloca outro. TRANSDÉRMICO Um adesivo combinado de E + P. Ex.: Evra. Deve ser trocado a cada semana e usado por 3 semanas consecutivas, seguidas por 1 semana de pausa. Cuidado para não aplicar sempre no mesmo local, pois pode dar dermatite. Não usar em locais expostos ao sol (melasma por estrogênio). DISPOSITIVO INTRAUTERINO (DIU) Causam reação inflamatória, atraindo macrófagos (fagocitam espermatozoides) causando casuais sangramentos e cólicas. Os DIUs eliminam gradualmente cobre ou hormônio (progestogênio). São eficazes e causam menos efeitos colaterais (não há TPM). Os efeitos do medicado têm prazo de duração, pois as substâncias acabam. A partir do momento que acabar eles 5 Camila Carminate – 6 FASE passam a funcionar como um DIU inerte (eficácia é menor), sendo recomendada a troca. TIPOS DE DIU “Os DIU tipo T de cobre e Multiload são os mais comuns.” T de cobre 200: dura 5 anos; T de cobre 380: dura 10 anos, sendo esse disponibilizado pelo SUS; Multiload 250 ou 375: Devido às hastes, teoricamente ele teria menor chance de expulsão; Mirena: liberador de levonorgestrel (progestogênio); Lippes: DIU inerte (um dos primeiros). AÇÃO, APLICAÇÃO E ACOMPANHAMENTO Por ser coberto por membrana biorreguladora, ele libera 20mcg de levonogestrel a cada 24h. Além de ser baixa dosagem de P, ele é fracamente absorvido, pois há pouco débito cardíaco chegando no útero não gravídico. Ele impede a fertilização do óvulo por alteração no transporte e/ou distribuição de espermatozoide. Os de progesterona espessam o muco cervical, invertem a motilidade tubária e atrofiam endométrio. Os de prata/cobre ou com levonorgestrel, vão agir de forma mecânica e hormonal que (atrofiando o endométrio). Pode ser colocado em qualquer fase do ciclo, mas o ideal é colocar durante a menstruação (garantia de não estar grávida, além do estar mais dilatado). Em outras fases do ciclo deve ser feito beta-hCG. Se tiver DSTs, tratalas primeiro. Se houver DIP, retire o DIU. No entanto, para endocérvice por Gonococco e Clamídia, a maioria das mulheres é assintomática e, ao introduzir o DIU, serão levadas para dentro da cavidade uterina e causará DIP. O risco aumenta é necessário tomar AINES 3h antes (Ponstan), para facilita a inserção do DIU. Para evitar DIP, use azitromicina (1g) profilática na colocação do DIU. EFEITOS COLATERAIS DO DIU EC do E: náuseas, vômito, aumenta sensibilidade mamária, retenção hídrica, cefaleia (paciente relatou cefaleia focal associado ao uso do Ac, deve suspende-lo imediatamente), nervosismo, ectropio cervical, aumento mamário, melasma (usar protetor solar). EC da P: fadiga, depressão, aumento de apetite, varizes, aumento mamário. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Anticonvulsivantes: diminuem a ação contraceptiva. Recomenda-se DIU no lugar de orais. Antibióticos: diminuem a flora bacteriana do TGI se uso desses antibióticosfor prolongado. Substâncias de via hepática: anticonvulsivantes e outras substâncias de via hepática irão acelerar o efeito do Ac ou da outra substância, eliminando o efeito desejado delas. Cuidado com o álcool. Potencialização da ação: o diazepam, clordiazepóxido, antidepressivos tricíclicos e teofilina processados no fígado, pode haver potencialização dos mesmos. Aumenta a velocidade de eliminação: acetaminofeno e aspirina. BENEFÍCIOS NÃO CONTRACEPTIVOS DOS CONTRACEPTIVOS HORMONAIS Reduzem câncer de endométrio e ovário (não sendo hormônio-dependente). Reduzem a gestações ectópicas e DIP (espessa o muco e isso dificulta a ascensão de microrganismos). Menstruações mais regulares (combinado de via oral). Aumenta a densidade óssea (contraceptivo com estrógenos). Tratamento de acne e hirsutismo (qualquer anticoncepcional melhora esses quadros. Porém os de progesterona anti-androgênicos atuam mais rápido). Menor incidência de endometriose. Controle da síndrome pré-menstrual (cólicas e TPM). Tratamento de sangramento uterino disfuncional (progesterona exclusiva evita a menstruação). OBSERVAÇÕES Fumo não combina com estrogênio: nas fumantes classe 3 não devem, nas fumantes classe 4 não podem. 6 Camila Carminate – 6 FASE Paciente hipertensa: pode tomar anticoncepcional, mas deve controlar bem a HAS. Pior seria se não passasse o Ac, pois pode haver gestação hipertensiva que pode matar a paciente e o bebê. Ac e câncer de mama: não se sabe, ainda, a relação. Mas deve se ter prudência. Reatividade vascular: fenômeno tromboembólico está associado a qualquer contraceptivo hormonal, tanto os combinados, quanto os de P (independe da via). CONTRACEPÇÃO CIRURGICA STB (SALPINGOTRIPSIA BILATERAL) Salpingotripsia bilateral é a mesma coisa que laqueadura tubária, sendo chamada de esterilização, que é definitivo. A taxa de recalização e a mulher voltar a engravidar é baixa, por isso é considerada permanente. É uma microcirurgia complicada, por isso deve-se pensar cuidadosamente antes de fazê-la. A cirurgia pode ser feita por laparoscopia ou minilaparotomia. Na laparoscopia queimam-se as tubas através de pinças, já a minilaparotomia é uma cirurgia aberta, corte parecido com o da cesárea, em que se retiram as tubas para fora e dá um nó nelas. Existem várias técnicas de laqueadura tubária (técnica Pomeroy (mais usada), coagulação elétrica bipolar/ anel Yoon/ clipe Hulka). Riscos da STB: O histórico de doença inflamatória pélvica (DIP) também pode desencadear me um maior número de aderências. A síndrome pós laqueadura tubária é justamente quando corta muito e diminui a irrigação, podendo resultar em ciclo menstrual irregular. VASECTOMIA Taxa de falha: 0,1 a 0,2%, sendo mais eficaz que a salpingotripsia. As chances de recanalização são muito grandes nos primeiros 10 anos. No homem é mais fácil recanalizar. A recanalização pode ser espontânea ou por cirurgia (faz anastomoses no local cortado). Após a cirurgia deve-se fazer o espermograma para confirmar a efetividade da cirurgia. MÉTODO CIRÚRGICO Lei 9263: para a pessoa ser submetida a cirurgia ela deve ter capacidade civil plena (pelo menos 18 anos ou 16 anos emancipada e não ser interditada). Pelo menos 25 anos ou 2 filhos vivos. Manifestar o desejo por escrito, pelo menos, 60 dias antes do procedimento. Deve ter passado por um programa de planejamento familiar para ver outros métodos reversíveis. Obs.: as pílulas são mais eficazes que vasectomia e ligadura tubária. Quando você poderá fazer ligadura na hora do parto sem com que acha punição? Quando existe risco de vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado em relatório escrito com assinatura de dois médicos. Ex.: quando na última gestação a mulher apresentou pré-eclâmpsia grave, presença de doença autoimune grave, cardiopatia grau IV. CRITERIOS DE ELEGIBILIDADE Quando o método for classificado como 1 isso significa que ele é o ideal para aquela pessoa, ou seja, pode-se usar em qualquer circunstância. O 2 de modo geral, pode usar o método, mas com certa cautela. Os números 3 são as contraindicações relativas e o número 4 as contraindicações absolutas. No número 3 os malefícios superam os benefícios, não recomenda o uso do método, a menos que outros métodos mais adequados não estejam disponíveis ou sejam aceitáveis. Se não tiver método ideal para a paciente 7 Camila Carminate – 6 FASE durante um período, pode usar, e logo depois muda-se o método. O 4 não se usa de forma nenhuma. Caso o paciente chegue a consulta utilizando o 4, você troca imediatamente, não deixa usar mais. GRAVIDEZ O DIU de cobre e o que libera levanogestrel são contraindicados, pois pode desencadear um aborto. AMAMENTAÇÃO Nas primeiras 21 dias/6 semanas após parto não pode usar etinilestradiol de jeito nenhum, pelo risco de trombose, é categoria 4. Depois de 6 semanas, é categoria 3, ou seja os riscos superam os benefícios, mas não é contraindicação absoluta. Não usamos porque diminui a quantidade de leite. Os progestáticos para as mulheres que estão no pós parto até os 6 meses, é o ideal, é 1. Passaram os 6 meses, ela pode usar qualquer um, mesmo os combinados. De 6 semanas até os 6 meses é contraindicação relativa, numero 3. Nos primeiros 6 meses não usar combinada, se possível. Amamentação pode usar Cerazzete, a vantagem é que pode usar direto, mesmo se não for aos primeiros 6 meses. PÓS-ABORTO Logo após aborto você pode usar o que quiser. Aborto é até 21/22 semanas, não teve ainda força para ter a trombose. Não pode usar etinilestradiol quando a gravidez for a termo, porque ela está pronta para trombose. Assim, após aborto é tudo 1. O 4 está no DIU quando o aborto é séptico, está infectado. FUMO O problema do cigarro é maior em mulher de 35 anos que usem a pílula combinada. Juntou etinilestradiol com fumo e maior de 35 anos, é uma bomba, é contraindicação absoluta. Quando ela fuma, mas tem menos que 35 anos ela pode usar qualquer uma. Mas independente do numero, se for categoria 3, já não passa. O risco é de trombose. Ela deve usar só o progestágico, o problema é o etilnilestradiol. Quem tem doença cardíaca, pressão alta, não deve usar nada com etilnilestradiol. Etinilestradiol também aumenta a pressão. DOENÇA CARDIOVASCULAR ARTERIAL Tem muito 3⁄4 D. D: quando existem múltiplos fatores importantes, sendo que qualquer um deles isoladamente aumentaria substancialmente o risco de doença cardiovascular, o uso de método poderá aumentar o risco da mulher a um nível inaceitável. Nas doenças cardiovasculares, se a pressão estiver descontrolada não usa de jeito nenhum etilnilestradiol, se estiver controlada, é categoria 3, ou seja, pode até trocar. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) Se a pressão esta alta, mas esta de 140-159 / 90-99 é categoria 3; se esta de 160 é categoria 4. DOENÇA VASCULAR O problema da trombose é histórico da pessoa, não é familiar não. Ver histórico atual e passado dela. O histórico da família é 2. Se tiver histórico TVP da própria pessoa não vai usar as combinadas; se TVP/ Embolia Pulmonar atual é 4 para as combinadas, e 3 para as progestaticas. Se ele tiver um parente de primeiro grau, melhor tomar só progesterona, é 1. Se quiser usar combinada, pode é 2. O Mirena que libera progesterona é 3 se for TVP é atual, e se já tiver tido pode usar. 8 Camila Carminate – 6 FASE CIRURGIA DE GRANDE PORTE E IMOBILIZAÇÃO PROLONGADA Não pode usar combinadas, é 4. Se for sem imobilização prolongada, pode. O cirurgião em cirurgias grandes e com imobilização longa deve falar que não pode usar o anticoncepcional oral combinada. O ideal é que suspenda alguns meses, principalmente se for injetável. MUTAÇÃOTROMBOGÊNICA CONHECIDA (FATOR V LEIDEIN, MUTAÇÃO DE ROTROMBINA, PROTEINA S,C E DEFICIÊNCIA DE ANTITROMBINA) É tudo 4! Pode usar progestásticos. VARIZES É tudo 1, pode qualquer método. Não tem risco de trombose. TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL 1 ou 2. DOENÇA CARDÍACA ISQUÊMICA Tanto faz se atual ou historia, não pode é 4, não pode oral combinado. DERRAME (HISTÓRIA DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL) Também não pode oral combinado, é 4. DOENÇA CARDÍACA VALVULAR NÃO COMPLICADA Não tem problema. Só não passamos o anticoncepcional combinado. DORES DE CABEÇA Se não apresenta enxaqueca pode qualquer uma, é 1 ou 2. Esta I e C, inicial e continua porque o etinilestradiol aumenta um pouco a dor de cabeça, por isso o ideal é o progesterona, mas pode usar qualquer coisa. Quem tem enxaqueca com aura/clássica, qualquer idade não pode as combinadas. É contraindicação absoluta por causa do etilnilestradiol. Aura a pessoa sente algo antes, pode ser nas vistas, parestesias. Se for sem aura ou simples, idade maior ou igual a 35 anos, pode ser 3 ou 4, mas o ideal é não passar. Passa o Cerazette. SANGRAMENTO VAGINAL INEXPLICÁVEL ANTES DA AVALIAÇÃO Se não sabe o motivo do sangramento, não pode introduzir o DIU. Depois que resolver o sangramento, ai introduz o DIU. Esta 3 no injetáveis e no implante, porque são medicações prolongadas ou quase definitiva. Tem que pesquisar primeiro as causas do sangramento. CÓLICA, ENDOMETRIOSE, TUMORES BENIGNOS Podem qualquer um método. Quem tem endometriose o ideal é tomar um sem parar, porque tem muita cólica e evita novos focos. É tudo 1. OU combinadas como 2. A pílula combinada também é fator protetor de Câncer de Endométrio, porque esta usando progesterona junto é protetor. CÂNCER DE COLO DE ÚTERO As pílulas não têm problema, o problema é só o DIU antes da mulheres ser tratada, depois pode. CÂNCER DE MAMA ATUAL Não pode nem progesterona, só resta o DIU de cobre. Se for CA de mama anterior a pelo menos 5 anos, não é contraindicação absoluta, mas é 3 não é ideal. CÂNCER DE ENDOMÉTRIO Ela não pode colocar o DIU, é possível ate tenha que tirar o útero. Qualquer método protege contra o CA de endométrio, porque nenhum tem o estrogênio sozinho. CÂNCER DE OVÁRIO Todos são protetores. Só não coloca o DIU, se tiver feito a cirurgia, pois é uma cirurgia grande, tira tudo, tira o útero, aí é 3. FIBROSE UTERINA COM DISTORÇÃO DA CAVIDADE UTERINA, MIOMA Sem distorção pode usar qualquer uma, se distorcer, não dá para colocar o DIU. Se tem mioma, pode usar estrogênio e progesterona, não irá estimular é tudo 1. 9 Camila Carminate – 6 FASE Isso com pílula ou sem pílula. ANORMALIDADES ANATÔMICAS, CAV IDADE UTERINA DISTORCIDA Não da para introduzir DIU. DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP) Paciente com gonorreia, clamídia ou outra infecção, pode usar qualquer método menos o DIU. Inicialmente, você não coloca, depois que tratar pode. HIV Tudo 2 e 1. DIABETES As progesteronas podem piorar a intolerância a glicose, nessas os métodos só com progesteronas são 2. Agora quem tem diabetes com doenças nos olhos, rins, nervos é 3⁄4 R. R: avalie de acordo coma gravidade do problema. 3/A não passa. DOENÇA NA VESÍCULA BILIAR É tudo 2 e alguns 3. Quando atual não é contraindicação absoluta, mas os riscos superam os benefícios, daí não passa anticoncepcional combinada tratada clinicamente ou atual. Não é 4, cuidado com prova. HEPATITE VIRAL Se ativa, não deve usar combinada; se portadora, pode usar qualquer método. Olha a diferenças enormes da ativa para portadora. Se ativa, nem progestáticos deve usar. TUMORES HEPÁTICOS Não pode nem se for benigno. Benigno e maligno não pode.
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