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Atividade 5_Geologia

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
 Unidade Acadêmica do Cabo de Santo Agostinho
 Campus Abolicionista Joaquim Nabuco
 Coordenação do Curso de Engenharia Civil
GEOLOGIA
PROF.ª CECÍLIA MARIA MOTA SILVA LINS
OBTENÇÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
BRUNO DOS SANTOS COELHO DE PONTES
GABRIELA CARDOSO DE MATOS
17 de Janeiro de 2018
Cabo de Santo Agostinho
1. Introdução
	A água é um material de extrema importância na construção civil e amplamente utilizada em diversos serviços da área. Apesar de não ser considerada um material de construção, não entrando no cálculo de custos de uma obra, esse líquido precioso é usado em quase tudo, desde componente em concretos e argamassas à ferramenta de limpeza, resfriamento e cura do concreto, entre outras utilidades. Portanto a obtenção de água nesse ramo é essencial para seu funcionamento, e o presente documento fara menção às diversas formas de aquisição de água e onde encontrá-la com o uso da geologia. 
2. Descrição
No planeta Terra a água para consumo humano é muito restrita. Cerca de 97,5% da água total está concentrada nos oceanos, restando apenas 2,5% de água que pode ser dita como potável. No Gráfico 1 é possível ver de forma clara tais percentuais. 
Gráfico 1 – Porcentagens dos Tipos de Água Existentes na Terra
Fonte: <http://galileu.globo.com/edic/119/rep_agua1.htm>
 Os primeiros vestígios da utilização das águas subterrâneas são de 12.000 a.C. Acredita-se que os chineses foram os primeiros a dominar a técnica de perfurar poços, e na Bíblia existem relatos de escavações para obtenção de água potável. Desde os primórdios da história das civilizações as águas subterrâneas são utilizadas pelo homem, através de poços rasos escavados. Foi atribuído aos chineses o início da atividade de perfuração. Em 5.000 a.C., eles já perfuravam poços com centenas de metros de profundidade.
Em geologia considera-se água subterrânea toda aquela água que ocupa os espaços vazios de uma formação geológica, os chamados aquíferos. Os aquíferos são formados quando as águas das chuvas infiltram no solo permeável e percolam nos espaços entre as rochas. A medida que penetra no solo, a água vai sendo filtrada e ficando cada vez mais limpa. Esse processo dura anos, e só é interrompido quando o líquido encontra uma camada de solo ou rochas pouco permeáveis. 
De forma geral, os aquíferos são classificados em dois tipos: livres e confinados. Os aquíferos livres possuem uma superfície pouco profunda (lençol freático), que é a superfície superior da camada saturada sujeita a pressão atmosférica. Já o aquífero confinado são camadas geológica saturadas sujeitas a pressão maior que a atmosférica, devido a existência de camada confinante semipermeável (aquitardo). 
Os poços artesianos são perfurados com o objetivo de captar a água dos aquíferos, que em geral possuem melhor qualidade física, química e biológica, pois estão, em sua maioria, protegidos da contaminação humana, não sendo necessário tratamento para consumo. Os poços tubulares profundos, regulamentados pela NBR 12212 e NBR 12244, têm duas denominações populares: artesianos e semi-artesianos. 
3. Tipos de Poços
O termo “poço artesiano” tem origem francesa, datada do século XII, ano de 1.126, quando foi perfurado na cidade de Artois, França, o primeiro poço desse tipo. Esse tipo de construção é denominada dessa forma quando a própria pressão natural da água é capaz de levá-la à superfície. 
Figura 1 – Poço Artesiano
Fonte: <http://www.pocosartesianosgo.com/informativo/A-Manutencao-preventiva-nos-Pocos-Artesianos-pocos-artesianos-go/11/>
O poço dito como semi-artesiano é aquele em que a pressão da água não é suficiente para levá-la até a superfície, sendo necessária a utilização de aparelhos para a captação da mesmo, as conhecidas bombas d’água. 
Figura 2 – Poço Semi-artesiano
Fonte: <http://www.solucoesindustriais.com.br/lista/licenca-para-poco-semi-artesiano>
Existe também o poço “caipira”, que tem a característica de não ser tão profundo quanto os anteriormente citados e sua construção é mais artesanal quando comparada aos mesmos. Por ser mais raso, o poço caipira está mais sujeito à contaminação por água de chuva e até mesmo infiltrações de esgoto.
Figura 3 – Poço Caipira
Fonte: <https://www.cpt.com.br/cursos-meioambiente/artigos/poco-caipira-metodo-mais-usado-no-meio-rural-para-o-tratamento-de-agua>
4. Metodologia de Construção dos Poços Artesianos
A construção de um poço tubular profundo é composta por diversas etapas que vão desde a elaboração do projeto até o posterior monitoramento do poço. O projeto leva em consideração as necessidades do cliente e nele estão presentes todos os dados possíveis para o êxito da obra, como geologia e hidrologia do local e entornos, características do material que irá realizar a perfuração, equipamento de bombeamento, etc. 
A perfuração é normalmente executada por sonda perfuratriz, cujo diâmetro máximo varia, em norma, de acordo com o tipo do solo no qual está sendo realizado o poço. Após a perfuração, as paredes da estrutura são revestidas com tubos de metal galvanizado ou geomecânicos, com o intuito de proteção contra desmoronamentos de solos ou rochas não compactados. O revestimento parcial dar-se em conformidade com os tipos de solos, quando estes são mais estáveis é utilizado o revestimento parcial; quando não, é necessário o revestimento total do furo. 
Apesar das águas subterrâneas serem de boa qualidade, ainda é aplicado ao poço o filtro e pré-filtro. Os filtros são de PVC ou aço, tendo como finalidade a entrada de água no interior do poço, já o pré-filtro consiste de um material arenoso granular que é aplicado no espaço entre a perfuração e os filtros, sendo sua função a retenção de partículas de sedimentos e a pré-filtragem da água antes de entrar no poço. 
Para proteção do poço contra infiltrações e contaminações superficiais é feita a vedação sanitária, onde aplica-se uma camada cimentada entre a parede de perfuração e o revestimento, e sobre este uma laje de proteção. Para bombeamento e posterior distribuição da água são utilizadas bombas submersas instaladas no interior do poço que são acionadas por um quadro de comandos. 	
Figura 4 – Esquema de Perfuração do Poço Artesiano
Fonte: <http://www.geoper.com.br/perfura-o.html>
5. Consequências Ambientais e Econômicas
A água dos poços pode ser poluída de várias maneiras. O lixo industrial é muitas vezes despejado nos rios propositalmente. Noutros casos dão-se fugas acidentais de lixeiras ou depósitos de lixo subterrâneos. A chuva contém também por vezes resíduos de pesticidas que acabam por cair nos rios. Estes produtos químicos, caindo no solo, irão infiltrar-se nos lençóis de água subterrâneos, que constituem reservas potenciais de água pura. Se esta água está poluída, o custo para recuperá-la pode ser demasiado oneroso. Algumas cidades gastam hoje milhares de reais para tratarem a água que a poluição tornou imprópria para beber. Há também a possibilidade de ocorrência de recalques nas estruturas existentes decorrentes da perfuração excessiva de poços em determinada área e também da proximidade entre eles. 
6. Referências
ASSOCIAÇÃO GUARDIÃ DA ÁGUA. Água Subterrânea – Aquífero. Disponível em: <http://www.agua.bio.br/botao_d_h.htm>. Acesso em 5 de Janeiro de 2018.
FILHO NETO, Antônio. Água como material de construção. Disponível em: <http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=31&Cod=266>. Acesso em 6 de Janeiro de 2018.
PARAISO DAS BOMBAS. O que é preciso para construir um poço artesiano. Disponível em: <http://blog.paraisodasbombas.com.br/o-que-e-preciso-para-construir-um-poco-artesiano/>. Acesso em 6 de Janeiro de 2018.
GALILEU. A liquidez do mundo. Disponível em: <http://galileu.globo.com/edic/119/rep_agua1.htm>. Acesso em 6 de Janeiro de 2018.
WIKIPÉDIA. Água subterrânea. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua_subterr%C3%A2nea>. Acesso em 6 de Janeiro de 2018.
NÓBILE DINIZ, Hélio. Histórico da perfuraçãode poços tubulares profundos e hidrodinâmica dos aquíferos, no município de são José dos Campos. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/268419207_HISTORICO_DA_PERFURACAO_DE_POCOS_TUBULARES_PROFUNDOS_E_HIDRODINAMICA_DOS_AQUIFEROS_NO_MUNICIPIO_DE_SAO_JOSE_DOS_CAMPOS>. Acesso em 7 de Janeiro de 2018.
ABNT NBR 12212/2017 – Projeto de poço tubular para captação de água subterrânea. 
ABNT NBR 12244/2006 – Construção de poço tubular para captação de água subterrânea. 
MINERAG. Poço tubular profundo. Disponível em: <http://www.minerag.com.br/produto/index/7>. Acesso em 10 de Janeiro de 2018.

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