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DIREITO EMPRESARIAL E TRIBUTÁRIO

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Prévia do material em texto

DIREITO EMPRESARIAL 
E TRIBUTÁRIO 
PROFESSORAS
Dra. Letícia Carla Baptista Rosa
Esp. Renata Monteiro de Andrade
ACESSE AQUI 
O SEU LIVRO 
NA VERSÃO 
DIGITAL!
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/8087
EXPEDIENTE
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. ROSA, Letícia Carla Baptista, 
ANDRADE, Renata Monteiro.
Direito Empresarial e Tributário. 
Letícia Carla Baptista Rosa, Renata Monteiro de Andrade.
Maringá - PR.: UniCesumar, 2021. 
192 p.
“Graduação - EaD”. 
1. Direito 2. Empresarial 3. Tributário. EaD. I. Título. 
FICHA CATALOGRÁFICA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 
Coordenador(a) de Conteúdo 
Juliana Moraes da Silva
Projeto Gráfico e Capa
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho
e Thayla Guimarães
Editoração
Matheus Silva de Souza
Juliana Duenha
Design Educacional
Ana Claudia Salvadego
Revisão Textual
Cintia Prezoto Ferreira
Érica Fernanda Ortega
Ilustração
Natalia de Souza Scalassara
Fotos
Shutterstock
CDD - 22 ed. 346 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
ISBN 978-65-5615-427-5
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
DIREÇÃO UNICESUMAR
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional Débora 
Leite Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo 
Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie 
Fukushima Head de Produção de Conteúdo Franklin Portela Correia Gerência de Contratos e Operações 
Jislaine Cristina da Silva Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos 
Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisora de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel Supervisora 
de Produção de Conteúdo Daniele C. Correia
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de 
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino 
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
BOAS-VINDAS
A UniCesumar celebra os seus 30 anos de his-
tória avançando a cada dia. Agora, enquanto 
Universidade, ampliamos a nossa autonomia e 
trabalhamos diariamente para que nossa edu-
cação à distância continue como uma das me-
lhores do Brasil. Atuamos sobre quatro pilares 
que consolidam a visão abrangente do que é o 
conhecimento para nós: o intelectual, o profis-
sional, o emocional e o espiritual. 
A nossa missão é a de “Promover a educação de 
qualidade nas diferentes áreas do conhecimen-
to, formando profissionais cidadãos que contri-
buam para o desenvolvimento de uma sociedade 
justa e solidária”. Neste sentido, a UniCesumar 
tem um gênio importante para o cumprimento 
integral desta missão: o coletivo. São os nossos 
professores e equipe que produzem a cada dia 
uma inovação, uma transformação na forma de 
pensar e de aprender. É assim que fazemos jun-
tos um novo conhecimento diariamente. 
São mais de 800 títulos de livros didáticos como 
este produzidos anualmente, com a distribui-
ção de mais de 2 milhões de exemplares gra-
tuitamente para nossos acadêmicos. Estamos 
presentes em mais de 700 polos EAD e cinco 
campi: Maringá, Curitiba, Londrina, Ponta Gros-
sa e Corumbá), o que nos posiciona entre os 10 
maiores grupos educacionais do país. 
Aprendemos e escrevemos juntos esta belíssi-
ma história da jornada do conhecimento. Mário 
Quintana diz que “Livros não mudam o mundo, 
quem muda o mundo são as pessoas. Os livros 
só mudam as pessoas”. Seja bem-vindo à opor-
tunidade de fazer a sua mudança!
Reitor 
Wilson de Matos Silva
Tudo isso para honrarmos a nossa mis-
são, que é promover a educação de qua-
lidade nas diferentes áreas do conheci-
mento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
P R O F I S S I O N A LT R A J E T Ó R I A
Dra. Letícia Carla Baptista Rosa
Doutora em Função Social do Direito pela Faculdade Autônoma de Direito de São 
Paulo. Mestre e Graduada em Direito pelo Centro Universitário Cesumar - Unice-
sumar. Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela Universidade Estadual de 
Londrina (2009). Pós-graduada em Tecnologias Aplicadas ao Ensino à Distância pelo 
Centro Universitário Cidade Verde - UNIFCV. Coordenadora e professora do Curso 
de graduação em Direito da UNIFATECIE - Faculdade de Tecnologia e Ciência do Nor-
te do Paraná, Professora dos Cursos de Pós-graduação em Direito e dos cursos em 
Gestão Financeira e Secretariado Executivo (EAD) do Centro Universitário Cesumar 
- Unicesumar. Professora do curso de graduação em Direito do Centro Universitário 
Cidade Verde - UNIFCV. Advogada. Vice-presidente do Núcleo regional de Maringá 
do IBDFAM. Membro da Comissão de Direito das Famílias da OAB, subseção de 
Maringá. Conciliadora e mediadora judicial com formação pelo Núcleo Permanente 
de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos - NUPEMEC, em parceria com o 
Conselho Nacional de Justiça - CNJ.
http://lattes.cnpq.br/4850355058538339 
Esp. Renata Monteiro de Andrade
Especialização em Empreendimentos e Negócios Imobiliários pelo Centro Univer-
sitário Cesumar (Unicesumar/2015). Especialização em Direito Empresarial pela 
Universidade Paranaense (UNIPAR/2006). Graduação em Direito pela UNIPAR 
(2005). Atualmente é professora titular da Unicesumar. Tem experiência na área 
de Direito, com ênfase em Direito Empresarial.
http://lattes.cnpq.br/9101607861095025
A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A
DIREITO EMPRESARIAL E TRIBUTÁRIO
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)!
Neste livro, trataremos de temas importantes tanto para o desenvolvimento profissional 
quanto para o pessoal, tendo em vista que se trata do Direito Empresarial e Tributário, 
duas esferas do direito de grande importância para o desenvolvimento econômico e 
social visto que, em nossa sociedade capitalista, as empresas possuem objetivo princi-
pal em auferir lucro e, dessa forma, por meio dos pagamentos dos impostos e salários, 
movimentam a economia.
Dois ramos do Direito diferentes, mas relacionados entre si e, para tanto, é impres-
cindível entender conceito do Direito Empresarial, bem como os princípios específicos 
relacionados à atividade, para entender quem pode exercer atividade empresarial, quais 
seus requisitos diante do entendimento do que significa empresa e atividade, sem es-
quecer do estabelecimento e da legalização da empresa.
Após visualizar conceitos sobre empresas e empresários, entendemos alguns aspectos 
sobre as sociedades e suas classificações, formas de constituição e, principalmente, 
como constituir estabelecendo as diferenças entre cada uma delas, como ocorre a 
administração de acordo com as leis aplicadas para discernir qual forma de sociedade 
é mais adequada à sua necessidade, finalizando com as operações societárias que 
podem ser realizadas. 
Seguimos para as noções do Direito Tributário e seus aspectos relevantes, principalmen-
te na existência da relação jurídica entre as pessoas e o ente público, sendo primordial 
entender o momento do surgimento dessa relação e o motivo pelo qual ela surge, par-
tindo do pressuposto de conceitos do direito tributário seguindo para fontes que são 
essenciais para interpretação de qualquer direito.
D A D I S C I P L I N AA P R E S E N TA Ç Ã O
Veremos, também, como funciona o sistema tributário nacional, como são instituídos os 
tributos e quais são os princípios e limites desse poder tão relevante atualmente, sendo 
temas debatidos em nossas câmaras legislativas.
Em seguida, passaremos a conhecer as principais leis aplicadas ao Direito Tributário 
para entender sua aplicabilidade e conhecer as formas de aplicação. Para que não haja 
qualquer sanção, é necessário compreender o motivo do surgimento daobrigação tri-
butária para instituir a responsabilidade tributária a quem for de direito, finalizando esta 
unidade com formas de suspensão, exclusão e extinção do crédito tributário.
E, finalmente, conheceremos a competência tributária e as espécies de tributos, prin-
cipalmente, os principais tributos instituídos pela União, Estados e Municípios, apre-
sentando algumas regras e encerrando nossos estudos com funcionamento das taxas, 
contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais. 
Bons estudos!
ÍCONES
Sabe aquele termo ou aquela palavra que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-lo(a) melhor da maneira mais simples.
conceituando
No fim da unidade, o tema em estudo aparecerá de forma resumida 
para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos. 
quadro-resumo
Neste elemento, você fará uma pausa para conhecer um pouco 
mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos. 
explorando ideias
Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e 
transformar. Aproveite este momento! 
pensando juntos
Enquanto estuda, você encontrará conteúdos relevantes 
on-line e aprenderá de maneira interativa usando a tecno-
logia a seu favor. 
conecte-se
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do aplicati-
vo está disponível nas plataformas: Google Play App Store
CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01 UNIDADE 02
UNIDADE 03
UNIDADE 05
UNIDADE 04
FECHAMENTO
DO DIREITO 
EMPRESARIAL
10
SOCIEDADES
46
79
NOÇÕES DE 
DIREITO
TRIBUTÁRIO
106
DAS
OBRIGAÇÕES
TRIBUTÁRIAS
138
DA COMPETÊNCIA 
TRIBUTÁRIA
E OS TRIBUTOS EM 
ESPÉCIE
173
CONCLUSÃO GERAL
1DO DIREITO EMPRESARIAL
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Direito Empresarial • Conceitos 
de Empresário • Cônjuges • Empresa e Atividade Empresarial • Registro e Legalização das Empresas 
• Contabilista.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Entender o conceito do Direito Empresarial • Compreender princípios específicos da atividade empre-
sarial • Conceituar empresário e saber quem possui capacidade para ser empresário • Aprender quem 
não pode ser empresário • Assimilar o conceito de empresa e atividade empresarial • Instruir sobre 
como se realiza o registro e a legalização de empresas.
PROFESSORAS 
Dra. Letícia Carla Baptista Rosa
Esp. Renata Monteiro de Andrade
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a). Esta unidade tem por objetivo a sua compreensão 
sobre o Direito Empresarial, assunto que estará presente na vida profis-
sional de qualquer gestor ou administrador. Devemos entender os con-
ceitos trazidos pelos grandes doutrinadores sobre Direito Empresarial 
para que possamos delinear as obrigações estabelecidas na legislação, 
principalmente motivos e relações existentes entre as pessoas e a em-
presa para que não haja qualquer prejuízo à empresa ou ao profissional.
Em sequência, entenderemos as características próprias do Direito 
Empresarial baseadas na simplicidade e facilidade na compreensão, 
bem como princípios constitucionais estabelecidos. O conteúdo trazido 
nesta unidade não será utilizado apenas como forma de avaliação ou 
em trabalhos posteriores, mas também faz parte de um universo repleto 
de informações que serão utilizadas no cotidiano da vida de cada um.
O mundo da legislação é repleto de informações e, para que exista 
uma compreensão dela, devemos absorver os conceitos de empresário, 
empresa, atividade comercial e, principalmente, as exceções existentes, 
sem esquecer que, para todos os atos, esbarramos na plena capacidade 
civil, visto que para exercício da atividade deve o empresário possuir 
requisitos legais para tal e proibições que devem ser conhecidas.
Além do mais, vamos aprender o conceito de empresário individual, 
a nova modalidade de Empresa Individual de Responsabilidade Limi-
tada (EIRELI). Após entender conceitos essenciais às suas aplicações, 
teremos uma breve explanação sobre registro e legalização das empre-
sas, que será tratado mais profundamente na próxima unidade.
Seria imprudente entender sobre espécies de empresa sem abran-
ger os conceitos de estabelecimento e ponto comercial, por isso, vamos 
também abordar este tema. Nosso objetivo é trazer o máximo de conhe-
cimento e informação para que haja a construção desse universo cheio 
de dúvidas que surgirão no decorrer de nossos estudos, lembrando que 
estaremos juntos nesta busca incessante.
Vamos lá! Ótimos estudos!
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DIREITO 
EMPRESARIAL
Caro(a) aluno(a), precisamos compreender as mudanças ocorridas na legislação 
que foram muito importantes para o desenvolvimento do instituto. Antes da 
vigência do Código Civil, ocorrida em 2002, o Direito Empresarial era tratado 
como Direito Comercial, havendo, inclusive, um código específico, que foi revo-
gado quase inteiramente pelo Código Civil de 2002, mantendo somente em vigor 
a segunda parte que trata, exclusivamente, do comércio marítimo.
Essa modificação na terminologia se deve à modificação da teoria adotada 
pelos códigos, ou seja, o Código Comercial adotava teoria dos atos do comércio, 
por isso, era tratado como Direito Comercial. O Código Civil atualizado em 2002 
adotou a teoria de empresa passando a ser mais abrangente que a teoria anterior, 
não considerando atividade empresarial, apenas as de natureza intelectual.
Para Teixeira (2013, p. 32), “direito empresarial seria apenas a expressão ‘Di-
reito Comercial’ atualizada. Boa parte da doutrina continua a usar Direito Co-
mercial, inclusive nos títulos das obras. Independentemente da terminologia, 
trata-se de um ramo do Direito”.
Segundo Santos (2010, p. 13), “[...] o Direito Empresarial é o ramo do Di-
reito que tem por objeto a regulamentação da atividade econômica daqueles 
que atuam na circulação ou produção de bens, bem como na prestação de 
serviços”. Nossa Constituição Federal (1988) assegura autonomia do Direito 
Empresarial estabelecida em seu artigo 22, inciso II, que define: “Art. 22. Com-
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pete privativamente à União legislar sobre: I - Direito civil, comercial, penal, 
processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho” 
(BRASIL, 1988, on-line).
Coelho (2002, p. 4) nos ensina que
 “ [...] o direito comercial cuida do exercício dessa atividade econô-mica organizada de fornecimento de bens ou serviços, denominada empresa. Seu objeto é o estudo dos meios socialmente estruturados 
de superação dos conflitos de interesses envolvendo empresários ou 
relacionados às empresas que exploram. As leis e a forma pela qual 
são interpretadas pela jurisprudência e doutrina, valores prestigia-
dos pela sociedade, bem assim o funcionamento dos aparatos estatal 
e paraestatal, na superação desses conflitos de interesses e formam 
o objeto da disciplina.
É importante lembrar que as regras do Direito também são estabelecidas 
por suas fontes, de acordo com ensinamentos de Teixeira (2013), tratadas 
como primárias ou secundárias. As primárias são as leis, por exemplo, Lei de 
falência, Lei da franquia, Lei da Duplicata mercantil, inclusive a Constitui-
ção Federal, dentre outras. As secundárias são os usos e costumes, como as 
práticas reiteradas que passaram a ser aceitas pelos empresários como regras, 
vigorando quando não houver norma expressa sobre assunto, por exemplo, 
emissão de pagamento de boletos bancários.
Dentro do Direito Empresarial, tratamos de direito societário, direito fali-
mentar, direito industrial, direito cambiário, direito concorrencial, direito ban-
cário, direito de mercado de capitais, direito marítimo, direito securitário, dentre 
outros. Teixeira (2013, p. 38) afirma que o “[...] objeto do direito empresarial é 
essencialmente, regular as relações entre empresários e dispor sobre as regras 
das sociedades empresariais”. Contudo, Gomes (2007) apresenta algumas carac-
terísticas que diferenciam o Direito Empresarial,por apresentar características 
próprias, que são:
 ■ Simplicidade: afigura-se como um elemento próprio do comércio, visto 
que ele atende às necessidades da sociedade, e tais necessidades (como 
alimentos, vestuário e crédito) são imediatas, daí a ausência de formas 
rígidas para prática dos atos jurídicos no Direito Comercial, que valoriza 
as práticas adotadas, ou seja, os costumes.
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 ■ Universalismo: todas as pessoas, em qualquer lugar no mundo, neces-
sitam de alimentos e de vestuário, tais necessidades são, muitas vezes, 
comuns e universais; tudo isso, inegavelmente, imprimiu, no Direito Co-
mercial, um caráter universal ou cosmopolita e conduziu à padronização 
de muitas das normas nesta matéria.
 ■ Onerosidade: a onerosidade é um elemento incluído em toda relação 
comercial. O empresário desenvolve sua atividade de produção de bens, 
circulação de bens ou de serviços de forma a obter lucro. O elemento-cha-
ve nesse ponto é a especulação com a finalidade de lucro.
 ■ Individualismo: o lucro é a preocupação imediata do interesse individual.
 ■ Fragmentarismo: há um conjunto de regras que os norteiam, pois o 
direito empresarial se vincula a outros ramos do direito; mesmo que haja 
características próprias, deve estar em harmonia com outras leis.
 ■ Dinamismo: o Direito Empresarial é dinâmico e está sempre em cons-
tante desenvolvimento, aderindo a novas tecnologias, o que resulta na 
prática de novas práticas comerciais.
Como todos os ramos do Direito, a atividade empresarial também possui seus 
princípios específicos, trazidos pela Constituição Federal, que estabelece:
 “ Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes 
princípios:
 I - soberania nacional.
II - propriedade privada.
III - função social da propriedade.
IV - livre concorrência.
V - defesa do consumidor.
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferen-
ciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus 
processos de elaboração e prestação.
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituí-
das sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer 
atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos 
públicos, salvo nos casos previstos em lei (BRASIL, 1988, on-line).
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No caput, apresenta-se a Valorização do Trabalho Humano. Em resumo, o em-
presário realiza sua atividade empregando seu capital na valorização do trabalho 
humano, assumindo os riscos do negócio para obtenção do lucro.
O princípio da livre iniciativa, nos ensinamentos de Coelho (2007), des-
dobra-se em quatro condições fundamentais para o funcionamento eficiente do 
modo de produção capitalista: 
1. Imprescindibilidade da empresa privada para que a sociedade te-
nha acesso aos bens e serviços de que necessita para sobreviver.
2. Busca do lucro como principal motivação dos empresários.
3. Necessidade jurídica de proteção do investimento privado. 
4. Reconhecimento da empresa privada como polo gerador de em-
pregos e de riquezas para a sociedade.
Não havendo necessidade de autorização do Estado para exercício da atividade 
econômica, o governo exerce somente a função de fiscalização e regulamentação, 
lembrando que, sem a livre iniciativa, não há economia de mercado.
O princípio da Soberania Nacional, diferentemente do apresentado pelo 
art. 1.º da Constituição Federal, é o poder do Estado por meio dos instrumen-
tos legais para gerenciar a ordem econômica, fazendo com que estas sejam 
cumpridas. Contudo, o Princípio Função Social da propriedade garante 
e defende a propriedade privada dos meios de produção, sendo pressuposto 
fundamental do regime capitalista de livre mercado. Ausente a propriedade 
privada, não há também mercado, obviamente. “Não havendo mercado, não 
há como negociar os bens e serviços em produção e circulação de forma 
legítima e eficiente” (RAMOS, 2014, p. 49).
O Princípio da Livre Concorrência, estabelecido pela Constituição Federal, 
(1988), em seu art. 173, § 4º, determina:
 “ Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a explo-ração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a re-
levante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
[...]
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§ 4.º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à domi-
nação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento 
arbitrário dos lucros (BRASIL, 1988, on-line).
Ainda regulamentada pela Lei nº 12.529/2011, dispondo sobre sistema bra-
sileiro de defesa da concorrência e prevenção e repressão às infrações contra 
a ordem econômica, os empresários possuem a garantia constitucional de 
concorrer livremente entre si sem a intervenção do Estado, desde que não 
pratique qualquer infração legal.
Ademais, o Princípio da Defesa do Consumidor ganhou bastante im-
portância no decorrer dos tempos, tanto que passou a ser regulamentado pelo 
seu próprio código. Este princípio determina que a atividade econômica deve 
sempre proteger a parte mais fraca na relação.
O Princípio da Defesa do Meio Ambiente, a partir da Emenda Cons-
titucional 42, inovou o tratamento a este princípio, valorando aquele que se 
preocupa com o meio ambiente e penalizando aquele que o desrespeita, tra-
zendo obrigações constitucionais e submetendo responsabilidades aos Esta-
dos de acordo com o agente que o pratica.
Por fim, o Princípio do Tratamento favorecido às empresas de peque-
no porte visa a redução das desigualdades, e o Estado cria Leis para incenti-
var os pequenos empresários para que exerçam sua atividade econômica em 
igualdade com as grandes empresas. Esse princípio foi regulamentado pela 
Lei complementar nº 123/2006, estabelecendo empresa de pequeno porte, 
criando o sistema SIMPLES.
Esse sistema tem o intuito de que todos possam ter o direito de participar 
da economia, desenvolvendo uma atividade industrial, comercial ou uma pres-
tação de serviço, desde que estejam cumprindo os requisitos e a capacidade do 
agente, bem como não possuam impedimentos legais (TEIXEIRA, 2013).
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O conceito de empresário é apresentado pelo Código Civil, em seu artigo 966, 
dispondo que: “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente ativida-
de econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços” 
(BRASIL, 2002, on-line). Nesse mesmo sentido, Coelho (2012, p. 145) ainda define 
o empresário:
 “ [...] como sendo a pessoa que toma a iniciativa de organizar uma ativi-dade econômica de produção ou circulação de bens ou serviços. Essa pessoa pode ser tanto a física, que emprega seu dinheiro e organiza a 
empresa individualmente como a jurídica, nascida da união de esfor-
ços de seus integrantes. A pessoa jurídica empresária é cotidianamente 
denominada “empresa”, e os seus sócios são chamados “empresários”.
Para uma melhor compreensão, o conceito de empresário está relacionado a alguns 
requisitos: 
Profissionalismo: está relacionado à habitualidade, não sendo aquele profissio-
nal que realiza tarefas de modo esporádico, portanto, não será empresário aquele que 
organiza esporadicamente a produção de certa mercadoria, mesmo destinando-a à 
venda no mercado. O segundo aspecto do profissionalismo é a pessoalidade, em que o 
empresário, no exercício da sua atividade empresarial, poderá contratar empregados, 
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CONCEITOS DE 
EMPRESÁRIO
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sendo estes que poderão produzir ou fazer circular bens ou serviços. Esse requisito 
não torna o empregado o empresário, mas quando os empregados produzem ou 
circulam bens ou serviços, fazem-no em nome do empregador. Por fim, outro aspecto 
que é relevante, é o monopólio das informações que o empresário deverá ter sobreo produto ou serviço objeto de sua empresa, tendo todo o conhecimento sobre esse 
produto ou serviço. O empresário como um profissional deve ter conhecimento 
sobre as informações dos bens ou serviços que oferece ao mercado, por exemplo 
suas condições de uso, qualidade, insumos empregados, defeitos de fabricação, riscos 
potenciais à saúde ou vida dos consumidores, bem como deve informar amplamente 
os consumidores e usuários. (COELHO, 2002).
Atividade: se empresário é aquele que exerce profissionalmente uma atividade 
econômica organizada, então, empresa é uma atividade de produção ou circulação 
de bens ou serviços. Portanto, empresa, enquanto atividade, não se confunde com o 
sujeito de direito que a explora, o empresário, pois é ele que exercerá atos em nome 
da empresa (COELHO, 2002).
Econômica: a atividade empresarial também é econômica, pois visa gerar lucro 
para quem a explora, ademais, o lucro pode ser o objetivo da produção ou circulação 
de bens ou serviços ou, simplesmente, pode ser o instrumento para alcançar outras 
finalidades (COELHO, 2002).
Organizada: aliás, qualquer empresa também deve consistir em uma atividade 
organizada, em que o empresário poderá articular os quatro fatores de produção: 
capital, mão de obra, insumos e tecnologia. Observe que o empresário não consegue 
explorar atividade de produção ou circulação de bens ou serviços sem alguns desses 
fatores (COELHO, 2002).
Portanto, quando se trata dos empresários, é necessário que eles tenham conhe-
cimentos específicos relacionados à produção e circulação de bens e serviços. Assim, 
exige-se apenas que o empresário se valha dos conhecimentos próprios aos bens ou 
serviços que pretende oferecer ao mercado – sejam estes sofisticados ou de amplo 
conhecimento. Ao estruturar a sua atividade organizada, deverá consistir em:
 ■ Produção de bens ou serviços: produção de bens é a fabricação de produ-
tos ou mercadorias. Toda atividade de indústria é, por definição, empresarial. 
Produção de serviços, por sua vez, é a prestação de serviços. São exemplos 
de empresários que produzem bens: donos de montadoras de veículos, fá-
bricas de eletrodomésticos, confecção de roupas etc. São exemplos dos que 
produzem serviços: bancos, seguradoras, hospitais, escolas, estacionamentos, 
provedores de acesso à internet etc.
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 ■ Circulação de bens ou serviços: a atividade de circular bens é a do comér-
cio, em sua manifestação originária: ir buscar o bem no produtor para trazê-
-lo ao consumidor. É a atividade de intermediação na cadeia de escoamento 
de mercadorias. O conceito de empresário compreende tanto o atacadista e o 
varejista quanto o comerciante de insumos, como o de mercadorias prontas 
para o consumo. Os donos de supermercados, concessionárias de automóveis 
e lojas de roupas são empresários. Circular serviços é intermediar a prestação 
de serviços. A agência de turismo não presta os serviços de transporte aéreo, 
traslados e hospedagem, mas, ao montar um pacote de viagem, os intermedia.
 ■ Bens ou serviços: até a difusão do comércio eletrônico via internet, no fim 
dos anos 90, a distinção entre bens ou serviços não comportava, na maioria 
das vezes, maiores dificuldades. Bens são corpóreos, enquanto os serviços 
não têm materialidade. A prestação de serviços consistia sempre em uma 
obrigação de fazer. Com a intensificação do uso da internet para a realiza-
ção de negócios e atos de consumo, certas atividades resistem à classificação 
nesses moldes.
 ■ Nesse sentido, quando se fala de produção ou circulação de bens ou servi-
ços, podemos encontrar as modalidades desenvolvidas individualmente ou 
concomitantemente pelo empresário, ou seja, uma empresa pode produzir e 
circular bens e ao mesmo tempo poderá, como fábrica, manter loja varejista 
na porta do seu estabelecimento industrial e, ainda, pode circular bens e 
prestar serviço concomitantemente, como concessionária que vende veículos 
e realiza assistência técnica (TEIXEIRA, 2013).
Capacidade de ser empresário 
A Lei determina quem poderá exercer atividade como empresário, sendo aquele 
que esteja em pleno gozo da capacidade civil (art. 972 Código Civil), não havendo 
qualquer impedimento legal para o exercício. Desse modo, primeiro vamos entender 
o que apresenta o Código Civil acerca da capacidade em seu art. 5º, parágrafo único.
 “ Art. 5.º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, me-
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diante instrumento público, independentemente de homologação 
judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 
dezesseis anos completos.
II - pelo casamento.
III - pelo exercício de emprego público efetivo.
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior.
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de re-
lação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis 
anos completos tenha economia própria (BRASIL, 2002, on-line).
Observa-se o inciso V, em que, “[...] se o menor tem autonomia econômica, o juiz 
deve reconhecer essa autonomia para que uma situação de fato passe a ser de 
direito, devendo assim ser levado a registro” (FERREIRA, 1962, p. 109).
Ainda com relação à capacidade, é importante observar que poderá um in-
capaz, por meio de seu representante, ser empresário, de acordo com a legislação, 
conforme art. 974 do Código Civil.
 “ Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devida-mente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquan-to capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
§ 1º Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após 
exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da 
conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada 
pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor 
ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.
§ 2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o in-
capaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que 
estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará 
que conceder a autorização.
§ 3º O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas 
Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de 
sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma 
conjunta, os seguintes pressupostos: 
I - o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade.
II - o capital social deve ser totalmente integralizado. 
III - o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absoluta-
mente incapaz deve ser representado por seus representantes legais 
(BRASIL, 2002, on-line).
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No entanto, existem alguns impedimentos legais para o exercício da atividade, 
estes trazidos pela legislação. O falido não reabilitado, de acordo com Lei de 
Falências, nº 11.101/2005, em seu art. 102 e 181, § 1º:
 “ Art. 102. [...] fica inabilitado para exercer qualquer atividade empre-sarial a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações, respeitado o disposto no § 1º do art. 181 desta Lei.
Parágrafo único. Findo o período de inabilitação, o falido poderá 
requerer ao juiz da falência que proceda à respectiva anotação em 
seu registro.
Art. 181. São efeitos da condenação por crime previsto nesta Lei:
[...]
§ 1º Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo 
ser motivadamente declarados na sentença, e perdurarão até 5 (cin-
co) anos após a extinção da punibilidade, podendo, contudo, cessar 
antes pela reabilitação penal (BRASIL, 2005, on-line).
Os Funcionários Públicos, porém, não devem se preocupar com situações que 
não sejam referentes ao cargo que ocupam e, ainda, dependendo do cargo, o exer-
cício da atividade pode favorecer uma empresa ou pessoa, o que é vedado por lei. 
Nesse sentido, estabelecea Lei nº 8.112/90, que “Art. 117. Ao servidor é proibido: 
X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada 
ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista 
ou comanditário” (BRASIL, 1990, on-line).
Caso o funcionário público descumpra o que estabelece a legislação, este 
estará sujeito à sanção administrativa, podendo até perder o seu cargo. Ademais, 
o Militar é considerado um funcionário público, valendo-se da mesma justifi-
cativa. No entanto, há disposição específica no Decreto-lei nº 1.001/69, em seu 
art. 204.
 “ Art. 204. Comerciar o oficial da ativa, ou tomar parte na adminis-tração ou gerência de sociedade comercial, ou dela ser sócio ou participar, exceto como acionista ou cotista em sociedade anônima, 
ou por cotas de responsabilidade limitada:
Pena - suspensão do exercício do pôsto, de seis meses a dois anos, 
ou reforma (BRASIL, 1969, on-line).
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O devedor do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) também é 
impedido de empresariar, trata-se de um impedimento legal segundo a Lei 
nº 8.212/91, art. 95, § 2º:
 “ § 2º A empresa que transgredir as normas desta Lei, além das outras sanções previstas, sujeitar-se-á, nas condições em que dispuser o regulamento: d) à interdição para o exercício do co-
mércio, se for sociedade mercantil ou comerciante individual 
(BRASIL,1991, on-line).
Há outras restrições aos devedores do INSS, como o impedimento para par-
ticipar de licitações públicas, além de eventuais dificuldades para realizar o 
encerramento da atividade econômica.
Além disso, os Estrangeiros podem exercer atividade comercial, mas os 
limites estão estabelecidos na Constituição Federal (1988), especificamente 
no art. 176, §1º e 222, que determina
 “ Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e 
pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade 
do produto da lavra. 
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento 
dos potenciais a que se refere o «caput» deste artigo somente 
poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da 
União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa consti-
tuída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração 
no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas 
quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira 
ou terras indígenas.
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifu-
são sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos 
ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas 
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País 
(BRASIL, 1988, on-line).
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De acordo com o Código Civil, os cônjuges podem constituir sociedades empre-
sárias entre si ou com terceiros, mas a lei reserva uma exceção àqueles casados em 
regime de comunhão universal de bens ou em separação obrigatória, conforme 
estabelece o artigo: “Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre 
si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão uni-
versal de bens, ou no da separação obrigatória” (BRASIL, 2002, on-line).
Caro(a) aluno(a), para explicar as exceções, pensemos que, no caso da união 
com comunhão universal de bens, na qual se comunicam todos os bens adquiri-
dos antes ou depois do casamento, seria como uma sociedade a uma só pessoa, 
portanto, não haveria segurança jurídica, já que se trata de uma universalidade de 
bens, além da falha na administração que acarretaria um grande prejuízo familiar. 
Por sua vez, o regime de separação obrigatória é para evitar fraudes de um ficar 
transferindo para outros os bens e prejudicando terceiros.
Nesse sentido, os atos, mesmo os da vida civil que envolvam o empresário, 
deverão ser registrados no Registro Público das Empresas Mercantis, por exem-
plo, uma doação, um pacto antenupcial, um divórcio etc. (CC, arts. 979 e 980), no 
sentido de que aqueles que contratem com esse empresário saibam informações 
sobre o seu patrimônio, para fins de cumprimento das obrigações, principalmente 
em caso de desconsideração da personalidade jurídica (TEIXEIRA, 2016).
3 CÔNJUGES
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Caro(a) aluno(a), diante do conceito de em-
presário, ficou evidente a definição de empre-
sa, que é a atividade econômica organizada 
exercida profissionalmente. Teixeira (2016) 
define empresa segundo teoria poliédrica ex-
plicitada com os elementos objetivos, subjeti-
vos, corporativo e funcional, também conhe-
cido como dinâmico. A Figura 1 tem a função 
de descrever cada um desses elementos:
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EMPRESA E 
ATIVIDADE 
EMPRESARIAL
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A empresa signi�ca patrimônio, ou 
melhor, estabelecimento, enquanto 
conjunto de bens destinados ao 
exercício da empresa (nesse
sentido: art. 1.142 do
Código Civil).
CORPORATIVO
OBJETIVO SUBJETIVO
FUNCIONAL
OU DINÂMICO
A empresa é entendida como sujeito de 
direitos, no caso, o empresário, individual 
A empresa signi�ca
uma instituição, como
um conjunto de pessoas
(empresário, empregados e 
colaboradores) em razão de um 
objetivo comum: um resultado 
produtivo útil.
 A empresa signi�ca ativi-
dade empresarial, sendo
uma organização produtiva a
partir da coordenação pelo
empresário dos fatores de produção 
(capital, trabalho, matéria-prima e
tecnologia) para alcançar sua �nalidade
(que é lucro). 
(pessoa natural) ou sociedade empresária
(pessoa jurídica), que possui
 personalidade jurídica, com a 
 capacidade de adquirir direitos
 e contrair obrigações (nesse
 sentido: arts. 966 e 981 do
 Código Civil). 
Figura 1 - Teoria Poliédrica / Fonte: adaptada de Teixeira (2016).
Desta forma, a pessoa jurídica empresária é denominada “empresa”, e os seus só-
cios de “empresários”. Tecnicamente, a “empresa é a atividade, e não a pessoa que 
a explora”, assim como, “empresário não é o sócio da sociedade empresarial, mas 
a própria sociedade, pois o integrante de uma sociedade empresária (o sócio) não 
é empresário”, não estando “sujeito às normas que definem os direitos e deveres 
do empresário” (COELHO, 2012, p. 145).
A atividade empresarial é “[...] o elemento da empresa que implica a organi-
zação racional dos fatores de produção” (GOMES, 2007, p. 36). Teixeira (2016, p. 
60), porém, esclarece que “[...] pode-se dizer que a atividade é uma organização 
profissional para produção ou circulação de bens ou de serviços com a finalidade 
de lucro”. No entanto, existem atividades que não são consideradas empresariais, 
em razão das exceções trazidas pelo Código Civil no parágrafo único do artigo 
966, que estabelece:
Descrição da Imagem: a figura possui um círculo central dividido em 4, sendo, em sentido horário: Objetivo, 
Subjetivo, Corporativo e Funcional ou Dinâmico. No centro do círculo, há duas setas em meio círculo, do Ob-
jetivo ao Subjetivo e do Funcional ou Dinâmico para o Corporativo. Em uma das partes do círculo, temos um 
retângulo com informações, no Objetivo temos: a empresa significa patrimônio, ou melhor, estabelecimento, 
enquanto conjunto de bens destinados ao exercício da empresa (nesse sentido: art. 1.142 do Código Civil). 
Subjetivo: a empresa é entendida como sujeito de direitos, no caso, o empresário, individual (pessoa natural) 
ou sociedade empresária (pessoa jurídica), que possui personalidade jurídica, com a capacidade de adquirir 
direitos e contrair obrigações (nesse sentido: arts. 966 e 981 do Código Civil). Corporativo: a empresa significa 
uma instituição, como um conjunto de pessoas (empresário, empregados e colaboradores) em razão de um 
objetivo comum: um resultado produtivo útil. Funcional ou Dinâmico: a empresa significa atividade empre-
sarial, sendo uma organização produtiva a partir da coordenação pelo empresário dos fatores de produção 
(capital,trabalho, matéria-prima e tecnologia) para alcançar sua finalidade (que é lucro).
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 “ Art. 966 [...] Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício 
da profissão constituir elemento de empresa (BRASIL, 2002, on-line).
As atividades intelectuais exigem esforço criativo, que, por sua vez, são os cérebros 
de profissionais que realizam tais atividades, como médicos, arquitetos etc. Estas 
são atividades muito privadas, porque a fungibilidade do devedor geralmente não 
é considerada, ou seja, o devedor não pode ser substituído (TEIXEIRA, 2016).
Para melhor entender, Teixeira (2016) ainda complementa com conceitos de 
Atividades Científica, Literária e Artística. As atividades de natureza científica se 
relacionam ao pesquisador ou cientista (uma pessoa que se especializou em ciências, 
a qual possui conhecimentos do sistema). As atividades realizadas por profissionais 
em uma das áreas do conhecimento (humanas, exatas e biológicas) podem ser en-
quadradas como atividades intelectuais, por exemplo, referem-se ao preparador fí-
sico, ao fisioterapeuta ou ao psicólogo, bem como aos químicos, aos médicos, dentre 
outros. É válido dizer, então, que são cientistas em suas respectivas áreas.
No entanto, caro(a) aluno(a), as atividades literárias se relacionam à ex-
pressão da linguagem, ideias, sentidos e símbolos, principalmente por meio da 
escrita. Sendo assim, escritores, compositores, poetas, jornalistas, dentre outros 
são exemplos de profissionais engajados em atividades de natureza literária. O 
literário é intelectual, mas não necessariamente universitário (TEIXEIRA, 2016).
As atividades de natureza artística se relacionam à arte, extraordinariamente 
produzida por meio de habilidades e métodos específicos. Também se relacionam à 
expressão de sentidos e símbolos por meio de linguagem não escrita. Atores e cantores 
(intérpretes), bem como desenhistas, fotógrafos, artistas etc. desenvolvem as atividades 
de natureza artística. Ademais, a contratação de auxiliares ou colaboradores por pro-
fissionais intelectuais não representa uma atividade empresarial (TEIXEIRA, 2016).
Para ilustrar esses conceitos, podemos citar o exemplo do médico. Se ele atuar 
sozinho, mesmo que contrate uma secretária e uma enfermeira ou auxiliar, ainda 
continua a exercer atividade intelectual, pois é em razão do trabalho “específico 
daquele médico” que ele é procurado por seus pacientes, por isso, não desenvolve 
atividade empresarial. Entretanto, se este médico passar a ser uma clínica ou um 
hospital, passará a exercer uma atividade empresarial, visto que será conhecido 
por sua empresa e não pelo seu trabalho. Ele passou a ser organizador na função 
de médico fundador, deixando sua profissão intelectual em segundo plano.
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Empresário Individual
Para o exercício da atividade empresarial individual, é necessário possuir capa-
cidade plena de exercício, a qual, de acordo com nossa legislação pátria, ocorre 
aos 18 anos de idade, ou o incapaz que for emancipado ou, ainda, pelas hipó-
teses legais trazidas pelo parágrafo único do artigo 5º do Código Civil. Além 
da capacidade, devemos considerar que inexiste qualquer impedimento para 
o exercício da atividade.
O empresário individual se trata da “pessoa física titular de uma atividade 
empresarial, não se confundindo com o sócio da sociedade empresária”. Des-
tarte, que “o sócio não é empresário, mas, sim, integrante do quadro social de 
uma sociedade empresária” (CAMPINHO, 2009, p. 12)
Ressalta-se que o empresário individual não goza de limitação de respon-
sabilidade e da separação patrimonial. Os benefícios de se tornar empresário 
individual se restringe a alguns direitos assegurados como: recuperação de em-
presas, uso dos livros contábeis como prova em processo judicial; vantagens 
tributárias (que somente são possíveis se tiver um Cadastro Nacional de Pessoa 
Jurídica (CNPJ) mantido pela Receita Federal do Brasil, sem prejuízo de outros 
requisitos).
Empresa Individual de Responsabilidade Limita-
da (EIRELI)
Esta figura de empresa surgiu em razão da dificuldade de encontrar sócios em 
caso de dissolução parcial da empresa, para evitar o fechamento que ocorria 
após 180 dias. Agora, surgiu a faculdade da transformação da empresa em EI-
RELI, regulamentada pela lei nº 12.441/2011.
Como a própria designação apresenta, embora seja uma empresa indivi-
dual, responsabilidade limitada, desde que o capital esteja integralizado, este 
capital não poderá ser inferior a 100 salários mínimos. A designação também 
se apresenta pelo termo EIRELI, conforme estabelece o art. 980-A do Código 
Civil. Santos (2012) apresenta um quadro explicativo sobre as diferenças entre 
as regras aplicáveis ao empresário individual e EIRELI.
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EMPRESÁRIO INDIVIDUAL EIRELI
Não adquire personalidade jurídica Adquire personalidade jurídica
Patrimônio: dívidas pessoais e dívi-
das empresariais
Patrimônio do titular: responde pelas 
dívidas pessoais
Patrimônio da EIRELI: responde pelas 
dívidas empresariais
Não é possível desconsideração da 
pessoa jurídica
É possível desconsideração da pessoa 
jurídica nas hipóteses legais
Não possui capital social mínimo Capital social mínimo de 100 salários mínimos
Nome: firma individual Nome: firma ou denominação + EIRELI
Quadro 1 - Diferenças entre empresário individual e EIRELI / Fonte: Santos (2012, p. 24).
Microempreendedor Individual (MEI)
O sujeito microempreendedor Individual é um empresário individual. É muito im-
portante lembrarmos que se trata de uma classificação tributária e não de um tipo 
empresarial (COELHO, 2011, p. 34). É uma figura muito parecida com a Microem-
presa (ME), ou empresa de pequeno porte, que traz o tipo empresarial chamado 
“Empresário Individual”. Este oferece maiores vantagens, pois será o menor e, por isso, 
precisa de mais vantagens e benefícios para seguir com as atividades empresariais.
 “ O Microempreendedor Individual possui diversas facilidades e benefícios, mas é importante ressaltarmos que apesar de ser uma figura jurídica bastante simplificada, também possui obrigações im-
postas por lei. A figura do MEI foi criada pela Lei Complementar nº 
123/2006, nela o empreendedor exerce a atividade em nome próprio 
(COELHO, 2011, p. 35).
Antes de tudo, precisamos lembrar que o empreendedor deve, preliminarmente, 
consultar as normas municipais para saber se existe ou não restrição para exer-
cer a sua atividade no local escolhido, além de outras obrigações básicas a serem 
cumpridas. A maioria dos municípios mantém o serviço de consulta prévia para 
o empreendedor saber se o local escolhido para estabelecer a sua empresa está 
de acordo com essas normas.
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A Lei do Microempreendedor Individual garante a formalização do negó-
cio pretendido sem qualquer custo inicial; mais de 500 atividades podem ser 
legalizadas nesta categoria de empresa. No estado da Bahia, são mais de 443 mil 
Microempreendedores Individuais atualmente (COELHO, 2011).
Para isso, o empreendedor precisa estar enquadrado nos requisitos exigidos 
pela legislação, que é ter o faturamento de até R$ 81.000,00 por ano, não partici-
par de outra empresa como sócio ou titular, precisa trabalhar sozinho ou ter, no 
máximo, um empregado (no caso de afastamento legal deste empregado, poderá 
contratar outro temporariamente) e não possuir filial.
Quando o Microempreendedor Individual formaliza a sua atividade, ele passa 
a ter direitos e garantias legais, por exemplo, os benefícios previdenciários que é 
o direito pela aposentadoria por idade, o salário maternidade, o auxílio-doença, 
a aposentadoria por invalidez, a pensão por morte e o auxílio-reclusão para seus 
familiares. Poderá ser dispensado da contabilidade formal que é a escrituração 
fiscal e contábil exigidas para outros tipos de empreendedores.O legislador também atribui o direito à dispensa de vistorias prévias para 
atividades de baixo risco que são aquelas exigidas para indústrias (definidas pelo 
município). O Microempreendedor também terá o direito de ter acesso aos ser-
viços financeiros de forma facilitada, da redução de isenção de impostos dentro 
do Simples Nacional (COELHO, 2011).
Os Direitos e as Obrigações do Titular do Capital Social da Empresa Individual de 
Responsabilidade Limitada (EIRELI)
A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), instituída pela Lei nº 12.441, 
de 11 de julho de 2011, que entrou em vigor em 8 de janeiro de 2012, constitui a mais 
recente espécie de pessoa jurídica no Direito brasileiro a ser analisada no presente traba-
lho. Ocorre, porém, que se tem procurado identificar na EIRELI uma proximidade com o 
empresário individual, embora as normas que disciplinam tal pessoa jurídica prevejam a 
aplicação subsidiária da sociedade limitada.
Independentemente da alusão ao “empresário individual”, contida na expressão que iden-
tifica a EIRELI e a aplicação subsidiária da disciplina da sociedade limitada, em vista de se 
tratar de uma pessoa jurídica, há de se precisar as características e as funções que lhe são 
próprias, a exemplo do que se faz com as demais espécies de pessoa jurídica.
Fonte: Pigliesi, Mayerle e Machado (2013, on-line).
explorando Ideias
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Quando se trata da inscrição e legalização das empresas, sabemos que é uma 
obrigação legal estabelecida também pelo Código Civil, em seu art. 1.150 que 
estabelece:
 “ Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comer-ciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, 
o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se 
a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária 
(BRASIL, 2002, on-line).
A regularidade do exercício da atividade empresarial depende do registro de sua 
atividade, de acordo com a Lei nº 8.934/1994, que estabelece quais são os órgãos 
responsáveis pelo registro.
 “ Art. 3º Os serviços do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins serão exercidos, em todo o território nacional, de maneira uniforme, harmônica e interdependente, pelo Sistema 
Nacional de Registro de Empresas Mercantis (Sinrem), composto 
pelos seguintes órgãos:
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REGISTRO E 
LEGALIZAÇÃO 
DAS EMPRESAS
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I - O Departamento Nacional de Registro do Comércio, órgão cen-
tral Sinrem, com funções supervisora, orientadora, coordenadora 
e normativa, no plano técnico; e supletiva, no plano administrativo.
II - As Juntas Comerciais, como órgãos locais, com funções executora 
e administradora dos serviços de registro (BRASIL, 1994b, on-line).
Lembremos que, para ser levado a registro, o ato constitutivo deve obedecer aos 
requisitos trazidos pelos artigos 997 a 1.000 do Código Civil. Teixeira (2016, p. 
66) explica que a inscrição do empresário tem como finalidade: 
 “ tornar pública a sua atividade, bem como sua finalidade empresarial e suas disposições do ato constitutivo, por meio de certidões. Confor-me os arts. 29 e 30 da Lei nº 8.934/94, qualquer pessoa, sem precisar 
demonstrar a razão, pode consultar os registros existentes nas Juntas 
Comerciais desde que pague o preço fixado pelo órgão, podendo assim 
requerer a expedição de certidões; efetuar o cadastro do empresário, o 
que gera um número de matrícula conhecido como Número de Ins-
crição no Registro de Empresas (NIRE), bem como, após ter o NIRE 
obter o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) – junto à Receita 
Federal; proteger sua identificação e seu nome empresarial, garantido 
pelo princípio da anterioridade, assim o primeiro que registrar aquele 
nome goza de proteção; por fim, estabelecer o início de sua existência 
(CC, art. 45), assegurar a separação patrimonial e a limitação de res-
ponsabilidade patrimonial dos sócios por dívidas sociais, já que com 
a inscrição a sociedade adquire personalidade jurídica (CC, art. 985).
Como para toda regra há uma exceção, a sociedade de advogados, embora não seja 
considerada atividade empresarial, deve ser registrada e regulamentada pelo Esta-
tuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) (Lei nº 8.906/94) que estabelece:
 “ Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no regulamento geral.
§ 1.º A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advo-
cacia adquirem personalidade jurídica com o registro aprovado dos 
seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base 
territorial tiver sede.
[...]
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Art. 16. Não são admitidas a registro nem podem funcionar 
todas as espécies de sociedades de advogados que apresentem 
forma ou características de sociedade empresária, que ado-
tem denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas 
à advocacia, que incluam como sócio ou titular de sociedade 
unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado ou 
totalmente proibida de advogar (BRASIL, 1994a, on-line).
Sendo assim, além da junta comercial, a OAB também é responsável pelo re-
gistro apenas das sociedades de advogados. Além do registro, a Lei ainda prevê 
algumas obrigações ao empresário que são ensinadas por Teixeira (2016, p. 67), 
 “ sendo a primeira delas: a escrituração uniforme de livros mer-cantis (CC, art. 1.179, caput, 1ª parte), com respeito aos princípios da Contabilidade, como a ordem crescente de datas em dia, mês e 
ano; o levantamento anual do balanço patrimonial e do resultado 
econômico (CC, art. 1.179, caput, 2ª parte), sendo balanço patri-
monial, todo o histórico da empresa, ativo passivo e patrimônio 
líquido. Já o balanço de resultado econômico mostra apenas as 
receitas e as despesas de determinado período, por exemplo, o 
último ano de exercício; a adoção de livros obrigatórios (CC, art. 
1.180, caput), como por exemplo, o livro Diário que é obrigatório 
para todos os empresários, isso dependerá da função exercida; 
por último, a boa guarda da escrituração, da correspondência e 
dos demais documentos concernentes à atividade empresarial 
(CC, art. 1.194), pois a conservação deve ocorrer pelo período 
mínimo dos prazos de prescrição e decadência, dependendo de 
cada tipo de obrigação.
O registro para a atividade empresarial não é requisito para o exercício dessa 
atividade, apenas delineia a sua regularidade.
Sobre o registro das sociedades, temos uma especificidade com relação à 
sociedade cooperativa, pois, apesar de ser uma sociedade simples, por conta 
da lei, o registro deverá “ocorrer na Junta Comercial, o que faz com que, na 
prática, a cooperativa continue tendo seus atos registrados na Junta Comer-
cial” (SANTOS, 2010, p. 23).
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Além do mais, complementa-se que quem exerce atividade “rural” pode re-
querer seu registro na junta Comercial do Estado no qual se encontra (art. 971 
do CC). Isso pode ser observado no trecho: “quem exerce a atividade rural tem, 
portanto, a faculdade de registrar sua atividade e não a obrigação de registrar sua 
atividade. E nesse caso, só será considerado empresário, se for realizado o registro 
na junta Comercial” (SANTOS, 2010, p. 23).
Livros Empresariais
Além da regularidade com registro da empresa, é necessário adotar de acordo 
com o que estabelece o nosso código Civil, que determina: “Art. 1.179., em cor-
respondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço 
patrimonial e o de resultado econômico” (BRASIL, 2002, on-line).
O sistema deve demonstrar anualmente os balanços contábeis e o resultado 
econômico. A obrigatoriedade se apresenta em apenas um livro que pode ser 
substituído pelo livro de balancetes Diários e Balanços, se adotados o sistema de 
fichas de lançamento, de acordo com Art. 1.185 do Código Civil.
 “ Art. 1.185. O empresárioou sociedade empresária que adotar o sis-tema de fichas de lançamentos poderá substituir o livro Diário pelo livro Balancetes Diários e Balanços, observadas as mesmas forma-
lidades extrínsecas exigidas para aquele (BRASIL, 2002, on-line).
Além dos livros obrigatórios, o empresário ou sociedade empresária podem ado-
tar outros livros que acharem necessários (parágrafo único do art. 1.181 do CC), 
por exemplo, o Livro de Contas Correntes, o Livro de Vendas etc.
Diante do cenário brasileiro, o empreendedor precisa compreender os fatores que in-
terferem na decisão. Em sua opinião, é melhor manter a empresa na informalidade ou 
regularizar? .
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Estabelecimento Comercial e Ponto Comercial
Estabelecimento comercial é um elemento essencial para o desenvolvimento do ne-
gócio. Barreto Filho (1969, p. 73) definiu como um “[...] complexo de meios materiais 
e imateriais, pelos quais o comerciante explora determinada espécie de comércio”.
Nosso Código Civil define, em seu artigo 1.142, que se considera “estabe-
lecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por 
empresário, ou por sociedade empresária” (BRASIL, 2002, on-line).
Ao tratar do estabelecimento, Bulgarelli (1999, p. 320) transcreve uma inte-
ressante lição de Barreto Filho.
 “ Economicamente, o capital é a base do estabelecimento e se com-põe de elementos estáticos (os bens) e de elementos dinâmicos (os serviços). Daí conclui Oscar Barreto Filho:
Os bens (oriundos do capital) e serviços (provenientes do trabalho) 
são conjugados com função do fim colimado, e aí surge o elemento 
estrutural: a organização - a combinação do capital, trabalho e orga-
nização para o exercício da atividade produtiva é que se denomina 
estabelecimento comercial.
[...]
Com base no exame da doutrina e das várias legislações, o professor 
Oscar Barreto Filho alinhou os seus elementos principais, a saber:
1. é um complexo de bens, corpóreos e incorpóreos, que constituem 
os instrumentos de trabalho do comerciante, no exercício de sua 
atividade produtiva.
2. não se configura com o complexo de relações jurídicas do co-
merciante no exercício do comércio, e não constitui um patrimônio 
comercial distinto do patrimônio civil.
3. é formado por bens econômicos, ou seja, por elementos patrimo-
niais, sendo duvidoso se compreende elementos pessoais.
4. é uma reunião de bens ligados por uma destinação unitária que 
lhe é dada pela vontade do comerciante.
5. apresenta um caráter instrumental em relação à atividade econô-
mica exercida pelo comerciante.
Constituem-se como elementos do estabelecimento comercial os bens móveis e 
imóveis, como balcões, vitrines, máquinas, veículos e imóveis. Os bens incorpó-
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reos são os que não possuem expressão propriamente física, ainda que possam ser 
visualmente perceptíveis: ponto comercial, nome empresarial, título de estabele-
cimento, marcas e patentes, tecnologia, contratos, créditos, clientela e freguesia.
Ademais, caro(a) aluno(a), é importante entender isso com as palavras de 
Gomes (2007, p. 34), que ensina a definição de estabelecimento comercial.
 “ [...] é um ativo totalmente incorpóreo, integrante do estabelecimen-to empresarial, e como tal se reveste de extrema importância, não somente na hipótese em que o imóvel seja de propriedade do em-
presário ou sociedade empresária, mas também naquelas hipóteses, 
muito comuns na prática empresarial, em que o imóvel ocupado 
pelo empresário ou pela sociedade empresária seja alugado. Em 
ambos os casos é comum surgir a cobrança das chamadas “luvas”.
É interessante a esse respeito as chamadas “luvas”, que se refere às quantias pa-
gas pelos locatários para obtenção do contrato de locação. Inicialmente, cumpre 
ressaltar que a cobrança de “luvas” por parte do locador está vedada pela Lei de 
Locações: 
 “ Art. 43. Constitui contravenção penal, punível com prisão simples de 5 (cinco) dias a 6 (seis) meses ou multa de 3 (três) a 12 (doze) meses do valor do último aluguel atualizado, revertida em favor do locatário: 
I - exigir, por motivo de locação ou sublocação, quantia ou valor além 
do aluguel e encargos permitidos; [...] (SILVA, 2001, p. 132). 
Não obstante, admite-se a cobrança de “luvas” por parte do locatário que tem a 
intenção de vender o seu direito ao ponto comercial ou mesmo todo o estabe-
lecimento a terceiro, sendo essas “luvas” o valor econômico do ponto comercial 
(SILVA, 2001).
O ponto comercial, elemento incorpóreo do estabelecimento, é juridicamente 
protegido porque também é dotado de valor econômico. Trata-se do endereço em 
que o empresário desenvolve sua atividade. É o local onde está a empresa, lugar 
físico em que foi fixado o estabelecimento. Quando o empresário ou a socieda-
de empresária desenvolve suas atividades econômicas em imóvel alugado, essa 
locação será chamada de não residencial e estará amparada pela Lei de Locações 
(Lei nº 8.245/91) nos arts. 51 e 52 e 71 a 75.
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Contabilista se trata do profissional responsável por toda a escrituração dos livros do 
empresário. Ele poderá ser contratado da empresa ou apenas prestador de serviços. 
Deverá ser um profissional com inscrição no órgão competente, estando legalmente 
habilitado (art. 1.182). Sua atuação de contabilista é obrigatória, no entanto, a lei dis-
pensa sua presença se na localidade não houver profissional da área (BRASIL, 2002).
Esse profissional fará os assentos em livros e fichas da empresa e, salvo se 
feitos de má-fé, valem como se tivessem sido elaborados pelo próprio preponente 
(art. 1.177).
6 CONTABILISTA
Os resultados provêm do aproveitamento das oportunidades e não da solução dos pro-
blemas. A solução de problemas só restaura a normalidade. As oportunidades significam 
explorar novos caminhos (Peter Drucker).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, pudemos compreender os aspectos do Direi-
to Empresarial, sua evolução de acordo com o tempo e por qual motivo houve 
alteração na forma de tratar Direito Empresarial ou Direito Comercial. Vimos 
que estão relacionados com a teoria adotada que devemos entender para com-
preender o funcionamento deste ramo do direito atualmente.
Em seguida, passou-se ao estudo do Conceito e à finalidade desse direito, 
compreendendo como devemos tratar e de que maneira. Conhecemos essa dis-
ciplina, dentre tantas outras relacionadas ao Direito, principalmente em sua au-
tonomia trazida pela Constituição Federal de 1988.
Ainda tratamos das fontes das últimas atualizações legislativas e inovações, 
bem como as fontes do Direito Comercial, importantes, pois nele são aceitas 
práticas reiteradas. Depois vieram os princípios importantes para vislumbrar e 
interpretar as leis de acordo com as situações que serão vivenciadas no dia a dia 
do profissional.
O Sistema legislativo brasileiro passa por constantes modificações, muito 
embora, sabemos que o processo, na maioria das vezes, torna-se demorado, pas-
samos por grandes transformações nos últimos 15 anos, e as mudanças não pa-
raram por aí, o processo ainda continua evoluindo e, com isso, o profissional deve 
acompanhar todas essas modificações, sendo imprescindível conhecer o passado 
e as evoluções para entender o presente.
Adentramos sobre o universo do Direito Comercial apresentado por suas 
características e princípios específicos tratados por nossa Constituição Federal de 
1988 e, posteriormente, entender quem pode ser empresário, quais as exigências 
legais e quais são os impedimentos e exceções.
Vimos, ainda, os conceitos de Empresa e atividade empresarial, notáveis dife-
renças necessárias para aplicabilidade na vida profissional, exemplificando com 
casos práticos, especificando os formatos empresariais e finalizando com as for-
mas de registro e legalização das empresas.
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aprimore-se
FÓRUM PERMANENTE SE REÚNE PARA DEBATER LEI GERAL
Durante dois dias, integrantes do Fórum vão discutir sobre Desoneraçãoe Desburocratização para facilitar a vida das micro e pequenas empresas
Em Brasília, na sede da Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE), a Reunião 
de Grupos de Trabalho do Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de 
Pequeno Porte tem o objetivo de divulgar e promover o fortalecimento das micro e 
pequenas empresas brasileiras. A pauta principal abordada no encontro é a questão 
da desoneração e desburocratização, temas que têm sido discutidos e que são de 
extrema importância para simplificar as atividades das MPEs.
Na abertura da Reunião de Grupos, o secretário executivo da SMPE, Nelson Her-
vey, falou sobre a importância da realização desse encontro tão perto da sanção 
da Lei Geral das MPE (LC nº 123/2006). “Estamos vivendo um momento muito im-
portante, próximo da sanção. Já tivemos muitos avanços, mas ainda é preciso fazer 
mais. Temos limitações, a questão da substituição tributária, limitação de produtos. 
Precisamos continuar debatendo no Fórum para fazermos um esforço conjunto 
com objetivo de simplificar e facilitar a vida das micro e pequenas empresas”, disse 
Nelson Hervey.
O secretário de Racionalização e Simplificação da SMPE, José Constantino de 
Bastos Júnior, também esteve na abertura e lembrou a importância de se criar me-
canismos para facilitar o processo de encerramento de empresas. “Os pontos de 
simplificação são de extrema importância. É preciso ter um cadastro único, um sis-
tema virtual para que não haja burocracia na abertura e encerramento de uma em-
presa. Outro assunto importante é o licenciamento, os estados ainda não tiveram 
avanço nisso. A ideia é que tudo seja feito pela internet e que as empresas que não 
representam risco, ou seja 95% dos casos, possam tirar seu licenciamento. E tam-
bém regularizar a situação de quem precisa do licenciamento ao invés de impedir a 
licença”, afirmou.
Entre outros assuntos que serão tratados na reunião do Fórum estão as compras 
públicas, comércio exterior, Redesim, faixa das tabelas, ESocial e mudança de mi-
39
aprimore-se
croempreendedor para microempresário. Após a realização dos debates, no encer-
ramento das atividades do Fórum, o Grupo de Trabalho, formado por Instituições 
e Órgãos Governamentais Federais, Fóruns Estaduais das MPE e as Entidades de 
Apoio e de Representação Nacional do segmento, irá reunir sugestões que poderão 
ser regulamentadas no âmbito da desoneração e desburocratização.
Sobre o Fórum
Como espaço de debates e conjugação de esforços entre o governo federal e as 
entidades nacionais de apoio e representação nacional, o Fórum Permanente é 
responsável por tratar dos aspectos não tributários da LC nº 123/06, excetuando 
a competência legal do Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação 
do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (CGSIM), também vinculado à 
SMPE/PR.
O Fórum Permanente tem apresentado propostas que se consolidaram em efe-
tivas melhorias para o segmento em todo o país. Entretanto, a própria evolução 
da organização definiu a necessidade de criação de um ponto focal governamental 
capaz de receber e transformar as propostas do Fórum Permanente em resultados 
positivos mais rápidos e consolidados. Nesse sentido, uma das propostas do Fórum 
Permanente era a criação no governo federal de uma sede das políticas públicas 
para o segmento das micro e pequenas empresas.
Sobre a Lei Geral n° 123/06 – Simples Nacional
O Projeto de Lei permite ao Simples ampliar o acesso a novos setores. É a chamada 
universalização do Simples, que apoia o princípio de que é o porte (receita) que 
determina o que é a microempresa e a empresa de pequeno porte, não a atividade. 
Isso porque essas empresas geram mais formalização, emprego, cidadania, prote-
ção previdenciária para empresários e suas famílias, renda fluindo na sociedade, 
além de trazer desenvolvimento econômico e social. Essa medida, segundo as pri-
meiras projeções, deve beneficiar mais de 400 mil empresas.
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aprimore-se
Outro aspecto importante é a proposta de impedir que a substituição tributária 
continue anulando os efeitos do Simples Nacional. Quando foi estabelecido pela 
Lei Geral que a MPE pagaria o ICMS pelo faturamento, e não pelo valor agregado, 
imediatamente as Fazendas estaduais implantaram o contragolpe, expandindo a 
substituição tributária antes restrita às cadeias econômicas homogêneas (cigarros, 
bebidas, pneus, combustíveis, sorvetes etc.).
Nessas cadeias, o preço final é conhecido e as margens também, portanto é 
racional a substituição. Outro ponto fundamental é a vedação da substituição tri-
butária incidindo sobre a micro e pequena empresa para uma série de produtos, 
na verdade ela fixa que só aqueles produtos podem incidir.
Fonte: adaptado de Fernandes (2014, on-line)1.
41
na prática
1. O que é Direito Empresarial?
2. A que se deve a mudança na utilização dos termos Direito empresarial e Direito 
comercial?
3. Quais são as fontes do Direito Comercial?
4. Quais são as características próprias do Direito Empresarial?
5. Quais os princípios específicos do Direito Empresarial?
6. Qual a definição de empresário e empresa?
7. Quem possui capacidade para ser empresário? Podem cônjuges participarem jun-
tos da sociedade?
8. Quem não pode ser empresário? Qual o tipo de impedimento?
9. Qual a diferença entre a empresa individual e EIRELI?
10. Quais são as principais características do Microempreendedor Individual (MEI)?
42
eu recomendo!
O Dilema da Inovação: Quando as Novas Tecnologias Levam 
Empresas ao Fracasso
Autor: Clayton M. Christensen
Editora: M Books
Sinopse: este livro assume a posição radical de que grandes em-
presas fracassam exatamente porque fazem tudo certo. Ele de-
monstra porque boas empresas, mesmo mantendo sua antena 
competitiva ligada, ouvindo os clientes e investindo agressivamente em novas 
tecnologias, perderam sua liderança no mercado quando se confrontaram com 
mudanças tecnológicas de ruptura e incrementais na estrutura do mercado. O Di-
lema da Inovação apresenta um conjunto de regras para capitalizar o fenômeno 
da inovação de ruptura/incremental. 
livro
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2SOCIEDADESPROFESSORAS Dra. Letícia Carla Baptista RosaEsp. Renata Monteiro de Andrade
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Conceito de Sociedades • Classifi-
cação e Espécies das Sociedades • Operações Societárias • Desconsideração da Personalidade Jurídica.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Entender conceito de sociedades. • Compreender classificação e as espécies das sociedades • Assimi-
lar as formas de operações societárias • Aprender sobre a desconsideração da personalidade jurídica.
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), esta unidade tem por objetivo a sua compreensão 
sobre o conceito das sociedades empresárias e sociedades simples, se-
guindo pela classificação dessas sociedades as formas, pois é imprescin-
dível entendê-las para saber qual melhor espécie de sociedade constituir.
Apresentamos a classificação das sociedades, sendo divididas entre 
as sociedades personificadas, que possuem personalidade jurídica, e as 
não personificadas, que não possuem personalidade jurídica.
Passamos pela Sociedade Comum que ainda não possui persona-
lidade jurídica, seguindo para sociedade em conta de participação que 
também não possui personalidade jurídica, são despersonificadas.
Em seguida, temos a Sociedade Simples que, apesar de possuir perso-
nalidade jurídica, não pode ser considerada empresária, pois não exerce 
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de 
bens ou de serviços.
Também apresentamos a sociedade em nome coletivo que é assim 
determinada em razão das responsabilidades dos sócios presentes,clas-
sificando-se, então, como sociedade empresária.
Posteriormente, temos outras sociedades empresárias, como a co-
mandita simples, sendo uma sociedade personificada com suas próprias 
características. Em sequência, procede a sociedade limitada, trata-se da 
mais utilizada atualmente diante de sua operabilidade legal.
Em seguida, temos a Sociedade Anônima, que é regida por lei própria 
para, depois, entender como funciona a comandita por ações. Estas são 
sociedades de capitais, uma vez que são formadas por ações.
Ainda existem as sociedades regulamentadas pelo novo código civil 
como sociedade cooperativa e a sociedade coligada, pouco conhecida, 
mas muito utilizada.
Após entender conceitos essenciais e suas aplicações, teremos as ope-
rações societárias. Esses conceitos irão ajudá-los na profissão e será de 
grande valia para prática negocial.
Vamos lá! Bons estudos!
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CONCEITO DE 
SOCIEDADES
Ao se falar em construção do conceito de sociedade empresária, pode-se afirmar 
que há dois institutos jurídicos que servem de alicerces, um deles é a pessoa ju-
rídica, o outro é a atividade empresarial (COELHO, 2007).
Destaca-se que somente algumas espécies de pessoa jurídica exploram ativi-
dade definida pelo direito como de natureza empresarial, podendo ser definidas 
como sociedades empresárias. Além delas, há pessoas jurídicas que são sempre 
empresárias, qualquer que seja o seu objeto (COELHO, 2007).
No entanto, há também as sociedades simples, que não podem ser definidas 
como as sociedades empresárias. Teixeira (2013, p. 208) define a “[...] sociedade 
como ente que tem natureza contratual, ou seja, sociedade é um contrato”. Diante 
disso, é importante relembrar alguns conceitos de como a pessoa pode ser física 
(natural) ou jurídica. Pessoa jurídica é a entidade legalizada. Um ente criado 
pela técnica jurídica como uma unidade orgânica e estável de pessoas para fins 
de natureza pública ou privada. É completamente distinta dos indivíduos que 
a compõem, tendo personalidade jurídica, como a pessoa física, visando obter 
direitos e contrair obrigações.
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O “nascimento” (criação) da socieda-
de legalizada acontece com o registro do 
seu contrato social no órgão competente, 
o que lhe confere personalidade jurídica. 
Contrato significa o acordo (ato) de duas 
ou mais partes para constituir, regular ou 
extinguir entre elas uma relação jurídica 
de direito patrimonial. Ainda, cabe desta-
car que a palavra “patrimonial” do conceito 
está relacionada ao fato de que os contratos, 
necessariamente, devem ter um conteúdo 
econômico, pois, do contrário, não são con-
siderados contratos, o que tem aplicação di-
reta ao contrato de sociedade.
Nosso código civil estabelece, em seu 
art. 981, o conceito de sociedade: “Art. 981., 
pessoas que reciprocamente se obrigam a 
contribuir,  com bens ou serviços, para o 
exercício de atividade econômica e a par-
tilha, entre si, dos resultados” (BRASIL, 
2002, on-line). Em relação a esse conceito, 
salienta-se que, quando trata da partilha 
dos resultados, está se referindo aos resul-
tados decorrentes da exploração da ativida-
de econômica. Esses resultados podem ser 
lucros ou prejuízos.
Antes de qualquer empreendimento, é importante ter em mente que a escolha do tipo de 
sociedade faz toda a diferença para obtenção do sucesso. Contudo, qual o tipo de socie-
dade ideal para seu negócio?
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Teixeira (2016) classifica as sociedades de três formas: pela responsabilidade dos 
sócios, quanto à sua personificação ou, ainda, por ser ou não empresária. Para com-
preender as disposições legais trazidas pelo Código Civil, vejamos o quadro a seguir.
Sociedades 
Personificadas
Simples (atividades 
não empresariais)
Profissionais Liberais e 
sociedade de atividades 
intelectuais
Cooperativa
Empresárias
Comandita por Ações 
Nome Coletivo 
Limitada Sociedade Anônima 
(S.A.) Comandita Simples
Sociedades não 
Personificadas
Comum Conta de participação
Quadro 1 - Quadro geral das sociedades / Fonte: Santos (2012, p. 55).
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CLASSIFICAÇÃO E 
ESPÉCIES DAS 
SOCIEDADES
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De acordo com ensinamentos de Teixeira (2016), quando classificamos a socieda-
de pela responsabilidade dos sócios, esta pode ser limitada quando a responsa-
bilidade dos sócios fica limitada às quotas ou ações não alcançando o patrimônio 
pessoal. Já na ilimitada, os sócios respondem pelo patrimônio pessoal, pelas 
obrigações assumidas pela sociedade, por exemplo, a empresa individual. Quando 
classificamos em mista, a responsabilidade é limitada para alguns e ilimitada para 
outros, por exemplo, na comandita simples ou por ações.
A sociedade pode ser de pessoas ou de capital. A primeira figura da pes-
soa do sócio é importante, sendo que a formação da sociedade é realizada 
pela afinidade existente entre eles, o chamado affectio societatis; as regras da 
sociedade são definidas no contrato social. A sociedade de capital não está 
relacionada aos atributos de cada sócio, pois, se quiser participar da sociedade, 
basta adquirir as ações.
Classificamos, ainda, a sociedade de acordo com sua personificação, que pode 
ser não personificada, quando a sociedade não possui personalidade jurídica, 
pois não foi registrada no órgão competente. Subdividem-se em sociedade de 
fato, quando possui acordo verbal entre os sócios, e sociedade irregular, quando 
possui contrato escrito, mas não foi registrado. A sociedade personificada detém 
personalidade jurídica própria, pois está registrada no órgão próprio.
As sociedades que se referem às atividades intelectuais são tratadas como 
sociedade simples, sendo aquelas que possuem objetivo de desenvolver uma 
atividade profissional economicamente organizada, visando obtenção de lucro. 
Sociedade não personificada - Sociedade Comum
A sociedade Comum se apresenta no artigo 986 do Código Civil, que estabelece:
 “ Art. 986. Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por ações em organização, pelo disposto neste Ca-pítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele forem com-
patíveis, as normas da sociedade simples (BRASIL, 2002, on-line).
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Segundo Teixeira (2016), essa sociedade deve ser compreendida por algo que 
não é especial, ou seja, a sociedade em comum não tem personalidade jurídica, 
logo, não pode ser a ela atribuída a condição de tipo societário personificado 
específico.
Para Ramos (2014), a sociedade em comum é a sociedade contratual em 
formação, portanto, é aquela que tem contrato escrito e que está realizando 
os atos preparatórios para o seu registro perante o órgão competente, antes 
de iniciar a exploração do seu objeto social.
Diante dos ensinamentos de Ramos (2014), a personalidade jurídica se 
inicia apenas com o registro dos atos constitutivos da sociedade no órgão 
competente, e a sociedade em comum é despida de personalidade jurídica. 
Dessa forma, todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas 
obrigações.
Sociedade não Personificada - Sociedade em 
Conta de Participação
De acordo com ensinamentos de Coelho (2007), esta disciplina, especifica-
mente nos artigos 991 a 996 do nosso Código Civil, possui algumas caracterís-
ticas específicas. Nesta sociedade, um sócio permanece oculto, outro em posi-
ção ostensiva, e estes não possuem personalidade jurídica, pois não assumem 
nenhuma obrigação em seus nomes; sendo uma sociedade despersonalizada 
e secreta, não adotará nenhum nome empresarial.
Os sócios participantes não mantêm qualquer relação jurídica com os cre-
dores por obrigações decorrentes do empreendimento comum. A sociedade 
em conta de participação é, além de despersonalizada, secreta. O contrato 
entre os sócios, que deu início à conjugação de esforços no desenvolvimento 
de empresa comum, não pode ser registrado no Registro das empresas.
Teixeira (2016, p. 295) destaca que o “[...] contrato social somente produz 
efeitos entre

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