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Aula 3 - Direito Administrativo II - Bens Públicos

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BENS públicos 
Conceito
	São todos os bens que pertencem às pessoas jurídicas de Direito Público, isto é, União, Estados, Distrito Federal, Municípios, Autarquias e Fundações Públicas. O Domínio Público em sentido amplo é o poder de dominação ou de regulamentação que o Estado exerce sobre os bens do seu patrimônio (bens públicos), ou sobre os bens do patrimônio privado (bens particulares de interesse público), ou sobre as coisas inapropriáveis individualmente, mas de fruição geral da coletividade (res nullius).
	Segundo Hely Lopes meirelles: “Bens públicos são todas as coisas corpóreas ou incorpóreas, imóveis, móveis ou semoventes, créditos, direitos e ações que pertençam, a qualquer título, às entidades estatais, autárquicas, fundacionais e paraestatais”.
	tal conceito traz a ideia do regime jurídico em que os bens estão atrelados não abrange as chamadas Empresas Públicas e sociedades de economia mista por serem pessoas jurídicas de direito privado, mas pertencentes à administração pública indireta. O patrimônio da empresa pública é público na sua origem, uma vez que são integralizados por bens públicos que lhe são transferidos por ocasião de sua criação ou instituição. 
	Entretanto, esses bens podem ser onerados, penhorados ou ainda estarem sujeitos ao concurso de credores?
	
	
Classificação 
1- Quanto à titularidade:
FEDERAIS – são bens da União (art. 20, cf/88): 
os que atualmente lhe pertencem e os que vierem a ser atribuídos;
as terras devolutas; (nunca pertenceram a ninguém)
os lagos, rios e correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado ou sirvam de limites com outros países, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
as ilhas fluviais; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e costeiras;
os recursos naturais da plataforma continental;
o mar territorial e os terrenos de marinha e seus acrescidos; 
os potenciais de energia hidráulica e os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
as cavernas e sítios arqueológicos;
Terras devolutas
ESTADUAIS – incluem-se entre os bens dos Estados (art. 26 cf/88):
as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas as decorrentes de obras da União;
as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem em seu domínio;
as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
as terras devolutas não compreendidas entre as da União;
MUNICIPAIS – 
os que atualmente lhe pertencem e os que vierem a ser atribuídos;
ruas, praças e áreas dominiais
2 – quanto à destinação (art. 99 do código civil)
I – Bens de uso comum do povo ou de Domínio Público: É o bem cujo acesso e uso devem ser permitidos, possibilitado a qualquer um do povo. Assim têm utilização imensurável. todos têm acesso, independentemente de autorização, pois geralmente abrangem locais abertos à utilização pública e de fruição do povo. Ex: ruas, vias públicas, rodovias, praças.
Utilização dos Bens de Uso Comum
	para fazer uso desses bens é necessário uma permissão de uso. Assim o bar que usa a calçada deverá requerer à prefeitura o permissão de uso do bem público comum.
 	os bens de uso do povo estão restritos a alienabilidade. O que significa que os bens podem ser alienados, mas tem que atender os seguintes requisitos:
		a) Avaliação Prévia
		b) Que exista uma lei que autorize a alienação do bem
		c) Ser submetidos a um procedimento denominado desafetação
		d) Licitação Prévia se o bem for móvel (leilão) se bem imóvel na 				modalidade concorrência.
Acesso aos Bens de Uso Comum do Povo 
 	Os bens de uso comum do povo são bens públicos em sua acepção plena, na medida em que a sua existência se encontra intimamente atrelada ao interes­se público primário de atender às necessidades dos administrados. Disso resulta que, salvo exceções previstas em lei, os bens públicos de uso comum do povo não podem sofrer limitações no seu uso, em benefício de de­terminado particular, em detrimento da coletividade dos administrados e do próprio interesse público que sobre eles incide.
	Em decorrência do interesse público que envolve os bens de uso comum do povo, a Administração Pública, no exercício do poder de polícia, possui o poder-dever para proceder, inclusive mediante o uso de força policial, à imediata desocupação de uma rodovia ou avenida, que, por exemplo, encontrar-se abusivamente obstruída.
 	Além disso, a lei permite exceções em que a Administração Pública pode, em algumas situações, exigir o pagamento de tarifas para o seu uso, conforme autorizado pelo art. 103 do Código Civil.
 	Assim ocorre, por exemplo, em muitas rodovias brasileiras em que houve a atribuição de sua exploração e conservação, em regime de concessão, a con­sórcios privados, sendo cobrada tarifa de pedágio, necessária, em parte, ao custeio de sua manutenção. Da mesma forma, desde que amparada na legalidade e visando atender ao interesse público, pode a Administração Pública impor certas restrições, de ca­ráter geral, ao uso dos bens públicos.
II – Bens de uso especial ou do Patrimônio Administrativo Indisponível: São os bens destinados a prestação dos serviços públicos. Os bens de uso especial carregam a ideia da afetação: tem-se a atuação do Estado na prestação do serviço público. Os entes federativos têm funções relacionadas à coletividade, de acordo com previsões constitucionais e legais. 
	Assim, em geral, abrangem edifícios de repartições públicas, terrenos aplicados à prestação de serviços públicos, veículos oficiais, mercados públicos, escolas e hospitais do Estado, delegacias, etc.
	Convém ressaltar o que diz Maria Sylvia Zanella Di Pietro, para quem o bem de uso especial "nem sempre se destina ao uso direto da Administração, podendo ter por objeto o uso por particular, como ocorre com o mercado mu­nicipal, o cemitério, o aeroporto, etc.”
	Vale destacar que esses bens só são bens de uso especial se continuam a ser utilizados no local. Tanto o bem de uso comum e os bens de uso especial por possuírem vinculação a um fim específico, para deixar de utilizá-lo é preciso ser feita a desafetação. 
III – Bens dominicais ou do Patrimônio Disponível: São os bens que embora constituam o patrimônio público, não possuem uma destinação pública determinada ou um fim administrativo específico. Ex.: as terras sem destinação pública específica (terras devolutas), os prédios públicos desativados e os móveis inservíveis.
 	Eles integram o patrimônio do Estado, mas não possuem um fim administrativo específico, podendo ser utilizados nas mais variadas finalidades permitidas pela legislação.
 	Assim, consoante o art. 99, III, do Código Civil, são considerados bens Dominicais aqueles que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direi­to público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
 	Da mesma forma, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pesso­as jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado (art. 99, parágrafo único), como ocorre, por exemplo, com os bens integrantes das fundações públicas, as quais, a despeito de sua personalidade jurídica de direito público, possuem estrutura jurídica semelhante à das fundações privadas.
Utilização dos Bens Dominicais
	A utilização dos bens Dominicais segue a mesma lógica dos bens de uso comum do povo, entretanto os bens dominicais ao contrário dos bens de uso comum do povo não estão restritos a alienabilidade, pois conforme disposto na Cons­tituição Federal, em seu art. 37, XXI, e na Lei n. 8.666/93, art. 19, não necessitam, entretanto, serem submetidos ao procedimento da desafetação.
	a) Que exista uma lei que autorize a alienação do bem
	b) Procedimento de Avaliação Prévia
	c) Licitação Previa se o bem for móvel (leilão) se bem imóvel na modalidade 	concorrência.
Usucapião de Bens Dominicais
	Também não podem ser objeto de usucapião, à semelhança dos demais bens públicos, conforme já decidiu, inclusive, o Supremo Tribunal Federal, e cujo entendimento foi objeto de sua Súmula 340,
"Desde a vigência do Código Civil,os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião".
	Apesar de não estarem afetados a uma finalidade pública específica, os bens dominicais integram o patrimônio da Administração Pública.
Afetação: Diz-se que um bem está afetado quando está sendo utilizado para um fim público determinado, seja diretamente pelo Estado, seja pelo uso de particulares em geral. É a atribuição a um bem público de sua destinação específica. Pode ocorrer de modo explícito (Lei) ou de modo implícito (não determinado em Lei). Ex.: os bens de uso comum o os bens de uso especial são BENS AFETADOS, pois têm em comum o fato de estarem destinados a serviços específicos. 
Os Bens Dominicais são desafetados
 
Desafetação: É a mudança da forma de destinação do Bem. Em regra, a desafetação visa a incluir bens de uso comum ou do povo ou bens de uso especial na categoria de bens dominicais. É feita com a autorização legislativa, através de Lei Específica. Um dos propósitos para realizar a Desafetação é a possibilidade de alienação, através de concorrência pública ou licitação.
Para ser alienado, o bem não poderá estar afetado a um fim público;
Características Gerais dos Bens Públicos
1) Limitação à alienabilidade 
 	Não se pode afirmar categoricamente que os bens públicos são inalienáveis, eis que há a desafetação e uma vez realizado permite a desclassificação do bem permitindo sua alienação. Nesta mesma linha não se pode falar em inalienabilidade pois os bens dominicais são passíveis de alienação. Por isso se fala em limitações a alienabilidade, pois o processo de alienação é mais dificultoso. 
 	Os bens públicos de uso comum e de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a qualificação, na forma que a lei determinar (Código Civil, art. 100):
	Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
	Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
2) Não sujeição a usucapião (imprescritibilidade)
 	A usucapião é uma forma de aquisição originária de um bem. Neste sentido, se opõe a forma de aquisição derivada (proveniente de outro dono, havendo vinculação). Na usucapião trata-se de aquisição originária eis que ele se desenvolve pela posse continuada do bem, de modo que ele trará a aquisição do bem pela posse sem que ocorra a tradição.
	A administração pública pode adquirir um bem por usucapião, mas os bens públicos não estão sujeitos à usucapião. A única situação possível é a indenização em relação as benfeitorias e acessões realizadas.
	No tocante à usucapião, também cabe ressaltar o disposto no art. 102 d0 código civil:
	Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
3) Impenhorabilidade 
	A impenhorabilidade impossibilita que um bem públi­co seja objeto de penhora judicial. A penhora é uma forma de constrição judicial ao patrimônio, destinada a satisfazer um direito creditício exercitado pela via executiva.
	A vedação à penhora dos bens públicos funda-se nos princípios da supre­macia do interesse público e da indisponibilidade.
	Destaque-se que as empresas públicas e socieda­des de economia mista que explorem atividade econômica, nos termos do art. 173 da Constituição Federal, não gozarão do privilégio da impenhorabilidade sobre seu patrimônio, sendo este assegurado unicamente àquelas estatais que tenham por objeto a prestação de serviços públicos.
	Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
4)Imunidade Tributária (Art. 150, VI, alínea a, e § 2º e § 3º da Constituição Federal)
 	Trata-se da imunidade tributária recíproca. As pessoas jurídicas de direito público fazem jus a essa imunidade tributária, como forma de manutenção de seus bens. O entendimento atual do STF é que há uma extensão da imunidade tributária recíproca quando se tratar de pessoas jurídicas da administração pública indireta, que tenham por objeto exclusivamente a prestação de serviços públicos os seus bens são equiparados a bens públicos. 	Vale destacar que o fato de prestar serviço público não lhe dá nenhum status diferenciado, eis que a Constituição a equipara a outras empresas privadas, não havendo motivos para lhe atribuir imunidade eis que visam assim como outras empresas o lucro.
	Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
	VI - instituir impostos sobre:
	a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
	§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
	§ 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
Formas de Utilização dos Bens Públicos 
· Uso Comum:
	Todo bem de uso comum do povo está ligado ao interesse coletivo e difuso que gravitam sobre o bem da mesma forma como ao direito público subjetivo, assim entendido como um direito que é outorgado a qualquer administrado, submetida ás normas administrativas para que este sujeito possa requerer providencias em face da administração pública.
	a) Ordinário: É aquele uso atribuído sem qualquer necessidade de lei ou autorização específica (Ex: uso das vias públicas)
	b) Extraordinário: Trata-se de situações em que o bem público será utilizado na sua totalidade, mas ainda seu uso é comum, sendo necessário nesse sentido autorização devido a utiliação do bem (ex: montagem de palco em via pública para show).
 
· Uso Especial:
	São formas que permitem ao particular o uso privativo de bem público. O uso especial tem um caráter personalíssimo, intiutu personae, ou seja, se reveste de um caráter privativo e exclusivo a um sujeito determinado. Necessário lembrar que a Administração não garante a manutenção do direito que ela concede.
	Existem 6 formas de uso especial do bem público: Autorização de uso, Permissão de uso, Concessão de Uso, Concessão de Direito Real de Uso, Cessão de Uso e Concessão Especial de Uso.
1. Autorização de uso – 
	é o ato unilateral, discricionário e precário pelo qual a Administração consente na prática de determinada atividade individual incidente sobre um bem público. Não tem forma nem requisitos especiais para sua efetivação, pois visa apenas a atividades transitórias e irrelevantes para o Poder Público. Ex.: autorizações para a ocupação de terrenos baldios, para a retirada de água em fontes não abertas ao uso comum do povo.
	Tais autorizações não geram privilégios contra a Administração ainda que remuneradas e fruídas por muito tempo, e, por isso mesmo, dispensam lei autorizativa e licitação para seu deferimento. Principais características:
	1. Discricionário: Trata-se de ato em que há o mérito administrativo em relação a oportunidade e conveniência do ato.
	2. Precário: é precário, pois trata-se de uma outorga, sem estabilidade, podendo ser revogado a qualquer momento
	3. Efêmero: Não pode ter um prazo longo, pois do contrário se cria uma expectativa, podendo a pessoa realizar benfeitorias.
	A utilização do bem é conferida no interesse privado do particularmente. 
2. Permissão de uso: é o ato negocial (com ou sem condições, gratuito ou oneroso, por tempo certo ou determinado), unilateral, discricionário e precário através do qual a Administração faculta ao particular a utilização individual de determinado bempúblico. Esta permissão é sempre modificável e revogável unilateralmente pela Administração, quando o interesse público o exigir. Ex.: bancas de jornais, os vestiários em praias, etc.
A revogação faz-se, em geral, sem indenização, salvo se em contrário se dispuser, pois a regra é a revogabilidade sem ônus para a Administração.
O ato da revogação deve ser idêntico ao do deferimento da permissão e atender às condições nele previstas (princípio da simetria).
Qualquer bem público admite permissão de uso especial a particular, desde que a utilização seja também de interesse da coletividade que irá fruir certas vantagens desse uso, que se assemelha a um serviço de utilidade pública;
Se não houver interesse para a comunidade, mas tão-somente para o particular, o uso especial não deve ser permitido nem concedido, mas simplesmente autorizado, em caráter precaríssimo.
	a principal diferença entre a autorização de uso de bem público e a permissão de uso de bem público é que a primeira se destina ao uso temporário e eventual de determinado bem público, enquanto a segunda tem por finalidade atribuir ao particular o uso em caráter continuado (mas igualmente precário) de determinado bem público.
	Uma vez conferida a permissão ao particular, este tem a obrigação, e não a faculdade (como no caso da autorização), de utilizar o bem, sob pena de caducidade, pois ela envolve interesse público. A permissão também pode ser simples ou qualificada.
Permissão de Uso: Ato pelo qual administração dá o direito da pessoa utilizar o bem de forma não efêmera.
Ato Negocial
Unilateral
Discricionário
Precário
Formalizado mediante decreto ou portaria
Gratuito ou Oneroso
3. Concessão de uso: é o contrato administrativo pelo qual o poder Público atribui a utilização exclusiva de um bem de seu domínio a particular, para que o explore segundo sua destinação específica. A concessão pode ser remunerada ou gratuita, por tempo certo ou indeterminado, mas deverá ser sempre precedida de autorização legal e, normalmente, de concorrência para o contrato. Ex.: concessão de uso remunerado de um hotel municipal, de áreas em mercado ou de locais para bares e restaurantes em edifícios ou logradouros públicos.
Sua outorga não é nem discricionária nem precária, pois obedece a normas regulamentares e tem a estabilidade relativa dos contratos administrativos, gerando direitos individuais e subjetivos para o concessionário;
Tal contrato confere ao titular da concessão de uso um direito pessoal de uso especial sobre o bem público, privativo e intransferível sem prévio consentimento da Administração, pois é realizado intuitu personae, embora admita fins lucrativos. 
Obs.: O que caracteriza a concessão de uso e a distingue dos demais institutos assemelhados – autorização e permissão de uso – é o caráter contratual e estável da outorga do uso do bem público ao particular, para que o utilize com exclusividade e nas condições convencionadas com a Administração.
	Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a concessão “é o instituto empregado preferentemente à permissão, nos casos em que a utilização do bem público objetiva o exercício de atividades de utilidade pública de maior vulto e, por isso mesmo, mais onerosas para o concessionário”
	Concessão de Uso: o concessionário é investido no direito de uso de um bem público durante certo período de tempo, contratualmente previsto, assumindo, em contraprestação, certas obrigações para com a Administração Pública concedente.
Contrato Administrativo celebrado com a Administração Pública
Sinalagmático
Gratuito ou Oneroso
Comutativo
Exige Licitação Prévia
4. Concessão de direito real de uso: é o contrato pelo qual a Administração transfere o uso remunerado ou gratuito de terreno público a particular, como direito real resolúvel, para que dele se utilize em fins específicos de urbanização, industrialização, edificação, cultivo ou qualquer outra exploração de interesse social. Ex.: distritos industriais;
é transferível por ato inter vivos ou por sucessão legítima ou testamentária, a título gratuito ou remunerado, como os demais direitos reais sobre coisas alheias, com a diferença de que o imóvel reverterá à Administração concedente se o concessionário ou seus sucessores não lhe derem o uso prometido ou o desviarem de sua finalidade contratual. 
A concessão de direito real de uso pode ser outorgada por escritura pública ou termo administrativo,
Desde a inscrição o concessionário fruirá plenamente o terreno para os fins estabelecidos no contrato e responderá por todos os encargos civis, administrativos e tributários que venham a incidir sobre o imóvel e suas rendas.
Requisitos e características
 	Encontra-se prevista no Decreto-Lei n. 271, de 28-2-1967, e deve ser instrumentalizada mediante termo ou contrato administrativo, por instrumento público ou particular, devendo ser inscrita em livro especial. 
	desde a inscrição da concessão de uso, o concessionário fruirá plenamente do terreno para os fins estabelecidos no contrato e responderá por todos os encargos civis, administrativos e tributários que venham a incidir sobre o imóvel e suas rendas.
	O elemento resolutivo da concessão se caracteriza pelo fato de que, uma vez verificado o seu termo de resolução (data de término da concessão), esta se extingue, podendo ainda extinguir-se por rescisão antecipada desde que o concessionário atribua ao imóvel destinação diversa da estabelecida no termo ou contrato, ou descumpra cláusula resolutória do ajuste, perdendo, neste caso, as benfeitorias de qualquer natureza, (art. 1º, § 3º).
 	A concessão de direito real de uso, salvo disposição contratual em contrário, transfere-se por ato inter vivos, ou por sucessão legítima ou testamentária, como os demais direitos reais sobre coisas alheias, devendo a transferência ser objeto de registro.
Concessão do Direito Real Uso: a transferência do uso de terrenos públicos, para fins específicos
Celebrado por termo ou contrato administrativo
Por instrumento Público ou Particular
Deve ser inscrita em livro especial
Concessionário arca com todas as despesas e encargos do imóvel
Tempo determinado ou indeterminado
Gratuito ou Oneroso
Forma Resolúvel: No prazo ou antecipadamente em caso de uso do imóvel para outra finalidade.
É transmissível por ato inter vivos ou por sucessão legitima ou testamentária
Deve ser precedido de lei específica e exige Licitação Prévia
5. Concessão Especial de Uso (Concessão de uso especial de imóvel urbano público)
	A concessão especial de uso consiste na transferência, a título gratuito do direito de uso de terrenos públicos que tenham sido ocupados por população de baixa renda para fins de moradia.
	Trata-se de instituto jurídico muito próximo da concessão de direito real de Uso, diferenciando-se em relação àquele pelo fato de que na concessão especial do uso do bem imóvel público é transferido exclusivamente para fins de moradia à quem o possua, nas condições legais.
	Foi prevista pela Medida Provisória n. 2.220, de 4-9-2001, que estabelecia em seu art. 1º que aquele que, até 30-6-2001, possuísse como seu, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, até 250 m2 de imóvel público situado em área urbana, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, teria o direito à concessão de uso especial para fins de moradia em relação ao bem objeto da posse, desde que não fosse proprie­tário ou concessionário, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural.
	Por fim, ressalte-se que a Lei n. 11.481, de 31-5-2007 estabelece em seu art. 22-A que a concessão especial de uso para fins de moradia aplica-se às áreas de propriedade da União, inclusive aos terrenos de marinha e acrescidos, e será conferida aos possuidores ou ocupantes que preencham os requisitos legais es­tabelecidos na Medida Provisória n. 2.220, de 4-9-2001.
Concessão Especial de Uso: consiste na transferência, a título gratuito do direito de uso de terrenos públicos que tenham sido ocupados por população de baixa renda para fins de moradia.
Transferência do direito depropriedade
Gratuito
até 30-6-2001
Possui imóvel público em área urbana
Até 250 m2
Utilizando-o como moradia
Cessão de uso: é a transferência gratuita da posse de um bem público de uma entidade ou órgão para outro, a fim de que o cessionário o utilize nas condições estabelecidas no respectivo termo, por tempo certo ou indeterminado. É ato de colaboração entre repartições públicas, em que aquela que tem bens desnecessários aos seus serviços cede o uso a outra que deles está precisando.
A cessão de uso entre órgãos da mesma entidade não exige autorização legislativa
Quando, porém, a cessão é para outra entidade, necessário se torna autorização legal;
Em qualquer hipótese, a cessão de uso é ato de administração interna que não opera a transferência da propriedade e, por isso, dispensa registros externos.
Cessão de Uso: Transferência a título gratuito da posse de bem público efetuado pela pessoa jurídica de direito público (à qual pertença o bem) a entidade estatal ou a outra pessoa jurídica de direito público.
Instrumentalizada mediante termo de cessão
Prazo determinado ou indeterminado
Gratuito
Não exige autorização legislativa
Assemelha-se ao comodato no direito privado
Enfiteuse ou aforamento: é o instituto civil que permite ao proprietário atribuir a outrem o domínio útil de imóvel, pagando a pessoa que o adquire (enfiteuta) ao senhorio direto uma pensão ou foro, anual, certo e invariável. Consiste, pois, na transferência do domínio útil de imóvel público a posse, uso e gozo perpétuos da pessoa que irá utilizá-lo daí por diante.
Em linguagem técnica, aforamento ou enfiteuse é o direito real de posse, uso e gozo pleno da coisa alheia que o titular (foreiro ou enfiteuta) pode alienar e transmitir hereditariamente, porém, com a obrigação de pagar perpetuamente uma pensão anual (foro) ao senhorio direto.
Domínio útil consiste no direito de usufruir o imóvel do modo mais completo possível e de transmiti-lo a outrem, por ato entre vivos ou por testamento.
Domínio direto, também chamado domínio eminente, é o direito à substância mesma do imóvel, sem as suas utilidades.
Foro, cânon ou pensão é a contribuição anual e fixa que o foreiro ou enfiteuta paga ao senhorio direto, em caráter perpétuo, para o exercício de seus direitos sobre o domínio útil do imóvel.
Laudêmio: é a importância que o foreiro ou enfiteuta paga ao senhorio direto quando ele, senhorio, renuncia seu direito de reaver esse domínio útil, nas mesmas condições em que o terceiro o adquire.

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