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Historia Global Volume 2 (5)

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Prévia do material em texto

Gilberto Cotrim 2
História
GlobalGlobal
MANUAL DO PROFESSOR
COMPONENTE 
CURRICULAR
HISTîRIA
2º ANO
ENSINO MÉDIO
HISTORIA GLOBAL 2 - capa professor.indd 3 09/05/16 11:21
MARCOS
Nota
parei na página 47
2
Gilberto Cotrim
Bacharel em História pela Universidade de São Paulo (USP) 
Licenciado em História pela Faculdade de Educação 
da Universidade de São Paulo (USP) 
Mestre em Educação, Arte e História da Cultura 
pela Universidade Mackenzie 
Professor de História na rede particular de ensino
Advogado
História 
Global
3ª- edição
São Paulo, 2016
Componente 
CurriCular
HISTÓRIA
2º ano
EnSIno mÉdIo
Manual do Professor
001a007_INICIAIS_HISTGLOBAL2_PNLD1.indd 1 5/17/16 10:47 AM
Diretora editorial Lidiane Vivaldini Olo
Gerente editorial Luiz Tonolli
Editor responsável Kelen L. Giordano Amaro
Editores Luciana Martinez, Ana Pelegrini, Carlos Eduardo de Almeida Ogawa
Editor assistente Adele Motta
Assessoria técnico-pedagógica Gabriel Farias Rodrigues, Giordana Cotrim
Gerente de produção editorial Ricardo de Gan Braga
Gerente de revisão Hélia de Jesus Gonsaga
Coordenador de revisão Camila Christi Gazzani 
Revisores Carlos Eduardo Sigrist, Cesar G. Sacramento, Luciana Azevedo, Sueli Bossi
Produtor editorial Roseli Said
Supervisor de iconografia Sílvio Kligin 
Coordenador de iconografia Cristina Akisino
Pesquisa iconográfica Daniela Ribeiro, Angelita Cardoso
Licenciamento de textos Erica Brambila, Paula Claro
Coordenador de artes José Maria de Oliveira 
Capa Carlos Magno
Design Luis Vassalo
Edição de arte Carlos Magno
Diagramação Estúdio Anexo
Assistente Bárbara de Souza
Cartografia Sidnei Moura, Studio Caparroz
Tratamento de imagens Emerson de Lima
Protótipos Magali Prado
077642.003.001 Impressão e acabamento
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra está sendo utilizado apenas para fins didáticos, 
não representando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
História Global, 2o ano (Ensino Médio)
© Gilberto Cotrim
Direitos desta edição: Saraiva Educação Ltda., São Paulo, 2016
Todos os direitos reservados
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
 (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
 Cotrim, Gilberto
 História global 2 / Gilberto Cotrim. -- 3. ed. -- 
 São Paulo : Saraiva, 2016.
 Obra em 3 v.
 Suplementado pelo manual do professor.
 Bibliografia.
 ISBN 978-85-472-0567-6 (aluno)
 ISBN 978-85-472-0568-3 (professor)
 1. História (Ensino médio) I. Título.
16-03506 CDD-907
 Índices para catálogo sistemático:
 1. História : Ensino médio 907
Avenida das Nações Unidas, 7221 – 1º andar – Setor C – Pinheiros – CEP 05425-902
Pedestres caminham na 
região do Pelourinho, em 
Salvador, Bahia. Fotografia 
de 2013 de Sérgio Pedreira 
(Pulsar Imagens).
2
001a007_INICIAIS_HISTGLOBAL2_PNLD1.indd 2 5/17/16 10:48 AM
Esta obra apresenta uma visão geral de alguns con-
teúdos históricos sobre diversas sociedades e culturas, 
com destaque para aqueles sobre o Brasil. A proposta é 
convidá-lo a refletir sobre o fazer histórico e dele parti-
cipar ativamente.
Nos vários percursos desta obra, foi realizada uma 
seleção de temas e interpretações históricas. No entan-
to, outros caminhos podem ser trilhados. Por isso, este 
livro deve ser debatido, questionado e aprimorado por 
suas pesquisas. 
Espero que, ao estudar História, você possa am-
pliar a consciência do que fomos para transformar o 
que somos. 
O autor
Caro estudante
3
001a007_INICIAIS_HISTGLOBAL2_PNLD1.indd 3 5/17/16 10:48 AM
Abertura de unidade
Apresenta texto e imagem, 
sempre acompanhada de 
legenda, que conversam 
com temas abordados nos 
capítulos da unidade, por 
vezes estabelecendo relações 
entre o passado e o presente. 
As atividades da seção 
Conversando dialogam 
com o tema da abertura, 
muitas vezes trabalhando os 
conhecimentos prévios e as 
vivências dos estudantes. 
Abertura de capítulo
Procura atrair a atenção dos 
estudantes para o tema histórico 
que será estudado. Apresenta 
um breve texto que sintetiza o 
conteúdo do capítulo, uma imagem 
acompanhada de legenda e a seção 
Treinando o olhar, que propõe 
atividades de leitura da imagem, 
muitas vezes estabelecendo relações 
com História da Arte.
Conheça o livro
Vendedores de capim e de leite, obra de Jean-Baptiste Debret, produzida entre 1834 e 
1839. Na imagem, um escravo, à esquerda, carrega um pesado feixe de capim-de- 
-angola, que era muito utilizado para alimentar os cavalos no Brasil Colonial. À direita, 
três escravos vendem leite, bebida amplamente consumida com café e chá.
UNIDADE
1
O trabalho é uma atividade típica do ser hu-
mano e está profundamente ligado à história 
de cada sociedade. Por meio dele, construímos 
culturas, produzindo bens materiais e não ma-
teriais. No entanto, o trabalho também pode 
ser fonte de castigo e sofrimento. 
No Brasil Colônia, milhões de africanos, afro-
descendentes e indígenas foram submetidos à 
escravidão, que é uma das formas mais extremas 
de exploração humana. Mas eles resistiram a 
esta dominação e se rebelaram de vários modos.
A presença dos africanos e indígenas foi de-
cisiva na construção do Brasil. Eles produziram 
saberes, artes e ofícios que estão presentes na 
cultura brasileira.
A escravidão foi abolida, mas a cidadania 
precisa ser ampliada.
1. “O trabalho está associado a ter, ser e 
valer.” Reflita sobre essa frase e procure 
explicar por que, no Brasil atual, existem 
alguns trabalhos que têm mais prestígio 
social do que outros.
2. Qual profissão você quer ter no futuro? 
Procure explicar os motivos de sua escolha.
Trabalho e 
sociedade
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Revolução Francesa e 
Era Napoleônica
Liberdade, igualdade e fraternidade foram princípios da Revolução Francesa, que se 
difundiram pelo mundo como bandeira de vários movimentos sociais. 
Será que esses princípios tornaram-se direitos conquistados ou permanecem como 
objetivos a serem atingidos? 
• Observando essa obra, é possível notar a presença dos vários grupos sociais 
que atuaram na Revolução Francesa? Justifique.
A guarda nacional de Paris em armas em setembro de 1792. Óleo sobre tela, de Léon Cogniet, 1834. Pertence ao acervo do 
Museu Nacional do Palácio de Versalhes, na França.
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133CAPÍTULO 11 Revolução Francesa e Era Napoleônica
CAPÍTULO
11
sabotavam a produção, quebrando ferramentas ou 
incendiando plantações. Na produção do açúcar, por 
exemplo, a sabotagem dos escravos era uma ameaça 
constante. Pedaços de madeira em brasa lançados nos 
canaviais provocavam incêndios; pedaços de ossos, 
ferro ou pedra jogados na moenda do engenho por 
vezes inutilizavam o maquinário, comprometendo a 
produção e até mesmo arruinando a safra.
• Negociações – as “negociações” entre senhores e 
escravos também faziam parte do cotidiano escravis-
ta. Segundo os historiadores João José Reis e Eduardo 
Silva, muitos escravos faziam acordos de cumprir as 
exigências de obediência e trabalho em troca de um 
melhor padrão de sobrevivência (alimentos, vestuá-
rios, saúde) e da conquista de espaço para a expressão 
de sua cultura, organização de festas etc.5
Luta dos africanos
As diversas formas de resistência à escravidão
Os africanos trazidos para o Brasil e seus des-
cendentes não ficaram passivos à condição escrava. 
Analisando as formas de resistência empregadas pe-
los cativos, autores de obras mais recentes mostramque os africanos reagiram à escravidão na medida de 
suas possibilidades, ora promovendo uma luta aberta 
contra o sistema, ora até mesmo se “adaptando” a 
certas condições, mas propondo formas de minimizar 
seus aspectos mais perversos mediante negociações 
com os senhores.
Vejamos algumas das formas de resistência viven-
ciadas por eles: 
• Violência contra si mesmos – algumas mulheres, 
por exemplo, provocavam abortos para evitar que 
seus filhos também fossem escravos; outros cativos 
chegavam a praticar o suicídio, enforcando-se ou 
envenenando-se. 
• Fugas individuais e coletivas – 
as fugas eram constantes. Alguns 
escravos fugidos buscavam a pro-
teção de negros livres que viviam 
nas cidades; outros, para dificultar 
a captura e garantir a subsistência, 
formavam comuni-
dades, chamadas 
quilombos, com 
organização social 
própria e uma rede 
de alianças com di-
versos grupos da 
sociedade. 
• Confrontação, boicote e sabota-
gem – alguns se rebelavam e agiam 
com violência contra senhores e fei-
tores; boicotavam os trabalhos, redu-
zindo ou paralisando as atividades; 
5 Cf. REIS, João José; SILVA, Eduardo. Negociação e conflito. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
Quilombo: 
palavra 
de origem 
africana que 
significa 
população, 
união.
Comunidade remanescente de quilombo Kalunga Vão do Moleque durante um festejo. 
A comunidade está localizada no município de Cavalcante (GO). Fotografia de 2015.
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Investigando
� No mundo atual, existem casos de trabalhadores submetidos a condições análogas à de escravidão. Que 
mecanismos podem ser acionados para acabar com essa situação de violência? Há organizações e projetos 
que combatem o trabalho escravo em nosso país? Pesquise.
50 UNIDADE 1 Trabalho e sociedade
• Observe o mapa e identifique 
em quais dos atuais estados se 
concentrou a criação de gado, 
contribuindo para o seu povoa-
mento durante o século XVIII.
Observar o mapa
Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel 
Maurício de et al. Atlas histórico 
escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: 
MEC/Fename, 1986. p. 32. 
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Expansão territorial provocada 
pela pecuária (século XVIII) 
Investigando
• Você consome leite e seus derivados? Observe a embalagem desses alimentos e responda: em que cidade são 
produzidos? Quais são os principais nutrientes encontrados no leite? 
A propósito da importância da produção de couro no período da expansão da 
pecuária, o historiador Capistrano de Abreu (1853-1927) fala da existência de uma 
“época do couro”: 
De couro era a porta das cabanas, o rude leito aplicado ao chão duro, 
e mais tarde a cama para os partos; de couro todas as cordas, a borracha 
para carregar água, o mocó ou alforje para levar comida, a maca para 
guardar roupa, a mochila para milhar cavalo, a peia para prendê-lo em 
viagem, as bainhas de faca, [...] surr›es, a roupa de entrar no mato [...].
ABREU, Capistrano de. Capítulos de história colonial. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1988. p. 170.
Posteriormente, por volta de 1780, surgiu a indústria do charque, que abriu no-
vas possibilidades ao comércio da carne. Essa indústria desenvolveu-se rapidamente, 
impulsionada pelo crescente consumo. Suas instalações constituíam-se basicamente 
de um galpão, onde se preparava e salgava a carne, e de secadores ao ar livre. 
A produção de leite era pouco desenvolvida e estava longe de rivalizar com a 
existente em Minas Gerais. Em compensação, o sul, favorecido pelas baixas tem-
peraturas, era a única região produtora e consumidora de manteiga. 
Além do gado bovino, foi significativa no Rio Grande do Sul a criação de 
cavalos e, principalmente, de mulas (muares). Muito exportadas para a região de 
Minas Gerais, as mulas tornaram-se importante meio de transporte nos terrenos 
acidentados e montanhosos das áreas mineradoras.
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Rio Solimões
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Área de pecuária
Limite atual do
território brasileiro
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0 239 km
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
Mocó: bolsa de tiracolo 
para guardar pequenas 
provisões. 
Alforje: saco duplo para 
transportar objetos.
Peia: corda para prender 
o cavalo.
Surrão: bolsa ou saco de 
couro usado para guar-
dar alimentos.
Charque: nome sulino 
da carne bovina cortada 
em mantas, salgada e 
seca ao sol (o mesmo 
que jabá ou carne-seca).
78 UNIDADE 1 Trabalho e sociedade
Glossário
Pequenas notas explicam os 
significados de termos em 
destaque no texto. 
Textos e imagens
Procuram organizar e promover 
alguns conhecimentos históricos. 
Os temas abordados devem ser 
investigados, debatidos e ampliados. 
As imagens complementam o texto 
principal e explicitam aspectos dele. 
Investigando
As atividades deste boxe 
aproximam os temas históricos 
das vivências dos estudantes, 
promovendo a cidadania e o 
convívio solidário.
Observar o mapa
Esta seção apresenta atividades 
que trabalham a leitura dos mapas 
apresentados no capítulo. 
4
001a007_INICIAIS_HISTGLOBAL2_PNLD1.indd 4 5/17/16 10:48 AM
Interpretar fonte
Esta seção propõe a análise de fonte 
histórica escrita ou não escrita, 
estimulando a interpretação e a 
reflexão. Procura aproximar os 
estudantes do ofício do historiador.
Em destaque
Esta seção apresenta 
textos que ampliam os 
assuntos estudados e/ou 
que apresentam diferentes 
versões históricas. Em 
muitos casos, os textos são 
acompanhados por imagens 
contextualizadas.
Oficina de História
Localizada ao final de cada capítulo, reúne 
diferentes tipos de atividades que visam promover 
a autonomia e o pensamento crítico dos 
estudantes. As atividades estão agrupadas em:
Vivenciar e refletir – propõe atividades de 
pesquisa, experimentação e debate. 
Diálogo interdisciplinar – propõe atividades 
que realizam diálogos entre a História e outros 
componentes curriculares.
De olho na universidade – apresenta questões 
de vestibulares de diferentes regiões do país e do 
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
No último capítulo de cada unidade, o Para 
saber mais indica livros, sites e filmes relacionados 
a conteúdos trabalhados na unidade. As 
indicações são acompanhadas de atividades.
Projeto temático
Encontra-se ao final do volume e propõe atividades experimentais e/ou 
interdisciplinares, que trabalham com procedimentos de pesquisa. Pode ser 
desenvolvido no decorrer do ano e está relacionado a assuntos abordados ao 
longo do livro.
este livro não é consumível.
Faça todas as atividades
em seu caderno.
NÃO ESCREVA NO LIVRO
FA‚A NO
Oficina de História
Vivenciar e refletir
1. Leia um trecho do documento chamado “Carta de 
Jamaica”, escrito por Simón Bolívar em 1815.
Os acontecimentos de Terra Firme nos 
provaram que as instituições verdadeira-
mente representativas não são adequadas 
ao nosso caráter, costumes e conhecimen-
tos atuais. Em Caracas, o espírito de parti-
do teve sua origem nas sociedades, assem-
bleias e eleições populares, e estes partidos 
nos levaram à escravidão. Assim como a 
Venezuela tem sido a república america-
na que mais tem aperfeiçoado suas insti-
tuições políticas, também tem sido o mais 
claro exemplo da ineficácia da forma de-
mocrática e federal para nossos nascentes 
Estados. [...] Enquanto nossos compatrio-
tas não adquirirem os talentos e as vir-
tudes políticas que distinguem os nossos 
irmãos do norte, temo que os sistemas 
inteiramente populares, longe de nos se-
rem favoráveis, venham a ser nossa ruína. 
Infelizmente estasqualidades, na medida 
requerida, parecem estar muito distantes 
de nós; pelo contrário, estamos dominados 
pelos vícios que se contraem sob a direção 
de uma nação como a espanhola, que ape-
nas se tem sobressaído em crueldade, am-
bição, vingança e cobiça. 
BOLÍVAR, Simón. “Carta de Jamaica”. 
In: Simón Bolívar: política. São Paulo: Ática, 1983. p. 84. 
a) Pela leitura do texto, Bolívar era favorável à im-
plantação de sistemas inteiramente populares 
na América Espanhola? Como Bolívar justifica 
sua posição?
b) A quem Bolívar se refere com a expressão “ir-
mãos do norte”? 
2. No texto seguinte, a historiadora Maria Ligia Prado 
analisa as diferentes concepções de liberdade dos di-
versos agentes que participaram das independências:
Liberdade [...] não é um conceito en-
tendido de forma única; tem significados 
diversos, apropriados também de formas 
particulares pelos diversos segmentos da 
Diálogo interdisciplinar
4. Observe acima a escultura Mão, do arquiteto Oscar 
Niemeyer (1907-2012) e responda:
a) Descreva a escultura, atentando-se para todos 
os detalhes. Procure responder: O que seria essa 
forma em vermelho que se encontra no meio da 
obra e vai até o chão? 
b) Segundo Niemeyer, “suor, sangue e pobreza 
marcaram a história desta América Latina tão 
desarticulada e oprimida. Agora urge reajustá-la 
num monobloco intocável, capaz de fazê-la inde-
pendente e feliz”. (Disponível em: <http://www.
memorial.sp.gov.br/memorial/AgendaDetalhe.
do?agendaId=1897>. Acesso em: 10 dez. 2015.)
Que relações podemos estabelecer entre essa 
frase e a escultura? Comente.
c) Inspirado nas imagens do capítulo, crie uma re-
presentação artística (desenho, música, escultu-
ra, montagem com fotografias etc.) sobre a in-
dependência das colônias espanholas e do Haiti. 
De olho na universidade
5. (UFJF) A respeito do processo de independência na 
América espanhola, é incorreto afirmar que: 
a) a invasão da Espanha pelas tropas napoleônicas 
levou à reorganização do comércio das colônias, 
favorecendo a desarticulação do pacto colonial e 
a implantação de práticas comerciais mais livres. 
b) a Inglaterra ofereceu apoio à independência das 
colônias espanholas, pois via na região uma pos-
sibilidade de ampliação dos mercados para seus 
produtos industrializados. 
c) os índios lutaram contra a independência e para 
a manutenção do trabalho forçado, pois viam 
no sistema colonial a única maneira de preser-
vação de suas atividades econômicas. 
d) os criollos pretendiam romper o exclusivo colo-
nial, mas não pretendiam encaminhar uma alte-
ração na estrutura social das colônias. 
e) a emergência de uma revolução liberal na Espa-
nha dificultou o envio de tropas para as colô-
nias, favorecendo o processo de independência.
sociedade. Para um representante da classe 
dominante venezuelana, Simón Bolívar, li-
berdade era sinônimo de rompimento com 
a Espanha, para a criação de fulgurantes 
nações livres que seriam exemplos para o 
resto do universo. Mas, principalmente, 
nações livres para comerciar com todos 
os países, livres para produzir, única pos-
sibilidade, segundo essa visão, do desabro-
char do Novo Mundo. 
Já para Dessalines, o líder da revolução 
escrava do Haiti [...], a liberdade, antes de 
tudo, queria dizer o fim da escravidão, mas 
também carregava um conteúdo radical de 
ódio aos opressores franceses. [...] 
Para outros dominados e oprimidos, 
como os índios mexicanos, a liberdade pas-
sava distante da Espanha e muito próxima 
da questão da terra. Na década de 1810, os 
líderes da rebelião camponesa mexicana 
[...] clamavam por terra para os deserda-
dos. Seus exércitos [...] lutaram para que a 
terra, inclusive a da Igreja, fosse dividida 
entre os pobres. 
PRADO, Maria Ligia. A formação das nações 
latino-americanas. São Paulo: 
Atual, 1997. p. 13-14. 
De acordo com a interpretação de Maria Ligia Pra-
do, qual era o significado de “liberdade” para Simón 
Bolívar? E para Dessalines? E para os indígenas mexi-
canos? Compare as diversas concepções e indique as 
semelhanças e as diferenças entre elas. 
3. Pesquise em diferentes meios de comunicação 
imagens de um mesmo movimento popular. Apre-
sente e debata com seus colegas a maneira como 
o movimento popular que você escolheu foi re-
presentado em cada órgão de imprensa. Em segui-
da, com base no que estudamos neste capítulo e 
nos anteriores, reflita sobre o seguinte tema:
“Os papéis das elites dominantes (políticas e econô-
micas) e dos movimentos populares nos processos 
históricos. Qual é a diferença?”. 
Depois, participe de um debate sobre o assunto, ou-
vindo a opinião dos colegas e expressando a sua visão.
Escultura Mão, de Oscar Niemeyer, localizada no Memorial da 
América Latina, em São Paulo (SP). Fotografia de 2009. 
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Para saber mais
Na internet 
• A história da energia: https://www.youtube.com/
watch?v=U3-OsY4C39o
Vídeo-documentário da série Ordem e desordem, produzida 
pela BBC. Narra as descobertas e invenções relacionadas ao 
conceito de energia.
Em grupos, elaborem um relatório sobre o vídeo destacando os 
usos e aplicações da energia a partir da Revolução Industrial. 
(Acesso em: 10 dez. 2015.) 
Nos livros 
• FORTES, Luiz R. Salinas. O Iluminismo e os reis filó-
sofos. São Paulo: Brasiliense, 1993. 
Escrito por um filósofo brasileiro especialista no pensamento 
de Jean-Jacques Rousseau, o livro analisa os significados e o 
alcance do Iluminismo, bem como sua influência na política 
no século XVIII.
Em grupos, elaborem um breve texto dissertativo relacionan-
do as ideias de um pensador iluminista a um dos temas abor-
dados nesta unidade. 
Nos filmes 
• Libertador. Direção de Alberto Arvelo. Venezuela/
Espanha, 2014, 123 min. 
Filme sobre a vida do líder militar e político Simón Bolívar.
Assista ao filme procurando analisar algumas características 
atribuídas ao protagonista. Em seguida, debata com seus 
colegas: Simón Bolívar foi representado como um “herói 
nacional”?
158 159UNIDADE 2 Súdito e cidadão CAPÍTULO 12 Independências na América Latina
O mural A Guerra da Independência do México foi criado pelo artista Diego Rivera em 1910. Em 
suas obras, Rivera procurava representar os indígenas e as pessoas mais pobres como protagonistas e 
não apenas como espectadores de sua história.
Na parte superior do mural, há uma faixa com o lema “Tierra y Libertad” (Terra e Liberdade), que 
foi usado por camponeses e indígenas tanto nas lutas pela independência como na Revolução Mexica-
na de 1910. Com isso, o artista estabeleceu relações entre as lutas do passado e as lutas de sua época.
Na parte inferior do mural, há uma grande águia, que simboliza a fundação de Tenochtitlán. Essa 
cidade era sede do império asteca e sobre ela foi construída a atual Cidade do México. 
Interpretar fonte A Guerra da Independência do México
Detalhe do afresco A Guerra da Independência do México, que se encontra no Palácio Nacional, na 
Cidade do México. 
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� Com suas palavras, explique a frase: “Rivera procurava representar os indígenas e as pessoas mais pobres 
como protagonistas e não apenas como espectadores de sua história”.
154 UNIDADE 2 Súdito e cidadão
OCEANO
ATLÂNTICO
50º O
10º S
Em 1500
Em 2008
Atual divisão política do Brasil
Limites atuais do Brasil
0 328 km
Em destaque Devastação ambiental
A devastação do meio ambiente começou cedo no território do país onde vivemos. Teve início 
com a extração de pau-brasil, logo nos primeiros anos de colonização. Como resultado da intensa 
extração, em poucas décadas o pau-brasil começou a escassear. O mesmo destino tiveram muitas 
árvores frutíferas, derrubadas sem preocupação com o replantio. Para a historiadora Laima Mesgravis, 
[...] o maravilhoso patrimônio da natureza, onde os índios viviam em harmonia com seu 
espaço e que tanto deslumbrou osprimeiros observadores, incentivou, até certo ponto, a 
crença da abundância fácil, sem trabalho, infindável. 
MESGRAVIS, Laima. O Brasil nos primeiros séculos. São Paulo: Contexto, 1989. p. 62. 
Atualmente, temos consciência 
de que, apesar de imensos, os recur-
sos florestais brasileiros não são ines-
gotáveis. Calcula-se que, em 1500, a 
mata Atlântica ocupava uma faixa de 
1 milhão de quilômetros quadrados. 
Atualmente, restam apenas 8% dessa 
área, espalhados em matas que, em 
boa parte, se localizam em proprieda-
des particulares. 
Estima-se que somente no século 
XVI tenham sido derrubados aproxi-
madamente 2 milhões de árvores, de-
vastando cerca de 6 mil quilômetros 
quadrados da mata Atlântica. 
Depois [da extração do pau-
-brasil] vieram cinco séculos de 
queimada. A cana, o pasto, o 
café, tudo foi plantado nas cin-
zas da Mata Atlântica. Dela saiu 
a lenha para os fornos dos en-
genhos de açúcar, locomotivas, 
termelétricas e siderúrgicas. 
CORREIA, Marcos Sá. In: Veja. São Paulo: Abril, 
n. 51, 24 dez. 1997. p. 81. Suplemento Especial. 
Fonte: Mapas SOS Mata Atlântica. 
Disponível em: <http://mapas.sosma.org.br>. 
Acesso em: 27 out. 2015. 
Distribuição da mata Atlântica 
(1500-2008)
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1. De acordo com o texto, quais foram as principais consequências da exploração econômica indiscrimina-
da realizada pelos europeus nas áreas litorâneas do Brasil?
2. Identifique, no mapa, as regiões que apresentavam áreas cobertas pela mata Atlântica em 1500 e as que 
não possuem mais essa cobertura.
14 UNIDADE 1 Trabalho e sociedade
Projeto temático
Dimensões do trabalho
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Nos projetos temáticos, vocês irão realizar atividades experimentais que problema-
tizam a realidade e ajudam a pensar historicamente.
O tema deste projeto é o trabalho e suas dimensões. Para desenvolvê-lo, propõe-se 
a elaboração de uma revista sobre as dimensões do trabalho no Brasil.
Reúnam-se em grupos e leiam as orientações a seguir.
1. A revista deve contar com seis seções: capa, matéria, entrevista, charge, resenha de 
filme e editorial.
2. Utilizando as sugestões de pesquisa encontradas nas próximas páginas, redijam uma 
matéria (texto jornalístico) sobre um dos temas listados a seguir:
• alguns marcos dos direitos trabalhistas no Brasil, como o surgimento da Consoli-
dação das Leis Trabalhistas (CLT);
• o ingresso dos jovens no mercado de trabalho – possibilidades e dificuldades;
• as mulheres no mercado de trabalho;
• formas de trabalho escravo no mundo contemporâneo;
• a escolha da profissão e a construção da identidade. 
4. Criem uma charge inspirando-se em uma cena de trabalho da sua cidade.
5. Escrevam uma resenha sobre um filme que aborde o tema do trabalho. Há diversas 
sugestões de vídeos e filmes nas páginas 282 e 283. Para elaborar a resenha:
• apresentem uma ficha técnica do filme contendo título, local e ano de produção, 
diretor, atores principais, livro em que o roteiro se baseou (se for o caso), entre 
outras informações;
• analisem como o mundo do trabalho foi representado no filme. Procurem obser-
var elementos como personagens, cenários e trilha sonora, caso se trate de ficção, 
ou entrevistas e imagens de arquivo, se for um documentário.
6. Elaborem um editorial inspirando-se nas seguintes questões: 
• qual é a visão de vocês a respeito do mundo do trabalho?;
• por que é importante refletir sobre o mundo do trabalho?
7. Criem uma capa com os seguintes elementos: nome da revista, manchete e imagem 
que atraia a atenção do leitor para um de seus conteúdos. 
8. Montem a revista reunindo capa, editorial e miolo (matéria, entrevista, charge e 
resenha do filme). 
9. Apresentem a revista aos colegas e expliquem o que vocês aprenderam com esse 
projeto. 
Feirante trabalhando na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em 2006.
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Três advogados se reúnem para examinar documentos. 
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3. Entrevistem uma pessoa adulta que já tenha alguma 
experiência no mercado de trabalho e explorem a 
compreensão da relação das pessoas com o mundo 
do trabalho. As perguntas abaixo podem ser utiliza-
das como roteiro para a entrevista:
• qual é seu nome, sua idade, sua nacionalidade e sua 
escolaridade?;
• você trabalha ou já trabalhou? Com o quê? Você 
sempre quis trabalhar com isso?;
• quando você começou a trabalhar? Por quê?;
• você já ficou desempregado? Por quanto tempo? 
Como se sentiu nessa época?;
• como costuma passar seu tempo livre? Gostaria de 
ter mais tempo livre? Por quê?;
• você se sente feliz com seu trabalho? Você se sente va-
lorizado em seu ambiente de trabalho? Exemplifique.;
• além do seu sustento, o que esse trabalho pode 
proporcionar para você?;
• que conselho você daria para um jovem que vai co-
meçar a trabalhar?;
• você já pensou na aposentadoria? O que pretende 
fazer quando se aposentar?;
• que história relacionada ao seu trabalho você con-
sidera marcante?
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Sumário
Unidade 1 
Trabalho e sociedade
Capítulo 1 - Mercantilismo e colonização 10
Mercantilismo: Política econômica do Estado moderno 11
Colonialismo: A dominação das metrópoles sobre as colônias 11
Primeiras expedições: Reconhecimento das terras e das gentes 12
Colonização: A decisão de ocupar a terra 15
Oficina de História 18
Capítulo 2 - Estado e religião 20
Capitanias hereditárias: Início da administração colonial 21
Governo-geral: A busca da centralização administrativa 23
Alternâncias na administração: Centralizações e descentralizações do 
governo 25
Padroado: Vínculos entre governo e Igreja Católica 27
Oficina de História 30
Capítulo 3 - Sociedade açucareira 32
Açúcar: A implantação de um negócio lucrativo 33
Engenho: Núcleo econômico e social 33
Mercado interno na colônia: A pecuária e produções agrícolas 
variadas 35
Mão de obra: A escravização de milhões de africanos 36
Oficina de História 38
Capítulo 4 - Escravidão e resistência 40
Tráfico negreiro: O comércio de vidas humanas 41
Diversidade: Povos africanos e suas condições de vida 47
Luta dos africanos: As diversas formas de resistência à escravidão 50
Oficina de História 54
Capítulo 5 - Holandeses no Brasil 56
União Ibérica: Portugal e Espanha sob a mesma Coroa 57
Invasões holandesas: Lutas pelo controle do negócio açucareiro 59
Portugal após a União Ibérica: Problemas econômicos e 
sociais 64
Oficina de História 66
Capítulo 6 - Expansão territorial 68
Povoamento: A marcha da colonização 69
Expedições militares: Expansão patrocinada pelo governo 70
Bandeirismo: Expansão patrocinada por particulares 71
Jesuítas: A fundação de aldeamentos no interior 74
Pecuária: O povoamento do sertão nordestino e do sul 77
Tratados e fronteiras: Os acordos internacionais sobre o território 
colonial 79
Oficina de História 80
Capítulo 7 - Sociedade mineradora 82
Enfim, muito ouro: A realização do velho sonho português 83
Controle: A administração das minas pelo governo 86
Sociedade do ouro: Desenvolvimento da vida urbana em Minas 
Gerais 88
Crise da mineração: O declínio da produção aurífera 89
Oficina de História 92
Unidade 2 
Súdito e cidadão
Capítulo 8 - Antigo Regime e Iluminismo 96
O Antigo Regime: Vida social e política na Europa 
moderna 97
Iluminismo: A razão em busca de liberdade 100
Pensadores iluministas: Diversidade de ideias e objetivos 102
Despotismo esclarecido: Absolutismo e algumas reformas 
sociais 106
Oficina de História 108
Capítulo 9 - Inglaterra e Revolução Industrial 110
Revolução Inglesa: Do absolutismo à monarquia 
parlamentar 111
Revolução Industrial: Da produção artesanal à produção nas 
fábricas 113
Impactos: As sociedades urbanas e industriais 116
Oficinade História 120
Capítulo 10 - Formação dos Estados Unidos 122
As 13 colônias: Ocupação inglesa na América do Norte 123
Emancipação: O nascimento dos Estados Unidos 126
Oficina de História 131
Capítulo 11 - Revolução Francesa e 
Era Napoleônica 133
Crise do Antigo Regime: A França às vésperas da 
Revolução 134
Revolução: A longa trama revolucionária 136
Era Napoleônica: Conquistas e tragédias 142
Congresso de Viena: A reação conservadora de governos 
europeus 146
Oficina de História 148
Capítulo 12 - Independências na América Latina 150
Crise colonial: Raízes do processo emancipatório 151
Rompimento: Lutas pela independência 152
Oficina de História 158
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Capítulo 13 - Independência do Brasil 162
Crise colonial: Contradições e declínio de um sistema de 
exploração 163
Rebeliões coloniais: Conflitos entre colonos e 
colonizadores 165
A corte no Brasil: Caminhos da emancipação brasileira 168
Ruptura: O resultado das pressões portuguesas 171
Oficina de História 174
Capítulo 14 - Primeiro Reinado 176
O novo país: Lutas internas e negociações internacionais 177
Primeira Constituição: As lutas políticas pelo controle do 
poder 179
Confederação do Equador: O projeto de uma república no 
nordeste 182
Abdicação do trono: A conjuntura do Final do Primeiro 
Reinado 184
Oficina de História 188
Capítulo 15 - Período regencial 190
Cenário político: Os grupos partidários do período 
regencial 191
Período regencial: As regências que governaram o 
império 192
Revoltas provinciais: Contestações ao governo central e às 
condições de vida 196
Oficina de História 204
Capítulo 16 - Segundo Reinado 205
Política interna: O jogo político entre liberais e 
conservadores 206
Praieira: A revolta liberal pernambucana 208
Modernização: O impacto das transformações 
econômicas 209
Oficina de História 216
Capítulo 17 - Crise do império 218
Política externa: Conflitos internacionais no Segundo
Reinado 219
Abolicionismo: A luta pelo fim da escravidão no Brasil 226
Queda da monarquia: Condições que levaram à instituição da 
República 231
Oficina de História 234
Capítulo 18 - Europa no século XIX 240
Onda de revoltas: Nacionalismo, liberalismo, socialismo e 
anarquismo 241
França: Revoltas liberais repercutem na Europa 244
Unificação da Itália: A formação do Estado italiano 249
Unificação da Alemanha: A formação de uma nova potência 
econômica 251
Oficina de História 253
Capítulo 19 - Imperialismo na África e na Ásia 255
Avanço capitalista: O surgimento de grandes potências 256
Neocolonialismo: Um mundo partilhado entre as grandes 
potências 258
África e Ásia: A dominação neocolonial em dois continentes 
259
Oficina de História 264
Capítulo 20 - América no século XIX 266
América Anglo-saxônica: O desenvolvimento dos Estados 
Unidos 267
América Latina: Diferenças e elementos históricos 
comuns 273
Imperialismo: A dominação da América Latina pelos Estados 
Unidos 275
Oficina de História 277
Unidade 3
Liberdade e independência
Unidade 4
Tecnologia e dominação
Cronologia 284
Bibliografia 287
Manual do Professor – Orientações didáticas 289
Projeto Temático: Dimensões do trabalho 280
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unidade
1
O trabalho é uma atividade típica do ser hu-
mano e está profundamente ligado à história 
de cada sociedade. Por meio dele, construímos 
culturas, produzindo bens materiais e não ma-
teriais. No entanto, o trabalho também pode 
ser fonte de castigo e sofrimento. 
No Brasil Colônia, milhões de africanos, afro-
descendentes e indígenas foram submetidos à 
escravidão, que é uma das formas mais extremas 
de exploração humana. Mas eles resistiram a 
esta dominação e se rebelaram de vários modos.
A presença dos africanos e indígenas foi de-
cisiva na construção do Brasil. Eles produziram 
saberes, artes e ofícios que estão presentes na 
cultura brasileira.
A escravidão foi abolida, mas a cidadania 
precisa ser ampliada.
1. “O trabalho está associado a ter, ser e 
valer.” Reflita sobre essa frase e procure 
explicar por que, no Brasil atual, existem 
alguns trabalhos que têm mais prestígio 
social do que outros.
2. Qual profissão você quer ter no futuro? 
Procure explicar os motivos de sua escolha.
Trabalho e 
sociedade
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Vendedores de capim e de leite, obra de Jean-Baptiste Debret, produzida entre 1834 e 
1839. Na imagem, um escravo, à esquerda, carrega um pesado feixe de capim-de- 
-angola, que era muito utilizado para alimentar os cavalos no Brasil Colonial. À direita, 
três escravos vendem leite, bebida amplamente consumida com café e chá.
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Mercantilismo e 
colonização
O Brasil possui uma das maiores áreas florestais do planeta, com destaque para a flo-
resta Amazônica. Todavia, o país ainda apresenta níveis significativos de desmatamen-
to e práticas inadequadas de exploração que são responsáveis por danos ambientais. 
Quais são as raízes desse processo?
1. Que personagens aparecem no mapa? Como eles foram representados?
2. Que instrumento é utilizado por um dos personagens? De que material ele é
feito? Levante hipóteses.
3. Esse instrumento pode simbolizar o contato entre indígenas e portugueses?
Explique.
Detalhe de mapa 
publicado no Atlas de 
Sebastião Lopes em 
cerca de 1565. Nesse 
mapa, foi representada 
a exploração de 
pau-brasil.
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10 UNIDADE 1 Trabalho e sociedade
capítulo
1
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Investigando
1. Qual o sentido da expressão “concorrência econômica”? Você sabe como essa concorrência pode afetar os 
valores dos produtos que você consome? Pesquise.
2. Na sua opinião, a economia de um Estado só pode se desenvolver à custa de outras economias? Debata esse 
assunto com seus colegas.
Mercantilismo
Política econômica do Estado moderno
Colonialismo
A dominação das metrópoles sobre as colônias
O termo mercantilismo é utilizado por alguns eco-
nomistas e historiadores para designar um conjunto de 
práticas econômicas que vigoraram em países da Europa 
ocidental entre os séculos XV e XVIII. Essas práticas varia-
vam de país para país, mas tinham o objetivo comum de 
fortalecer o Estado, em aliança com setores comerciais.
Segundo historiadores, o termo mercantilismo te-
ria sido empregado pela primeira vez pelo economista 
escocês Adam Smith (1723-1790) para se referir, de 
maneira depreciativa, às políticas econômicas interven-
cionistas dos governos de sua época e propor, em seu 
lugar, políticas liberais.
Práticas mercantilistas
No início da Idade Moderna, a riqueza de um 
Estado também foi medida pela quantidade de me-
tais preciosos (ouro e prata) que ele possuía dentro 
de suas fronteiras. Assim, aumentar a quantidade de 
metais preciosos tornou-se um dos objetivos funda-
mentais dos governos mercantilistas. Esse pensamen-
to econômico foi chamado de metalismo.
A fim de acumular riquezas, o Estado procurava, 
entre outras coisas, manter uma balança comercial 
favorável, isto é, o valor das exportações do país 
devia superar as importações (gerando superávit).Para isso, o Estado adotava uma série de medidas 
protecionistas, como incentivar a produção interna 
de artigos manufaturados que pudessem concorrer 
vantajosamente nos mercados internacionais.
Além disso, o Estado dificultava a entrada de al-
guns produtos estrangeiros, para resguardar seu mer-
cado interno e o de suas colônias. O protecionismo se 
fazia por meio da política alfandegária (aumento ou 
redução dos tributos sobre importação e exportação).
Investigando
1. Em sua opinião, quais são os bens econômicos mais valorizados na sociedade brasileira atual? Justifique.
2. Pesquise notícias atuais que apresentem as expressões: “balança comercial favorável”, “protecionismo” ou “in-
tervencionismo estatal”. Depois, analise com seus colegas em que contexto essas expressões foram utilizadas.
A adoção das práticas mercantilistas por diversos 
Estados europeus gerou choque de interesses entre 
eles. A concorrência econômica se acirrou com dispu-
tas de mercados.
 Nesse cenário, Estados como Portugal e Espanha 
(chamados metrópoles) passaram a exercer um domí-
nio peculiar sobre suas colônias de modo que pudes-
sem obter vantagens comerciais, se possível exclusivas.
Segundo a interpretação do historiador Fernando 
Novais, foi no contexto do colonialismo mercantilista 
que se desenvolveu, como peça fundamental, um sis-
tema de exploração colonial.1
1 Cf. NOVAIS, Fernando A. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-1808). São Paulo: Hucitec, 1983. p. 57-92; VAINFAS, Ronaldo. Mercantilismo. 
In: Dicionário do Brasil colonial (1500-1808). Rio de Janeiro: Objetiva, 2000. p. 392-393.
11CAPÍTULO 1 Mercantilismo e colonização
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AMÉRICA
DO NORTE
BAHAMAS
PORTO RICO
HAITI
GUIANAS
AMÉRICA 
DO SUL
Açores
Ilha da Madeira
Ilhas
Canárias
I. Cabo
Verde
INGLATERRA
FRANÇA
HOLANDA
EUROPA
ESPANHA
ÍNDIA
MOÇAMBIQUE
ANGOLA
MADAGÁSCAR
Diu
Bombaim
Goa
Calicute
CEILÃO MÁLACA
ÁSIA
São Jorge da Mina
ÁFRICA
Forte James
St. Louis
Agadir
PORTUGAL
Tânger
FILIPINAS
São
Tomé
JAPÃO
20º N
40º L
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
Império espanhol
Império francês
Império holandês
Império inglês
Império português 0 2 210 km
1. Identifique quais metrópoles tinham colônias na América, na África e na Ásia. 
2. Pelo que você pode observar nesse mapa, os governos de França, Inglaterra e Holanda respeitaram a determi-
nação do Tratado de Tordesilhas? Explique.
Observar o mapa
Impérios coloniais europeus (século XVII)
Fonte: McEVEDY, Colin. Atlas da história moderna. São Paulo: Verbo/Edusp, 1979. p. 53. 
Características gerais
No colonialismo mercantilista, o relacionamento 
entre metrópole e colônia obedecia a certas linhas 
gerais.
A economia da colônia era organizada em fun-
ção da metrópole, de tal maneira que a colônia 
deveria atender ou complementar a produção da 
metrópole. 
Primeiras expedições
Reconhecimento das terras e das gentes
Com a descoberta do novo caminho para as Ín-
dias, o comércio de especiarias passou a ser uma das 
fontes de riqueza de Portugal. A cidade de Lisboa, 
capital desse lucrativo comércio, destacava-se pela 
agitada vida econômica.
Nessa época em que as atenções de setores da 
sociedade portuguesa estavam voltadas para o co-
mércio oriental, ocorreu a chegada às terras que 
mais tarde formariam o Brasil. 
Nas primeiras expedições às novas terras, os 
enviados da Coroa encontraram grande quanti- 
dade de pau-brasil no litoral. Mas não descobriram 
Além disso, a metrópole impunha o “direito ex-
clusivo” de fazer comércio com a região colonizada, 
comprando os produtos dela pelo preço mais baixo e 
vendendo-lhe mercadorias pelo valor mais alto. 
Nesse contexto histórico, diversas nações euro-
peias formaram verdadeiros impérios coloniais, entre 
os quais se destacaram Portugal e Espanha.
as desejadas jazidas de ouro. Com isso, o governo 
português percebeu que não seria possível obter 
lucros fáceis e imediatos na região, pois o lucro ge-
rado pela exploração da madeira seria menor do 
que o então vantajoso comércio de produtos afri-
canos e asiáticos. 
Por esse motivo, durante 30 anos (1500-1530), 
o governo português limitou-se a enviar para o Brasil 
algumas expedições marítimas destinadas principal-
mente ao reconhecimento da terra e à preservação 
de sua posse. O efetivo processo de colonização só 
ocorreu posteriormente.
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12 UNIDADE 1 Trabalho e sociedade
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As principais expedições marítimas portuguesas 
enviadas nesse período, chamado por historiadores 
de “pré-colonizador”, foram:
•	Expedição comandada por Gaspar de Lemos 
(1501) – explorou grande parte do litoral brasilei-
ro e deu nome aos principais acidentes geográficos 
então encontrados (ilhas, cabos, rios, baías).
•	Expedição comandada por Gonçalo Coelho 
(1503) – organizada por conta de um contrato assi-
nado entre o rei de Portugal e um grupo de comer-
ciantes interessados na exploração do pau-brasil, 
dentre os quais se destacava Fernão de Noronha.
•	Expedições comandadas por Cristóvão Jacques 
(1516 e 1520) – foram organizadas para deter o 
contrabando de pau-brasil feito por outros comer-
ciantes europeus. Não foram bem-sucedidas pela 
extensão do litoral.
Extração do pau-brasil
A primeira riqueza explorada pelos europeus em 
terras brasileiras foi o pau-brasil (Caesalpinia echinata) 
— árvore assim denominada devido à cor de brasa 
do interior de seu tronco. Os indígenas a chamavam 
ibirapitanga ou arabutã, que significa “madeira ou 
pau vermelho”. 
Ao ser informado sobre a existência de pau-brasil 
nestas terras, o rei de Portugal declarou que a explo-
ração dessa árvore era monopólio da Coroa, ou seja, 
ninguém poderia retirá-la das matas brasileiras sem 
permissão do governo português e sem pagamento 
do tributo correspondente. Essa declaração, no en-
tanto, não foi respeitada por ingleses, espanhóis e, 
principalmente, franceses. 
A primeira concessão da Coroa para a exploração 
do pau-brasil foi dada ao comerciante português Fernão 
de Noronha, em 1503. Seus navios foram os primeiros a 
chegar à ilha que mais tarde recebeu seu nome. 
As pessoas que tinham como ocupação o comér-
cio do pau-brasil eram chamadas brasileiros — ter-
mo que, com o tempo, perdeu o sentido original e 
passou a ser utilizado para designar os colonos nas-
cidos no Brasil. Observe que o sufixo -eiro é utilizado 
para designar ofício ou ocupação, como ocorre em 
engenheiro, marceneiro, livreiro.
Trabalho indígena
A extração de pau-brasil nesse período dependia 
da mão de obra dos indígenas — eles derrubavam as 
árvores, cortavam-nas em toras e carregavam-nas até 
os locais de armazenamento (feitorias), de onde eram 
levadas para os navios. Esse trabalho era conseguido 
de forma amigável, por meio do escambo. Em troca 
de uma série de objetos (como pedaços de tecido, 
anzóis, espelhos e, às vezes, facas e canivetes), os in-
dígenas eram aliciados a derrubar as árvores com os 
machados fornecidos pelos europeus. 
Por seu caráter predatório, a extração de pau-
-brasil demandava que os exploradores se deslocas-
sem pelas matas litorâneas à medida que a madeira ia 
se esgotando. Por isso, essa atividade não deu origem 
a núcleos significativos de povoamento. Foram cons-
truídas feitorias apenas em pontos da costa onde a 
madeira era mais abundante.
Escambo: câmbio de 
bens ou serviços sem in-
termediação de dinheiro.
Aliciado: seduzido, 
envolvido, incitado.
Pau-brasil no parque do 
Ibirapuera, na cidade 
de São Paulo. Essa 
árvore, que tem madeira 
resistente e costuma 
medir entre 8 e 12 metros 
de altura, encontra-se 
ameaçada de extinção. 
Fotografia de 2015. 
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13CAPÍTULO 1 Mercantilismo e colonização
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MARCOSRealce
MARCOS
Realce
MARCOS
Nota
OCEANO
ATLÂNTICO
50º O
10º S
Em 1500
Em 2008
Atual divisão política do Brasil
Limites atuais do Brasil
0 328 km
Em destaque Devastação	ambiental
A devastação do meio ambiente começou cedo no território do país onde vivemos. Teve início 
com a extração de pau-brasil, logo nos primeiros anos de colonização. Como resultado da intensa 
extração, em poucas décadas o pau-brasil começou a escassear. O mesmo destino tiveram muitas 
árvores frutíferas, derrubadas sem preocupação com o replantio. Para a historiadora Laima Mesgravis, 
[...] o maravilhoso patrimônio da natureza, onde os índios viviam em harmonia com seu 
espaço e que tanto deslumbrou os primeiros observadores, incentivou, até certo ponto, a 
crença da abundância fácil, sem trabalho, infindável. 
MESGRAVIS, Laima. O Brasil nos primeiros séculos. São Paulo: Contexto, 1989. p. 62. 
Atualmente, temos consciência 
de que, apesar de imensos, os recur-
sos florestais brasileiros não são ines-
gotáveis. Calcula-se que, em 1500, a 
mata Atlântica ocupava uma faixa de 
1 milhão de quilômetros quadrados. 
Atualmente, restam apenas 8% dessa 
área, espalhados em matas que, em 
boa parte, se localizam em proprieda-
des particulares. 
Estima-se que somente no século 
XVI tenham sido derrubados aproxi-
madamente 2 milhões de árvores, de-
vastando cerca de 6 mil quilômetros 
quadrados da mata Atlântica. 
Depois [da extração do pau-
-brasil] vieram cinco séculos de 
queimada. A cana, o pasto, o 
café, tudo foi plantado nas cin-
zas da Mata Atlântica. Dela saiu 
a lenha para os fornos dos en-
genhos de açúcar, locomotivas, 
termelétricas e siderúrgicas. 
CORREIA, Marcos Sá. In: Veja. São Paulo: Abril, 
n. 51, 24 dez. 1997. p. 81. Suplemento Especial. 
Distribuição da mata Atlântica 
(1500-2008)
1. De acordo com o texto, quais foram as principais consequências da exploração econômica indiscrimina-
da realizada pelos europeus nas áreas litorâneas do Brasil?
2. Identifique, no mapa, as regiões que apresentavam áreas cobertas pela mata Atlântica em 1500 e as que 
não possuem mais essa cobertura.
Fonte: Mapas SOS Mata Atlântica. 
Disponível em: <http://mapas.sosma.org.br>. 
Acesso em: 27 out. 2015. 
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14 UNIDADE 1 Trabalho e sociedade
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OCEANO
ATLÂNTICO
50º O
10º S
Chegada em
janeiro de 1531
Partida em
dezembro de 1530
BRASIL
Fundação da Vila de
São Vicente (1532)
Piratininga
Feitoria de Cabo Frio
Baía de Todos os Santos
Ilha de Cananeia
Ilha de Itamaracá
Ilha de Santa Catarina
Cabo de 
Santa Maria
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Limites atuais do Brasil 0 390 km
Expedição de Martim Afonso 
de Souza (século XVI)
Colonização
A decisão de ocupar a terra
De acordo com o Tratado de Tordesilhas, Portugal 
e Espanha eram os únicos donos das terras da Améri-
ca. Mas franceses, holandeses e ingleses não respeita-
vam esse tratado e disputavam a posse de territórios 
americanos com portugueses e espanhóis. 
Essa disputa intensificou-se principalmente a par-
tir da notícia de que os espanhóis haviam descoberto 
ouro e prata em áreas que hoje correspondem ao Mé-
xico e ao Peru. 
Nesse contexto, o governo português receava per-
der as terras americanas. As expedições que tinha envia-
do até então não conseguiam deter a atuação clandes-
tina de outros europeus, especialmente dos franceses, 
que haviam estabelecido alianças com os indígenas 
tupinambás para a extração do pau-brasil. Para acabar 
com esse contrabando e evitar as invasões, a Coroa por-
tuguesa decidiu colonizar efetivamente o Brasil. 
Além disso, a colonização da América começou a 
ser vista pelos portugueses como uma alternativa para 
buscar novos lucros comerciais, uma vez que o comércio 
de Portugal com o Oriente havia entrado em declínio.
A expedição de Martim 
Afonso de Souza 
Cinco navios e uma tripulação de cerca de 400 
pessoas. Assim era composta a expedição comandada 
por Martim Afonso de Souza, que partiu de Lisboa em 
dezembro de 1530. Segundo alguns estudiosos, essa 
expedição tinha, entre seus objetivos: 
•	iniciar a ocupação da terra e sua exploração econô-
mica por colonos portugueses; 
•	combater corsários estrangeiros; 
•	procurar metais preciosos; 
•	fazer melhor reconhecimento geográfico do litoral. 
Em 22 de janeiro de 1532, buscando estabelecer 
núcleos de povoamento, Martim Afonso fundou a pri-
meira vila do Brasil: São Vicente. Fundou também alguns 
povoados, como Santo André da Borda do Campo.
Cultivo da cana-de-açúcar
Para colonizar o Brasil, os portugueses decidiram 
implantar a produção açucareira em certos trechos do 
litoral, uma vez que o açúcar era um produto que ti-
nha grande procura na Europa. Por meio da cultura 
da cana, seria possível promover a ocupação sistemá-
tica da colônia. 
Ao implantar a empresa açucareira na colônia, 
Portugal deixava a atividade meramente extrativista 
e predatória (a exploração de pau-brasil) e iniciava a 
montagem de uma organização produtiva dentro das 
diretrizes do sistema colonial. A produção de açúcar 
para o mercado europeu marcaria a história colonial 
do Brasil. 
No Brasil, o primeiro estabelecimento de produ-
ção de açúcar (engenho) foi instalado na região de 
São Vicente.
Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel Maurício de et al. Atlas 
histórico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: MEC/Fename, 1986. p. 14.
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15CAPÍTULO 1 Mercantilismo e colonização
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Monopólio comercial português 
No início do século XVI, época da instalação dos primeiros engenhos e núcleos 
de povoamento, o comércio do açúcar era relativamente livre. A Coroa concedia 
terras a portugueses que tivessem recursos para a instalação de engenhos. 
Entre 1560 e 1570, a economia açucareira apresentou crescimento expressivo. 
Percebendo a expansão do negócio do açúcar, o governo de Portugal decidiu esta-
belecer normas mais rígidas para a concessão de terras. Em 1571, decretou que o 
comércio colonial com o Brasil deveria ser feito exclusivamente por navios portugue-
ses. O governo pretendia implantar o monopólio comercial (que era chamado, na 
época, de exclusivo metropolitano) nas transações do açúcar. 
Com o monopólio, os produtos coloniais eram comprados pelos preços mais 
baixos do mercado, enquanto os artigos metropolitanos eram vendidos para os 
colonos do Brasil pelos preços mais altos.
Escravização dos indígenas
O relacionamento entre os colonos portugueses e os vários povos indígenas foi 
se tornando conflituoso à medida que os nativos resistiam ao processo de coloni-
zação. Os colonos, no entanto, para satisfazer suas necessidades, usaram violência 
contra os indígenas e passaram a escravizá-los. 
A escravização indígena estabeleceu-se a partir da década de 1530, principal-
mente quando os colonos portugueses necessitaram de mão de obra para a produ-
ção açucareira. Os portugueses e alguns aliados nativos guerreavam contra os “in-
dígenas inimigos”, e os prisioneiros eram distribuídos ou vendidos como escravos. 
No século XVII, a escravização indígena continuou ligada à expansão açuca-
reira pelo litoral, mas se estendeu também para as áreas dos atuais estados de 
São Paulo, Maranhão, Pará, entre outros. Nessas regiões, os nativos trabalhavam 
em atividades como o cultivo de milho, feijão, arroz e mandioca e a extração das 
chamadas “drogas do sertão” (guaraná, cravo, castanha, baunilha, plantas aro-
máticas e medicinais). 
Além disso, o escravo indígena foi utilizado para o transporte de mercadorias. 
De São Paulo a Santos, por exemplo, o carregador nativo descia a Serra do Mar 
transportando nos ombros cargas de aproximadamente 30 quilos.
Cacho de guaraná na cidade 
de Camamu, Bahia. Foram os 
indígenas Sateré-Mawé que, há 
mais de 500 anos, domesticaram 
a planta do guaraná, cujo nome 
científicoé Paullinia cupana. 
Esse povo, que vive no atual 
Amazonas, possibilitou que 
o guaraná fosse conhecido e 
consumido no mundo inteiro. 
Fotografia de 2015. 
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MARCOS
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MARCOS
Nota
Investigando
•	 Em sua opinião, alguma guerra pode ser considerada justa? Reflita.
“Guerras justas”
Apesar de o governo português ter defendido, em princípio, a liberdade in-
dígena, os colonos recorreram por diversas vezes à “guerra justa” para conseguir 
escravos entre os povos nativos. Assim se chamava a guerra contra os indígenas 
autorizada pelo governo português ou seus representantes. 
As “guerras justas” podiam ocorrer quando os indígenas não se conver-
tiam à fé cristã – imposta pelos colonizadores – ou impediam a divulgação 
dessa religião; quebravam acordos ou agiam com hostilidade em relação aos 
portugueses. 
No entanto, os colonos burlavam as normas oficiais sobre a “guerra justa”, 
alegando, por exemplo, que eram atacados ou ameaçados pelos indígenas. 
Sucessivas guerras contra povos indígenas marcaram a conquista das regiões 
litorâneas pelos europeus no século XVI. Foi o caso, por exemplo, das guerras 
contra os indígenas caetés, tupinambás, carijós, tupiniquins, guaranis, tabajaras 
e potiguares.
Gravura de Thomas Marie Hippolyte Taunay e Ferdinand-Jean Denis, datada de 1822, representando ritual dos tupinambás com 
feiticeiros soprando o espírito de força do povo.
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17CAPÍTULO 1 Mercantilismo e colonização
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MARCOS
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Oficina de História
Vivenciar e refletir
1. Alguns indígenas queriam saber por que portugueses 
e franceses, desde a chegada às suas terras, precisavam 
tirar tanta madeira das florestas. Leia um trecho do texto 
do francês Jean de Léry, que esteve no Brasil em 1558, 
narrando o diálogo que teve com um velho tupinambá.
Por que vindes vós outros, maírs e pêros 
(franceses e portugueses), buscar lenha de tão 
longe para vos aquecer? Não tendes madeira 
em vossa terra? Respondi que tínhamos mui-
ta, mas não daquela qualidade, e que não a 
queimávamos, como ele o supunha, mas dela 
extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam 
eles com os seus cordões de algodão e suas 
plumas. Retrucou o velho tupinambá imedia-
tamente: e porventura precisais de muito? — 
Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem 
negociantes que possuem mais panos, facas, 
tesouras, espelhos e outras mercadorias do 
que podeis imaginar e um só deles compra 
todo o pau-brasil com que muitos navios vol-
tam carregados. — Ah! Retrucou o selvagem, tu 
me contas maravilhas, acrescentando depois 
de bem compreeender o que eu lhe dissera: 
Mas esse homem tão rico de que me falas não 
morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. 
Mas os selvagens são grandes discursa-
dores e costumam ir em qualquer assunto 
até o fim, por isso perguntou-me de novo: e 
quando morrem para quem fica o que dei-
xam? — Para seus filhos se os têm, respondi! 
— Na verdade, continuou o velho, […] agora 
vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, 
pois atravessais o mar e sofreis grandes in-
cômodos, como dizeis quando aqui chegais, 
e trabalhais tanto para amontoar riquezas 
para vossos filhos ou para aqueles que vos 
sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu 
suficiente para alimentá-los também? Temos 
pais, mães e filhos a quem amamos; mas es-
tamos certos de que, depois de nossa morte, 
a terra que nos nutriu também os nutrirá, por 
isso descansamos sem maiores cuidados. 
LÉRY, Jean de. Viagem à terra do Brasil. 
Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/Edusp, 1980. p. 170.
a) Por que o indígena tupinambá não entendia a ne-
cessidade de extrair tanta madeira das florestas? 
b) Que diferença cultural é possível perceber entre o 
modo de vida europeu e o modo de vida indígena?
Diálogo interdisciplinar
2. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, 472 espé-
cies de árvores estão ameaçadas de extinção no Brasil 
contemporâneo. É o caso do pau-brasil, da cerejeira, 
da castanheira, do jacarandá, do mogno, da imbuia e 
da araucária. Crie um cartaz sobre uma dessas espé-
cies. Para isso, em grupos, façam o que se pede.
a) Escolham uma árvore e pesquisem: nome cien-
tífico, outros nomes pelos quais é conhecida, al-
tura máxima que atinge, biomas em que ocorre, 
motivos pelos quais corre risco de extinção e o 
que tem sido feito para preservá-la. 
b) Elaborem uma ficha sobre a árvore resumindo 
as informações pesquisadas.
c) Com base na pesquisa, criem um título chamati-
vo para seu cartaz.
d) Selecionem fotografias da árvore e escrevam le-
gendas para as imagens.
e) Organizem a ficha, o título e as fotografias em um 
cartaz. Depois, apresentem o cartaz para seus co-
legas e debatam com eles as medidas de preser-
vação das espécies ameaçadas de extinção. 
3. O historiador Warren Dean comenta que as facas 
e os machados de aço que os europeus davam 
aos indígenas
[…] encurtavam em cerca de oito vezes o 
tempo gasto para derrubar árvores e escul-
pir canoas. Além disso, anzóis de ferro inau-
guravam uma nova maneira de explorar os 
recursos alimentícios dos estuários. É difícil 
imaginar […] o quanto isso foi transforma-
dor de sua cultura [dos indígenas] e o quanto 
foi destrutivo para a floresta.
DEAN, Warren. A ferro e fogo: a história e a devastação da 
mata Atlântica brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 65.
Diálogo interdisciplinar com Biologia.
Diálogo interdisciplinar com Biologia e Sociologia.
Estuário: desembocadura de um rio, formando um “bra-
ço de mar”.
a) De acordo com Warren Dean, os instrumentos 
europeus causaram grande impacto em duas 
esferas. Quais são elas? Por quê?
b) Em sua opinião, que objetos causaram maior 
impacto social e ambiental no mundo contem-
porâneo? Reflita sobre o assunto e dê exemplos. 
18 UNIDADE 1 Trabalho e sociedade
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4. Examine a cena da tirinha de Calvin e Haroldo. Qual é a crítica da tirinha? Com os 
colegas, relacione a tirinha ao conteúdo do capítulo. 
Diálogo interdisciplinar com Arte e Geografia.
De olho na universidade
5. (Fuvest-SP) 
O ouro e a prata que os reis incas tiveram em grande quantidade 
não eram avaliados [por eles] como tesouro porque, como se sabe, 
não vendiam nem compravam coisa alguma por prata nem por ouro, 
nem por eles pagavam os soldados, nem os gastavam com alguma 
necessidade que lhes aparecesse; tinham-nos como supérfluos, por-
que não eram de comer. Somente os estimavam por sua formosura e 
esplendor e para ornamento [das casas reais e ofícios religiosos]. 
Garcilaso de la Vega. Comentários reais, 1609.
Com base no texto, aponte:
a) As principais diferenças entre o conjunto das ideias expostas no texto e a vi-
são dos conquistadores espanhóis sobre a importância dos metais preciosos 
na colonização. 
b) Os princípios básicos do mercantilismo.
6. (UFRJ) 
A primeira coisa que os moradores desta costa do Brasil preten-
dem são índios escravizados para trabalharem nas suas fazendas, 
pois sem eles não se podem sustentar na terra. 
GANDAVO, Pero Magalhães. Tratado descritivo da terra do Brasil. 
São Paulo: Itatiaia/Edusp, 1982. p. 42 [1576] (adaptado pela instituição). 
Nesse trecho percebe-se a adesão do cronista ao ideário dos colonos lusos no Brasil 
de fins do século XVI. 
Com base no texto, e considerando que em Portugal prevalecia uma hierarquia so-
cial aristocrática e católica, explique por que, ao desembarcarem na América portugue-
sa da época, os colonos imediatamente procuravam lançar mão do trabalho escravo.
Tirinha dos personagens 
Calvin e Haroldo, criados 
pelo artista Bill Watterson.
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19CAPÍTULO 1 Mercantilismo e colonização
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Estado e religião
Liberdade de crença e livre exercício de culto religioso são direitos fundamentais 
garantidos na Constituição Federal. Essa liberdade religiosa decorre da separa-
ção entre Estado e Igreja, que vigora no Brasil desde o início da República (1889). 
Mas nem sempre foi assim.
Como era a relação entre o Estado e a Igreja Católica no período colonial?
•	 Observe o painel de Candido Portinari, intitulado A primeira missa no Brasil. 
Depois, leia o trecho da carta de Pero Vaz de Caminha, relatando episódios 
da chegada dos portugueses ao Brasil: 
E quando se veio ao Evangelho, que nos erguemos todos em pé, com as 
mãos levantadas, eles [os indígenas] se levantaram conosco, e alçaram as 
mãos, estando assim até se chegar ao fim; e então tornaram-se a assentar, 
como nós [...] e em tal maneira sossegados que certifico a Vossa Alteza que 
nos fez muita devoção. 
CAMINHA, Pero Vaz de. Carta a El Rei D. Manuel. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/ 
DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2003>. Acesso em: 28 out. 2015. 
	 Na sua compreensão, há algum ponto em comum entre o relato de Pero Vaz 
de Caminha e a pintura de Portinari? Comente.
A primeira missa no Brasil. Painel de Candido Portinari, de 1948. 
A obra faz parte do acervo do Instituto Brasileiro de Museus.
Candido Portinari. a Primeira missa no Brasil. 1948/museu naCional de Belas artes/rj
20 UNIDADE 1 Trabalho e sociedade
capítulo
2
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•	 Observe o mapa e compare-o com um mapa da 
atual divisão política do Brasil. Depois, identifique: 
a) a capitania mais setentrional (ao norte) e o(s) 
estado(s) do(s) qual(is) faz parte atualmente; 
b) a capitania mais meridional (ao sul) e o(s) 
estado(s) do(s) qual(is) faz parte atualmente; 
c) caso seja possível, a capitania em cujo territó-
rio está situada a cidade onde você vive.
Observar	o	mapa
Capitanias	hereditárias	
Início da administração colonial
O governo português não dispunha de recursos 
suficientes para investir na colonização do Brasil. A 
solução encontrada no começo desse processo foi 
transferir a tarefa para particulares, geralmente pes-
soas da pequena nobreza lusitana. 
Assim, em 1534, o rei D. João III ordenou a divisão 
do território da colônia em grandes porções de ter-
ra — 15 capitanias ou donatárias — e as entregou a 
pessoas que se habilitaram ao empreendimento, cha-
madas capitães ou donatários. 
Nomeado pelo rei, o donatário era a autorida-
de máxima dentro da capitania. Com sua morte, em 
princípio, a administração passava para seus descen-
dentes. Por esse motivo, as terras eram chamadas de 
capitanias hereditárias. 
Direitos	e	deveres	dos	
donatários	
O vínculo jurídico entre o rei de Portugal e os do-
natários era estabelecido em dois documentos básicos: 
•	Carta de Doação – conferia ao donatário a posse 
hereditária da capitania. Os donatários não eram 
proprietários das capitanias, apenas de uma parce-
la das terras. A eles era transferido, entretanto, o 
direito de administrar toda a capitania e explorá-la 
economicamente. 
•	Carta Foral – estabelecia os direitos e os deveres 
dos donatários, relativos à exploração da terra.
Vejamos alguns deles no quadro a seguir:
Alguns	direitos Alguns	deveres
• Criar vilas e distribuir terras (sesmarias) a quem desejasse e 
pudesse cultivá-las. 
• Exercer plena autoridade judicial e administrativa. 
• Por meio da chamada “guerra justa”, escravizar os indígenas 
considerados inimigos, obrigando-os a trabalhar na lavoura. 
• Receber 5% dos lucros sobre o comércio do pau-brasil. 
Assegurar ao rei de Portugal: 
• 10% dos lucros sobre todos os produtos da terra; 
• 25% dos lucros sobre os metais e as pedras preciosas que fos-
sem encontrados; 
• o monopólio da exploração do pau-brasil.
OCEANO
ATLÂNTICO
10º S
40º O
MARANHÃO (2o lote)
MARANHÃO (1o lote)
CEARÁ
RIO GRANDE
ITAMARACÁ
BAHIA
PERNAMBUCO
ILHÉUS
PORTO SEGURO
ESPÍRITO SANTO
SÃO TOMÉ
SANTANA
SANTO AMARO
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SÃO VICENTE
SÃO VICENTE
0 390 km
Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel Maurício 
de et al. Atlas histórico escolar. 8. ed. Rio de 
Janeiro: MEC/Fename, 1986. p. 14.
Capitanias	hereditárias	(1534)
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21CAPÍTULO 2 Estado e religião
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MARCOS
Nota
MARCOS
Nota
MARCOS
Nota
O que era a Carta de doação
O que era a Carta foral
MARCOS
Nota
Dificuldades	com	as	capitanias
Do ponto de vista econômico, o sistema de capita-
nias não alcançou os resultados esperados pelo governo 
português. Entre as poucas capitanias que progrediram 
e obtiveram lucros, principalmente com a produção de 
açúcar, estavam a de Pernambuco e a de São Vicente. 
Como veremos a seguir, as demais capitanias não pros-
peraram em decorrência de várias condições.
As capitanias eram muito extensas, e os donatários 
geralmente não tinham recursos suficientes para explo-
rá-las. Muitos perderam o interesse pelas capitanias, 
acreditando que o retorno financeiro não compensaria o 
trabalho empenhado e o capital investido na produção. 
Alguns nem chegaram a tomar posse de suas terras.
Os colonos também tinham de enfrentar a hostilida-
de dos grupos indígenas que resistiam à dominação por-
tuguesa. Para muitos nativos, a luta era a única forma 
de se defender da invasão de suas terras e da escravidão 
que o conquistador queria impor.
Havia também problemas de comunicação entre as 
capitanias: separadas por grandes distâncias e sob as 
Mulheres	na	administração
Algumas mulheres de origem portuguesa chega-
ram a participar da administração de capitanias he-
reditárias. Brites de Carvalho, por exemplo, assumiu 
o controle de uma sesmaria no norte da Bahia em 
1583, depois da morte de seu marido.
A esposa de Duarte Coelho, donatário da capitania 
de Pernambuco, também se destacou. Brites Mendes 
de Albuquerque assumiu o governo da capitania após 
a morte do marido. De acordo com pesquisadores:
precárias condições dos meios de transporte da época, 
elas ficavam isoladas umas das outras e em relação a 
Portugal. Por exemplo, uma viagem de navio da Bahia 
a Lisboa levava em média dois meses. 
Além disso, nem todas as capitanias tinham solo 
propício ao cultivo de cana-de-açúcar, produção que 
mais interessava aos objetivos da Coroa e dos comer-
ciantes envolvidos no comércio colonial. Restava aos 
donatários a exploração do pau-brasil, atividade que 
gerava pouco lucro para os donatários. 
Apesar dessas dificuldades, historiadores apontam 
que o sistema de capitanias lançou as bases da colo-
nização da América portuguesa, estimulando a for-
mação e o desenvolvimento dos primeiros núcleos de 
povoamento, como São Vicente (1532), Porto Seguro 
(1535), Ilhéus (1536), Olinda (1537) e Santos (1545). 
Contribuiu, também, em relação aos colonizadores 
lusos, para preservar a posse das terras e revelar as 
possibilidades de exploração econômica da colônia.
Durante o governo de Brites, Pernambuco 
era a mais desenvolvida capitania do Brasil. 
Tinha mais de mil colonos e mais de mil es-
cravos. [...] nos anos 1570 havia na capitania 
cerca de 66 engenhos, que produziam 200 mil 
arrobas de açúcar anuais. [...]
BRAZIL, Érico Vital; SCHUMAHER, Schuma (Orgs.). Dicionário mulheres do 
Brasil: de 1500 até a atualidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2000. p. 122. 
Fundação de São Vicente, óleo sobre tela de Benedito Calixto, de 1900. Historiador e artista, Calixto destacou-se na pintura religiosa e 
paisagística. A obra pertence ao acervo do Museu Paulista da USP, em São Paulo.
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22 UNIDADE 1 Trabalho e sociedade
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Governo-geral
A busca da centralização administrativa
Os problemas das capitanias hereditárias levaram 
a Coroa portuguesa a procurar soluções diferentes 
para administrar sua colônia na América. Foi assim 
que, ainda no reinado de D. João III, instituiu o gover-
no-geral, conduzido por um funcionário do governo 
português, denominado governador-geral. Este daria 
ajuda aos donatários e interferiria mais diretamente 
no processo de colonização do Brasil.
Portanto, o governo-geral coexistiu com o siste-
ma das capitanias hereditárias. Essa coexistência per-
durou até 1759, quando as últimas capitanias here-
ditárias foram extintas e o território brasileiro passou 
Já Ana Pimentel participou da administração da 
capitania de São Vicente. Ela era esposa do donatário 
Martim Afonso de Souza. 
Após um breve período em terras brasileiras, Mar-
tim Afonso retornou a Portugal para ocupar o cargo 
de capitão-mor da armada da Índia. Ana Pimentel 
tornou-se, então, a responsável pelo governo da ca-
pitania. Em sua administração, ela organizou o cultivo 
de laranja, de arroz e de trigo, além de introduzir a 
criação de gado naquelas terras.
a ser efetivamente administrado pelos representantes 
da Coroa portuguesa, não mais por particulares.
O governo português escolheu a capitania da 
Bahia como sede do governo-geral, que, então, foi 
retomada pela Coroa. A escolha foi motivada por inte-
resses administrativos, pois essa capitania localizava-se 
em um ponto central da costa, o que facilitava a co-
municação com as demais capitanias. Ali foi erguida a 
primeira capital do Brasil — Salvador —, cujas obras de 
construção tiveram início no dia 1o de maio de 1549, 
em um terreno elevado e de frente para o mar. Essa 
localização facilitava a defesa militar da cidade.
Investigando
1. Qual é a capital do estado onde 
você mora? Que serviços públi-
cos são encontrados na capital 
do seu estado? 
2. Você já ouviu expressões como 
“capital do samba”, “capital do 
acarajé”, “capital da moda”? O 
que a palavra “capital” pode sig-
nificar nessas expressões?
Investigando
•	 No Brasil Colonial algumas mulheres chegaram a assumir cargos importantes no governo das capitanias he-
reditárias. No entanto, essa prática não era tão comum na época. Foi só a partir do século XX que aumentou 
a participação das mulheres no mercado de trabalho e o acesso delas a cargos de prestígio. Em sua opinião, 
quais são os principais desafios enfrentados atualmente pelas mulheres no mercado de trabalho? Pesquise.
Vista da cidade de Salvador do século 
XVI. Litografia do cartógrafo escocês 
John Ogilby. Na imagem, pode-se 
observar a muralha que cercava a 
parte alta da capital colonial.
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23CAPÍTULO 2 Estado e religião
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Regimento	do	governo-geral
Embora tenham existido diferentes regimentos 
para estabelecer o papel dos governadores-gerais, 
quase todos possuíam itens relativos à defesa da terra 
contra ataques estrangeiros, ao incentivo à busca de 
metais preciosos, ao apoio à religião católica e à luta 
contra a resistência indígena. 
Ainda conforme esses regimentos, o governador 
tinha funções: 
•	militares – comando e defesa militar da colônia; 
•	administrativas – relacionamento com os gover-
nadores das capitanias e controle dos assuntos liga-
dos às finanças; 
•	judiciárias – direito de nomear funcionários da Jus-
tiça e alterar penas; 
•	eclesiásticas – indicação de sacerdotes para 
as paróquias.
Para o desempenho de suas funções, o governa-
dor-geral contava com três auxiliares principais: 
•	o ouvidor-mor, encarregado dos negócios da Jus-
tiça; 
•	o provedor-mor, encarregado dos assuntos 
da Fazenda; 
•	o capitão-mor, encarregado da defesa do litoral. 
Os governadores-gerais tiveram, no entanto, pro-
blemas no cumprimento de suas funções. Além da 
dificuldade de comunicação entre as capitanias, o 
governo-geral muitas vezes enfrentava a oposição de 
poderes locais, especificamente dos “homens-bons”. 
Essa expressão era aplicada aos homens de posses, 
proprietários de terra, de gado e de escravos. Nas vilas 
e cidades em que residiam, eram eles que formavam 
as câmaras municipais. 
As câmaras municipais, encarregadas da admi-
nistração local, foram sendo estruturadas paralela-
mente à formação das primeiras vilas. Sua atuação 
abrangia setores como o abastecimento, a tributa-
ção e a execução das leis. Além disso, organizavam 
expedições contra os indígenas, determinavam a 
construção de povoados e estabeleciam os preços 
das mercadorias. 
Os três primeiros governadores-gerais do Bra-
sil foram Tomé de Sousa, Duarte da Costa e Mem 
de Sá.
Primeiro	governo-geral
Tomé de Sousa foi o primeiro governador-geral 
do Brasil. Em seu governo (1549-1553) ocorreram a 
fundação de Salvador (1549), primeira cidade e ca-
pital do Brasil; a criação do primeiro bispado brasi-
leiro (1551); a implantação da pecuária; o incentivo 
ao cultivo da cana-de-açúcar; e a organização de 
expedições para explorar o território à procura de 
metais preciosos.
Aculturação	dos	indígenas
Com Tomé de Sousa vieram seis jesuítas, chefiados 
pelo padre português Manuel da Nóbrega, com a mis-
são de catequizar os indígenas. 
Os jesuítas faziam parte de um mundo regula-
do pelas normas e pelos costumes das sociedades 
católicas europeias e não aceitavam ou compre-
endiam diversos aspectos das culturas indígenas 
como a nudez, a poligamia, a antropofagia e as 
crenças próprias. 
Iniciou-se, assim, um processo de modificação da 
cultura dos indígenas (aculturação). Para transmitir-
-lhes os valores europeus e do cristianismo, os jesuí-
tas reuniram as populações indígenas em aldeias ou 
aldeamentos.
Investigando
1. Compare o papel das câmaras municipais na época do Brasil Colônia com o das câmaras municipais na 
atualidade. Qual é a função típica das câmaras municipais atuais? Pesquise. 
2. Em sua interpretação, em que medida o poder econômico e o poder político estão associados no Brasil 
atual? Reflita e dê exemplos.
3. O que você sabe sobre a história de sua cidade? Pesquise elementos como a data de fundação, a po-
pulação atual, características da arquitetura local, opções públicas de lazer e cultura, características da 
economia etc.
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Segundo	governo-geral
Duarte da Costa foi o segundo governador-geral 
do Brasil. Em seu governo (1553-1558), vieram mais 
jesuítas para a colônia, entre os quais se destacou 
José de Anchieta.
Em janeiro de 1554, Anchieta e Manuel da Nó-
brega fundaram o Colégio de São Paulo, junto ao 
qual surgiu a vila que deu origem à cidade de São 
Paulo, no planalto de Piratininga. 
Foi também no governo de Duarte da Costa que 
os franceses, contando com o apoio de grupos indí-
genas (como os tupinam-
bás), invadiram a baía de 
Guanabara, no atual Rio 
de Janeiro, e fundaram 
um povoamento que re-
cebeu o nome de França 
Antártica (1555-1567).
Alternâncias	na	administração
Centralizações e descentralizações do governo
Historiadores consideram que a administração 
colonial da América portuguesa apresentava duas 
tendências que se revezaram: a centralização (uni-
ficação) e a descentralização (divisão) do governo. 
A centralização era praticada quando a metrópo-
le queria controlar e fiscalizar melhor a colônia. Já a 
descentralização era preferida quando a metrópole 
pretendia ocupar regiões despovoadas, impulsionar o 
desenvolvimento local e adaptar o governo às neces-
sidades dos colonos. 
Com os governos-gerais, a administração do 
Brasil Colônia

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