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Quim. Nova, Vol. 42, No. 3, 283-288, 2019 http://dx.doi.org/10.21577/0100-4042.20170344 CCOOMMPPAARRAATTIIVVEESSTTUUDDYIO DOFTTiiOO 22 UMAA NDDZZnnãoOAAPPPPLLIICCAATTIIOEMN IINNHHYYBBRRIIDDSTÃOOLLAARRCCEELLLLSSUNOSSIINNGGCCOOPPOOLLYYMMIMERR PP33OOTT // PP33MMTT euLeettíícciiaa FFeerrnnaannddaa GContinuenççaallvveess LLaarrssssoonn aa ,, GGiiddeeãã TTaaqquueess TTrraaccttzz aa ,, GGuuiillhheerrmmee AArriieelloo RRooddrriigguueess MMaaiiaa aa ,, GGuuiillhheerrmmee JJoosséé TTuurrccaatteell UMAAllvveess bb ,, PPaauulloo RRooggéérriioo PPiinnttoo RRooddrriigguueess aa ,, ** ,, ,, MMaaiiccoo TTaarraass ddaa CCuunnhhaa aa aanndd EEvveerrssoonnddoo PPrraaddoo BBaanncczzeek uma Departamento de Química, Universidade Estadual do Centro Oeste, 85040-080 Guarapuava - PR, Brasil b Instituto Federal de Roraima, 69303-340 Boa Vista - RR, Brasil k aa Recebido em 21/09/2018; aceito em 12/11/2018; publicado na web em 23/01/2019 As células solares híbridas inorgânicas-orgânicas são uma fonte de energia alternativa atraente devido ao seu baixo custo de produção e capacidade de fazer uso de uma grande quantidade de radiação solar disponível. Este trabalho tem como objetivo avaliar diferentes células solares compostas por TiO. 2 e ZnO com copolímero P3OT / P3MT. Camadas de óxidos semicondutores foram depositadas em óxido de estanho transparente dopado com flúor (FTO) por revestimento por rotação e adsorção na solução de polímero. Difração de raios-X (XRD), microscopia eletrônica de varredura (SEM), foram usados para caracterizar os semicondutores fabricados e curvas de densidade de corrente vs. potencial (jV), fotocronoamperometria (jt) e espectroscopia de impedância eletroquímica (EIS) foram usadas para determinar seus características elétricas. As análises de XRD confirmaram a natureza cristalina dos materiais óxidos. Micrografias SEM mostraram a morfologia esférica de ZnO e as mal definidas morfologia de aglomerado de TiO 2 As medidas eletroquímicas comprovaram que a melhor célula foi produzida com copolímero P3OT / P3MT e TiO 2, devido à sua menor resistência de transferência de carga, com os seguintes parâmetros fotovoltaicos: V oc = 0,615 V ± 0,004, j sc = 1,545 mA cm- 2 ± 0,240, FF = 0,637 ± 0,003, e η = 0,617% ± 0,117. Palavras-chave: semicondutor; energia renovável; fotocronoamperometria. INTRODUÇÃO presença de um anel tiofeno contendo um radical metil ou octilo ligado ao carbono na posição 3 do anel 9, como mostrado na Figura 1. 6 As células solares híbridas são compostas por três materiais principais: um material orgânico capaz de absorver a energia solar, um semicondutor metálico para permitir o transporte de elétrons e um eletrólito redox para intermediação de carga. As células solares híbridas foram desenvolvidas inicialmente em 1985 e são baseadas na formação de pares elétron-buraco, conectados entre si, gerando um campo elétrico derivado da separação de cargas na interface do sistema. 1 Quando a luz incidente atinge o dispositivo, elétrons do material fotossensível são ejetados pelo efeito fotovoltaico para o estado orbital molecular desocupado inferior (LUMO) e, conseqüentemente, para a banda de condução do semicondutor. 2 Esses elétrons migram para o circuito externo devido à diferença de potencial na interface do dispositivo até atingirem o contra-eletrodo (Pt); o polímero é regenerado por meio de um processo de difusão, completando assim o ciclo de injeção de carga e fazendo com que a corrente flua. 3 Óxidos semicondutores, como TiO 2, ZnO, Nb 2 O 5, e CeO 2 são usados nestes dispositivos porque possuem boa fotoquímica propriedades, estabilidade termodinâmica, grande cristalinidade, formam filmes transparentes de luz invisível e apresentam band gap na ordem de 3 a 3,4 eV. 4,5 Eles são freqüentemente usados em combinação com materiais fotossensibilizantes porque é necessário tirar vantagem de algumas interações eficazes entre os dois materiais. 5 Os poli (3-alquiltiofenos) (P3ATs) são polímeros orgânicos com estruturas conjugadas, que os tornam condutores e luminescentes. São considerados materiais alternativos de sensibilização promissores para células solares e em eletrônica orgânica, pois são altamente flexíveis, fáceis de produzir, têm baixo custo de processamento, alta mobilidade e são eficientes geradores de carga (0,1 cm 2 V- 1 s- 1) .1 Os P3ATs podem ser obtidos a partir dos monômeros de 3-octiltiofeno (3OT) e 3-metiltiofeno (3-MT) e são caracterizados por Figura 1. Estrutura química de poli (3-metiltiofeno) (P3MT) e poli (3-octiltiofeno) (P3OT), respectivamente Porque P3ATs têm alternância única ( σ) e duplo ( π) títulos, a sobreposição de p z orbitais causa uma deslocalização de π ligações ao longo dos orbitais de ligação e anti-ligação degenerados formadores de cadeia. Consequentemente, níveis de energia quase contínuos são formados, e as bandas formadas por degenerescência são chamadas de banda de valência (VB) e banda de condução (CB). A diferença energética entre as bandas de valência e condução (bandgap) determina se o polímero é condutor, semicondutor ou isolante. 1,7 O uso de copolímeros de tiofeno (uma combinação de dois ou mais polímeros) já foi demonstrado e estudado por Freitas et al., 8 que observaram suas vantagens em relação às obtidas pelo uso dos polímeros individuais separadamente, mas nenhum estudo comparativo do uso de diferentes óxidos foi publicado até o momento. Este trabalho tem como objetivo produzir e caracterizar eletroquimicamente células solares híbridas produzidas com ZnO e TiO 2 óxidos usando poli (3octiltiofeno) e poli (3-metiltiofeno) (P3OT / P3MT) como um copolímero sensibilizado. * e-mail: prprodrigues@gmail.com A rt ig o http://orcid.org/0000-0001-8383-7225 284 Larsson et al. Quim. Nova SECÇÃO EXPERIMENTAL Síntese de partículas de ZnO Partículas de ZnO foram sintetizadas por um método de coprecipitação (Figura 2). 9 Figura 3. Diagrama esquemático da estrutura da célula solar Caracterização de ZnO e TiO 2 estruturas Os padrões de difração de raios-X de pó (XRD) foram registrados como Instrumento Bruker DRX D2 Phaser usando CuK α fonte de radiação com comprimento de onda de 1,5 nm operada a 30 kV e 10 mA, uma varredura velocidade de 0,5 ° s- 1, usando um detector LynxEye. O ângulo de difração variou de 20 ° a 75 °. Imagens de microscopia eletrônica de varredura (SEM) foram coletadas com um TESCAN ® VEGA3 SEM com detector SE e filamento de tungstênio a 20 kV e distância de trabalho de 10 mm. Caracterização eletroquímica de células solares A caracterização dos sistemas de células solares foi realizada em um potenciostato Zahner, modelo ZenniumElectrochemicalWorkstation, vinculado a XPot e um simulador solar LOT Oriel — Quantum Design GmbH, com lâmpada de xenônio e feixe de diâmetro de 25 mm. As medições foram realizadas sob iluminação de 100 mW cm- 2 dentro de uma área celular de 0,2 cm 2, com um espectro solar padrão no AM 1.5G. As medições de espectroscopia de impedância eletroquímica (EIS) foram realizadas em uma faixa de frequência de 10 kHz – 0,01 Hz. O potencial de perturbação aplicado foi de ± 10 mV em relação a V oc. Medidas de fotocronoamperometria foram realizadas por 660 s, com a lâmpada sendo interrompida em intervalos de 60 s. Curvas de corrente versus potencial (jV) foram medidas para obter os parâmetros fotovoltaicos das células e calcular a eficiência de conversão de energia dos sistemas. Figura 2. Fluxograma para a síntese de ZnO pelo método de coprecipitação Fabricação de células solares Contra eletrodo Platina eletrodepositada em FTO foi usada como contra-eletrodo. Três eletrodos foram usados na célula eletroquímica: eletrodo de referência anAg / AgCl, eletrodo contra placa de platina e eletrodo de trabalho FTO. A solução eletrolítica era preparado com K 2 PtCl 6 1x10- 4 mol L- 1 em 0,1 mol L- 1 de HCl. A deposição voltamétrica cíclica foi realizada em quatro ciclos com umafaixa potencial de E variando de -0,5 V a 0,5 V a uma velocidade de varredura de 20 mV s- 1 RESULTADO E DISCUSSÃO As Figuras 4 e 5 mostram os difratogramas de raios-X de TiO 2 e partículas de ZnO, respectivamente. O TiO 2 usado apresentou picos característicos de partículas de anatase cristalina de fase única. O pico principal e mais intenso foi observado em 2 θ ângulo de 25,30 ° pode ser indexado ao plano (101), enquanto os outros picos de difração observados em 37,82 °, 48,04 °, 53,91 °, 55,08 °, 62,62 °, 68,70 ° e 7,41 °, são os (112), (200), (105), (211), (204), (116) e (220) planos do TiO 2 célula unitária anatase. 11 Os picos observados foram estreitos e bem definidos, indicando o estrutura organizada de um pó cristalino e homogêneo. Não foram observados picos secundários, o que afirmou a alta pureza de TiO 12 2 A catalogação dos picos foi realizada por comparação com o registro cristalográfico PDF 71-1166 usando EVA ® Programas referindo-se ao TiO 2 fase anatase. XRD foi usado para identificar as fases cristalinas e o XRD os resultados confirmaram que as partículas de ZnO consistiam em uma fase cristalina wurtzita, 13 com picos de difração intensos em 2 θ valores de 31,78 °, 34,78 ° e 36,30 °, que correspondem, respectivamente, aos planos (100), (002) e (101), e picos em 2 θ valores de 47,83 °, Photoanode O eletrodo de trabalho foi constituído a partir do material sintetizado ZnO ou TiO 2 ( Sigma-Aldrich, tamanho de partícula de 25 nm) depositado sobre substratos de óxido de estanho dopado com flúor (FTO). Para depositar óxidos em FTO, uma suspensão foi produzida consistindo em: 3 g de ZnO ou TiO 2, 0,1 mL de Triton X-100 (VETEC), 0,1 mL de acetilacetona 99,5% (VECTEC) e 4 mL de H bidestilado 2 O. 10 A deposição dos filmes foi realizada por spin coating a 2500 rpm por 20 s com 3 camadas consecutivas. Após os depoimentos, os filmes foram aquecidos em 450 ° C por 30 min. 11 O ZnO e TiO 2 filmes revestidos após calcinação foram imersos em uma solução P3OT / P3MT por 24 horas para adsorção. 7 Célula solar A célula solar foi montada em forma de “sanduíche”, com fotoanodo e contra eletrodo unidos e solução eletrolítica entre as placas. O eletrólito usado consistiu em 0,1 mol L- 1 LiI, 0,05 mol L- 1 Eu 2, e 0,5 mol L- 1 4-terc-butil piridina em acetonitrila. A área da célula ativa foi medida em 0,2 cm 2, conforme mostrado na Figura 3. Vol. 42, No. 3 Estudo comparativo da aplicação de TiO2 e ZnO em células solares híbridas usando copolímero P3OT / P3MT 285 O difractograma (Figura 5) mostra apenas picos primários; não houve picos que não pertencessem ao ZnO, indicando que os cristais eram de alta cristalinidade e isentos de impurezas. Os picos obtidos são estreitos, bem definidos e intensos, indicando um alto grau de organização estrutural e, conseqüentemente, um pó cristalino e homogêneo. 15 A catalogação dos picos foi realizada por comparação com o registro cristalográfico PDF 01-075-0576 utilizando o software EVA, referente ao ZnO puro. A Figura 6 mostra imagens SEM das amostras de óxido sendo analisadas. Na Figura 6, as imagens do MEV demonstram a morfologia esférica do ZnO sintetizado e as partículas apresentaram tamanhos médios de 600 ± 100 nm. A morfologia das partículas de ZnO é muito sensível a fatores como tempo de reação, concentração e temperatura de síntese. 16 Esta morfologia esférica é característica do método de coprecipitação e concentração do precursor usado. Ventilador et al., 17 relatou a formação de nanosfera a partir deste método de produção usando outros precursores, especificamente hexametilenotetramina, (CH 2) 6 N 4, nitrato de zinco (Zn (NO 3) 2), e Na 3 C 6 H 5 O 7, como surfactante. 18 O TiO 2 as partículas não exibiram uma morfologia bem definida, em vez de assumir a forma de aglomerados. Segundo Costa et al., 19 Pratsinis, 20 e Hong et al., 21 partículas menores que 1 μm tendem a se aglomerar por causa da alta energia de superfície associada à extensa área de superfície dessas pequenas partículas. Muniz et al. 22 provado aquele TiO 2 anatase apresentou maior densidade de agrupamento e maior área de superfície por unidade de volume em relação à fase rutilo e ao fase brookita, aumentando seu uso como aceptor de elétrons. 23,4 Para avaliar a resposta da célula à luz incidente, foram realizadas medições de EIS para os dispositivos na presença de luz, e os resultados são apresentados no diagrama de Nyquist (Figura 7). O diagrama de Nyquist mostra que para a célula solar ZnO + P3OT / P3MT há apenas um arco capacitivo com valores de impedância mais altos do que aqueles observados para o TiO 2+ Célula P3OT / P3MT. A resposta de impedância indica que a célula ZnO apresenta maior resistência ao processos de geração de fotocorrentes. Três arcos capacitivos foram vistos para o TiO 2+ Célula P3OT / P3MT. O primeiro arco, em alta frequência, corresponde à transferência de carga processo no contra-eletrodo de platina. Na região de frequência intermediária, existe um segundo arco capacitivo relacionado ao processo de recombinação de carga e transporte de elétrons na banda de condução do eletrodo de trabalho. Figura 4. Difractograma de raios-X de anatase TiO 2 partículas Figura 5. Difractograma de raios-X de ZnOpartículas sintetizadas por co-precipitação 56,52 °, 63,12 °, 66,78 °, 67,89 ° e 69,37 °, que podem ser indexados aos planos (102), (110), (103), (200), (112) e (201), respectivamente, indicando as células unitárias em um sistema compacto hexagonal que são características do ZnO. 14 Figura 6. Imagens SEM de (a) ZnO e (b) TiO 2 286 Larsson et al. Quim. Nova região, corresponde à recombinação de carga e processos que envolvem o transporte de elétrons na banda de condução do eletrodo de trabalho com um ângulo de fase de 26 °. A terceira constante pode ser observada em frequências entre 0,1 e 0,01 Hz e é atribuído ao processo de difusão de Nernstian no I- / I - 3 eletrólito, com um ângulo de fase de 7 °. Para a célula ZnO + P3OT / P3MT, três constantes de tempo foram observadas, mas os processos não puderam ser claramente separados. Uma região de ângulo de fase constante que pode ser observada entre frequências de 1000 e 100 Hz está associada a uma sobreposição dos processos de transferência de carga no contra-eletrodo de platina e recombinação de carga e transporte de elétrons na banda de condução do eletrodo de trabalho. A transferência de carga no contraeletrodo foi observada a 300 Hz para a célula ZnO + P3OT / P3MT com um ângulo de fase de 49,2 °. Para esta célula, a recombinação de carga e o transporte de elétrons na banda de condução do eletrodo de trabalho foram observados a 85 Hz com um ângulo de fase de 48,6 °. A constante de tempo para a difusão de Nernstian em o I / I - 3 eletrólito estava entre 0,1 Hz e 0,01 Hz com uma fase ângulo de 3 °. No TiO 2 célula, o deslocamento para frequências mais altas com ângulos de fase mais baixos da constante de tempo para transferência de carga no contador eletrodo indica uma resposta mais rápida na geração de fotocorrente com maior eficiência. Esta resposta, em frequências mais baixas e ângulos de fase mais baixos para recombinação e transporte de elétrons, indica que no TiO 2 célula, o tempo de vida do elétron é mais longo e os processos de recombinação são menos favorecidos em comparação com a célula solar de ZnO. O mais baixo Os valores do ângulo de fase determinados para o processo de difusão na célula ZnO indicam a recombinação dos elétrons injetados, regenerando o copolímero e minimizando a difusão do eletrólito. Na Figura 9, são analisadas as medidas de fotocronoamperometria dos sistemas. Figura 7. Diagrama EIS tipo Nyquist obtido para células solares de ZnO e TiO 2 com copolímero P3OT / P3MT sob iluminação de 100 mW cm- 2 O terceiro arco pode ser observado em baixas frequências e está relacionado com o processo de difusão de Nernstian no eletrólito,I- / I - 3 - Este processo de transferência de elétrons com I - 3 íons ocorrem no semicondutor / eletrólito interface. 22 Observam-se variações no diâmetro dos semicírculos correspondendo a mudanças na resistência de transferência de carga do filme com óxidos diferentes. O TiO 2+ A célula P3OT / P3MT apresentou o menor semicírculo, indicando a menor resistência à carga transferência, mostrando TiO 2+ P3OT / P3MT é mais fotossensível do que ZnO + P3OT / P3MT. O TiO 2+ A célula P3OT / P3MT apresentou arco capacitivo correspondente ao contra-eletrodo de platina, indicando melhor injeção de elétrons na superfície do semicondutor e consequentemente uma maior eficiência na coleta de fótons. As células ZnO são conhecidas por apresentarem um arco capacitivo apenas quando células ineficientes são produzidas, geralmente usando corantes derivados de biomassa, que são dispositivos pobres para conversão de energia. 24-26 Figura 9. Medidas de fotocronoamperometria para amostras abaixo de 100 mW cm- 2 de iluminação. A lâmpada foi interrompida em um intervalo de tempo de 60 s Pode-se observar na Figura 9 que o TiO 2+ P3OT / P3MT a célula apresentou uma fotocorrente de aproximadamente J sc = 1,4 mA cm- 2, enquanto a célula ZnO + P3OT / P3MT mostrou J sc = 0,8 mA cm- 2 O uso do copolímero causou aumento da fotocorrente em 14 vezes ao TiO 2+ Célula P3OT / P3MT em relação ao TiO 2 Para a célula ZnO + P3OT / P3MT o aumento foi 2 vezes maior que o ZnO, comprovando a alta capacidade de injeção de elétrons da superfície do semicondutor. Esses resultados também indicam que as interações entre TiO 2 e os copolímeros são mais pronunciados quando comparados ao filme ZnO. Figura 8. Diagrama EIS do ângulo de fase Bode obtido sob 100 mW cm- 2 iluminação de ZnO e TiO 2 células solares com copolímero P3OT / P3MT Os diagramas de ângulo de fase de Bode (Figura 8) apresentam três tempos constantes para o TiO 2+ Célula solar P3OT / P3MT. A primeira constante, observada em uma frequência de 1000 Hz, está associada com a carga processo de transferência no contra-eletrodo de platina com um ângulo de fase de 20 °. A segunda constante de tempo, observada na frequência de 1 Hz Vol. 42, No. 3 Estudo comparativo da aplicação de TiO2 e ZnO em células solares híbridas usando copolímero P3OT / P3MT 287 Tabela 1. Parâmetros obtidos a partir das curvas jV de TiO 2 e células ZnO sensibilizadas com copolímero P3OT / P3MT Semicondutor J sc ( mA cm- 2) V oc ( V) FF TiO 2 1,545 ± 0,240 0,615 ± 0,004 0,637 ± 0,003 ZnO 0,719 ± 0,109 0,623 ± 0,024 0,496 ± 0,033 η (%) 0,617 ± 0,117 0,215 ± 0,035 Conforme relatado por Gratzel, 27 o tamanho da partícula é um fator limitante na produção de injeção de carga na geração de sistemas fotovoltaicos. Ao atingir dimensões nanométricas, os materiais adquirem novas propriedades mecânicas, elétricas, químicas e ópticas, pois ocorre um confinamento de elétrons em seu interior, tornando suas propriedades mais acentuadas. Entre eles, o aumento da área superficial das partículas e uma maior porosidade , permite maiores quantidades de polímero adsorvido, gerando células solares de alta eficiência. Verificou-se também que todos os sistemas apresentaram alta relação liga / desliga e comutação rápida, pois quando a luz incidia sobre a célula, o aumento da corrente era instantâneo e quando a lâmpada era interrompida a corrente para ambos os sistemas era próxima de zero. Isso prova que as reações que governam o dispositivo são extremamente rápidas. Em relação à estabilidade dos dispositivos, verificou-se que ambos permaneceram estáveis durante o período de análise. Apenas pequenos decaimentos de corrente foram observados, os quais estão relacionados aos processos de difusão na interface do dispositivo. Segundo Valério et al. 28 e Essner, 29 a taxa de redução dos íons triiodeto no cátodo não segue a taxa de oxidação dos íons iodeto no ânodo, então algumas moléculas de polímero permanecem no estado oxidado até que uma molécula de triiodeto possa atingir o óxido para reduzi-lo. No momento em que a espécie reduzida do eletrólito chega à superfície do ânodo é imediatamente oxidada sem conseguir penetrar no óxido poroso, de forma que as moléculas de polímero que estão nas camadas mais profundas do óxido permanecem oxidadas e a queda de corrente pode ser observado, no entanto, após alguns segundos, J sc estabilizado. A Figura 10 mostra gráficos de jV das células que foram analisadas. A corrente está associada ao mecanismo de injeção de elétrons e ao transporte do portador de carga. Ela atinge seu máximo quando a tensão elétrica é zero e quando um potencial é aplicado, a corrente diminui, conforme ocorre o aumento da resistência. 14 Foi observado que as células apresentaram um alto V oc de 0,615 ± 0,004 V e 0,623 ± 0,024 V para TiO 2 e ZnO, respectivamente, semelhantes aos valores encontrados para células que usam corantes fotoeletroquímicos de alto desempenho. Guimarães et al. 22 valores alcançados de V oc = 0,600 V e V oc = 0,610 V para TiO 2 dispositivos que usam corantes à base de rutênio. Os excelentes resultados do fator de preenchimento para o TiO 2 celular também deve ser notado. O FTO / TiO 2 / O sistema P3OT-P3MT apresentou valores de FF = 0,617 ± 0,117, aproximando-se dos melhores valores encontrados ao utilizar corantes à base de rutênio como fotossensibilizadores (FF ~ 0,7). 31 A célula com a maior eficiência de conversão de energia foi produzido com a interface anódica FTO / TiO 2 / P3OT-P3MT, rendendo aproximadamente 0,617% ± 0,117. Observa-se que a eficiência os valores obtidos estão intimamente relacionados com a densidade de fotocorrente gerada pelo sistema, uma vez que a célula ZnO apresentou uma fotocorrente. (J sc = 0,719 ± 0,109 mA cm- 2) cerca de 47% menor que o TiO 2 célula (J sc = 1,545 ± 0,240 mA cm- 2). A eficiência também pode ser associada à morfologia do óxido utilizado. Desde TiO 2 apresentou um tamanho de partícula menor, tem uma maior área de superfície disponível para a adsorção do polímero. Com o aumento da adsorção, o fluxo de elétrons durante o funcionamento da célula solar é conseqüentemente aumentado. O copolímero foi capaz de formar pares elétron-buraco, pois foram obtidos melhores valores de fotocorrente, comprovando que é eficiente na injeção de carga. 32-34 CONCLUSÃO Os difratogramas de raios-X mostraram alta pureza e cristalinidade de ambos os óxidos, TiO 2 e ZnO, que exibiu as fases hexagonais anatase e wurtzita, respectivamente. As imagens SEM demonstraram o morfologia esférica de ZnO, enquanto TiO 2 formaram aglomerados por causa de sua alta área de superfície e pequeno tamanho de partícula. A caracterização eletroquímica das células indicou TiO 2 como o melhor óxido para uso em células solares sensibilizadas por copolímeros, uma vez que esta célula apresentou menor resistência à transferência de carga, conforme determinado por espectroscopia de impedância eletroquímica (EIS), e maior valor de densidade atual j TiO2 = 1,545 mA cm- 2, alcançando uma eficiência de 0,617%. O copolímero provou ser um doador de carga satisfatório, como experimentos de fotocronoamperometria mostraram um aumento de 14 vezes na corrente para o TiO 2 célula e 2 vezes para ZnO quando comparado aos óxidos não sensibilizados. Figura 10. Curvas típicas de jV obtidas a partir das células analisadas sob 100 mW cm- 2 de irradiação solar simulada RECONHECIMENTO Usando os resultados mostrados na Figura 10, foi possível determinar os parâmetros fotovoltaicos dos dispositivos listados na Tabela 1 e calcular a eficiência de conversão de energia ( η) usando a Equação 1, sendo isso, V oc = potencial de circuito aberto, J sc = corrente de curto-circuito, FF = fator de preenchimento e P em = irradiação solar, de 100 mWcm- 2,30 Este estudo foi parcialmente financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - CódigoFinanceiro 001. Agradecimento ao CNPq, SETI / UGF, FINEP. REFERÊNCIAS (1) 1. Freitas, JN; Pivrikas, A .; Nowacki, B .; Akcelrud, LC; Sariciftci, N. S .; Nogueira, AF; Synth. Conheceu. 2010, 160, 1654. 288 Larsson et al. Quim. Nova 2. Alwani, MAM; Mohamad, AB; Ludin, NA; Kadum, AAH; Sopian, K .; Renewable Sustainable Energy Rev. 2016, 65, 183. 3. 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