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Políticas Sociais e Legislações Voltadas à Pessoa Idosa no Brasil

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POLÍTICAS SOCIAIS 
E LEGISLAÇÕES 
VOLTADAS À PESSOA 
IDOSA NO BRASIL
Autoria: Fernanda Ludmilla Leles Manso
Indaial - 2021
UNIASSELVI-PÓS
1ª Edição
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Cristiane Lisandra Danna
Norberto Siegel
Camila Roczanski
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcio Kisner
Jairo Martins
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2021
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
M289p
Manso, Fernanda Ludmilla Leles
 
Políticas sociais e legislações voltadas à pessoa idosa no Brasil. / 
Fernanda Ludmilla Leles Manso. – Indaial: UNIASSELVI, 2021.
 
106 p.; il.
 
ISBN 978-65-5646-211-0
ISBN Digital 978-65-5646-212-7 
 
1. Sociedade contemporânea. - Brasil. 2. Idoso no Brasil. – Brasil. II. 
Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 362.6
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................5
CAPÍTULO 1
A Sociedade Contemporânea e o Idoso no Brasil
e no Mundo ..................................................................................... 7
CAPÍTULO 2
As Dimensões Sociopolíticas do Envelhecimento .................. 41
CAPÍTULO 3
Questão Social e o Envelhecimento Populacional ................ 75
APRESENTAÇÃO
Olá, aluno, daremos início a nossa disciplina: Políticas Sociais e Legislações 
Voltadas à Pessoa Idosa no Brasil!
Durante seus estudos você encontrará diversas informações e atividades 
que abordarão fatos nacionais e internacionais relacionados aos idosos no Brasil 
e no mundo.
O primeiro capítulo deste livro abordará a sociedade contemporânea e 
o idoso no Brasil e no mundo. Será realizada uma abordagem histórica e legal 
sobre os idosos. Além disso, estudaremos alguns assuntos relacionados ao 
envelhecimento fisiológico e patológico.
Também serão apresentados dados estatísticos sobre o envelhecimento no 
Brasil e as medidas a serem tomadas para estimular o envelhecimento ativo e 
saudável. Essa e outras questões serão debatidas no decorrer do curso. 
Nesse sentido, logo em seguida, no Capítulo 2 da nossa disciplina, 
abordaremos as dimensões sociopolíticas do envelhecimento. Serão expostos 
o plano de ação internacional para o envelhecimento e as políticas sociais 
brasileiras no campo do envelhecimento. Em contrapartida serão apresentadas 
algumas legislações: a Lei nº 8.842, conhecida como a política nacional do idoso. 
Ela é de grande importância porque assegura os direitos sociais dos idosos, 
promovendo sua autonomia e maior participação na sociedade. A Lei nº 10.741, 
que trata sobre o Estatuto do Idoso e garante os direitos humanos fundamentais 
aos idosos; e a Lei nº 1.395, regulamentada pela Portaria nº 2.528, que define 
como diretrizes a promoção do envelhecimento ativo e saudável, conforme 
recomendado pela Organização das Nações Unidas. Esses assuntos serão 
aprofundados no Capítulo 3.
Finalizaremos a disciplina abordando a retrospectiva das legislações 
relacionadas à pessoa idosa, desde a Constituição Federal de 1988 até a PNSPI 
(Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa), que tem por objetivo principal a 
recuperação, a manutenção e a promoção da independência e autonomia do 
idoso, criando medidas coletivas e individuais voltadas à saúde em conjunto com 
os princípios e diretrizes estabelecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 
Apresentaremos o Estatuto do Idoso e seus principais pontos na garantia dos 
direitos dos idosos no Brasil.
Por último, veremos alguns tópicos sobre os direitos sociais e a cidadania 
da pessoa idosa; o envelhecimento precisa ser visto de forma global, abrangendo 
os aspectos socioeconômicos, políticos e culturais, uma vez que possui 
características que alteram as mudanças físicas e fisiológicas individuais. Assim, 
construir políticas e meios para a inclusão social desta população implica garantir 
a qualidade de vida, saúde e cidadania. 
Vamos iniciar nossa leitura?
Aguardamos sua participação nas atividades que estarão disponíveis no 
decorrer do curso!
Bons estudos!
CAPÍTULO 1
A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E o
IDOSO NO BRASIL E NO MUNDO
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 Estudar temas globais vinculados ao envelhecimento.
 Obter uma visão global sobre os diferentes aspectos 
relacionados ao envelhecimento patológico e fi siológico.
 Desenvolver estudos e refl exões sobre a questão do envelhecimento 
e da velhice nas suas multidimensionalidades.
8
 Políticas Sociais e LeGislaÇões Voltadas À Pessoa Idosa no Brasil
9
A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E O IDOSO NO BRASIL E NO MUNDO Capítulo 1 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Nossa disciplina será dividida em três capítulos, sendo o primeiro “A 
sociedade contemporânea e o idoso no Brasil e no mundo”, subdividido em duas 
seções: “O processo de organização social do idoso: antecedentes históricos, 
confi guração atual e perspectivas” e “O processo de envelhecimento entre o 
fi siológico e o patológico: senescência x senilidade”. 
No decorrer do capítulo, estudaremos o conceito de envelhecimento e 
os fatores que infl uenciam no envelhecimento ativo e saudável. Atualmente, 
o número de idosos no Brasil vem crescendo em grande escala e, com isso, é 
necessária uma maior atenção para este grupo, principalmente no setor da saúde.
O envelhecimento é um processo natural e, portanto, um dia, a maioria de 
nós, fará parte do grupo da “terceira idade”. Já parou para refl etir como será 
nosso sistema de saúde nos próximos anos? Será que as políticas de atenção 
aos idosos são o sufi ciente para abranger todos os direitos dessa população?
Para responder a esses questionamentos é necessário relembrar as 
políticas e as conquistas adquiridas pelos idosos no decorrer dos anos. Esses 
assuntos estudaremos no decorrer do livro, para que você possa compreender a 
importância do idoso na sociedade. 
Veremos neste capítulo alguns pontos fundamentais relacionados ao 
envelhecimento fi siológico e patológico. Senescência X senilidade: é de 
conhecimento dos profi ssionais da saúde que a prevenção e a promoção da 
saúde é a melhor forma para se evitar doenças. Muitos idosos no Brasil possuem 
algum tipo de doença crônica, como hipertensão e diabetes. A maioria dessas 
doenças acontece por conta do estilo de vida de cada um e da exposição aos 
fatores de risco. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta sobre essas 
doenças e como elas são responsáveis por diversas mortes em todo o mundo.
Nesse sentido, em todo o mundo, a população de idosos vem aumentando 
signifi cativamente, gerando ao decorrer dos anos vários estudos, debates e 
discussões para a criação e o aprimoramento de políticas públicas voltadas a 
essa parcela da população. 
10
 Políticas Sociais e LeGislaÇões Voltadas À Pessoa Idosa no Brasil
2 O PROCESSO DE ORGANIZAÇÃO 
SOCIAL DO IDOSO: ANTECEDENTES 
HISTÓRICOS, CONFIGURAÇÃO 
ATUAL E PERSPECTIVAS
O processo de envelhecimento não deve ser considerado apenas pela ótica 
cronológica (idade), mas também é necessário que seja visto através de outros aspectos 
relacionados ao caráter social da velhice. Alcançar a terceira idade constitui uma das 
maiores conquistas da atualidade. Poder chegar a uma idade avançada é comum nos 
dias atuais e, em contrapartida, várias sociedades atribuem valores relacionados à 
capacidade e à valorização do trabalho para a independência e a autonomia funcional.
Em uma sociedade que visa o poder e o lucro,o idoso por diversas 
vezes é considerado como um atraso no desenvolvimento, não se levando em 
consideração toda a contribuição que forneceu para a sociedade, principalmente 
na produção de bens, serviços e conhecimento.
Devido a essas difi culdades enfrentadas na sociedade, vários idosos 
não aceitam a própria idade para fazerem parte de grupos mais jovens. Esse 
comportamento, em resumo, leva ao não enfrentamento da velhice. Ser jovem e 
ativo é o desejo de todos que estão envelhecendo, porém é necessário possuir 
consciência da idade, aceitando-a e vivendo-a inteiramente.
A exclusão social esteve presente na realidade de muitos idosos durante a 
sua trajetória de vida, porém essa exclusão se acentua ainda mais na velhice. 
Tais condições refl etem de forma negativa ao se crer que na única fase que os 
idosos acreditavam alcançar respeito e reconhecimento, tornam-se vítimas de um 
sistema arbitrário e excludente. 
Dessa forma, para que as causas negativas da velhice sejam atenuadas, 
torna-se essencial o reconhecimento da representação dos idosos perante 
a sociedade e seu papel social. Esse papel foi defi nido por costumes e ações 
originários na cultura e também no contexto histórico em que está inserido. 
Nesse contexto, a função social exigida aos idosos foi imposta e construída 
de forma cultural. A construção social das gerações se concretiza através do 
estabelecimento de valores morais e expectativas de conduta para cada uma 
delas, em diferentes etapas da história (SCORTEGAGNA; OLIVEIRA, 2012).
Segundo Moragas (1991), o idoso no decorrer de sua vida sofreu o processo 
de socialização, o integrando na sociedade e aos costumes da ética, moral e 
da cultura. O processo de socialização ocorre constantemente, pois os sujeitos 
11
A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E O IDOSO NO BRASIL E NO MUNDO Capítulo 1 
se adaptam às novas condições que são apresentadas ou impostas. Assim, a 
socialização não se reduz apenas às fases iniciais do desenvolvimento humano.
A sociologia do envelhecimento tem seu surgimento na necessidade 
de sustentar a integração do idoso na sociedade, admitindo que a idade 
não é fator condicionante da capacidade ou não da execução de papéis 
sociais defi nidos (SCORTEGAGNA; OLIVEIRA, 2012).
Frente ao exposto, a sociologia do envelhecimento tem por 
objetivo buscar a manutenção do processo de socialização do idoso, 
inserindo-o ao seu meio social, defi nindo seu papel e destacando 
a importância dessa parcela da população dentro da sociedade. 
Entretanto, para que isso se efetive, é preciso que preconceitos e tabus 
relacionados à velhice sejam superados, pois a sociedade apresenta 
uma certa intolerância social relacionada ao idoso.
A velhice é considerada um problema social, o qual não é apenas de 
agora e, por isso, demanda ações emergenciais. O número de idosos vem 
crescendo rapidamente e essa situação refl ete na demanda de mais recursos fi nanceiros 
para este segmento, além de uma organização social que possibilite a aceitação do 
idoso, visto que o processo de envelhecimento é natural. O grande número de idosos 
refl ete diretamente no Estado, o qual precisa manter e criar condições mínimas para a 
conservação da vida para essa população. Dessa forma, o envelhecimento é percebido 
como um “risco” à economia, pois causa novos gastos, principalmente com a manutenção 
da previdência (SCORTEGAGNA; OLIVEIRA, 2012).
Silva e Yazbek (2014) afi rmam que a expectativa de vida da população 
apresenta-se como uma grande conquista na sociedade, pois a velhice começou 
a ser interpretada como uma realidade e fenômeno crescente no mundo 
inteiro, sendo que este fato vem chamar a atenção e pressionar as agendas 
governamentais para que possam assumir medidas para atender à pessoa idosa 
e suas necessidades. A velhice não deverá mais ser interpretada como uma 
eventualidade, como era no passado, mas sim como um processo natural da vida.
O ajuste da agenda pública do Estado no caminho do enfrentamento de diversos 
desafi os enfrentados pelos idosos eleva a compreensão do conceito de proteção 
social a um outro nível, ou seja, além da cobertura dos riscos sociais, mas que visa 
ações constantes de sustentabilidade e autonomia. Essa agenda deverá conter, 
entre outras diretrizes, a implementação de políticas que permitam o processo de 
envelhecimento mais digno e saudável, políticas que incentivem a promoção do 
envelhecimento ativo e qualidade de vida, execução de programas e políticas que 
levem à promoção e inserção para todos os idosos na sociedade (SILVA, 2016).
A sociologia do 
envelhecimento 
tem seu surgimento 
na necessidade 
de sustentar a 
integração do idoso 
na sociedade, 
admitindo que a 
idade não é fator 
condicionante da 
capacidade ou 
não da execução 
de papéis 
sociais defi nidos 
(SCORTEGAGNA; 
OLIVEIRA, 2012).
12
 Políticas Sociais e LeGislaÇões Voltadas À Pessoa Idosa no Brasil
O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, ao criar as agendas 
para o Plano Plurianual (PPA 2012/2015), cita que: 
As políticas voltadas para a promoção, proteção e defesa dos 
direitos das pessoas idosas são transversais a várias áreas de 
governo. Pela mesma razão, os compromissos do governo federal 
com o atendimento dessa população estão dispersos em diversos 
programas temáticos do PPA 2012/2015, em especial o Programa 
de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos e também no 
âmbito da seguridade social, da mobilidade urbana, do trabalho e 
emprego, da acessibilidade e da educação (BRASIL, 2013).
Dessa forma, percebemos que as ações abrangem diversas políticas e entes 
administrativos demonstrando o interesse em reestruturar a agenda pública com o 
objetivo de acolher e atender às necessidades da pessoa idosa. 
Diversas difi culdades estão envolvidas no processo do envelhecimento e 
se apresentam como refl exos da questão social no contexto de modernização 
do Estado, demonstrando as falhas do desenvolvimento capitalista, que 
ocasionam desigualdades e concentram os privilégios. Com isso, o processo 
de envelhecimento da população é abordado como problema social e não como 
conquista para a sociedade. É necessário que o Estado reestruture suas ações 
destinadas aos idosos (SILVA, 2016).
FIGURA 1 – ENVELHECIMENTO BRASILEIRO
FONTE: <https://www.otempo.com.br/brasil/populacao-de-idosos-
sera-o-triplo-em-2050-1.351486>. Acesso em: 22 ago. 2020.
13
A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E O IDOSO NO BRASIL E NO MUNDO Capítulo 1 
O direito de envelhecer com qualidade e dignidade é o alicerce do sistema de 
proteção e segurança social, sendo rodeado de desafi os relativos às condições de 
sustentabilidade dos idosos. É importante assegurar os direitos dessa população 
na sociedade e reorganizar o sistema de saúde para atender ao aumento da 
demanda que surgirá nos próximos anos. 
FIGURA 2 – EXPECTATIVA DE VIDA AO NASCER NO BRASIL
14
 Políticas Sociais e LeGislaÇões Voltadas À Pessoa Idosa no Brasil
FONTE: <http://estudio.folha.uol.com.br/educacao-em-seguros/2016/10/1827431-
desafi os-economicos-da-longevidade.shtml>. Acesso em: 22 ago. 2020.
Conforme apresentado na Figura 2, a expectativa de vida no 
Brasil, para as próximas décadas, terá um grande aumento, sendo 
necessárias cada vez mais medidas políticas e sociais que visam 
garantir a permanência dessa população na sociedade. Haverá uma 
maior demanda nas políticas da saúde e previdência social.
Dessa forma, o envelhecimento da população nos leva a uma 
refl exão sobre a maneira que as pessoas idosas vivem e o que pode 
ser feito para que, além da longevidade, haja qualidade de vida em 
saúde. Em todo o mundo há a necessidade de medidas que visam 
auxiliar os idosos a se manterem mais saudáveis e ativos o máximo de 
tempo possível. 
Diversos termos são usados para descrever o processo 
de envelhecimento, tais como: envelhecimento bem-sucedido, 
envelhecimento saudável e, mais recentemente, o termo envelhecimento 
ativo, proposto pela Organização Mundialda Saúde. O processo de 
envelhecimento saudável apresenta um conceito mais amplo do que 
apenas a ausência de doença, assim, considerado como um meio de 
adaptação às diversas mudanças que acontecem no decorrer da vida, 
permitindo aos idosos seu bem-estar físico e mental (VALER et al., 
2015).
Diversos termos 
são usados para 
descrever o processo 
de envelhecimento, 
tais como: 
envelhecimento 
bem-sucedido, 
envelhecimento 
saudável e, mais 
recentemente, o 
termo envelhecimento 
ativo, proposto pela 
Organização Mundial 
da Saúde. O processo 
de envelhecimento 
saudável apresenta 
um conceito mais 
amplo do que 
apenas a ausência 
de doença, assim, 
considerado como um 
meio de adaptação às 
diversas mudanças 
que acontecem no 
decorrer da vida, 
permitindo aos idosos 
seu bem-estar físico e 
mental (VALER et al., 
2015).
15
A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E O IDOSO NO BRASIL E NO MUNDO Capítulo 1 
FIGURA 3 – UM MUNDO MAIS VELHO
FONTE: <https:bbcnewsbrasil/photos/a.305083412815/10156427
488187816/?type=3&theater>. Acesso em: 22 ago. 2020.
No aspecto global, o ano de 2019 foi um marco para o processo de 
envelhecimento. Pela primeira vez no mundo, o número de idosos com mais de 65 
anos de idade ultrapassou o número de crianças de 0 a 4 anos. Essa proporção 
afi rma o que diversos estudos vêm demonstrando há décadas: as pessoas estão 
vivendo mais e tendo menos fi lhos. Segundo alguns dados do IBGE (Instituto 
Brasileiro de Geografi a e Estatística) (2019):
A expectativa de vida dos brasileiros aumentou em 3 meses 
e 4 dias, de 2017 para 2018, alcançando 76,3 anos. Desde 
1940, já são 30,8 anos a mais que se espera que a população 
viva. Para as mulheres, espera-se maior longevidade: 79,9 
16
 Políticas Sociais e LeGislaÇões Voltadas À Pessoa Idosa no Brasil
anos. Já a expectativa de vida ao nascer para os homens 
fi cou em 72,8 anos em 2018. [...] essa diferença, chamada 
de “sobremortalidade masculina”, é mais acentuada conforme 
a faixa etária. Um homem de 20 a 24 anos tinha, em 2018, 
4,5 vezes menos chances de chegar aos 25 anos do que uma 
mulher (IBGE, 2019). 
Esse fenômeno pode ser explicado por causas externas, não naturais, que 
atingem com maior intensidade a população masculina. Em 1940, não havia essa 
discrepância evidente entre os sexos nos grupos mais jovens. A partir de meados 
da década de 1980 as mortes associadas às causas externas passaram a 
desempenhar um papel de destaque. É um fenômeno proveniente da urbanização 
e inclui homicídios, acidentes de trânsito e quedas acidentais, entre outros (IBGE, 
2019).
Você poderá obter mais informações sobre o crescimento da 
população idosa acessando o link a seguir: encurtador.com.br/
xyW78.
Com o aumento do envelhecimento, é necessário o avanço na formação de 
novos conhecimentos médicos que estudam o processo do envelhecimento. Os 
estudos relacionados à Geriatria e Gerontologia trazem diversas informações 
sobre esse tema. Você sabe o conceito desses dois termos?
A geriatria é considerada uma ciência que estuda os problemas de saúde 
do idoso, voltada à prevenção e ao tratamento de doenças. Esse termo foi usado 
pela primeira vez em 1909 por Ignaz L. Nascher, médico norte-americano, sendo 
a geriatria defi nida como uma ampla especialidade que possuía como foco o 
tratamento das doenças que acometem o idoso, visto que a saúde desse grupo 
é estipulada pelo nível de dependência funcional e não apenas pela presença de 
uma determinada doença (FREITAS et al., 2002).
Com isso, o maior desafi o da geriatria está na prevenção, no tratamento e 
no cuidado dos idosos que possuem problemas comuns à idade avançada como: 
imobilidade, instabilidade, incontinência, insufi ciência cerebral e prejuízos para a 
independência funcional. Entretanto, a geriatria por si só não conseguia atender a 
todos os problemas comuns aos idosos além dos relacionados à saúde e doença, 
pois o processo de envelhecimento engloba outros fatores. 
A Gerontologia, no início do século XX, passou a compreender esse processo 
17
A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E O IDOSO NO BRASIL E NO MUNDO Capítulo 1 
de envelhecimento do idoso de forma global. Ela visa compreender os aspectos 
sociais, psicológicos e biológicos do envelhecimento. Esse termo foi utilizado 
por Élie Metchnikoff, em 1903, e signifi ca o estudo científi co do processo de 
envelhecimento e os vários problemas que envolvem a pessoa idosa (FREITAS 
et al., 2002).
Tanto a geriatria quanto a gerontologia abrangem profi ssionais especializados 
ao tratamento da velhice, sendo esta compreendida como o processo de mudanças 
que ocorrem no corpo humano em relação a sua cronologia. Assim, é necessário 
preparar profi ssionais para a assistência desse grupo e os especialistas precisam 
trabalhar e identifi car as questões do envelhecimento, não as separando dos 
aspectos sociais, psicológicos e culturais em que cada idoso está inserido.
Existem em nosso país algumas organizações sociais que foram criadas 
para divulgação e apoio aos idosos. Dentre elas, temos:
• Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, fundada em 16 
de maio de 1961, sem fi ns lucrativos, tem por objetivo englobar 
profi ssionais de nível superior que se interessam pela área da 
Geriatria e Gerontologia, apoiando o desenvolvimento científi co e 
capacitações na área do envelhecimento.
• Associação Nacional de Gerontologia do Brasil (ANG BRASIL), 
fundada em 18 de outubro de 1985, é de natureza técnico-
científi ca, sem fi ns lucrativos e tem por objetivo defender a 
concretização da Política Nacional do Idosos, Estatuto do Idoso, 
entre outras legislações relacionadas à pessoa idosa.
• A Confederação Brasileira de Aposentados (COBAP), criada em 
1985, sem fi ns lucrativos, representa, em âmbito nacional, as 
entidades de trabalhadores aposentados e pensionistas do país. 
Tem por objetivo proteger os interesses e os direitos dos idosos. 
Realiza a promoção de estratégias para defender os assuntos 
de interesse desse grupo. Ganhou maior visibilidade durante 
a Assembleia Nacional Constituinte ao reivindicar a melhoria 
dos benefícios previdenciários e propiciar maior visibilidade às 
demandas dos idosos.
• Além disso, podemos citar o Conselho Nacional dos Direitos 
da Pessoa Idosa (CNDI). Criado em 13 de maio de 2002, é 
considerado um órgão superior de natureza e deliberação 
colegiada, permanente, paritário e deliberativo, integrante da 
estrutura regimental do Ministério dos Direitos Humanos. 
18
 Políticas Sociais e LeGislaÇões Voltadas À Pessoa Idosa no Brasil
O CNDI tem como objetivo acompanhar a aplicação do Estatuto 
do Idoso, da PNI e dos demais atos normativos relacionados 
ao atendimento do idoso. Entre suas competências, destacam-
se: a) estimular a ampliação dos mecanismos de participação 
e controle social; b) apoiar os Conselhos Estaduais, do Distrito 
Federal e Municipais dos Direitos do Idoso, os órgãos estaduais, 
municipais e entidades não governamentais; c) acompanhar a 
elaboração e a execução da proposta orçamentária da União; 
d) promover a cooperação entre os governos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e a sociedade 
civil organizada na formulação e execução da política nacional 
de atendimento dos direitos do idoso; entre outras (SOUZA; 
MACHADO, 2018, p. 3191).
O CNDI tem caráter paritário, sendo composto por 14 membros 
do Poder Executivo e 14 da sociedade civil. Além da Secretaria 
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH), 
integram o Conselho os seguintes ministérios: Justiça; Relações 
Exteriores; Trabalho e Emprego; Educação; Saúde; Cultura; Esporte; 
Turismo; Cidades; Ciência e Tecnologia; Desenvolvimento Social e 
Combate à Fome; Previdência Social; Planejamento, Orçamento e 
Gestão.
Já os membros da sociedade civil devem pertencer a entidades 
civis organizadas, com atuação na promoção e defesa dos direitos 
da pessoa idosa. De acordo com o Regimento do CNDI, considera-se organização da sociedade civil a entidade de direito privado sem 
fi ns lucrativos, de interesse e/ou de utilidade pública que tenha 
atuação no âmbito nacional, com representação em no mínimo cinco 
unidades da federação e três regiões.
FONTE: <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1413-81232018001003189>. Acesso em: 22 ago. 2020.
Analise as questões a seguir relacionadas ao tema envelhecimento para fi xar 
o conteúdo. 
19
A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E O IDOSO NO BRASIL E NO MUNDO Capítulo 1 
1 O envelhecimento da população é uma tendência em vários 
países, especialmente os desenvolvidos. As afi rmativas a seguir 
correspondem a possíveis consequências dessa transformação 
demográfi ca, EXCETO:
FONTE: <https://exercicios.mundoeducacao.uol.com.br/exercicios-
geografi a/exercicios-sobre-envelhecimento-populacional-previdencia.
htm#resposta-3960>. Acesso em: 22 ago. 2020.
a) ( ) Adaptação do mercado às necessidades da crescente 
população idosa.
b) ( ) Redução do número de jovens no mercado de trabalho.
c) ( ) Necessidade de importar mão de obra imigrante.
d) ( ) Redução das despesas governamentais, como a previdência 
social e a saúde.
e) ( ) Reorganização dos arranjos familiares para adaptar-se ao 
aumento da população idosa.
2 A análise da atual pirâmide etária brasileira permite afi rmar que 
houve um estreitamento da base e um alargamento do topo, 
demonstrando:
I. A diminuição das taxas de natalidade.
II. O aumento das taxas de mortalidade infantil.
III. O aumento da expectativa de vida.
IV. O aumento das taxas de fecundidade.
Estão corretas:
a) ( ) I e II.
b) ( ) I e III.
c) ( ) I e IV.
d) ( ) II e III.
e) ( ) II e IV.
3 Conforme dados da Organização das Nações Unidas (ONU), em 
1950, existiam 250 milhões de indivíduos com mais de 60 anos no 
planeta. Esse número quase triplicou até o ano 2000, somando 
606 milhões de pessoas. Esse aumento contínuo e expressivo do 
número de idosos no mundo deve-se a vários fatores, EXCETO:
20
 Políticas Sociais e LeGislaÇões Voltadas À Pessoa Idosa no Brasil
FONTE: <https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-
geografi a/exercicios-sobre-envelhecimento-populacional.
htm#questao-3>. Acesso em: 22 ago. 2020.
a) ( ) Hábitos de vida mais saudáveis, como a prática de atividade 
física.
b) ( ) Melhoria na qualidade de vida da população idosa.
c) ( ) Avanços da medicina e da produção de medicamentos.
d) ( ) Acompanhamento médico e cuidados com a alimentação.
e) ( ) Diminuição da expectativa de vida.
4 Um fato marcante para as sociedades atuais é o processo 
de envelhecimento populacional, observado em todos os 
continentes. De acordo com o manual do Ministério da Saúde, 
“Atenção à Saúde da Pessoa Idosa e Envelhecimento”, é 
INCORRETO afi rmar:
FONTE: <https://www.estudegratis.com.br/questoes-de-concurso/materia/
enfermagem/assunto/saude-do-idoso&pg=3>. Acesso em: 22 ago. 2020.
a) ( ) Envelhecimento populacional é defi nido como a mudança na 
estrutura etária da população. No Brasil, é considerada idosa 
a pessoa que tem 60 anos ou mais de idade.
b) ( ) É função das políticas públicas de saúde contribuir para que 
mais pessoas alcancem idades avançadas, com o melhor 
estado de saúde possível, em que o envelhecimento ativo e 
saudável seja o principal objetivo.
c) ( ) Os agravos decorrentes das doenças crônicas não 
transmissíveis têm sido as principais causas de óbito da 
população idosa.
d) ( ) O Brasil projeta-se para um perfi l demográfi co cada vez mais 
envelhecido, fenômeno que implicará na necessidade de 
adequações das políticas sociais, particularmente daquelas 
voltadas para atender às crescentes demandas nas áreas da 
saúde, previdência e assistência social.
e) ( ) No Estatuto do Idoso, considerado uma das maiores conquistas 
sociais da população idosa em nosso país, é assegurada a 
atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema 
Único de Saúde, o SUS, mas isso não lhe garante ter o acesso 
universal e igualitário, para prevenção, promoção, proteção e 
recuperação da saúde dessa população.
21
A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E O IDOSO NO BRASIL E NO MUNDO Capítulo 1 
5 As tendências de queda nas taxas de natalidade em conjunto 
com o aumento da expectativa de vida têm provocado outro 
signifi cativo fator da dinâmica populacional. Que fator é esse?
a) ( ) Aumento das taxas de mortalidade.
b) ( ) Diminuição da densidade demográfi ca.
c) ( ) Crescimento vegetativo acelerado.
d) ( ) Envelhecimento da população.
e) ( ) Redução da população relativa.
6 O envelhecimento da população está mudando radicalmente 
as características da população da Europa, onde o número de 
pessoas com mais de 60 anos deverá chegar nas próximas 
décadas a 30% da população total. Graças aos avanços da 
medicina e da ciência, a população está cada vez mais velha. 
Isso ocorre em função do:
FONTE: <https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-
geografi a/exercicios-sobre-declinio-crescimento-populacional.
htm#questao-4>. Acesso em: 22 ago. 2020.
a) ( ) Aumento da longevidade e do crescimento vegetativo.
b) ( ) Aumento da natalidade e diminuição da longevidade.
c) ( ) Crescimento vegetativo e aumento da taxa de natalidade.
d) ( ) Declínio da taxa de mortalidade e diminuição da longevidade.
e) ( ) Declínio da taxa de natalidade e aumento da longevidade.
Após essa primeira abordagem, estudaremos a seguir o envelhecimento 
fi siológico e patológico. Vamos lá?
3 O PROCESSO DE 
ENVELHECIMENTO ENTRE O 
FISIOLÓGICO E O PATOLÓGICO: 
SENESCÊNCIA X SENILIDADE
Você já ouviu falar no envelhecimento ativo (saudável) e o patológico? 
Como os idosos podem de forma saudável envelhecer? Quais as medidas que 
o governo vem implantando para mudar a realidade da saúde dos idosos? Esses 
questionamentos e outros pontos veremos a seguir.
22
 Políticas Sociais e LeGislaÇões Voltadas À Pessoa Idosa no Brasil
Primeiramente, conheceremos o conceito das terminologias: senescência 
e senilidade. O processo de envelhecimento é natural e ocasiona diversas 
mudanças inevitáveis relacionadas à idade. Dentre as muitas defi nições de 
envelhecimento, temos que este é:
Um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, 
universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, 
próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo 
o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio ambiente 
e, portanto, aumente sua possibilidade de morte (ORGANIZACIÓN 
PANAMERICANA DE LA SALUD, 2003, p. 30). 
Considerando os aspectos fi siológicos, o processo de envelhecimento se 
inicia na segunda década de vida, mesmo que de forma imperceptível. Ao fi nal da 
terceira década de vida se inicia o surgimento das primeiras alterações funcionais 
e estruturais e, a partir da quarta década, existe uma perda de aproximadamente 
1% das funções fi siológicas ao ano (CIOSAK et al., 2011).
O envelhecimento fi siológico do ser humano é universal e atinge 
a todos que chegam na velhice. As alterações consideradas normais e 
fi siológicas desse processo são chamadas de senescência. Dentre essas 
alterações, podemos citar: leve perda da audição, visão e memória.
A senescência, também conhecida como envelhecimento primário, 
atinge todos os indivíduos em sua fase pós-reprodutiva. Essa forma 
de envelhecimento atinge de maneira crescente o corpo humano 
e de forma acumulativa. As pessoas que atingem esse estado estão 
expostas a diversas infl uências dos fatores determinantes para o 
envelhecimento, como exercícios físicos, alimentação saudável, estilo 
de vida e educação (BIRREN; SCHROOTS, 1996).
Sendo o oposto da senescência, a senilidade é caracterizada pelo 
processo patológico do envelhecimento. Essas patologias (doenças) 
são as mais comuns que surgem com o envelhecimento. Dentre elas, 
podemos citar: doença de Alzheimer, cardiopatias e câncer.
A senilidade, também conhecida como envelhecimentosecundário, trata-
se de doenças que não se confundem com o processo de envelhecimento 
normal. Essas patologias são variáveis e apresentam sintomas clínicos, em 
que estão incluídos os efeitos das doenças e do ambiente (SPIRDUSO, 2005).
O autor supracitado ainda afi rma que embora as causas do 
envelhecimento primário e secundário sejam distintas, ambas se 
interagem fortemente. O estresse no ambiente e as diversas doenças 
O envelhecimento 
fisiológico do ser 
humano é universal 
e atinge a todos que 
chegam na velhice. As 
alterações consideradas 
normais e fisiológicas 
desse processo 
são chamadas de 
senescência. Dentre 
essas alterações, 
podemos citar: leve 
perda da audição, visão 
e memória.
A senilidade, também 
conhecida como 
envelhecimento 
secundário, trata-se 
de doenças que 
não se confundem 
com o processo 
de envelhecimento 
normal. Essas 
patologias são 
variáveis e apresentam 
sintomas clínicos, em 
que estão incluídos os 
efeitos das doenças 
e do ambiente 
(SPIRDUSO, 2005).
23
A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E O IDOSO NO BRASIL E NO MUNDO Capítulo 1 
podem causar aceleração dos processos básicos do envelhecimento, tornando o 
idoso mais frágil e susceptível a adoecer.
Por último, temos o envelhecimento terciário ou terminal. Este é caracterizado 
por grandes perdas físicas e mentais, acarretadas pelo grande acúmulo dos efeitos do 
envelhecimento e das patologias dependentes da idade (BIRREN; SCHROOTS, 1996).
Para tanto, durante o envelhecimento, é necessário compreender os tipos 
de idades nesse processo. A idade cronológica é aquela que ordena o indivíduo 
de acordo com a data de seu nascimento, já a biológica é caracterizada pelo 
corpo humano conforme as condições fi siológicas do desenvolvimento. A idade 
psicológica é aquela evidenciada pelo desempenho humano e desenvolvimento 
da atividade mental. Por fi m, a idade social é evidenciada pelas estruturas 
organizacionais de uma sociedade, cada pessoa poderá variar de jovem a idoso 
em diferentes sociedades (FECHINE; TROMPIERI, 2012).
Tanto a senescência quanto a senilidade exigem intervenções dos profi ssionais de 
saúde, com ações voltadas para essa parcela da população. Um dos maiores desafi os 
na atenção aos idosos é contribuir, mesmo apesar das alterações progressivas e 
limitações, para que esta população possa descobrir as possibilidades de viver a sua 
vida com qualidade. Essa possibilidade cresce quando a sociedade valoriza a pessoa 
idosa, pois grande parte das difi culdades encontradas pelos idosos está relacionada à 
desvalorização e limitação imposta pela sociedade (CIOSAK et al., 2011).
Para complementar nosso estudo sobre o processo do envelhecimento, a 
seguir estaremos abordando as principais teorias do envelhecimento. Você conhece 
essas teorias? Elas auxiliam na explicação sobre como o envelhecimento ocorre.
Teoria do Envelhecimento Programado
Esta teoria explica o envelhecimento unicamente através 
de fatores genéticos, ou seja, a velocidade com que uma espécie 
envelhece é predeterminada por seus genes, ou se preferirmos, os 
genes determinam quanto tempo as células viverão.
Os defensores dessa teoria acreditam que as células do nosso 
organismo estão geneticamente programadas para morrer após um 
certo número de divisões celulares (mitose). Atingido esse número 
seria então desencadeado o processo de morte, cujo momento estaria 
ligado à idade biológica, variando assim entre as diversas espécies.
24
 Políticas Sociais e LeGislaÇões Voltadas À Pessoa Idosa no Brasil
À medida que as células morrem, os órgãos começam a 
apresentar um mau funcionamento e, fi nalmente, não conseguem 
manter as funções biológicas necessárias para a manutenção da vida.
Teoria dos Radicais Livres
Atualmente, esta será uma das melhores teorias explicativas do 
envelhecimento.
A teoria dos radicais livres surgiu em 1954, com o Dr. Denham 
Harmon, que propôs que as células envelhecem em consequência 
de danos acumulados devido às reações químicas que ocorrem no 
interior das células. Durante essas reações, são produzidas toxinas 
denominadas radicais livres. Radicais livres são substâncias tóxicas que 
possuem um número ímpar de elétrons e que, por isso, procuram ligar-
se a outras moléculas para emparelhar o seu elétron livre, acabando por 
danifi car as células. Dessa forma, os radicais livres oxidam praticamente 
tudo, possuindo também a capacidade de gerar novos radicais livres. 
Nessa busca desenfreada por novos parceiros, os radicais livres 
destroem enzimas e atacam células, causando nelas sérios danos 
estruturais, cuja consequência será o seu mau funcionamento e morte.
A teoria é assegurada pelas inúmeras evidências científi cas de que os 
radicais livres estão envolvidos praticamente em todas as doenças típicas 
da idade, como a arteriosclerose, as doenças coronárias, a catarata, o 
cancro, a hipertensão, as doenças neurodegenerativas, entre outras.
FONTE: <https://www.psicologia.pt/artigos/textos/
TL0097.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2020.
Dando continuidade ao nosso estudo, vamos analisar as informações no 
quadro a seguir:
QUADRO 1 – TENDÊNCIAS GERAIS DO ENVELHECIMENTO PARA A INTELIGÊNCIA 
E OUTRAS ÁREAS ESPECÍFICAS DO FUNCIONAMENTO COGNITIVO
Aptidão
Sentido da 
mudança no 
envelhecimento
Comentário
Inteligência
- Vocabulário, fundo de 
conhecimento
- Estável ou 
crescente
- Pode declinar ligeiramente em 
idade muito avançada; mais 
pronunciado em tarefas novas.
25
A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E O IDOSO NO BRASIL E NO MUNDO Capítulo 1 
FONTE: <http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2011/04/o-
processo-de-envelhecimento.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2020.
Assim, as alterações que ocorrem na parte cognitiva surgem com o avançar 
da idade. Essas alterações estão relacionadas a três recursos fundamentais: 
a diminuição da velocidade de processamento da informação, a memória de 
trabalho e a capacidade sensorial e de percepção (CANCELA, 2007).
Dentre essas alterações cognitivas, a diminuição da velocidade do 
processamento das informações é defi nida como a queda dos componentes 
mentais que afetam a atenção, a memória e a tomada de decisões. A memória de 
trabalho é relacionada ao acúmulo a curto prazo e à manipulação de informações 
presentes na memória consciente, como as recordações. Já com relação à 
capacidade sensorial e de percepção, podemos citar alterações na visão, audição, 
no sistema nervoso central e a capacidade diminuída para realizar as atividades 
Capacidades perceptivo-
motoras
- Em declínio - O declínio começa pelos 50 - 60 
anos.
Atenção
- Campo de atenção
- Atenção complexa
- Estável a declínio 
ligeiro 
- Declínio ligeiro
- Problemas em dividir a atenção, 
fi ltrar ruído, deslocar a atenção.
Linguagem
- Comunicação
- Sintaxe, conhecimento de 
palavras 
- Fluência, nomeação
- Compreensão
- Discurso
- Estável 
- Estável
- Declínio ligeiro
- Estável a declínio 
ligeiro 
- Variável
- Na ausência de défi cit sensorial.
- Varia com o grau de instrução.
- Lapsos ocasionais em encontrar 
palavras. 
- Mensagens complexas difi cultam 
mais.
- Pode ser mais impreciso, repetitivo.
Memória
- Curto prazo (imediata) 
- De trabalho
- Secundária (recente) 
- Implícita
- Remota
- Estável a declínio 
ligeiro 
- Declínio ligeiro 
- Declínio moderado 
- Estável a declínio 
ligeiro
- Variável
- Aptidão diminuída para manipular 
informação na memória de curto prazo.
- Défi cit de codifi cação e 
recuperação.
- Pode recordar mais facilmente 
características incidentais do que 
informação consciente.
- Intacta para aspectos mais 
importantes da história pessoal.
Visuoespacial
- Copiar desenhos
- Orientação topográfi ca
- Variável 
- Em declínio
- Intacta para fi guras simples, mas 
não para complexas.
- Mais notável em terreno familiar.
Raciocínio
- Resolução de problemas
- Raciocínio prático
- Em declínio 
- Variável
- Alguma redundância e 
desorganização. 
- Intacto para situações familiares.
Funções Executivas- Declínio ligeiro - Planeamento / monitorização menos 
efi ciente de comportamentos complexos.
Velocidade - Em declínio - Lentifi cação do pensamento e da 
ação é a mudança mais constante no 
envelhecimento.
26
 Políticas Sociais e LeGislaÇões Voltadas À Pessoa Idosa no Brasil
de vida diária (CANCELA, 2007). Das alterações orgânicas e fi siológicas, 
podemos citar: as cardiovasculares, respiratórias, gastrointestinais, do sistema 
nervoso central e musculoesquelética. Veja o quadro a seguir:
QUADRO 2 – ENVELHECIMENTO DOS PRINCIPAIS SISTEMAS FISIOLÓGICOS
Sistema Alterações anatômicas
Alterações 
funcionais Repercussão
Sistema 
cardiovascular
Miocárdio Hipertrofi a ventricular
Disfunção diastólica 
(alteração do relaxamento 
ventricular)
Endocárdio Valvulopatia degenerativa
Degeneração aórtica
Degeneração mitral
Sistema de 
condução
Fibrose e substituição 
dos feixes de condução 
nervosa intracardíacos
Distúrbios na formação e/
ou condução do estímulo 
cardíaco
Artérias Aterosclerose Insufi ciência arterial
Veias Varizes Insufi ciência venosa
Sistema 
respiratório
Parede 
torácica
Enrijecimento da parede 
torácica
Redução da complacência 
da parede torácica
Musculatura 
respiratória Sarcopenia
Redução de 25% na força 
da musculatura respiratória
Brônquios / 
Bronquíolos
Redução do clearance 
mucociliar
Aumento da aspiração 
orotraqueal e da 
colonização por bactérias 
gram-negativas
Aumento de colágeno 
anormal
Redução da 
complacência pulmonar
Alvéolos
Adelgaçamento da 
parede alveolar com 
dilatação dos ductos e 
alvéolos
Redução da superfície 
respiratória pela 
destruição dos septos 
alveolares
Sistema 
gênito-urinário
Rins
Esclerose glomerular 
progressiva e redução da 
massa tubular
Redução progressiva do 
fl uxo sanguíneo renal: 1% 
por ano após os 40 anos
Bexiga e uretra
Aumento da 
trabeculação e da 
fi brose 
Redução da inervação 
autonômica
Aumento das contrações 
involuntárias 
Aumento do volume pós-
miccional
Maior resistência ao fl uxo 
miccional
Próstata Hiperplasia nodosa
Irritação de receptores 
adrenérgicos e maior 
resistência ao fluxo miccional
Assoalho 
pélvico
Fraqueza muscular e 
deposição de colágeno e 
tecido conjuntivo
Disfunção uretral
27
A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E O IDOSO NO BRASIL E NO MUNDO Capítulo 1 
Sistema 
gastrointestinal
Esôfago Redução da inervação autonômica
Aumento dos espasmos 
esofageanos
Estômago
Redução da inervação 
autonômica
Maior tempo de 
esvaziamento gástrico
Redução das células 
parietais ou oxínticas
Redução na mucosa 
gástrica dos fatores 
citoprotetores
Vias biliares
Redução da 
contratilidade da 
vesícula biliar
Redução da secreção de 
ácido biliar
Aumento do colesterol biliar
Fígado
Redução do volume do 
fígado (20-40%) e do fl uxo 
sanguíneo hepático
Redução do metabolismo 
das drogas
Intestino
Redução dos neurônios 
do plexo mioentérico e 
da parede muscular
Redução do trânsito 
intestinal e da resistência 
da parede intestinal
Sistema 
nervoso central
Encéfalo
Perda neuronal, 
particularmente na região 
dorsolateral do lobo frontal
Lentifi cação da condução 
nervosa
Nervos 
periféricos
Redução da inervação 
periférica
Lentifi cação da condução 
nervosa
Sistema 
musculoesque-
lético
Músculos Sarcopenia e infi ltração gordurosa
Redução da massa e da 
força muscular
Ossos Redução do osso trabecular e cortical Osteopenia
Articulações
Disfunção condrocitária 
(redução da densidade, 
da atividade e da 
resposta a fatores de 
crescimento)
Aumento da rigidez 
das cartilagens e 
menor capacidade 
de amortecimento e 
distribuição da tensão
FONTE: <http://www5.ensp.fi ocruz.br/biblioteca/dados/
txt_215591311.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2020.
As alterações fi siológicas aumentam a vulnerabilidade do indivíduo às 
agressões orgânicas. O idoso precisa possuir conhecimento sobre a diminuição 
das funções fi siológicas decorrentes da idade. O processo de envelhecimento 
é individual, no qual a conquista se dá com o decorrer dos anos, desde o 
nascimento. Uma velhice saudável é consequência de uma vida bem-sucedida.
Para se alcançar o envelhecimento ativo e saudável são necessários alguns 
cuidados no decorrer da vida. Como visto anteriormente, com o início da terceira 
idade, diversas alterações fi siológicas e psicológicas aparecem nos indivíduos. 
Envelhecer livre de doenças e limitações é um grande desafi o.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) defi ne o envelhecimento saudável 
como o processo em que a capacidade funcional permite bem-estar em idade 
28
 Políticas Sociais e LeGislaÇões Voltadas À Pessoa Idosa no Brasil
avançada. Dessa forma, a compreensão do envelhecimento saudável se torna 
abrangente para todos os idosos, inclusive para os portadores de doenças 
crônicas (TAVARES et al., 2017).
Um dos objetivos da geriatria e gerontologia é a conservação e a preservação 
da qualidade de vida. Autonomia e independência funcional são fundamentais 
para o processo de envelhecimento. Trata-se do amadurecimento mental, que 
depende da forma que cada indivíduo atinge a velhice. Qualidade de vida resulta 
em três importantes variáveis: autonomia, independência e sabedoria (TAVARES 
et al., 2017).
FIGURA 4 – ENVELHECIMENTO ATIVO
FONTE: <https://www.nutrologogoiania.com.br/doencas-e-a-nutrologia/
nutrologia-e-sarcopenia/>. Acesso em: 22 ago. 2020.
O envelhecimento ativo é o processo que otimiza as oportunidades de saúde, 
participação e segurança. Tem por objetivo melhorar a qualidade de vida durante 
o envelhecimento. Permite que as pessoas possam atingir seu bem-estar físico, 
social e mental durante toda a vida.
A palavra “ativo” refere-se à participação contínua nas 
questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, e 
não somente à capacidade de estar fi sicamente ativo ou de 
fazer parte da força de trabalho. As pessoas mais velhas que 
se aposentam e aquelas que apresentam alguma doença ou 
vivem com alguma necessidade especial podem continuar a 
contribuir ativamente para seus familiares, companheiros, 
comunidades e países. O objetivo do envelhecimento ativo é 
aumentar a expectativa de uma vida saudável e a qualidade de 
vida para todas as pessoas que estão envelhecendo, inclusive 
29
A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E O IDOSO NO BRASIL E NO MUNDO Capítulo 1 
as que são frágeis, fi sicamente incapacitadas e que requerem 
cuidados (BRASIL, 2005).
Manter a autonomia e independência na terceira idade é um objetivo 
fundamental para os idosos. Além disso, o envelhecimento ocorre em um cenário 
que envolve não só o idosos, mas outras pessoas que estejam no mesmo 
convívio (amigos, colegas de trabalho, familiares etc.). Este é o motivo pelo qual 
independência e solidariedade são fatores importantes para o envelhecimento 
ativo. A criança de hoje será o avô ou a avó de amanhã. A qualidade de vida que 
as pessoas terão quando envelhecerem está diretamente relacionada aos riscos 
e oportunidades que vivenciam no decorrer da vida (BRASIL, 2005).
Uma abordagem de envelhecimento ativo para o 
desenvolvimento de políticas e programas tem o potencial de 
reunir muitos desafi os inerentes ao envelhecimento individual 
e populacional. Quando políticas sociais de saúde, mercado de 
trabalho, emprego e educação apoiarem o envelhecimento ativo, 
teremos muito provavelmente:
• menos mortes prematuras em estágios da vida altamente produtivos; 
• menos defi ciências associadas às doenças crônicas na terceira idade;
• mais pessoas com uma melhor qualidade de vida à medida que 
envelhecem; 
• à medida que envelhecem, mais indivíduos participando ativamente 
nos aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos da sociedade, 
em atividades remuneradas ou não, e na vida doméstica, familiar e 
comunitária; 
• menos gastos com tratamentos médicos e serviços de assistência 
médica.
FONTE: <http://prattein.com.br/home/images/stories/Envelhecimento/
envelhecimento_ativo.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2020.
Existem diversas razõessociais e econômicas para se implementar políticas 
que promovem o envelhecimento ativo em relação à redução de custos na saúde. 
Os indivíduos que se mantêm saudáveis, conforme envelhecem, enfrentarão 
menos problemas de saúde, além de se manterem por mais tempo no mercado 
de trabalho. Diversos são os fatores determinantes para o envelhecimento ativo. 
Veja a fi gura a seguir.
30
 Políticas Sociais e LeGislaÇões Voltadas À Pessoa Idosa no Brasil
 FIGURA 5 – DETERMINANTES DO ENVELHECIMENTO ATIVO
FONTE: <http://prattein.com.br/home/images/stories/Envelhecimento/
envelhecimento_ativo.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2020.
No envelhecimento ativo, a cultura e o gênero são considerados 
determinantes transversais, que são infl uenciados pela região e local em que 
se encontra a população idosa, pois o envelhecimento se apresenta objetiva e 
subjetivamente diferente conforme culturas e situações de gênero (FARIAS; 
SANTOS, 2012). 
Esses determinantes se aplicam à saúde das pessoas em todas as faixas 
etárias, mas afetam principalmente os idosos. Manter-se saudável na terceira 
idade é fundamental. 
Para complementar o assunto abordado, resolva as questões a seguir. Boa 
sorte!
 1 A diminuição das percepções sensoriais, que ocorre no processo 
de desenvolvimento, pode afetar as comunicações de pessoas 
idosas, e se for administrada de forma inadequada, pode 
levar ao isolamento do indivíduo. Com relação ao processo de 
comunicação com a pessoa idosa, analise as sentenças a seguir:
I. O declínio da audição é um processo de promoção da comunicação por 
parte de um parceiro, difi cultando sua comunicação com outras pessoas.
31
A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E O IDOSO NO BRASIL E NO MUNDO Capítulo 1 
II. Ao conversar com pessoas idosas, deve-se falar de forma clara e 
pausada, aumentar o tom de voz somente se for realmente necessário.
III. A perda da capacidade de escrever, falar, ler ou entender 
interfere no desempenho social do idoso sem comprometer sua 
identidade, autoestima e qualidade de vida.
IV. A comunicação não verbal tem por objetivo completar, substituir 
ou controlar a comunicação verbal, além de não deixar 
transparentes os sentimentos das pessoas.
V. O tipo de linguagem depende da observação de suas habilidades 
cognitivas e de orientação possível, considerando os défi cits 
sensoriais e o uso de medicações. 
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Apenas III e IV.
b) ( ) Apenas I, II e V.
c) ( ) Apenas II e IV.
d) ( ) Apenas I e IV.
e) ( ) I, II, III e V.
2 No fi nal da década de 1990, a Organização Mundial de Saúde 
utilizou o termo “envelhecimento ativo” em substituição à expressão 
“envelhecimento saudável”. Com isso, um objetivo da OMS é: 
FONTE: <https://estudaquepassa.com.br/concursos/
questoes?subjects=118&page=4>. Acesso em: 22 ago. 2020.
a) ( ) Incluir outros aspectos que afetam o envelhecimento, além 
dos cuidados com a saúde.
b) ( ) Aplicar o termo a partir de indivíduos que já envelheceram e 
se direcionar apenas a grupos populacionais.
c) ( ) Se dirigir a uma outra parcela que não estava contemplada no 
início dos anos 1990: os idosos, que ainda permanecem no 
poder decisivo e no controle sobre suas vidas.
d) ( ) Se dirigir a um grupo populacional específi co: os idosos, que 
podem almejar um idoso ativo.
e) ( ) Acompanhar com diretrizes da II Assembleia Mundial sobre 
Desenvolvimento, que estabeleceu mudanças na orientação 
de políticas sobre envelhecimento.
3 Com a perspectiva de ampliar o conceito de “envelhecimento 
saudável”, a Organização Mundial de Saúde propôs o conceito de 
“Envelhecimento Ativo”. Esse conceito propugna que os gestores 
governamentais, assim como a sociedade civil e as organizações 
32
 Políticas Sociais e LeGislaÇões Voltadas À Pessoa Idosa no Brasil
internacionais, devem implementar políticas e programas que melhorem 
a saúde, a participação e a segurança da pessoa idosa. Considerando 
o cidadão idoso não mais como passivo, mas como agente das ações 
a ele direcionadas, numa abordagem baseada em direitos, que valorize 
os aspectos da vida em comunidade, identifi cando o potencial para o 
bem-estar físico, social e mental ao longo do curso da vida. A partir do 
texto, assinale a alternativa INCORRETA:
FONTE: <https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/
questoes/14bf806b-86>. Acesso em: 22 ago. 2020.
a) ( ) Envelhecimento ativo pode ser entendido a partir de seus três 
componentes: menor probabilidade de doença, alta capacidade 
funcional física e mental e engajamento social ativo com a vida.
b) ( ) A abordagem do envelhecimento ativo baseia-se no reconhecimento 
dos direitos das pessoas idosas e nos princípios de independência, 
participação, dignidade, assistência e autorrealização determinados 
pela Organização das Nações Unidas.
c) ( ) A promoção não é considerada necessária quando se faz 60 
anos, já que as ações de prevenção, sejam elas primárias, 
secundárias ou terciárias, devem ser incorporadas à atenção 
à saúde, enquanto jovem.
d) ( ) As famílias e indivíduos devem se preparar para a velhice, 
esforçando-se para adotar uma postura de práticas saudáveis 
em todas as fases da vida.
e) ( ) É importante entender que as pessoas idosas constituem um 
grupo heterogêneo.
4 A promoção do envelhecimento ativo, isto é, envelhecer mantendo 
a capacidade funcional e a autonomia, é reconhecidamente a 
meta de toda ação de saúde. Para tanto, é preciso aproveitar 
todas as oportunidades para:
FONTE: <https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-
concurso/questao/638428>. Acesso em: 22 ago. 2020.
a) ( ) Realizar ações integradas de combate à violência doméstica 
e institucional contra mulheres e crianças.
b) ( ) Estimular a medicalização do idoso.
c) ( ) Facilitar a participação das pessoas idosas em equipamentos 
sociais, em que o idoso possa ser ouvido e apresentar suas 
demandas e prioridades.
33
A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E O IDOSO NO BRASIL E NO MUNDO Capítulo 1 
d) ( ) Realizar ações de prevenção de acidentes no trabalho.
e) ( ) Promover ações individuais de avaliação, diagnóstico e 
tratamento da saúde mental da pessoa idosa.
5 A gerontologia é o estudo científi co do envelhecimento. 
Atualmente, muitas patologias crônicas, comumente encontradas 
entre pessoas idosas, podem ser controladas, limitadas e, 
até mesmo, evitadas. Considerando que os profi ssionais de 
saúde devem estar capacitados e habilitados para atender 
às necessidades dos pacientes idosos, assinale a alternativa 
INCORRETA:
a) ( ) O envelhecimento ocorre de forma uniforme em todas as 
pessoas e independe dos fatores intrínsecos e extrínsecos.
b) ( ) É frequente o fato de que muitas pessoas idosas apresentem 
mais de uma doença subjacente, o que complica a avaliação 
pela equipe de saúde.
c) ( ) Diminuição da força muscular, efi ciência da tosse diminuída, 
fadiga e falta de ar são sinais e sintomas de alterações do 
sistema respiratório da pessoa idosa.
d) ( ) Os idosos tendem a precisar de mais tempo para adormecer, 
despertam com mais facilidade e frequência e passam menos 
tempo em sono profundo.
6 A principal causa de internação hospitalar de idosos no SUS, no 
Brasil, nos últimos cinco anos está relacionada às doenças do 
sistema:
a) ( ) Nervoso.
b) ( ) Digestivo.
c) ( ) Circulatório.
d) ( ) Respiratório.
A seguir, abordaremos os conceitos de promoção da saúde e prevenção de 
doenças. Vamos lá?!
A promoção da saúde é o processo que permite aos indivíduos controlar e 
melhorar a sua saúde. A prevenção de doenças abrange as medidas de prevenção 
e o tratamento de doenças, principalmente as mais comuns que atingem a 
população idosa, que são doenças não transmissíveis e as lesões. 
34
 Políticas Sociais e LeGislaÇões Voltadas À Pessoa Idosa no Brasil
A Política de Promoção da Saúde possui vários objetivos 
específi cos, diretrizes e ações específi cas para a promoção da 
saúde. Para maiores informaçõessobre esse assunto, acesse: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_
promocao_saude. 
Faça a leitura aprofundada do tema e associe com o que 
estudamos até agora.
Até aqui apresentamos alguns passos que servem de orientação 
para seus estudos. Nesse sentido, o desafi o que propomos a você 
é organizar o seu tempo durante uma semana. Para isso, elabore 
um quadro geral de horários de todas as suas atividades e sua 
duração: - Período de trabalho para cada um dos dias da semana. 
- Tempo dedicado ao lazer ou atividade esportiva. - Dia do encontro 
presencial. - Identifi car as horas de autoestudo para cada um dos dias 
da semana. - Estudo em grupo. - Separar um tempo para atividades 
Essa prevenção é dividida em três: a primária, que é voltada para os aspectos 
educativos individuais. São ações voltadas para remover causas e fatores de 
risco (ex.: abstenção do uso de tabaco); a secundária é a ação realizada para 
detectar um problema de saúde em estágio inicial (ex.: triagem para detecção 
precoce de doenças crônicas) e, por último, a prevenção terciária, que é a ação 
implementada para reduzir em um indivíduo ou população os prejuízos funcionais 
consequentes de um problema agudo ou crônico (ex.: tratamento clínico para 
prevenir complicações do diabetes). 
As estratégias utilizadas na prevenção das doenças geram economia em 
qualquer idade, por isso é de grande importância que sejam implementadas. 
Ações que geram bons resultados refl etem positivamente no processo de 
envelhecimento (BRASIL, 2005). 
No Brasil, em março de 2006, foi aprovada, através da Portaria nº 687, a 
Política de Promoção da Saúde. Essa política tem por objetivo a promoção da 
qualidade de vida e diminuir a vulnerabilidade e os riscos à saúde relacionados 
aos seus determinantes e condicionantes, como modo de viver, habitação, 
condições de trabalho e o acesso a bens e serviços essenciais (BRASIL, 2010).
35
A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E O IDOSO NO BRASIL E NO MUNDO Capítulo 1 
sociais (amizades, cinema, teatro etc.). - Tempo para a família e 
atividades religiosas (igreja, serviços comunitários etc.). Geralmente, 
essas últimas atividades se realizam nos fi ns de semana. - Outras 
atividades que você realiza.
O quadro a seguir é uma forma de organizar seu tempo e 
visualizar todos os seus compromissos. Ao estudar na modalidade 
a distância, é necessário organizar seu tempo para seus estudos, 
dessa forma, você continuará a fazer todas as atividades que 
realizava e conseguirá aproveitar o máximo possível de seu curso 
seguindo um planejamento. Com base nesse planejamento semanal, 
sugerimos que também tenha uma agenda pessoal para anotar as 
atividades, em ordem de prioridades, a serem realizadas nos dias 
seguintes ou no mês.
Horário Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado
7h
8h
9h
10h
11h
12h
13h
14h
15h
16h
17h
18h
19h
20h
21h
22h
23h
No próximo capítulo, intitulado “As dimensões sociopolíticas do 
envelhecimento”, abordaremos os temas: o plano de ação internacional para o 
envelhecimento e as políticas sociais brasileiras no campo do envelhecimento. 
Esses temas serão fundamentais para melhor compreensão do último capítulo do 
nosso livro!
36
 Políticas Sociais e LeGislaÇões Voltadas À Pessoa Idosa no Brasil
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Estudamos nesse capítulo alguns temas globais sobre o envelhecimento. 
Para o idoso envelhecer de forma ativa e saudável, são necessários alguns 
cuidados e medidas preventivas para a promoção da saúde e prevenção de 
doenças. 
A expectativa de vida tem aumentado cada vez mais com o passar dos 
anos no Brasil e no mundo, o que nos faz refl etir sobre a importância de medidas 
preventivas que possam auxiliar no cuidado aos idosos. Segundo dados do IBGE 
(2019), essa expectativa cresceu 30,8 anos desde 1940. 
O direito de envelhecer com qualidade e dignidade é o alicerce do sistema de 
proteção e segurança social, sendo rodeado de desafi os relativos às condições de 
sustentabilidade dos idosos. É importante assegurar os direitos dessa população 
na sociedade e reorganizar o sistema de saúde para atender ao aumento da 
demanda que surgirá nos próximos anos. 
A exclusão social esteve presente na realidade de muitos idosos durante a 
sua trajetória de vida, porém essa exclusão se acentua ainda mais na velhice. 
Muitos idosos passam por problemas sociais por falta de apoio e cuidado dos seus 
familiares. Como visto nesse capítulo, com o aumento dos idosos, cresce junto a 
necessidade de medidas fi nanceiras para investimento em diversos segmentos 
que atendem à população idosa. 
O processo de envelhecimento não deve ser considerado apenas pela ótica 
cronológica, mas também é necessário que seja visto através de outros aspectos 
relacionados ao caráter social da velhice. Alcançar a terceira idade constitui uma 
das maiores conquistas da atualidade. Poder chegar a uma idade avançada sem 
comorbidades de forma ativa e saudável é um grande desafi o a ser enfrentado 
por todos.
Com o processo do envelhecimento, diversas alterações fi siológicas ocorrem. 
Um dos maiores desafi os da geriatria e da gerontologia é contribuir, mesmo 
apesar das alterações progressivas e limitações, para que os idosos possam 
descobrir as possibilidades de viver a sua vida com qualidade, livre de limitações 
e enfermidades.
O Estado deve promover ações voltadas à população em geral para a 
promoção e prevenção de doenças. Um idoso que acessa com menos frequência 
um serviço público de saúde é refl exo de ações preventivas efi cazes realizadas 
durante toda a sua vida. Em todo o mundo há a necessidade de medidas que 
37
A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E O IDOSO NO BRASIL E NO MUNDO Capítulo 1 
visam auxiliar os idosos a se manterem mais saudáveis e ativos o máximo de 
tempo possível. 
No Capítulo 2, “As dimensões sociopolíticas do envelhecimento”, 
estudaremos o plano de ação internacional sobre o envelhecimento. Tema de 
grande importância para a compreensão das medidas sobre o envelhecimento e o 
desenvolvimento populacional.
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 Políticas Sociais e LeGislaÇões Voltadas À Pessoa Idosa no Brasil
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VALER, D. B. et al. O signifi cado de envelhecimento saudável para pessoas 
idosas vinculadas a grupos educativos. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de 
Janeiro, v. 18, n. 4, p. 809-819, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/
rbgg/v18n4/pt_1809-9823-rbgg-18-04-00809.pdf. Acesso em: 12 jul. 2020.
40
 Políticas Sociais e LeGislaÇões Voltadas À Pessoa Idosa no Brasil
CAPÍTULO 2
AS DIMENSÕES SOCIOPOLÍTICAS DO 
ENVELHECIMENTO
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 Conhecer a construção das políticas públicas para o idoso no Brasil.
 Ser capaz de analisar serviços e programas gerontogeriátricos, analisando a 
efetividade e a viabilidade em termos de acesso da população idosa.
42
 Políticas Sociais e LeGislaÇões Voltadas À Pessoa Idosa no Brasil
43
AS DIMENSÕES SOCIOPOLÍTICAS DO ENVELHECIMENTO Capítulo 2 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Seja bem-vindo ao Capítulo 2 da disciplina! Neste capítulo estudaremos as 
dimensões sociopolíticas do envelhecimento. 
Veremos alguns assuntos sobre as políticas públicas para o idoso no Brasil. 
Existem diversas políticas que tratam a proteção dos idosos e o incentivo de sua 
autonomia, as quais serão aprofundadas no Capítulo 3.
A projeção do número de idosos para as próximas décadas é alta e, portanto, 
haverá uma maior demanda em setores, como o da saúde, previdência social 
e assistência social. Os profi ssionais que atuam nessas áreas deverão estar 
preparados para a prestação de cuidados e atendimento qualifi cado a esta parcela 
da população.
Também serão apresentados os princípios da Organização das Nações 
Unidas (ONU) em prol da população idosa. Ter acesso à alimentação, à água, 
à moradia, a vestuário, à saúde, ao apoio familiar e comunitário são alguns dos 
assuntos que serão aprofundados mais adiante.
Caro acadêmico, você já ouviu falar no Plano de Ação Internacional para o 
Envelhecimento? Este plano sintetiza o resultado da II Assembleia Mundial do 
Envelhecimento, promovida pela ONU, em 2002, na cidade de Madrid, Espanha. 
O Plano apresenta orientações aos governos sobre a implementação de políticas 
de proteção dos idosos e será o primeiro assunto abordado neste capítulo.
Desejamos a você uma boa leitura! Realize as atividades propostas no 
decorrer do capítulo para a fi xação do conteúdo.
Bons estudos!
2 O PLANO DE AÇÃO 
INTERNACIONAL PARA O 
ENVELHECIMENTO
O envelhecimento populacional é considerado uma grande tendência para o 
século XXI. Proporciona implicações importantes e de longo alcance para todos 
os níveis da sociedade. Calcula-se que no mundo, a cada segundo, duas pessoas 
completam 60 anos. Além disso, uma a cada nove pessoas possui 60 anos ou 
44
 Políticas Sociais e LeGislaÇões Voltadas À Pessoa Idosa no Brasil
mais de idade e estima-se um aumento de um para cada cinco pessoas em 2050. 
Desta forma, o envelhecimento mundial é um fenômeno que não poderá mais ser 
ignorado (UNFPA, 2012).
Com o objetivo de proteção aos idosos, a Organização das Nações 
Unidas (ONU) elaborou a Resolução nº 33/52, de 14 de dezembro 1978, na 
qual resolveram que em 1982 seria realizada a Assembleia Mundial sobre o 
Envelhecimento. Com isso, na cidade de Viena, na Áustria, ocorreu, entre os dias 
26 de julho e 6 agosto de 1982, a Assembleia Mundial sobre o envelhecimento, 
que resultou na criação do Plano Internacional de Ação de Viena sobre o 
Envelhecimento (NASCIMENTO, 2014).
Esse plano foi baseado em documentos fundamentais para a sua elaboração, 
tais como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Recomendação 162 
da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre Trabalhadores Idosos 
e a Convenção 128 da Organização Internacional do Trabalho sobre Invalidez. 
Podemos observar que seu principal objetivo foi a preocupação com o crescimento 
e o envelhecimento da população (NASCIMENTO, 2014).
Entre os objetivos esboçados em 1982 pela Declaração de 
Viena, estão:
a) Para mais compreensão nacional e internacional das implicações 
econômicas, sociais e culturais para os processos de desenvolvimento 
do envelhecimento da população.
b) Promover a compreensão nacional e internacional das questões 
humanitárias e de desenvolvimento relacionadas ao envelhecimento.
c) Propor e estimular políticas e programas orientados para a ação com vista 
a garantir a segurança econômica e social para os idosos, bem como 
proporcionar oportunidades para que possam contribuir e compartilhar 
os benefícios de desenvolvimento.
d) Apresentar alternativas e opções políticas consistentes com os valores e 
objetivos nacionais e com princípios internacionalmente reconhecidos no que 
diz respeito ao envelhecimento da população e às necessidades dos idosos.
e) Incentivar o desenvolvimento da educação, formação e pesquisa para 
responder ao envelhecimento da população mundial e promover um 
intercâmbio internacional de habilidades e conhecimentos nesta área.
FONTE: <http://www.editoramagister.com/doutrina_27075299_O_
IDOSO_NO_SISTEMA_INTERNACIONAL_DE_PROTECAO_AOS_
DIREITOS_HUMANOS.aspx>. Acesso em: 1º out. 2020.
45
AS DIMENSÕES SOCIOPOLÍTICAS DO ENVELHECIMENTO Capítulo 2 
O Plano de Ação Internacional sobre o Envelhecimento, aprovado 
na I Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento, celebrada em 
Viena, orientou o pensamento e a ação sobre o envelhecimento 
durante os últimos 20 anos, na formulação de iniciativas e 
políticas de importância crucial. As questões relacionadas com 
os direitos humanos dos idosos foram absorvidas na formulação, 
em 1991, dos Princípios das Nações Unidas em favor dos 
idosos, nos quais se proporcionava orientação nas esferas da 
independência, da participação, dos cuidados, da realização 
pessoal e da dignidade (BRASIL, 2003).
A conferência realizada em Vienaapontou o cenário onde foi construída a 
nova tendência demográfi ca, indicando não somente a importância da combinação 
de diversos fatores como: diminuição das taxas de mortalidade infantil e 
natalidade, saúde básica e controle das doenças infecciosas, mas também mudou 
o paradoxo de que o grande desafi o do envelhecimento era notado apenas nos 
países considerados desenvolvidos. Em 1975 a maioria dos cidadãos com idade 
superior a 60 anos viviam em países em desenvolvimento. Defi niu-se então 
que, por mais que o fenômeno do envelhecimento seja global, cada país deve 
reconhecer sua tendência demográfi ca para se estruturar conforme o crescimento 
de sua população (SILVA, 2007).
Os participantes dessa Assembleia reafi rmaram que suas crenças sobre 
os direitos fundamentais consagrados na Declaração Universal dos Direitos 
Humanos são aplicáveis aos idosos, reconhecendo que a qualidade de vida é 
tão importante quanto a longevidade e que, em virtude disso, as pessoas idosas 
precisam aproveitar com suas famílias uma vida plena e saudável como membros 
em uma sociedade (NOTARI; FRAGOSO, 2011).
O Plano de Viena registrou que os custos em programas relacionados aos 
jovens são melhores aceitos por serem considerados investimentos para o futuro, 
em contrapartida, os valores destinados à população idosa são considerados 
como gastos (e não investimento) (SILVA, 2007). Conforme a Portaria nº 2.528, os 
mecanismos e os fl uxos de fi nanciamento devem ter por base as programações 
ascendentes de estratégias que possibilitem a valorização do cuidado humanizado 
ao indivíduo idoso. Os itens prioritários estipulados são: provimento de insumos, 
medicações, recursos para adequar e melhorar os serviços do SUS aos idosos 
e implementação de procedimentos ambulatoriais para a avaliação do idoso 
(BRASIL, 2006). Segundo Silva (2007, p. 34), “o etarismo, portanto, é ofi cializado 
ano a ano na feitura dos orçamentos governamentais”.
Diante disso, o Plano indicava sete áreas prioritárias para o envelhecimento: 
1. Saúde e nutrição; 2. Proteção a consumidores idosos; 3. Habitação e ambiente; 
4. Família; 5. Bem-estar social; 6. Segurança e emprego; 7. Educação; e foi um 
46
 Políticas Sociais e LeGislaÇões Voltadas À Pessoa Idosa no Brasil
grande representante do marco para a construção da consciência universal de 
atenção ao idoso, incentivando mais tarde a adoção de uma Carta de Princípios 
da ONU (1991) para as pessoas idosas, a consagração de um Ano Internacional 
do Idoso (1999) e o Segundo Plano de Ação, de Madri, para o Envelhecimento 
(2002) (SILVA, 2007). Estes temas veremos logo a seguir!
Após 20 anos da Assembleia em Viena, um novo plano de ação é instituído, 
com características particulares, dividindo-se em três direções: o idoso e o 
desenvolvimento; avanços na saúde e no bem-estar do idoso; criação de ambiente 
de apoio e integração e 117 recomendações (SILVA, 2007).
O Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento sintetiza o resultado 
da II Assembleia Mundial do Envelhecimento, promovida pela ONU, em 2002, na 
cidade de Madri, Espanha. O documento apresenta algumas orientações para 
a implementação de políticas públicas e ações voltadas ao envelhecimento da 
população.
Esse Plano de Ação Internacional exige mudanças nas políticas que 
tratam o envelhecimento. Vários idosos envelhecem com segurança, dignidade 
e conseguem participar como cidadãos, exercendo seus direitos dentro da 
sociedade. O Plano consiste na garantia ao envelhecimento de forma segura 
e digna para a população idosa. Além disso, oferece ferramentas práticas que 
auxiliam os responsáveis na elaboração de políticas que visam às prioridades 
básicas associadas com o envelhecimento humano, reconhecendo que, para 
possuir uma velhice saudável, são necessárias práticas de promoção à saúde 
logo nas etapas iniciais da vida (BRASIL, 2003). 
No Plano, levam-se em conta as diversas etapas do desenvolvimento 
e as transições que estão tendo lugar em diversas regiões, assim como a 
interdependência de todos os países na presente época de globalização.
O conceito de uma sociedade para todas as idades, formulado 
como tema do Ano Internacional do Idoso, celebrado em 1999, 
tinha quatro dimensões: desenvolvimento individual durante 
toda a vida; relações entre várias gerações; relação mútua 
entre envelhecimento da população e desenvolvimento; e 
a situação dos idosos. O Ano Internacional contribuiu para a 
promoção da consciência desses problemas, assim como 
para a pesquisa e ação em matéria de políticas, em todo o 
mundo, composta dos esforços por incorporar as questões 
relacionadas com o envelhecimento às atividades de todos os 
setores e promover oportunidades relativas a todas as fases da 
vida (BRASIL, 2003).
47
AS DIMENSÕES SOCIOPOLÍTICAS DO ENVELHECIMENTO Capítulo 2 
No marco desse Plano de Ação, houve a adoção de medidas em todos 
os níveis, nacional e internacional, em três direções prioritárias: idosos e 
desenvolvimento, promoção da saúde e bem-estar na velhice e, ainda, criação de 
um ambiente propício e favorável ao envelhecimento (BRASIL, 2003).
O relatório Envelhecimento no século XXI: celebração e desafi o trouxe 
uma análise da situação atual dos idosos e a evolução das políticas e ações 
adotadas pelos governos e os interessados na implementação do Plano de Ação 
Internacional para o Envelhecimento. Esse Plano, aprovado na II Assembleia 
Mundial do Envelhecimento, realizada em Madri, tem por objetivo estar à frente 
dos desafi os da população idosa no mundo. O relatório apresenta diversos 
programas inovadores, que tratam as questões do envelhecimento e os interesses 
da população idosa, e fornece recomendações e melhorias que asseguram uma 
sociedade voltada para todas as faixas etárias, para que jovens e idosos possam 
contribuir na sociedade (UNFPA, 2012).
Esse Relatório obteve a colaboração de 20 agências das Nações Unidades 
e outras organizações internacionais que trabalham em pesquisas sobre o 
envelhecimento populacional, e demonstrou o grande progresso alcançado por 
vários países através da adoção de novas políticas sobre o envelhecimento, 
porém, além desse avanço, ainda há muito o que se fazer para que o Plano de 
Madri seja implementado e para que ocorra um melhor envelhecimento no mundo 
(UNFPA, 2012). 
Em todo o Plano de Ação Internacional sobre o Envelhecimento 
(2002), são defi nidos vários temas centrais vinculados a essas 
metas, objetivos e compromissos, entre eles:
a) Plena realização de todos os direitos humanos e liberdades 
fundamentais de todos os idosos.
b) Envelhecimento em condições de segurança, o que implica 
reafi rmar o objetivo da eliminação da pobreza na velhice com 
base nos Princípios das Nações Unidas em favor dos idosos.
c) Capacitação de idosos para que participem plena e efi cazmente 
na vida econômica, política e social de suas sociedades, inclusive 
com trabalho remunerado ou voluntário.
d) As oportunidades de desenvolvimento, realização pessoal 
e bem-estar do indivíduo em todo curso de sua vida, inclusive 
numa idade avançada, por exemplo, mediante a possibilidade 
de acesso à aprendizagem durante toda a vida e a participação 
48
 Políticas Sociais e LeGislaÇões Voltadas À Pessoa Idosa no Brasil
na comunidade, ao tempo que se reconhece que os idosos não 
constituem um grupo homogêneo.
e) Garantia dos direitos econômicos, sociais e culturais dos idosos, 
assim como de seus direitos civis e políticos, e a eliminação de 
todas as formas de violência e discriminação contra idosos.
f) Compromisso de reafi rmar a igualdade dos sexos para as 
pessoas idosas, entre outras coisas, mediante a eliminação da 
discriminação por motivos de sexo. 
g) Reconhecimento da importância decisiva que têm as famílias para 
o desenvolvimento social e a interdependência, a solidariedade e 
a reciprocidade entre as gerações. 
h) Assistência à saúde, apoio e proteção social dos idosos, inclusive 
os cuidados com a saúde preventiva

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