Buscar

Ebook-Engenharia-Sanitaria-e-Ambiental

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 258 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 258 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 258 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Engenharia Sanitária e Ambiental
Atena Editora 
2019
Helenton Carlos Da Silva
(Organizador)
 
 
 
2019 by Atena Editora 
Copyright © Atena Editora 
Copyright do Texto © 2019 Os Autores 
Copyright da Edição © 2019 Atena Editora 
Editora Executiva: Profª Drª Antonella Carvalho de Oliveira 
Diagramação: Karine de Lima 
Edição de Arte: Lorena Prestes 
Revisão: Os Autores 
 
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade 
exclusiva dos autores. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos 
créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins 
comerciais. 
 
Conselho Editorial 
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas 
Prof. Dr. Álvaro Augusto de Borba Barreto – Universidade Federal de Pelotas 
Prof. Dr. Antonio Carlos Frasson – Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
Prof. Dr. Antonio Isidro-Filho – Universidade de Brasília 
Prof. Dr. Constantino Ribeiro de Oliveira Junior – Universidade Estadual de Ponta Grossa 
Profª Drª Cristina Gaio – Universidade de Lisboa 
Prof. Dr. Deyvison de Lima Oliveira – Universidade Federal de Rondônia 
Prof. Dr. Gilmei Fleck – Universidade Estadual do Oeste do Paraná 
Profª Drª Ivone Goulart Lopes – Istituto Internazionele delle Figlie de Maria Ausiliatrice 
Prof. Dr. Julio Candido de Meirelles Junior – Universidade Federal Fluminense 
Profª Drª Lina Maria Gonçalves – Universidade Federal do Tocantins 
Profª Drª Natiéli Piovesan – Instituto Federal do Rio Grande do Norte 
Profª Drª Paola Andressa Scortegagna – Universidade Estadual de Ponta Grossa 
Prof. Dr. Urandi João Rodrigues Junior – Universidade Federal do Oeste do Pará 
Profª Drª Vanessa Bordin Viera – Universidade Federal de Campina Grande 
Prof. Dr. Willian Douglas Guilherme – Universidade Federal do Tocantins 
 
Ciências Agrárias e Multidisciplinar 
Prof. Dr. Alan Mario Zuffo – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 
Prof. Dr. Alexandre Igor Azevedo Pereira – Instituto Federal Goiano 
Profª Drª Daiane Garabeli Trojan – Universidade Norte do Paraná 
Prof. Dr. Darllan Collins da Cunha e Silva – Universidade Estadual Paulista 
Prof. Dr. Fábio Steiner – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul 
Profª Drª Girlene Santos de Souza – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia 
Prof. Dr. Jorge González Aguilera – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 
Prof. Dr. Ronilson Freitas de Souza – Universidade do Estado do Pará 
Prof. Dr. Valdemar Antonio Paffaro Junior – Universidade Federal de Alfenas 
 
Ciências Biológicas e da Saúde 
Prof. Dr. Benedito Rodrigues da Silva Neto – Universidade Federal de Goiás 
Prof.ª Dr.ª Elane Schwinden Prudêncio – Universidade Federal de Santa Catarina 
Prof. Dr. Gianfábio Pimentel Franco – Universidade Federal de Santa Maria 
Prof. Dr. José Max Barbosa de Oliveira Junior – Universidade Federal do Oeste do Pará 
 
 
 
Profª Drª Natiéli Piovesan – Instituto Federal do Rio Grande do Norte 
Profª Drª Raissa Rachel Salustriano da Silva Matos – Universidade Federal do Maranhão 
Profª Drª Vanessa Lima Gonçalves – Universidade Estadual de Ponta Grossa 
Profª Drª Vanessa Bordin Viera – Universidade Federal de Campina Grande 
 
Ciências Exatas e da Terra e Engenharias 
Prof. Dr. Adélio Alcino Sampaio Castro Machado – Universidade do Porto 
Prof. Dr. Eloi Rufato Junior – Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
Prof. Dr. Fabrício Menezes Ramos – Instituto Federal do Pará 
Profª Drª Natiéli Piovesan – Instituto Federal do Rio Grande do Norte 
Prof. Dr. Takeshy Tachizawa – Faculdade de Campo Limpo Paulista 
 
Conselho Técnico Científico 
Prof. Msc. Abrãao Carvalho Nogueira – Universidade Federal do Espírito Santo 
Prof. Dr. Adaylson Wagner Sousa de Vasconcelos – Ordem dos Advogados do Brasil/Seccional Paraíba 
Prof. Msc. André Flávio Gonçalves Silva – Universidade Federal do Maranhão 
Prof.ª Drª Andreza Lopes – Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Acadêmico 
Prof. Msc. Carlos Antônio dos Santos – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 
Prof. Msc. Daniel da Silva Miranda – Universidade Federal do Pará 
Prof. Msc. Eliel Constantino da Silva – Universidade Estadual Paulista 
Prof.ª Msc. Jaqueline Oliveira Rezende – Universidade Federal de Uberlândia 
Prof. Msc. Leonardo Tullio – Universidade Estadual de Ponta Grossa 
Prof.ª Msc. Renata Luciane Polsaque Young Blood – UniSecal 
Prof. Dr. Welleson Feitosa Gazel – Universidade Paulista 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
(eDOC BRASIL, Belo Horizonte/MG) 
 
E57 Engenharia sanitária e ambiental [recurso eletrônico] / Organizador 
Helenton Carlos da Silva. – Ponta Grossa, PR: Atena Editora, 
2019. 
 
 Formato: PDF 
Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader 
Modo de acesso: World Wide Web 
Inclui bibliografia 
ISBN 978-85-7247-500-6 
DOI 10.22533/at.ed.006192407 
 
 1. Engenharia sanitária. 2. Engenharia ambiental. 3. Meio 
ambiente. 4. Saneamento. I. Silva, Helenton Carlos da. 
CDD 363.7 
 
Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422 
 
 
 
 
Atena Editora 
Ponta Grossa – Paraná - Brasil 
www.atenaeditora.com.br 
contato@atenaeditora.com.br 
APRESENTAÇÃO
A obra “Engenharia Sanitária e Ambiental” publicada pela Atena Editora 
apresenta, em seus 22 capítulos, discussões de diversas abordagens acerca do 
saneamento ambiental.
Resíduos Sólidos são produtos de qualquer atividade humana, seja ela de 
pequeno ou grande porte. Estes podem se tornar uma problemática quando, dentro 
de um contexto operacional, a sua gestão não é correspondida de maneira absoluta, 
na qual venha garantir o controle do seu volume de geração. 
Desta forma, faz-se uma importante ferramenta de estudo, uma vez que invoca 
a necessidade de investigação que levem a resultados que garantam a aplicação de 
novas técnicas que minimizem ou abortem as problemáticas dos resíduos sólidos 
gerados que afetam a tríplice ambiental, social e econômica.
Os resíduos sólidos, por sua vez, se não manejados, segregados e destinados 
corretamente, podem contribuir com a poluição do solo e da água.
As estratégias de gestão de resíduos sólidos direcionam para a minimização 
da produção de resíduos; o emprego de sistemas de reaproveitamento, reciclagem 
e tratamento para os resíduos gerados, e a disposição final em aterros sanitários.
Dentro deste contexto, as atividades de educação ambiental, visando à 
conscientização da população para a minimização da geração de resíduos, e os 
processos de reciclagem surgem, dentro de um sistema integrado de gestão de 
resíduos, como importantes etapas, por constituírem processos pautados em 
princípios ecológicos de preservação ambiental e participação social.
Neste sentido, este livro é dedicado aos trabalhos relacionados ao saneamento 
ambiental, compreendendo a gestão de resíduos sólidos, ao tratamento de efluentes 
e a gestão hídrica, além do sensoriamento remoto ambiental. A importância dos 
estudos dessa vertente é notada no cerne da produção do conhecimento, tendo 
em vista o volume de artigos publicados. Nota-se também uma preocupação dos 
profissionais de áreas afins em contribuir para o desenvolvimento e disseminação 
do conhecimento.
Os organizadores da Atena Editora agradecem especialmente os autores dos 
diversos capítulos apresentados, parabenizam a dedicação e esforço de cada um, 
os quais viabilizaram a construção dessa obra no viés da temática apresentada.
Por fim, desejamos que esta obra, fruto do esforço de muitos, seja seminal para 
todos que vierem a utilizá-la.
Helenton Carlos da Silva
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 ................................................................................................................ 1
RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ENCONTRADOS NA REDE DE DRENAGEM DA ÁREA CENTRAL 
DO MUNÍCIPIO DE CONCÓRDIA EM SANTA CATARINA 
Julio Cesar Rech 
Ana Paula Gasperin
Susane Deparis 
Mariana Pereira
Luana Aparecida Paganini
Ediana Dianei de Oliveira
Patrique Savi
Aline Schuk Rech
DOI 10.22533/at.ed.0061924071
CAPÍTULO2 .............................................................................................................. 15
AVALIAÇÃO DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E LÍQUIDOS DE UM LATICÍNIO DO NORTE DO 
PARANÁ
Ana Paula Jambers Scandelai
Danielly Cruz Campos Martins
Luiz Roberto Taboni Junior
Murilo Keith Umada
Fernanda de Oliveira Tavares
Cristhiane Michiko Passos Okawa
DOI 10.22533/at.ed.0061924072
CAPÍTULO 3 .............................................................................................................. 27
DEPOSIÇÃO DE RESÍDUOS DE ROCHAS ORNAMENTAIS EM ÁREA URBANO-INDUSTRIAL E 
ALTERAÇÕES NA QUALIDADE DA ÁGUA
Mirna A. Neves
Eduardo B. Duarte
Valerio Raymundo
Fabricia B. Oliveira
DOI 10.22533/at.ed.0061924073
CAPÍTULO 4 .............................................................................................................. 37
PROBLEMÁTICA DA GERAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO
Lara Rita Albuquerque Câmara
Darlann Weskley Sousa Silva, 
Marília da Cruz dos Santos
Joicy Araujo Soares
George Vinicius Oliveira Gonçalves
DOI 10.22533/at.ed.0061924074
CAPÍTULO 5 .............................................................................................................. 52
IMPLEMENTAÇÃO DA COLETA SELETIVA DE PAPEL NO CAMPUS UFSCAR LAGOA DO SINO 
Anne Alessandra Cardoso Neves
Ubaldo Martins das Neves
Isabella Christina Athayde Sfair
DOI 10.22533/at.ed.0061924075
SUMÁRIO
CAPÍTULO 6 .............................................................................................................. 60
MODELAGEM FUZZY COMO FERRAMENTA DE APOIO À DECISÃO NO GERENCIAMENTO DE 
RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO AMAZONAS
Benone Otávio Souza de Oliveira
Ediléa Cristina Barros Michel
José Arnaldo Frutuoso Roveda
Sandra Regina Monteiro Masalskiene Roveda
DOI 10.22533/at.ed.0061924076
CAPÍTULO 7 .............................................................................................................. 71
MODELAGEM DE TAXAS DE EROSÃO DE ESTRADA NÃO PAVIMENTADA DA REGIÃO 
METROPOLITANA DE FORTALEZA-CE
Mayara da Silva Lima
Teresa Raquel Lima Farias
Waleska Martins Eloi
Mariano da Franca Alencar Neto
Francisco das Chagas Soares
DOI 10.22533/at.ed.0061924077
CAPÍTULO 8 .............................................................................................................. 85
ABORDAGEM COMPARATIVA DE DRAGAS MECÂNICAS E HIDRÁULICAS PARA REMOÇÃO DE 
DIFERENTES TIPOS DE SEDIMENTOS EM ÁREAS PORTUÁRIAS 
Marcio Pagano Aragona
Celso Elias Corradi
DOI 10.22533/at.ed.0061924078
CAPÍTULO 9 .............................................................................................................. 93
ESTUDO GEOQUÍMICO DE ÁGUAS E SEDIMENTOS PROVENIENTES DE PROCESSOS DE LAVRA 
DE CALCÁRIO 
Anelise Marlene Schmidt
Cristiane Heredia Gomes
Joseane Kolzer Schroeder
Guilherme Pacheco Casa Nova
Bruno Acosta Flores
DOI 10.22533/at.ed.0061924079
CAPÍTULO 10 .......................................................................................................... 101
AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO DO SANEAMENTO COM BASE NO EMPREGO DE INDICADORES: 
ESTUDO DE CASO EM MUNICÍPIOS DA REGIÃO HIDROGRÁFICA III – MÉDIO PARAÍBA DO SUL
Marcelo Obraczka 
Carine Ferreira Marques 
Sofya de Oliveira Machado Pinto 
Alfredo Akira Ohnuma Jr 
Kelly de Oliveira
Bruno Cabral Muricy 
DOI 10.22533/at.ed.00619240710
SUMÁRIO
CAPÍTULO 11 .......................................................................................................... 115
GESTÃO PARTICIPATIVA COMO ELEMENTO NORTEADOR NA ELABORAÇÃO DE TERMOS DE 
REFERÊNCIA PARA PROJETOS HIDROAMBIENTAIS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DAS 
VELHAS
Thais Cristina Pereira da Silva
Fabiana de Cerqueira Martins
Lívia Cristina da Silva Lobato
Raissa Vitareli Assunção Dias 
DOI 10.22533/at.ed.00619240711
CAPÍTULO 12 .......................................................................................................... 126
INDICADORES DE GESTÃO HÍDRICA PARA A REGIÃO HIDROGRÁFICA GUANDU (RH II), RJ
Amparo de Jesus Barros Damasceno Cavalcante 
DOI 10.22533/at.ed.00619240712
CAPÍTULO 13 .......................................................................................................... 140
SANEAMENTO, MOBILIZAÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA 
NA COMUNIDADE RURAL DE MOCAMBO (SEABRA-BA)
Renavan Andrade Sobrinho
Gabriela Marques de Oliveira Vieira
Gislene Esquivel de Siqueira
Ravine Trindade Galliza
Luana Karina dos Santos Pereira
DOI 10.22533/at.ed.00619240713
CAPÍTULO 14 .......................................................................................................... 151
AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO COMPOSTO RESIDUAL DA PRODUÇÃO DE FUNGO PLEUROTUS 
OSTREATUS NA REMOÇÃO DE CORANTES EM EFLUENTES TÊXTEIS
André Aguiar Battistelli
Luigi Luckner Bogoni
Rodrigo Felipe Bedim Godoy
Maria Eliza Nagel Hassemer
Flávio Rubens Lapolli
DOI 10.22533/at.ed.00619240714
CAPÍTULO 15 .......................................................................................................... 164
ANÁLISE DO USO DE FÔRMAS GEOTÊXTEIS PARA A CONTENÇÃO DA EROSÃO NA MARGEM 
DO RIO MADEIRA
Emanuele Correia Barros
Suelen Ferreira de Souza
Ana Cristina Santos Strava Correa
DOI 10.22533/at.ed.00619240715
CAPÍTULO 16 .......................................................................................................... 173
AVALIAÇÃO DE DEGRADAÇÃO E FITOSSANIDADE DE PASTAGENS USANDO SÉRIES 
TEMPORAIS DE IMAGENS DE SATÉLITE
Marcos Cicarini Hott
Ricardo Guimarães Andrade
Walter Coelho Pereira de Magalhães Junior
DOI 10.22533/at.ed.00619240716
SUMÁRIO
CAPÍTULO 17 .......................................................................................................... 183
COMPOSTAGEM DE LODO DE ETA
Regina Teresa Rosim Monteiro
Elaine Contiero Ribeiro
Gabriel Teodoro Batista
Patrick Oliveira Nunes da Silva
Cassia Conrado Souto
DOI 10.22533/at.ed.00619240717
CAPÍTULO 18 .......................................................................................................... 192
EFEITOS DA DISPOSIÇÃO DE LODO DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA (ETA) SOBRE 
ÁGUAS SUPERFICIAIS: UMA ABORDAGEM TEÓRICA
Luiz Roberto Taboni Junior
Ana Paula Jambers Scandelai
Bruna Schmitt Schuster
Aline Naiara Zito
Hugo Gabriel Fernandes Viotto
DOI 10.22533/at.ed.00619240718
CAPÍTULO 19 .......................................................................................................... 202
LEVANTAMENTO DE MATERIAIS COMPATÍVEIS PARA APLICAÇÃO EM ACESSÓRIOS DE UM 
BIODIGESTOR
Matheus Von Biveniczko Tomio
Vanessa Aparecida de Sá Machado
Ana Carolina Tedeschi Gomes Abrantes
DOI 10.22533/at.ed.00619240719
CAPÍTULO 20 .......................................................................................................... 213
AVALIAÇÃO DO BIOGÁS PRODUZIDO EM REATORES UASB EM ETE
Carolina Bayer Gomes Cabral
Christoph Julius Platzer 
Carlos Augusto de Lemos Chernicharo
Paulo Belli Filho
Heike Hoffmann 
DOI 10.22533/at.ed.00619240720
CAPÍTULO 21 .......................................................................................................... 225
USO DE VEÍCULO AÉREO NÃO TRIPULADO (VANT) NO MONITORAMENTO DOS ESTÁDIOS DE 
DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DO MILHO
Ricardo Guimarães Andrade
Marcos Cicarini Hott
Walter Coelho Pereira de Magalhães Junior
Pérsio Sandir D’Oliveira
Jackson Silva e Oliveira
DOI 10.22533/at.ed.00619240721
SUMÁRIO
CAPÍTULO 22 .......................................................................................................... 235
USO DE VEÍCULO AÉREO NÃO TRIPULADO (VANT) PARA ESTIMATIVA DE VIGOR E DE 
CORRELAÇÕES AGRONÔMICAS EM GENÓTIPOS DE CAPIM CYNODON
Marcos Cicarini Hott
Ricardo Guimarães Andrade
Walter Coelho Pereira de Magalhães Junior
Flávio Rodrigo Gandolfi Benites
DOI 10.22533/at.ed.00619240722
SOBRE O ORGANIZADOR ..................................................................................... 245
ÍNDICE REMISSIVO ................................................................................................ 246SUMÁRIO
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 1 1
CAPÍTULO 1
RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ENCONTRADOS NA 
REDE DE DRENAGEM DA ÁREA CENTRAL DO MUNÍCIPIO 
DE CONCÓRDIA EM SANTA CATARINA 
Julio Cesar Rech 
Universidade do Contestado, curso de Engenharia 
Civil
Concórdia – Santa Catarina
Ana Paula Gasperin
Universidade do Contestado, curso de Engenharia 
Civil
Concórdia – Santa Catarina
Susane Deparis 
Universidade do Contestado, curso de Engenharia 
Civil
Concórdia – Santa Catarina
Mariana Pereira
Universidade do Contestado, curso de Engenharia 
Ambiental e Sanitária
Concórdia – Santa Catarina
Luana Aparecida Paganini
Universidade do Contestado, curso de Engenharia 
Ambiental e Sanitária
Concórdia – Santa Catarina
Ediana Dianei de Oliveira
Universidade do Contestado, curso de Engenharia 
Ambiental e Sanitária
Concórdia – Santa Catarina
Patrique Savi
Universidade do Contestado, curso de Engenharia 
Ambiental e Sanitária
Concórdia – Santa Catarina
Aline Schuk Rech
Universidade do Contestado, curso de Engenharia 
Ambiental e Sanitária
Concórdia – Santa Catarina
RESUMO: Algumas cidades brasileiras se 
desenvolveram próximo ou muito próximo 
de cursos hídricos, desta forma, em períodos 
de intensa precipitação ocorrem problemas 
de alagamentos e enchentes. As redes de 
drenagem existentes, muitas vezes não 
são projetadas adequadamente, sendo 
subdimensionadas e também se tornam 
pontos de acúmulo de resíduos urbanos 
descartados inadequadamente. Muitas 
dessas características estão presentes na 
área de estudo desta pesquisa. O município 
de Concórdia se desenvolveu nas margens 
de rios e córregos, com planejamento urbano 
desordenado e possui topografia irregular, 
resultando em constantes casos de alagamentos 
e enchentes. Algumas medidas podem ser 
adotadas para minimização desses impactos 
e garantir que as redes de drenagem operem 
em sua capacidade efetiva. Essas medidas 
sugeridas envolvem o impedimento da entrada 
dos resíduos nas estruturas de drenagem. 
Partindo deste contexto, o objetivo desse artigo 
é identificar os resíduos sólidos carreados 
pelo escoamento pluvial para o sistema de 
drenagem no município. Para isso, foram 
instalados filtros de malha de aço maleável em 
três bocas de lobo na região central. A escolha 
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 1 2
das bocas de lobo é em virtude do local ter incidência de inundações e o filtro é devido 
a falta de padronização no tamanho das bocas de lobo. Após determinado tempo de 
permanência dos filtros nas estruturas pode-se identificar a presença predominante 
de matéria orgânica (folhas e solos) resultante da ineficiência dos serviços de poda e 
varrição no local. Esse material obstrutivo precisa ser removido com frequência das 
tubulações, assim garante a funcionalidade da estrutura. Há necessidade também de 
aplicar um conjunto de medidas envolvendo a educação ambiental, cronograma anual 
de manutenção e cuidados com a execução de determinados serviços, a exemplo da 
varrição e podas com o recolhimento imediato dos resíduos. Os resíduos encontrados 
nas bocas de lobo somado ao alto índice de impermeabilização central, e o relevo 
acidentado são fatores agravantes para aumento de inundações no município de 
Concórdia.
PALAVRAS-CHAVE: Urbanização. Drenagem urbana. Resíduos. Alagamentos. 
ABSTRACT: In Brazil, cities grew near rivers. Problems with flooding are frequent and 
are aggravated by the irregular disposition of urban solid waste. Solid urban waste 
obstructs the drainage network. These characteristics are present in the study area of 
this research. The municipality of Concordia is next to rivers and streams, has disorderly 
urban planning and irregular topography, resulting in constant flooding. Some measures 
can be taken to minimize these impacts and ensure that drainage networks operate 
at their effective capacity. These suggested measures involve preventing the entry of 
waste into drainage structures. The objective of this article is to identify the solid wastes 
carried by the rainwater to the drainage system in the municipality. For this, filters of 
malleable steel mesh were installed in three storm drain in the central region. The storm 
drain are located in flood area and the filter is due to lack of standardization in the size 
of the storm drain. After a time of residence of the filters in the structures it is possible 
to identify the predominant presence of organic matter (leaves and soils) resulting from 
the inefficiency of pruning and sweeping services at the site. This obstructive material 
needs to be frequently removed from the piping, thus ensuring the functionality of the 
structure. There is also a need to apply a set of measures involving environmental 
education, annual maintenance and care with the execution of certain services, such 
as sweeping and pruning with the immediate collection of waste. The residues found 
in the mouths of storm drain added to the high index of central waterproofing, and the 
rugged relief are aggravating factors for flood increase in the municipality of Concordia.
KEYWORDS: Urbanization. Urban drainage. Solid waste. Flooding. 
1 | INTRODUÇÃO
A drenagem urbana quando realizada de forma tradicional, sem integrar 
soluções ambientais com as tecnológicas, conduz o problema de acúmulo de água 
para a jusante, visto que somente propõe-se a realizar o escoamento rápido das 
águas priorizando a melhoria do fluxo. A melhor solução é conciliar as tecnologias 
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 1 3
eficientes e de menor custo levando em consideração o ciclo hidrológico local, a 
gestão correta da água no meio urbano, a educação ambiental, a participação ativa 
da sociedade e a regulamentação adequada do zoneamento urbano (POMPÊO, 
2000).
A urbanização acelerada em determinadas regiões urbanas nos últimos anos, 
trouxe problemas executivos e de manutenção nos sistemas de drenagem pluviais. 
Estes fatores são agravados quando relacionados com a localização das cidades na 
bacia hidrográfica. Inúmeras cidades brasileiras foram construídas nas proximidades 
de margens de rios e sofrem constantemente com alagamentos, perdas financeiras 
e conforme a intensidade pode haver perda de vidas humanas. 
O município de Concórdia possui alta taxa de impermeabilização do solo, 
especialmente nas proximidades de margens de rios e córregos (DEPARIS, 2014). 
A impermeabilização está relacionada à falta de planejamento ocorrido no início da 
formação do município, à fragmentação da vegetação, além do descumprimento 
das leis municipais em relação ao surgimento de novas edificações, favorecendo a 
abertura de ruas e construções de residências e prédios. Outra relação abordada 
refere-se às características físicas do relevo, que favorece a resposta rápida ao 
tempo de concentração na bacia hidrográfica (VICENTE JUNIOR, 2014).
Além da urbanização, existem outros fatores que auxiliam no agravamento das 
inundações em algumas regiões, sendo eles, o acondicionamento inadequado dos 
resíduos urbanos, incluindo resíduos domiciliares, de poda, varrição e resíduos da 
construção civil, etc., e as ligações clandestinas de esgoto nas redes, aumentando 
a vazão e reduzindo a capacidade de drenagem. Apesar de todos os trabalhos 
voltados para a educação ambiental ressaltando a importância da disposição e 
armazenamento adequado, estes resíduos são comumente encontrados nas redes 
de drenagem. Em períodos de elevadas precipitações, tais resíduos são carreados e 
retidos nos sistemas de microdrenagem, fazendo-se necessária a limpeza periódica 
do material acumulado, à medida que aumenta a concentração de resíduos nos 
componentes estruturais. 
A manutenção dos sistemas de micro e macrodrenagem são de responsabilidade 
dos órgãos públicos. No entanto, as secretarias de obras municipais estão 
sobrecarregadas de tarefas, sendo a realização da desobstrução das redes 
de drenagem realizada de acordo com a urgência e roteiros, prejudicando o 
funcionamento do sistema.Além destes fatores interferentes, a grave situação do 
saneamento básico, principalmente em relação à drenagem e manejo das águas 
pluviais e esgotamento sanitário, soma-se à disposição inadequada dos resíduos, 
e falta de manutenção e limpeza da rede, provocando perdas materiais para a 
população (VICENTE JUNIOR, 2014). 
A problemática desta pesquisa envolve o acondicionamento inadequado dos 
resíduos sólidos urbanos pela população, somado a ineficiência dos serviços de 
manutenção e desobstrução dos sistemas de drenagem pelos órgãos gestores, 
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 1 4
causando a deficiência no funcionamento das tubulações. O município de 
Concórdia está localizado em torno do rio dos Queimados, sendo a área central 
urbanizada, sofrendo com constantes alagamentos setoriais quando da ocorrência 
de precipitações elevadas na bacia hidrográfica. Desta forma, esta pesquisa buscou 
através da instalação de filtros em bocas de lobo coletar os resíduos para posterior 
caracterização e avaliar as fontes dos resíduos capturados, e propor medidas 
mitigadoras de controle, seja elas estruturais ou não estruturais. 
2 | DRENAGEM URBANA
A drenagem urbana é um dos eixos do saneamento básico promulgado pela 
Lei 11.445/2007 sendo um direito adquirido pela população. O termo drenagem 
refere-se ao ato de escoar as águas por meio de canais presentes em rodovias, 
áreas rurais ou urbanas. Por muitos anos, as estruturas convencionais não levavam 
em consideração o ciclo hidrológico, transferindo o problema para a jusante que 
frequentemente sofre com problemas de inundação (DIAS e ANTUNES, 2010). 
O sistema de drenagem recebe resíduos de diferentes fontes (BARRASS, 1977). 
Os poluentes frequentemente transportados pelo escoamento são: sedimentos, 
nutrientes, substâncias que consomem oxigênio, metais pesados, hidrocarbonetos 
do petróleo, bactérias e vírus patogênicos (TUCCI, 2008). Este tipo de poluição é 
classificado como difusa, sendo que é proveniente de diversas atividades distribuídas 
ao longo da bacia hidrográfica (GAVA & FINOTTI, 2012).
Os sistemas de drenagem podem ser definidos em microdrenagem e 
macrodrenagem. Os sistemas de microdrenagem são os sistemas primários que 
realizam a coleta e condução das águas. São compostos por pavimentos de ruas, 
bocas de lobo, sarjetas, guias, galerias, usualmente enterradas, com um período de 
retorno de 2 a 10 anos (BAPTISTA et al., 2005; DIAS e ANTUNES, 2010). Sistemas 
de macrodrenagem estão relacionados a canais, rios, galerias, etc. Na figura 1 são 
ilustrados de forma clara alguns componentes básicos de microdrenagem. 
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 1 5
Figura 1 - Componentes do sistema de micro drenagem.
Fonte: A autora (2016).
No Brasil as obras de macrodrenagem geralmente são do tipo canal aberto 
coberto pelo sistema viário e edificações, porém, essas implantações demandam 
maior tempo e custos elevados, assim como a necessidade de vastas áreas 
livres, resultando em diversos problemas, como dificuldade de manutenção, alta 
impermeabilização do solo, recorrentes inundações e escoamento extremamente 
rápido (TUCCI, 2000; PHILIPP JUNIOR; ARLINDO, 2005). Na figura 2 ilustra um 
trecho canalizado do rio Queimados, localizado no centro de Concórdia.
Figura 2 - Canalização do rio Queimados em Concórdia coberto por edificações.
Fonte: A autora (2016).
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 1 6
O município de Concórdia há tempos vem sofrendo com a alta taxa de 
impermeabilização do solo e falta de planejamento das áreas urbanizadas, 
acarretando problemas quanto ao escoamento das águas, favorecendo constantes 
casos de enchentes e inundações (PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO DE 
CONCÓRDIA, 2013).
3 | SISTEMAS ALTERNATIVOS PARA CAPTURA DE RESÍDUOS 
Cruz, Souza & Tucci (1997) definem como sistemas de drenagem sustentáveis, 
as alternativas que busquem minimizar os efeitos negativos infligidos aos processos 
naturais e sociais, assim como os problemas causados ao município em relação à 
manutenção dos sistemas e ampliação das infraestruturas. De acordo com Tucci 
(2002) as soluções sustentáveis frequentemente são constituídas por medidas não 
estruturais. O papel da educação ambiental é essencial para a conscientização da 
população e auxiliam na conservação dos sistemas de drenagem, muitos municípios 
utilizam dessa ferramenta para evitar o lançamento de lixos e entulhos em vias 
públicas, corpos d’água, lotes e demais localidades, incentivando o respeito aos 
dias e horários da coleta do lixo (SCHUCK et al., 2015). Na figura 3 é ilustrado 
o folder distribuído pela prefeitura de Concórdia para os munícipes buscando a 
conscientização ambiental, voltado à coleta, armazenamento e disposição de 
resíduos sólidos. 
Figura 3 – Folder de incentivo do município à educação ambiental.
Fonte: Prefeitura Municipal de Concórdia (2016).
Uma alternativa viável e de baixo custo, é a instalação de filtros nas entradas das 
bocas de lobo para retenção dos materiais sólidos antes que os mesmos cheguem 
às redes de macro drenagem. Os filtros geralmente com diâmetro de 5 a 20 mm são 
colocados abaixo das grelhas e permitem a passagem da água. O material retido deve 
ser retirado periodicamente a cada 4 ou 6 semanas por uma equipe de manutenção, 
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 1 7
sendo que o tempo para a manutenção do equipamento deve ser estimado de 
acordo com o tamanho da malha e a natureza do resíduo, visto que quanto menor 
o diâmetro, maior o número de partículas e materiais retidos, aumentando a chance 
de bloquear a passagem da água, tornando o sistema ineficiente (ALLISON et al., 
1998).
A importância dos investimentos na manutenção dos equipamentos, realização 
de obras, reparos, limpezas, vistorias e constantes fiscalizações, deve ser ressaltada 
e deverão ser realizadas periodicamente para garantir a eficiência e vida útil das 
estruturas (SCHUCK et al., 2015). No estudo realizado por Schuck et al. (2015) foi 
realizada a análise de bocas de lobo em dois loteamentos no município de Concórdia, 
onde foram encontrados plásticos e papéis, que provavelmente foram carreados 
durante os eventos de precipitação. Ainda de acordo com os autores, tais resíduos 
são predominantes nas redes de micro e macro drenagem, aumentando nos períodos 
de precipitações intensas, sendo sua origem possivelmente do acondicionamento e 
disposição inadequados nas vias públicas. 
Devido à alta exigência de manutenção dos filtros e a grande quantidade 
de bocas de lobo, a instalação somente é recomendada em áreas comerciais e 
industriais. Os modelos de filtros podem diferenciar, sendo de plástico ou aço, com 
tamanhos de poros distintos e técnicas de limpeza manuais ou automatizadas. Os 
filtros de plástico possuem limpeza facilitada e menor tendência de emaranhamento 
da malha, porém, a limpeza exige um aspirador especial (ALLISON et al., 1998). 
As bocas de lobo devem ser limpas periodicamente, sendo que a limpeza pode 
ser realizada de forma manual ou mecânica consistindo na remoção de resíduos 
que se acumulam nas caixas. Os materiais procedentes devem ser dispostos em 
um local adequado e em seguida encaminhados ao aterro sanitário, para verificar 
se podem se enquadrar na categoria de resíduos ou rejeitos, sendo que alguns 
elementos podem virar insumos e voltar a ser reutilizados (SCHUCK et al., 2015). 
De acordo com o Plano Municipal de Saneamento (PMS) de Concórdia (2013), não 
existe um cronograma que determine a frequência da limpeza e desobstrução das 
galerias de águas pluviais, o procedimento é apenas realizado quando os problemas 
se tornam evidentes e de forma pontual.
4 | APLICAÇÃO DOS COLETORES DE RESÍDUOS 
Esta pesquisa foi conduzida no município de Concórdia que está localizado 
na região oeste do estado de Santa Catarina. De acordo com o IBGE (2016) está 
localizado entre as coordenadas de 27º13’55’’ Latitude e 52º00’26’’ Longitude, com 
população estimada de 74.106 habitantes, área de 799,194 km²,precipitação média 
entre 1413 a 2000 mm ano, altitude 550 metros acima do nível do mar, IDH de 0,800 
e um PIB per capita de R$ 39.910,16. O município pertence a região da AMAUC – 
Associação dos Municípios do Alto Uruguai Catarinense (Figura 4). 
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 1 8
O município é banhado pelos rios dos Queimados, Uruguai, Jacutinga, Rancho 
Grande, Suruvi e contribuições independentes. A maior parte de sua área urbanizada 
está localizada na Bacia do Rio dos Queimados, sendo o principal corpo hídrico 
dos sistemas de microdrenagem. O rio dos Queimados nasce e deságua dentro do 
município, com a nascente localizada na comunidade de Linha São José e deságue 
no Rio Uruguai, o seu leito se desenvolveu sinuosamente pela malha urbana. 
Figura 4 – Municípios da AMAUC.
Fonte: GEDEQ (2018).
Na região em que o rio dos Queimados passa pela cidade, existe um histórico 
de inundações, onde cheias provocaram danos aos comerciantes e moradores. Há 
relatos de inundações nos seguintes meses e anos: agosto de 1982, maio e julho de 
1983, agosto de 1984, maio de 1987, janeiro de 1988, maio de 1992, junho de 1998, 
setembro de 2000, julho de 2007 e 25 de abril de 2010 (PMS, 2013). Devido esse 
histórico de inundações e pelo município estar localizado próximo às margens de um 
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 1 9
importante curso hídrico para a região, tornou-se indagatório qual a quantidade de 
resíduos em área urbana é disposta nos sistemas de drenagem e esta chegando a 
estas fontes hídricas. 
Desta forma, foi delimitada a área de estudo considerando as seguintes 
características: área com alto índice de registro de inundações, ruas com intenso 
movimento de veículos e pedestres, bocas de lobo que permita a instalação dos 
filtros, permanência dos filtros instalados no mínimo uma semana. Após aplicação 
foram definidas 3 bocas de lobos para a aplicação dos filtros. Essas bocas de lobo 
estão ilustradas na figura 5. 
Figura 5. Localização das três bocas de lobo com a instalação do filtro.
1ª boca de lobo monitorada; 2ª boca de lobo monitorada; 3ª boca de lobo monitorada. Fonte: 
Autor (2016).
Os resíduos retidos na malha foram recolhidos e transportados até o Laboratório 
de Engenharia Civil da Universidade do Contestado – UnC. O material retido foi 
separado, classificado e pesado em equipamentos calibrados após secagem em 
estufa por 24 horas a 105ºC. A coleta foi realizada após a permanência de no mínimo 
uma semana nas bocas de lobo no período de agosto à outubro de 2016. Após 
a quantificação dos resíduos encontrados, foram analisadas a funcionalidade dos 
filtros, e a real situação do volume carreado para o rio dos Queimados. 
Para as coletas de dados foram realizadas visitas aos locais aonde se 
encontram as bocas de lobo com maior incidência de inundações no município, 
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 1 10
para isso foram realizadas observações diretas e registros fotográficos. Após a 
verificação da característica da construção do dispositivo, analisou-se quais seriam 
os mecanismos que poderiam ser instalados a fim de reter os resíduos sólidos 
dispostos irregularmente nas vias públicas. Devido às bocas de lobo não possuírem 
formato padronizado e estarem com o sistema de grelhas (grades) concretado, a 
melhor escolha adaptada foi a instalação de filtros maleáveis. O filtro consiste em 
uma malha de polímero plástico que servirá para retenção tornando-se possível 
realizar o monitoramento dos resíduos sólidos drenados junto com o escoamento 
pelas bocas de lobo. 
Primeiramente foram definidas ruas com alto índice de inundação na região 
central do município. Dentre elas, selecionaram-se três ruas de maior trafegabilidade 
e frequência de casos de inundações que possuem características semelhantes às 
demais. Em seguida, houve a instalação do primeiro filtro em uma boca de lobo 
localizada na Rua Adolfo Konder em frente a um colégio com grande movimentação 
de transeuntes. A localização da boca de lobo está nas coordenadas E 398633.45 
m S 6987735.43 m. Esse filtro foi identificado nesta pesquisa como ponto de 
monitoramento nº 1 (figura 6).
Figura 6 - Boca de lobo identificada como ponto de monitoramento nº 1.
*Área circundada em branco na imagem é a localização da boca de lobo. Fonte: Autor (2016).
A segunda boca de lobo escolhida para a instalação do filtro está localizada na 
Rua Doutor Maruri, a qual conta com grande movimentação de pessoas e carros, 
região de constantes alagamentos que está inserida nas coordenadas E 398435.27m 
S 6987449.17m (figura 7). Esse filtro foi identificado como ponto de monitoramento 
nº 2.
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 1 11
Figura 7 - Boca de lobo identificado como ponto de monitoramento nº 2.
*Área circundada em branco na imagem é a localização da boca de lobo. Fonte: Autor (2016).
A terceira e última boca de lobo encontra-se localizada na Rua Guilherme 
Hemult Arendt e é descarregada diretamente no sistema de macrodrenagem (rio dos 
Queimados) localizada nas coordenadas E 398721.02 m S 6987827.77 m. A figura 8 
ilustra a boca de lobo, identificada como o ponto de monitoramento nº 3. 
Figura 8 - Boca de lobo identificado como ponto de monitoramento nº 3.
Fonte: Autor (2016).
Foram obtidas informações de três períodos distintos, denominados de 
amostragem 1, 2 e 3. Em cada amostragem houve um tempo de permeância 
dos filtros e foram coletados diferentes resíduos. A seguir serão apresentados os 
resultados obtidos nesses monitoramentos. 
- Amostragem nº1: Os filtros permaneceram instalados nas três bocas de lobo 
por dez dias no mês de Julho de 2016. O total acumulado de precipitação é de 34 
mm, disposto em três dias chuvosos.
- Amostragem nº2: A segunda instalação dos filtros aconteceu também no 
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 1 12
mês de julho permanecendo instalado por dez dias. Nesse período foram registrados 
06 eventos consideráveis com precipitação acumulada de 136 mm.
- Amostragem nº3: Na terceira instalação dos filtros, o período de permanência 
foi de dez dias no mês de outubro, totalizando 07 eventos de precipitação com 
precipitação acumulada de 158 mm. 
Os resultados sobre os resíduos retidos no filtro instalado nas três bocas de 
lobo, durante três períodos de amostragem estão ilustrados na tabela 4.
Amostragem Precipitação acum. (mm)
Monitoramento/
boca de lobo
Material preso no filtro úmido
Orgânico 
(kg)
Plástico 
(kg) Vidro (kg)
1ª 34
1 5,780 0,000 0,000
2 2,520 0,000 0,000
3 2,230 0,000 0,000
2ª 136
1 2,080 0,360 0,340
2 2,180 0,040 0,000
3 0,880 0,000 0,000
3ª 158
1 2,710 0,093 0,000
2 6,870 0,000 0,000
3 1,150 0,150 0,000
Tabela 4- Registro de temperatura e precipitação durante na 3ª amostragem.
Fonte: Autor (2016).
O material orgânico descrito neste artigo esta relacionado a folhas, solo, 
galhadas, papel e bituca de cigarro. O plástico refere-se à plástico em geral, 
sacola plásticas, plástico de doces, salgadinhos, etc. As bocas de lobos nº1 e nº2 
apresentaram maior retenção de resíduos sólidos em relação à boca de lobo nº3. O 
peso total recolhido na boca de lobo nº1 é 10,570kg, boca de lobo nº2 é 11,570kg 
e a boca de lobo nº3 é 4,260kg. A matéria orgânica foi o resíduo predominante em 
todas as coletas. Estes valores podem ser justificados devido à presença de árvores, 
movimentação frequente de veículos e transeuntes, disposição incorreta de resíduos 
de poda e varrição ou tais serviços realizados de forma ineficiente. Já a boca de 
lobo 3 apresentou retenção de apenas 4,260 kg de material úmido, sendo justificado 
devido à menor movimentação de transeuntes e veículos e ausência de árvores 
próxima à essa boca de lobo.
A disposição inadequada dos resíduos afeta diretamente a qualidade e 
escoamento da água, exigindo esforços em conjunto com a população e poder 
público, sendo a Prefeitura Municipal a detentora da maior responsabilidade, devendo 
garantir a limpeza das vias e manutenção dos sistemas de drenagem. A geraçãode 
resíduos é interligada ao estilo de vida levado pela população e características do 
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 1 13
zoneamento do local. 
5 | CONCLUSÃO
Os resíduos capturados pelos filtros são principalmente material orgânico, 
mesmo com os serviços de varrição sendo realizados diariamente nas regiões 
centrais. O volume de resíduos que chega as bocas de lobo aumenta a incidência 
de obstruções podendo sedimentar no fundo dos canais dificultando o escoamento, 
tornando indispensável a limpeza e manutenção dos sistemas de drenagem. A 
quantidade de resíduos (plástico e vidro) capturados nas bocas de lobo é praticamente 
inexistente, porém através de constatação visual realizada nas galerias observou-se 
quantidade considerável de materiais rejeitados pela população. 
Portanto constata-se que a coleta de lixo e os serviços de poda e varrição 
que são de responsabilidade dos órgãos públicos estão sendo ineficientes, devendo 
haver uma maior conscientização dos funcionários, neste caso a educação ambiental 
enquadra-se como uma medida não estrutural altamente eficaz e de baixo custo. A 
melhor solução para o município é um conjunto de medidas de controle, alternando 
entre estruturais e não estruturais, a princípio alterando o dispositivo de drenagem 
que são compostos por grades fixas, para grades semi fixas facilitando a limpeza, 
aumentando também a frequência e eficiência das manutenções, para evitar 
problemas no futuro. A educação ambiental deve ser realizada com os funcionários 
e população no geral, sendo uma ferramenta imprescindível para a conservação do 
meio.
REFERÊNCIAS
BAPTISTA, Márcio Benedito; NASCIMENTO, Nilo; BARRAUD, Sylvie. Técnicas Compensatórias em 
Drenagem Urbana. 2. ed. Porto Alegre: Abrh, 2011. 318 p.
BARRASS, Robert. Alimento, Biologia e Povo. São Paulo: Melhoramentos, 1977. 243 p.
BRASIL (a). Lei Federal nº 11.445, de 05 de Janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para 
o saneamento básico. Brasília, DF 2007.
DEPARIS, Simone. IMPLICAÇÕES NO MEIO AMBIENTE DECORRENTES DA OCUPAÇÃO 
DESORDENADA NA ÁREA URBANA DO MUNICÍPIO DE CONCORDIA/SC. 2014. 40 f. Monografia 
(Especialização) - Curso de Gestão Ambiental em Municípios, Universidade Tecnológica Federal do 
Paraná, Medianeira, 2014.
GAVA, Taiana; FINOTTI, Alexandra Rodrigues. RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NA REDE DE 
DRENAGEM DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DO MEIO, FLORIANÓPOLIS. Geas - Revista de 
Gestão Ambiental e Sustentabilidade, São Paulo, v. 1, n. 2, p.79-101, jul. 2012.
PHILIPPI JÚNIOR, Arlindo; GALVÃO JÚNIOR, Alceu de Castro (Ed.). Gestão do Saneamento 
Básico: Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário. Barueri: Manole, 2012. (Coleção 
Ambiental).
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 1 14
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE CONCÓRDIA. Governo do Estado de Santa 
Catarina, Prefeitura do Município de Concórdia, DRZ GEOTECNOLOGIA E CONSULTORIA S/S 
LTDA. Concórdia/SC. Fev.2013.
POMPÊO, Cesar Augusto. DRENAGEM URBANA SUSTENTÁVEL. Revista Brasileira de Recursos 
Hídricos / Associação Brasileira de Recursos Hídricos, Porto Alegre, v. 5, p.15-23, 2000.
TUCCI, Carlos E. M.. GERENCIAMENTO INTEGRADO DAS INUNDAÇÕES URBANAS NO 
BRASIL. Vitacura: Tiempo Novo, 2000. 23 p.
TUCCI, Carlos E. M.; NEVES, Marllus Gustavo Ferreira Passos das. Resíduos Sólidos na 
Drenagem Urbana: Aspectos Conceituais. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v. 13, n. 3, p.1-
11, jul. 2008.
VICENTE JUNIOR, Osmani Jurandyr. UMA ANÁLISE DO PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE 
CONCÓRDIA/SC E SUAS PROPOSIÇÕES AMBIENTAIS. 2014. 57 f. Monografia (Especialização) 
- Curso de M Gestão Ambiental em Municípios, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 
Medianeira, 2014.
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 2 15
CAPÍTULO 2
AVALIAÇÃO DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E 
LÍQUIDOS DE UM LATICÍNIO DO NORTE DO PARANÁ
Ana Paula Jambers Scandelai
Universidade Estadual de Maringá, Departamento 
de Engenharia Química
Maringá – Paraná 
Danielly Cruz Campos Martins
Universidade Estadual de Maringá, Departamento 
de Engenharia Química
Maringá – Paraná 
Luiz Roberto Taboni Junior
Universidade Estadual de Maringá, Departamento 
de Engenharia Civil
Maringá – Paraná 
Murilo Keith Umada
Universidade Estadual de Maringá, Departamento 
de Engenharia Civil
Maringá – Paraná 
Fernanda de Oliveira Tavares
Universidade Estadual de Maringá, Departamento 
de Engenharia Química
Maringá – Paraná 
Cristhiane Michiko Passos Okawa
Universidade Estadual de Maringá, Departamento 
de Engenharia Civil
Maringá – Paraná 
RESUMO: O Brasil é um dos maiores produtores 
mundiais de leite, tendo produzido em 2017 
mais de 35 bilhões de litros, sendo o sul do país, 
a região mais produtora, responsável por 37% 
da produção nacional de leite em 2016. Como 
consequência dessa produção, surgem os 
problemas relacionados à poluição ambiental, 
sendo os principais impactos ambientais 
causados por este setor os referentes ao 
lançamento dos efluentes, à geração de 
resíduos sólidos e às emissões atmosféricas. 
Diante do exposto, o objetivo deste estudo 
foi identificar os resíduos sólidos e líquidos 
inerentes à produção de leite um laticínio de 
grande porte, localizado no norte do estado do 
Paraná. Foi realizada uma avaliação do atual 
sistema de gestão, tratamento e/ou destinação 
destes resíduos. Também foi efetuado o 
levantamento e a descrição dos processos de 
tratamento de efluente adotado pela empresa, 
bem como uma análise da qualidade do efluente 
antes e após o seu tratamento. Por fim, foram 
identificados pontos de melhorias e medidas 
foram propostas para a progressão na gestão 
dos resíduos sólidos e líquidos, com a finalidade 
de reduzir os poluentes e o impacto ambiental 
provocado pela produção de leite. Os dados 
mostraram que a organização tem cumprido 
os requisitos impostos pelas legislações 
ambientais, resultando em um efluente tratado 
com parâmetros físico-químicos dentro dos 
padrões estabelecidos. A gestão dos resíduos 
sólidos também se apresentou eficaz, sendo 
feita a destinação adequada dos mesmos. 
Visando à maior qualidade ambiental, medidas 
de melhorias foram propostas, em relação, 
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 2 16
principalmente, à gestão do lodo gerado durante o tratamento terciário de efluentes, 
bem como da gestão da água potável. 
PALAVRAS-CHAVE: Efluente Lácteo, Tratamento de Efluentes, Monitoramento de 
Resíduos, Redução de Impacto Ambiental, Medidas de Melhorias.
EVALUATION OF SOLID AND LIQUID WASTE MANAGEMENT IN A DAIRY FROM 
THE NORTH OF PARANÁ
ABSTRACT: Brazil is one of the world’s largest producers of milk, having produced in 
2017 more than 35 billion liters. The south of the country is the most productive region, 
responsible for 37% of the milk production in 2016. As a consequence of this production 
problems related to environmental pollution emerge. The main environmental impacts 
caused by this sector are related to wastewater discharge, solid waste generation and 
atmospheric emissions. In view of this, this study aimed to identify the solid and liquid 
residues inherent to milk production in a large dairy located in the north of Paraná state. 
An evaluation of the current system of management, treatment and/or disposal of these 
wastes was carried out. It was also accomplished a survey and a description of the 
wastewater treatment processes adopted by the company, as well as an analysis of 
the wastewater quality before and after its treatment. Finally, improvement points were 
identified and measures were proposed for solid and liquid waste advancement, in order 
to reduce pollutants and the environmental impact caused by milk production. The data 
showed that the organization has met the requirements imposed by environmental 
legislation, resulting in a treated wastewater with physicochemical parameters below 
the established standards. The solid waste management was also effective, with its 
proper destination being made. Aiming the highest environmental quality,improvement 
measures were proposed, mainly in relation to the drinking water and the wastewater 
treatment sludge management.
KEYWORDS: Dairy Wastewater, Wastewater Treatment, Waste Monitoring, 
Environmental Impact Reduction, Improvement Measures.
1 | INTRODUÇÃO
A indústria de laticínios representa um importante setor para o Brasil, não 
somente pelo seu valor econômico, com elevados faturamentos, geração de 
empregos e interação econômica entre os setores rural e industrial, como também 
pelo suprimento de produtos de elevado valor nutricional (LIMA; PEREZ; CHAVES, 
2017).
O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de leite, produzindo nos anos 
de 2016 e 2017, 33 e 35,1 bilhões de litros, respectivamente, dos quais 70,4% foram 
destinados ao processamento nas fábricas de laticínio registradas. Tamanha a 
versatilidade dos produtos derivados de leite, em 2017 esse setor industrial faturou 
R$ 70,2 bilhões de reais, ficando apenas atrás do segmento de derivados de carne 
(COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO, 2017; EMBRAPA, 2018).
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 2 17
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2016), a região sul 
do país foi a maior produtora de leite em 2016, responsável por 37% da produção 
nacional, seguida pelas regiões sudeste, centro-oeste, nordeste e norte. Na cidade 
em que se localiza o laticínio investigado neste estudo, foram produzidos mais de 
2,3 milhões de litros de leite em 2016.
Devido à indústria de laticínios ser um setor de grande importância e com 
crescente produção, surgem também problemas relativos à poluição ambiental. Nesse 
sentido, Matos (2005), aborda que as atividades agropecuárias e de processamento 
de produtos agropecuários, como é o caso das indústrias de processamento de leite, 
têm promovido sérios problemas de poluição não somente no solo como também 
nas águas superficiais e subterrâneas. 
Os principais impactos ambientais causados pelas fábricas de laticínios estão 
relacionados, sequencialmente, ao lançamento dos efluentes, à geração de resíduos 
sólidos e às emissões atmosféricas que, em muitos casos, ocorre sem nenhum tipo 
de controle ou tratamento (BARBOSA et al., 2009; SARAIVA; MEDONÇA; PEREIRA, 
2009). Todos esses resíduos produzidos indicam a necessidade de atenção a esse 
setor produtivo.
A crescente preocupação com o recurso natural água ocorre em função de 
seu comprometimento tanto em quantidade, sendo escasso em algumas regiões do 
país, quanto em qualidade. Neste panorama, o setor de alimentos se destaca pelo 
elevado consumo de água em seus processos produtivos e, consequentemente, 
pela geração de grandes volumes de efluentes, além da elevada geração de lodo 
nas estações que utilizam processos de tratamento biológicos. 
Segundo Buss e Henkes (2015), os efluentes líquidos são os principais 
responsáveis pela poluição causada pela indústria de laticínios. Esses abrangem 
as águas de limpeza e higienização de equipamentos e pisos, as quais carreiam 
resíduos de leite e seus derivados, assim como resíduos líquidos inerentes ao 
processo de produção, como o soro do leite, o qual apresenta elevada carga 
orgânica (SILVA; SIQUEIRA; NOGUEIRA, 2018). Já os resíduos sólidos gerados 
em laticínios, de acordo com Jerônimo et al. (2012), se constituem de sobras do 
processo, embalagens plásticas e de papel, cinzas de caldeira, gorduras e resíduos 
provenientes de pátios e refeitórios. 
Dadas às características e os grandes volumes dos resíduos gerados nas 
indústrias de laticínios, é necessário que haja um correto gerenciamento dos 
mesmos, a fim de mitigar a severidade dos impactos ambientais. 
Os efluentes, por possuírem elevado teor de matéria orgânica, se lançados aos 
corpos receptores sem tratamento prévio adequado, podem alterar a qualidade de 
suas águas, impactando todo o ecossistema aquático e inviabilizando seu múltiplo 
uso à jusante do lançamento (AZZOLINI; FABRO, 2013). Devido a isso, os efluentes 
necessitam ser tratados antes de lançados nos corpos hídricos, de forma a atender 
a Resolução CONAMA nº 430/2011 (BRASIL, 2011), a qual dispõe de condições e 
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 2 18
padrões de seu lançamento. 
Os resíduos sólidos, por sua vez, se não manejados, segregados e destinados 
corretamente, podem contribuir com a poluição do solo e da água e, por esse motivo, 
devem atender às especificações da Lei nº 12.305/2010 (BRASIL, 2010), a qual 
estabelece diretrizes para sua correta destinação.
Diante do exposto, o presente trabalho objetivou identificar os resíduos sólidos 
e líquidos gerados em um laticínio de grande porte, localizado no norte do estado do 
Paraná, bem como realizar a avaliação da atual situação da gestão, tratamento e/ou 
destinação destes resíduos.
2 | MATERIAIS E MÉTODOS 
2.1 Local de estudo
A presente pesquisa foi conduzida em uma indústria de laticínios, localizada 
no norte do estado do Paraná, a qual possui, aproximadamente, 400 colaboradores. 
Além desta unidade, a empresa possui filial nos estados de Espírito Santo, Minas 
Gerais e São Paulo.
A unidade investigada fabrica e comercializa as seguintes bebidas ultra high 
temperature (UHT): leite (desnatado, semidesnatado, integral e zero lactose), bebida 
láctea (de aveia, achocolatado e vitaminada), sucos e leite com soja, néctar (sabores 
diversos), além do creme de leite. 
Diariamente, são produzidos, aproximadamente, 40 mil litros de leite 
UHT, principal produto da unidade, os quais são industrializados por meio dos 
processos sequenciais de: recepção, controle analítico, resfriamento e estocagem, 
pasteurização, centrifugação, ultrapasteurização, esterilização, empacotamento e 
estocagem.
2.2 Coleta de dados 
Foi realizado o levantamento in loco dos principais resíduos sólidos gerados 
pela organização, associando-os às suas atividades geradoras, bem como a sua 
quantificação e informações relacionadas ao seu armazenamento e destinação final, 
mediante o monitoramento do setor de triagem de resíduos sólidos.
A fim de avaliar as características físico-químicas do efluente produzido 
pela organização, foi realizado o levantamento e a descrição dos processos de 
tratamento utilizados, assim como a análise da qualidade do efluente antes e após 
o seu tratamento. A partir dos dados levantados, foram identificados os pontos de 
melhorias e medidas foram propostas para a progressão na gestão dos resíduos 
sólidos e líquidos, com o intuito de reduzir os poluentes e o impacto ambiental 
provocado pela organização.
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 2 19
3 | RESULTADOS E DISCUSSÃO 
3.1 Resíduos líquidos 
Foi verificado que as águas residuais geradas na indústria estudada são 
compostas por sobras do processo produtivo, como o leite e seus derivados, açúcar, 
pedaços de frutas, essências e águas de lavagem de equipamentos, tubulações, 
pisos e demais instalações, as quais carreiam areia, lubrificantes; detergentes e 
desinfetantes. A cada litro de leite processado são gerados, em média, três litros de 
efluente. 
As etapas identificadas como menores geradoras de efluente foram a 
pasteurização e a ultrapasteurização, em decorrência desses processos ocorrerem 
em circuito fechado, permitindo que a água seja ciclicamente utilizada tanto no 
aquecimento quanto no resfriamento do processo. Por outro lado, a etapa de 
centrifugação do leite foi identificada como o processo de maior geração de efluente. 
Nessa etapa, a cada 10 mil litros de leite produzido, são gerados entre oito e 12 litros 
de efluente, decorrentes de uma descarga realizada a cada 40 minutos. Na Figura 
1 são apresentados os processos utilizados pela organização para tratamento do 
efluente líquido gerado em seus processos produtivos.
Figura 1: Etapas do processo de tratamento do efluente
Nota: PAC = policloreto de alumínio (coagulante) e PC = polímero catiônico (floculante).
O sistema de tratamento de efluente utilizado pelo laticínio é composto por 
métodos convencionais, isto é, físico-químicose biológicos. Estes compreendem 
os seguintes processos sequenciais: tratamento preliminar (desengordurador e 
tanque de equalização), tratamento secundário (lagoas de estabilização anaeróbia e 
facultativas) e polimento físico-químico (coagulação-floculação-sedimentação).
O tratamento secundário, principal etapa do sistema, é composto por três 
lagoas de tratamento, sendo, sequencialmente, uma anaeróbia e duas facultativas. 
A primeira é revestida de geomembrana de polietileno de alta densidade (PEAD) 
para proteção do solo e de águas subterrâneas. Possui comprimento, largura e 
profundidade de 100 m, 25 m e 4 m, respectivamente; e degrada o efluente por meio 
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 2 20
da ação de microrganismos anaeróbios. A segunda lagoa (facultativa) possui 100 
m de comprimento, 25 m de largura e 3 m de profundidade e a sua ação se dá por 
meio das algas, as quais se proliferam em função da sua maior taxa fotossintética, 
contribuindo com a redução da matéria orgânica do efluente parcialmente degradado. 
A terceira e última lagoa (facultativa) tem a finalidade de aumentar a fotossíntese 
e, consequentemente, melhorar a degradação do efluente. Possui comprimento, 
largura e profundidade de 100 m, 18 m e 2 m, respectivamente.
Para se adequar à legislação ambiental, a organização adota o tratamento 
físico-químico como processo de polimento. Na coagulação, adiciona-se coagulante 
químico com o fim de neutralizar as cargas elétricas que mantém as partículas em 
suspensão afastadas umas das outras. Na floculação, por sua vez, promove-se a 
colisão dessas partículas já neutralizadas, formando flocos passíveis de separação 
por sedimentação. Nesse processo de tratamento são adicionados policloreto de 
alumínio (coagulante) e polímero catiônico (floculante).
A coagulação-floculação, dentro da estação em estudo, ocorre mediante 
agitação mecânica e por passagem do efluente em uma série de obstáculos 
existentes nas paredes da caneleta, que obrigam o líquido a mudar constantemente 
de direção, descrevendo uma trajetória em ziguezague. A reação dos químicos com 
o efluente promove a aglutinação das partículas em suspensão ou em dispersão 
coloidal, facilitando a sua disposição em forma de flocos densos. Em seguida, o 
efluente coagulado e floculado segue lentamente para o tanque de sedimentação, 
onde permanece por aproximadamente quatro horas, tempo este suficiente para que 
os flocos decantem. O material sedimentado no fundo do tanque (lodo gelatinoso) é 
periodicamente removido por uma bomba, para que não comprometa a boa qualidade 
do efluente final, sendo direcionado para a primeira lagoa, visto que a mesma possui 
proteção, permitindo que o material biológico seja reaproveitado no processo.
Com o intuito de avaliar a eficiência do sistema de tratamento presente na 
indústria de laticínio, os parâmetros de demanda química de oxigênio (DQO), demanda 
bioquímica de oxigênio (DBO), ambos representantes da matéria orgânica presente 
no efluente, pH e temperatura foram avaliados de acordo com o Standard Methods for 
Examination of Water and Wastewater (APHA/AWWA/WEF, 1998). As características 
físico-químicas do efluente bruto e após tratamento estão apresentados na Tabela 1.
T (°C) pH DQO (mg L-1) DBO (mg L-1)
Efluente bruto 32 10,1 2000 1000
1ª Lagoa (Anaeróbia) 25 7,6 500 300
2ª Lagoa (Facultativa) 23 7,3 200 100
3ª Lagoa (Facultativa) 21 8,1 110 50
Lagoa de Polimento 25 7,0 36 23
Limite Permitido1 <40a 5,0-9,0a 75b 30b
Tabela 1: Características físico-químicas do efluente lácteo bruto e após cada processo de 
tratamento
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 2 21
Notas: DQO = demanda química de oxigênio; DBO = demanda bioquímica de oxigênio; pH 
= potencial hidrogeniônico; (1) Limite estabelecido como permissível pela (a) Portaria IAP n° 
256/2013 (PARANÁ, 2013) e (b) Resolução CONAMA n° 430/2011 (BRASIL, 2011).
A partir da Tabela 1 é possível verificar que a água residual gerada no laticínio 
estudado é composta de alta carga orgânica (DQO e DBO), em decorrência da 
presença de resíduos do leite e seus derivados. A degradação da matéria orgânica 
do efluente do laticínio ocorre, inicialmente e majoritariamente, por algas e 
microrganismos anaeróbios, os quais foram capazes de reduzir a concentração de 
DQO e DBO em 75% e 70%, respectivamente. 
Na segunda lagoa (facultativa) ocorre a proliferação das algas e microrganismos, 
auxiliando na redução das concentrações dos compostos orgânicos, resultando em 
uma eficiência de 90% para ambos os parâmetros. 
A terceira lagoa (facultativa), por sua vez, por ser mais rasa que as anteriores, 
promove maior eficiência no processo fotossintético, resultando em uma degradação 
complementar do efluente. Dessa forma, o conjunto dos processos biológicos 
promovem reduções cumulativas de DQO e DBO de 95%. 
Apesar das elevadas reduções do material orgânico inicialmente presente no 
efluente lácteo, os processos biológicos não são suficientes para produzir um efluente 
cuja qualidade atenda aos limites de lançamento em corpo receptor estabelecidos 
pelas legislações brasileiras (BRASIL, 2011; PARANÁ, 2013). Em vista disso, se faz 
necessário a utilização do tratamento terciário, o qual consiste em um tratamento de 
polimento físico-químico. O sistema de tratamento como um todo resultou em um 
efluente final com concentração de DQO e DBO de 98,2% e 97,7% menores que 
aquelas inicialmente presentes no efluente bruto, fazendo-se então cumprir com os 
limites estabelecidos pela legislação.
As atividades poluidoras, para fins de auto monitoramento, são classificadas 
pela Portaria IAP n° 256/2013 (PARANÁ, 2013) em função da vazão do efluente final 
(m3 dia-1) e da carga orgânica poluidora (kg DBO dia-1), considerando a atividade 
ou tipologia industrial. Segundo a referida portaria, a atividade desenvolvida pela 
empresa em estudo é pertencente à “Classe E”, a qual se enquadram as atividades 
(industriais, agropecuárias, serviços, aterros para resíduos industriais e urbanos) 
lançadoras de efluente com vazões de 501 a 1000 m³ dia-1. 
Dessa forma, segundo a referida portaria, torna-se necessário o monitoramento 
mensal dos parâmetros avaliados neste trabalho (pH, DBO, DQO e temperatura), 
além da vazão, concentração de sólidos totais suspensos e sedimentáveis, nitrogênio 
amoniacal, fósforo e outras substâncias passíveis de estarem presentes no efluente 
ou serem formadas no processo produtivo, bem como análise bimestral da toxicidade 
do efluente.
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 2 22
3.2 Resíduos sólidos 
A partir da investigação da gestão de resíduos sólidos gerados pela empresa, 
foi verificado que os mesmos são constituídos, em sua maior parte, por materiais 
recicláveis. São gerados, como resíduos: embalagens diversas (embalagem longa 
vida, papel de escritório, caixas e tubos de papelão (tubetes), sacarias, plásticos 
(tambores, galões, contêineres), pallets de madeira e sucatas de ferro), os quais são 
prensados, ou não, e vendidos a parceiros licenciados pelo Instituto Ambiental do 
Paraná (IAP) para a reciclagem. Anualmente, são comercializados, em média, 200 
toneladas de resíduos passíveis de reciclagem. 
Na Tabela 2 estão apresentadas as quantidades médias, em toneladas, 
de materiais comercializados para as empresas de reciclagem licenciadas. A 
comercialização de materiais passíveis de reciclagem, além de contribuir com 
a destinação correta dos mesmos, reduz a extração de recursos naturais em 
decorrência do reaproveitamento dos mesmos e, ainda, gera renda para a empresa, 
mediante a valorização destes resíduos.
Tipo de resíduo Peso comercializado (t)
Papelão 72,2
Embalagem longa 
vida 51,2
Tubos de papelão 46,8
Plástico 27,6
Papel misto 10,2
Total 208,0
Tabela 2: Média anual dos principais materiais enviados para a reciclagem
Além desses, são coletados resíduos orgânicos gerados no refeitório, resíduos 
oriundos da limpeza externa e do descarte de equipamentos de proteção individual, osquais são encaminhados para o aterro municipal. As cinzas geradas na caldeira são 
distribuídas a produtores rurais, os quais as utilizam como fertilizante na pastagem. 
Ainda, há a geração de resíduos que ainda não possuem destinação final, 
como vidrarias e resíduos sólidos perigosos (RSP) (baterias, pilhas e lâmpadas), 
os quais são armazenados na própria empresa. Cabe ressaltar que os RSP, como 
pilhas, lâmpadas, baterias, pneus e óleo usado são resíduos obrigatórios de logística 
reversa, a partir da criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010).
Alguns resíduos sólidos também são gerados no sistema de tratamento de 
efluentes. Na etapa inicial, de remoção de gorduras, é gerado um resíduo composto, 
basicamente, por matéria oleosa, o qual é recolhido e disposto no aterro municipal. 
O processo terciário, por sua vez, gera um subproduto sólido gelatinoso (lodo), 
o qual é recirculado, a cada três dias, para o início do processo biológico (lagoa 
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 2 23
anaeróbia) para não comprometer a qualidade do efluente final. Embora este lodo 
contenha microrganismos biológicos ativos, cabe ressaltar que, devido à utilização 
do coagulante PAC, o mesmo contém traços residuais de alumínio, o que inviabiliza 
seu uso para outros fins, como aplicação na agricultura ou em pastagens. Ambos 
os subprodutos, sólidos e semissólidos, gerados no sistema de tratamento de 
efluente, são classificados como resíduo sólido classe II – não perigoso, conforme a 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (2004).
Constatou-se ainda que, para os resíduos sólidos, óleos e lodo da estação de 
tratamento de efluentes, há a obrigatoriedade da elaboração anual do Inventário 
Estadual de Resíduos Sólidos Industriais e posterior apresentação ao Instituto 
Ambiental do Paraná (IAP), devendo conter o tipo e quantidade de resíduo gerado, 
bem como a sua destinação externa (tratamento, reutilização, reciclagem ou 
disposição final). Este procedimento acorda com a Resolução CONAMA n° 313/2002 
(BRASIL, 2002), a qual estabelece a obrigatoriedade da realização deste inventário 
estadual para compor o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais, e tem 
sido cumprido pela empresa.
Durante o acompanhamento à organização, foram visualizadas diversas lixeiras 
de separação de resíduos, devidamente identificadas (papel, plástico, vidro, metal 
e orgânico) e dispostas em toda a agroindústria, ação esta que induz a colaboração 
dos funcionários e facilita à separação dos seus resíduos. No entanto, não são 
realizadas campanhas de educação ambiental com os colaboradores da unidade, o 
que reduz a eficácia da coleta seletiva.
4 | CONCLUSÕES
Foi possível observar que a organização estudada demonstrou estar não apenas 
preocupada com a legislação vigente, mas também com a qualidade ambiental, 
contando, assim, com um eficaz tratamento de seu efluente líquido resultante do 
seu processo produtivo e boa gestão dos resíduos sólidos por ela produzidos. No 
entanto, visando à maior qualidade ambiental, medidas de melhorias são propostas 
em relação, principalmente, à gestão do lodo gerado durante o tratamento terciário 
de efluentes, bem como da gestão da água potável. 
Devido à eficiência do seu processo de tratamento de efluente, fazendo-se 
cumprir os limites permitidos pelas legislações ambientais, propõe-se como medida 
mitigadora ao consumo de água potável, a adoção da prática de reuso nas instalações 
da organização que exigem fins menos nobres, como o reuso de águas pluviais e 
do efluente tratado para irrigação de jardins, limpeza de áreas externas, descargas 
em vasos sanitários e uso em torres de resfriamento. Apesar de não existir uma 
legislação para os limites dos parâmetros físico-químicos e biológicos em águas de 
reuso, para os usos mencionados, existem recomendações nacionais que podem ser 
seguidas, como o guia da ANA/FIESP/SINDUSCON (2005) e a NBR 13969:1997 da 
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 2 24
Associação Brasileira de Normas Técnicas (1997) e o guia “Conservação e Reuso da 
Água em Edificações” elaborado pela Agência Nacional das Águas/Federação das 
Indústrias do Estado de São Paulo/Sindicato da Indústria de Construção do Estado 
de São Paulo (2005), os quais apresentam os limites para alguns parâmetros, de 
acordo com os tipos de reuso pretendido. 
Caso a opção seja o reuso do efluente tratado para fins agrícolas devem-
se considerar as características físico-químicas do efluente. No caso de efluente 
lácteo, devem ser considerados os seus teores de nitrogênio e fósforo e estes serem 
associados às necessidades das nutricionais das culturas sugeridas. Em ambos os 
casos, apesar de a organização cumprir com a frequência de monitoramento analítico 
dos parâmetros estabelecidos pelo órgão ambiental estadual, é recomendável que 
se realize uma avaliação físico-química, biológica e toxicológica mais afunda e 
frequente do efluente tratado.
A atual recirculação do lodo produzido é considerada fácil e eficaz em curto 
prazo; porém, levando-se em consideração o aumento na sua produção, em médio 
prazo, esse processo poderá não ser o suficiente, visto a maior quantidade de lodo 
armazenado na lagoa anaeróbia, podendo interferir na eficiência de todo sistema 
de tratamento. Assim, se torna necessária a adoção de uma alternativa para este 
resíduo, que seja viável tanto para a empresa quanto para o ambiente. Uma vez que, 
devido à presença do alumínio, o lodo gerado na empresa em estudo não é passível 
de reuso agrícola, sugere-se a possibilidade de substituição do coagulante químico 
por outros de origem natural, como Moringa oleifera Lam, quiabo, mandioca, entre 
outros.
Apesar da boa gestão dos resíduos sólidos realizada pela organização, ainda 
há melhorias a serem implantadas. Recomenda-se a destinação adequada aos 
resíduos sólidos perigosos, bem como a minimização da geração dos resíduos, 
pelo controle do processo produtivo, principalmente do empacotamento. Também 
se recomenda que sejam realizadas campanhas de educação ambiental com os 
colaboradores quanto à redução de resíduos no setor administrativo, como proceder 
a correta segregação dos materiais recicláveis, bem como evitar o desperdício de 
alimentos no refeitório. 
Tais medidas objetivam reduzir tanto o impacto ambiental gerado pela empresa 
quanto os custos com tratamento e disposição final destes resíduos.
REFERÊNCIAS
ANA (AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS), FIESP (FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE 
SÃO PAULO), SINDUSCON (SINDICATO DA INDÚSTRIA DE CONSTRUÇÃO DO ESTADO DE SÃO 
PAULO). Conservação e reuso da água em edificações. São Paulo: Prol Editora Gráfica, 2005.
APHA (AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION), AWWA (AMERICAN WATER WORKS 
ASSOCIATION), WEF (WATER ENVIRONMENT FEDERATION). Standard methods for the 
examination of water and wastewater. 20th ed. USA: APHA, 1998.
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 2 25
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10.004: Resíduos sólidos: classificação. 
Rio de Janeiro, RJ, 2004.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13969: Tanques sépticos - Unidades de 
tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, construção e operação. 
Rio de Janeiro, RJ, 1997.
AZZOLINI, J. C.; FABRO, L. F. Monitoramento da eficiência do sistema de tratamento de efluentes de 
um laticínio da região meio-oeste de Santa Catarina. Unoesc e Ciência, v. 4, n. 1, p. 43-60, 2013.
BARBOSA, C. S. et al. Aspectos e impactos ambientais envolvidos em um laticínio de pequeno porte. 
Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, v. 64, n. 366, p. 28-35, 2009.
BRASIL. Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, 
altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e dá outras providências. Diário Oficial da República 
Federativa do Brasil, Brasília, DF, de 3 ago. 2010.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução CONAMA 
n° 313, de 29 deoutubro de 2002. Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos 
Industriais. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, DOU nº 226, de 22 nov. 
2002.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução n° 
430, de 13 de maio de 2011. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, 
complementa e altera a Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio 
Ambiente-CONAMA. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, DOU nº 92, de 16 
maio 2011.
BUSS, D. A.; HENKES, J. A. Estudo dos impactos ambientais causados por laticínios com foco no 
reaproveitamento dos resíduos gerados. Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental, v. 3, n. 2, p. 
384-395, 2015.
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Leite e derivados. Conjuntura Mensal Especial, 
Brasília, DF, 2017. 
EMBRAPA. Anuário leite 2018: Indicadores, tendências e oportunidades para quem vive no setor 
leiteiro. Pinheiros: Embrapa gado de leite, Texto comunicação corporativa, 2018.
JERÔNIMO, C. E. M. et al. Qualidade ambiental e sanitária das indústrias de laticínios do município 
de Mossoró-RN. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, v. 7, n. 7, p. 
1349-1356, 2012.
LIMA, L. P.; PEREZ, R.; CHAVES, J. B. P. A indústria de laticínios no Brasil – um estudo exploratório. 
B. CEPPA, v. 35, n. 1, p. 1-13, 2017.
MATOS, A. T. Tratamento de resíduos agroindustriais. In: Curso sobre Tratamento de Resíduos 
Agroindustriais, 2005, Viçosa. Anais. Viçosa: Fundação Estadual do Meio Ambiente, 2005, p. 1-34.
PARANÁ (Estado). Portaria IAP n° 256, de 16 de setembro de 2013. Aprova e estabelece os 
critérios e exigências para a apresentação da Declaração de Carga Poluidora, através 
do Sistema de Automonitoramento de Atividades Poluidoras no Paraná e determina seu 
cumprimento. Diário Oficial do Estado do Paraná, Curitiba, de 22 maio 2013.
SARAIVA, C. B.; MENDONÇA; R. C. S., PEREIRA, D. A. Diagnóstico ambiental de um laticínio 
de pequeno porte. II Congresso Brasileiro de Agroecologia e II Congresso Latino Americano de 
Agroecologia. 2009. Anais. Curitiba, PR, 2009.
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 2 26
SILVA, R. R.; SIQUEIRA, E. Q.; NOGUEIRA, I. S. Impactos ambientais de efluentes de laticínios em 
curso d’água na Bacia do Rio Pomba. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 23, n. 2, p. 217-228, 
2018.
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 3 27
CAPÍTULO 3
DEPOSIÇÃO DE RESÍDUOS DE ROCHAS 
ORNAMENTAIS EM ÁREA URBANO-INDUSTRIAL E 
ALTERAÇÕES NA QUALIDADE DA ÁGUA
Mirna A. Neves
Universidade Federal do Espírito Santo - UFES, 
Centro de Ciências Exatas, Naturais e da Saúde, 
Departamento de Geologia
Alegre - ES
Eduardo B. Duarte
Universidade Federal do Espírito Santo - UFES, 
Centro de Ciências Exatas, Naturais e da Saúde, 
Curso de Pós-Graduação em Agroquímica
Alegre - ES
Valerio Raymundo
Associação de Desenvolvimento Ambiental do 
Mármore e Granito - ADAMAG
Cachoeiro de Itapemirim - ES
Fabricia B. Oliveira
Universidade Federal do Espírito Santo - UFES, 
Centro de Ciências Exatas, Naturais e da Saúde, 
Departamento de Geologia
Alegre - ES
RESUMO: O Brasil possui posição de destaque 
no mercado internacional de rochas ornamentais 
e o estado do Espírito Santo é o principal 
produtor brasileiro. O processamento dessas 
rochas gera grande quantidade de resíduos, a 
maioria deles compostos por uma mistura de 
água, fragmentos de granalha de aço, cal e 
outros compostos químicos, tais como abrasivos 
e resinas fenólicas. O armazenamento desses 
materiais tem sido, por longo tempo, feito sem 
medidas de proteção ambiental, em contato 
com a água e o solo. Essas áreas são passivos 
ambientais da indústria de rochas ornamentais 
e ainda não foram estudadas em detalhe, o que 
motivou o desenvolvimento desse trabalho. O 
objetivo dessa pesquisa foi o monitoramento da 
água superficial e subterrânea no entorno de 
um depósito de resíduos de rochas ornamentais 
abandonado no município de Cachoeiro de 
Itapemirim, Sul do estado do Espírito Santo. 
Foram analisados: o potencial hidrogeniônico 
(pH), condutividade elétrica (CE), sólidos totais 
dissolvidos (STD), alcalinidade, fenóis, cloretos 
e metais. O estudo mostrou que o depósito 
de resíduos, situado em uma área urbano-
industrial com lançamento de esgotos sem 
tratamento, interfere de forma secundária na 
qualidade da água subterrânea, mas o efluente 
urbano é o principal fator que contribui para 
alteração da qualidade das águas superficiais 
e subterrâneas.
PALAVRAS-CHAVE: mármore e granito, lama 
abrasiva, Espírito Santo.
DIMENSION STONE WASTE DEPOSITION IN 
URBAN-INDUSTRIAL AREA AND CHANGES 
IN WATER QUALITY
ABSTRACT: Brazil has high position in the 
dimension stone international market, and the 
State of Espírito Santo is the main Brazilian 
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 3 28
producer. The processing of these rocks generates great amount of wastes, the 
major part composed by a mixture of water, steel fragments, lime and other chemical 
compounds, such as abrasives and phenolic resins. The storage of these materials 
was, for a long time, made without environmental protection measures, in contact 
with water and soil. These areas are environmental liabilities of the dimension stone 
industry and were not still incisively studied, what motivated the development of this 
work. This research aimed the monitoring of surficial water and groundwater around an 
abandoned deposit of dimension stone waste in the Cachoeiro de Itapemirim County, 
South of Espírito Santo State. The hydrogen potential (pH), electrical conductivity (CE), 
total dissolved solids (TDS), alkalinity, phenol, chloride and metals were analyzed. The 
study showed that the waste deposit, located at an urban-industrial area with sewage 
discharge without treatment, interfere secondarily on water quality, but the urban 
effluent is the main factor that contributes for altering the quality of the surficial and 
groundwater.
KEYWORDS: granite and marble, abrasive slurry, Espírito Santo.
1 | INTRODUÇÃO
As rochas ornamentais brasileiras, principalmente mármores e granitos usados 
na construção civil, têm destaque no mercado internacional, sendo que o estado 
do Espírito Santo é responsável por cerca de 82% das exportações (ABIROCHAS, 
2018). A importante contribuição econômica do setor traz consigo o ônus dos 
impactos ambientais negativos, onde se destaca a produção de resíduos. 
A serragem de blocos rochosos para produção de chapas de revestimento 
é feita em teares que usam fios diamantados ou lâminas de aço. Estes últimos, 
também chamados teares convencionais, ainda são os mais utilizados, embora 
a tendência moderna seja sua substituição pelos teares multifios. Nos teares 
convencionais, utiliza-se uma mistura de água, granalha de aço e cal que propicia o 
atrito entre as lâminas e o bloco. Esta polpa de serragem, também chamada “lama 
abrasiva” é descartada após o desgaste, gerando um resíduo fino que contém, além 
dos insumos utilizados, o pó da rocha serrada, que é agregado à lama. Após a 
serragem, procede-se ao polimento das chapas brutas para lhes conferir brilho; esse 
processo também gera um resíduo fino composto por água e abrasivos, podendo 
conter resinas fenólicas e outros insumos. Os resíduos gerados são armazenados 
em lagoas de secagem ou em aterros, que podem oferecer riscos de contaminação 
ambiental (BRAGA et al., 2010).
Alguns trabalhos mostram que é possível o uso destes resíduos como matéria-
prima em outros processos produtivos (por exemplo, MENEZES et al., 2005; ACCHAR 
et al., 2006; ALMEIDA et al., 2007; MOURA e LEITE, 2011; KABAS et al., 2012; 
TAGUCHI et al., 2012), o que poderia minimizar impactos ambientais além de gerar 
renda. Porém, esses procedimentos ainda não foram incorporados pelas empresas, 
Engenharia Sanitária e Ambiental Capítulo 3 29
que não assimilaram as vantagens que poderiam advir do aproveitamento desses 
materiais.

Continue navegando