Buscar

Embriologia e Divisão do SNC

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Embriologia e Divisão do SNC 
Os primeiros neurônios surgiram na superfície externa dos organismos, o que é facilmente 
compreendido tendo em vista que a principal função dos mesmos é relacionar o animal com o 
ambiente. Dos três folhetos embrionários, é o ectoderma que está em contato com o meio 
externo e é deste que se origina o sistema nervoso. O primeiro indício de formação do sistema 
nervoso consiste em um espessamento do ectoderma, acima da notocorda, formando a 
chamada placa neural (20ª semana de gestação). São as notocordas que induzem a formação do 
tubo neural. 
OBS: a notocorda se degenera quase completamente, persistindo apenas uma pequena parte 
que forma o núcleo pulposo das vértebras. 
A placa neural cresce progressivamente, torna-se mais espessa e adquire um sulco denominado 
sulco neural, que se aprofunda e forma a goteira neural. Os lábios da goteira neural se fundem 
para formar o tubo neural – induzido pela notocorda. O ectoderma não diferenciado se fecha 
sobre o tubo neural e o isola do meio externo. No ponto em que o ectoderma encontra o lábio 
da goteira neural, desenvolvem-se células que formam de cada lado uma lâmina denominada 
crista neural (situada dorsalmente ao tubo neural). O tubo neural dá origem a elementos do 
sistema nervoso central e a crista dá origem a elementos do sistema nervoso periférico e a 
elementos não pertencentes ao sistema nervoso. 
Crista Neural 
Logo após sua formação, as cristas são contínuas no sentido craniocaudal. Posteriormente elas 
se dividem formando diversos fragmentos que vão formar os gânglios espinhais, situados na raiz 
dorsal dos nervos espinhais. Neles se diferenciam em neurônios sensitivos, pseudounipolares, 
cujos prolongamentos centrais se ligam ao tubo neural e os prolongamentos periféricos se ligam 
aos dermátomos dos somitos. As células da crista neural também dão origem a células em 
tecidos situados longe do sistema nervoso central. 
Os elementos derivados da crista são: gânglios sensitivos e viscerais, medula da glândula 
suprarrenal, melanócitos, células de Schwann (anficitos e odontoblastos), dura-máter e 
aracnoide. 
Tubo Neural 
O fechamento da goteira neural é um processo que se inicia no meio e é mais lento nas 
extremidades. Isso faz com que tenhamos tubo neural no meio do embrião e goteira nas 
extremidades. Essa situação dura até fases mais adiantadas, onde nas extremidades cranial e 
caudal temos dois orifícios denominados, respectivamente, neuroporo rostral e neuróporo 
caudal. Estas são as últimas partes do sistema nervoso a se fechar. 
Paredes do Tubo Neural 
O crescimento e a diferenciação das células da parede não são uniformes, dando origem à: duas 
lâminas alares, duas lâminas basais, uma lâmina do assoalho e uma lâmina do teto. 
O que separa as lâminas alares das basais é o chamado sulco limitante. Dessas lâminas derivam, 
respectivamente, neurônios ligados à sensibilidade e à motricidade, situados na medula e no 
tronco encefálico. 
A lâmina do teto dá origem ao epêndima da tela corióide e dos plexos coroides. A lâmina do 
assoalho, em algumas áreas, permanece no adulto e forma um sulco, como o sulco mediano do 
assoalho do IV ventrículo. 
Dilatações do Tubo Neural 
O calibre do tubo neural não é uniforme. A parte cranial torna-se dilatada e forma o encéfalo 
primitivo ou arquencéfalo; a parte caudal permanece com o calibre uniforme e constitui a 
medula primitiva do embrião. 
No arquencéfalo distinguem-se três dilatações, que são as vesículas encefálicas primitivas, 
denominadas prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. O prosencéfalo da origem a mais duas 
vesículas, o telencéfalo e o diencéfalo. O mesencéfalo não se modifica e o rombencéfalo origina 
o metencéfalo e o mielencéfalo. 
OBS: no telencéfalo há duas porções laterais chamadas vesículas telencefálicas laterais. Sua 
parte mediana é fechada pela lâmina terminal. 
Cavidades do Tubo Neural 
A luz da medula primitiva forma, no adulto, o canal central da medula ou o canal do epêndima. 
A cavidade do rombencéfalo forma o IV ventrículo. As cavidades do diencéfalo e da parte 
mediana do telencéfalo formam o III ventrículo. A luz do mesencéfalo constitui o aqueduto 
cerebral (une o III ao IV ventrículo). A luz das vesículas telencefálicas laterais formam os 
ventrículos laterais (estão unidos ao III ventrículo pelos dois forames interventriculares). 
OBS: todas estas cavidades são revestidas por epêndima (epitélio cuboidal), e com exceção do 
canal central da medula, contém líquor. 
Diferenciação e Organização Neuronal 
Aos 4 meses de gestação as principais estruturas anatômicas já estão formadas. Entretanto, o 
córtex cerebral e cerebelar é liso. Isso porque os giros e sulcos são formados em razão da alta 
taxa de expansão da superfície cortical. Ou seja, o córtex cerebral deve dobrar-se para caber na 
cavidade craniana. Para isso, passa-se por etapas: proliferação neuronal, migração neuronal, 
diferenciação neuronal, sinaptogênese e formação de circuitos, mielinização e por fim 
eliminação programada de neurônios e sinapses. 
Proliferação Neuronal 
A proliferação neuronal se intensifica após a formação do tubo neural e ocorre paralelamente 
às transformações anatômicas. A partir de certo momento as células precursoras do neurônio 
passam a se dividir assimetricamente, formando outra célula precursora e um neurônio jovem 
que migra para região mais externa, para formar o córtex cerebral e suas camadas. 
Diferenciação Neuronal 
Após a migração os neurônios jovens irão adquirir as características morfológicas e bioquímicas 
próprias da função que irão exercer. Começam a emitir seu axônio (tem que encontrar o alvo 
correto) e estabelecer sinapses (sinaptogênese). 
OBS: Alguns neurônios dependem da secreção de fatores por determinados grupos de 
neurônios para conseguirem se diferenciar. 
OBS: É a extremidade do neurônio, denominada cone de crescimento, responsável por tatear 
o ambiente e conduzir o axônio até o alvo correto. 
Morte Neuronal Programada e Eliminação de Sinapses 
A morte programada é regulada pela quantidade de tecido-alvo presente. Diversos neurônios 
podem se projetar para um mesmo tecido-alvo assim, aquele que conseguir estabilizar sua 
sinapse e assegurar quantidade suficiente de fatores tróficos sobrevive, enquanto os outros 
entram em apoptose e morrem. Ocorre também a eliminação de sinapses não utilizadas ou 
produzidas em excesso. 
OBS: Em caso de lesões, neurônios que normalmente morreriam são utilizados para recuperá-
las. Esta reserva neuronal é chamada de plasticidade neuronal, existente em crianças, e que vai 
diminuindo com a idade. É também por isso que crianças têm mais facilidade de aprendizado. 
Mielinização 
É considerado o final da maturação ontogenética do sistema nervoso. Ele se completa em 
épocas diferentes e em áreas diferentes do sistema nervoso central. A última região a concluir 
esse processo é o córtex da região anterior do lobo frontal do cérebro (área pré-frontal; com 30 
anos de idade), responsável pelas funções psíquicas. 
Correlações Anatomoclínicas 
Fatores externos como alguns medicamentos, drogas e infecções congênitas podem afetar 
diretamente as diversas etapas deste desenvolvimento. Quando ocorrem no primeiro trimestre 
de gestação podem afetar a proliferação neuronal, resultando na redução do número de 
neurônios e microcefalia. No segundo e no terceiro trimestres podem interferir na organização 
neuronal e causar atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e retardo mental. 
Defeitos de Fechamento 
Os defeitos de fechamento do tubo neural são relativamente comuns e causam grave 
comprometimento funcional. Falhas no fechamento da porção posterior ocasionam 
malformação, tal como espinha bífida e mielomeningocele. O mau fechamento da porção 
anterior do tubo neural pode causar anencefalia (ausência do prosencéfalo e do crânio). 
OBS: na espinha bífida a meninge dura-máter e a medulasão normais. A porção dorsal da 
vértebra, no entanto, não está fechada. Está é assintomática. Na meningocele ocorre um déficit 
ósseo maior. A dura-máter sobressai como um balão e necessita de correção cirúrgica. Na 
mielomeningocele, além da dura-máter, parte da medula e das raízes nervosas é envolvida. 
Mesmo após correção cirúrgica irá permanecer com déficit neurológico. 
OBS: o uso de ácido fólico na rotina das mulheres com intenção de engravidar reduz a incidência 
de distúrbios de fechamento do tubo neural. 
Distúrbios de Migração Neuronal 
Isso acontece quando alguns neurônios não terminam sua migração ou a fazem de maneira 
anômala. Isto gera grupos de neurônios ectópicos que tendem a apresentar alta excitabilidade 
e potencial epileptogênico. Quando há graves distúrbios de migração, pode haver quadros de 
retardo mental ou paralisia cerebral. 
OBS: as epilepsias decorrentes de distúrbios de migração tendem a ser de difícil controle, 
podendo ter como último recurso terapêutico intervenção cirúrgica. 
Divisão do Sistema Nervoso com Base em Critérios Anatômicos 
É a divisão mais conhecida: Sist Nervoso Central Encéfalo Cérebro 
 Cerebelo 
 Tronco encefálico Mesencéfalo 
 Ponte 
 Bulbo 
 Medula Espinhal 
 Sist Nerv Periférico Nervos Espinhais 
 Cranianos 
 Gânglios 
 Terminações nervosas 
● Sistema Nervoso Central: É aquele que está dentro do esqueleto axial (cavidade 
craniana e canal vertebral). 
● Sistema Nervoso Periférico: É aquele que se encontra fora do esqueleto axial. 
● Encéfalo: é a parte do sistema nervoso central que fica dentro do crânio. 
● Ponte: separa o bulbo (caudal) do mesencéfalo (cranial). 
● Cerebelo: dorsal à ponte e bulbo. 
 
 
 
 
 
 
● Nervos: cordões esbranquiçados que unem o sistema nervoso central aos órgãos 
periféricos. Se a união se faz com o encéfalo, os nervos são cranianos; se com a medula, 
espinhais. 
● Gânglios: são dilatações constituídas de corpos de neurônios. Podem ser sensitivos ou 
motores viscerais (do sistema nervoso autônomo). 
● Terminações Nervosas: estão nas extremidades das fibras e podem ser sensitivas 
(aferentes) ou motoras (eferentes). 
Divisão do Sistema Nervoso com Base em Critérios Embriológicos 
Prosencéfalo Telencéfalo Cérebro 
 Diencéfalo 
Mesencéfalo Mesencéfalo 
Rombencéfalo Metencéfalo Cerebelo e Ponte 
 Mielencéfalo Bulbo 
Divisão do Sistema Nervoso com Base em Critérios Funcionais 
Pode-se dividir o sistema nervoso em somático e visceral. O somático é aquele que relaciona o 
organismo com o ambiente, apresentando um componente aferente (conduz impulsos aos 
centros nervosos) e outro eferente (resulta em movimentos voluntários). O visceral é aquele 
que se relaciona com a inervação e controle das estruturas viscerais no sentido de manutenção 
da constância do meio interno. Ele também possui um componente aferente (conduz impulsos 
as áreas específicas do sistema nervoso central) e outro eferente (leva os impulsos originados 
em certos centros até as vísceras). O componente eferente do sistema nervoso visceral é 
denominado sistema nervoso autônomo e é subdividido em: simpático e parassimpático. 
OBS: essa divisão não se aplica às áreas de associação terciárias do córtex cerebral. 
Sist Nervoso Somático Aferente 
 Eferente 
Sist Nervoso Visceral Aferente 
 Eferente = SN autônomo Parassimpático 
 Simpático 
Divisão do Sistema Nervoso com Base na Segmentação ou Metameria 
Nesse caso o sistema nervoso é dividido em: segmentar e surprassegmentar. A segmentação do 
sistema nervoso é evidenciada pela conexão com os nervos. Pertence, pois, ao sistema nervoso 
segmentar todo o sistema nervoso periférico, mas aquelas partes do sistema nervoso central 
 
 
 
 
 
 
 
que estão em relação direta com os nervos típicos, ou seja, a medula espinhal e o tronco 
encefálico. O cérebro e o cerebelo pertencem ao sistema nervoso suprassegmentar. 
No sistema nervoso suprassegmentar há córtex (há uma fina camada de substância cinzenta fora 
da substância branca) enquanto que no segmentar não há (substância cinzenta dentro da 
substância branca). O SN segmentar surgiu antes do SN suprassegmentar, assim a comunicação 
entre o SN suprassegmentar e os órgãos periféricos, receptores e efetuadores se faz através do 
SN segmentar. Com base nessa divisão, pode-se classificar os arcos reflexos em 
suprassegmentares (aferente se liga a eferente no SN suprassegmentar) e segmentares (a 
ligação ocorre no SN segmentar). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referência 
MACHADO, A. B. M. Neuroanatomia Funcional. 3 ed. São Paulo: Atheneu, 2013.

Continue navegando