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Ética e Bioética na Medicina Veterinária_

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@medvetresume 
Bioética 
A bioética vêm destacando-se em influência 
como um importante ramo da ética aplicada. 
Diversos fatos apontam o seu 
desenvolvimento no mundo: um crescimento 
constante da literatura sobre o tema, 
diversos fóruns de debate, a realização do V 
Congresso Mundial de Bioética (Londres, 
2000), o surgimento da disciplina de 
bioética em diversos cursos acadêmicos, a 
multiplicação das associações de bioética, o 
aparecimento das comissões de ética e de 
bioética, assim como dos chamados "códigos 
de ética", para ilustrar alguns exemplos 
entre outros. 
Mas o que é a Bioética? 
→ Do grego: bios, vida + ethos, relativo à ética, 
determina a forma de agir de uma sociedade. 
É o estudo transdisciplinar entre biologia, 
medicina, fisiologia e direito (biodireito) que 
investiga as condições necessárias para uma 
administração responsável da vida humana, 
animal e responsabilidade ambiental. (Guy 
Durand, 2010 – introdução geral à bioética) 
A leishmaniose canina por muito tempo não 
se autorizava o tratamento, já mandava-se 
fazer a eutanásia. Um pensamento bastante 
retrogrado e hoje com responsabilidade 
pode-se tratar o animal com leishmaniose. O 
médico veterinário precisa acompanhar de 
perto a evolução do tratamento e tentar 
todas as possibilidades de tratamento que 
houver, mas claro visando sempre a 
qualidade de vida daquele animal, caso não 
haja eficácia de tratamento e muito 
desconforto no animal deve-se pensar na 
eutanásia. Por isso, é importante usar da 
bioética na sua rotina, sempre agindo 
racionalmente e clinicamente. 
Entendemos a bioética, como um conjunto de 
conceitos, argumentos e normas que 
direcionar atos conflituosos e dilemas 
morais, que possam causar efeitos 
irreversíveis sobre outros humanos, animais 
e meio ambiente, para um campo de análise e 
de questionamentos acerca de tais ações, 
como por exemplo no caso da Leishmaniose. 
 
Medicina veterinária e saúde única 
A medicina veterinária é uma área muito 
abrangente, ela está completamente ligada 
ao conceito de saúde única, que é a união 
indissociável entre saúde animal, humana e 
ambiental. Nesse sentido, o olhar para o 
todo torna-se muito importante para se 
garantir excelentes níveis de saúde pois 
tudo está conectado, se um não vai bem 
possivelmente o outro também não estará. 
 
 
 
 
 
 
 
 
@medvetresume 
Muitas doenças podem ser melhor 
prevenidas e combatidas por meio da 
atuação integrada entre medicina 
veterinária, medicina humana e outros 
profissionais da saúde. Trazendo para o 
cotidiano, notamos a medicina veterinária 
atuando na saúde única quando nos 
alimentamos com produtos de origem animal, 
como queijos, ovos, carnes, etc. Tudo isso 
antes de chegar a sua casa, passou por 
diversas etapas pelo médico veterinário, 
atuando no pasto que serviu de alimento ao 
animal, trabalhado na prevenção de doenças 
transmissíveis de animais para humanos e 
garantindo a qualidade do produto final. 
Compreende-se, portanto, que os médicos 
veterinários atuam para além da saúde 
animal e por isso a bioética é muito 
importante está sempre presente pois 
estamos envolvidos não apenas com a vida 
animal, mas a de todos os seres. 
 
Eutanásia e Bioética 
Segundo o inciso I do art 6º da resolução nº 
1138, de 16 de dezembro de 2016, que 
aprova o Código de Ética do Médico 
Veterinário, é dever do médico veterinário 
“aprimorar continuamente seus 
conhecimentos e usar o melhor do progresso 
científico em benefício dos animais, do 
homem e do meio-ambiente”. Nesse sentido, 
o médico veterinário deverá promover o 
bem-estar dos animais sempre utilizando-se 
da bioética e do raciocínio lógico, por isso, 
em situações em que o bem-estar do animal 
estiver comprometido de forma 
irreversível, a eutanásia pode ser 
considerada uma forma de eliminar a dor ou 
o sofrimento dos animais. Por isso, o 
veterinário deverá avaliar bem a situação, na 
expectativa de que reconheça o sofrimento 
de seus pacientes e os ajude da melhor 
maneira, utilizando da eutanásia ou um 
tratamento adequado. Afinal, o Conselho 
Federal de Medicina Veterinária - CFMV - 
confere pelo artigo 3, da resolução nº 1000, 
de 11 de maio de 2012, a indicação da 
eutanásia em algumas situações. 
 
Eutanásia x Distanásia 
A eutanásia é a prática intencional que causa 
uma morte sem dor para aliviar o sofrimento 
de um paciente, principalmente por doenças 
dolorosas e sem cura, já a distanásia é o 
contrário da eutanásia, é o ato ao qual se 
prolonga a vida do paciente incurável, por 
meios artificiais. A distanásia ocorre muitas 
vezes a pedido do proprietário que não 
aceita perder o animal de estimação, porém 
em pacientes cujo a doença é terminal e que 
causa bastante sofrimento ao animal, 
prolongar a vida dele através de 
medicamentos não seja a melhor escolha, 
afinal só se prolongará a dor daquele 
enfermo, pois existem estágios avançados 
de certas doenças que é óbvio que as 
intervenções médicas não irão reverter a 
doença nem o processo de morte. Além do 
tutor, temos os médicos que muitas vezes 
acham que eutanasiar o paciente é uma 
espécie de desistir do animal, mas nem 
sempre é assim, muitas vezes isso pode se 
configurar como futilidade médica, pois 
deixar o animal naquele estado de 
sofrimento sem nem uma melhora ou 
conforto, é falhar no bem-estar animal. 
Por isso, cada caso deve ser avaliado 
racionalmente, cada animal tem suas 
particularidades e se houver chances de um 
sucesso no tratamento deve se tentar o 
máximo que der, tentando aliviar o 
@medvetresume 
desconforto daquele animal e mantendo uma 
qualidade de vida. Entretanto, se não houver 
chances de melhora e vê que o animal ainda 
sente muito desconforto mesmo com 
mediações que diminuam a dor, deve-se 
pensar na eutanásia para aliviar o 
sofrimento, já que não há sucesso no 
tratamento e a qualidade e bem-estar do 
animal não estão preservados. 
 
Referências 
Resolução CFMV nº 1000, de 11 de maio de 
2012, “Dispõe sobre procedimentos e 
métodos de eutanásia em animais e dá 
outras providências”. Diário Oficial da 
União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 17 mai. 
2012. Seção 1, págs. 124 e 125. 
 
Resolução CFMV nº 1138 de dezembro de 
2016,“Aprova o Código de Ética do Médico 
Veterinário”. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 25 jan. 2017. Seção 
1, págs. 107 e 109. 
 
ALMEIDA, Carlos Augusto Paranaiba; 
NUNES, Thiago. O papel do médico 
veterinário na bioética animal. 2018. 
Trabalho acadêmico (curso Técnico em 
Medicina Veterinária) - Instituto Paulo 
Freire, São Simão - Goiás, 2018. 
 
BOTONI, Larissa Silveira; VEADO, Julio 
César Cambraia; VAL, Adriane Pimenta da 
Costa. Distanásia ou eutanásia: quando você 
colocaria o ponto final? Medvep - Revista 
Científica de Medicina Veterinária - 
Pequenos Animais e Animais de Estimação, 
[s.I.], v. 10, n. 32, p. 108-111, fev. 2012.

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