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Imunologia - Órgãos Linfoides Secundários

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Imunologia 
Órgãos Linfoides Secundários 
Relembrando a Montagem da Resposta Imune 
Resposta Imune Inata 
As primeiras constituintes do Sistema Imune são as 
Barreiras (Físicas, Químicas e Microbiológicas). Após elas 
temos Células Sentinelas (compostas por Macrófagos, 
Células Dendríticas, Mastócitos e Linfócitos Inatos) que 
reconhecem os PAMPs dos antígenos através de seus 
Receptores PRRs (como exemplo o Receptor TOLL ou TLR). 
O reconhecimento do antígeno ativa o Fator Transcricional 
NF-kB, que estimula a produção de Mediadores 
Inflamatórios pelas Células Sentinelas. Os Macrófagos, por 
exemplo, liberarão Citocinas Pró-inflamatórias, enquanto 
os Mastócitos liberarão Histamina (que agirão nos Vasos 
Sanguíneos), entre outros Mediadores. 
As Citocinas Pró-inflamatórias atingem a circulação 
sistêmica e podem agir: 
◊ Na Medula Óssea, aumentando a produção de 
Polimorfonucleares (as células deste tipo são os Basófilos, 
Eosinófilos e Neutrófilos, sendo que neste caso estamos nos 
referindo aos Neutrófilos), podendo causar Desvio a 
Esquerda. 
◊ No Fígado, aumentando a produção de Proteínas de Fase 
Aguda, como a Proteína C Reativa (PCR), e a produção de 
componentes do Sistema Complemento (mais 
especificamente aumentando a Via Alternativa do Sistema 
Complemento), como o C3 (produzido por Hepatócitos). 
Se o antígeno for uma bactéria rica em Carboidratos em sua 
superfície, a outra via que pode sofrer aumento a partir das 
Citocinas Pró-inflamatórias no Fígado é a Via das Lectinas. 
Isso ocorre com o estímulo a produção da Proteína MBL 
(Proteína Ligadora de Manose) no órgão. 
Assim, os Neutrófilos partem para o Sítio Infeccioso e 
posteriormente há a chegada dos Monócitos ao local (que 
se diferenciam em Macrófagos). No Sítio Infeccioso, há 
atuação de vários componentes sobre os antígenos, como a 
PCR, o componente C3b, a Proteína MBL (em casos de 
Carboidrato constituindo o patógeno), entre outros 
processos. Tudo para favorecer a Fagocitose do 
microorganismo pelas Células Sentinelas, ou seja, tudo para 
aumentar a capacidade fagocítica das células do Sistema 
Imune Inato. 
A ativação e atuação do Sistema Complemento por suas 
três vias no Sítio Infeccioso leva a liberação de 
Anafilotoxinas (principalmente C3a e C5a) durante as 
sequência de clivagens de seus componentes. As 
Anafilotoxinas agem sobre os Mastócitos, estimulando a 
produção de Histamina e Leucotrienos que atuam sobre os 
Vasos Sanguíneos, aumentando sua Permeabilidade para 
que possam chegar mais células de defesa no Sítio 
Infeccioso. Além disso, elas têm Função Quimiotática, 
atraindo-as células para o local desejado. 
O microorganismo estudado no caso é a bactéria 
Streptococcus pneumoniae. Ela possui uma Cápsula de 
Polissacarídeos que atua em sua defesa, impedindo a 
ancoragem do componente C3b em sua superfície 
(causando a ineficiência da Via Alternativa do Sistema 
Complemento). 
Assim, as Vias do Sistema Complemento que não 
necessitam de Anticorpos são ineficientes, prejudicando a 
defesa do organismo. É necessária então a ativação da 
Imunidade Adaptativa. 
Resposta Imune Adaptativa 
As Células Dendríticas então reconhecem o PAMP do 
antígeno através de seu Receptor PRR, o fagocita e leva os 
fragmentos proteicos do antígeno clivado até os Órgãos 
Linfoides Secundários (Baço ou Linfonodo). Junto a ela, os 
antígenos do Sítio Infeccioso chegam até o Órgão Linfoide 
Secundário através da Linfa. 
▪ Ativação dos Linfócito B: Lá, os antígenos são 
reconhecidos diretamente pelos Receptores BCR dos 
Linfócitos B, que se ativam. A partir da ativação dos 
Linfócitos B, há a proliferação desta célula se diferenciando 
em Células de Memória ou Plasmócitos (que produzem 
Anticorpos). 
▪ Ativação dos Linfócitos T: Enquanto isso, as Células 
Dendríticas apresentam o antígeno aos Linfócitos T, que o 
reconhece por seus Receptores TCR a partir do complexo 
MHC, que se junta aos fragmentos proteicos do antígeno na 
superfície das Células Dendríticas. Isto é chamado de 1° 
Sinal. 
 
 
 
 
 
 
 
Além das Células Dendríticas reconhecerem PAMPs pelos 
Receptores PRR e produzirem Mediadores Inflamatórios, 
elas também induzem Moléculas de Co-estímulo (como 
CD80 e CD86), que se ligam a Glicoproteína CD28 do 
Linfócito T. Isto é chamado de 2° Sinal. 
A partir destes sinais há a ativação dos Linfócitos T, dando 
início a sua proliferação. Dando origem a Células de 
Memória e Células Efetoras (Linfócito T CD4 ou Auxiliar - 
que auxiliará as demais células com a produção de 
Citocinas). Estas Citocinas podem agir no espessamento da 
 
 Imunologia 
Barreira Epitelial, no aumento da capacidade fagocitária e 
no aumento da produção de Anticorpos pelo Linfócito B). 
Logo, Anticorpos e Linfócitos T CD4 migram para o Sítio 
Infeccioso. Deste modo, é iniciada a Via Clássica do Sistema 
Complemento para a morte dos patógenos através do 
aumento da capacidade fagocitária dos Fagócitos. 
Introdução 
Imunidade Adaptativa ou Específica 
Enquanto a Imunidade Inata reconhece PAMPs, a 
Imunidade Adaptativa (montada nos Órgãos Linfoides 
Secundários) reconhecerá Epítopos ou Determinantes 
Antigênicos (particularidades ou especificidades de cada 
patógeno, sendo sequências antigênicas com capacidade de 
reconhecimento, como a Proteína Spike do Coronavírus). 
Dentro de um antígeno podemos ter vários Epítopos. Deste 
modo, durante a Expansão Clonal (proliferação) dos 
Linfócitos T ou B podemos apresentar Linfócitos “filhos” 
com reconhecimentos diferentes para diferentes Epítopos 
do mesmo antígeno. Os Linfócitos são as principais células 
do Sistema Imune Adaptativo, sendo o Linfócito B 
responsável pela Imunidade Adaptativa Humoral enquanto 
o Linfócito T é responsável pela Imunidade Adaptativa 
Celular. 
Enquanto o Linfócito B consegue reconhecer o antígeno 
diretamente pelos Receptores BCR, o Linfócito T necessita 
que uma Célula Apresentadora de Patógeno (APC) o 
apresente o Epítopo antigênico através da molécula MHC, o 
reconhecendo pelos Receptores TCR. Sendo ambos 
Receptores de Epítopos. 
Ao chegar aos Órgãos Linfoides Secundário, a Célula 
Dendrítica ou o próprio antígeno são reconhecidos por 
Linfócitos T ou B ainda Inatos (ou “virgem”). Os Linfócitos 
Inatos após o reconhecimento antigênico e a ativação 
destes se proliferarão (Expansão Clonal) enquanto se 
diferenciam. 
▪ Diferenciação do Linfócito B: A partir da proliferação, 
estas células podem se diferenciar em Plasmócitos (que 
produzem Anticorpos) ou Linfócitos B de Memória (Células 
de Memória). 
▪ Diferenciação do Linfócito T: A partir da proliferação, 
estas células podem se diferenciar em Linfócitos T 
Auxiliares ou CD4 (se diferenciam em diferentes tipos de 
acordo com as Citocinas que produzem) ou em Células de 
Memória. 
Órgãos Linfoides Primários 
▪ Medula Óssea: Os Órgãos Linfoides Primários são 
considerados órgãos de origem. A Medula Óssea produzirá 
tanto Linfócitos B quanto Linfócitos T. Em relação ao 
Linfócito B, a Medula Óssea é considerada seu órgão de 
origem (órgão de Ontogenia) e de maturação de seu 
Receptor BCR. 
A Medula Óssea é a produtora de praticamente todas as 
células vinculadas a Imunidade Inata, tanto as de origem 
Linfoide (Linfócitos T e B), quanto as de origem Mielóide 
(Neutrófilos, Eosinófilos, Basófilos, Monócitos, Mastócitos, 
Plaquetas e Hemácias). 
▪ Timo: É considerado Órgão Linfoide Primário, pois é aqui 
que o Linfócito T dá início a expressão do Receptor TCR. O 
Linfócito T sairá da Medula ainda sem seus Receptores TCR 
maturados, o que ocorre apenas no Timo. 
Órgãos Linfóides Secundários 
São compostos por Linfonodos, pelo Baço, pelos Tecidos 
Associados a Mucosa (MALT), como Intestino, Trato 
Geniturinário e pelas Tonsilas. Eles são caracterizados por: 
◊ São o local de encontro dos Linfócitos com o antígeno. 
◊ Onde ocorre a montagem da Resposta Imune Específica.◊ Onde ocorre a Expansão Clonal e a diferenciação dos 
Linfócitos. 
Os Linfócitos produzidos pelos Órgãos Linfoides Primários 
permanecem circulando pelos Tecidos, indo em direção aos 
Órgãos Linfoides Secundários e posteriormente voltam para 
a circulação, em um ciclo vicioso. Deste modo, é maior a 
capacidade destas células de defesa encontrarem antígenos 
nos Órgãos Linfoides Secundário. 
Localização Preferencial dos Patógenos 
▪ Baço: Os antígenos que nos invadem pelo sangue irão 
predominantemente para o Baço, sendo ele o principal 
local de montagem da Resposta Imune Adaptativa. 
▪ Linfonodos: Receberá predominantemente os antígenos 
localizados nos Tecidos, como na Pele. 
▪ MALT: Receberá predominantemente os antígenos 
localizados na via oral. 
Sistema Linfático 
É uma grande rede sistêmica de drenagem dos Tecidos, de 
modo que ao atingir a região do Ducto Torácico, esta Linfa 
pode atingir a corrente sanguínea. Os Linfonodos são 
divididos em três regiões (Cortical, Paracortical e Medular), 
onde predominarão diferentes tipos de Linfócitos. 
 
 
 
 
 
 
Cortical Paracortical 
Medular 
Linfócitos B Linfócitos T 
Plasmócitos 
 
 Imunologia 
Na circulação, as Vênulas de Endotélio Alto expressão 
Quimiotaxia para atraírem Linfócitos Inatos do sangue, que 
realizam Diapedese no Linfonodo. Assim, os Linfócitos T 
chegam ao Linfonodo através do sangue pelas Vênulas de 
Endotélio Alto, onde se concentram na região Paracortical. 
As Células Dendríticas então entram no Linfonodo pelas 
Veias Linfáticas Aferentes junto da Linfa drenada, 
desembocando também na região Paracortical. Deste modo 
há o encontro e apresentação do antígeno entre as duas 
células. 
Pelas Veias Linfáticas Aferentes também chegam antígenos 
pela Linfa, que se direcionam a região Cortical rica em 
Linfócitos B. A partir do momento que um Linfócito B 
reconheceu o antígeno e se ativa, inicia-se a diferenciação 
em Plasmócitos, que se acumulam na região Medular 
(também chamada Centro Germinativo), onde há muitos 
Macrófagos também. 
Na região Folicular (Cortical e Paracortical), teremos 
também um encontro entre os Linfócitos de modo que o 
Linfócito B agirá também como uma APC e apresentará o 
antígeno ao Linfócito T. Isso ocorre em determinado 
momento em que o Linfócito T sobe até o Córtex para 
realizar este encontro com o Linfócito B. 
Baço 
O antígeno presente no sangue entra no Baço através da 
Artéria Esplênica Central que se ramifica pelo órgão. 
 
▪ Poupa Vermelha: A parte mais externa ou cortical do Baço 
(Poupa Vermelha) é o local de depuração (lise) das 
Hemácias, neste local há muitos Macrófagos. A região de 
Poupa Vermelha é considerada um “grande filtro”, por 
filtrar Hemácias e microrganismos (que são também 
depurados) presentes no sangue. 
▪ Zona Marginal: É o local entre a Poupa Vermelha e a 
Poupa Branca. Este local é rico em Células Dendríticas que 
apresentarão antígenos aos Linfócitos T a partir da conexão 
deste local com a Poupa Branca. 
A Zona Marginal também conta com Linfócitos B chamados 
Linfócitos B da Zona Marginal, eles são caracterizados por 
não realizarem a função de APC com os Linfócitos T. Porém, 
ela célula produzirá Anticorpos atraídos por Polissacarídeos 
(composto presente na Cápsula de bactérias envelopadas). 
Assim, uma infecção bacteriana por Streptococcus, 
Staphylococcus, entre outras bactérias envelopadas, possui 
este Linfócito B como principal atuante. 
▪ Poupa Branca: É a região mais interna, onde é montada a 
Resposta Imune Adaptativa. Aqui estão presentes Linfócitos 
T e B, sendo que os Linfócitos B estarão dentro de Folículos 
(Folículos 1° quando Inatos e Folículos 2° quando 
Plasmócitos). Temos a presença de Linfócitos T Inatos que 
circundam a Artéria Esplênica Central na região mais 
interna, isso é chamado de Bainha Periarteriolar. 
Tecidos Linfoides Associados as Mucosas (MALT) 
Diferentemente dos outros Órgãos Linfoides Secundários, o 
MALT não é composto por órgãos de porções definidas e 
não são encapsulados. 
▪ Tecido Linfoide Associado a Mucosa Bronquiolar: Também 
chamado BALT ou MALT Bronquiolar, sendo associado aos 
Pulmões. 
▪ Tecido Linfoide Associado a Mucosa Gastrointestinal: 
Também chamado de GALT ou MALT Gastrointestinal. 
Após o Lúmen intestinal, contamos com um Epitélio Mucoso 
(Barreira Física) formado por Células Epiteliais que podem 
possuir função de células de defesa, como as Células de 
Paneth, que são responsáveis pela produção Peptídeos 
antimicrobianos que auxiliam no combate de bactérias 
patogênicas do Trato. 
Temos também a Célula M localizadas no Epitélio e são 
responsáveis pelo processo de Transcitose (internalização e 
transporte de antígenos intactos) do antígeno, ou seja, 
captura a bactéria patogênica e a leva até a Lâmina Própria 
do Tecido (abaixo do Epitélio Mucoso). 
A Célula M leva o antígeno até as Placas de Peyer, Folículos 
associados a Mucosa (não organizados) localizados na 
Lâmina Própria onde há uma grande concentração de 
Linfócitos. Porém, temos também Linfócitos espalhados 
pelas camadas histológicas. 
Nas Mucosas temos Anticorpos Imunoglobulina A (IgA) 
encontrados em grande quantidade, pois é no MALT que o 
IgA é produzido, sendo secretados através do Epitélio 
Mucoso para o Lúmen dos órgãos envolvidos. 
Tonsilas ou Amigdalas 
São os Órgãos Linfoides Secundários associados a Mucosa 
Bucal. As Amigdalas também constituem Folículos Linfoides 
não organizados onde há a montagem da resposta imune, 
como no MALT. Ela realiza a defesa contra antígenos 
contatados pela via oral ou via nasal. 
 
 Imunologia

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