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Meios coletivos e individuais de utilização de fluoretos

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RELATÓRIO: 
Meios coletivos e individuais de utilização de fluoretos 
A descoberta de que o mecanismo de ação do flúor é tópico conferiu importância aos 
veículos capazes de disponibilizá-lo por essa via. Os dentifrícios, que até os anos 1960 
tinham papel meramente cosmético, têm hoje, em sua condição de agente preventivo, um 
aspecto que torna esse produto de interesse estratégico para as políticas públicas de 
saúde (ANTÔNIO, 2003). 
A fluoretação é a adição controlada de um composto de flúor à água de abastecimento 
público com a finalidade de elevar a concentração do mesmo a um teor predeterminado e, 
desta forma, atuar no controle da cárie dentária (RAMIRES et al., 2007). Água fluoretada, 
por ser uma medida de saúde pública, e o creme dental fluoretado, por ser o meio mais 
racional de usar fluoreto (pois alia a remoção do biofilme dental à exposição constante ao 
flúor), têm indicação para todos os indivíduos. Os outros meios de usar fluoreto podem e 
devem ser recomendados de acordo com as necessidades de cada paciente (BRASIL, 
2018). 
A fluoretação da água de abastecimento público representa uma das principais e mais 
importantes medidas de saúde pública, podendo ser considerada como o método de 
controle de cárie dentária mais efetivo, quando considerada a abrangência coletiva 
(RAMIRES et al., 2007). 
No Brasil, a adição de flúor às águas de abastecimento público teve início em 1953, em 
Baixo Guandu, no Estado do Espírito Santo². E a incorporação de flúor aos dentifrícios, no 
país, foi regulamentada em 1989, por meio da Portaria n.º 22, de 20 de dezembro de 
1989, em que ficou estabelecida a concentração mínima de 1.000 e máxima de 1.500 
ppm de flúor solúvel, no momento da fabricação (LEAL et al., 2015). 
Para o indivíduo, a aplicação tópica de flúor é vista como parte integrante do tratamento 
da cárie com o objetivo de deter a cárie progressiva. A aplicação de flúor é, portanto, 
considerada uma terapia de suporte, em conjunto com o controle da placa cariogênica. O 
uso diário de dentifrícios fluoretados desde a erupção dos dentes é mais eficaz do que o 
uso diário de suplementos de flúor desde o nascimento (THYLSTRUP, 1990). 
Com base nas informações de alguns levantamentos epidemiológicos realizados que 
estão de acordo com as pesquisas realizadas em laboratórios sobre a fluoretação da 
água e administração de flúor pós-eruptivo, é possível concluir que a adição regular de 
pequenas quantidades de flúor na boca, desde a erupção dentária, reduz o índice de cárie 
em cerca de 50%. Algumas pesquisas sugerem que os níveis de cárie em crianças 
aumentam onde a fluoretação da água é interrompida ou encerrada, e nenhum outro 
método oferecido (RAMIRES et al., 2007). 
Apesar dos benefícios dos fluoretos relacionados à prevenção da cárie, não se pode 
descartar a presença de riscos decorrentes de sua utilização. A exposição a altas 
quantidades de fluoreto pode causar efeitos adversos, que dependem da quantidade e da 
frequência de ingestão, ocasionando intoxicação aguda ou intoxicação crônica. O flúor é 
absorvido principalmente no estômago e, quando há uma única ingestão em altas doses, 
os sintomas vão desde dores abdominais, náuseas e vômito, até mesmo a morte (LEAL et 
al., 2015). 
A fluorose dentária é o resultado da ingestão crônica de flúor durante o desenvolvimento 
dental, que se manifesta como mudanças visíveis de opacidade do esmalte devido a 
alterações no processo de mineralização, podendo causar mudanças na estrutura do 
esmalte dentário (LEAL et al., 2015) (BRASIL, 2018). 
Atualmente, considera-se que o principal fator de risco associado à fluorose dentária é o 
aumento da ingestão média de fluoretos por meio de múltiplas fontes. O uso de água 
fluoretada, dentifrício fluoretado, suplementos com flúor e bebidas ou alimentação infantil 
em pó contendo fluoretos antes dos 6 anos de idade tem sido considerado fator mais 
importante (BRASIL, 2018). 
Há necessidade de controlar o uso de fluoretos nas diversas formas de apresentação 
devido à estreita relação entre o controle da cárie e o desenvolvimento da fluorose 
dentária, para que assim continue sendo possível a redução significativa da prevalência 
da cárie sem que a fluorose venha a se tornar um problema de saúde pública (LEAL et al., 
2015). 
A monitoração constante dos equipamentos de fluoretação, bem como da manutenção da 
concentração de flúor dentro dos padrões recomendados, é um problema constante. A 
implantação de sistemas de heterocontrole da fluoretação da água de abastecimento 
público pode contribuir efetivamente para melhorar a qualidade da fluoretação (RAMIRES 
et al., 2007). 
Entretanto, mesmo com a fluoretação sendo considerado um método eficaz e necessário, 
medidas são necessárias para sua adequada implantação. Desde levantamentos 
epidemiológicos que visem averiguar a prevalência da carie nas populações e que devem 
estar sendo realizadas constantemente. Além disso, analises que estipulem desde a 
quantidade de flúor presente na água, como a quantidade que deve ser aplicada. Tendo 
todas estas ações, uma intima relação com a vigilância sanitária, que deve realizar um 
trabalho de monitoramento dos índices adequados de flúor nas águas (ANTÔNIO, 2003). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
1. RAMIRES, Irene; BUZALAF, Marília Afonso Rabelo. A fluoretação da água de 
abastecimento público e seus benefícios no controle da cárie dentária: cinqüenta 
anos no Brasil. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 12, n. 4, p. 1057-
1065, ago. 2007 . Disponível em 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81232007000400027&lng=pt&nrm=iso>. acessos 
em 31 out. 2020. https://doi.org/10.1590/S1413-81232007000400027. 
2. LEAL, Solane Domingues; CARVALHO, Fábio Silva de; CARVALHO, Cristiane 
Alves Paz de. Conhecimento de alunos do Curso de Odontologia sobre o uso 
racional do flúor. Rev. odontol. UNESP, Araraquara , v. 44, n. 1, p. 51-
58, Feb. 2015 . Available from 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-
25772015000100051&lng=en&nrm=iso>. access 
on 01 Nov. 2020. http://dx.doi.org/10.1590/1807-2577.1058. 
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de 
Atenção Básica. A saúde bucal no Sistema Único de Saúde 
[http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_bucal_sistema_unico_saude.pdf
] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção 
Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2018. 350 p. : il 
4. Thylstrup A. Clinical evidence of the role of pre-eruptive fluoride in caries 
prevention. J Dent Res. 1990 Feb;69 Spec No:742-50; discussion 820-3. doi: 
10.1177/00220345900690S144. PMID: 2179336. 
5. ANTÔNIO, Carlos P. Odontologia em saúde coletiva: Planejando ações e 
promovendo saúde. São Paulo: Artmed Editora S.A., 2003 
https://doi.org/10.1590/S1413-81232007000400027
http://dx.doi.org/10.1590/1807-2577.1058

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