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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – CCBS CURSO DE BACHARELADO DE BIOMEDICINA Angélica Cristina Chermont Serão Jane de Carvalho Coimbra A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA O CONTROLE E TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS TIPO 2 Belém-PA 2021 Angélica Cristina Chermont Serrão Jane de Carvalho Coimbra A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA O CONTROLE E TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS TIPO 2 Projeto de pesquisa apresentado ao curso de Biomedicina da Universidade da Amazônia, como requisito parcial para aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I (TCC I). Orientador: Prof. Dr. Clebson Pantoja Pimentel Belém- PA 2021 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4 1.1. Generalidades ................................................................................................ 4 1.2. Sinais e sintomas do diabetes ........................................................................ 7 1.3. Diagnóstico do diabetes ................................................................................. 9 1.4. Tratamento ................................................................................................... 10 1.5. Importância da educação e informação sobre a diabetes ............................ 11 2. JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 12 3. OBJETIVOS .......................................................................................................... 13 3.1 OBJETIVO GERAL .......................................................................................... 13 3.2 OBJETIVO ESPECÍFICOS .............................................................................. 13 4. METODOLOGIA .................................................................................................... 14 5. CRONOGRAMA .................................................................................................... 14 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 16 4 1. INTRODUÇÃO 1.1. Generalidades Diabetes mellitus (DM) é um importante e crescente problema de saúde para todos os países, independentemente do seu grau de desenvolvimento, no ano de 2017, a Federação Internacional de Diabetes (IDF) estimou que 8,8% da população mundial com 20 a 79 anos de idade (424,9 milhões de pessoas) vivia com diabetes, com as persistência das tendências atuais, o número de pessoas com diabetes em 2045 será superior a 628,6 milhões, sendo que 79 % dos casos vivem em países em desenvolvimento, nos quais deverá ocorrer o maior aumento dos casos de diabetes nas próximas décadas (IDF, 2017). Diabetes mellitus, tem aumentado sua prevalência em decorrência de diversos fatores, tais como: rápida urbanização, transição epidemiológica, transição nutricional, maior frequência de estilo de vida sedentário, maior frequência de excesso de peso, crescimento e envelhecimento populacional e, também, a maior sobrevida dos indivíduos com diabetes (WHO, 2009). As tentativas de estudos epidemiológicos para elucidar a história natural e a patogênese do diabetes baseiam-se apenas nas alterações glicêmicas, apesar da grande variedade de manifestações clínicas e condições associadas (SBD, 2017). Nas últimas décadas, várias evidências foram acumuladas, sugerindo mecanismos etiologicamente diferentes, tais como genética, ambientais e imunológicos, os quais possuem importante papel na patogênese, no curso clínico e no aparecimento de complicações do diabetes (WEI, 2003). Diversos fatores mostram-se influenciadores na situação de pacientes com Diabetes Mellitus, dentre esses destacam-se a obesidade, fatores dietoterápicos, sedentarismo, tabagismo, stress psicossocial, outro fator de grande relevância é a obesidade abdominal, portadores dessa situação mostram-se com maior deposição de gordura visceral característica, apresentam maior risco para desenvolvimento de DM2 (LYRA et al., 2006). 5 Fonte. http://www.brasildefatomg.com.br O diabetes tipo 2 ocorre pela falta de ação da insulina, um hormônio produzido pelaa células β pancreáticas, nesta patologia a insulina não possui ação devido defeito em seu receptor localizado na membrana das células, o diabetes tipo 2 também conhecida como Diadetes Mellitus representa cerca de 90% dos casos de diabetes, sendo mais prevalente em indivíduos obesos ou com sobrepeso, e em adultos acima de 40 anos de idade (GUYTON; HALL,2002). A resistência à insulina (RI), é uma alteração metabólica característica da maioria dos pacientes, sendo que pode acontecer anos antes do desenvolvimento de hiperglicemia, em consequência dessa as células beta passam a produzir quantidades maiores de insulina e, se for suficiente, a hiperinsulinemia compensatória manterá os níveis de glicose na faixa da normalidade, porém nos indivíduos propensos a diabetes, ocorre diminuição da função da célula beta e a carência de insulina, a resistência à insulina associada à falência das células leva ao estado diabético hiperglicêmico descompensado (ANDRADE, 2003). A RI é um fenômeno fisiopatológico no qual, para uma dada concentração de insulina, não se consegue uma redução adequada dos níveis de glicose no sangue. Devido à sua relação com a obesidade, por definição todas as pessoas obesas devem ter RI, a menos que sejam "metabolicamente saudáveis", como pode acontecer em pacientes que se exercitam com frequência (BARCIAS, 2015). Estudos indicam que o tecido adiposo possuem capacidade secretora de substâncias com efeitos biológicos importantes com atuação local (efeitos parácrinos) e atuação sistêmica (efeitos endócrinos), exibindo relação direta com a resistência à insulina, sendo que a maioria dessas substâncias são polipeptídeos como a a leptina, Figura 1. Obesidade é um dos principais fatores de risco para os diabéticos do tipo 2. http://www.brasildefatomg.com.br/ 6 a resistina, o peptídeo inibidor do ativador de plasminogênio (PAI-1), o fator de necrose tumoral (TNF-a), a interleucina-6 (IL-6), o peptídeo estimulador da acilação (ASP) e a adiponectina – sendo a adipocetina a única que não é produzida em maior quantidade com o aumento da proporção de gordura, ao contrário sua produção é diminuída com o aumento da proporção de gordura – entre essas substancias deve- se descatar que a resistina, a IL-6, o TNF-a e a leptina estão envolvidos em processos geradores de resistência à insulina (MCLELLAN, 2007). Figura 2. A esquerda, produção e ação normais da insulina; enquanto que direita, alteração nos receptores celulares para insulina, indicando diabetes do tipo II. Fonte. www.sobrepeso.com.br/a-relacao-entre-diabetes-tipo-2. O íleo e o cólon, através das células L, produzem GLP-1 (Glucagon Like Peptide 1), uma das importantes "incretinas" no origem do DM2, essa GLP-1 aumenta a produção insulina pancreática após a ingestão de refeições, por um mecanismo que envolve receptores na célula β por meio da via AMP cíclico, e que é dependente de glicose; ou seja, só funciona em condições hiperglicêmicas, recentemente foi estabelecido que o dano à célula β condiciona a deterioração do efeito da “incretina”, mas pode ser compensado pelo efeito de drogas que aumentam as concentrações de GLP-1, como os inibidores da enzima DPP- IV (Vildagliptina, sitagliptina, saxagliptina) e por análogos da incretina (exenatida, liraglutida) (BARCIAS, 2015). http://www.sobrepeso.com.br/a-relacao-entre-diabetes-tipo-27 1.2. Sinais e sintomas do diabetes O cuidado deve ser integral ao paciente com diabetes, sendo que esse deve compreender aspectos psicossociais e culturais, a educação terapêutica sobre a doença é fundamental para conhecimento da doença, motivação frente a esse e ao tratamento da pessoa e da família do diagnosticado, a convivência com a condição crônica e com os requisitos e cuidados que venham a ter, onde a cada atendimento, deve ser reforçada a percepção de risco à saúde, o desenvolvimento de habilidades e a motivação para superação dessa patologia (PACE, et al., 2006). De acordo com esses autores atenção à saúde, com o fornecimento de informações corretas e oportunas ao controle e convivência, apoio e monitoramento, melhoram a adesão ao tratamento e a um modo de vida mais adequado frente a diabetes, sendo assim será reduzido as consequências das condições crônicas e proporcionará melhor qualidade de vida às pessoas com diabetes. As amputações de membros inferiores são um evento sentinela da cronicidade da DM, porque o risco é influenciado pelo controle de diversos fatores (controle glicêmico, controle pressórico, tabagismo etc.) e depende da habilidade dos sistemas de saúde em rastrear o risco, estratificá-lo e tratar os pés de alto risco e as úlceras, sendo que frequentemente, o diabetes está associado a outras morbidades. Estudo utilizando os dados da PNS de 2013 mostrou que, dentre os indivíduos que declararam apresentar diabetes, 26,6% tinham relato de outra morbidade associada; 23,2%, de outras duas; e 32,0%, de outras três ou mais morbidades associadas (SBD, 2019). Referente a morbimortalidade relacionada a DM2 observa-se que esta está relacionada às complicações associadas ao processo crônico, onde acumulação de glicose no sangue é um dos sinais mais evidentes, provocando complicações em diversos órgãos do corpo, sendo que estas podem causar o desencadeamento de sequelas, como amputação dos membros inferiores e a cegueira, doenças cardiovasculares que também se mostram predispostas, quando não se realiza o constante monitoramento do nível de glicose de pacientes portadores de diabetes (VIEIRA, 2012). Os primeiros sintomas do DM2 estão associados aos efeitos da concentração sérica alta de glicose, quando esta é superior a 160 a 180 mg/dl, a glicose passa para 8 a urina e quando esta concentração que já está alta, acarreta um aumento ainda maior e faz com que os rins excretem uma quantidade significativa de água para diluir a enorme quantidade de glicose perdida, como os rins fornecem uma quantidade de urina em demasia, o portador de diabetes excreta grandes volumes de urina (poliúria), o que provoca uma sede anormal (polidipsia), fazendo com que o organismo tenha uma perda excessiva de calorias pela urina, em consequência o portador de DM perde peso e para equilibrar essa situação o indivíduo geralmente sente uma fome excessiva (polifagia) (FERNANDES, 2018). Sintomas bem definidos relacionados ao trato gastrointestinal, são comuns em pacientes diabéticos sendo que a presença de pelo menos alguma queixa digestiva pode ocorrer em mais de três quartos dos casos de diabetes e sintomas como disfagia, dispepsia, dor abdominal, constipação intestinal, diarreia e incontinência fecal podem, isoladamente, incidir em proporções variáveis de casos, que vão de um quinto a um terço dos diabéticos, dependendo do sintoma estudado (TRONCO et al., 2001). Com o passar do tempo e a falta de tratamento, a concentração sérica elevada de glicose lesiona os vasos sanguíneos, os nervos e outras estruturas internas. Substâncias complexas provenientes do açúcar agrupam-se nas paredes dos pequenos vasos sanguíneos, ocasionando concentração e ruptura dos mesmos, ao concentrarem, esses vasos levam cada vez menos sangue, principalmente para a pele e os nervos, o não controle da concentração sérica de glicose favorece o aumento da concentração sérica de substâncias gordurosas (lipídeos), provocando uma aterosclerose (formação de placas nos vasos sanguíneos) precipitada, sendo a aterosclerose é 2 a 6 vezes mais comum nos indivíduos diabéticos do que nos não diabéticos e acontece da mesma forma em homens e mulheres (FERNANDES, 2018) A hipertensão arterial é 2,4 vezes mais frequente nos indivíduos com diabetes, chegando a ser 3,8 vezes maior nos indivíduos com menos de 44 anos de idade, a natureza da associação entre hanseníase e diabetes ainda não está bem elucidada, todavia a frequência de diabetes é maior em indivíduos com hanseníase do que em controles, e o diabetes aumenta a gravidade de várias doenças endêmicas, como tuberculose, melioidose e infecção pelo vírus da dengue e diversos medicamentos utilizados no tratamento de HIV/AIDS podem desencadear o diabetes (SBD, 2019). 9 1.3. Diagnóstico do diabetes A evolução do diabetes mellitus apresenta-se com alta morbimortalidade, comprometendo a qualidade de vida dos pacientes, outras características é o alto custo para a realização do controle e o tratamento das complicações agudas e crônicas, essa doença deve ser investigado em relação às complicações agudas e crônicas, sendo que as complicações agudas incluem a hipoglicemia, o estado hiperglicêmico hiperosmolar e a cetoacidose diabética e as complicações crônicas incluem a retinopatia, nefropatia, cardiopatia isquêmica, neuropatias, doença cerebrovascular e vascular periférica, a diabetes mellitus também está ligada a situações degenerativas como o infarto agudo do miocárdio, a arteriopatia periférica, o acidente vascular cerebral e a microangiopatia (CORTEZ, et al., 2015) O diagnóstico do diabetes baseia-se em alterações da glicose plasmática de jejum ou após uma sobrecarga de glicose por via oral, sendo a medida da glico- hemoglobina não apresenta acurácia diagnóstica adequada e não deve ser utilizada para o diagnóstico de diabetes (GROSS, et al., 2002). De acordo com os autores citados anteriormente os critérios diagnósticos baseiam-se na glicose plasmática de jejum (8 horas), nos pontos de jejum e de 2h após sobrecarga oral de 75g de glicose (teste oral de tolerância à glicose – TOTG) e na medida da glicose plasmática casual, conforme descrição na figura 1. Figura – Critérios laboratoriais para diagnóstico de normoglicemia, pré-diabetes e DM, adotados pela SBD. https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0004-27302002000100004&script=sci_arttext&tlng=pt#tab01 10 Fonte: https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/DIRETRIZES- COMPLETA-2019-2020.pdf 1.4. Tratamento Mudanças comportamentais e adesão ao tratamento medicamentoso são essenciais para prevenção das complicações agudas e crônicas da Diabetes Mellitus, o paciente diagnosticado deve ser monitorado e motivado aderir a mudanças comportamentais e alimentares, assim como o reforço no autocuidado, ainda com aceitação, mudanças comportamentais pelo paciente, adesão ao tratamento medicamentoso, a manutenção do controle metabólico por longo tempo é difícil, pois depende de uma variedade de componentes complexos que envolvem o tratamento do diabetes por um longo período já que essa apresenta cronicidade (FARIA, 2013). De acordo com o autor citado anteriormente a não adesão ao tratamento do diabetes mellitus é um problema de importância no Brasil e no mundo, trazendo como consequência problemas na resposta fisiológica à doença, na relação profissional- paciente e no aumenta o custo direto e indireto do tratamento. A primeira opção terapêutica para a DM2 corresponde a terapia não farmacológica, relacionada com mudanças no estilo de vida que incluem dieta e aumento atividade física, as indicações devem ser personalizadas, com orientando consumo de alimentos saudáveis e ao 150 minutos semanalmente de alguma atividade física moderada, em pacientes que no momento do diagnóstico têm HbA1C ≤7,5% e demonstram motivaçãopara controlar o diabetes, podem ser submetidos a um plano de 3 a 6 meses de terapia não farmacológico antes de iniciar os medicamentos (ARAYA, 2012). O não tratamento da DM2 leva a diversas complicações, muitas se tornando crônicas, essas complicações acarretam prejuízos à capacidade funcional, autonomia e qualidade de vida dos indivíduos, estima-se que no Brasil, cerca de 15% dos custos hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro, no período entre 2008 e 2010, foram atribuídos ao diabetes e o custo médio de tratamento ambulatorial no SUS foi 2.108 dólares americanos por pacientes, dos quais 63,3% foram com gastos diretos e 36,7% foram com gastos indiretos (COSTA et al., 2017). O estilo de vida está diretamente relacionado com a incidência de Diabetes Mellitus do tipo 2 onde a obesidade e o sedentarismo aumentam dramaticamente o 11 risco desta, estudos mostraram que pessoas que consomem uma dieta rica em cereais integrais e ácidos graxos, associada ao consumo reduzido de ácidos graxos trans e de alimentos com elevado índice glicêmico, apresentam riscos diminuídos para o desenvolvimento de Diabetes Mellitus (MCLELLAN et al., 2007). Entre os maiores desafios enfrentados pelo SUS e pelos profissionais de saúde ao se tratar de pacientes com diabetes é instrui-las a como viver e dirigir a doença diante do estilo de vida, dieta alimentar, características regionais, nessa perspectiva, as estratégias devem ser apropriadas para a idade, nível cultural do paciente, fazendo com que as mudanças comportamentais aconteçam e se mantenham ao longo da maior parte da trajetória da doença e da vida, permitindo que ocorra uma maior adesão ao enfrentamento e tratamento dessa patologia (VASCONCELOS, 2015). Ainda de acordo com o autor anterior a adesão deve ser vista como uma atividade conjunta, onde o paciente obedece às orientações relacionadas ao estilo de vida e tratamento assim como concorda e adota o regime prescrito, para o sucesso do tratamento deve ocorrer uma aliança terapêutica entre pacientes e profissionais. 1.5. Importância da educação e informação sobre a diabetes A educação em saúde, enquanto medida de prevenção ou retardo do Diabetes Mellitus é um importante instrumento para a redução de custos para serviços de saúde como o SUS, sendo assim as intervenções que focalizam aspectos múltiplos dos distúrbios metabólicos, incluindo a intolerância à glicose, a hipertensão arterial, a obesidade e a hiperlipidemia, poderão contribuir para a prevenção primária do Diabetes Mellitus (MCLELLAN, 2007). A promoção da saúde manifesta-se como estratégia de transformação nos padrões assistenciais, colaborando para que as pessoas possam tem um melhor entendimento do processo saúde-doença em relação, permitindo uma melhor qualidade de saúde da população, nesse processo os profissionais da saúde são atores de promoção do conhecimento para os pacientes e propiciando cooperação com recursos para reduzir os agravos decorrentes do diabetes mellitus (SILVA, et al., 2009). A fraca adesão aos auto-cuidados da diabetes por parte dos pacientes parece estar ligado a combinação de características da doença e da forma tratamento dessa como o tratamento de uma doença crónica sem desconforto imediato, nem risco 12 evidente onde o cumprimento moderado permite alcançar um estado assintomático, as mudanças no estilo de vida como uma dieta mais adequada e balanceada e uma maior pratica de exercícios, não havendo uma supervisão direta dos comportamentos onde o paciente informado sobre a patologia e seu tratamento influenciam no controle dessa, o objetivo do tratamento ser a prevenção das complicações agudas e crónicas e não a cura; o doente poder associar o comportamento de adesão a punição ou prémio, por exemplo, fazer pequenas refeições para aliviar os sintomas de uma crise hipoglicemia sendo entendo como prémio, aumentando a frequência da ocorrência dessas crises; a auto-monitorização da glicemia pode ser percebido como algo desagradável, o que pode diminuir a frequência desse comportamento (SILVA, 2006). 2. JUSTIFICATIVA Pelo enorme impacto social e econômico que tem ocasionado, tanto em termos de produtividade quanto de custos, o diabetes mellitus vem sendo reconhecido em vários países, como problema de saúde pública com reflexos sociais importantes, suas manifestações crônicas são ainda, na nossa realidade, causas comuns de hospitalização e absenteísmo da vida produtiva, sobressaindo complicações como doenças oculares, renais e vasculares que tem sido apontadas como causas frequentes de invalidez e incapacitação para o trabalho (ORTIZ & ZANETTI, 2001). De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil através da pesquisa Vigitel 2019 a frequência do diagnóstico médico de diabetes foi de 7,4%, sendo maior entre as mulheres (7,8%) do que entre os homens (7,1%), em ambos os sexos, a frequência dessa condição aumentou intensamente com a idade e diminuiu com o nível de escolaridade, essa mesma pesquisa informa que a frequência de indivíduos com diabetes que referiram fazer tratamento medicamentoso da doença foi de 89,3%, sendo ligeiramente maior em mulheres (90,8%) do que em homens (87,4%), em ambos os sexos, a frequência dessa condição tendeu a aumentar com a idade e as diferenças conforme nível de escolaridade foram mínimas (BRASIL, 2019). Diabetes e suas complicações constituem as principais causas de mortalidade precoce na maioria dos países; aproximadamente 4 milhões de pessoas com idade entre 20 e 79 anos morreram por diabetes em 2015, o equivalente a um óbito a cada 8 segundos, sendo que a doença cardiovascular é a principal causa de óbito entre as pessoas com diabetes, sendo responsável por aproximadamente metade dos óbitos 13 por diabetes na maioria dos países, o diabetes é responsável por 10,7% da mortalidade mundial por todas as causas, e isso é maior do que a soma dos óbitos causados por doenças infecciosas (1,1 milhão por HIV/ AIDS, 1,8 milhão por tuberculose e 0,4 milhão por malária) (SBD, 2019). O estado hiperglicêmico é responsável pela ativação anormal do sistema imunológico, com: a) imunidade mediada por células inatas prejudicada; b) comprometimento da fagocitose pelos neutrófilos, monócitos e macrófagos; c) comprometimento da quimiotaxia dos neutrófilos e sua atividade bactericida; e d) liberação exacerbada de citocinas pró-inflamatórias, incluindo a interleucina-6 (IL-6) e o fator de necrose tumoral alfa (TNFa), sendo que estas alterações na imunidade inata favorecem as infecções severas em pessoas com DM e de maneira similar, os casos graves de COVID-19 (ANGHEBEM, 2020). 3. OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Identifica na literatura cientifica as características da Diabetes Mellitus assim como verificar evidencias da eficácia de intervenções educativas e a importância de hábitos saudáveis para redução e prevenção de possível complicações do diabetes mellitus tipo 2. 3.2 OBJETIVO ESPECÍFICOS • Descrever os principais testes laboratoriais utilizados no diagnóstico do diabetes mellitus. • Dissertar sobre o tratamento farmacológico e o tratamento não farmacológico através da dieta. 14 • Relatar a importância do conhecimento de hábitos saudáveis, do autocuidado e da diabetes mellitus na vida dos pacientes a fim de evitar consequências que possam prejudicar o bem estar desses. 4. METODOLOGIA Este trabalho consiste em levantamento de dados através de uma pesquisa bibliográfica e documental. De acordo com Zanella (2013), para o primeiro passo para a pesquisa bibliográfica é pesquisar o acervo de bibliotecas: livros, periódicos especializados, revistas científicas, trabalhos acadêmicos como monografias, dissertações e tese, anais de eventos científicos, sendo a pesquisa documental inclui as publicações governamentais e de organizações de reconhecimentomundial com a OMS. Serão realizadas buscas por publicações que contemplassem a temática – Diabetes Mellitus, sendo que as bases de referência de dados foram Google Acadêmico (https://scholar.google.com.br/), Scientific Electronic Library Online – Scielo (http://scielo.org/php/index.php), Pubmed (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/), Sociedade Brasileira de Diabetes (https://www.diabetes.org.br/), jornais e revistas cientificas de saúde, combinando os descritores: “Diabetes”, “Diabetes Mellitus”, “Diagnostico”, “Tratamento”, “Dieta”, “Saúde da família”, “Atenção primária a saúde”. A amostra resultou da busca sistematizada e hierarquizada dos artigos, teses, dissertações, monográficas, livros e sites oficiais que apresentaram os seguintes critérios de inclusão: 1) artigos publicados no período entre -- e 2021; 2) publicações escritas nas línguas portuguesa, inglesa ou espanhola; e 3) artigos realizados em humanos. 5. CRONOGRAMA Etapas ATIVIDADES MESES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 Escolha do tema x 2 Pesquisa Bibliográfica X X X 15 3 Determinação dos objetivos X X Elaboração do Pré-projeto X X Entrega do Pré-projeto X Apresentação do pré-projeto X Elaboração de monografia X X X X Entrega da monografia X Defesa da monografia X 16 REFERÊNCIAS ANDRADE, E. A. de. Efeitos fisiológicos da atividade física suave e rotineira sobre os diversos sinais e sintomas do Diabetes Mellitus - tipo 2. Dissertação em Ciência do Desporto, Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física, Universidade do Porto. Porto, Portugal. 2003. ANGHEBEM, M. I.; REGO, F. G. de M.; PICHETH, G. COVID-19 e Diabetes: a relação entre duas pandemias distintas. Rev. bras. anal. clin, p. 154-159, 2020. ARAÚJO, L. M. B.; BRITTO, M. M. S.; CRUZ, T. R. P. Tratamento do Diabetes Mellitus do Tipo 2: Novas Opções. Arquivos Brasileiro de Endocrinologia e Metabolismo. V.44, n. 6, 2008. ARAYA, V. Q. Mecanismos fisiopatológicos do diabetes mellitus 2. Rev. Hosp. Clin. Univ. Chile ; 23(3): 191-196, 2012. BARCIAS, A. J. Fisiopatología de la diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Revista Médica Endocrino Colombia, v. 10, p. 18-21, 2015. BARSAGLINI, R. A.; CANESQUI, A. M. A de Atenção Básica. Diabetes Mellitus Cadernos de Atenção Básica, n.º 16. 2013. Disponível em: Acesso Alimentação e a Dieta Alimentar no Gerenciamento da Condição Crônica do Diabetes. Revista de Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 19, n. 4, 2010. BEAGLEY, J.; GUARIGLIA, L.; WEIL, C.; MOTALA, A. A. Global estimates of undiagnosed diabetes in adults. Diabetes Res Clin Pract. 2014;103(2):150-60. 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Disponível em :< https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_pessoa_diabetes_ mellitus_cab36.pdf>. CORTEZ, D. N.; REIS, I. A.; SOUZA, D. A. S.; MACEDO, M. M. L.; TORRES, H. de C. Complicações e o tempo de diagnóstico do diabetes mellitus na atenção primária. Acta paul. enferm., São Paulo, v. 28, n. 3, p. 250-255, June 2015. COSTA, A. F.; FLOR, L. S.; CAMPOS, M. R.; OLIVEIRA, A. F. de; COSTA, M. de F. dos S. et al. Carga do diabetes mellitus tipo 2 no Brasil. Cad. Saúde Pública 33 (2) 30 Mar 2017. Diabetes descompensada. 2012. Trabalho de Conclusão de Curso [Especialização em Urgência e Emergência], Faculdade Redentor, Itaperuna, 2012. FARIA, H. T. G.; RODRIGUES, F. F. L.; ZANETTI, M. L.; ARAÚJO, M. F. M. de; DAMASCENO, M. M. C. Fatores associados à adesão ao tratamento de pacientes com diabetes mellitus. Acta paul. enferm., São Paulo, v. 26, n. 3, p. 231-237, 2013. FERNANDES, A. B. 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