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E S C OLÁ S TI CA : A U G E X D ECA D ÊNC I A DA I D A D E M É DI A A ESCOLÁSTICA E SÃO TOMÁS DE AQUINO CONTEXTO HISTÓRICO Desde Santo Agostinho até os séculos XI e XII, não se viu uma produção filosófica que pudesse ocupar lugar de importância para a história da Filosofia; Em virtude da formação dos reinos bárbaros na Europa Ocidental, consolidados algum tempo após a queda do Império Romano, não houve, pelo menos em um primeiro momento, qualquer preocupação com a Filosofia; Dessa forma, a cultura e a educação tornaram-se praticamente restritas à religião; A RENASCENÇA CAROLÍNGIA Ao longo do tempo e de maneira gradativa, o mundo europeu começou a se reestruturar. Com o intuito de formar um Estado forte e consolidado, Carlos Magno promoveu a Renascença Carolíngia, fato que marcou definitivamente a Idade Média e o início da Escolástica (na intenção de formar pessoas capazes de exercer cargos públicos em funções administrativas, educacionais e culturais em seu Império); Além de fundar as Escolas Palatinas (filosofia com função dominante), a Renascença Carolíngia foi responsável por organizar o ensino; Assim, a Escolástica refere-se a toda a produção filosófico- teológica presente nas escolas; O PROBLE MA FILOSÓFICO DA ESCOLÁSTICA O objetivo central da Escolástica era o mesmo da Patrística: compreender, racionalmente, aquilo em que se acreditava por meio da revelação; A Escolástica utilizava o meio da inteligência humana e a ajuda de Deus; O pensamento escolástico pode ser dividido nas seguintes fases: 1. Identidade ou harmonia perfeita entre fé e razão; 2. Antítese ou surgimento das grandes diferenças entre razão e fé; 3. Organização dos grandes sistemas filosóficos, entre eles o de São Tomás de Aquino, que buscavam explicar a fé por meio da razão, principalmente aristotélica; E S C OLÁ S TI CA : A U G E X D ECA D ÊNC I A DA I D A D E M É DI A 4. Dissolução da Escolástica, que implicou o aparecimento de grandes questões que defendiam a insolubilidade entre razão e fé, ou seja, que razão e fé não podiam estar juntas por tratarem de questões diametralmente opostas; O SURGIMENTO DAS UNI VERSIDADES Entre os séculos XI e XIII, as escolas fundadas na Renascença Carolíngia começam a se configurar como universidades; Todas as universidades estavam sob a influência da Igreja. Contudo, com o tempo, a produção filosófico-teológica das universidades não se conteve, manifestando seu caráter questionador, chegando a criticar a própria Igreja. Dois foram os efeitos da fundação das universidades para o cristianismo: 1. O surgimento de um grupo de mestres, que poderiam ser sacerdotes ou leigos, aos quais a Igreja confiava a tarefa de transmitir a doutrina cristã; 2. A abertura das universidades para que estudantes e mestres de qualquer classe social pudessem ter acesso ao ensino e ao estudo; Uma vez membro de uma universidade, as diferenças entre classes sociais praticamente desapareciam; Devido ao apurado senso crítico e grande capacidade lógica desses intelectuais, cresceu a necessidade de compreensão da fé; SÃO TOMÁS DE AQUINO E O ARISTOTELISMO CRISTÃO Uma característica da filosofia de Tomás de Aquino é a de opor argumentos acerca de um mesmo problema, tendo ficado conhecido por sua honestidade intelectual; A RELAÇÃO ENTRE FÉ E RAZÃO Diferentemente de Agostinho, para Tomás de Aquino, a pessoa pode e deve pensar por conta própria, inclusive podendo alcançar verdades sobre o mundo utilizando somente sua razão natural, sem o auxílio de Deus; De forma análoga, para o filósofo, é a fé que qualifica a razão; E S C OLÁ S TI CA : A U G E X D ECA D ÊNC I A DA I D A D E M É DI A A T E OLOGI A D E T OM ÁS D E AQUI N O AS CINCO PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS I A primeira via ou a via do movimento: Tomás de Aquino parte da premissa de que tudo o que se move precisa, para se mover, da ação de outro ser. Assim, Tomás de Aquino conclui que é necessário que exista um primeiro ser, o primeiro motor, que movimenta tudo, mas que não é movimentado por nada (Deus); II A segunda via ou via da causa eficiente: A essência argumentativa da segunda via acompanha a da primeira, alterando o princípio – se um ser existe, é porque foi causado, produzido por outro ser (Deus); III A terceira via ou via da contingência: o princípio da terceira via atesta que tudo o que existe é criado; sendo criado, é contingente (não tem em si a causa de sua própria existência); IV A quarta via ou via dos graus de perfeição: esse argumento se distancia um pouco da argumentação presente nas vias anteriores. Nele, o filósofo utiliza a ideia de qualidade que os seres podem ter. Assim, se os seres têm ou não alguma qualidade positiva, sempre em relação a outros seres, é necessário acreditar que exista um ser com o máximo dessa qualidade para que seja o referencial máximo com base no qual todos os outros serão qualificados (Deus); V A quinta via ou via do finalismo: o quinto argumento diz que existem seres inteligentes (o ser humano) e outros seres não inteligentes. Assim, é necessário acreditar que exista um ser sumamente inteligente que criou, direcionou e deu uma ordem e uma finalidade a todos os seres não inteligentes (Deus); Com tais argumentos, utilizando os princípios e a lógica aristotélicos, Tomás de Aquino prova que Deus existe; FILOSOFIA RENASCENTISTA E MODERNIDADE Nessa perspectiva, percebe-se a oposição entre a Idade Média e a Modernidade, caracterizada pelo revigoramento do espírito investigativo e crítico do ser humano; Diversos fatores históricos e filosóficos constituíram as bases para o pensamento moderno: I Passagem do feudalismo para o capitalismo; II Formação dos Estados Nacionais; III Quebra da unidade religiosa da Igreja Católica; E S C OLÁ S TI CA : A U G E X D ECA D ÊNC I A DA I D A D E M É DI A IV Desenvolvimento das ciências naturais; V Invenção da imprensa; VI Mudança do pensamento teocêntrico para um antropocêntrico; O HUMANISMO RENASCENTISTA Traz, em sua essência, o individualismo; a ênfase na vida não religiosa; a laicização da sociedade; a libertação de ser, viver e pensar da religião institucionalizada; a valorização da arte enquanto manifestação dos sentimentos mundanos e de exaltação do ser humano; A Renascença foi a inauguração do Período Moderno. Essa ideia rompia com a visão teocêntrica de mundo e estabelecia a visão de mundo antropocêntrica; Na política, o humanismo renascentista também se destacou. Nesse período, temos os maiores pensadores da política moderna, como Thomas Morus, Erasmo de Roterdã e, principalmente, Nicolau Maquiavel, conhecido como fundador da política moderna; Em O Elogio da Loucura, Erasmo de Roterdã, utilizando-se de uma ironia refinada e devastadora, critica o racionalismo medieval e suas ideias demonstrativas; Sua obra apresenta um dos mais importantes sinais do humanismo renascentista ao criticar os problemas religiosos de caráter abstrato e aparentemente sem solução.
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