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15 - Arquitetura RISC e CISC

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ARQUITETURA E 
ORGANIZAÇÃO DE 
COMPUTADORES
Diego Bittencourt de Oliveira 
Arquitetura RISC e CISC
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Caracterizar as arquiteturas RISC e CISC.
  Diferenciar os conjuntos de instruções.
  Descrever os conceitos de aplicação das arquiteturas.
Introdução
Na atualidade, praticamente qualquer dispositivo que realize algum tipo 
de processamento possui um microprocessador com as arquiteturas 
RISC ou CISC, que são compostas por diferentes conjuntos de instru-
ções, características primordiais dessas arquiteturas e que norteiam suas 
funcionalidades.
Por isso, neste capítulo, você vai conhecer essas arquiteturas, assim 
como os conjuntos de instruções de cada uma delas. Além disso, você 
vai aprender sobre as aplicações dessas arquiteturas a partir de suas 
características.
Características das arquiteturas RISC e CISC
A aparência física dos processadores nas arquiteturas RISC e CISC é muito 
similar — até mesmo igual em alguns casos. Na Figura 1, você pode observar 
um exemplo de um processador, que, por sua aparência, pode possuir tanto 
a arquitetura RISC quanto a arquitetura CISC. No entanto, como veremos a 
seguir, apesar da aparência similar, ambas as arquiteturas apresentam carac-
terísticas próprias e diferenciais.
Figura 1. Exemplo da aparência física de um microprocessador.
Fonte: Hurst Photo/Shutterstock.com.
Segundo Monteiro (2007), RISC é a abreviatura de reduced instruction 
set computer, ou computador com conjunto reduzido de instruções, que se 
trata de um tipo de arquitetura de computadores que se coloca à disposição 
como alternativa à arquitetura CISC. Até meados de 1980, a arquitetura CISC 
(abreviatura de complex instruction set computer, ou computador com conjunto 
complexo de instruções) era a arquitetura predominante de todos os micropro-
cessadores lançados. 
Monteiro (2007) ainda cita que praticamente todos os microprocessadores 
disponibilizados no mercado, desde os primeiros processadores de 8 bits (Intel 
8080, Motorola 6800 e Z-80) até os processadores de 32 bits (Intel 80486 e 
Motorola MC 68040), possuíam a arquitetura CISC como base. Essa arquitetura 
apresenta uma grande quantidade de instruções e modos de endereçamento e 
poucos registradores de dados na unidade central de processamento (UCP), 
além de um processamento controlado por um microprograma.
A tecnologia RISC surgiu de estudos realizados a partir da observação do surgimento 
de três abordagens da tecnologia que, apesar de próximas, direcionaram-se de forma 
diferente umas das outras. Veja-as abaixo.
  Nos anos 1970, a IBM lançou uma máquina com baixo desempenho e sem sucesso 
comercial. Nos anos 1990, com o lançamento das máquinas RS/6000 e da família 
Arquitetura RISC e CISC2
Com o surgimento dos microprocessadores SPARC (scalable processor 
architecture, que significa arquitetura de processadores escaláveis), cujo 
lançamento ocorreu ao final da década de 1980 pela empresa americana Sun 
Microsystems, a arquitetura RISC se tornou uma opção viável para os grandes 
fabricantes de computadores.
No Quadro 1, você pode observar algumas características das arquiteturas 
RISC e CISC e notar que a arquitetura CISC se caracteriza por um maior 
número de instruções (o processador IBM/370-168 chega a possuir 208 instru-
ções), um menor número de registradores, além de um tamanho de instrução 
que pode variar de 1 a 48 bits. 
A arquitetura RISC claramente se diferencia da CISC: a arquitetura RISC 
chega a possuir apenas 52 instruções (o SPARC 10 tem exatamente 4 vezes 
menos instruções que o processador IBM/370-168), com impressionantes 528 
registradores (66 vezes mais que algumas opções da arquitetura CISC) e um 
tamanho de instrução fixo de 32 bits.
 Fonte: Adaptado de Monteiro (2007). 
Sistemas Tipo Ano Qtde. inst. Qtde. reg. Tamanho inst.
IBM/370-168 CISC 1973 208 16 16–48 bits
Intel 80846 CISC 1989 147 8 1–17 bits
Intel Pentium CISC 1993 150 8 1–17 bits
Power PC 601 RISC 1993 184 32-I 32-PF 32 bits
SPARC 10 RISC 1987 52 Até 528 32 bits
Alpha 21064 RISC 1992 125 32-I 32-PF 32 bits
 Quadro 1. Comparação de processadores CISC e RISC 
PowerPC, ambas com processadores RISC (parceria entre a IBM, a Motorola e a 
Apple), conseguiu atingir o êxito comercial.
  A Universidade da Califórnia realizou estudos que resultaram nos processadores RISC; 
posteriormente, a empresa MIPS foi fundada pelos pesquisadores da Universidade.
  A Universidade de Berkeley, na Califórnia, realizou estudos que resultaram nos 
processadores RISC da empresa Sun Microsystems.
3Arquitetura RISC e CISC
Segundo Null e Lobur (2011), a existência dessas duas arquiteturas ocorreu 
em virtude das limitações existentes na época do desenvolvimento de cada 
uma das arquiteturas. Um exemplo disso é a disponibilidade de espaço de 
armazenamento em disco existente na época; logo, a arquitetura CISC, por 
possuir instruções com tamanhos variados, pode resultar em programas me-
nores, porém, com mais instruções, e a unidade de processamento ficaria a 
cargo da complexidade da execução das diversas instruções presentes nesse 
programa citado — assim, seria mais complexa.
Null e Lobur (2011) ainda citam o custo de inserir registradores numerosos 
em um microprocessador: normalmente, um processador CISC possui poucos 
registradores (como mostra o Quadro 1), o que torna a arquitetura RISC mais 
cara que a CISC.
Essas vantagens que a arquitetura CISC possuía em relação à arquitetura 
RISC acabaram por sumir, uma vez que, segundo Stallings (2017), com o 
passar do tempo, recursos como espaço de armazenamento e a confecção de 
registradores se tornaram cada vez mais baratos. Dessa forma, uma arquitetura 
como a RISC ganha espaço, já que os recursos que a limitavam agora estão 
cada dia mais baratos e abundantes.
Patterson e Hennessy (2014) citam outra característica referente a dife-
renças entre as arquiteturas abordadas no que diz respeito à complexidade 
dos compiladores que geram o código de máquina para elas. Uma vez que 
a arquitetura CISC proporciona compiladores menos complexos com maior 
desempenho, a arquitetura em questão possui uma quantidade maior de instru-
ções com conjuntos de instruções que se assemelham às instruções presentes 
nas linguagens de programação. 
Porém, Patterson e Hennessy (2014) alertam que a característica de gerar 
compiladores com menor complexidade não representa um grande benefício 
no que diz respeito à quantidade de memória utilizada, pois, muitas vezes, 
um programa da arquitetura CISC pode possuir menos instruções, porém, a 
quantidade de bits utilizada para armazenar um programa da arquitetura é 
muito similar à quantidade de bits que um programa RISC necessita.
No Quadro 2, temos uma comparação entre algumas características das 
arquiteturas RISC e CISC, em que, por exemplo, podemos observar que a 
arquitetura RISC acessa dados por meio de uma arquitetura registrador-
-registrador. A CISC é mais rica nesse sentido, possuindo um acesso a dados 
registrador-registrador, registrador-memória, memória-registrador e memória-
Arquitetura RISC e CISC4
-memória, o que, consequentemente, faz com que essa arquitetura seja dotada 
de uma maior quantidade de instruções que buscam atender às possibilidades 
existentes de acesso a dados.
Outra característica presente no Quadro 2 é a pouca variedade de modos 
de endereçamento na arquitetura RISC, o que se deve ao fato de a arquite-
tura possuir uma gama menor de instruções, além de que essas instruções, 
normalmente, possuem um tamanho em memória uniforme (ou seja, todas as 
instruções ocupam 4 bytes, por exemplo) — logo, modos de endereçamentos 
variados não são necessários.
Fonte: Adaptado de Britto ([201-?]).
Características RISC CISC
Arquitetura Registrador-Registrador Registrador-Memória
Tipos de dados Pouca variedade Muito variada
Formato das 
instruções
Instruções poucos 
endereços
Instruções com 
muitos endereços
Modo de 
endereçamentoPouca variedade Muita variedade
Estágios de pipeline Entre 4 e 10 Entre 20 e 30
Acesso aos dados Via registradores Via memória
Quadro 2. Comparação das arquiteturas RISC e CISC
Conjunto de instruções RISC e CISC
Segundo Patterson e Hennessy (2014), os processadores baseados na arquite-
tura CISC possuem um microprograma, ou seja, um conjunto de códigos de 
instruções que são gravados no processador, permitindo-lhe, assim, receber as 
instruções dos programas e executá-las, utilizando as instruções contidas em 
seu microprograma. Esse processo se assemelha a quebrar essas instruções, 
já em baixo nível, em outras instruções mais próximas do hardware.
5Arquitetura RISC e CISC
No passado, devido a limitações tecnológicas, algumas estratégias adotadas pelas 
arquiteturas tinham sentido; porém, com a evolução tecnológica, alguns desses ar-
gumentos acabaram deixando de existir. Logo, para compreendermos o que motiva 
determinadas situações, temos de estar atentos à questão da evolução tencnologica.
A partir desse microprograma, foi possível inserir uma característica muito 
importante para a computação na atualidade, a compatibilidade. Ou seja, in-
dependentemente do conjunto de instruções CISC presentes no processador, 
o microprograma presente disponibiliza o conjunto de instruções comum a 
todos os microprocessadores com a arquitetura em questão. Esse fato foi chave 
para o sistema operacional Windows, por exemplo, que podia ser instalado em 
praticamente qualquer hardware com processador CISC.
A arquitetura CISC suporta operações do tipo “a = a + b”, descrita por “add a, 
b”. Assim, podemos utilizar dois operandos em uma única instrução, sendo que 
um deles é a fonte e o destino (acumulador) e permite um ou mais operadores 
em memória para a execução das instruções. Assim, observamos a necessidade 
de um leque maior de modelos de endereçamento na arquitetura, de modo que 
todas essas necessidades de endereçamento sejam atendidas na arquitetura.
A complexidade que esses modelos de endereçamento possuem compromete 
um microprocessador CISC em sua comercialização e em seu desenvolvimento, 
limitando ou diminuindo o aumento da frequência de clock não só pelo tempo 
de acesso às memórias (embora, com o passar dos anos, essa performance tenha 
melhorado bastante), mas também devido ao reduzido número de registros.
Quando falamos em frequência de clock, referimo-nos a um sinal elétrico que se repete 
um determinado número de vezes de forma contínua. É esse sinal que dita a execução 
das instruções do microprocessador e, normalmente, é medido em frequência (hertz), 
normalmente expressa em megahertz ou gigahertz (que representam milhões ou 
bilhões de repetições). Porém, isso não significa que um microprocessdor CISC de 1 
gigahertz será capaz de realizar 1 bilhão de instruções por segundo, uma vez que, 
Arquitetura RISC e CISC6
Porém, para a época, a arquitetura enviar complexidade para o microprocessa-
dor era a saída mais viável, uma vez que isso tornava a criação de programas em 
linguagem de máquina mais simplórios. É importante lembrar que estamos falando 
de épocas em que as linguagens de programação ainda estavam engatinhando; logo, 
os programas eram escritos na linguagem de máquina dos microprocessadores. 
Ou seja, a arquitetura RISC não era vista com bons olhos, visto que, ao possuir 
uma gama menor de instruções, para realizar instruções complexas, era necessário 
combinar várias instruções básicas RISC.
Com o passar dos anos, as técnicas de programação se desenvolveram e, com 
isso, o argumento da dificuldade de escrita de programas foi diminuindo bastante, 
uma vez que já existia tecnologia para criar softwares mais complexos sem tanta 
dificuldade. Outra questão é a impossibilidade de modificar as instruções CISC: 
com a arquitetura RISC, podemos escrever as instruções da maneira que dese-
jarmos utilizando as suas instruções. Assim, podemos observar que existe uma 
disputa entre tamanho do código e desempenho entre as arquiteturas. 
Segundo Weber (2012), na arquitetura RISC, o desenvolvedor teria um pouco 
mais de trabalho, já que contaria com instruções mais simples e, por isso, preci-
saria combinar várias instruções para obter a implementação de uma instrução 
mais complexa, conforme já mencionado, mas teria a possibilidade de criar um 
código mais eficiente. Os microprocessadores RISC também não possuíam um 
microcódigo embutido, ou seja, suas instruções eram executadas diretamente 
pelo hardware.
Além de um menor número de instruções, essas instruções tiveram seu ta-
manho e ciclo de execução padronizados, possibilitando, por meio de técnicas de 
pipeline, taxas de execução próximas a uma instrução por ciclo, algo praticamente 
impossível na arquitetura CISC. 
A arquitetura RISC suporta operações do tipo “a = b + c”, descritas por “add 
a,b,c”, ou seja, instruções com três operandos em uma única instrução, desde que 
eles sejam registros (ao contrário da arquitetura CISC, que permite operadores 
em memória). Dessa forma, podemos observar a necessidade do alto número de 
dependendo da instrução CISC, esta pode levar vários ciclos para executá-la. Chamamos 
isso de ciclo de instrução: na arquitetura RISC, normalmente, as instruções possuem um 
ciclo uniforme, ou seja, todas as instruções podem levar 4 ciclos de clock para serem 
executadas. Nesse caso, um microprocessador RISC com clock de 48 megahertz que 
utiliza 4 ciclos de clock por instrução vai realizar cerca de 12 milhões de instruções 
por segundo ou 12 MIPS.
7Arquitetura RISC e CISC
registradores que a arquitetura prevê. Esses registradores representam um custo, 
que, no entanto, é equilibrado, uma vez que o processador RISC possui uma 
complexidade muito menor em comparação com o processador CISC, já que 
implementa um número bem limitado de instruções simples.
Apesar da forte ligação que a arquitetura RISC tem com seus registradores, 
isso não significa que a ela não possua instruções para manipular memória. 
Originalmente, existem as seguintes instruções desse tipo na arquitetura RISC.
  LOAD: comando que carrega um determinado endereço de memória no 
registrador especificado no comando (por exemplo “LOAD A, 2:3”, onde 
o conteúdo da memória na posição “2:3” é enviado para o registrador “A”).
  STORE: comando que salva o conteúdo de um registrador em um endereço 
de memória especificado no comando (por exemplo “STORE 2:3, A”, onde 
o conteúdo do registrador “A” é enviado para a posição “2:3” da memória).
Na Figura 2, podemos observar um modelo de arquitetura RISC e CISC em 
que identificamos a memória principal (que pode ser endereçada como “2:1”, ou 
seja, posição de memória da coluna 2 linha 1), os registradores (“A”, “B”, “C”, 
“D”, “E” e “F”) e a unidade de execução ou processamento (onde estão previstas 
as operações de multiplicação, divisão, subtração e soma). 
Figura 2. Modelo básico de uma 
arquitetura RISC e CISC.
Fonte: Carrera et al. ([201-?], documento 
on-line). 
+ / -* Unidade de execução
Registradores
Memória Principal
A
B
C
D
E
F
1
1
2
2
3
3
4
4
5
Arquitetura RISC e CISC8
Vamos tomar por base o exemplo do comando “MULT”, presente em 
ambas as arquiteturas, e realizar a operação “a = a * b”, ou seja, vamos 
multiplicar “a” pelo valor de “b” e armazenar o resultado em “a”, onde “a” 
será a posição de memória “2:4” e “b” será a posição de memória “4:1”. 
Na arquitetura RISC, o conjunto de comando para a realização dessa 
multiplicação seria o seguinte:
LOAD A, 2:4
LOAD B, 4:1
MULT A, B
STORE 2:4, A
Na arquitetura CISC, teríamos o seguinte comando:
MULT 2:4, 4:1
Como podemos observar, passar de quatro instruções para apenas uma 
pode parecer uma excelente economia. Porém, a arquitetura RISC tem que 
carregar o conteúdo das duas posições de memória (“2:4” e “4:1”) para os 
registradores “A” e “B”, realizar o comando de multiplicação e voltar a 
armazenar na memória o resultado. Todos esses comandos são de baixo 
nível de complexidade e são executados em hardware.Já a instrução CISC 
realiza uma série complexa de operações, em que o programador produz 
a escrita de apenas um comando, porém, internamente, o microprograma 
do microprocessador executa diversas instruções para obter o resultado. 
Assim, podemos observar um exemplo da filosofia CISC de transferir a 
complexidade do software para o hardware.
Conceitos de aplicação das arquiteturas
RISC e CISC
Uma pergunta crucial sobre o tema das arquiteturas RISC e CISC é: “qual 
das duas arquiteturas é a melhor?”. Observando o ponto de vista dos 
pesquisadores da área, não há como dizer que uma ou outra arquitetura 
em geral é melhor que a outra. Como as arquiteturas RISC e CISC têm 
características e aplicações distintas, é preciso observar as características 
da aplicação que melhor se adaptam a cada uma das arquiteturas.
9Arquitetura RISC e CISC
Delgado e Ribeiro (2017) citam que a arquitetura RISC, geralmente, 
resulta em microprocessadores com projetos menores, mais baratos e, 
consequentemente, consomem uma quantidade menor de energia. Logo, 
essa arquitetura é muito utilizada em dispositivos embarcados, dispositivos 
móveis (por exemplo, são alimentados por bateria; logo, o baixo consumo 
de energia é crucial), além de computadores portáteis mais simples. 
Segundo Patteson e Hennessy (2014), a empresa ARM (Advanced RISC Machine) projeta 
e licencia processadores com a arquitetura RISC a diversos fabricantes (Sansung, 
Motorola, Qualcomm e muitas outras) para que fabriquem chips com a tecnologia da 
empresa e empreguem tais chips em seus produtos e em produtos de terceiros que 
adquirem os componentes desses fabricantes. ARM é a arquitetura de conjunto de 
instruções RISC mais comum para dispositivos embarcados — há mais de três bilhões 
de dispositivos por ano usando ARM. Além de dispositivos embarcados, ela ainda é 
amplamente utilizada em dispositivos móveis, como smartphones, tablets e muitos 
outros dispositivos. Para obter mais informações, acesse o link a seguir.
https://qrgo.page.link/113w2
Já a arquitetura CISC trabalha com uma velocidade de “clock” muito 
elevada, é mais cara e mais poderosa no que diz respeito a desempenho. 
Entretanto, é maior, uma vez que possui uma complexidade mais expressiva 
dada a quantidade de instruções (além de outras características) que seu 
núcleo tem de possuir suporte. Consequentemente, essa complexidade exige 
um maior número de componentes para atender a tal complexidade que con-
somem uma quantidade muito maior de energia, tornando-os mais indicados 
para computadores de mesa e notebooks mais poderosos, além de servidores 
e computadores profissionais.
Na Figura 3, podemos observar um dissipador de calor normalmente utili-
zado em chips que dissipam muito calor. Nesses casos, é crucial a sua utiliza-
ção, já que o calor em excesso pode danificá-los. Esse tipo de componente é 
utilizado, inclusive, em laptops e notebooks que utilizam microprocessadores, 
em sua grande maioria, com arquitetura CISC.
Arquitetura RISC e CISC10
Figura 3. Exemplo de dissipador de calor de um 
processador com arquitetura CISC.
Fonte: Den Rozhnovsky/Shutterstock.com.
Os microprocessadores RISC também emitem calor (como qualquer compo-
nente semicondutor), porém, em uma escala muito menor, em que dificilmente 
é necessário um dissipador de calor para ajudar no seu arrefecimento. Esses 
microprocessadores, muitas vezes, ficam encapsulados em dispositivos que não 
proporcionam nem mesmo a passagem de ar. Na Figura 4, podemos observar 
um exemplo de placa de circuito de um smartphone em que se vê que não 
existe nenhum dispositivo de arrefecimento para os chips. Em um dispositivo 
móvel, como um smartphone, a existência de muito calor no dispositivo pode 
não ser uma característica bem vista pelos consumidores.
Figura 4. Exemplo de circuito de um smartphone com micropro-
cessador RISC.
Fonte: Prince9/Shutterstock.com.
11Arquitetura RISC e CISC
Nos primórdios, os microprocessadores CISC eram simples e, com o passar 
do tempo, incorporaram mais funcionalidades. Assim, fabricantes como a 
Intel e a AMD desenvolviam novos projetos, mantendo a compatibilidade 
com as gerações anteriores. Dessa forma, o conjunto de instruções executado 
pelo microprocessador 486 necessitava ser executado pelo microprocessador 
Pentium, de modo que os programas continuassem compatíveis. 
Esse ciclo de compatibilidade continuou, e o microprocessador Pentium 
IV precisou manter-se compatível com o Pentium, e assim por diante, até os 
dias atuais. Dessa maneira, o projeto dos microprocessadores da Intel e da 
AMD se tornaram muito complexos e, ao mesmo tempo, muito eficientes — 
tanto que os computadores líderes mundiais em competições de desempenho 
computacional utilizam microprocessadores com arquitetura CISC.
A Intel Corporation e a ADM (Advanced Micro Devices) são as duas empresas líderes 
mundiais (consequentemente, concorrentes) na produção e no desenvolvimento de 
microprocessadores que utilizam a arquitetura CISC em sua grande maioria (ou seja, 
voltados para computadores do tipo desktop, notebooks, servidores ou dispositivos 
compativeis). Para obter mais informações sobre essas empresas, acesse os links a seguir.
https://qrgo.page.link/tkf14
https://qrgo.page.link/GysCu
Ao contrário da plataforma CISC, o foco dos processadores RISC está 
na simplicidade e previsibilidade da arquitetura. A performance do tempo 
de execução do pipeline devido à previsibilidade existente na arquitetura é 
um grande benefício, uma vez que torna a arquitetura muito atraente para 
aplicações industriais, nas quais são necessários microprocessadores capazes 
de executar aplicações de tempo real. Essas aplicações têm como principal 
requisito o tempo de execução das tarefas, em que o sistema operacional 
necessita conhecer em quantos milissegundos um determinado programa 
Arquitetura RISC e CISC12
será executado. Esse requisito somente é atendido pela arquitetura RISC, 
com poucos estágios de pipeline, um pequeno leque de instruções, execução 
sequencial, dentre outras características. Mesmo que a arquitetura RISC possua 
uma velocidade menor que a velocidade da arquitetura CISC, a RISC é mais 
utilizada em aplicações críticas e de tempo real, como aplicações industriais, 
de automação e robótica.
BRITTO, A. V. Introdução a arquitetura de computadores. [S. l.: s. n., 201-?]. Disponível 
em: http://producao.virtual.ufpb.br/books/edusantana/introducao-a-arquitetura-de-
-computadores-livro/livro/livro.chunked/index.html. Acesso em: 8 jul. 2019.
CARRERA, A. et al. RISC e CISC: comparação de suas técnicas. In: UFRPE. Recife: [S. n., 
201-?]. Disponível em: http://ww2.deinfo.ufrpe.br/14064/arttigos/pt-br/risc-e-cisc-
-compara%C3%A7%C3%A3o-de-suas-t%C3%A9cnicas. Acesso em: 8 jul. 2019.
DELGADO, J.; RIBEIRO, C. Arquitetura de computadores. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
MONTEIRO, M. Introdução à organização de computadores. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
NULL, L.; LOBUR, J. Princípios básicos de arquitetura e organização de computadores. Porto 
Alegre: Bookman, 2011.
PATTERSON, D.; HENNESSY, J. L. Arquitetura de computadores: uma abordagem quan-
titativa. 4. ed. São Paulo: Elselvier, 2014.
STALLINGS, W. Arquitetura e organização de computadores. 10. ed. São Paulo: Pearson, 2017.
WEBER, R. F. Fundamentos de arquitetura de computadores. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 
2012. v. 8.
Leituras recomendadas
ADVANCED MICRO DEVICES. [S. l.]: AMD, 2019. Disponível em: https://www.amd.com/
pt. Acesso em: 8 jul. 2019. 
ARM LIMITED. [S. l.]: ARM, 2019. Disponível em: https://www.arm.com/. Acesso em: 8 
jul. 2019. 
INTEL CORPORATION. [S. l.]: Intel, 2019. Disponível em: https://www.intel.com.br/content/
www/br/pt/homepage.html. Acesso em: 8 jul. 2019. 
13Arquitetura RISC e CISC

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