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Os princípios são os valores primordiais que norteiam o ordenamento jurídico. Primeiramente, tem-se o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado. A partir disso, é perceptível que o interesse coletivo (primário) deve prevalecer sobre o particular. Para garantir que isso seja efetivado, é conferido a Administração determinados poderes especiais, o que configura a desigualdade entre a Administração e os administrados. PrincípiosPrincípios AdministrativosAdministrativos Supraprincípios do Direito Administrativo Além deste, tem-se o princípio da indisponibilidade do bem público, o qual demonstra que os agentes públicos não são possuidores dos interesses que defendem. No exercício de suas funções, os agentes devem atuar, não segundo sua vontade, mas sim com objetivos à finalidade pública. Princípios Constitucionais do Direito Administrativo Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: Princípio da Participação Princípio da Celeridade Processual Art. 5º da CF: LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. Razoável duração do processo; Medidas que garantam a celeridade; Agir de modo a ter um encerramento conclusivo; Princípio do Devido Processo Legal Os 3 elementos do princípio do devido processo legal: O princípio do devido processo legal se divide em: formal, o qual refere-se ao cumprimento do rito previamente definido em lei, como condição da validade; e material, que trata da própria decisão que deve ser: justa, proporcional e adequada. São aqueles princípios essenciais que norteiam todos os outros e todas as demais normas do Direito Administrativo. Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência LIMPE O rol de princípios do artigo 37 da CF é exemplificativo, tendo outros, por exemplo: 1) participação (art. 37, § 3º, da CF); 2) celeridade processual (art. 5º, LXXVIII, da CF); 3) devido processo legal formal e material (art. 5º, LIV, da CF); 4) contraditório (art. 5º, LV, da CF); 5) ampla defesa (art. 5º, LV, da CF) Art. 37 da CF: § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. Com o referido dispositivo, tem-se que a Administração Pública deve incentivar as mais diversas formas de participação na administração direta e indireta. Art. 5º da CF: LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; O caráter "legal", "processual" e o "devido". Subordinação da Administração Pública à vontade da população. A administração só pode fazer o que lei estabelece. Princípio da Legalidade Princípio da Moralidade A moralidade é requisito para a validade dos atos administrativos. Boa-fé, decoro, lealdade, honestidade e probidade. Diogo de Figueiredo Moreira Neto: “Enquanto a moral comum é orientada para uma distinção puramente ética, entre o bem e o mal, distintamente, a moral administrativa é orientada para uma distinção prática entre a boa e a má administração”. No Direito Administrativo, importa a boa-fé objetiva, a qual analisa o comportamento, não a intenção. Para a defesa da moralidade, tem-se: a ação popular, a ação civil pública de improbidade administrativa, controle externo do TCU, CPIs. Princípio da Publicidade Proibição de condutas sigilosas e atos secretos. Livre acesso dos indivíduos as informações relacionadas a Administração Pública; Princípio da Transparência. Princípio da Divulgação Oficial. Exceções: a) a segurança do Estado (art. 5º, XXXIII, da CF); b) a segurança da sociedade (art. 5º, XXXIII, da CF); c) a intimidade dos envolvidos (art. 5º, X, da CF). Princípio do Contraditório Art. 5º da CF: LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; A validade das decisões depende da manifestação dos interessados, é necessário dar oportunidade para que sejam ouvidos. Princípio da Ampla Defesa: Art. 2º, parágrafo único, V, da Lei n. 9.784/99 - Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição ; Princípio da Eficiência "Economicidade, redução de desperdícios, qualidade, rapidez, produtividade e rendimento funcional são valores encarecidos pelo princípio da eficiência." (MAZZA, 2019). Eficiência é a maneira pela qual se exerce a função administrativa. Súmula Vinculante 3 do STF: “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão”. CF - Art. 37, caput: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”. CF - Art. 5º, II: “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” CF - Art. 84, IV: “Compete privativamente ao Presidente da República sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução”. Princípio da primazia da lei Princípio da reserva legal Os atos administrativos não podem contrariar o que diz a lei. Os atos administrativos só podem ser realizados mediante autorização legal. Exceções: a) a medida provisória (art. 62 da CF); b) o estado de defesa (art. 136 da CF); c) o estado de sítio (arts. 137 a 139 da CF). Princípio da Impessoalidade Dever de imparcialidade na defesa do interesse público; A atuação dos agentes públicos é imputada ao Estado, demonstrando uma ação imparcial. Subprincípio: Vedação da promoção pessoal de agentes - art. 37, § 1º, da Constituição Federal. “objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades” (art. 2º, parágrafo único, III, da Lei n. 9.784/99). Princípio da Razoabilidade Bom senso Princípio da Proporcionalidade Princípio da Responsabilidade Princípios Infraconstitucionais Além dos princípios contidos em dispositivos da Constituição Federal, existem muitos outros mencionados pela doutrina, dos quais alguns estão previstos na Lei 9.784/99, em seu artigo 2º: “A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência”. Princípio da Autotutela O referido princípio trata do controle que a Administração possui sobre seus próprios atos. Não é necessário recorrer ao Poder Judiciário para anular ou revogar atos da Administração. "É o caso da autotutela administrativa: proteção dos interesses pelas forças do próprio interessado – que é a Administração". (MAZZA, 2019) Decorre do princípio da supremacia do poder público. Súmula 346 do STF : “A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos”. Súmula 473 do STF: “A Administração pode anularseus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos a apreciação judicial”. Princípio da Obrigatória Motivação A Administração Pública deve demonstrar os pressupostos de fato e de direito para a realização do ato. Controle de legalidade e de legitimidade das decisões da Administração. Art. 93, X, da Constituição Federal: “as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros”; Art. 50 da Lei n. 9.784/99: “Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos (...)” Motivação dispensada: casos que dispensam a motivação escrita: motivação evidente, motivação inviável e nomeação e exoneração de cargos comissionados. Nos casos de dispensa de motivação, se apresentada razão falsa, o ato será anulado. Trata-se do dever de atender à finalidade pública, aos objetivos do interesse geral. Importante tratar que os atos sempre devem ocorrer atendendo ao interesse público primário. Finalidade geral: proíbe a utilização das prerrogativas administrativas para atos praticados com interesse diferente do interesse público. Finalidade específica: a prática do ato administrativo só pode ocorrer para a finalidade prevista em lei. Desvio de finalidade, desvio de poder e tredestinação ilícita: torna o fato nulo, uma vez que o ato foi realizado com finalidade diferente da prevista. Art. 37, § 6º, da Constituição Federal: “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”. Trata do dever do Estado de indenizar particulares por ações ou omissões de agentes públicos que causaram algum tipo de dano aos administrados. A responsabilidade do Estado é objetiva, não depende de comprovar dolo ou culpa. No caso de danos por omissão, é subjetiva. Princípio da Finalidade Equilíbrio Coerência Trata-se de como a finalidade pública deve ser alcançada, sempre visando os pressupostos acima. Decorrente do princípio da razoabilidade. Justa medida da atuação administrativa frente a casos concretos. Art. 2º, parágrafo único, VI, da Lei n. 9.784/99: “adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse públi co”. Regula o poder disciplinar e o poder de polícia. Duas formas de violação: pela extensão ou pela intensidade. Subprincípios: adequação ou idoneidade, necessidade ou exigibilidade e proporcionalidade stricto sensu. "Não se usam canhões para matar pardais" Princípio da Especialidade Princípio da Proporcionalidade Princípio da Presunção de Legitimidade Princípio da Boa Administração "O princípio da boa administração impõe o dever de, diante das diversas opções de ação definidas pela lei para prática de atos discricionários, a Administração Pública adotar a melhor solução para a defesa do interesse público." (MAZZA, 2019). Trata da competência do Poder Judiciário de investigar a legitimidade dos atos administrativos, podendo anulá-los quando houver irregularidades. Art. 5º, XXXV, da CF: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Os atos administrativos possuem a prerrogativa de uma presunção relativa de que foram praticados de acordo com as normas legais. Até que se prove o contrário, os atos foram realizados de forma legal. O particular é quem deve provar a ilegalidade. Decorrente do princípio da razoabilidade. Justa medida da atuação administrativa frente a casos concretos. Art. 2º, parágrafo único, VI, da Lei n. 9.784/99: “adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse públi co”. Regula o poder disciplinar e o poder de polícia. Duas formas de violação: pela extensão ou pela intensidade. Subprincípios: adequação ou idoneidade, necessidade ou exigibilidade e proporcionalidade stricto sensu. "Não se usam canhões para matar pardais" Princípio da segurança jurídica Estabilidade, ordem, paz social e previsibilidade. Evitar mudanças abruptas, vedação à "decisão surpresa" por parte da Administração. Vedação da aplicação retroativa de novas interpretações de dispositivos legais; Atua conjuntamente aos princípios: da boa-fé e da proteção à confiança. Em decorrência do princípio à confiança, é possível a manutenção de atos ilegais, a fim de manter a segurança jurídica e a estabilidade. O caso da viúva de Berlim. Em face dos princípios mencionados, a Administração é autovinculada aos seus precedentes. Nos termos do art. 54 da Lei n. 9.784/99, a Administração tem o prazo de 5 anos para anular seus atos defeituosos, quando favoráveis aos destinatários, salvo comprovada má-fé - processos administrativos federais. Princípio do Controle Judicial Princípio do Continuidade do Serviço Público Proíbe a interrupção dos serviços públicos. Aplica-se a atividades do "Estado prestador". Expressamente previsto no art. 6º, § 1º, da Lei n. 8.987/95. O art. 6º, § 3º, da Lei n. 8.987/95 traz exceções: autoriza o corte no fornecimento do serviço, após prévio aviso, nos casos de: a) razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e b) inadimplemento do usuário. Sempre que possível, as funções administrativas devem ser realizadas por pessoas jurídicas autônomas, criadas por lei especificamente para tal fim (exemplo: autarquias). Constituem princípios fundamentais da organização administrativa: I – Planejamento; II – Coordenação; III – Descentralização; IV – Delegação de Competência; V – Controle (art. 6º do Decreto-Lei n. 200/67). Princípio da Isonomia Tratamento igual aos administrados que estão na mesma situação. “Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de suas desigualdades”. Exemplo: vagas reservadas a portadores de deficiência em concursos públicos. Relações de subordinação e coordenação entre os órgãos da Administração Direta. Outros princípios importantes: Princípio Republicano. Princípio Democrático. Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. Princípio da Realidade Princípio da Responsividade. Princípio da Sindicabilidade. Princípio da Sancionabilidade. Princípio da Ponderação. Princípio da Subsidiariedade. Princípio da Consensualidade. Princípio Monocrático. Princípio do Colegiado. Princípio da Coerência. De acordo com Diogo de Figueiredo Moreira Neto, tem-se, também: Princípio da Hierarquia Gostou do resumo? Curte, compartilha com os amigos e salva para estudar depois!
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