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Fisiologia Renal – Resumo livro Silverthon Rins --------------------------------------------------------------------------------------------------- Os rins - são o local de produção da urina Função dos Rins 1. Regulação homeostática do conteúdo de água e íons no sangue (equilíbrio hidroeletrolítico) 2. Regulação do volume do líquido extracelular e da pressão arterial. Quando o volume do líquido extracelular diminui, a pressão arterial também diminui 3. Regulação da osmolalidade 4. Manutenção do equilíbrio iônico (O sódio (Na ) é o principal íon envolvido na regulação do volume do líquido extracelular e da osmolalidade) 5. Regulação homeostática do pH ( Os rins exercem um papel importante na regulação do pH, mas não são capazes de corrigir desequilíbrios no pH tão rapidamente quanto os pulmões) 6. Excreção de resíduos 7. Produção de hormônios (Embora os rins não sejam glândulas endócrinas, eles desempenham um importante papel em três vias endócrinas) Nefron – unidade funcional O néfron inicia em uma estrutura oca globular, chamada de cápsula de Bowman, a qual envolve o glomérulo. O endotélio do glomérulo é unido ao epitélio da cápsula de Bowman, de modo que o líquido filtrado dos capilares passa diretamente para dentro do lúmen tubular. O conjunto formado pelo glomérulo e pela cápsula de Bowman é chamado de corpúsculo renal Processos Básicos dos Nefrons Filtração = é o movimento de líquido do sangue para o lúmen do néfron. A filtração ocorre apenas no corpúsculo renal Reabsorção = processo de transporte de substâncias presentes no filtrado, do lúmen tubular de volta para o sangue através dos capilares peritubulares Secreção = remove seletivamente moléculas do sangue e as adiciona ao filtrado no lúmen tubular Embora a secreção e a filtração glomerular movam substâncias do sangue para dentro do túbulo, a secreção é um processo mais seletivo que, em geral, usa proteínas de membrana para transportar as moléculas através do epitélio tubular Controle da Osmolaridade e Volume do liquido O volume e a osmolalidade finais da urina dependem das necessidades do corpo de conservar ou excretar água e soluto 1. Túbulo proximal: Ocorre reabsorção de água por osmose - O filtrado que deixa o túbulo proximal tem a mesma osmolalidade do que o filtrado que entrou. Por essa razão, dizemos que a função primária do túbulo proximal é a reabsorção isosmótica de solutos e água. 2. Alça de Henle: Reabsorção de mais soluto do que água, e o filtrado torna-se hiposmótico com relação ao plasma 3. Túbulo distal e ducto coletor Ocorre uma regulação fina do balanço de sal e de água sob o controle de vários hormônios. A reabsorção e a secreção (em um menor grau) determinam a composição final do filtrado FILTRAÇÃO ---------------------------------------------------------------------------------------------------- Corpúsculo Renal Possui 3 barreiras 1. Endotélio capilar: os capilares glomerulares são capilares fenestrados com grandes poros, que permitem que a maioria dos componentes plasmáticos sejam filtrados através do endotélio (não há passagem de células ou macromoléculas como proteínas) 2. Lâmina Basal: camada acelular de matriz extracelular que separa o endotélio do capilar do epitélio da cápsula de Bowman, l é constituída por glicoproteínas carregadas negativamente, colágeno e outras proteínas. Ela atua como uma peneira grossa, excluindo a maioria das proteínas plasmáticas do líquido que é filtrado através dela. 3. Epitélio da cápsula de Bowman: é formada por células especializadas, chamadas de podócitos Forças que atuam na Filtração Glomerular As três pressões que determinam a filtração gloumerular – pressão do capilar sanguíneo, pressão coloidosmótica do capilar e a pressão do fluido capsular – 1. Pressão Hidrostática (PH) do sangue = flui através dos capilares glomerulares força a passagem de fluido através do seu endotélio fenestrado. A pressão sanguínea nos capilares é de 55 mmHg, em média, e favorece a filtração para dentro da cápsula de Bowman. Apesar de a pressão cair à medida que o sangue flui através dos capilares, ela ainda permanece maior do que as pressões que se opõem a ela. 2. Pressão Coloidosmótica = (interior dos capilares glomerulares) é mais alta do que a no fluido da cápsula de Bowman. Esse gradiente de pressão é devido à presença de proteínas no plasma. Em média, de 30 mmHg e favorece o movimento de líquido de volta para os capilares. 3. Pressão Hidrostática Capsular = A cápsula de Bowman é um espaço fechado (diferentemente do líquido intersticial), de forma que a presença de fluido no interior dessa cápsula cria uma pressão hidrostática do fluido (Pfluido), que se opõe ao fluxo de fluido para o interior da cápsula. O líquido filtrado para fora dos capilares deve deslocar o líquido já presente no lúmen da cápsula. A pressão hidrostática capsular é, em média, de 15 mmHg, opondo-se à filtração A força motriz resultante é de 10 mmHg na direção que favorece a filtração. Essa pressão pode não parecer muito alta, mas quando combinada com a grande permeabilidade natural dos capilares glomerulares fenestrados, ela resulta em uma rápida filtração de fluido para o interior dos túbulos TFG (a taxa de filtração glomerular) O volume de fluido que é filtrado para dentro da cápsula de Bowman por unidade de tempo. A TFG média é de 125 mL/min, ou de 180 L/dia. É influenciada por dois fatores: a pressão de filtração resultante, já descrita, e o coeficiente de filtração. Regulação e feedback tubuloglomerular REABSORÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------------------------ A cada dia, 180 L de líquido são filtrados dos capilares glomerulares para dentro dos túbulos renais, todavia, apenas cerca de 1,5 L é excretado na urina. Assim, mais de 99% do líquido que entra nos túbulos é reabsorvido para o sangue à medida que o filtrado percorre os néfrons. A maior parte dessa reabsorção ocorre no túbulo proximal, com uma quantidade menor de reabsorção nos segmentos distais do néfron. A reabsorção no néfron distal é finamente regulada, possibilitando aos rins reabsorverem seletivamente íons e água de acordo com as necessidades do organismo para a manutenção da homeostasia. Reabsorção por passagem Ativa A reabsorção de água e solutos do lúmen tubular para o líquido extracelular depende de transporte ativo. O filtrado que flui da cápsula de Bowman para o túbulo proximal tem a mesma concentração de solutos do líquido extracelular. Portanto, para transportar soluto para fora do lúmen, as células tubulares precisam usar transporte ativo para criar gradientes de concentração ou eletroquímicos. A água segue osmoticamente os solutos, à medida que eles são reabsorvidos. Transporte Transepitelial: as substâncias atravessam as membranas apical e basolateral das células tubulares epiteliais para chegar ao líquido intersticial. Via Paracelular: as substâncias passam através de junções celulares entre células vizinhas. O caminho seguido pelo soluto depende da permeabilidade das junções epiteliais e do seu gradiente eletroquímico. Transporte Ativo do Sódio: A reabsorção ativa de Na+ é a força motriz primária para a maior parte dos mecanismos de reabsorção renal. Transporte ativo secundário: simporte com sódio - O transporte ativo secundário acoplado ao sódio é responsável pela reabsorção de muitas substâncias, incluindo a glicose, aminoácidos, íons e vários metabólitos orgânicos Reabsorção passiva: ureia A ureia, um resíduo nitrogenado, não possui mecanismos de transporte ativo no túbulo proximal, mas pode se deslocar através das junções celulares epiteliais por difusão, se houver um gradiente de concentração da ureia gerado pelo transporte ativo de Na+. Uma vez queo gradiente de concentração de ureia existe, a ureia move-se do lúmen tubular para o líquido extracelular, sendo transportada através das células ou pela via paracelular. Endocitose: proteínas plasmáticas A filtração do plasma nos glomérulos normalmente deixa a maior parte das proteínas plasmáticas no sangue, mas algumas proteínas menores e peptídeos podem passar através da barreira de filtração. A maioria das proteínas filtradas é removida do filtrado no túbulo proximal, de forma que normalmente apenas traços de proteínas aparecem na urina. A maior parte delas entra nas células do túbulo proximal por endocitose mediada por receptores na membrana apical. Uma vez no interior das células, as proteínas são digeridas nos lisossomos. Os aminoácidos resultantes são transportados através da membrana basolateral e absorvidos no sangue. Saturação do Transporte Renal - A maior parte dos transportes no néfron usa proteínas de membrana e exibe as três características do transporte mediado: saturação, especificidade e competição. - A saturação refere-se à taxa de transporte máximo, que ocorre quando todos os transportadores disponíveis estão ocupados (saturados com) pelo substrato. - Em concentrações abaixo do ponto de saturação, a taxa de transporte é diretamente relacionada à concentração do substrato. -Em concentrações de substrato iguais ou acima do ponto de saturação, o transporte ocorre a uma taxa máxima. -A taxa de transporte no ponto de saturação é o transporte máximo (Tm) A reabsorção refere-se ao movimento de solutos e água do lúmen tubular para o líquido intersticial A pressão hidrostática que existe ao longo de toda a extensão dos capilares peritubulares é menor do que a pressão coloidosmótica, de modo que a pressão resultante favorece a reabsorção. Os capilares peritubulares têm uma pressão hidrostática média de 10 mmHg (em contraste com os capilares glomerulares, em que a pressão hidrostática média é de 55 mmHg). A pressão coloidosmótica, que favorece o movimento do líquido para dentro dos capilares, é de 30 mmHg. Como resultado, o gradiente de pressão nos capilares peritubulares é de 20 mmHg, favorecendo a absorção do líquido para dentro dos capilares. SECREÇÃO ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Secreção é a transferência de moléculas do líquido extracelular para o lúmen do néfron. A secreção, assim como a reabsorção, depende principalmente de sistemas de transporte de membrana. é um processo ativo, uma vez que requer transporte de substratos contra seus gradientes de concentração. A maioria dos compostos orgânicos é secretada através do epitélio do túbulo proximal para o interior do lúmen tubular por transporte ativo secundário Muitos compostos orgânicos são secretados: metabólitos produzidos no corpo e substâncias provenientes do meio externo (xenobióticos); A secreção torna o néfron capaz de aumentar a excreção de uma substância. Se uma substância filtrada não é reabsorvida, ela é excretada com muita eficácia; No entanto, a substância filtrada para dentro do túbulo não é reabsorvida, e ainda é secretada para dentro do túbulo a partir dos capilares peritubulares, a excreção é ainda mais eficaz. transportador de ânions orgânicos (OAT)::: responsáveis pela secreção de solutos orgânicos apresentam pouca especifidade. EQUILIBRIO HÍDRICO E ELETOLÍTICO ----------------------------------------------------------------- O corpo possui muitas vias para excretar íons e água. Os rins são a via primária para a perda de água e para a remoção de muitos íons. Sob condições normais, pequenas quantidades de água e íons também são perdidas nas fezes e no suor. Além disso, os pulmões eliminam água e auxiliam na remoção do H e do HCO3 através da excreção do CO2. A água e os eletrólitos estão associados com o volume do líquido extracelular e com a osmolalidade. Alterações no equilíbrio do K podem causar sérios problemas nas funções cardíaca e muscular, devido a alterações no potencial de membrana das células excitáveis. O Ca2 está envolvido em vários processos corporais, desde a excitose e a contração muscular até a formação dos ossos e a coagulação, ao passo que os íons H e o HCO3 são aqueles cujo equilíbrio determina o pH corporal. Osmolaridade A osmolalidade plasmática é um equilíbrio entre as osmolalidades dos espaços extracelular e intracelular e representa as osmolalidades do plasma, do fluido interticial e do fluido intracelular; a manutenção da osmolalidade do LEC dentro de uma faixa normal é essencial para manter a homeostasia do volume celular Equilíbrio Hidroeletrolítico O processo do equilíbrio hidroeletrolítico é realmente integrado, uma vez que envolve os sistemas respiratório e circulatório, além das respostas renais e comportamentais. Ajustes feitos pelos pulmões e pelo sistema circulatório estão principalmente sob controle neural, podendo ser executados de forma bastante rápida. A compensação homeostática pelos rins ocorre de forma mais lenta porque os rins estão principalmente sob controle endócrino e neuroendócrino. EQUILÍBRIO HÍDRICO Para manter um volume constante de água no corpo, devemos ingerir a mesma quantidade de água que excretamos: a ingestão precisa ser igual à excreção. O único meio pelo qual a água normalmente entra no corpo vinda do meio externo é pela absorção através do trato digestório. A perda patológica de água rompe a homeostasia de duas maneiras. A depleção do volume do compartimento extracelular diminui a pressão arterial. Se a pressão arterial não pode ser mantida pelas compensações homeostáticas, os tecidos não recebem oxigênio adequadamente. Além disso, se a perda de líquido é hiposmótica para o corpo (como é o caso da sudorese excessiva), os solutos remanescentes no corpo elevam a osmolalidade, podendo alterar a função celular. O principal ponto a ser lembrado é que os rins podem remover o excesso de líquido através da excreção de água na urina, contudo, os rins não podem substituir o volume perdido. O volume perdido para o ambiente necessita ser recuperado a partir do próprio ambiente. Os rins controlam a concentração da urina variando a quantidade de água e de Na reabsorvidos no néfron distal (túbulo distal e ducto coletor). Para produzir urina diluída, o rim precisa reabsorver solutos sem permitir que a água os siga por osmose. A reabsorção de água nos rins conserva a água e pode diminuir a osmolalidade do corpo até certo ponto quando associada à excreção de solutos na urina. Entretanto, lembre-se que os mecanismos homeostáticos dos rins não podem restaurar o volume de líquido perdido. Apenas a ingestão ou a infusão de água pode repor a água que foi perdida. Vasopressina hormônio antidiurético (ADH) Quando a vasopressina atua nas células-alvo, o epitélio do ducto coletor torna-se permeável à água, permitindo a sua saída do lúmen tubular (FIG. 20.5a). A água move-se por osmose devido à maior osmolalidade das células tubulares e do líquido intersticial medular em comparação à osmolalidade do líquido tubular. Na ausência de vasopressina, o ducto coletor é impermeável à água. Embora exista um gradiente de concentração através do epitélio, a água permanece no túbulo, produzindo urina diluída. Quais estímulos controlam a secreção da vasopressina? Eles são três: osmolalidade plasmática, volume sanguíneo e pressão arterial (FIG. 20.6). O estímulo mais potente para a liberação da vasopressina é o aumento da osmolalidade plasmática. A osmolalidade é monitorada por osmorreceptores, neurônios sensíveis ao estiramento que aumentam sua frequência de disparo quando a osmolalidade aumenta. Nosso modelo atual indica que quando os osmorreceptores encolhem, canais catiônicos inespecíficos associadosaos filamentos de actina se abrem, despolarizando a célula menor que 280 não ativa /// maior que 280 ativa (a liberação) Os principais osmorreceptores que regulam a liberação da vasopressina se encontram no hipotálamo Aldosterona A regulação dos níveis sanguíneos de Na ocorre através de uma das vias endócrinas mais complicadas do corpo humano. A reabsorção de Na nos túbulos distais e ductos coletores renais é regulada pelo hormônio esteroide aldosterona. Devido a uma das ações da aldosterona ser o aumento da atividade da Na-K-ATPase, ela também promove a secreção de K (FIG. 20.9). A aldosterona é um hormônio esteroide sintetizado no córtex da glândula suprarrenal, a porção externa da glândula que se situa no topo de cada rim (p. 204). Assim como outros hormônios esteroides, a aldosterona é secretada no sangue e transportada por uma proteína carreadora até seu alvo o aumento da concentração extracelular de K e a queda da pressão sanguínea (Fig. 20.9a). Níveis elevados de K atuam diretamente sobre o córtex da glândula suprarrenal em um reflexo que protege o corpo da hipercalemia. O decréscimo da pressão sanguínea ativa uma via complexa, o que resulta na liberação de um hormônio, a angiotensina II, que estimula a secreção de aldosterona em muitas situações peptídeo natriurético atrial (PNA; também chamado de atriopeptina) é um hormônio peptídico produzido em células especializadas do miocárdio, localizadas principalmente no átrio cardíaco. O PNA é sintetizado como parte de um grande pró- -hormônio que é clivado em vários fragmentos de hormônio ativo (p. 202). Um hormônio relacionado, o peptídeo natriurético cerebral (PNC), é sintetizado por células miocárdicas ventriculares e por certos neurônios do cérebro. Os peptídeos natriuréticos são liberados pelo coração quando as células miocárdicas se estiram mais que o normal. Os peptídeos natriuréticos ligam-se a enzimas receptoras de membrama, que funcionam através do sistema de segundo mensageiro do GMPc.
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