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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLÓGICO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL ECV 5149 – GEOLOGIA DE ENGENHARIA UNIDADE 1 - EXERCÍCIO 3 – TURMA 3201A- 19/07/2021 Nome: Otavio Santos Bitencourt 1) Consulte o mapa geológico do estado de Santa Catarina, disponibilizado no MOODLE, e escolha uma das formações geológicas formadas por rochas sedimentares. Descreva sobre as características principais da formação geológica escolhida, indicando como se formaram, época, texturas, estruturas, área de ocorrência e etc.] Formação Rio do Rasto Lavina (1991), em sua tese de doutorado, realizou uma análise integradora entre a estratigrafia, sedimentologia, paleontologia e evolução tectônica e paleogeográfica do Grupo Passa Dois. Nos capítulos em que trata da evolução do “Mar Interior Passa Dois” e do sistema lacustre do Rio do Rasto, o referido autor utilizou a metodologia da análise de fácies para propor a sistematização dos processos deposicionais. A sedimentação da Formação Rio do Rasto teria tido início no Permiano Superior (Tatariano) e possivelmente se encerrado no início do período Triássico (Scythiano). A Formação Rio do Rasto teria se depositado em condições de franca continentalização, inicialmente a partir de lagos de grandes dimensões, relativamente rasos e com baixa salinidade, ocasionalmente atingidos por tempestades de inverno. A intercalação de fácies de tempestade com níveis contendo estruturas diagnosticadas como gretas de contração, levaram o autor a propor um modelo pouco usual de planícies de baixo gradiente nas margens dos lagos onde se intercalavam períodos de inundação e exposição subaérea. Na sua porção inferior, o Membro Serrinha é caracterizado por intercalações de arenitos finos com camadas de siltitos e apresenta contato transicional com a Formação Teresina, predominantemente pelítica. A passagem entre as duas formações se dá pelo aparecimento gradual de arenitos intercalados com siltitos laminados, acinzentados, em um evidente padrão de espessamento das camadas tabulares para o topo. Em linhas gerais, o Membro Serrinha em todas as seções estudadas caracteriza-se por ser uma unidade de caráter agradacional a progradacional, onde a quantidade de arenitos tende a aumentar sutilmente em direção ao topo. Camadas de arenitos com laminação cruzada por migração de marcas onduladas, laminação cruzada hummocky e swalley, intercalam-se a depósitos de siltitos, argilitos e níveis heterolíticos. O Membro Morro Pelado encontra-se em contato transicional com o Membro Serrinha e pode ser diferenciado deste devido à mudança de características marcantes, a saber: mudança na coloração dos siltitos e arenitos esverdeados e acinzentados para siltitos e arenitos creme amarelados e roxo-avermelhados; predominância de corpos arenosos tabulares métricos no Membro Serrinha em detrimento de corpos métricos lenticulares e sigmoidais; e presença de camadas de arenitos atingindo espessuras superiores a dez metros, exclusivas do Membro Morro Pelado. O Membro Morro Pelado apresenta espessura variável, oscilando entre 80 metros e 150 metros na Serra do Espigão. A descrição dos arenitos revelou que todos os exemplos podem ser classificados como quartzo-arenitos. O arcabouço destes litotipos apresenta, em linhas gerais, teores de grãos de quartzo variando de um mínimo de 90% a um máximo de 95%. Esse arcabouço comumente é composto por grãos clásticos de cristais de quartzo e ocasionalmente por grãos finos de quartzo policristalino. Secundariamente, estão presentes minerais como muscovita, biotita, plagioclásio, microclínio e opacos que, em conjunto, não perfazem mais do que 5% da rocha. Grãos de turmalina, estaurolita, anfibólio e rutilo ocorrem em teores muito menores do que 1%. Independente da fácies sedimentar, a fração granulométrica não ultrapassa a areia fina, predominando grãos menores que 0,125 mm (areia muito fina). Em linhas gerais, a seleção oscila entre boa e muito boa com predomínio de grãos angulosos, subangulosos/subarredondados e esfericidade baixa a moderada. Figura 1 - Fotomicrografia de quartzo arenito bem selecionado mostrando maior predomínio de grãos arredondados a subarredondados, com esfericidade moderada a alta. Figura 2 - Mapa geológico da borda leste da Bacia do Paraná, evidenciando a faixa de afloramentos do Grupo Passa Dois. LAVINA E.L. 1991. Geologia sedimentar e paleogeografia do Neopermiano e Eotriássico (intervalo Kazaniano – Citiano) da Bacia do Paraná. Tese de Doutoramento, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 332 p. WARREN, Lucas Verissimo. Evolução sedimentar da Formação Rio do Rasto na região centro-sul do Estado de Santa Catarina. 2006. Dissertação (Mestrado em Geologia Sedimentar) - Instituto de Geociências, University of São Paulo, São Paulo, 2006. doi:10.11606/D.44.2006.tde-15032007-165547. Acesso em: 2021- 07-26.
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