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A importância da Literatura de Cordel em sala de aula Thiago Eliseu Sutil 1 Ana Paula Barcelos 2 RESUMO O presente trabalho tem por objetivo aborda a importância da literatura de Cordel em sala de aula com o uso da técnica da Xilogravura no desenvolvimento do ensino aprendizagem. O cordel é a poesia popular narrativa que chegou por meio dos colonizadores, na qual desenvolveu no Nordeste marcando a cultura da região e contribuindo para o fortalecimento da identidade do nosso povo. Em sua origem, a literatura era pela oralidade, logo passou a ser impressa, mas não perdeu o vínculo com a oralidade e consolidou como um meio de letramento e alfabetização nas zonas rurais e urbanas. Com este estudo, pretende-se apresentar a história da literatura de cordel no Brasil, enfatizando a importância da trabalho em sala de aula, em que o cordel trata de fatos, traçando seu cordel como uma crônica na poesia popular, ressalta que a inclusão do Cordel nas escolas e instituições de ensino, como propostas convencionais vêm cedendo espaço para o meio artístico, pois se trata do patrimônio histórico cultural da humanidade, o que torna a expressividade das divergentes populações, com seu o estilo de vida populacional oferecendo aos artistas, novas experiências. Este trabalho teve por objetivo apresentar uma pesquisa sobre Literatura de Cordel e disseminar sua importância e relevância, seja no meio acadêmico ou escolar. Auxiliando e motivando outros pro ssionais a contribuir, pois é necessário aprofundar este assunto para que todos possam conhecer o patrimônio artístico brasileiro.A pesquisa feita qualitativa bibliográfica, por meio de análise de conteúdo de folhetos e obras de autores como Barroso (2006), Abreu (1999), Vianna (2010) entre outros, para conceituar e caracterizar a Literatura de Cordel e a sua importância em sala de aula do desenvolvimento dos alunos. Palavras-chave: Literatura. Cordel. Ensino-Aprendizagem. Sala de aula. 1.INTRODUÇÃO O cordel é um gênero literário com uma linguagem clara e direta, na qual abordam contos infantis, contos populares, histórias locais, versões de clássicos da literatura universal e temas do cotidiano, sendo uma das expressões culturais nordestinas mais conhecidas e cultuadas que se tem notícia. Ela vai muito além de um simples folheto, com uma estrutura gráfica econômica e que conta histórias fantásticas para um povo simples. Através destes folhetos, o homem sertanejo podia sair de sua rotina real e viver emoções que somente os contos podem proporcionar. O presente trabalho tem por objetivo aborda a importância da literatura de 1 2 Cordel em sala de aula no desenvolvimento do ensino aprendizagem com o uso da técnica da Xilogravura, onde num ambiente em que o analfabetismo era regra, a escrita dialoga com a oralidade, pois a fala, que veio antes da escrita, transformando os sons em gestos. São através dos sons que se desenvolvem as primeiras interações do ser humano. A criança ao escutar o som da voz atende aos pais, na qual se socializa com as outras crianças e com o ambiente. Os primeiros sons se fazem fonemas, se fazem vozes e nomeiam os objetos. É no desenvolvimento do conhecimento, no ambiente escolar que o som ganha forma e faz da escrita a notação da fala. Destaca-se nesse trabalho que a utilização da Xilogravura em sala de aula como o cordel tendo como valores Base Nacional Curricular favorece o ensino-aprendizagem em todas as áreas do saber, visto que a literatura popular em versos narrativos contém elementos simbólicos da cultura oral, que passam de gerações em gerações que tem significados no processo de construção de conhecimentos. Percebe que muitas crianças e até mesmos adultos, tem as primeiras impressões de valores e de mundo onde vieram nas asas de um pavão, sobrevoando os céus da Grécia, Japão e Turquia. Onde em um mundo mágico, que mesmo tendo nomeação de países distantes e estranhos para a cultura local, era habitado por Batistas, Josés, Creusas, Severinos, vivenciando o drama e os conflitos presentes na cultura nordestina. É importante destacar nesse pormenor que os textos em cordel possibilitam aos professores desenvolver e abordar temáticas as mais diversas, favorecendo a multidisciplinaridade e a interdisciplinaridade, entendidas como processos que possibilitam aos educandos ampliar seus horizontes, já que se constituem em métodos facilitadores do ensino-aprendizagem. A pesquisa é qualitativa bibliográfica, por meio de análise de conteúdo de folhetos e obras de autores como Barroso (2006), Abreu (1999), Vianna (2010) entre outros para conceituar e caracterizar a Literatura de Cordel e a sua importância em sala de aula do desenvolvimento dos alunos, onde será divivido em partes: a primeira etapa apresentará a fundamentaçao teórica com a história da literatura de cordel e suas características, na segunda etapa os materiais e métodos utilizados e por fim resultados e discussões, ou seja, considerações e conclusões que se alcançou com essa pesquisa. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 HISTÓRIA DA LITERATURA DE CORDEL O contar histórias está presente na vida humana como forma de transmissão de conhecimentos entre os membros de uma cultura, tanto histórias infantis que ensina sobre a moral e ética, romances, poesias, fatos reais, acontecimentos do dia a dia e logo uma dessas maneiras de se contar histórias rumou para um estilo literário muito característico e que viria a ser uma marca reconhecida da cultura brasileira, quase que exclusivamente da região Nordeste: A literatura de Cordel, sendo contada em versos, perfeitamente metrifircados, narradas quase em forma cantada, em melodia que encanta leitores e ouvintes em todo o mundo. Penso que o hábito de decorar histórias, dos cantos de trabalho, as cantigas de embalar e toda sorte de narrativas orais trazidas pelos colonizadores vão sedimentando, na cultura brasileira, o costume de cantar e contar histórias, de guardar na memória os acontecimentos da vida cotidiana. Assim, pouco a pouco, foi se desenvolvendo junto ao homem brasileiro, mais especificamente na região Nordeste, onde se deu o início da colonização, uma poesia oral com características muito peculiares. (BARROSO 2006, p. 22). Conforme estudos o termo Cordel escolhido deve-se a associação feita a um estilo de folheto muito semelhante existente em Portugal conhecido com o mesmo nome, onde adquiriu elementos medievais europeus, desenvolvendo um mundo de fantasia cheiro de aventuras e criaturas magicas. Esse tipo de trabalho marca a permanecia de traços medievais da cultura portuguesa transplantada para o Brasil e que se traduz nas histórias de aventuras e lendas contadas em versos, chamadas literaturas de cordel (47º SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS DE PERNAMBUCO 2008-09, p.26). De acordo com Linhares: A literatura de Cordel teve sucesso, em Portugal, entre os séculos XVI e XVIII. Os textos podiam ser em verso ou prosa, não sendo invulgar trata-se de peças de teatro, e versavam sobre os mais variados temas. Encontram-se farsas, historietas, contos fantásticos, escritos de fundo histórico moralizantes, etc., não só de autores anônimos, mas também daqueles que, assim, viram a sua obra vendida a preço, como Gil Vicente e Antônio José da Silva, o Judeu. Exemplos conhecidos de literatura de Cordel são histórias de Carlos Magno e os Doze Pares de França, Aprincesa Magalona, histórias de João de Calais e A Donzela Teodora (LINHARES, Thelma R. S. 2006) Todavia também se afirma que a origem do Cordel está ligada as tradicionais cantorias e pelejas 3 , sendo a escrita um modo de eternizar da memória de seu criador e difundidos atravésda impressa, que também ocorreu em outros países como na Inglaterra, na França e na Espanha, sendo conhecidos como chapbooks, littérature de 3 tipo de desafios entre repentistas colportage e pliegos sueltos, respectivamente (ABREU 1999, p. 23). Deve-se considerar importante a junção desses elementos culturais, cada um contribuindo e transformando um ao outro, até criarem o que é conhecido como literatura de Cordel brasileira. A literatura de mascate, de cordel ou folhas volantes, esteve provavelmente presente no Brasil, como no resto da América Latina, desde os tempos coloniais: documentos comprovam o embarque regular de pliegos sueltos para as colônias espanholas. Contudo, o primeiro folheto brasileiro, encontrado por Orígenes Lessa, é datado de 1865 e foi publicado no Recife. Escrito sobre o modelo de testamentos de animais, tão apreciados pela literatura de cordel portuguesa, ele contém alusões a acontecimentos da vida pernambucana que comprovam sua escritura brasileira. A partir de 1893, a literatura de folhetos constitui, aos poucos, um conjunto complexo e independente do sistema literário institucionalizado com seus poetas e suas editoras que, até os anos 1960, pertencem freqüentemente a poetas. Esta literatura tem suas próprias redes de comercialização (os mascates), sendo vendida nas feiras, nas estações ferroviárias e rodoviárias, e até nas ruas. (SANTOS 1999, on line) Para Barroso mesmo com afirmações de vários autores de estudos sobre literatura de cordel de que há a influência de várias partes do mundo em nossos folhetos, os cordelistas falam dessa poesia como puramente brasileira, explica que está implícito um aspecto muito importante da formação e reconstrução da cultura popular: a ressignificação da cultura européia em terras brasileiras, sendo a cultura como resultado de um processo contínuo, onde se inserem os significados das práticas sociais da vida diária do indivíduo e com a influência das sextilhas sete silábicas dos poetas onde os cordelistas enalteciam os cangaceiros como heróis de seus folhetos os cangaceiros, pois eram personagens do dia a dia deles. (BARROSO 2006, p. 30) Os estudos sobre o cordel português demonstram como é complexo encontrar uma definição que englobe todos os materiais impressos dessa categoria, pois este apresenta tantas variações de formas e estilos que seria um erro estabelecer um estilo padrão que inclua todos os folhetos portugueses, pois de deve entender que a ligação mais significativa e dizer ser uma obra pertencente ao grupo do cordel português é o seu gênero editorial, os aspectos dos materiais dos folhetos e a forma como eram comercializado. Há ainda outros problemas que dificultam a conceituação do cordel português: o gênero e a forma. Não há qualquer constância em relação a esses aspectos: a literatura de cordel abarca autos, pequenas novelas, farsas, contos fantásticos, moralizantes, histórias, peças teatrais, hagiografias, sátiras, notícias... além de poder ser escrita em prosa, em verso ou sob a forma de peça de teatro. Não se trata portanto de uma modalidade literária, de um gênero literário, e sim de um gênero editorial. (ABREU, 1999, p.21 – 25) Na figura 1 temos a capa do Cordel: “O monstro de Jerusalém”, na qual o monstro silvestre que foi visto e morto nas vizinhanças de Jerusalém, sendo do escritor lusitano José Freire Monterroio Mascarenhas (1670-1760), redator da Gazeta de Lisboa, em que narra a perseguição a um ser monstruoso que despedaçava homens e animais. Figura 1 https://www.amazon.com.br/Monstro-Jerusal%C3%A9m-Portugu%C3%AAs-Triumviratus-Literatura- ebook/dp/B01AY9OEC6. Segundo Oliveira (2007), essa literatura popular produzida na antiguidade era em um formato bem parecido com a literatura de folhetos publicada no Nordeste, do século XIX aos dias de hoje, mas há diferenças tanto no conteúdo, como na forma textual e no portado do texto, pois em países como França e Portugal existiam as folhas soltas, notícias do folheto com muitas páginas na Alemanha e quanto o conteúdo textual, traziam textos em prosa além de poesia, percebe-se dessa forma, grande variabilidade estética e de conteúdo dessa literatura produzida nesses países, do século XV ao século XIX, diferenciando-se do cordel brasileiro que passou a ser impresso nos anos finais do século XIX. (OLIVEIRA 2007, p. 54-55) De acordo com Oliveira (2007), os povos fenícios, saxões, grecoromanos e cartagineses, em suas expedições de conquistas, traziam em suas bagagens farta quantidade de literatura popular, onde os poetas nômades foram os responsáveis pela ocidentalização dessa literatura. No século XII, trovadores, jograis e menestréis percorriam a Europa, principalmente os locais de devoção religiosa do Catolicismo, declamando versos de romances, de aventuras e de ensinamentos religiosos e dos costumes do lugar. (OLIVEIRA 2007, P. 56) O cordel brasileiro herdou do cordel medieval esses predicativos romanescos e, somado à herança trovadoresca dos cantores e poetas ibéricos resultou em textos poéticos narrativos com a forma e estética que hoje conhecemos, sendo herdeira direta da tradição grega, eivada de influências dos trovadores medievais da Península Ibérica. (VIANNA, 2010, p. 5) De todos os relatos acerca da prática milenar de transmissão de saberes deu-se por intermédio da oralidade, visto que desde os primeiros momentos do século XII, em https://www.amazon.com.br/Monstro-Jerusal%C3%A9m-Portugu%C3%AAs-Triumviratus-Literatura-ebook/dp/B01AY9OEC6 https://www.amazon.com.br/Monstro-Jerusal%C3%A9m-Portugu%C3%AAs-Triumviratus-Literatura-ebook/dp/B01AY9OEC6 que poetas percorriam a Europa recitando suas narrativas, até o surgimento dos primeiros folhetos, há um intervalo de cerca de 300 anos, no entanto, apesar da distância temporal suas características foram preservadas. O cordel brasileiro sofreu todas as influências dessa prática milenar de contar histórias, absorvendo determinados aspectos, em um longo processo de maturação, até chegar às características do gênero literário que hoje conhecemos como cordel ou literatura de folhetos, pois o cordel se trata de poesia, mesmo estando escrito em versos e ser mais próximo do conto, e esses contos edificantes em versos são tantos fábulas satíricas ou morais quanto episódios épicos e poesia romântica e contém elementos de mito. (CAVIGNAC 2006, p. 74-75) As figuras 1 e 2, exemplificam o quanto são diferentes os assuntos abordados pelo Cordel lusitano. Na figura 1 temos dicas culinárias. Já a figura 2 mostra a capa do folheto “História da Donzella Theodora”, trata de um romance tradicional desta cultura. Ambos são considerados como literatura de Cordel, mesmo possuindo uma estrutura, gênero forma distintos. Figura 2 e 3 – Exemplares de Folhetos de cordel Figura 2: https://www.cordelnaeducacao.com.br/produto/comidas-tipicas-do-nordeste. Figura 3: http://www.overmundo.com.br/banco/romance-do-tropeiro-cordel-de-guilherme-de-faria. A segunda grande influência da literatura de Cordel foi a própria cultura nordestina, cujo tinham o antigo costume das pessoas de uma mesma comunidade se reunirem e contarem histórias umas para as outras, de uma sociedade essencialmente pastoril, preservadora da tradição de forte religiosidade. um tipo particular de população com subcultura própria, a sertaneja, marcada por sua especialização ao pastoreio, por sua dispersão espacial e por traços característicos identificáveis no modo de vida, na organização da família, na estruturação do poder, na vestimenta típica, nos folguedos estacionais, na dieta, na culinária, na visão de mundo e numa religiosidade propensa ao messianismo. (RIBEIRO 2006, p. 307)Darcy Ribeiro (2006) faz uma analogia do homem sertanejo com o homem do mediterrâneo medieval, pois possuíam inclinação ao conservadorismo, às tradições e ao respeito à Igreja Católica, onde o povo se especializou em viver em ambiente inóspito, https://www.cordelnaeducacao.com.br/produto/comidas-tipicas-do-nordeste http://www.overmundo.com.br/banco/romance-do-tropeiro-cordel-de-guilherme-de-faria longe de rotas de comércios, logo vivenciando isolamento cultural, semelhante à cultura medieval europeia. Por sua vez ao se manterem afastados de outras culturas, visto que estes povos não sofriam interferências de outras culturas, as tradições passavam de pai para filho sem modificações desenvolvendo assim um conservadorismo, principalmente em relação aos dogmas religiosos, que por sua vez, desenvolveu-se um oficio muito especifico da região, os contadores de histórias, que vinham de fazenda em fazenda, de feiras em feiras, de festas em festas, trazendo informações de outros locais, acontecimentos atuais ou históricos, histórias de heroísmo no Cangaço e de contos místicos que povoam o imaginário do sertanejo, transmitindo oralmente a cultura, ou seja, o conhecimento era transmitido de boca a boca. Um ajuntamento de gente em volta de um cantador é uma reunião quase acidental, no sentido que não pode determinar previamente o tamanho e a duração do encontro, nem que irá parar para ouvir e quem seguirá. O grupo que escuta não se comporta de modo homogêneo. Alguns ficam mais próximos, outros reparam de mais longe. Alguns riem, outros fingem não presta atenção. Mas não é por acidente, e sim fruto de plano, se instalar em um bom ponto para se fazer escutado. (BRASIL 2006 p.58). A finalidade da literatura de Cordel era possibilitar que os ouvintes comprassem e levassem para casa as histórias dos cantadores, sendo uma forma de ganhar dinheiro junto às apresentações. Para que os expectadores sentissem vontade de comprar os folhetos não era revelado o final das histórias, usavam os recursos da linguística oral regional, como as gírias típicas de cada região e da época, como as expressões oxente (exclamação de espanto), arretado (zangado, bravo), encarnado (no sentido de designar que alguém estar vestido com a cor vermelha muito saturada) na qual aproxima o leitor e o ouvinte do texto narrado, fazendo com que entendam o que está sendo falado. Colocam numa esteira ou caixote a batelada de opúsculos e depois começam em voz alta a declamar alguns versos. As pessoas se reúnem circundando-o, quando o palrador está no clímax de alguma história historia, faz uma pequena pausa: “Meus senhores”, concluí, “caso queira saber o resto leve o folheto tal, este romance... ou aquela historia... (Araújo 2007, pág. 184.) Figura 4 – Xilogravura de uma disputa entre cantadores populares. https://portal.ifrn.edu.br/campus/saogoncalo/noticias/campus-sao-goncalo-realiza-exposicao-na-cantada- do-cordel. É impossível dizer onde tudo começou, visto que nada acontece de uma hora para outra e que todas as invenções humanas sempre tiveram precedentes, mas a hipótese sugerida pelo Programa Cultural na Rede Bateria, realizado pelo Centro Cultural Banco do Nordeste, afirma que os primeiros vestígios de folhetos de Cordéis datam de 1893 e estão associado ao nome do paraibano Leandro Gomes de Barros, considerado o “Rei da Literatura de Cordel” (2009, p.18). As primeiras edições de Cordéis eram impressas em tipografias de jornais ou livrarias, mas não eram especializadas em impressão dos folhetos, visto que esse tipo de produto acabará de chegar ao mercado. Então no final da década de 1910, alguns poetas começaram a montar pequenas tipografias especializadas em impressão de folhetos, as pioneiras estão as tipografias do cordelista Francisco das Chagas Batista e de João Martins de Athayde, conforme figura 4 e 5. (BRASIL, 2006) Rute Terra (apud BRASIL 2006) fala que até a década de 1930, existiam pelo menos 20 tipografias que se especializaram na impressão e nesse período que o cordelista Athayde torna-se o maior editor de folhetos de todos os tempos, pois possui um volume de encomendas superior a capacidade da sua gráfica que em momentos tercerizou o serviço em tipografias de jornais. (GALVÃO, 2006). O auge da literatura de Cordel foi entre as décadas de 1930 e 1950, o crescimento exorbitante do cordel em números, pois a cada ano mais de mil folhetos são impressos no interior do Brasil e espalhados como folhas por todo o território, em mais de 200.000 exemplares, em que os folhetos eram impressos em mil exemplares e vários deles pediam reimpressões. (CASCUDO, 1953 apud BRASIL 2006, p.14) Figura 4 e 5 de tipografias Figura 4: https://memoriasdapoesiapopular.com.br/tag/francisco-das-chagas-batista/#jp-carousel-8962. Figura 5: http://memoriasdocordel.blogspot.com/2013/04/grandes-nomes-do-cordel-2-joao-martins.html. 2.2 CARACTERÍSTICAS DO CORDEL BRASILEIRO Cordel é a poesia popular narrativa, impressa em folhetos de 08, 16 ou 32 páginas, medindo 11 por 15,5cm, cuja principal marca é a poesia narrativa, com identidade popular e que se configura como “uma espécie de romanceiro que mesmo passando a ser impresso não deixou https://memoriasdapoesiapopular.com.br/tag/francisco-das-chagas-batista/#jp-carousel-8962 http://memoriasdocordel.blogspot.com/2013/04/grandes-nomes-do-cordel-2-joao-martins.html de ser oral.” (FERREIRA, 2013) O cordel brasileiro é um gênero textual que tem narrativa poética, com versos em redondilha maior 4 , com as estrofes podendo ter seis, sete ou dez versos, com rima soante 5 , linguagem clara e direta, mas apesar de suas características muito próprias, a poesia popular nordestina, hoje conhecido como cordel mantem outras características assemelhadas com o cancioneiro ibérico não só na estética, mas também na temática abordada: os folhetos oriundos de Portugal e Espanha traziam contos populares tradicionais rimados, além de histórias tradicionais como Carlos Magno e os 12 pares de França, Princesa Magalona, João de Calais, Roberto do Diabo e Imperatriz Porcina. [...] Ao chegar ao Brasil, o Romanceiro Popular passou a assumir uma nova identidade, versando não apenas sobre os temas tradicionais, mas buscando inspiração em novas fontes como o cangaço, o ciclo do boi, o messianismo, a seca etc. (VIANNA 2010, p. 9) O cordel está inserido no universo da poesia popular, leque de expressões poéticas que tem na sua estrutura a rima e a métrica, na qual a literatura de folhetos, segundo os diversos autores citados nesse trabalho, existiu entre os diversos povos do Continente Europeu, sendo que a literatura popular presente na península ibérica foi a que diretamente influenciou a constituição do cordel brasileiro, transmitindo a este, além do nome a forma impressa em folhetos e estética das narrativas. Farias afirma que: A Literatura de cordel é a poesia popular, herdeira do romanceiro tradicional, e, em linhas gerais, da literatura oral (em especial dos contos populares, com predominância dos contos de encantamento ou maravilhosos). É a literatura que reaproveita temas da tradição oral, com raízes no trovadorismo medieval lusitano, continuadora das canções de gesta, mas também espelho social de seu tempo. Com esta última finalidade, a Literatura de cordel receberá o qualificativo – verdadeiro, porém reducionista – de “jornal do povo”. O cordelista, como hoje é conhecido o poeta de bancada, é parente do menestrel errante da Idade Média, que, por sua vez, descende do rapsodo grego. (FARIAS 2010, p. 13) O traço comum é o verso medido e a similaridade sonora após a última vogal tônica do verso em que ocorre a rima, cujo eixo é a rima, a métrica e a oração. Os versos onde ocorrem as rimas intercalam-seem combinações própria de cada modalidade de estrofe, o que permite a musicalidade da obra. Esse ritmo sonoro da poesia herdeira do romanceiro ibérico permite ao poeta, e por conexão dialógica, ao leitor/ouvinte, a interação com o belo, com o imaginário, com o mítico dos elementos da natureza. 4 Versos com sete sílabas poéticas. Na contagem silábica do verso, contamos os sons. Cada unidade sonora é uma sílaba poética e ao escandirmos um verso, contamos até a última sílaba tônica. 5 Quanto aos tipos, as rimas podem ser toantes ou soantes. Na rima toante, também chamada de assoante ou vocálica, a similaridade sonora manifesta-se somente nos sons das vogais tônicas e átonas. Segundo Rogério Chociay (Apud AZEVEDO, 1997, p. 115), “é a rima em que há correspondência de sons vocálicos e consonantais a partir da última sílaba tônica”. Cordel é poesia que se expressa em versos, sendo cada linha do texto, um verso, ou um pé, um conjunto de versos formando uma estrofe, onde a medida do verso é de sete sílabas poéticas, denominada de redondilha maior, conta-se até a última sílaba tônica, sendo que nos versos em que deve ocorrer a rima, esta ocorre após a última vogal tônica. No cordel tem três modalidades de estrofes: sextilha (seis versos), setilha ou septilha (sete versos) e a décima ou dez pés, como o nome sugere, estrofe com dez versos. A sextilha brasileira é uma versão aperfeiçoada da quadra 6 tradicional portuguesa, que no universo da poesia popular equivale ao átono de hidrogênio (o elemento químico mais fácil de encontrar). (TAVARES 2016, p. 35) 2.2.1 SEXTILHA A Sextilha é uma estrofe com rimas deslocadas, constituída de seis versos de sete sílabas. Na Sextilha, rimam as linhas pares entre si, conservando as demais em versos brancos, isto é, os versos pares são rimados e os ímpares brancos sem rimas. O esquema de rima da estrofe de seis versos pode ser escrita de duas formas, a saber: XAXAXA, onde a letra X representa os versos brancos e a letras A os versos que rimam entre si e ABCBDB, onde a letra B representa os versos pares, versos que rimam entre si e, as letras A, C e D representam os versos brancos. Na primeira estrofe do clássico O romance do pavão misterioso Eu vou contar a história De um pavão misterioso Que levantou voo da Grécia Com um rapaz corajoso Raptando uma condessa Filha de um conde orgulhoso. (RESENDE 2008, p. 211) 2.2.2 SETILHA OU SEPTILHA No início do século o Cantador alagoano Manoel Leopoldino de Mendonça Serrador fez uma adaptação à Sextilha, criando o estilo de sete versos, sete linhas ou de sete pés 7 , rimando os versos pares até o quarto. A setilha ou septilha, estrofe de sete versos tem somente um verso branco, que é o primeiro, sendo que todos os demais rimam, sendo que rimam entre si o segundo com o quarto e o sétimo versos e tem uma rima parelha do quinto com o sexto verso, sendo ABCBDDB. As letras repetidas são os versos que 6 Na poesia ibérica é a modalidade de quatro versos, que pode ser fechada ou aberta, acrescentando-se mais dois versos, que se evoluiu para a sextilha. 7 denominação dos cordelistas para “verso” ou “linha” de um cordel. O nome “verso” geralmente é usado pelos cordelistas para denominar o que chamamos de estrofe. Neste trabalho, a palavra verso é utilizada com o seu significado convencional de linha de poema. rimam entre si. Como exemplo de setilha temos uma estrofe de um poema do folheto As histórias das plantas: Vermelho e alaranjando São as cores do arrebol. Ao nascer, a minha flor, Vira-se pra luz do sol. As minhas cores latentes Dão proteção as sementes Que me fazem girassol. (NEVES 2018, p. 10) 2.2.3 DÉCIMA OU DEZ PÉS A décima ou dez pés, é uma composição que ocorre rima em todos os versos, onde rimam entre si o primeiro, o quarto e o quinto versos; o segundo e o terceiro forma uma rima parelha; o sexto, o sétimo e o décimo rimam entre si e o oitavo e o nono formam outra rima parelha. Como exemplo de uma estrofe em Décima temos o poema As obras da Natureza de Antônio Ugolino Nunes da Costa (Ugolino do Sabugi): As obras da Natureza São de tanta perfeição, Que a nossa imaginação Não pinta tanta grandeza! Para imitar a beleza Das nuvens com suas cores, Se desmanchando em louvores De um manto adamascado, O artista, com cuidado, Da arte, aplica os primores. 2.2.4 RIMA A rima soante ou consoante é usada no cordel, pode ser dita rima suficiente devido à identidade fonêmica após a última vogal tônica, para Azevedo, denominam de ampliada e de opulenta devido ao fato da mesma ter, em alguns casos, o auxílio de uma consoante de apoio é a rima em que há correspondências de sons vocálicos e consonantais a partir da última tônica. (AZEVEDO 1997, p. 117). No cordel essa rima pode ser rica, pobre ou esdrúxula. A rima rica é uma tradição que vem de Castilho, em que na obra Tradição de versificação portuguesa (1908) considera rica a combinação de vocábulos de classes gramaticais diferentes.” (Apud AZEVEDO, 1997, p. 124). Como exemplos podemos citar: altar (substantivo) + cantar (verbo); dela (pronome) + bela (adjetivo); agora (adverbio) + chora (verbo). A rima pobre rima palavras da mesma classe gramatical, como por exemplo janela (substantivo) + Rafaela (substantivo); gritar (verbo) + cantar (verbo); mimoso (adjetivo) + jeitoso (adjetivo). Arlene Holanda e Rouxinol do Rinaré ressalta que: Rima pobre não deve ser confundida com rima malfeita ou aparente. “Pobre” é apenas uma forma de classificação literária para o tipo de rima que ocorre entre palavras da mesma classe gramatical. No entanto podemos usá-la sem prejuízo para a qualidade do cordel, pois “pobre” e “rica” são rimas perfeitas, porque se enquadram na classificação de rima soante. (HOLANDA; RINARÉ 2009, p. 36) Rima esdrúxula é a ocorrência de similaridade fonêmica, ao final dos versos, entre palavras proparoxítonas. Como exemplos, podem ser citados os termos matemática/emblemática, cibernética/fonética, jurídico/fatídico, lírica/satírica, semântica/romântica entre outros, tem as palavras que não tem a mesma grafia, mas tem o mesmo som no final, como sendo rimas perfeitas e, portanto, soantes, por exemplo desce/prece, certeza/mesa, peça/essa, compromisso/sumiço e quis/feliz, mas o que empobrece o cordel são as rimas aparentes, parecem que rimam mais não rimam, é usual na poesia matuta, gênero poético de expressão regional, nos poetas como Patativa do Assaré e Zé da Luz, porém devem ser evitadas rimas como “flor + chegou, fugir + Piauí, verso + peço, ética + genérica, cava + palavra, Ceará + viajar, café + mulher, Brasília + cartilha.” (HOLANDA, RINARÉ 2009, p. 37) 2.2.5 MÉTRICA A medida, o tamanho do verso é o que dá a cadência melódica ao poema, que o torna agradável ao ouvido e permite-o ser cantado. Para medir o verso, contam-se as sílabas poéticas e no cordel essa medida exata é de sete sílabas, denominado de redondilha maior. (AZEVEDO 1997, p.56). Para FERREIRA: essa medida de sete sílabas poéticas, em língua portuguesa, é o ritmo natural da fala. Para contar as sílabas poéticas de um verso, contam-se os sons até a última vogal tônica. Como contamos os sons, produzidos de uma única vez e não as sílabas gramaticais, ocorrem algumas vezes que, no meio do verso acontece a fusão de uma vogal átona, de o final de uma palavra com a vogal seguinte, solta ou do começo de uma palavra, formando uma só pronuncia, processo denominado de elisão. (FERREIRA 2013, p. 28) 2.2.6 ORAÇÃO É a coerência do narrador ao contar a história, pois o cordel é uma poesia narrativa,com foco, personagens, diálogos e descrição de cenários, onde costumam, inicialmente, fazer descrições poéticas referentes a data do fato ocorrido, do espaço geográfico, das personagens principais e dos próprios acontecimentos narrados, para só depois adentrar ao foco narrativo, como por exemplo no romance de cordel autoria de José Camelo de Melo Resende, Armando e Rosa, conhecidos por Coco Verde e Melancia, onde o autor segue uma lógica, descrevendo uma linha narrativa, para que se compreenda o contexto da história, quem são as personagens, como vivem e as relações estabelecidas entre si, para apresentar os fatos com sequência lógica. COCO VERDE E MELANCIA É uma história que alguém Quer sabe-la mais não sabe O começo de onde vem Nem sabem os anos que fazem Pois passam trinta de cem. Coco Verde era filho De Constantino Amaral Morador do Rio Grande Mas fora da capital Pois sua casa distava Meia légua de Natal. Porém seu nome era Armando Como o povo o conhecia Mas a namorada dele Essa tal de Melancia A ele por Coco Verde Chamava e ninguém sabia. Então dessa Melancia Rosa era o nome dela Porém Armando em criança Se apaixonando por ela Para poder namorá-la Pois esse apelido nela. Portanto seu nome é Rosa Seu pai Tiago Agostinho De origem portuguesa Do pai de Armando é vizinho Seus sítios eram defrontes Divididos num caminho (RESENDE 1982, p. 355) Veríssimo Melo afirma: Extremamente diversificada, como se sabe, é a temática do cordel. Tudo ou quase tudo serve de motivo aos poetas populares para escreverem seus folhetos. Desde os romances tradicionais – Carlos Magno e os doze pares de França, a Princesa Magalona, João de Calais, etc. –, que nos vieram da Idade Média, através do romanceiro ibérico, sendo aqui adaptados à ecologia e sentimentos nordestinos, até assuntos históricos brasileiros, fatos ligados à religiosidade, ao misticismo, à vida campestre, desastres, crimes, acontecimentos mais recentes da atualidade mundial. Estes últimos são os chamados folhetos de época, os acontecidos, para usar a terminologia já consagrada pelos estudiosos. Sem esquecer as pelejas ou desafios, debates entre repentistas, em geral imaginários ou alusivos à encontros reais de violeiros, sempre interessantes. (MELO 1982, p. 2) O cordel por ser poesia narrativa e dependendo da criatividade do poeta, pode ser sobre qualquer temática, salientando que os poetas contemporâneos têm editado cordel tanto em folheto, livro ou mesmo de forma virtual. Devido a exposição que as diversas mídias têm feito sobre cordel, associa-se o cordel à xilogravura 8 , que por sua vez não tendo xilogravura na capa, não é cordel, porém o cordel é poesia, narrativa e fala, onde no período anterior da chegada das 8 é um tipo de arte gráfica que abrange todos os métodos de impressão gráficos que utilizam uma chapa ou matriz com ranhuras em relevo. tipografias no Brasil se fazia de forma oral ou então era copiado a mão em papeis avulsos. Com o advento das primeiras tipografias alguns poetas começaram a imprimir seus folhetos nas chamadas “capas cegas”, havia apenas o nome do poeta, do título da obra e do preço, onde o nome do autor era utilizado na capa apenas como identificação, já o título e a imagem sempre aparece de forma destacada na capa, de maneira a envolver quase toda a área do layout da página. (GALVÃO 2006, p. 140) A xilogravura só passou a ser usada a partir dos anos 50, especialmente com a venda dos direitos autorais das obras de João Martins de Athayde e José Bernardo da Silva. Percebe-se que não é a capa que define é ou não cordel, e sim sendo poesia popular narrativa e tendo em sua estrutura os elementos rima, métrica e oração, com estrofes de seis, sete ou dez versos, ou seja, o que definirá é a estrutura textual e não a capa do suporte. Para Caboclo: é uma coisa que ajuda o povo de menor cultura porque apresenta figura nítida e perfeita de um artista de cinema. E o clichê de madeira representa a inteligência. Eu não desprezo nem um nem outro. Um é para o matuto e o outro é para o intelectual. (CABOCLO apud FRANKLIN 2007, P.24). Conforme a figura 6 o formato utilizado entre os folhetos é o 11x16cm (essas dimensões podem variar dependendo da gráfica), pois é o tamanho comum que surgem durante o processo de dobra do papel, técnica utilizada para baratear os custos, onde a regra nas gráficas era pegar uma folha e dobra-la quatro vezes, cortar a página na dobra do meio e então fazer pequenos cadernos de oito páginas que poderiam ser juntados com mais cadernos, de uma folha ordinária, dobrada in-quarto e encadernada, resultam 8 páginas. (BRASIL 2006, p. 18) Figura 6 Fonte: https://www.tutorbrasil.com.br/forum/viewtopic.php?t=24124. USO DO CORDEL EM SALA DE AULA A literatura de folhetos produzida no Nordeste brasileiro desde o final do século XIX coloca homens e mulheres pobres na posição de autores, leitores, editores e críticos https://www.tutorbrasil.com.br/forum/viewtopic.php?t=24124 de composições poéticas, pois gente com pouca ou nenhuma instrução formal envolve- se com o mundo das letras, seja produzindo e vendendo folhetos, seja compondo e analisando versos, seja lendo e ouvindo narrativas. (ABREU 1999, p.36) Galvão (2002) destaca que: Muitos estudos realizados sobre literatura de Cordel no Brasil apontam o papel dos folhetos na alfabetização de um significativo número de pessoas, por terem muito interesse nas histórias do Cordel eram levadas a aprender a ler, para que soubessem o que estava escrito e poder repassar essa leitura e interpretação para as pessoas que as cercavam. O uso da Literatura de Cordel na sala de aula como incentivo à leitura, se faz necessário atrair a atenção dos alunos para a leitura, visando o desenvolvimento pelo prazer de ler, a ter uma aproximação maior com os livros, usando o Cordel como ponto de partida para causar interesse pela busca de novos tipos literários, onde na leitura está a boa interpretação, boa escrita e facilidade em se expressar oralmente, onde a leitura precisa ser incentivada e exercitada continuamente para que possa tornar-se concreto. Interpretar é atribuir, explicar sentido, ao passo que compreender é saber como produzir sentido, é perceber as intenções. Ao considerarmos o sujeito inserido em formações discursivas que são determinadas sócio historicamente, entendemos que sujeito e sentido se constituem reciprocamente. Assim, para interpretar e compreender, acionamos outros discursos, buscamos outras vozes, contamos com outros textos, mobilizamos diferentes posições ideológicas, conhecemos diferentes gêneros textuais. O que estamos defendendo é que ler não se resume a decodificar e buscar informações. (CRISTÓVÃO e NASCIMENTO 2006, p. 45) A Literatura do Cordel permite aos professores que trabalhem a diversidade em sala auxiliando no desenvolvimento das competências da leitura, pois a literatura cordeliana aborda os mais diversos temas, na qual mostra o vigor cultural do Cordel como ferramenta para didática na educação. O professor que lida com textos e depende dos textos para ensinar os conteúdos das respectivas disciplinas precisa conscientizar-se de que, também ele, ensina o aluno a ler e a escrever. Compete-lhe, portanto, independentemente da área de conhecimento em que atue, alertar e orientar seus alunos para a adequação e a justeza da expressão verbal, pelo menos no que se refere à consistência do raciocínio e à propriedade de sua formulação no texto. Esta propriedade envolve os recursos de incorporação /apropriação da fala alheia (citações, referencias, retextualizações), o vocabulário,a pontuação, os meios de conexão e de encadeamento das orações, períodos e parágrafos, entre outras coisas. (AZEREDO 2005, p. 41) Para Lima o uso do cordel como uma potencial ferramenta auxiliar do processo de ensino-aprendizagem permite aos professores trabalharem novas habilidades e fortalecer alguns saberes sintonizados com as novas demandas educacionais, na escola, onde a literatura de cordel se revela bastante interessante no que tange à diversificação textual, ao trabalho com artefatos estéticos, ao contato com a oralidade, ao exercício da criatividade, à percepção da riqueza e à pluralidade cultural brasileira. (LIMA 2013, p. 134; 138) o texto em versos possui uma dimensão lúdica e um componente de musicalidade ainda mais forte do que os textos em prosa. Além disso, a rima, a métrica e a sonoridade transformam o poema em um instrumento facilitador da memorização, auxiliando o aluno a reter o texto lido ou ouvido. (LIMA 2013, p. 135) Conforme Luckesi (2002) a ludicidade e o estado lúdico permitem aos educandos transcenderem a um estado de consciência que os convidam a vivenciar experiências importantes para seu desenvolvimento, trabalho com textos em que os levem a interagir com um mundo imaginário, relacionando com elementos do cotidiano, os aprendizes de leitores poderão relacionar essas narrativas a elementos do meio sócio cultural, tornando-se, dessa forma, uma leitura tanto atrativa quanto significativa. Essa leitura lúdica, significativa e mediadora do reconhecimento do elemento sócio cultural pode ser percebida, por exemplo, em cordéis com viés cômico. Tais obras, as quais se acham vinculadas à tradição de fabular presente nos contos tradicionais e ao rico filão das histórias de Trancoso, muitas vezes começam se referindo a uma era mítica, um tempo “em que os bichos falavam”. Trabalhar com tais obras permitem trabalhar junto aos educandos “a aquisição do saber, a boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso da beleza, a percepção da complexidade e do mundo dos seres, o cultivo do humor”. (CÂNDIDO 1995, p. 249) Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), a escola deverá atuar na construção cidadã, na necessidade de que sejam assumidas práticas que permitam a comunidade se reconhecer culturalmente, em que a escola deve buscar: a valorização da cultura de sua própria comunidade e, ao mesmo tempo, buscar ultrapassar seus limites, propiciando às crianças pertencentes aos diferentes grupos sociais o acesso ao saber, tanto no que diz respeito aos conhecimentos socialmente relevantes da cultura brasileira no âmbito nacional e regional como no que faz parte do patrimônio universal da humanidade. O desenvolvimento de capacidades, como as de relação interpessoal, as cognitivas, as afetivas, as motoras, as éticas, as estéticas de inserção social, torna-se possível mediante o processo de construção e reconstrução de conhecimentos. Essa aprendizagem é exercida com o aporte pessoal de cada um, o que explica por que, a partir dos mesmos saberes, há sempre lugar para a construção de uma infinidade de significados, e não a uniformidade destes. Os conhecimentos que se transmitem e se recriam na escola ganham sentido quando são produtos de uma construção dinâmica que se opera na interação constante entre o saber escolar e os demais saberes, entre o que o aluno aprende na escola e o que ele traz para a escola, num processo contínuo e permanente de aquisição, no qual interferem fatores políticos, sociais, culturais e psicológicos. (BRASIL 2006 p. 34) Ana Cristina Marinho e Hélder Pinheiro (2012) ressaltam que a “leitura de cordéis para crianças e/ou com as crianças em sala de aula amplia o repertório infantil de convivência com bichos e, sobretudo, sua capacidade de brincar com os ritmos da língua e os voos da fantasia”. (MARINHO; PINHEIRO 2012, p. 61) Galvão (2000) em sua pesquisa realizada em Recife foram letrados com o folheto de cordel, saindo da situação de letramento e se alfabetizando e muitos deles chegam ao estado de alfabetismo 9 e sobre a importância educativa do cordel, Galvão explica que a leitura e a audição de folhetos também cumpriam, assim, um papel “educativo”, em uma sociedade caracterizada pelo indice de analfabetismo, poucas escolas públicas e pela mal funcionamento das escolas existentes, então na maioria das vezes por meio da memorização e decodificação dos poemas, as pessoas aprendiam a ler e desenvolviam suas competências de leitura. (GALVÃO 2000, p. 507) Compreende-se no ato da leitura há o desenvolvimento da capacidade de compreender o que leu e, a partir da leitura interagir em práticas sociais de um ambiente letrado, no estado de alfabetismo possibilita aos sujeitos sociais a compreensão do contexto, dando-lhes autonomia e perspectiva de rupturas nas relações de poder. Na perspectiva radical, “revolucionária” as habilidades de leitura e escrita não são vistas como neutras, são habilidades a serem usadas em práticas sociais, quando necessário, mas são vistas como um conjunto de práticas socialmente construídas envolvendo o ler e o escrever, configuradas por processos sociais mais amplos e responsáveis por reforçar ou questionar valores, tradições e padrões de poder presentes no contexto sociais. (SOARES 2003, p. 35) Outro importância da literatura de cordel é a função de auxiliar na alfabetização, sabe-se que nordestinos aprenderam a ler deletreando esses livrinhos de feira, através de outras pessoas alfabetizadas, pois esssas cartilhas de alfabetização eram poucas e não chegavam gratuitamente ao homem rural e o folheto de cordel cumpria então missão social. (MELO, 1982, p. 08) Conforme Galvão, nos descreve uma cena curiosa, ocorrida na tipografia do poeta e editor Manoel Camilo dos Santos, em 1958, em Campina Grande-PB, presenciada pelo escritor Orígenes Lessa, na cena da menina alfabetizada com cordel 9 processos fundamentais de ler e escrever que lê para a avó, que fortalece a importância das potencialidades educativas da poesia popular narrativa. Uma senhora idosa – “os lábios murchos, sem dente escorando, o braço enfiado na alça da cesta de compras não muitas” – entrou na tipografia – com “o olhar deslumbrado posto nos folhetos” – acompanhada de uma menina de oito a dez anos, e pediu ao poeta uma indicação de um romance para comprar. Depois que saíram com o livreto indicado, ele comentou: “ – Não se alembra do que eu tava dizendo? Ela gosta é de ouvir. Quem lê é a bichinha. Aprendeu a ler em folheto, a danada...”. (LESSA, apud GALVÃO 2000, p. 304) Entende-se que ao ter acesso à educação formal, essas pessoas leitoras ou ouvintes de cordel, traziam consigo um conhecimento prévio, onde alguns já lendo e escrevendo, ou seja, traziam um nível de letramento ou prática de leitura superior ao que era proporcionado aos mesmos no ano escolar que fora matriculado, em que a criança ao chegar à escola traz consigo conhecimentos prévios resultantes das interações com o meio cultural. 3. MATERIAIS E METODOS A pesquisa feita qualitativa bibliográfica, por meio de análise de conteúdo de folhetos, PCN e obras de autores como ..... para conceituar e caracterizar a Literatura de Cordel e a sua importância em sala de aula do desenvolvimento dos alunos, onde será divivido em partes: a primeira etapa apresentará a fundamentaçao teórica com a história da literatura de cordel e suas características com a adição de figuras de cordel, na segunda etapa os materiais e métodos utilizados e por fim resultados e discussões a respeito do uso do cordel em sala de aula, ou seja, considerações e conclusõesque se defende nessa pesquisa, pautado em pesquisas realizadas por autores. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 História Da Xilografia Para Costella (2003) diz que os chineses já faziam xilogravuras há mais de mais de mil e quinhentos anos e, que primeiramente usavam a xilogravura para confeccionarem cartas de baralho, orações budistas e até imprimir dinheiro. No Japão a xilogravura era utilizada para estampar talismãs, no ano de 770”. A arte xilográfica impressa em papel iniciou-se por volta do século XIV e XV e começaram a ser produzidas em grande quantidade: xilogravuras de santos, baralhos, persistindo em solo europeu até mais ou menos o século XIX, quando os franceses tiveram contato com as gravuras japonesas. Na Borgonha, próximo a Dijon, França, foi encontrado um fragmento de uma matriz xilográfica que é considerada mais antiga da Europa. Sua data, segundo se presume, situa-se entre 1370 e 1380. Retrata, sem dúvidas, a crucificação de Cristo, embora na parte encontrada, seja visto, na madeira apenas o entalhe de um braço da cruz, três soldados trajados à moda medieval e um texto em latim. A legenda latina não deixa dúvidas a respeito da cena. Traduzida, informa: “este era o verdadeiro filho de Deus”. (COSTELLA, 2003 p.12) O uso da imagem com os textos escritos possibilitou o aproveitamento do livro feito em xilografia pelos não alfabetizados, que graças às gravuras tiveram a oportunidade de compreender facilmente a narrativa, mesmo sem o conhecimento das letras. O valor dos livros xilográficos fica bem evidenciado através da ‘Bíblia pauperum’ (Bíblia dos pobres), na Europa, essa obra teve várias edições em xilogravura no século XV. Em suas páginas veem-se no quadro central, uma passagem da história de Jesus e, no entorno, cenas inspiradas pelo Velho Testamento, de tal modo que os ensinamentos religiosos respectivos podem ser acompanhados, graças às imagens, até por um analfabeto. (COSTELLA, 2003 p.18) Cita-se que a primeira manifestação do ato de gravar no Brasil o uso do carimbo corporal pelos indígenas. Feito em madeiras brandas, como a aroeira e o cedro ou de objetos naturais como o fruto do babaçú, taquara ou bambú. Eram aplicados ao corpo e em peças de indumentária, utilizando-se de tintas vegetais feitas com o urucum, o jenipapo, carvão vegetal e minerais como a tabatinga, formando sinais e desenhos ornamentais ou rituais. (COSTELLA 1984, p.83) Na xilogravura o uso nos "cabeções" de jornais e pequenas ilustrações de anúncios comerciais. Para Costella (1984) “a ilustração de faturas e outros papéis comerciais, ou de publicidade e matérias jornalísticas foi o destino principal, quase exclusivo, de toda a xilogravura brasileira do século X/X”. A xilogravura, arte de gravar em madeira é o objeto dá movimento e se apropria como um dos elementos no conjunto desta linguagem, possibilitando que seu significado se apresenta como fenômeno dos mais singulares e relevantes da cultura do povo nordestino. (LOPES 1982, p. 7) Os nordestinos analfabetos encontraram nos folhetos de cordel a descoberta dos significados da linguagem escrita. E um dos aspectos de imensa importância da Literatura de Cordel é a xilogravura, com estampadas nas capas dos folhetos de cordel, em que as gravuras podem ser analisadas à parte, para que haja entendimento de sua ligação e complementação no resultado final dos folhetos. A literatura de cordel é tudo isso e muito mais. É o acontecimento da cultura brasileira que vem sendo questionado em universidades – no país e no exterior – em simpósios, seminários, conferências em nossos centros culturais. Há vivo interesse pelo cordel na própria chamada opinião pública, que acompanha, paralelamente o que ocorre no país e no mundo através dos folhetos ou na apresentação de cantadores pela televisão, no noticiário do dia-a-dia (LOPES 1982, p.9) 4.2 O Uso da Xilografia no Cordel A arte da xilogravura é um dos métodos mais antigo utilizados na etnologia, onde os ancestrais utilizavam como instrumentos para anotação de seus registros, usando como instrumentos pedra, madeira e outros objetos. Valendolf e Toscan (2013) diz que “é considerada também como um simples carimbo que pode ser confeccionado com uma variedade de materiais alternativos.” Conforme a técnica rupestre 10 as expressões artísticas foram descritas em madeiras, principalmente nos troncos de árvores, peças ou pedaços de madeiras, pois não havia outro material que servisse para esculpir os desenhos. A xilogravura surge no cordel como uma forma de atingir o público não letrado. Suas matrizes de madeira (advinda do cajá, arvore frutífera abundante na região) forma base para a gravação de imagens de aspecto ingênuo, visto seus produtores não possuírem formação e erudição acadêmica (MONTEIRO e PIRES, 2013, p. 4) Esse método é desenvolvido artesanalmente em que as matrizes de impressão são esculpidas em madeira, onde as madeiras logo após serem esculpidas com a figura desejada, funcionam como carimbo no processo da impressão e alguns cordelistas fazem a xilogravura de seus próprios folhetos sendo passada de geração em geração. A ilustração de obras literárias é geralmente concebida como reforço, complemento ou suplemento do texto ornamento do livro que uma nova edição, do tipo econômico ou de bolso, poderá suprimir sem contudo mutilar o texto, nem modificar a sua significação. Do mesmo modo, na literatura de folheto, a imagem não é sentida como parte integrante do texto, como o comprovam os numerosos folhetos que por motivos de economia, reutilizam xilogravuras antigas, concebidas para outros textos, lembrando a prática das folhas volantes informativas, na França dos séculos XV e XVI (Seguin, 1958,35). Contudo, qualquer que seja a distância da imagem ao texto, esta é preenchida e de certo modo, anulada pela imaginação do leitor que 10 desenhos que eram esculpidos nas paredes de cavernas. recebe o folheto como um todo: imagem mais texto. É a este conjunto inseparável que se referem os escritores armoriais. (SANTOS 1999, p. 217) Conforme o livro Gravura Oficina em Rede lançado pela Secretaria de Cultura do Governo do Ceará (SECULT, 2009/10), existe um procedimento metodológico e linear necessários para a criação de peças em xilogravura, conforme as figuras 7,8 e 9 deve-se lixar a chapa de madeira até que fique totalmente plana, logo deve planejar e esboçar o desenho em uma folha de papel para que só depois deve transferir para a prancha com o cuidado de marcar as áreas onde a tinta será aplicada na área entalhada. Após esses procedimentos, inicia-se o processo de gravação do desenho na placa de madeira ou matriz, com as goivas e formões, que são ferramentas especificas dessa técnica. Figuras 7,8 e 9 Fonte: https://isasoulblog.wordpress.com/2016/08/23/xilogravura-nordestina/ Em um estudo feito em 1979, no Rio de Janeiro e apresentado no livro Folclore Brasileiro, Cáscia Frade acentua: A maioria dos cordelistas adotou técnicas mais comuns aqui, como os desenhos a bico-de-pena, os clichês e a serigrafia; outros, mais tradicionalistas, remetem seus textos originais a gráficas nordestinas especializadas, que providenciam a xilogravura adequada. As mais procuradas situam-se em Guarariba na Paraíba. (FRADE 1979, p.29) REFERÊNCIAS ABREU, Márcia. Histórias de cordéis e folhetos. Campinas, SP: Mercado de Letras, 1999. ARAÚJO, Alceu Maynard. Cultura Popular Brasileira. 2. ed. São Paulo : Martins Fontes, 2007. AZEVEDO, Rafael Sânzio de. Para uma teoria do verso. Fortaleza: UFC, 1997 https://isasoulblog.wordpress.com/2016/08/23/xilogravura-nordestina/AZEREDO, H. M. C. de. 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