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Silvicultura e Educação Ambiental

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SILVICULTURA 
PROF. RICARDO TAYAROL MARQUES 
 
 
 
 
Setor de Ensino a Distância 
Barbacena – MG 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
Conversa Inicial .............................................................................................................. 4 
Introdução ....................................................................................................................... 5 
O Setor Florestal Brasileiro.............................................................................................. 6 
I. Histórioco...................................................................................................................... 6 
II. Números do setor florestal........................................................................................... 7 
Produtos Florestais.......................................................................................................... 8 
Escolha da Espécie Florestal. ...................................................................................... 10 
Principais Espécies Florestais Plantadas no Brasil....................................................... 11 
Espaçamento de Plantio................................................................................................ 13 
I. Desbaste..................................................................................................................... 14 
Produção de Mudas Florestais...................................................................................... 17 
I. Propagação sexuada (sementes florestais)............................................................... 17 
II. Propagação vegetativa (estacas).............................................................................. 21 
III. Viveiros florestais..................................................................................................... 24 
IV. Pragas e doenças de viveiros florestais................................................................... 33 
V. Dança das mudas...................................................................................................... 34 
VI. Poda das mudas...................................................................................................... 34 
VII. Rustificação, seleção e expedição das mudas....................................................... 35 
Implantação Florestal.................................................................................................... 36 
I. Talhonamento............................................................................................................. 36 
II. Limpeza da área....................................................................................................... 37 
III. Combate às formigas............................................................................................... 40 
IV. Preparo do solo........................................................................................................ 42 
Plantio Florestal............................................................................................................. 45 
I. Adubação de base...................................................................................................... 45 
II. Aplicação de cupinicida e de fosfato monoamônio (MAP)........................................ 46 
III. Plantio....................................................................................................................... 47 
IV. Adubação de NPK.................................................................................................... 50 
 
3 
 
V. Aplicação de herbicida pré-emergente...................................................................... 50 
VI. Irrigação do plantio................................................................................................... 51 
VII. Replantio................................................................................................................. 51 
VIII. Ronda às formigas................................................................................................. 52 
IX. Controle da competição com plantas invasoras....................................................... 52 
X. Adubação de KCl....................................................................................................... 53 
XI. Combate ás formigas............................................................................................... 53 
XII. Controle de pragas.................................................................................................. 53 
XIII. Controle de doenças.............................................................................................. 54 
XIV. Desrama................................................................................................................. 54 
Proteção Florestal.......................................................................................................... 55 
I. Prevenção de incêndios florestais.............................................................................. 57 
II. Combate aos incêndios florestais.............................................................................. 58 
Noções de Inventário Florestal...................................................................................... 61 
I. Sistemas de medidas usados na mensuração florestal............................................. 61 
II. Medições usuais........................................................................................................ 62 
Colheita Florestal........................................................................................................... 65 
Bibliografia..................................................................................................................... 70 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
CONVERSA INICIAL 
 
Caro estudante, 
Você que está matriculado no curso técnico em Agropecuária. Cuja formação 
profissional é voltada para atividades de produção vegetal, criação de animais e 
industrialização destes produtos. Visando a produção de alimentos e bens de consumo 
para o ser humano. Dentro das perspectivas de proporcionar ao produtor rural, uma 
nova alternativa de produção e consequentemente uma nova fonte de renda para a 
propriedade rural, nos temos a produção de madeira e/ou outros produtos florestais. 
Atualmente com a pressão exercida sobre os recursos naturais, principalmente 
as florestas nativas, que levou ao poder público a criar mecanismos (leis) para restringir 
a utilização destes recursos naturais, aliado ao crescente consumo de madeira para os 
mais diversos fins. As atividades florestais com base em florestas plantadas se 
tornaram muito importante para a economia do país. Por isto a inclusão da disciplina 
Silvicultura no currículo do curso técnico em Agropecuária é de grande importância. 
Pois como profissionais das ciências agrárias, devemos pensar que as 
atividades de cultivo de florestas, quer seja de espécies exóticas ou de espécies 
nativas tem se tornado um bom investimento. Tanto para empresas de base florestal, 
como para os produtores rurais. Quer seja através da execução de plantios com 
recursos próprios ou por parcerias com as empresas florestais, o que chamamos de 
fomento florestal. Tornando-se uma forma de diversificação da produção de sua 
propriedade rural, visando à obtenção de uma fonte de renda alternativa. 
Foi por isto que a disciplina silvicultura foi incluída no currículo do curso de 
técnico em agropecuária e tem como objetivo que você, ao final do estudo desta 
disciplina, você esteja apto para trabalhar com: 
 Produção de mudas de espécies floreteais; 
 Realizar a implantação de povoamentos florestais com as mais diversas 
finalidades de produção de madeira e demais produtos florestais; Acompanhar a condução e o manejo dos povoamentos florestais até o 
seu ciclo de corte (colheita florestal); 
 Coleta de dados de dendrometria e inventário florestal; 
Esperamos que esse trabalho promova expectativas, contribuindo para que 
tenhamos a Educação Ambiental atuante, crítica e consciente! Vamos então dar início à 
nossa jornada. 
A você, muito sucesso nesta nova etapa do curso! 
5 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O consumo de madeira é cada vez maior, com isto tem-se exercido muita 
pressão sobre as florestas nativas brasileiras, tivemos grande pressão sobre os biomas 
da mata atlântica e posteriormente do cerrado, o que causou uma grande devastação 
destes biomas, atualmente temos a expansão das atividades agrícolas em direção a 
região amazônica, ameaçando este importante bioma brasileiro. Com isto tem-se 
aumentado as restrições a utilização das florestas nativas, contudo a necessidade de 
madeira para o atendimento das diversas necessidades da sociedade. Tornando-se 
para isto necessário a realização de plantios florestais com variadas espécies florestais 
para o atendimento das demandas da sociedade. 
Atualmente estes plantios, principalmente de Eucalipto e Pinus apresentam 
grande importância para a economia brasileira, onde temos em destaque as indústrias 
de celulose e papel, siderurgia de carvão vegetal, painéis de madeira, etc. Com isto 
tivemos muitas pesquisas em relação os aspectos silviculturais, destas espécies 
tornando o nosso país referência na cultura do Eucalipto. O que foi conseguido com 
muito trabalho em seleção de espécies, melhoramento genético, clonagem, fertilização 
mineral e desenvolvimento de técnicas silviculturais. 
O que tem levado a um grande aumento na área plantada com florestas pelas 
empresas de base florestal quer seja em área própria ou em parcerias com produtores 
rurais (fomento florestal ou arrendamento de terra). E ainda, atraindo inúmeros 
produtores rurais para realização de plantios florestais com recursos próprios. Fazendo 
crescer a área plantada com florestas de produção. 
 Atualmente cresce a procura por plantios florestais visando o fornecimento de 
madeira para serraria, com madeiras nobres. Muitas pessoas tem procurado o 
investimento na área florestal, na expectativa de altas rendas com o plantio de Teca, 
Cedro Australiano, e atualmente o Mogno Africano. Com isto espera-se que ocorra um 
aumento nas pesquisas sobre a silvicultura destas espécies exótica. Assim como de 
outras espécies, principalmente nativas que podem se tornar boas fontes de renda para 
os produtores no futuro. 
Com isto cria-se um grande campo de trabalho para os profissionais das áreas 
de ciências agrarias e florestais para desenvolver trabalhos nas áreas de produção de 
mudas, melhoramento genético, técnicas silviculturais, nutrição florestal, controle de 
pragas e doenças, técnicas operacionais em colheita florestal e Ambiência. Onde existe 
um grande campo para o desenvolvimento de novas ideias, que vai alavancar melhoras 
no nosso setor florestal. 
 
6 
 
 
O SETOR FLORESTAL BRASILEIRO 
 
I. Histórico. 
 
 A atividade florestal no Brasil é desenvolvida desde o tempo do descobrimento, 
sendo a primeira grande atividade comercial da colônia, com a extração e 
comercialização do Pau-Brasil (Caesalpinia echinata) usado para obtenção de um 
corante vermelho (brasilina) usado na indústria de tinturaria na Europa. Sendo 
desenvolvida nas proximidades do litoral no bioma da Mata Atlântica. 
 Com a necessidade de abertura de novas frentes para a agricultura e pecuária, e 
com a descoberta de novas espécies com valor comercial as florestas foram ficando 
cada vez mais distantes dos centros de consumo, com grande degradação do bioma 
Mata Atlântica. 
 Com o advento da revolução industrial na Europa, a extração do látex da 
seringueira (Hevea brasiliensis), visando a produção de borracha na região amazônica 
tornou-se uma atividade rentável, que ajudou no desenvolvimento desta região e criou 
o ciclo econômico da borracha (1879 – 1912), este ciclo declinou-se devido a grande 
produção de borracha em plantações realizadas pelos Ingleses na Malásia. 
 Devido à falta de madeira nas proximidades dos grandes centros econômicos do 
país, por volta de 1900, iniciou-se o plantio de espécies exóticas em plantios 
comerciais, como o Pinus no sul do Brasil e o Eucalipto introduzido em São Paulo por 
Navarro de Andrade, visando a produção de lenha para as estradas de ferro. Logo os 
plantios de Eucalipto se estenderam para o estado de Minas Gerais (Melhoramento e 
Belgo Mineira). 
 Na década de 60 tivemos grandes ações no setor florestal, onde podemos 
destacar: em 1960 foi criado o primeiro curso de Engenharia Florestal do país na 
Universidade Federal de Viçosa – MG que em 1963 foi transferido para a Universidade 
Federal do Paraná em Curitiba – PR, em 1965 foi instituído o novo Código Florestal 
(Lei Federal n° 4.771/65) para legislar sobre os recursos florestais e demais formas de 
vegetação do país, no ano de 1966 o governo federal criou a lei dos Incentivos Fiscais 
ao Reflorestamento (Lei Federal n° 5.106/66) onde as empresas podiam abater até 
50% do valor do imposto de renda devido, para aplicar em projetos de florestais. Sendo 
que em 1988 os Incentivos Fiscais ao Reflorestamento foram extintos devidos às 
deficiências técnicas na instalação dos projetos e a distorções na aplicação dos 
recursos disponíveis. 
 Nas décadas de 70 e 80 iniciou-se um grande desenvolvimento técnico do setor 
florestal, alavancado pelo crescimento da indústria de base florestal nas áreas de 
7 
 
celulose e papel, siderurgia, painéis de madeira e serrados. Da década de 90 em 
diante ocorreu à abertura das importações que proporcionou a um grande processo de 
mecanização nas atividades de colheita florestal, as técnicas de melhoramento e 
clonagem aliado ao avanço dos processos de silviculturais permitiram chegar a níveis 
de referência mundial na produção de florestas de Eucalipto. 
 
II. Os números do setor florestal. 
Segundo dados da ABRAF (2011), o Brasil possui uma área territorial de 851,4 
milhões de hectares, sendo que deste total 477,7 milhões de hectares correspondem a 
vegetação natural. As florestas plantadas no Brasil atingem um total de 6,961 milhões 
de hectares no ano de 2010, ou seja, 0,81% do território nacional, que são assim 
divididos. 
 
ESPÉCIE Área (ha) %
Eucalipto 4,743 milhões 68,2
Pinus 1,756 milhões 25,2
Outros 0,462 milhões 6,6 *
TOTAL 6,961 milhões 100 
* Acácia, Seringueira, Paricá, Teca, Araucária, e outras. 
 O setor de base florestal tem participação significativa no Produto Interno Bruto 
(PIB), representando 3,4% do PIB nacional, ou seja, U$ 44,6 bilhões. Sendo que as 
exportações do setor de base florestal são de U$ 9,1 bilhões, correspondendo a 5,6% 
das exportações brasileiras. Sendo os principais responsáveis o segmento de celulose 
e papel (52%) e madeira (36%). Os empregos gerados na cadeia produtiva florestal 
são da ordem de 8,6 milhões. 
 Os plantios florestais realizados pelas empresas associadas da ABRAF em 2010 
foram da ordem de 361 mil hectares, sendo 73% em área própria, 15% em áreas de 
fomento florestal e 12% em áreas arrendadas. 
 Sendo que o estado de Minas Gerais apresenta a maior área de cultivo florestal 
do país com uma área plantada de 1.536.310 ha de florestas, destacando-se o cultivo 
de Eucalipto (1.400.000 ha) e Pinus (136.310 ha). Sendo seguido pelos estados de: 
São Paulo (1.206.818 ha), Paraná (847.931 ha), Bahia (658.034 ha), Santa Catarina 
(647.992 ha), Rio Grande do Sul (441.997 ha) e Mato Grosso do Sul (392.042 ha). 
Nestes estados estão situadas as unidades industriais de transformação e utilização da 
madeira (indústrias de celulose, siderúrgicas, indústrias de painéis de madeira e 
serrarias). Com a dificuldade para aquisição de terras na região centro sul tem 
incentivadoa abertura de novas frentes de implantação florestal nos estados do Mato 
Grosso do Sul, Pará, Maranhão e Piauí. 
 
8 
 
 
PRODUTOS FLORESTAIS 
 
 As árvores e suas formações florestais podem fornecer vários produtos para o 
ser humano, que de modo geral são apresentados na figura a seguir: 
 
 
Dentro dos produtos que podem ser obtido das árvores nos temos os que podem 
gerar valores financeiros, ou seja, trazer lucro para os produtores, que são os 
seguintes: 
 MADEIRA (Serrada, painéis, chapas, etc.); 
 CELULOSE E PAPEL; 
 CARVÃO VEGETAL; 
 LENHA; 
 POSTES E MOURÕES; 
 PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS (Gomas e Resina, Fibras, 
Alimentos, Artesanato, etc.). 
 
9 
 
As árvores e formações florestais fornecem também produtos (benefícios ou 
serviços) que são difíceis de serem mensurados monetariamente, estes benefícios são 
os seguintes: 
 PROTEÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA; 
 RECICLAGEM DE NUTRIENTES; 
 REDUÇÃO DA POLUIÇÃO DO AR; 
 LAZER E RECREAÇÃO; 
 FUNÇÕES CLIMÁTICAS; 
 FIXAÇÃO DE CARBONO; 
 BIODIVERSIDADE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
ESCOLHA DE ESPÉCIES FLORESTAIS 
 
 Ao se decidir realizar um reflorestamento, vamos deparar com uma decisão 
básica, que é a escolha da espécie que vamos plantar. 
 Para tomada desta decisão, devem-se cuidadosamente considerar o objetivo do 
plantio, as condições do clima e de solo da região e a espécie desejada. 
 
 Durante a fase de planejamento de um projeto de florestamento ou 
reflorestamento a escolha da espécie tem sido uma das principais preocupações dos 
silvicultores, pois conforme a sua decisão pode-se ter o sucesso ou insucesso do 
empreendimento realizado. 
Como base para a seleção de espécie florestal para plantio comercial, devemos 
seguir os seguintes passos: 
1. Finalidade do plantio. 
2. Clima e solo do local do plantio. 
3. Conhecimentos silviculturais sobre a espécie selecionada. 
4. Produtividade do plantio. 
5. Rentabilidade da espécie. 
6. Disponibilidade de sementes melhoradas ou mudas clonais. 
 
 
 
11 
 
PRINCIPAIS ESPÉCIES FLORESTAIS PLANTADAS NO BRASIL 
 
No Brasil existe uma variedade de espécies nativas muito grandes, que no 
sistema de produção florestal extrativista fornece madeira para diversas utilizações, 
assim como fornece diversos produtos não madeireiros. Com as restrições da 
exploração das florestas nativas a não ser através do manejo florestal as madeiras de 
espécies nativas estão cada vez mais caras e escassas no mercado. Por isto tem se os 
plantios florestais visando a produção de madeira e outros produtos florestais não 
madeireiros. Por diversos fatores como facilidade de sementes, conhecimento da 
silvicultura da espécie, ciclo de produção mais curto, resistência a pragas e doenças, 
etc. Deu-se preferência ao plantio das espécies exóticas, contudo atualmente tem-se 
procurado o plantio de espécies nativas para produção de madeira de alto valor 
comercial. As principais espécies florestais plantadas no Brasil são as seguintes: 
a) Eucalipto: principal espécie plantada no país é uma espécie exótica 
originada da Austrália e Oceania, sendo utilizado para diversos fins onde 
devemos destacar a produção de celulose e papel, lenha, carvão vegetal, 
painéis de madeira, postes, mourões, óleos etc. As principais espécies 
plantadas no Brasil são: Eucalyptus grandis, Eucalyptus urophylla, 
Eucalyptus camaldulensis, Eucalyptus saligna, Eucalyptus cloeziana, 
Eucalyptus pellita, Eucalyptus dunnii, Corymbia citriodora, Corymbia 
maculata. E Híbridos (grandis x urophylla e grandis x cloeziana). 
b) Pinus: segunda espécie mais plantada no Brasil, geralmente utiliza-se 
espécies exóticas originadas da América do Norte e Central (EUA, México, 
Guatemala, Nicarágua, Costa Rica, Honduras). Sendo utilizada para 
produção de celulose e papel, madeira serrada, painéis de madeira, resina, 
etc. As principais espécies plantadas no país são: Pinus elliottii var. elliottii, 
Pinus taeda, Pinus patula, Pinus caribaea var. hondurensis, Pinus caribaea 
var. caribaea, Pinus caribaea var. bahamensis, Pinus oocarpa, Pinus 
tecunumanii. 
c) Acácias: espécie exótica originaria da Austrália e Tasmânia (Acácia Negra), 
plantada com a finalidade de produção de tanino, serrados, lenha, painéis de 
madeira, celulose e papel, etc. As espécies plantadas no Brasil são: Acacia 
mearnsii e Acacia mangium. 
 
d) Seringueira: espécie nativa da região amazônica produtora de látex utilizado 
para fabricação de borracha, utilizada através do sistema extrativista na 
região norte é plantada de forma comercial em varias regiões do país. 
Espécie: Hevea brasiliensis. 
12 
 
e) Paricá: espécie nativa da região norte do Brasil, nos períodos atuais é 
bastante plantado nos estado do Pará, nestes plantios os silvicultores estão 
conseguindo realizar a colheita com seis anos, sendo a espécie nativa mais 
plantada no país na atualidade, sua madeira é bastante utilizada para 
produção de painéis de madeira (compensado e MDF). Espécie: 
Schizolobium amazonicum. 
f) Teca: espécie exótica originária da Ásia, utilizada para plantio de madeira 
para serraria, sendo atualmente é bastante plantada no estado de Mato 
Grosso. Espécie Tectona grandis. 
g) Araucária: espécie nativa com ocorrência na região sul e sudeste do Brasil. 
Também conhecida como Pinheiro do Paraná e Pinheiro Brasileiro possui 
uma madeira bastante usada para serraria, sendo sua semente bastante 
utilizada para alimentação (Pinhão). Espécie: Araucaria angustifolia. 
 
Atualmente temos observado a implantação de outras espécies florestais 
visando à produção de madeira como o Cedro Australiano (Toona ciliata) e o Mogno 
Africano (Khaya ivorensis) que são espécies exóticas cultivadas para substituir 
comercialmente o fornecimento de madeira para serraria das espécies nativas como o 
Cedro e o Mogno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
ESPAÇAMENTO DE PLANTIO 
 
 O espaçamento de plantio florestal é a distância existente entre as árvores de 
uma floresta plantada, ele vai delimitar o espaço que cada árvore tem para se 
desenvolver num determinado sítio, sendo definido pela distância entre as linhas de 
plantio e pela distância entre plantas. 
 
 
 O espaçamento delimita o espaço que as árvores terão para crescer e se 
desenvolver, ou seja, o espaço que terão para competir por espaço, água, luz e 
nutrientes. 
Com o espaçamento de plantio podemos realizar o cálculo do número de plantas 
por hectare. Como exemplo da maneira de realizar este cálculo nos temos o 
espaçamento de 3,0 metros entre linhas e 2,0 metros entre plantas, então para seu 
crescimento cada planta vai ter a disposição: 
 
 
 
 
 
Podemos destacar as seguintes relações entre o espaçamento de plantio e o 
desenvolvimento do plantio florestal onde temos: 
a) Relação espaçamento X Volume de madeira: A altura das 
árvores, diâmetro a altura do peito (DAP), sobrevivência das árvores e 
conicidade do fuste são características passíveis de alteração pelo 
espaçamento de plantio e que interfere tanto no volume total como no 
volume útil produzido pela floresta. 
Então o número de plantas por hectare será calculado 
da seguinte forma: 
> 3 m X 2 m = 6 m² 
Como 1,0 hectares, possui 10.000 m² 
> 10.000 m² / 6 m² = 1.666,66 plantas 
 = 1.667 plantas/ha 
14 
 
b) Relação espaçamento X Idade de corte: O espaçamento e 
a idade de corte (rotação) do povoamento estão intimamente 
relacionados, ou seja, plantios com espaçamentos menores normalmente 
exigem ciclos de corte mais curtos, pois a competição entre as plantas 
ocorre mais precocemente, antecipando a estagnação do crescimento do 
povoamento. 
c) Relação Espaçamento X Práticas culturais: O 
espaçamento esta intimamente relacionado com as práticas culturais e 
silviculturais, pois quando usamos espaçamentosmenores, vamos ter um 
custo de implantação maior. Ao passo que o custo com manutenção será 
maior. Com espaçamentos maiores vamos ter um custo de implantação 
menor e um custo de manutenção maior. Na atividade de colheita florestal 
a questão do espaçamento pode influenciar no rendimento e escolha de 
equipamentos. Assim como as atividades mecanizadas podem danificar 
as cepas e prejudicar a rebrota (Eucalipto). 
d) Relação Espaçamento X Qualidade da madeira: Em 
espaçamentos mais amplos as dimensões das toras são favorecidas, mas 
a influência do espaçamento na qualidade da madeira ainda é pouco 
conhecida. O espaçamento influencia na quantidade e tamanho dos 
galhos, que vai influenciar na qualidade da madeira pela presença de nós, 
que vão desvalorizar a madeira para diversas finalidades, sendo 
necessária a realização da operação de desrama. 
 As árvores plantadas em espaçamentos amplos apresentam um maior 
crescimento em diâmetro do que as plantadas em espaçamentos estreitos, sendo que 
em determinada idade, elas terão galhos mais grossos, maior conicidade do tronco e 
copas mais extensas. 
Uma prática de manejo florestal adotada visando a produção de madeira mais 
grossa para são a realização dos desbastes. 
 
I. Desbaste. 
O desbaste é a redução do número de árvores que crescem num determinado 
povoamento, de modo a condicionar a competição das árvores restantes por mais 
espaço, luz e nutrientes para o seu desenvolvimento. 
 
15 
 
A atividade de desbaste assenta-se sobre uma classificação de árvores que 
indicam quais ficam no povoamento e quais serão removidas, segundo a classificação 
inglesa da “Forestry Commission” temos os seguintes grupos de árvores: 
 
 
 
Embora existam na literatura vários tipos ou métodos de desbastes (por baixo, 
pelo alto, seletivo e sistemático) uma classificação simples e aceita mundialmente é a 
seguinte: 
a) Desbaste Sistemático: onde as árvores são removidas de acordo com 
um sistema que não permite consideração sobre a qualidade das árvores, 
geralmente são retiradas através de linhas de plantio. 
 
 
 
 
 
Onde: 
A - Dominantes; 
B - Codominantes; 
C - Intermediárias ou Subdominantes; 
D - Dominadas; 
E – Mortas. 
16 
 
b) Desbaste Seletivo: as árvores são removidas segundo algum critério de 
seleção pré-definido, sendo comum à remoção inicial de árvores 
suprimidas e dominadas. 
 
c) Desbaste Misto: ocorre quando são utilizados os desbastes sistemáticos 
e seletivos na mesma operação. 
 
 Uma decisão importante é definir a época de realizar o desbaste, sendo que 
muitas vezes a decisão sobre a execução dos desbastes é realizada de forma 
empírica, sendo determinada após um período de tempo que as copas estão se 
tocando. Tecnicamente, o melhor momento para se realizar o desbaste é antes do 
inicio da estagnação do crescimento do povoamento. Para obtermos esta informação 
devemos ter uma rede de parcelas permanente do inventário florestal contínuo. A forma 
mais simples de calcular o momento de se realizar o desbaste da floresta e que através 
dos dados de inventário florestal podemos calcular o Incremento Médio Anual (IMA) e o 
Incremento Corrente Anual (ICA), e acompanhar estes índices no momento em que o 
ICA passar a ser menor que o IMA e o ano para intervenção na floresta. 
O IMA é calculado através do volume total de madeira do povoamento dividido 
pela idade em anos do mesmo. Sendo o ICA calculado pela diferença de volume do 
povoamento de um ano para o outro. 
 
 
17 
 
PRODUÇÃO DE MUDAS FLORESTAIS 
 
Para realização das atividades de florestamento e reflorestamento é necessária 
a produção de mudas florestais, tendo em vista que para formação dos povoamentos 
florestais se utiliza do sistema de alto fuste onde os plantios são realizados através do 
plantio de mudas florestais. As mudas florestais podem ser formadas através de 
propagação sexuada (sementes florestais) e propagação vegetativa. 
 
I. Propagação sexuada (sementes florestais). 
 
A semente é resultado da fecundação do óvulo das flores por grãos de polens, 
trazidos pelo vento, insetos, pássaros, etc. Apesar da evolução das técnicas de 
propagação vegetativa (estaquia, micropropagação e cultura de tecidos) as sementes 
são de grande importância para propagação das espécies florestais onde podemos 
citar: as espécies nativas (Mogno, Paricá, Guanandi, Cedro, etc.); Pinus; Acácia; Cedro 
Australiano. E ainda em programas de melhoramento genético de Eucalipto. 
As sementes florestais são obtidas de árvores, sendo que a produção de 
sementes pode ser influenciada pelos seguintes fatores: 
 Maturidade da planta; 
 Exposição da copa; 
 Condições de solo; 
 Vigor da árvore; 
 Hereditariedade; 
 Competição entre plantas; 
 Clima; 
 Pragas e doenças. 
As sementes podem ser coletadas em caso de povoamentos comerciais, de 
acordo com o grau de melhoramento genético, em: área de coleta de sementes (ACS), 
área de produção de sementes (APS) e pomar de produção de sementes (PS). 
Já no caso de coleta de semente em matas nativas em matrizes, o número de 
árvores e a distribuição das árvores que serão utilizadas como matrizes são 
extremamente importantes. A coleta de sementes em uma ou poucas árvores, 
localizadas próximas umas das outras, tende a restringir a diversidade genética, 
podendo, no futuro, resultar em problemas de conservação da espécie na floresta que 
foi plantada. Assim recomenda-se, para cada espécie, coletar sementes de, no mínimo, 
18 
 
12 a 15 árvores, se possível, de diferentes fragmentos florestais ou, de árvores 
distantes umas das outras, no caso de grandes remanescentes florestais. 
As matrizes devem ter bom forte, forma e estado fitossanitário. As características 
que a árvore matriz deve apresentar dependem da finalidade a que se destina a 
semente a ser colhida. Quando o objetivo for a produção de madeira, é importante a 
avaliação das características do fuste; se for a formação de florestas de proteção, é 
prioritária a capacidade de proteção da copa; se for a extração de resina, a árvore deve 
apresentar elevado teor desse extrativo. A seleção de árvores superiores deve basear-
se nos seguintes parâmetros: vigor, ritmo de crescimento, porte, forma de tronco, forma 
de copa, ramificação e produção de sementes. 
Deve-se observar a época de coleta das sementes, o período ideal para a 
colheita é aquela em que as sementes atingem o ponto de maturação fisiológica, que 
confere a maior porcentagem de germinação e vigor. Para isto deve-se Conhecer a 
fenologia da espécie. Observando o período que a espécie frutifica, lembrando-se que 
podem ocorrer variações decorrentes principalmente por influencias climáticas anuais. 
As sementes devem ser colhidas quando atingirem a sua maturação fisiológica, 
pois neste período terão: maior % de germinação; maior vigor e maior potencial de 
armazenamento. Na pratica este momento é determinado através de: mudança de 
coloração dos frutos; exame do conteúdo da semente; rigidez das sementes; atração 
pelos pássaros e peso dos frutos. 
Os métodos de coleta de sementes vão depender da altura e forma de árvore, 
características dos frutos, prática do pessoal envolvido e local de coleta. Sendo os 
seguintes métodos utilizados: 
a) Coleta no Chão: Consiste na coleta dos frutos ou sementes do chão, 
próximo da árvore matriz, após a sua queda natural. Geralmente são 
espécies com frutos e/ou sementes grandes. Podendo-se induzir a queda 
dos frutos e/ou sementes, sacudindo manualmente a árvore ou os galhos 
com auxilio de ganchos ou cordas com chumbadas. As sementes devem 
ser coletadas o mais breve possível para evitar ataque de predadores e a 
contaminação por fungos. 
b) Coleta em árvores abatidas: Consiste na coleta dos frutos ou sementes 
em árvores que estão sendoderrubadas. Este processo só deve ser 
realizado quando realmente existe a necessidade de derrubar a árvore 
em que as sementes serão coletadas. 
c) Coleta em árvores em pé: Este método consiste em colher os frutos ou 
sementes diretamente na copa das árvores. Geralmente os frutos estão 
localizados em maior abundância nas extremidades dos galhos e da 
copa. A colheita é feita através da derrubada dos frutos ou sementes com 
tesouras ou ganchos apropriados, presos na extremidade de uma vara, 
geralmente de bambu. No caso de árvores de pequeno e médio porte, o 
acesso à copa pode ser conseguido do chão, com alcance equivalente à 
altura do colhedor e do comprimento da vara. Para as árvores de maior 
19 
 
porte, o colhedor necessita escalar a árvore para efetuar a colheita. As 
ferramentas e utensílios apropriados para este tipo de coleta são os 
seguintes: 
 - Podão; 
- Escadas; 
- Esporas; 
- Equipamento de alpinismo; 
- Plataformas elevatórias; 
- Atiradores. 
Para que a coleta seja realizada de maneira eficiente, deve-se tomar o cuidado 
para não danificar o tronco e não quebrar os ramos que contenham os frutos jovens ao 
escalar a árvore, pois estas injúrias poderão comprometer seriamente as próximas 
colheitas. Deve-se, também, evitar cortes drásticos dos galhos para não comprometer 
as produções futuras e afetar o desenvolvimento da planta. Outro aspecto importante é 
a limpeza e a manutenção da área, que facilita a colheita, minimiza os problemas 
fitossanitários e evita perda de frutos por entre o sub-bosque. 
 Após a coleta dos frutos ou sementes, estes devem ser transportados o mais 
breve possível para o local de beneficiamento. Para isto devem-se utilizar os veículos 
disponíveis, de preferência apropriados para a tarefa. As sementes ou frutos devem ser 
separadas em recipientes para transporte (caixas, sacos, tambores, etc.), devendo ser 
identificadas com relação a espécie, matriz, data de coleta, equipe de coleta. No 
transporte das sementes deve-se tomar cuidado para evitar danos nas sementes que 
podem prejudicar o seu processo de germinação. Evitando o transporte junto com 
outras cargas que possam promover danos físicos nos frutos ou sementes, assim como 
junto com produtos químicos ou agrotóxicos que podem contaminar as sementes. 
A coleta de sementes no campo, geralmente, não fornece o material em 
condições de ser diretamente utilizado ou armazenado. As sementes, ao chegar do 
campo, estão envolvidas pelos frutos ou parte destes, além de apresentarem diversas 
impurezas, galhos e folhas que devem ser removidos para que as sementes possam 
apresentar condições desejáveis para sua utilização, armazenamento e 
comercialização. A grande diversidade morfológica dos frutos e sementes das espécies 
florestais nativas dificulta o emprego de técnicas padronizadas no processamento e 
beneficiamento das sementes. As técnicas empregadas para realização destes 
processos são rudimentares, e de certa forma “artesanais”, dependendo de cada 
espécie. O manejo dos frutos e sementes entre a colheita e a produção das mudas 
compreende etapas de extrema importância que consistem na extração das sementes 
dos frutos, secagem e separação das sementes para eliminação das impurezas. 
Para a extração das sementes das sementes dos frutos, são utilizadas diversas 
técnicas que variam em função dos tipos de frutos. Os equipamentos e/ou técnicas 
20 
 
utilizadas para fins de extração das sementes devem ser adequados para os diversos 
tipos de frutos. 
Estas técnicas artesanais, vão variar de acordo com o tipo do fruto, podendo ser 
usado os seguintes processos: 
- Imersão dos frutos em água e a sua posterior maceração em peneiras e água 
corrente; 
- Colocar os frutos para secar (no sol e/ou a sombra) em terreiros e galpões, 
utilizando para isto de lonas ou caixas apropriadas; 
- Para frutos que não liberam as sementes estes devem ser retiradas com auxilio 
de facas, tesouras de poda e martelos. Quebrando os frutos. 
A secagem visa reduzir o teor de umidade das sementes em níveis que 
possibilitem uma melhor adequação das sementes para o seu armazenamento e, 
consequentemente, manter o vigor germinativo por mais tempo. O período de secagem 
depende da espécie, da temperatura usada durante a secagem, do conteúdo de 
umidade inicial e das condições desejadas para o armazenamento. Os métodos de 
secagem utilizados para sementes florestais são os seguintes: 
a) Secagem Natural: é mais barata, mas mais lenta que a artificial, estando 
sujeita às modificações das condições climáticas. Tem como fonte de 
calor o sol e como ventilação a movimentação natural do ar. As sementes 
são submetidas à secagem a pleno sol, meia sombra ou sombra, em 
terreiros de secagem ou em peneiras. O tempo em que os frutos e 
sementes permanecem expostos ao sol varia de acordo com as 
condições climáticas locais e com o teor de umidade inicial dos frutos e 
das sementes. 
b) Secagem artificial: é um método mais rápido e independente das 
condições climáticas, no entanto é mais dispendioso. É feito em estufas 
e/ou secadores providos de termostatos regulados para temperatura de 
30 a 40ºC, dependendo da espécie. A secagem pode ser contínua ou 
intermitente, de acordo com o período de ventilação de ar quente dirigido 
para junto da massa de sementes e frutos. 
Parte das impurezas é eliminada durante a extração e secagem das sementes. 
Porém, muitas dessas impurezas podem permanecer daí a necessidade de se fazer 
uma remoção mais cuidadosa dessas impurezas. 
 O beneficiamento consiste num conjunto de técnicas empregadas para retirar 
impurezas, promovendo a homogeneização do lote em relação às características de 
tamanho, peso e forma de suas sementes. Este procedimento é realizado com o 
objetivo de promover a homogeneização e melhorar a qualidade do lote de sementes 
no que se refere ao tamanho, peso, forma, textura, cor. 
21 
 
 O beneficiamento manual é o método mais empregado para as espécies 
florestais nativas, face à dificuldade de se padronizar técnicas adequadas para cada 
espécie. Neste método são utilizadas peneiras de vários tamanhos de malha, estas são 
muito utilizadas, visto que podem ser de fabricação caseira, de diversos tamanhos e 
formas de malhas. Além de separas as impurezas das sementes, elas possibilitam 
também a classificação das sementes por tamanho. 
 O beneficiamento mecânico é empregado para poucas espécies, devido à 
complexidade dos diásporos quanto aos aspectos morfológicos, necessitando de 
equipamentos com regulagens específicas ou adaptados a cada espécie, tais como. 
Secador rotativo de ar forçado, túnel de ventilação, classificadora de peneira vibratória 
e mesa gravitacional, entre outros equipamentos. 
As sementes que não forem utilizadas imediatamente no processo de produção 
de mudas florestais devem ser armazenadas para utilização posterior. As sementes 
apresentam melhor qualidade por ocasião da maturação. Após este período o poder 
germinativo e o vigor declinam em intensidade variável, dependendo das condições a 
que essas sementes ficam sujeitas. Portanto, as sementes devem ser colhidas, 
processadas, secas, limpas e posteriormente armazenadas sob condições que 
possibilitem a conservação e manutenção da qualidade ou, pelo menos, que a queda 
do poder germinativo não seja acentuada até o momento de sua utilização. 
 As condições fundamentais para o armazenamento das sementes são a 
umidade relativa do ar e a temperatura do ambiente de armazenamento. As sementes 
da maioria das espécies conservam melhor sua qualidade quando mantidas em 
ambiente o mais seco e o mais frio possível. A boa conservação das sementes pode 
ser obtida em locais onde as condições climáticas são favoráveis ou em ambientes 
controlados. O armazenamento das sementes em locais tais como, salas e galpões 
com condições favoráveis de temperatura, luminosidade e umidade, requerem custos 
menores, bastandosecá-las adequadamente, utilizar embalagens recomendadas e 
procurar manter as sementes protegidas das possíveis variações das condições 
ambientais. 
 Quando as condições locais são relativamente desfavoráveis ou o período de 
armazenamento é longo, pode haver necessidade da conservação em ambiente 
controlado, que requer planejamento mais detalhado e envolve maiores despesas. Os 
ambientes controlados para armazenamento classificam-se em câmaras frias e úmidas, 
secas e frias e secas. 
 
II. Propagação vegetativa (estacas). 
 
A propagação vegetativa é de grande importância quando se deseja multiplicar 
um genótipo que apresenta características superiores, as quais se perdem quando 
22 
 
propagadas por sementes. Cada planta, individualmente produzida por meio 
vegetativo, é na maioria das vezes geneticamente idêntica à planta-mãe, constituindo, 
assim, o motivo de sua aplicação. 
Entre os inúmeros meios de propagação vegetativa, os que mais interessam à 
ciência florestal são: mergulhia, enxertia, estaquia e cultura de tecidos ou 
micropropagação. 
No caso do setor florestal brasileiro, na produção de mudas de Eucalipto o 
método de estaquia é o mais utilizado e consiste em destacar-se uma secção de uma 
planta matriz, seja parte de um ramo, folha ou raiz e, então, é induzido o 
desenvolvimento das raízes e formação da parte aérea. Sendo, usado para produção 
de mudas de plantas selecionadas em larga escala. 
Na reprodução por estaquia há quatro fases que se pode distinguir, iniciando-se 
com a produção de brotos, seguida da preparação da estaca e do meio de 
crescimento, em terceiro o enraizamento e por fim a aclimatação das mudas. As fases 
mais importantes são o enraizamento e a produção de brotos, porque limitam a 
possibilidade ou não e a quantidade de mudas a produzir. Plantas que não enraízam 
estão fora do processo, assim como plantas que não rebrotam; se enraízam ou 
produzem brotos com dificuldade, à quantidade de mudas que se pode obter é 
pequeno, o que dificulta o uso em escala comercial. 
Dentre os vários tipos de estacas existentes, a foliar, estaca cauliniar e a estaca 
radicular são as mais utilizadas na propagação de plantas por estaquia. Na área 
florestal a estaca foliar é de aplicação rara, sendo muito aplicada em floricultura. O 
mesmo se aplica ao uso de estacas radiculares. Sendo a estaca caulinar de uso 
bastante difundido no setor florestal brasileiro, sendo atualmente a base para produção 
de mudas clonais de Eucalipto, aproveitando assim todo o trabalho de melhoramento 
genético obtido. Atualmente se desenvolve pesquisas para aproveitamento de outras 
espécies comerciais como o Mogno Africano. 
 Os principais tipos de estacas utilizadas na área florestal são os seguintes: 
Estaca Simples: é obtida seccionando-se um ramo com diâmetro de 0,5 a 1,5 
cm a cada 10 a 30 cm e deixando de 3 a 6 gemas por estaca; utiliza-se, principalmente, 
com várias espécies de Eucalipto. 
Miniestaca: É a estaca herbácea de plantas arbóreas obtida em minijardins 
clonais. Tem como vantagem o enraizamento mais fácil e sem uso de fitoreguladores 
ou hormônios para promovê-lo em algumas espécies, devido ao processo de 
rejuvenescimento que a planta sofre até a produção da estaca, passando por um 
processo de brotação de cepas de árvores e posterior estaquia para plantio em 
minijardim clonal. É utilizada atualmente com Eucalyptus em escala comercial. 
 
23 
 
 
 Escacas caulinar de Eucalipto (A) e Miniestaca Caulinar de Eucalipto (B). 
 Fonte: ALFENAS et al. (2004). 
 Os processos de reprodução vegetativa de Eucalipto desenvolvido em escala 
comercial através da estaquia são bastante conhecidos. Tendo sido desenvolvido em 
caráter experimental Austrália desde os anos quarenta e a nível comercial a partir dos 
anos cinquenta no Marrocos. No Brasil este processo passou a ser adotado a partir do 
final da década de setenta. Sendo que o processo de clonagem por estaquia, visando à 
formação de plantios comerciais pode ser assim estabelecido: 
i. Seleção das árvores superiores, com base em objetivos definidos (produção 
de madeira; resistência a doenças, adaptação a condições climáticas 
adversas, etc.); 
ii. Avaliação das árvores selecionadas em teste clonal, visando à confirmação 
da seleção realizada e definição das técnicas silviculturais a serem adotadas; 
iii. Estabelecimento de áreas de multiplicação vegetativa (jardim clonal), visando 
a obtenção de material vegetativo (brotação) suficiente para produção de 
mudas em escala que atendam os objetivos; 
iv. Plantio clonal comercial. 
No processo de estaquia tradicional o uso do jardim clonal tem sido a forma mais 
aplicada, permitindo um manejo intensivo e ajustado para obtenção de brotações 
visando à produção de estacas para formação de mudas de Eucalipto. 
Mas devido às dificuldades da propagação vegetativa de algumas espécies, 
principalmente no que se refere a material adulto (baixo índice de enraizamento e/ou 
baixa qualidade do sistema radicular de alguns clones), o processo de estaquia foi 
desenvolvido e resultou nos processos de miniestaquia e microestaquia que são 
utilizados atualmente para produção comercial de mudas clonais de Eucalipto. 
A técnica de miniestaquia consiste na utilização de minicepas que são plantas 
formadas mediante a decapitação ou pode de mudas, visando à produção de 
propágulos rejuvenescidos para enraizamento. No processo de miniestaquia tem-se a 
formação do minijardim clonal, que consiste no conjunto de minecepas estabelecidas 
em no viveiro, em canteiros suspensos, visando o fornecimento de propágulos para 
produção de mudas clonais. 
24 
 
 
Minijardim clonal para produção de miniestacas de Eucalipto das empresas Plantar e Cenibra. 
Fonte: Arquivo Pessoal. 
 
Outra grande vantagem apresentada pela técnica de miniestaquia consiste em 
dispensar a utilização de reguladores de crescimento, ou eles são utilizados em baixas 
concentrações. 
 
III. Viveiros florestais. 
 Entende-se por viveiro florestal um determinado local onde são concentradas 
todas as atividades de produção de mudas florestais. 
 O primeiro ponto a se considerar na implantação de um viveiro é a sua 
capacidade produtiva, em termos de quantidade de mudas nas diferentes épocas. Isso 
irá definir o tamanho e a estrutura do viveiro. 
 Na atividade de produção de mudas a estrutura e organização dos viveiros são 
extremamente importantes para obtenção de mudas de qualidade, produzindo plantas 
de espécies adequadas e em quantidade necessária à demanda, respeitando-se a 
época e o destino do plantio. Para isso é extremamente importante planejar 
corretamente as instalações do viveiro, ter conhecimento suficiente das técnicas para 
operacionalizá-lo e administrá-lo, além de obter excelente qualidade em sua produção 
e com menor custo possível. 
 Os viveiros florestais com relação a duração são classificados em: 
Viveiros Provisórios: temporários ou volantes são aqueles que visam uma 
produção restrita; localizam-se próximos às áreas de plantio e possuem instalações de 
baixo custo. 
Viveiros Permanentes: centrais ou fixos, são aqueles que geralmente ocupam 
uma maior superfície, fornecem mudas para uma ampla região, possuem instalações 
definitivas com excelente localização. Requerem planejamento mais acurado; as 
instalações são também permanentes e de maiores dimensões. 
25 
 
 Para a escolha do local onde será instalado o viveiro, deve-se levar em 
consideração os seguintes aspectos: 
a) Situação e acesso: Preferencialmente o viveiro deve ser centralizado a área de 
plantio, sendo necessário que o acesso possibilite o fácil trânsito de caminhões, 
sendo que todas as estradas deverão ser transitáveis mesmo em época de 
chuva. Os custos de transporte, principalmente de mudas produzidas em 
recipientes, são minimizados quando os viveiros situam-se a uma pequena 
distância daárea de plantio. Longos trechos de estrada podem trazer danos à 
qualidade fisiológica das mudas e ocasionar perda de umidade do substrato. 
b) Suprimento de água: Durante todo o período, após a semeadura, há 
necessidade de abundância de água para irrigação. Poderão ser utilizadas 
águas de rios, lagos e de origem subterrânea. A água deve estar livre de 
poluentes químicos e físicos. 
c) Solos: O viveiro deve ser instalado de preferência em uma área virgem, pois em 
locais já cultivados podem estar infestados de pragas e doenças. Dando 
preferência para solos leves (arenosos ou areno-argilosos), profundos e bem 
drenados. 
d) Topografia da área: O terreno deverá apresentar-se aplainado, recomendando-
se um leve declive, favorecendo o escoamento da água, mas sem que provoque 
danos por erosão. Para áreas com elevada declividade, a alternativa mais 
plausível é a confecção de patamares para a locação de canteiros. Os 
patamares devem ser levemente inclinados e devem ter dispostas ao longo de 
sua extremidade manilhas em forma de “U” , a fim de impedir o escoamento de 
água de chuvas. A declividade deve ser de 2%, no máximo, para não correr 
danos por erosão. É importante salientar que os canteiros devem ser instalados 
em nível, perpendiculares à movimentação da água. Áreas planas contribuem 
para o acúmulo de água da chuva, principalmente quando o percentual de argila 
for maior que o indicado. 
e) Exposição: Devem-se evitar as áreas de face sul do terreno (que recebe menor 
luminosidade e esta sujeita a ventos frios), evitar também os vales profundos e 
estreitos, onde há possibilidade de formação de geadas e nevoeiros frios, que 
podem causar danos às plantas. O viveiro deve ser locado em ambiente 
totalmente ensolarado e arejado, para a formação de mudas bem aclimatadas. 
f) Clima: Preferencialmente, deve-se escolher local com as mesmas 
características climáticas de onde será o plantio definitivo das mudas, o que 
muito contribuirá para o perfeito pegamento das mudas e beneficiará seu 
crescimento e desenvolvimento. 
g) Disponibilidade de mão-de-obra: É indispensável a existência de mão-de-obra 
na região do viveiro, tendo em vista a necessidade de grande contingente de 
26 
 
pessoas para o processo de produção de mudas. A existência de pessoas que 
morem nas imediações da área do viveiro reduz os custos de transporte com 
pessoal. 
Após a escolha da área para instalação do viveiro florestal, deve-se iniciar as 
atividades para a sua implantação onde de acordo com as características do terreno 
escolhido, será realizada a limpeza da área com relação as plantas indesejáveis 
(plantas daninhas, competidoras, hospedeiras de insetos, etc.), que de acordo com a 
situação local podem ser usados os processos mecânicos (roçada, capina, etc.) ou 
químico (herbicidas). Esta limpeza inicial deve ser bem feita para que a área fique limpa 
sem restos vegetais. Deve ser realizado o combate às formigas cortadeiras e cupins na 
área do viveiro, sendo que no caso das formigas este deve ser realizado numa faixa de 
30,0 metros em torno da área do viveiro. 
Para proteção da área do viveiro, deve-se construir canaletas em torno do 
viveiro, para servir de obstáculos às águas de chuva, principalmente na parte superior 
da área. Dependendo do tamanho do viveiro, deverão ser construídas também no 
interior, perpendiculares ao declive, a fim de evitar que a água tenha maior velocidade, 
cause erosões e danifique as mudas. Deve ser construída uma cerca de arame ou tela 
para impedir a entrada de animais e pessoas. 
 Pode ser necessária a construção de quebra ventos que são cortinas que têm 
por finalidade a proteção das mudas contra a ação prejudicial dos ventos. Devem, 
contudo, permitir que haja circulação de ar. São constituídas por espécies que se 
adaptem às condições ecológicas do sítio. Usualmente as espécies utilizadas são as 
mesmas que estão em produção no viveiro. O recomendado é que sejam utilizadas 
espécies adequadas, distribuídas em diferentes estratos, apresentando as seguintes 
características: alta flexibilidade, folhagem perene, crescimento rápido, copa bem 
formada e raízes bem profundas. É importante salientar que as árvores que compõem 
os quebra-ventos não devem projetar suas sombras sobre o canteiro. Para tanto, 
devem ser, em distância conveniente, afastadas dos viveiros. 
 A área do viveiro vai variar de acordo com o número de mudas que será 
produzido, o que, por sua vez depende do: tamanho das embalagens utilizadas, da 
área a ser plantada, da porcentagem de germinação, do tempo necessário para a 
produção de mudas, das perdas de mudas, do tamanho dos canteiros, do tamanho dos 
canteiros, da largura das ruas internas e das instalações que forem necessárias. 
 Num viveiro bem planejado, a área produtiva, ou seja, a área dos canteiros deve 
ocupar 40% a 60% da área total. O espaço restante será destinado a caminhos, ruas, 
estradas, galpões, construções em geral e área livre para preparo de substratos, 
enchimento de embalagens e deslocamento de máquinas e equipamentos. 
Basicamente as áreas e instalações de um viveiro florestal, variando de acordo com as 
condições locais do empreendimento, são: 
o Canteiros; 
27 
 
o Caminhos, ruas e estradas; 
o Escritório; 
o Cantina e refeitório; 
o Almoxarifado; 
o Depósito para fertilizantes; 
o Depósito para produtos químicos; 
o Galpão para substrato e preenchimento das embalagens; 
o Sistema de irrigação ou ferti-irrigação; 
o Alojamento; 
o Sanitários. 
No caso de produção de mudas clonais devemos incluir: 
o Minijardim clonal; 
o Galpão para preparo de estacas e plantio destas; 
o Estufas com ambiente controlado para enraizamento de estacas; 
o Estufas para aclimatação de mudas. 
 
Os viveiros florestais podem produzir mudas nos seguintes sistemas de 
produção: 
Viveiros com mudas em raiz nua: as mudas em raiz nua são as que não 
possuem proteção do sistema radicular no momento de plantio. A semeadura é feita 
diretamente nos canteiros e as mudas são retiradas para o plantio, tendo-se apenas o 
cuidado de se evitar insolação direta ou, até mesmo, vento no sistema radicial. O solo 
onde se desenvolvem as raízes permanece no viveiro. Após a retirada do solo são 
envolvidas com material úmido antes da expedição para o plantio. Este tipo de 
produção foi muito difundido no sul do Brasil para plantios de Pinus. 
Viveiro com mudas em recipientes: as mudas apresentam o sistema radicial 
envolto por uma proteção que é um substrato que o recipiente contém. Evidentemente, 
o substrato vai para o campo e é colocado nas covas, com as mudas, protegendo as 
raízes. É o tipo de viveiro mais utilizado para produção de mudas florestais no Brasil. 
Existem vários tipos de recipientes que foram utilizados para produção de mudas 
florestais (torrão paulista, taquaras, laminados). Atualmente os recipientes atualmente 
usados para produção de mudas florestais são os seguintes: 
Tubetes ou tubos de plástico rígido (polipropileno): É um recipiente 
levemente cônico, de seção circular ou quadrática. São providos de frisos internos, 
equidistantes, com função de direcionar as raízes ao fundo do recipiente, evitando o 
desenvolvimento em forma espiral Os tubetes podem ser colocados em suportes de 
28 
 
isopor, plástico ou tela, denominados bandejas, dispostos pouco acima do nível do solo 
formando os canteiros. Outra forma é a utilização de mesas com tampo de tela, em 
cujas malhas os tubetes são encaixados, ou a própria bandeja é colocada sobre a 
mesa, ajustada em canteiros. As principais vantagens deste tipo de recipiente são: 
reaproveitamento da embalagem após o uso; menor diâmetro, ocupando menor área; 
menor peso; maior possibilidade de mecanização das operações de produção de 
mudas; menor incidência de pragas/doenças e propicia operações ergométricas. As 
principais desvantagens destes recipientes são: o custo elevado de implantação; e alixiviação de nutrientes, tanto pela chuva como por irrigação, ocasiona a necessidade 
de uma reposição de nutrientes em maior escala. 
Saco plástico (polietileno): Com este tipo de recipiente, a semeadura não pode 
ser mecanizada, devido à necessidade das embalagens estarem em perfeito 
alinhamento nos canteiros. Os sacos devem ser providos de furos na sua parte inferior, 
com a função de escoar o excesso de umidade e permitir o arejamento. O enchimento 
pode ser manual, através de uma lata ou cano em formato cônico e sem fundo, ou com 
o uso de moega metálica. A principal vantagem do uso deste tipo de recipiente é o 
baixo custo, entretanto é de difícil decomposição, sendo necessária sua retirada antes 
do plantio; suas dimensões inadequadas da embalagem, bem como períodos muito 
longos da muda no viveiro podem ocasionar deformações no sistema radicular pelo 
enovelamento e dobra da raiz pivotante; requer a utilização de grandes áreas no 
viveiro; aumenta o custo de transporte das mudas ao campo e seu rendimento na 
operação de plantio é baixo. Usualmente podem ser encontrados diversos tamanhos 
de sacos plásticos, a indicação do tamanho ideal vai depender da espécie e do objetivo 
para o qual a muda será produzida. 
Para produção de mudas florestais em recipientes é necessário à utilização de 
substrato para enchimento dos recipientes utilizados. Para o preparo deste substrato, 
alguns pontos devem ser observados: não deve ser muito compacto, para não 
prejudicar a aeração e o desenvolvimento das raízes; apresentar substâncias 
orgânicas, para melhorar a agregação e aumentar a capacidade de troca catiônica e a 
retenção de água; e deve estar isento de sementes de plantas indesejáveis, de pragas 
e de microrganismos patogênicos. São descritos abaixo, alguns componentes que 
podem ser usados na constituição do substrato: 
a) Terra de subsolo: Deve-se dar preferência aos solos areno-argilosos, 
pois estes apresentam boa agregação, permitem uma boa drenagem da 
água, não apresentam problemas para o desenvolvimento das raízes, 
possui boa capacidade de reter umidade e apresentam coesão 
necessária para a agregação ao sistema radicular. É utilizada 
principalmente com mudas que são produzidas em sacos plásticos. Para 
a retirada da terra deve-se remover uma camada superficial de 
aproximadamente 20 cm, para que a terra a ser usada no viveiro não seja 
acompanhada por sementes de plantas indesejáveis. 
29 
 
b) Areia: este material não possui pegajosidade nem plasticidade, tendo 
pouca capacidade de retenção de água e nutrientes por causa dos 
grandes poros que separam as suas partículas, mas apesar da rápida 
perca e água e da baixa capacidade de retenção de nutrientes, este 
material proporciona boa aeração ao substrato. 
c) Vermiculita: É um mineral de estrutura variável, constituído de lâminas ou 
camadas, justapostas em tetraedros de sílica e octaedros de ferro e 
magnésio. O octaedro de magnésio, quando submetido ao aquecimento, 
expande-se. Isto resulta no melhoramento das condições físicas, 
químicas e hídricas do solo. A vermiculita possui a capacidade de reter a 
água do solo, deixando disponível para a planta, em caso de uma breve 
estiagem. É um substrato praticamente inerte, sendo necessário o 
balanceamento de nutrientes essenciais, por meio de adubações 
periódicas. Outro grande problema da vermiculita é de se conseguir uma 
boa aderência do substrato ao redor das raízes, sendo necessário levar o 
tubetes ao campo até o momento do plantio. 
d) Composto Orgânico: É o material resultante da decomposição de restos 
animais e vegetais, através do processo da compostagem. Este processo 
consiste em amontoar esses resíduos e, mediante tratamentos químicos 
ou não, acelerar a sua decomposição. O composto estimula a proliferação 
de microrganismos úteis, melhora as qualidades físicas do solo, aumenta 
a capacidade de retenção de água e nutrientes, facilita o arejamento e 
reduz o efeito da erosão pela chuva. 
e) Esterco bovino: Quando bem curtido, muito contribui para melhorar as 
condições físicas, químicas e biológicas do substrato, além de fornecer 
vários nutrientes essenciais às plantas. Ele aumenta a capacidade de 
troca catiônica, a capacidade de retenção de água, a porosidade do solo 
e a agregação do substrato, as quais são mais importantes que os 
elementos químicos e nutrientes adicionados pelo esterco. O esterco bem 
curtido é útil misturado com outros substratos, proporcionando resultados 
semelhantes ao do composto orgânico. 
f) Moinha de carvão vegetal: É um subproduto do processo de 
carvoejamento, uma vez que se constitui de partículas finas que não são 
aproveitadas pelas empresas produtoras de ferro-gusa. Na produção de 
mudas utilizando tubetes, a moinha é um excelente produto para ser 
misturado com outros substratos, principalmente os orgânicos. 
g) Serragem ou casca de árvores: É um resíduo que por ser orgânico, 
pode ser usado na produção do composto para produção de mudas. A 
qualidade da serragem por sua vez vai depender da espécie de origem. 
30 
 
Sendo importante que a serragem a ser utilizada no viveiro esteja bem 
decomposta. 
 Atualmente, encontram-se no mercado substratos esterilizados, livres de pragas 
e doenças, formulados especialmente para a produção de mudas, tais como: composto 
orgânico, húmus, espuma fenólica (para enraizamento de estacas e cultivo 
hidropônico), fibra de coco, entre outros. Recomenda-se que seja feita a mistura de 
dois ou mais materiais para a formulação do substrato, visando uma boa aeração, 
drenagem e fornecimento de nutrientes de forma adequada. O tipo de material e a 
proporção de cada um na composição do substrato variam de acordo com a 
disponibilidade local, custo e tipo de muda a ser produzida. 
Para se preparar o substrato deve seguir os seguintes procedimentos: 
i. Colocar os componentes do substrato, previamente selecionados, 
próximos à unidade de preparação da mistura. Estes componentes 
deverão estar devidamente peneirados (caso de terra e areia) e 
beneficiados (moinha de carvão e húmus); 
ii. Pesar e medir os componentes antes de serem misturados para 
homogeneização. Para misturar o substrato podem-se usar enxadas 
(método manual) ou misturador automático (betoneira adaptada); 
iii. Homogeneizar muito bem os componentes da mistura e, posteriormente, 
umedecê-la, sendo que não deverá ficar encharcada, nem tampouco, 
muito seca. 
 Para o sucesso na semeadura, há a necessidade do controle de todas as etapas 
que envolvem a produção e o preparo do substrato, a qualidade, a calibração, a 
combinação dos componentes utilizados, além dos atributos físicos desejáveis ao 
substrato produzido. Além disso, a escolha dos recipientes utilizados, bem como o 
preparo da sementeira e a forma de semeadura, se direta ou indireta, devem ser 
definidos no início do processo. 
Procedimentos de preparo do substrato: 
i. Colocar os componentes do substrato, previamente selecionados, 
próximos à unidade de preparação da mistura. Estes componentes 
deverão estar devidamente peneirados (caso de terra e areia) e 
beneficiados (moinha de carvão e húmus); 
ii. Pesar e medir os componentes antes de serem misturados para 
homogeneização. Para misturar o substrato podem-se usar enxadas 
(método manual) ou misturador automático (betoneira adaptada); 
iii. Homogeneizar muito bem os componentes da mistura e, posteriormente, 
umedecê-la, sendo que não deverá ficar encharcada, nem tampouco, 
muito seca. Uma forma prática de verificar se o teor de umidade está 
adequado é o teste das gotas: apertando-se um pouco do substrato com 
a mão, deverão se formar pequenas gotas entre os dedos, o que indica 
31 
 
uma condição ideal de umidade. No caso de não surgirem gotas, o 
substrato está muito seco e, se escorrerem sobre a mão, indica o excesso 
de água. 
Dentro outros fatores de natureza silvicultural, a nutrição das mudas, via 
fertilizantesde seus substratos de crescimento, desponta como um dos principais 
responsáveis pela obtenção de uma maior produtividade e qualidade das mesmas, 
além de maior economicidade do processo de sua produção. 
No caso de produção de mudas florestais podemos ter os seguintes tipos de 
fertilização: 
Fertilização do substrato: realizada inicialmente no substrato antes do semeio 
ou repicagem das mudas. 
a) No caso de sacolas plásticas com o uso de terra de subsolo, deve-se 
proceder a analise de solo para recomendar a adubação, caso não esteja 
disponível, pode-se aplicar para cada m³ de terra de subsolo. 
1,0 kg de calcário dolomítico; 
150 g de N (sulfato de amônio); 
700 g de P2O5 (superfosfato simples); 
100 g de K2O (cloreto de potássio); 
200 g de Fritas (coquetel de micronutrientes na forma de óxidos silicatados). 
Deve-se realizar a adubação de cobertura nas seguintes proporções: 
200g de N (sulfato de amônio); 
150g de K2O (cloreto de potássio). 
 
Dissolver os fertilizantes em 100 l de água, obtendo-se uma quantidade 
suficiente para aplicação em 10.000 mudas. 
A fertilização de cobertura se inicia 30 dias após a emergência das plântulas, 
repetindo em intervalos de 7 a 10 dias para espécies de rápido crescimento 
(pioneiras e secundárias iniciais) e, de 30 a 45 dias para espécies de 
crescimento lento (secundárias tardias e clímax). 
Intercalar a aplicação de N e K, sendo uma com N e K, e outra apenas com N. 
Na fase de rustificação, que dura de 15 a 30 dias, reduzir as regas e suspender a 
aplicação de fertilizantes com N, devendo-se aplicar apenas K no início da fase. 
Este procedimento vai promover o balanço interno dos tecidos, principalmente 
nas folhas, regulando a perda de água, além de promover o engrossamento do 
caule. 
32 
 
As aplicações deverão ser feitas no inicio da manhã ou ao final da tarde, 
seguidas de leves irrigações, com a função de remover os resíduos de 
fertilizantes que ficam depositados sobre as folhas. 
b) No caso de tubetes com o uso de substratos como vermiculita, palha de 
arroz carbonizada, fibra de coco, Devido às pequenas dimensões dos 
tubetes, sua reserva de nutrientes também acaba sendo pequena, sendo 
ainda prejudicada pela lixiviação intensa decorrida do tipo de substrato que o 
compõe. Por isso, a aplicação de fertilizantes deve ser feita com menor 
quantidade, e em maior frequência, se comparada à produção de mudas em 
sacos plásticos. Pode-se aplicar para cada m³ de substrato: 
150g de N (sulfato de amônio); 
300g de P2O5 (superfosfato simples); 
100g de K2O (cloreto de potássio); 
150g de Fritas (coquetel de micronutrientes na forma de óxidos silicatados). 
Na fertilização de base, não aplicar calcário, pois, como os níveis de pH, Ca e 
Mg nestes substratos são elevados, estes acabam induzindo a deficiência de 
micronutrientes pela elevação do pH. 
Deve-se realizar a adubação de cobertura nas seguintes proporções: 
1 kg de N (sulfato de amônio) 
 300 g de K2O (cloreto de potássio) 
Dissolver os fertilizantes em 100 l de água, obtendo-se uma quantidade 
suficiente para aplicação em 10.000 mudas. 
Regar as plantas a cada 7 a 10 dias de intervalo. As irrigações devem ser 
intercaladas, ora com N e K, ora apenas com N. 
Na fase de rustificação, 15 a 30 dias antes da expedição, suspende-se as 
fertilizações nitrogenadas. 
Outra opção de adubação para produção de mudas florestais são os fertilizantes 
de liberação lenta, ou fertilizantes de liberação controlada (FLC), que 
constituem-se em tecnologia apropriada para a produção de mudas de espécies 
florestais, uma vez que reduzem as perdas por lixiviação e a quantidade de 
mudas subdesenvolvidas e com deficiência nutricional. 
Sendo bastante utilizado o Osmocote na formulação 14-14-14, na dosagem de 5 
g por litro de substrato (5 kg por m³ de substrato). 
 
 
 
33 
 
IV. Pragas e doenças de viveiros florestais. 
É interessante realizar tratamentos preventivos como a desinfestação do solo do 
canteiro ou substrato a ser utilizado no preenchimento dos recipientes, a fim de evitar a 
ocorrência de pragas, doenças e a competição por ervas daninhas. Para tanto, utiliza-
se métodos químicos e/ou, mecânicos. Dentre os métodos químicos, cita-se a 
aplicação de herbicidas, fungicidas e inseticidas e, para os mecânicos, têm-se a 
catação manual, o revolvimento do solo, a aplicação de água quente, a exposição ao 
sol, a inundação, entre outros. 
Ressalta-se a grande importância da escolha do local adequado para a 
instalação do viveiro, o que evita ou diminui problemas relacionados com pragas e 
doenças. O correto manejo diário do viveiro também é de fundamental importância na 
redução da ocorrência de problemas, devendo-se evitar excessos de irrigação, 
adubação e radiação direta logo após a germinação. 
Dentre as pragas mais comuns encontram-se a lagarta-rosca, formiga 
cortadeira, grilos, besouros, cochonilhas, paquinhas, pulgões e formigas. Contudo, no 
manejo adequado do viveiro, normalmente não se verifica muitos danos; entretanto, se 
o nível de infestação for elevado, torna-se necessário o combate. 
 As doenças que mais comumente ocorrem nos viveiros são: tombamento, 
podridão de raízes, ferrugens e manchas foliares. Quando o nível de danos se 
mostrarem significativo, torna-se necessário o controle pela aplicação de fungicidas, 
utilizando-se dosagem de acordo com recomendações dos fabricantes. 
 O tombamento de mudas é a doença mais comum em viveiros, causada por 
fungos que atacam o colo das mudas originadas de sementes no estádio inicial de 
germinação. É uma doença que em poucos dias chega a causar a morte de todas as 
mudas e pode aparecer em qualquer época do ano; sua intensidade depende das 
características do substrato e das condições climáticas (chuva, insolação). 
 A infestação e proliferação são favorecidas pela grande densidade de mudas 
nos canteiros, pela utilização de esterco não curtido no substrato, pelo excesso de 
umidade e pela compactação dos solos. O tombamento também pode ser disseminado 
de um canteiro para outro, por meio de ferramentas ou pela repicagem das mudas. 
 Como medidas preventivas ao aparecimento do tombamento pode-se 
recomendar: 
o A escolha adequada do local; 
o A desinfestação do solo com fungicidas; 
o Tratamento da semente com produtos registrados para essa finalidade; 
o Seleção do substrato e material de cobertura. 
No caso do surgimento do tombamento de mudas no viveiro em grande escala 
realizar as pulverizações com fungicidas: tiabendazol, captan, benomil. 
34 
 
A podridão do sistema radicular, além de danificar o sistema radicular, também é 
responsável pelo tombamento das mudas no seu estádio inicial de crescimento. O 
ataque ao sistema radicular manifesta-se através de clorose, atrofia e murcha da parte 
aérea e, por vezes, morte da muda. 
Na Ferrugem as folhas apresentam-se com aspecto ferruginoso, provocando um 
baixo crescimento ou morte das mudas. O combate pode ser feito por meio de 
pulverizações com fungicidas encontrados nas lojas especializadas. 
V. Dança das mudas. 
A movimentação, ou dança das embalagens é feita sempre que necessário, com 
a finalidade de efetuar a poda das raízes que, porventura, tiverem extravasado as 
embalagens ao penetrar no solo. Nessa operação, consegue-se a rustificação das 
mudas, resultando na redução da mortalidade por ocasião do plantio no campo. 
Mudas que necessitam de um período maior no viveiro, deve ser realizada a 
dança ou movimentação das embalagens, se for observado que as raízes estão 
atravessando as embalagens e penetrando no solo. Mudas produzidas em tubetes 
dispensam esta movimentação, ou dança das embalagens, pois normalmente, os 
canteiros são suspensos. 
VI. Poda das mudas. 
A poda é a eliminação de uma parte das mudas, podendo ser tanto a parte aérea 
como a parte radicular, a fim de obter os seguintes benefícios: 
i. Aumentar a porcentagem de sobrevivência;ii. Propiciar produção de mudas mais robustas; 
iii. Adequar o balanço do desenvolvimento em altura e sistema radicular; 
iv. Fomentar a formação do sistema radicular fibroso (a maior quantidade de 
raízes laterais); 
v. Aumentar o período de rotação da muda no viveiro; 
vi. Retardar o crescimento em altura das mudas. 
Na poda radicular, podem ser eliminadas as raízes pivotantes e/ou laterais. A 
vantagem da produção de mudas em tubetes se deve ao fato das raízes pivotantes e 
laterais terem seu direcionamento forçado para o fundo do recipiente, onde existe um 
orifício. A partir deste orifício as raízes são podadas pelo ar. 
A poda aérea consiste na eliminação de uma parte do broto terminal das mudas. 
Qualquer um dos dois tipos de poda altera o ritmo de crescimento das mudas. No 
entanto a resposta da poda é favorável ao desenvolvimento da muda, dependendo do 
nível de tolerância de cada espécie. 
 
35 
 
VII. Rustificação, seleção e expedição das mudas. 
Para obter um alto índice de sobrevivência das mudas após o plantio em 
campo, as mudas devem apresentar duas características importantes: 
o Sanidade; 
o Alto grau de resistência. 
A resistência pode ser conseguida através da rustificação. Existem diversos 
procedimentos que podem ser adotados para se obter a rustificação: 
o Aplicar NaCl na água de irrigação, na dosagem de 1 ml / planta/dia; 
o Poda da parte aérea, com a redução de 1/3 da porção superior; 
o Redução de folhas dos 2/3 inferiores das mudas; 
o Movimentar frequentemente as mudas nos canteiros, através das danças, das 
remoções, das seleções e das classificações; 
o Aplicação de antitranspirantes na época do plantio (solução diluída, como 
Mobileaf, na concentração de 1:7 em água); 
o Realizar cortes graduais da irrigação, aproximadamente 20 dias antes da 
expedição das mudas para o plantio; 
o Fazer uma aplicação com KCl durante a fase de rustificação. 
A movimentação das mudas no viveiro e o corte gradual da irrigação no 
período que antecede o plantio são os procedimentos mais usados para se conseguir a 
rustificação das mudas, devido aos seus custos e praticidade. 
Para expedição das mudas para o campo as mesmas devem ser selecionadas 
em lotes procurando padronizar a idade e o tamanho das mudas. 
No transporte as mudas devem ser protegidas por lonas ou outro tipo de 
cobertura, de forma a evitar danos pelo vento, chuva e calor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
IMPLANTAÇÃO FLORESTAL 
 
 A implantação florestal pode ser descrita como o conjunto de operações que vão 
do preparo do solo até o momento no qual o povoamento possa se desenvolver 
sozinho, ficando o restante da rotação por conta das operações de manejo e proteção 
florestal. Sendo uma fase de grande importância para o bom desenvolvimento da 
cultura florestal. 
 Uma das fases da implantação florestal consiste no preparo do solo que pode 
ser definido como o conjunto de medidas técnicas que objetivam dar condições 
adequadas ao estabelecimento e desenvolvimento dos povoamentos florestais. O 
preparo do solo em atividades florestais tem evoluído, saindo dos primeiros 
florestamentos realizados nas décadas de 60 e 70 onde se usava de métodos 
convencionais de preparo do solo, utilizados em culturas agrícolas anuais (padrão 
tipicamente agronômico). Onde os resíduos eram enleirados e queimados para limpeza 
da área, que era intensamente trabalhada com arados e grades. O que levava a 
grandes problemas de erosão nos solos utilizados. 
 Com a evolução dos equipamentos tivemos na década de 80 a introdução da 
grade bedding que trouxe avanços em termos de conservação do solo. Ainda no final 
da década de 80 foi introduzido o sistema de cultivo mínimo do solo nos plantios 
florestais em grande escala pela Companhia Suzano Celulose e Papel. Com a 
evolução dos equipamentos, herbicidas e processos que ocorreram durantes os últimos 
anos tornaram o sistema de cultivo mínimo o padrão utilizado pelas empresas florestais 
brasileiras. 
 A técnica de cultivo mínimo ou reduzido do solo consiste em revolvê-lo o mínimo 
necessário, mantendo os resíduos vegetais sobre o solo como cobertura morta. As 
atividades de preparo do solo para implantação de povoamentos florestais são 
desenvolvidas na seguinte sequência no geral, que podem sofrer alterações devido as 
peculiaridades regionais 
. 
I. Talhonamento. 
A construção de estradas, aceiros e carreadores. É que vai definir a forma e 
tamanho dos talhões e, portanto deve-se levar em consideração aspectos de 
conservação do solo, proteção florestal, preservação ambiental e colheita florestal. É 
uma atividade que deve ser muito bem planejada, pois vai acompanhar todo o ciclo do 
povoamento floresta. 
Para a abertura dos talhões deve-se ter um cuidado especial coma as áreas de 
Preservação Permanente (PP) e as da Reserva Legal (RL), existentes na propriedade, 
pois estas são protegidas por lei federal (nº 4.771/65) e em alguns estados por 
legislação estadual. 
37 
 
As estradas são muito importantes para a infraestrutura de um projeto florestal, 
devendo assegurar transporte contínuo durante toda a vida do projeto desde a 
implantação até a colheita da madeira. 
O tamanho e a forma do talhão serão definidos principalmente pelo sistema de 
colheita a ser utilizado (equipamentos de extração da madeira), visando à otimização 
do trabalho destes equipamentos. Outro aspecto a considerar na abertura dos talhões 
são os aspectos de proteção contra incêndios florestais. Os aceiros separam os talhões 
e servem de ligação às estradas principais, para o escoamento da produção da 
floresta. Os aceiros internos devem ter largura mínima de 5,0 metros, já os aceiros 
externos (divisas da propriedade) devem possuir largura de 15,0 metros, sendo 
recomendado que a cada quatro ou cinco talhões se construa um aceiro de interno de 
10 metros de largura. As estradas e aceiros devem ser mantidos sempre limpos, 
principalmente durante os períodos de maior perigo de incêndios. 
Os tamanhos dos talhões esta intimamente ligada à distribuição de estradas. Em 
regiões planas, onde se permite um melhor traçado destas, os talhões geralmente 
devem seguir a forma retangular, se possível não excedendo a uma área de 30 
hectares. Já em regiões montanhosas suas formas serão mais irregulares, por 
acompanhar a distribuição das estradas florestais. 
 
 
Esquema de estradas e aceiros. 
Fonte. SIQUEIRA et al. (2010) 
 
II. Limpeza da Área. 
A limpeza do terreno para plantio consiste na retirada da vegetação existente na 
área a ser plantada (árvores, arbustos e gramíneas). E corresponde às operações de 
derrubada da vegetação, remoção e enleiramento dos resíduos da exploração. Na 
limpeza do terreno recomenda-se retirar apenas o material aproveitável, como por 
38 
 
exemplo, a lenha, utilizada para energia ou carvão, madeira para serraria, mourões, 
sendo que o restante do material, considerado como resíduo da exploração, deve 
permanecer no campo como uma importante reserva de nutrientes. 
As operações de limpeza da área vão variar de acordo com o tipo de vegetação 
existente na área (mata, cerrado, capoeira, pastagem, área colhida de floresta 
plantada, etc.) e da topografia da área de implantação. Podendo ser manuais, 
mecanizadas ou químicas. 
Deve-se ter uma grande consciência para os aspectos da legislação ambiental, 
onde em determinadas regiões pode existir restrições para a supressão de vegetação 
nativa em estágio secundário e avançado de desenvolvimento. Para isto torna-se 
necessário consultar ao órgão ambiental competente para verificar estas possibilidade 
e conseguir as licenças necessárias para as atividades. 
A seguir discutiremos os tipos de limpezas utilizados: 
1. Limpeza manual: geralmente são utilizadas em regiões de topografia 
acidentada e em pequenas áreas, ou ainda em outras áreas que não 
permitam a mecanização. Consistindo na eliminação

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