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APRESENTAÇÃO DO TEMA: O Controle Interno Municipal como sistema de aprimoramento da administração O presente texto buscará evidenciar a importância do tema exposto, e como este se encontra colocado na lei com a finalidade de se evitar erros, fraudes e desperdícios, além de discutir a respeito da prática em si, e também dos desafios e benefícios em se implantar um sistema de controle interno em prefeituras municipais, haja vista que sem uma real fiscalização é notório que os erros e deficiências tendem a ocorrer sem qualquer outra forma eficaz de se preveni-los e/ou corrigi-los. Assim sendo, pretende-se concluir que o tema em discussão é parte importante do bom andamento da administração burocrática e do bem-estar tanto do estado (nesse caso representado pelo poder municipal) quantos dos cidadãos. RESUMO: Ao se falar da conceituação do que é o Controle Interno, propriamente dito, temos que não há um consenso entre os autores sobre, entretanto sabe- se que o Controle Interno é um conjunto de procedimentos, normas e rotinas administrativas. Assim sendo, podemos citar o texto de CALIXTO e VELÁSQUEZ (2005), Sistema de Controle Interno na Administração Pública Federal, temos que a Constituição Federal de 1988 instituiu os princípios para reger a administração pública, estabeleceu também os objetivos que devem ser alcançados, que é o controle interno da administração. Assim sendo, foi criado o controle integrado, que associa um dos três poderes, seja o Federal, Estadual ou Municipal, juntamente com o Tribunal de Contas, o Ministério Público e também os cidadãos, que são representados pela imprensa, pelos partidos políticos, sindicatos e associações. Verifica-se que o controle interno tem como objetivo garantir a eficácia e a eficiência na administração pública, a fim de proporcionar economia tanto para o órgão público, como para os cofres públicos. Para tanto, ressalta-se que a gestão dos recursos públicos utilizados pela máquina administrativa, por meio do controle interno, independentemente de qual seja a esfera governamental, tem como intuito proteger e gerir os recursos públicos, para que sejam evitados desperdícios, erros ou excessos, que venham prejudicar a sociedade em geral. Conforme ressaltam os autores Silva e Macedo apud Santos (2006, p. 68) no livro Introdução à Gestão Pública, temos que: “O controle na administração pública surge da necessidade de corrigir rumos diante dos interesses da sociedade, da necessidade de maior transparência dos gastos e da obrigação de uma utilização regular dos recursos públicos”. Ou seja, o controle garante que os objetivos da administração pública sejam alcançados e as ações conduzidas de forma econômica, eficiente e eficaz, conforme vemos em Auditoria, Contabilidade e Controle Interno no Setor Público (CASTRO, 2011, p. 293). O município como os demais entes da federação, tem por dever gerir suas políticas públicas e sua gestão orçamentária, para que haja um equilíbrio econômico na administração, obedecendo ao Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei de Orçamento Anual (LOA). Além das receitas próprias do município, como impostos e taxas, também tem as receitas da União e dos Estados, conhecidas como transferências intergovernamentais, Essas transferências são formalizadas através de convênios entre os entes federados, havendo a possibilidade de contrapartida financeira do município para complementar o recurso. Nota-se que na gestão municipal, o administrador executa suas funções como um agente político e ao mesmo tempo como um gestor administrativo, conforme definido pela Constituição Federal, que além de estabelecer níveis de competência e atribuições, também instituiu o dever dos municípios em constituir um sistema de controle interno que vise apoiar o controle externo. Para os municípios que não possuem lei específica para regulamentar o sistema de controle deve seguir o previsto no art. 74 da Constituição Federal. Como, preceitua Castro (2011, p. 307): “[...] cabe ao prefeito obedecer aos princípios da Administração da função administrativa que exerce como gestor municipal, onde pratica atos e por eles deve responder”. Assim, realça a importância da organização dos controles internos nos municípios. Daí, a ênfase do controle interno municipal, pois é através desse sistema que se pode fiscalizar o cumprimento das leis orçamentárias e da aplicação dos recursos recebidos da União e dos Estados. Quanto as transferência intergovernamentais, uma vez ocorrida irregularidades quanto à aplicação dos recursos, imediatamente gera o cancelamento do convênio, devendo o município devolver o repasse recebido, ficando ainda impedido de celebrar novos convênios. Isto posto, entende-se que a existência do controle interno no setor público favorece a equanimidade da gestão, mantendo a legalidade do cumprimento das leis orçamentárias e da manutenção dos recursos recebidos, pois, sabe-se que os gestores públicos geralmente não gozam de total confiança da comunidade, no que se refere aos gastos públicos. Assim sendo, para que haja uma mudança quanto a este histórico de má fé sobre as políticas públicas, o Poder Legislativo vem criando leis que reforçam a obrigação da administração pública em garantir que os recursos públicos sejam aplicados com mais eficiência, e que os atos praticados sejam baseados nos princípios constitucionais. O controle interno na administração pública também é responsável pela fiscalização do fiel cumprimento dos princípios elencados na Constituição Federal, e quando necessário poderá anular os atos eivados de vícios que os tornem ilegais, ou mesmo revogá-los, por motivos justificados, deste que não haja prejuízos aos direitos já adquiridos. (MEIRELLES apud CASTRO, 2011, p. 147). Portanto, cabe à gestão municipal, segundo NEVES GARCIA em Controle Interno: Inibidor de erros (1998), numa análise prévia, fiscalizar seus atos e ações antes da fiscalização do controle externo, e de forma preventiva corrigir falhas e sanar irregularidades, a fim de evitar que os atos administrativos sejam apontados com desconfianças, daí o ponto que reside a fundamental importância do controle interno. Para um Sistema de Controle Interno na administração pública, o estudioso ressalta que o Controle Interno, deveria estar integrado pelo Contador, Procurador-Geral do Município, Secretário da Fazenda e o Diretor- Geral da Câmara de Vereadores. Além desses gestores, também integrariam esse grupo de trabalho, os Secretários da Educação e de Saúde, tendo em vista que suas atribuições apresentam recursos vinculados, e são considerados, perante a lei, gestores. Isso levaria a uma facilitação do acompanhamento das dificuldades das secretarias envolvidas e da aplicação dos seus recursos. Nesse sentido fica claro que se torna cada vez mais frequente e necessária a implantação do projeto de Controle Interno na gestão municipal, embora seja fatídica a autonomia do município, conforme assegurada e definida tanto na Constituição Federal, quanto na Constituição Estadual, podendo para tanto organizar-se administrativamente como melhor lhe convier. Outro aspecto importante a ser considerado é o fato de que o modelo de Controle Interno a ser implantado na administração municipal deve considerar a realidade econômica e financeira do município. CONCLUSÃO: Portanto, entende-se que o controle interno municipal é de extrema importância para o gerenciamento dos gastos na administração pública, para trazer mais transparência, economicidade, eficiência e eficácia nos procedimentos que são realizadas dentro da administração pública. REFERÊNCIAS: CALIXTO, Giniglei Eudes; VELÁSQUEZ, Maria Dolores Pohmann. Sistema de Controle Interno na Administração Pública Federal. Revista Eletrônica de Contabilidade. Jul/2005. Disponível em: http://w3.ufsm.br/revistacontabeis/anterior/artigos/vIInEspecial/a05vIInesp.pdfCASTRO, Domingos Poubel. Auditoria, Contabilidade e Controle Interno no Setor Público. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2011, p. 147-293-307. NEVES GARCIA, Francisco Aristides. Controle Interno: Inibidor de erros. Revista Pensar Contábil. Nº 2. Rio de Janeiro: 1998. SANTOS, Clezio Saldanha dos. Introdução à Gestão Pública. São Paulo: Saraiva, 2006, p. 68. IDENTIFICAÇÃO: Kenedy Gaia Calandrino, Administrador, para conclusão do curso de MBA em Controle Interno Municipal, da Unipública - Escola de Gestão pública, no ano de 2020.
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