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para esse documento é descrita na Figura 4.1. Figura 4.1: Estrutura de um plano de projeto Planejamento e Gerenciamento de Projetos de Software 41 4.2.2 A Seleção de Pessoal Nem sempre é possível conseguir as pessoas ideais para trabalharem num projeto devido a limitações, tais como: • Orçamento de projeto pode não permitir o uso de pessoal altamente qualificado e, conseqüentemente, bem pago; • Pessoal com experiência apropriada pode não estar disponível; • Pode fazer parte da política da organização desenvolver as habilidades dos empregados durante um projeto de software. Ou seja, projetos podem ser usados como forma de treinar o pessoal. Assim, gerentes têm de alocar o pessoal disponível, dentro das restrições impostas. Muitas vezes, também é papel do gerente participar da seleção para a contratação de pessoal para um projeto. 4.2.3 O Gerenciamento de Riscos Um risco é uma probabilidade de que alguma circunstância adversa aconteça. O gerenciamento de riscos trata da identificação dos riscos e da preparação de planos para minimizar os seus efeitos no projeto. Riscos podem ser classificados de acordo com vários critérios. Uma possível classificação seria: • Riscos de projeto: afetam cronogramas ou recursos; • Riscos de produto: afetam a qualidade ou desempenho do software que é desenvolvido; • Riscos de negócio: afetam a organização que está desenvolvendo ou adquirindo o software. O processo de gerenciamento de riscos pode ser dividido nas seguintes atividades: • Identificação dos riscos: identificar os riscos de projeto, produto e negócio. Esses riscos podem estar associados à escolha da tecnologia, das pessoas, mudanças de requisitos, estimativas do projeto etc.; • Análise dos riscos: avaliar a probabilidade e as conseqüências dos riscos. Uma possível classificação para a probabilidade e para as conseqüências pode ser: Probabilidade: muito baixa, baixa, moderada, alta ou muito alta. Conseqüência: catastrófica, séria, tolerável ou insignificante; • Planejamento dos riscos: preparar planos, definindo estratégias para gerenciar os riscos. As estratégias podem ser: EDITORA - UFLA/FAEPE – Introdução à Engenharia de Software e Qualidade de Software 42 - Estratégias para evitar o risco: a probabilidade de que o risco surja é reduzida. - Estratégias para minimizar o risco: O impacto do risco no projeto ou no produto será reduzido. - Planos de contingência: se o risco surgir, os planos de contingência tratarão aquele risco; • Monitoramento dos riscos: monitorar os riscos ao longo do projeto. Avalia cada risco identificado regularmente para decidir se ele está se tornando menos ou mais provável. Também avalia se as conseqüências do risco têm se modificado. Cada risco-chave deve ser discutido nas reuniões de progresso do gerenciamento. 4.2.4 A Definição das Atividades, Marcos de Referência e Produtos Entregues ao Usuário Associados às atividades, podem existir marcos de referência (“milestones”) ou produtos. Um marco de referência é um ponto final, bem definido, de uma etapa ou atividade. A escolha dos marcos de referência e das suas freqüências de produção está relacionada ao modelo de ciclo de vida utilizado no projeto. Por exemplo, num projeto desenvolvido utilizando o ciclo de vida em cascata, ao final de cada etapa de desenvolvimento, pode haver um marco de referência. Nesse caso, um possível marco de referência seria o modelo de análise e projeto, o qual seria produzido ao final da etapa de mesmo nome. Os marcos de referência podem ser também associados à conclusão de uma atividade. Nesse caso, um marco de referência associado a uma atividade da etapa de análise e projeto poderia ser a produção de um diagrama específico do modelo, como, por exemplo, um diagrama de classes, produzido por uma atividade associada a essa etapa de desenvolvimento. Por outro lado, um produto a ser entregue ao cliente (“deliverable”) diferencia-se do marco de referência justamente pelo fato de que nem todos os marcos de referência são entregues ao cliente. Ou seja, produtos são marcos de referência, mas marcos de referência não são necessariamente produtos. 4.2.5 A Definição do Cronograma O cronograma divide o projeto em tarefas e estima o tempo e os recursos requeridos para completar cada tarefa. Sempre que possível, devem ser definidas tarefas concorrentes de modo a fazer o melhor uso do pessoal. Outra premissa que deve ser levada em conta é tentar definir as tarefas que são independentes umas das outras. Isso evita atrasos causados por uma tarefa que está esperando por uma outra Planejamento e Gerenciamento de Projetos de Software 43 ser completada. No entanto, a definição de bons cronogramas depende da intuição e da experiência dos gerentes de projeto. Ou seja, não existe uma ciência exata que determine a melhor forma de se construir um cronograma. Dentre os principais problemas relacionados à confecção de um cronograma, pode-se citar: • Estimar o esforço associado à resolução dos problemas e, conseqüentemente, o custo do desenvolvimento de uma solução é difícil; A produtividade não é proporcional ao número de pessoas que estão trabalhando numa tarefa; • Adicionar pessoas a um projeto atrasado pode fazer com que ele se atrase ainda mais. Isso ocorre devido ao overhead da comunicação; • O inesperado sempre acontece. Sempre permita a contingência no planejamento e uma “folga” no cronograma; • As tarefas não devem ser muito pequenas, de modo que não haja uma interrupção constante dos desenvolvedores pelo gerente do projeto. Assim, é recomendado que as tarefas tenham a duração entre uma e duas semanas. 4.3 A GERÊNCIA DE PROJETOS SOB A ÓTICA DO PMBOK Ao se abordar o planejamento e a gerência de projeto não se pode deixar de citar o PMBOK – Project Management Body of Knowledge, criado pelo PMI – Project Management Institute. O PMI (www.pmi.org) é uma associação de profissionais de gerenciamento de projetos que existe desde 1969. Essa associação criou em 1986 a primeira versão do PMBOK – Project Management Body of Knowledge. O PMBOK é um guia que descreve a somatória de conhecimento e as melhores práticas dentro da profissão de gerenciamento de projetos. É um material genérico que serve para todas as áreas de conhecimento, ou seja, tanto para construção de um edifício como para a produção de software. A meta do gerenciamento de projetos, segundo o PMBOK é conseguir exceder as necessidades e expectativas dos stakeholders7. Todavia, satisfazer ou exceder essas necessidades envolve um balanceamento entre as várias demandas concorrentes em relação a: • Escopo, tempo, custo e qualidade (objetivos do projeto); • Stakeholders com necessidades e expectativas diferenciadas; • Requisitos identificados (necessidades) e requisitos não identificados (expectativas). 7 O PMBOK [PMBOK2000] define stakeholders como sendo os indivíduos ou as organizações que estão ativamente envolvidos em um projeto, cujos interesses podem afetar positivamente ou negativamente o resultado da execução do projeto. EDITORA - UFLA/FAEPE – Introdução à Engenharia de Software e Qualidade de Software 44 O PMBOK [PMBOK2000] organiza os processos de gerenciamento de projetos em cinco grupos (Figura 4.2): processos de inicialização, processos de planejamento, processos de execução, processos de controle e processos de finalização. Figura 4.2: Processos do gerenciamento de projetos do PMBOK Os processos de inicialização autorizam o início do projeto ou de uma fase do projeto. Os processos de planejamento definem e refinam os objetivos do projeto selecionando as melhores alternativas para realizá-lo. Os processos