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Sistema somatossensorial, regulação da temperatura corporal, dor e endorfinas

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8/16/2021 Sistema somatossensorial, regulação da temperatura corporal, dor e endorfinas
https://cead.uvv.br/saladeaula/conteudo.php?aula=sistema-somatossensorial-regulacao-da-temperatura-corporal-dor-e-endorfinas&dcp=fisiologia-humana&topico=2 1/14
Sistema somatossensorial, regulação da
temperatura corporal, dor e endor�nas
Fisiologia Humana
1. Introdução
O sistema nervoso apresenta duas grandes divisões anatômicas: sistema nervoso central (SNC),
constituído pelo encéfalo e medula espinal, e sistema nervoso periférico (SNP), formado pelos
receptores, neurônios sensitivos e motores e gânglios que são encontrados em várias partes do
corpo. O SNC recebe informações sensoriais originadas em receptores periféricos e levadas por
neurônios aferentes até o córtex cerebral; esses constituem o sistema nervoso sensorial. Após a
chegada da informação sensorial ao córtex cerebral, o sistema nervoso motor é encarregado de
enviar neurônios eferentes que carregam tomadas de decisões envio de ordens motoras para
músculos e glândulas. No Tópico 2 de Neurofisiologia, iremos estudar sobre a organização do
sistema nervoso sensorial e os mecanismos envolvidos na geração e processamento da resposta
sensorial.
Primeiramente, vamos conceituar alguns termos básicos na neurofisiologia:
Conceitos básicos
- Nervo: conjunto de axônios no sistema nervoso periférico;
- Trato: conjunto de axônios no sistema nervoso central;
- Gânglio: agrupamento de corpos celulares de neurônios na periferia;
- Núcleo: agrupamento de corpos celulares de neurônios no sistema nervoso central;
- Nervos cranianos: 12 pares de nervos motores ou sensoriais que se conectam ao cérebro;
- Nervos espinais: nervos motores e sensoriais conectados à medula espinal;
- Neurônios aferentes (sensitivos): conduzem informação sensitiva da periferia para o SNC;
- Neurônios eferentes (motores): conduzem informação motora do SNC para a periferia;
- Interneurônios: conectam um neurônio sensitivo a um neurônio motor no SNC;
- Corno dorsal da medula: região de entrada de estímulos sensitivos pelos neurônios aferentes;
- Corno ventral da medula: região de saída de estímulos motores pelos neurônios eferentes.
8/16/2021 Sistema somatossensorial, regulação da temperatura corporal, dor e endorfinas
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Os neurônios eferentes podem apresentar dois prolongamentos (um dendrito e um axônio), sendo
denominados de bipolares ou somente um prolongamento inicial que se ramifica em dois
prolongamentos, assim denominados de pseudo-bipolares. Os neurônios aferentes e
interneurônios são multipolares, pois apresentam mais de dois dendritos e axônios. Veja imagem
abaixo.
Um papel importante do sistema sensorial é nos ajudar a entender sobre o ambiente ao nosso redor
ou sobre o estado do nosso ambiente interno. Estímulos de fontes variadas e de diferentes tipos são
recebidos pelos receptores sensoriais e transformados em sinais eletroquímicos do sistema nervoso.
Isso ocorre quando um estímulo altera o potencial de membrana celular de um neurônio sensorial.
O estímulo faz com que a célula sensorial produza um potencial de ação que é retransmitido para
áreas específicas do SNC, onde é integrado com outras informações sensoriais para ser codificado
em uma percepção consciente desse estímulo. A integração central pode, então, levar a uma
resposta motora.
Se você perguntar a uma pessoa quais são os sentidos do corpo humano, ela provavelmente falará
os cinco sentidos principais: gosto, olfato, tato, audição e visão. Porém, estes não são todos os
sentidos. O equilíbrio também é um sentido. Além disso, o toque pode ser ainda subdividido em
pressão e vibração. Outros sentidos incluem a percepção da temperatura pelos termorreceptores e a
percepção da dor pelos nociceptores. O sistema sensorial é dividido em somático e dos sentidos
especiais. O sistema nervoso somático é responsável por nossa percepção consciente do ambiente e
por nossas respostas voluntárias a essa percepção por meio dos músculos esqueléticos. Ele é
distribuído por todo o corpo e os receptores estão dentro das estruturas de outros órgãos. São
exemplos os mecanorreceptores da pele, dos músculos ou das paredes dos vasos sanguíneos. Os
Motor Neuron: Neurônio motor (Neurônio eferente). Interneuron: Interneurônio. Sensory Neuron: Neurônio sensorial
(Neurônio aferente).
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8/16/2021 Sistema somatossensorial, regulação da temperatura corporal, dor e endorfinas
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sentidos somáticos do corpo incluem as seguintes as modalidades de percepção: tato, pressão,
vibração, propriocepção, dor e temperatura. Um sentido especial é aquele que tem um órgão
específico responsável, ou seja, o olho, orelha interna, língua e nariz. Os sentidos especiais incluem:
visão, audição, equilíbrio, paladar e olfato.
O sistema sensorial envolve os processos de transdução e transmissão. Transdução refere-se aos
processos pelos quais os estímulos sensitivos ativam os receptores sensoriais e deflagram um
potencial elétrico. Transmissão refere-se ao transporte da informação sensorial em forma de
potencial elétrico para as regiões do cérebro responsáveis pela codificação e interpretação do
estímulo sensorial. Veja o vídeo abaixo que explica como transformar energia química em energia
elétrica, ou seja, em potencial de ação.
2. Receptores sensoriais
Os receptores são as células ou estruturas que detectam sensações e que sofrem alteração por um
estímulo. Os receptores geralmente são proteínas transmembranas que podem ser ativadas por
substâncias químicas chamadas ligantes ou por estímulos mecânicos ou térmicos. Alterações físicas
nessas proteínas aumentam o fluxo de íons através da membrana e podem gerar um potencial de
ação nos neurônios sensoriais. As células do receptor podem ser classificadas com base no tipo de
célula, posição e função. Além disso, podem ser classificadas quanto à funcionalidade: como ocorre
a transdução de estímulos ou como o estímulo gera potencial de ação. Os receptores podem ser: um
neurônio que tem uma terminação nervosa livre, com dendritos localizados no tecido que recebe o
estímulo (ex.: dor e temperatura); um neurônio que tem a terminações nervosas encapsuladas no
tecido conectivo que aumenta sua sensibilidade (ex.: pressão e tato); ou uma célula receptora
especializada, que possui componentes estruturais que interpretam um tipo específico de estímulo
(ex.: fotorreceptores da retina).
Os receptores podem ainda ser categorizados quanto ao tipo de estímulo que transmitem.
Estímulos químicos podem ser interpretados por um quimiorreceptor, como o gosto ou o cheiro
de algo. Osmorreceptores respondem às concentrações de soluto dos fluidos corporais. A dor é
interpretada na presença de substâncias químicas a partir de danos nos tecidos, através de um
nociceptor. Estímulos físicos, como pressão e vibração, são interpretados por um
mecanorreceptor. A temperatura é sentida através de um termorreceptor que é sensível às
temperaturas acima (calor) ou abaixo (do frio) da temperatura normal do corpo.
Quanto à sua localização, os receptores podem ser classificados como: exteroceptor, que está
localizado próximo a um estímulo no ambiente externo (receptores localizados na pele);
interoceptor, que interpreta estímulos de órgãos e tecidos internos (receptores do seio
carotídeo); ou proprioceptor, que está localizado perto do músculo interpretando as posições do
tecido à medida que se move.
Agora, como os receptores sensoriais atuam para transformar vários tipos de energia em energia
elétrica, ou seja, em potencial de ação, que é a energia que nosso cérebro entende? Qual o
mecanismo de ação desses receptores? Basicamente, existemdois mecanismos de ação que são o
mecanismo ionotrópico e o mecanismo metabotrópico. O mecanismo de transdução sensorial
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ionotrópica acontece da seguinte forma: o estímulo sensorial promove a abertura de canais iônicos
da membrana do receptor, promovendo o influxo de íons de carga positiva, como o íon sódio, e
provocando, consequentemente, a despolarização da célula receptora e isso vai gerar um potencial
de ação. Esse mecanismo é simples e rápido. 
Já o mecanismo metabotrópico é um pouco mais complexo e lento quando comparado ao
ionotrópico. Neste caso, o receptor não é um canal iônico isolado. Ele está acoplado a uma proteína
G. Quando ativado pelo estimulo sensorial, o receptor, por sua vez, ativará a proteína G; a proteína
G ativada irá promover a produção de um segundo mensageiro no meio intracelular. Neste caso, é o
segundo mensageiro que irá promover a abertura dos canais iônicos, para que seja gerado o
potencial de ação receptor. A vantagem desse mecanismo é que ele é mais duradouro e consegue
fazer uma amplificação do sinal sensorial.
Os receptores estão organizados em campos receptivos. Quanto maior os campos receptivos, maior
será a quantidade de receptores inseridos dentro deles e o contrário também é verdade. A figura
abaixo demonstra um campo receptivo grande, onde estão situados três receptores em contraste
com um campo receptivo pequeno, onde está situado apenas um receptor sensorial.
Por que regiões do nosso corpo, como dedos e mão, são mais sensíveis ao toque, por exemplo, do
que outras regiões, como nossos braços e antebraços? A resposta é porque essas regiões possuem
campos receptivos menores, por isso, elas possuem maiores quantidades de campos receptivos do
que regiões menos sensíveis, onde os campos receptivos costumam ser maiores.
Campos receptivos pequenos com apenas um único receptor sensorial (à esquerda). Campos receptivos grande com três
receptores (à direita).
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E por que regiões com maior quantidade de campos receptivos são mais sensíveis? Temos que
entender que cada campo receptivo possui uma representação no córtex somatossesonrial, local do
nosso SNC responsável por identificar as sensações produzidas na periferia do nosso corpo. Quanto
maior a quantidade de representações de uma determinada área no córtex, maior será a
sensibilidade daquela área. Dedos e mãos possuem campos pequenos, por isso, possuem muitos
campos e, consequentemente, muita representação cortical. Já braço e antebraço possuem campos
grandes e, por isso, um número menor de campos e baixa representação cortical.
A figura abaixo é denominada homúnculo sensor (homem pequeno). O homúnculo é uma
 representação topográfica das áreas cerebrais e suas relações com partes do corpo. Ele
possui mãos, dedos, lábios, face, língua e orelhas bem grandes. Ao contrário de regiões como o
Abdome, braços, antebraço, pernas e costas. Isso demonstra a representação no córtex
somatossensorial destas áreas com suas respectivas sensibilidades. As regiões maiores possuem
muitos campos receptivos, porque eles são pequenos e, por isso, são regiões de alta sensibilidade.
Já as regiões maiores possuem campos receptivos grandes e menos abundantes, por isso, são
regiões denominadas de baixa sensibilidade.
Representação topográfica das áreas cerebrais e suas relações com partes do corpo.
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8/16/2021 Sistema somatossensorial, regulação da temperatura corporal, dor e endorfinas
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A sensibilidade conferida a essas regiões também dá a elas uma capacidade muito grande de
discriminação tátil. Uma forma de se notar isso é através de uma prática comum denominada
limiar de dois pontos, que é a menor separação entre dois pontos diferentes, porém, adjacentes,
capaze de começar a produzir impressões diferenciadas de tato, quando o indivíduo começa a sentir
que dois pontos estão sendo pressionados naquela região e não apenas um. Perceba, na figura
abaixo, que essas distâncias podem variar muito de uma região para outra. Na panturrilha, para
uma pessoa conseguir discriminar dois pontos, ela precisa de uma distância de mais de 45 mm
enquanto que, no polegar, essa distância é menor que 5m.
O Homúnculo.
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8/16/2021 Sistema somatossensorial, regulação da temperatura corporal, dor e endorfinas
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Você já se perguntou por que, quando uma pessoa mora próximo a um valão, por exemplo, aquele
cheiro horrível que incomoda tantas pessoas não a incomoda? Ou a incomoda em poucos
momentos do dia? Ou já notou que você não percebe a roupa que está usando tocando a sua pele?
Nossos receptores sensoriais possuem uma grande capacidade de adaptação. Quando nosso cérebro
percebe que o estímulo não é nocivo, nosso organismo para de enviar estímulos (potenciais de
ação) para o córtex somatossensorial e aquele estímulo não é mais percebido, embora continue
presente. Existem dois tipos de adaptação: fásica ou rápida e tônica ou lenta. Veja a exemplificação
na figura abaixo de como isso acontece.
Limiar de discriminação entre dois pontos em várias partes corpo humano.
Mecanismos de adaptação de receptores táteis Corpúsculo de Pacine. Parte Superior: Adaptação rápida ou fásica. Parte
Inferior: Adaptação lenta ou tônica.
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8/16/2021 Sistema somatossensorial, regulação da temperatura corporal, dor e endorfinas
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Nas duas situações acima, o estímulo sobre os receptores táteis, corpúsculo de Pacini, são
contínuos, mas os receptores se adaptaram. Por isso, você não está sentindo sua blusa ou calça
tocar sua pele nesse exato momento.
Vamos ver agora como impulso trafega do receptor até chegar ao córtex somatossensonrial, onde a
informação será processada. Os neurônios que transmitem a informação do receptor até o córtex
são divididos em neurônios de primeira, segunda, terceira e quarta ordem. Veja figura abaixo:
Neurônio de primeira ordem: faz sinapse com o receptor e transmite a informação para o SNC.
Neurônio de segunda ordem: recebe a informação do neurônio primário e a leva para o
Tálamo. Cruza a linha média da medula. Por isso, todas as sensações geradas do lado esquerdo do
corpo são processadas do lado direito e vice e versa.
Neurônio de terceira ordem: neurônio talâmico. Processa as informações para que elas sejam
enviadas ao córtex.
Neurônio de quarta ordem: integram as informações mais complexas. Se o estimulo não chegar
até ele, não haverá sensação.
O sistema da coluna dorsal é usado para transmitir informações somatossensoriais sobre tato
discriminativo, pressão, vibração, discriminação de dois pontos e propriocepção, enquanto o
sistema anterolateral (espinotalâmico) transmite informações sobre dor, temperaturae toque
suave.
Vias somatossensoriais demonstrando os neurônios de primeira, segunda, terceira e quarta ordem, com suas respectivas
funções. 
Sistema da coluna dorsal: cruzamento da linha média do neurônio de segunda ordem no tronco encefálico. 
Sistema anterolateral: cruzamento da linha média do neurônio de segunda ordem na medula espinhal.
3. Regulação da temperatura corporal
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Nós mamíferos, juntamente com as aves, somos classificados como endodérmicos. O que isso
significa? Imagine que você entra em uma banheira com uma água muito quente ou está andando
na rua no calor e entra em um ambiente muito frio. Nessas duas situações, seu organismo ativou
mecanismos reguladores para que a brusca variação da temperatura do ambiente não alterasse a
sua temperatura corporal. A termorregulação é um mecanismo pelo qual os mamíferos mantêm a
temperatura corporal por meio de autorregulação controlada rigorosamente, independentemente
da temperatura do ambiente. A regulação da temperatura objetiva a homeostase corporal, ou seja,
garante a preservação um estado interno estável para sobreviver.
Vamos agora entender como o nosso organismo trabalha para a manutenção da temperatura
corporal em valores basais.
A detecção aferente funciona através de receptores para determinar se o corpo está experimentando
um estímulo muito quente ou muito frio. Posteriormente, o hipotálamo é o controlador central da
termorregulação. Por último, as respostas eferentes são realizadas principalmente pelas reações
comportamentais do corpo às mudanças da temperatura corporal. Por exemplo: se uma pessoa está
se sentindo muito quente, a tendência é remover uma peça de roupa externa. Se uma pessoa está
com muito frio, ela prefere usar mais camadas de roupa. As respostas eferentes também consistem
em respostas do corpo para se proteger de mudanças extremas de temperatura, como produção de
suor (sudorese), vasodilatação, vasoconstrição e tremores. Então, vamos estudar esse processo
mais detalhadamente.
Existem receptores para calor e frio em toda a extensão da pele humana. Terminações nervosas
livres estão localizadas logo abaixo da superfície da pele. A densidade de termorreceptores difere
entre as regiões do corpo, por exemplo, são encontrados em maior quantidade na pele das digitais
do que no tronco. Bem como existem mais receptores de frio do que de calor espalhados pelo corpo.
Os receptores de temperatura são estimulados quando as temperaturas do meio externo diferem da
temperatura corporal. Alguns termorreceptores são sensíveis apenas ao frio e outros, apenas ao
calor. Com a temperatura da pele acima de 36°C, só os receptores de calor estão ativados, os
receptores de frio se tornam inativos. Quando a pele esfria abaixo de 36°C, os receptores de calor
são inativados, predominando a ativação dos receptores de frio. A nocicepção é a sensação de
estímulos potencialmente prejudiciais. Estímulo térmico, além do limiar estabelecido, provoca
sensações dolorosas por ativação de vias nociceptivas. O processo de transdução, mediado pelos
termorreceptores, é iniciado por canais presentes na membrana de terminações nervosas livres.
Nos receptores sensíveis ao calor, quando a temperatura aumenta, eles passam do seu estado
fechado para aberto e o contrário ocorre nos receptores de frio: quando a temperatura diminui,
promove a abertura do receptor.
A temperatura corporal média de um ser humano saudável é de aproximadamente 37°C. Esta é a
temperatura na qual as células obtêm o melhor funcionamento. Sem termorregulação, o corpo
humano não seria capaz de funcionar adequadamente.
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Os neurônios sensoriais primários, que contêm os receptores de temperatura, fazem sinapse no
corno dorsal da medula espinal, de onde neurônios aferentes de segunda ordem se dirigem ao
tálamo; desse, partem neurônios aferentes de terceira ordem para o córtex somatossensorial
primário e para a ínsula. Esta via é conhecida como espinotalamocortical e é responsável pela
percepção e discriminação da temperatura cutânea. Uma segunda via sai dos neurônios aferentes
dos receptores cutâneos, que fazem sinapses com outros neurônios aferentes na formação reticular
do tronco cerebral e chegam até ao hipotálamo, na área denominada pré-óptica, responsável pelo
controle da termorregulação e ativação das respostas efetoras de acordo com as alterações na
temperatura. Essa área tem termorreceptores que detectam as alterações térmicas locais e recebe
informações térmicas de várias regiões do organismo por meio dos receptores periféricos. Se o
hipotálamo sentir que a temperatura externa está ficando muito quente ou muito fria, ele enviará
automaticamente sinais para a pele, glândulas, músculos e órgãos. Quando os termorreceptores são
ativados pelo aumento de temperatura (local ou periférico), eles estimulam os neurônios efetores
de perda e inibem os efetores de produção de energia térmica levando à manutenção da
temperatura. Entretanto, quando a temperatura é reduzida, a frequência destes neurônios sensíveis
à temperatura é diminuída de tal modo que a frequência daqueles insensíveis à temperatura
prevaleça, inibindo os efetores de perda e ativando os efetores de produção de calor, resultando na
proteção contra o frio. Os receptores de calor apresentam uma atividade máxima para temperaturas
ao redor dos 40°C. Por exemplo: quando o corpo está em um ambiente externo muito quente, ou
simplesmente passando por altos níveis de atividade, como exercício, a temperatura aumentará;
com isso, o organismo precisa liberar calor. Para isso, o hipotálamo envia sinais eferentes através
de neurônios do sistema nervoso simpático colinérgico (veremos no tópico 3) que irão estimular as
glândulas sudoríparas e produzir vasodilatação, que juntos produzirão suor. Suar é uma estratégia
do corpo para se resfriar. À medida que a temperatura do corpo aumenta, o suor é expelido, os
músculos relaxam e o pelo do corpo fica deitado contra a pele. Estas são todas as maneiras de
liberar calor e, portanto, diminuir a temperatura do corpo. Os receptores de frio exibem uma
atividade máxima para temperaturas situadas em torno dos 25°C. Quando o corpo experimenta um
ambiente frio, os vasos sanguíneos contraem por estímulo simpático noradrenérgico, os músculos
esqueléticos ficam contraídos, levando ao reflexo de tremores rítmicos, e os músculos eretores do
pelo, um tipo de músculo liso, elevam os folículos pilosos. Esses processos, por sua vez, produzem e
retêm calor.
As infecções, geralmente as virais, podem levar a pessoa a desenvolver febre, que se caracteriza pela
temperatura corporal acima de 37°C. Isso ocorre, pois, como mecanismo protetor, o organismo
libera agentes pirogênicos, como as citocinas inflamatórias, os quais aumentam a temperatura do
corpo.
Saiba mais sobre Febre lendo o artigo científico intitulado “Febre e Inflamação”, publicado na
Revista Medicina (Ribeirão Preto) em 1994, disponível no link abaixo:
http://revista.fmrp.usp.br/1994/vol27n1e2/febre.pdf
http://revista.fmrp.usp.br/1994/vol27n1e2/febre.pdf
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4. Dor e endorfinas
Dor em sua origem do latim significa sofrimento. Em inglês, a palavra dor (pain) de origem grega
significa punição. A dor que, em civilizações antigas,já foi associada a espíritos maus dentro do
indivíduo, ao longo do tempo, foi sendo estudada e compreendida como uma sinalização do nosso
organismo para nos informar que há algum dano ocorrendo em nossas células. A Associação
Internacional para o Estudo da Dor (IASP) conceitua dor como uma experiência sensorial e
emocional desagradável associada a um dano tecidual real ou potencial.
A dor é um sinal característico dos mecanismos responsáveis pela defesa do organismo contra o
dano tecidual. A dor apresenta um componente sensorial-discriminativo e outro componente
emocional-afetivo-cognitivo. A integração desses dois componentes é fundamental para a
percepção da dor. O componente sensorial-discriminativo tem a função de detecção e percepção do
estímulo nocivo, bem como sua localização, intensidade, duração e temporalidade. O componente
afetivo-emocional envolve estruturas cerebrais (córtex e sistema límbico) que geram reações
comportamentais frente à dor.
4.1. Dor crônica e aguda
Quanto à classificação temporal, a dor pode ser aguda (fisiológica) ou crônica (patológica). A dor
aguda tem início súbito e duração curta (dias), com tendência à remissão. A dor pós-operatória é
classificada como aguda. A dor crônica persiste além do tempo esperado (meses) de cura da lesão
inicial e tem tendência de piora progressiva. Pode apresentar um componente neuropático. A dor
lombar crônica e a dor oncológica são exemplos de dor crônica. Geralmente, na dor crônica, o
componente emocional-afetivo-cognitivo é ativado.
4.2. Origem da dor
Outra classificação para a dor é com base na sua origem. Temos a dor nociceptiva, onde
nociceptores da pele ou em vísceras são estimulados por agentes lesivos de origem térmica, física,
mecânica, química, entre outros. A dor nociceptiva somática é bem localizada, se manifestando
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em forma de pontada ou queimação e acompanhada por processo inflamatório. A dor
nociceptiva visceral tem padrão de cólicas e desconfortos difusos sem localização bem definida.
A dor neuropática é causada por lesões ou disfunções em nervos centrais ou periféricos.
4.3. Nociceptores
A dor caracteriza-se por queimação, choque ou formigamento. Os nociceptores, ou receptores de
dor, são terminações nervosas livres que respondem a estímulos dolorosos. Os nociceptores são
encontrados em todos os tecidos, exceto no cérebro, e transmitem informações ao cérebro. Três
tipos de estímulos podem ativar os receptores de dor nos tecidos periféricos: mecânico (pressão,
pinça), calor e químico. Os estímulos mecânicos e de calor são geralmente breves, enquanto os
estímulos químicos são geralmente de longa duração. Diversas substâncias químicas ativam
nociceptores aferentes primários. Alguns deles, como potássio, histamina e serotonina, podem ser
liberados pelas células do tecido lesionado ou pelas células sanguíneas circulantes que migram dos
vasos sanguíneos para a área de dano tecidual. Substâncias químicas que modulam a transmissão
da dor são liberadas no tecido extracelular quando ocorre dano tecidual. Eles ativam os
nociceptores, estimulando as terminações nervosas. Esses mediadores químicos incluem histamina,
substância P, bradicinina, acetilcolina e prostaglandinas. Os mediadores podem produzir outras
reações no local da lesão, como vasoconstrição, vasodilatação ou permeabilidade capilar alterada.
Por exemplo: as prostaglandinas induzem a inflamação e potencializam outros mediadores
inflamatórios. Por isso, medicamentos anti-inflamatórios são frequentemente prescritos para
condições dolorosas devido à inflamação. A figura abaixo mostra a ativação de nociceptores por
substâncias químicas endógenas.
Nociceptores e terminações nervosas livres. Note a ativação desses receptores de dor por substâncias químicas como
serotonina e histamina.
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8/16/2021 Sistema somatossensorial, regulação da temperatura corporal, dor e endorfinas
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4.4. Condução do estímulo doloroso
O processo de detecção de lesão tecidual, a nocicepção, se inicia nas terminações nervosas livres
(nociceptores) formadas por fibras aferentes do tipo A delta e C que tem seu corpo celular no
gânglio da raiz dorsal, que emite outro axônio para o corno dorsal da medula espinal. O grau de
mielinização dessas fibras determina qual tipo de dor será detectada. As fibras A delta são finas e
mielinizadas e, portanto, conduzem potenciais de ação mais rapidamente, com isso, transmitem
dor do tipo rápida e são mais fáceis de serem excitadas. Por isso, nociceptores de fibra A delta
detectam dor de origem mecânica e térmica de baixa intensidade. As fibras A delta detectam dor do
tipo aguda e bem localizada. As fibras C são finas, mas não mielinizadas, portanto, a velocidade de
transmissão do impulso elétrico é lenta. Essas fibras detectam agentes nocivos térmicos, mecânicos
e químicos de alta intensidade.
O alívio da dor pode ser observado ao esfregar (estimulação mecânica) uma região dolorosa da
nossa pele. Tal fato pode ser explicado pelo mecanismo da “Teoria da comporta da dor”.
5. Conclusão
Como vimos neste Módulo, o sistema nervoso sensorial é importante para alertar sobre o ambiente
ao nosso redor ou sobre o estado do nosso ambiente interno, almejando, assim, a homeostasia
celular. Estímulos sensoriais de diversas origens e de diferentes tipos estimulam células
especializadas em captar estímulos, denominadas de receptores. Estímulos mecânicos como de dor
estimulam mecanorreceptores e nociceptores. Termorreceptores são ativados pelo calor e frio.
Todos esses estímulos sensitivos são transformados em potenciais de ação e conduzidos por
axônios aferentes contidos em nervos até as regiões específicas do sistema nervoso central. A
informação sensorial é interpretada em uma percepção consciente do estímulo ou pode levar a uma
resposta motora.
6. Referências
8/16/2021 Sistema somatossensorial, regulação da temperatura corporal, dor e endorfinas
https://cead.uvv.br/saladeaula/conteudo.php?aula=sistema-somatossensorial-regulacao-da-temperatura-corporal-dor-e-endorfinas&dcp=fisiologia-humana&topico=2 14/14
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