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D PROCESSUAL PENAL 2021

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DEFINIÇÃO DE INQUERITO
“Inquérito policial é, pois, o conjunto de diligências realizadas pela Polícia Judiciária para a apuração de 
uma infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo”.
Art. 4 A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas 
circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.
O IP tem natureza de procedimento administrativo, e não de processo judicial.
O IP é pré-processual! Daí porque eventual irregularidade ocorrida durante a investigação não gera 
nulidade do processo.
⇒ O IP é inquisitivo (inquisitorialidade)
por ser inquisitivo, não há direito ao contraditório nem à ampla defesa
⇒ Oficiosidade
Em se tratando de crime de ação penal pública incondicionada, a autoridade policial deve instaurar o 
Inquérito Policial sempre que tiver notícia da prática de um delito desta natureza.
⇒ Oficialidade
O IP é conduzido por um órgão oficial do Estado.
⇒ Procedimento escrito
Todos os atos produzidos no bojo do IP deverão ser escritos, e reduzidos a termo aqueles que forem 
orais (como depoimento de testemunhas, interrogatório do indiciado, etc.). FORMALIDADE.
⇒ Indisponibilidade
Uma vez instaurado o IP, não pode a autoridade policial arquivá-lo
⇒ Dispensabilidade
O Inquérito Policial é dispensável, ou seja, não é obrigatório. Dado seu caráter informativo
⇒ Discricionariedade na sua condução
A autoridade policial pode conduzir investigação da maneira que entender mais frutífera, sem 
necessidade de seguir um padrão pré-estabelecido
⇒ Sigiloso
o IP é sempre sigiloso em relação às pessoas do povo em geral, por se tratar de mero procedimento 
investigatório, não havendo nenhum interesse que justifique o acesso liberado a qualquer do povo. 
Todavia, o IP não é, em regra, sigiloso em relação aos envolvidos (ofendido, indiciado e seus advogados), 
podendo, entretanto, ser decretado sigilo em relação a determinadas peças do Inquérito quando 
necessário para o sucesso da investigação (por exemplo: Pode ser vedado o acesso do advogado
NATUREZA E CARACTERÍSTICAS
 Página 1 de INQUERITO 
necessário para o sucesso da investigação (por exemplo: Pode ser vedado o acesso do advogado
a partes do IP que tratam de requerimento de interceptação telefônica formulado pelo Delegado ao Juiz).
 Página 2 de INQUERITO 
variam de acordo com a natureza da Ação Penal que pode ser 
pública incondicionada, 
condicionada ou 
ação penal privada.
instauração do IP nos crimes de ação penal pública incondicionada
⇒ De ofício
toma conhecimento de um fato criminoso, independentemente do meio (pela mídia, por boatos que 
correm na boca do povo, ou por qualquer outro meio), ocorre o que se chama de NOTITIA CRIMINIS.
Quando esta notícia de crime surge através de uma delação formalizada por 
qualquer pessoa do povo, estaremos diante da DELATIO CRIMINIS simples.
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração
penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade 
policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
DELATIO CRIMINIS
classificação da NOTITIA CRIMINIS da seguinte forma:
⇒ Notitia criminis de cognição imediata
Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato em razão de suas atividades rotineiras.
⇒ Notitia criminis de cognição mediata
Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato criminoso por meio de um 
expediente formal (ex.: requisição do MP, com vistas à instauração do IP).
⇒ Notitia criminis de cognição coercitiva
Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato em razão da prisão em flagrante
do suspeito.
INSTAURAÇÃO DO IP
 Página 3 de INQUERITO 
do suspeito.
A DELATIO CRIMINIS, que é uma forma de NOTITIA CRIMINIS, pode ser:
⇒ Delatio criminis simples
Comunicação feita à autoridade policial por qualquer do povo
⇒ Delatio criminis postulatória
É a comunicação feita pelo ofendido nos crimes de ação penal pública condicionada ou ação penal 
privada, mediante a qual o ofendido já pleiteia a instauração do IP.
⇒ Delatio criminis inqualificada
É a chamada “denúncia anônima”, ou seja, a comunicação do fato feita à autoridade policial por 
qualquer do povo, mas sem a identificação do comunicante.
⇒ Requisição do MP
Essa requisição deve ser obrigatoriamente cumprida pelo Delegado 
pode se recusar
• For manifestamente ilegal
• Não contiver os elementos fáticos mínimos para subsidiar a investigação (não 
contiver os dados suficientes acerca do fato criminoso)
Com relação à instauração do IP por requisição do Juiz (prevista no art. 5o, II do CPP), a
Doutrina já há muito tempo criticava tal possibilidade, entendendo ser afronta ao princípio da
inércia e, em última análise, ao sistema acusatório. Hoje, com as alterações promovidas pela Lei
13.964/19, cremos que esta possibilidade se torna absolutamente inviável, tendo havido a
revogação tácita de tal previsão.
Isto porque o novo art. 3o-A estabelece que o processo penal terá estrutura acusatória,
vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do
órgão de acusação.
⇒ Requerimento da vítima ou de seu representante legal
Delegado não está obrigado a instaurar o IP, podendo, de acordo com a análise dos fatos, entender 
que não existem indícios de que fora praticada uma infração penal e, portanto, deixar de instaurar o IP.
Art. 5 (...) § 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de 
presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
 Página 4 de INQUERITO 
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
Caso seja indeferido o requerimento, caberá recurso para o Chefe de Polícia.
⇒ Auto de Prisão em Flagrante
Embora essa hipótese não conste no rol do art. 5° do CPP, trata-se de hipótese clássica de
fato que enseja a instauração de IP. Parte da Doutrina, no entanto, a equipara à notitia criminis e,
portanto, estaríamos diante de uma instauração ex officio.
Formas de instauração do IP nos crimes de Ação Penal Pública Condicionada à Representação
é aquela que, embora deva ser ajuizada pelo MP, depende da representação da vítima, ou seja, a vítima 
tem que querer que o autor do crime seja denunciado.
Representação do Ofendido ou de seu representante legal•
chamada DELATIO CRIMINIS postulatória, que é o ato mediante o qual o ofendido autoriza 
formalmente o Estado (através do MP) a prosseguir na persecução penal e a proceder à
responsabilização do autor do fato, se for o caso.
formalidade necessária
Art. 5 (...) § 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de
representação, não poderá sem ela ser iniciado.
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com 
poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério 
Público, ou à autoridade policial.
Caso se trate de vítima menor de 18 anos, quem deve representar é o seu representante legal. Caso não o faça, entretanto, o 
prazo decadencial só começa a correr quando a vítima completa 18 anos, para que esta não seja prejudicada por eventual inérci a 
de seu representante.
Requisição do MP•
Como nos crimes de ação penal pública incondicionada, o IP pode ser instaurado mediante
requisição do MP, entretanto, neste caso, dependerá da existência de representação da vítima.
Auto de Prisão em Flagrante•
Caso o ofendido não exerça esse direito dentro do prazo de 24h contados do momento da prisão, é 
obrigatória a soltura do preso, mas permanece o direito de o ofendido representar depois, mas dentro do 
 Página 5 de INQUERITO 
obrigatória a soltura do preso,mas permanece o direito de o ofendido representar depois, mas dentro do 
prazo de 06 meses.
Requisição do Ministro da Justiça•
aplica a alguns crimes, como nos crimes cometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, 
crimes contra a honra cometidos contra o Presidente da República ou contra qualquer chefe de governo 
estrangeiro 
Trata-se de requisição dirigida ao membro do MP. MP não estará obrigado a promovê-la.
a requisição do Ministro da Justiça não está sujeita a prazo decadencial, podendo ser exercitada 
enquanto o crime ainda não estiver prescrito.
Formas de Instauração do IP nos crimes de Ação Penal Privada
Requerimento da vítima ou de quem legalmente a represente•
Art. 5o (...) § 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá
proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver
representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido 
por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o 
processo penal.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer 
queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Auto de Prisão em Flagrante•
Caso o ofendido não exerça esse direito dentro do prazo de 24h contados do momento da prisão, é 
obrigatória a soltura do preso, mas permanece o direito de o ofendido representar depois, mas dentro 
do prazo de 06 meses.
Se o inquérito policial visa a investigar pessoa que possui foro por prerrogativa de
função (“foro privilegiado”), a autoridade policial dependerá de autorização do Tribunal para
instaurar o IP.
 Página 6 de INQUERITO 
Diligências Investigatórias
Art. 6 Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos 
criminais;
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o 
respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de 
antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua 
atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem
para a apreciação do seu temperamento e caráter.
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato 
de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. 
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá 
proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
O investigado não está obrigado a participar desta diligência, pois não é obrigado a 
produzir prova contra si.
A autoridade policial ou o MP poderão requisitar dados ou informações cadastrais da vítima ou de 
suspeitos. São eles:
⇒ Sequestro ou cárcere privado
⇒ Redução à condição análoga à de escravo
⇒ Extorsão mediante restrição da liberdade (“sequestro relâmpago”)
⇒ Extorsão mediante sequestro
⇒ Facilitação de envio de criança ou adolescente ao exterior (art. 239 do ECA)
⇒ Tráfico de pessoas
Destinatários da requisição Órgãos públicos Empresas privadas
o membro do MP ou a autoridade policial poderão requisitar, mediante 
autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações 
e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os dados (meios técnicos) que 
TRAMITAÇÃO DO IP
 Página 7 de INQUERITO 
o membro do MP ou a autoridade policial poderão requisitar, mediante 
autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações 
e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os dados (meios técnicos) que 
permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em
curso (como sinais, informações e outros).
o acesso a esse sinal:
⇒ Não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação, que dependerá de autorização 
judicial (apenas dados como local aproximado em que foi feita a ligação, destinatário,
etc.).
⇒ Deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não
superior a 30 dias (renovável uma vez por mais 30 dias). Para períodos superiores 
será necessária ordem judicial
Requerimento de diligências pelo indiciado e pelo ofendido
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que 
será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo
de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. (...)
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial
negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao
esclarecimento da verdade.
Inquérito contra agentes de segurança pública 
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da Constituição Federal 
figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais procedimentos 
extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício 
profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, 
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor.
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da instauração do procedimento 
investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento da 
citação.
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de defensor pelo investigado, a 
autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado o investigado à época 
da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para a 
representação do investigado.
§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores militares vinculados às instituições dispostas 
no art. 142 da Constituição Federal, desde que os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia da 
Lei e da Ordem 
 Página 8 de INQUERITO 
inquérito para apurar possível infração penal relativa ao uso da força letal por determinados agentes 
públicos no exercício da função. São eles: 
•
polícia federal
Polícia rodoviária federal
Polícia ferroviária federal
Polícias civis
Polícias militares e corpos de bombeiros militares
Polícias penais – agentes penitenciários (em âmbito federal, estadual e distrital) 
aplicam também aos militares das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), desde que os fatos 
investigados digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) 
Identificação criminal 
Art. 5º (...) VIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses 
previstas em lei; 
Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dosseguintes documentos:
I – carteira de identidade;
II – carteira de trabalho;
III – carteira profissional;
IV – passaporte;
V – carteira de identificação funcional;
VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado.
Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos documentos de
identificação civis os documentos de identificação militares. 
considera civilmente identificado 
exceções 
Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando:
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si;
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo
despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante
representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa; 
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; 
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado 
impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.
Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou outra 
forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado 
Nomeação de curador ao indiciado 
 Página 9 de INQUERITO 
Nomeação de curador ao indiciado 
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial. 
maioridade civil foi alterada de 21 para 18 anos com o advento do Novo Código Civil em 2002 
atualmente este artigo está sem utilidade 
Forma de tramitação 
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da 
sociedade 
o IP é sempre sigiloso em relação às pessoas do povo em geral, por se tratar de mero procedimento 
investigatório, não havendo nenhum interesse que justifique o acesso liberado a qualquer do povo. 
•
o IP não é, em regra, sigiloso em relação aos envolvidos (ofendido, indiciado e seus advogados), 
podendo, entretanto, ser decretado sigilo em relação a determinadas peças do Inquérito quando 
necessário para o sucesso da investigação 
•
São direitos do advogado 
examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem 
procuração, 
•
STF no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já 
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de 
polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”. 
•
a presença do advogado no interrogatório JUDICIAL é INDISPENSÁVEL, 
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
(...) V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, devendo o respectivo termo ser assinado 
por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; 
Incomunicabilidade do preso 
A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o 
interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir 
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho 
fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em 
qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil 
tal previsão NÃO foi recepcionada pela CF/88 
 Página 10 de INQUERITO 
Indiciamento 
O indiciamento é o ato por meio do qual a autoridade policial, de forma fundamentada, “direciona” a 
investigação, ou seja, a autoridade policial centraliza as investigações em apenas um ou alguns dos 
suspeitos, indicando-os como os prováveis autores da infração penal. 
O ato de indiciamento é PRIVATIVO da autoridade policial 
Art. 2º (...) § 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise 
técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. 
Conclusão do inquérito policial 
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver 
preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou 
no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente. 
Caso o indiciado esteja preso, o novo art. 3º-B, §2º do CPP (com eficácia suspensa pelo STF –) 
estabelece que o prazo pode ser prorrogado pelo Juiz uma vez, por até 15 dias. 
Art. 3-B (...) § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da 
autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 
15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente
relaxada. 
Exceções previstas em outras leis: 
Arquivamento do IP 
Caso entenda que não é o caso de oferecer denúncia, o membro do MP requererá o arquivamento do IP, em 
petição fundamentada, incluindo todos os fatos e investigados. Caso o Juiz discorde, remeterá os autos do IP 
ao PGJ (Procurador-Geral de Justiça), que decidirá se mantém ou não a posição de arquivamento. O Juiz está 
obrigado a acatar a decisão do PGJ (Chefe do MP). 
arquivamento implícito. •
 Página 11 de INQUERITO 
Quando o membro do MP viesse ajuizar a denúncia apenas em relação a 
alguns fatos investigados, silenciando quanto a outros 

Quando o membro do MP viesse ajuizar a denúncia apenas em relação a 
alguns investigados, silenciando quanto a outros 

STF vem , afirmando que não existe “arquivamento implícito” 
ARQUIVAMENTO INDIRETO •
quando o membro do MP deixava de oferecer a denúncia por entender que o Juízo (que estava 
atuando durante a fase investigatória) era incompetente para processar e julgar a ação penal. 
Todavia, o Juízo entendia que era competente, então recebia o pedido de declínio de 
competência como uma espécie de pedido indireto de arquivamento. 
Valor probante dos elementos colhidos no Inquérito Policial 
O direito processual penal brasileiro adota, como regra, o sistema do livre convencimento motivado ou 
persuasão racional no que tange à valoração da prova pelo Juiz 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, 
não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na 
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
liberdade do Magistrado (Juiz) não é absoluta, pois: 
O Magistrado deve fundamentar suas decisões; 
As provas devem constar dos autos do processo; 
As provas devem ter sido produzidas sob o crivo do contraditório judicial – Assim, as provas 
exclusivamente produzidas na fase de investigação (ex.: Inquérito Policial) não podem, por 
si sós, fundamentar a decisão do Juiz, à exceção das provas cautelares, não repetíveis e 
antecipadas. 

Poder de investigação do MP 
MP pode investigar (por meio de procedimentos próprios de investigação) 
MP não pode instaurar e presidir inquérito policial 
Assim, o MP pode investigar por meio de seus PICs (Procedimentos investigatórios 
criminais), mas não pode instaurar, conduzir e presidir o IP. 
 Página 12 de INQUERITO 
DEFINIÇÃO 
Condições da ação penal 
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
 II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal.
A ação deve obedecer a algumas condições. Sem elas a ação penal ajuizada deve ser rejeitada de imediato pelo Juiz. 
PossibilidadeJurídica do pedido 
essa condição da ação, basta que a ação penal tenha sido ajuizada com base em conduta que se amolde em fato 
típico. Assim, não se exige que a conduta tenha sido típica, ilícita e o agente culpável.
Interesse de Agir 
interesse de agir no processo penal está relacionado à existência de lastro probatório mínimo (existência de 
indícios de autoria e prova da materialidade).
Legitimidade ad causam ativa e passiva 
A presença do MP no polo ativo de uma denúncia pelo crime de homicídio é pertinente, pois a Constituição o 
coloca como titular exclusivo da Ação Penal, o que é corroborado pelo CPP. Também deve haver legitimidade 
passiva, ou seja, quem deve figurar no polo passivo (ser o réu da ação) é quem efetivamente praticou o crime5, 
ou seja, o sujeito ativo do crime.
A legitimação ativa para a ação penal e a definição de sua natureza decorre da lei, sendo, de regra, ação pública, 
salvo se a lei expressamente a declara privativa do ofendido. 
CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL
 Página 13 de AÇÃO PENAL 
Espécies de Ação Penal
A ação penal pode ser pública incondicionada, pública condicionada, ou privada. 
AÇÃO PENAL 
Pública
Privada
Incondicionada
Condicionada
Representação
do ofendido 
Requisição do 
Ministro da Justiça 
Exclusiva 
Personalíssima 
Subsidiária da 
Pública 
Ação penal pública incondicionada
titularidade pertence ao Ministério Público, de forma privativa, nos termos do art. 129, I da Constituição da República.
independentemente de qual seja o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, 
Estado e Município, a ação penal será pública.
O DF NÃO INCLUIDO 
contravenção penal, 
não foi recepcionada pela CF-88, na medida em que a ação penal pública (e para 
contravenção penal, sempre teremos ação penal pública incondicionada 
é de titularidade do MP, que deverá dar início ao processo ajuizando a respectiva 
denúncia. Não se admite mais a chamada “ação penal ex officio”.
AÇÃO PRIVADA 
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos em que caiba a ação 
pública , fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos 
de convicção.
este artigo se aplica, inclusive, às ações penais públicas condicionadas. 
AÇÃO PENAL INCONDICIONADA
 Página 14 de AÇÃO PENAL 
princípios regem a ação penal pública incondicionada: 
Obrigatoriedade 
Havendo indícios de autoria e prova da materialidade do delito, o membro do MP deve oferecer a 
denúncia, não podendo deixar de fazê-lo, pois não pode dispor da ação penal. 
Indisponibilidade 
Uma vez ajuizada a ação penal pública, não pode seu titular dela desistir ou transigir, nos termos do art. 
42 do CPP: Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal. 
Oficialidade 
A ação penal pública será ajuizada por um órgão oficial, no caso, o MP. 
Divisibilidade 
Havendo mais de um infrator (autor do crime), pode o MP ajuizar a demanda somente em face um ou alguns 
deles, reservando para os outros, o ajuizamento em momento posterior, de forma a conseguir mais tempo 
para reunir elementos de prova. 
se o membro do MP já dispuser de prova da materialidade e indícios suficientes de autoria, poderá dispensar o 
procedimento investigatório prévio (inquérito policial ou outro) e ajuizar denúncia. 
prazo para que o membro do MP ofereça a denúncia 
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em 
que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver 
solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-
á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos.
05 dias no caso de réu preso e 15 dias no caso de réu solto .
O oferecimento em momento posterior não implica nulidade da denúncia, que pode ser oferecida enquanto 
não estiver extinta a punibilidade do delito.
Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a 
mulher é pública incondicionada.
Em se tratando dos crimes de ação penal pública incondicionada, nos juizados especiais criminais, vigora o princípio 
da discricionariedade regrada.
 Página 15 de AÇÃO PENAL 
Para que o MP (titular da ação penal) possa exercer legitimamente o seu direito de ajuizar a ação penal pública, deverá 
estar presente uma condição de procedibilidade, que é a representação do ofendido ou a requisição do Ministro da 
Justiça, a depender do caso. Em regra, a ação penal é pública e incondicionada. Somente será condicionada se a lei 
expressamente dispuser neste sentido.
Ação penal pública condicionada (à representação do ofendido e à requisição do Ministro da Justiça) 
Ação penal pública condicionada 
Trata-se de condição imprescindível, nos termos do art. 24 do CPP. 
A representação admite retratação, mas somente até o oferecimento da denúncia 
Costumam colocar em provas de concurso que a 
retratação pode ocorrer até o recebimento da 
denúncia. Isto está errado! 
Admite-se, ainda, a retratação da retratação. Ou seja, a vítima oferece a representação e se retrata (volta 
atrás). Posteriormente, a vítima resolve oferecer novamente a representação.

Caso ajuizada a ação penal sem a representação, esta nulidade processual pode ser sanada posteriormente, caso 
a vítima a apresente em Juízo (desde que realizada dentro do prazo de seis meses que a vítima possui para 
representar, nos termos do art. 38 do CP).

Não se exige forma específica para a representação, bastando que descreva claramente a intenção de ver o 
infrator ser processado. Pode ser escrita ou oral (neste último caso, deverá ser reduzida a termo, ou seja, 
ser “passada para o papel”). A jurisprudência admite que o simples registro de ocorrência em sede policial, 
desde que conste informação de que a vítima pretende ver o infrator punido, PODE ser considerado como 
representação.

A representação não pode ser dividida quanto aos autores do fato. Ou se representa em face de todos eles, ou não há 
representação, pois esta não se refere propriamente aos agentes que praticaram o delito, mas ao fato. Quando a 
vítima representa, está manifestando seu desejo em ver o fato ser objeto de ação penal para que sejam punidos os 
responsáveis. Entretanto, embora não possa haver fracionamento da representação, isso não impede que o MP 
denuncie apenas um ou alguns dos infratores, pois um dos princípios da ação penal pública é a divisibilidade. 

A legitimidade para oferecer a representação é do ofendido, se maior de 18 anos e capaz (art. 34 do CP). Embora o 
dispositivo legal estabeleça que se o ofendido tiver mais de 18 e menos de 21 anos tanto ele quanto seu representante 
legal possam apresentar a representação, este artigo perdeu o sentido com o advento do Novo Código Civil em 2002, 
que estabeleceu a maioridade civil em 18 anos.

Se o ofendido for menor ou incapaz, terá legitimidade o seu representante legal. Porém, se o ofendido não possuir 
representante legal ou os seus interesses colidirem com o do representante, o Juiz deve nomear curador, por 
força do art. 33 do CPP (por analogia). Este curador não está obrigado a oferecer a representação, devendo 
apenas analisar se é salutar ou não para o ofendido (maioria da Doutrina entende isso, mas é controvertido).

AÇÃO PENAL CONDICIONADA
 Página 16 de AÇÃO PENAL 
apenas analisar se é salutar ou não para o ofendido (maioria da Doutrina entende isso, mas é controvertido).
Se ofendido falecer, aplica-se a ordem de legitimação prevista no art. 24, § 1° do CPP17 . É importante observar que 
essa ordem deve ser observada. A Doutrina equipara o companheiro ao cônjuge (não é unânime). 

O prazopara representação é de SEIS MESES, contados da data em que a vítima veio a saber quem é o autor do 
delito (art. 38 do CPP).19 

Se o ofendido for menor de idade, o prazo, para ele, só começa a fluir quando completar 18 anos. 
Em caso de óbito da vítima, os sucessores recebem apenas o prazo que restava (ex.: se a vítima faleceu 02 meses 
após descobrir a autoria delitiva, os sucessores terão apenas 04 meses para oferecer a representação);

A representação pode ser oferecida perante o MP, a autoridade policial ou mesmo perante o Juiz. 
Ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça, 
Prevista apenas para determinados crimes, nos quais existe um juízo político acerca da conveniência em vê-los 
apurados ou não. São poucas as hipóteses, citando, como exemplo, o crime cometido contra a honra do 
Presidente da República (art. 141, I, c/c art. 145, § único, do CP).

Diferentemente do que ocorre com a representação, não há prazo decadencial para o oferecimento da 
requisição, podendo esta ocorrer enquanto não estiver extinta a punibilidade do crime. 

A maioria da Doutrina entende que não cabe retratação dessa requisição, ao contrário do que ocorre com a 
representação do ofendido, por não haver previsão legal e por se tratar a requisição, de um ato administrativo.

O MP não está vinculado à requisição, podendo deixar de ajuizar a ação penal. 
 Página 17 de AÇÃO PENAL 
Ação penal privada exclusiva 
É a modalidade de ação penal privada clássica. É aquela na qual a Lei entende que a vontade do ofendido 
em ver ou não a infração ser apurada e o infrator processado são superiores ao interesse público na 
persecução penal. 
princípios regem a ação penal privada: 
Oportunidade – Diferentemente do que ocorre com relação à ação penal pública, que é obrigatória 
para o MP, na ação penal privada compete ao ofendido ou aos demais legitimados proceder à análise 
da conveniência do ajuizamento da ação.

Disponibilidade – Também de maneira diversa do que ocorre na ação penal pública, aqui o titular da 
ação penal (ofendido) pode desistir da ação penal proposta (art. 51 do CPP).

Indivisibilidade – Outra característica diversa é a impossibilidade de se fracionar o exercício da 
ação penal em relação aos infratores. O ofendido não é obrigado a ajuizar a queixa, mas se o fizer, 
deve ajuizar a queixa em face de todos os agentes que cometeram o crime, sob pena de se 
caracterizar a RENÚNCIA em relação àqueles que não foram incluídos no polo passivo da ação. 
Assim, considerando que houve a renúncia ao direito de queixa em relação a alguns dos criminosos, 
o benefício se estende também aos agentes que foram acionados judicialmente, por força do art. 
48 e do art. 49 do CP:

Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público 
velará pela sua indivisibilidade.
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá.
O prazo para ajuizamento da ação penal privada (queixa) 
 É decadencial de seis meses, e começa a fluir da data em que o ofendido tomou ciência de quem foi o 
autor do delito. O STF e o STJ entendem que se a queixa foi ajuizada dentro do prazo legal, mas 
perante juízo incompetente, mesmo assim terá sido interrompido o prazo decadencial, pois o 
ofendido não ficou inerte.
A queixa pode ser oferecida pessoalmente ou por procurador, desde que se trate de procuração com poderes 
especiais, nos termos do art. 44 do CPP.

Caso o ofendido venha a falecer, poderão ajuizar a ação penal: 
▪ Cônjuge 
▪ Ascendente 
▪ Descendente 
▪ Irmão 
deve ser respeitada esta ordem, ou seja, se 
aparecer mais de uma pessoa para exercer o 
direito de queixa, deverá ter preferência 
primeiramente o cônjuge, depois os ascendentes, e 
por aí vai (art. 36 do CPP).
Quando o começa a correr o prazo para estes legitimados? 
o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou 
da residência do réu, ainda que seja conhecido o 
lugar da infração.
AÇÃO PENAL PRIVADA
 Página 18 de AÇÃO PENAL 
Se já foi ajuizada a ação penal – Possuem o prazo de 60 dias para 
prosseguir na ação (sucessão processual), sob pena de perempção

Se ainda não foi ajuizada a ação penal – O prazo começa a correr 
a partir do óbito do ofendido, exceto se ainda não se sabia, nesse 
momento, quem era o provável infrator.

No caso de já ter se iniciado o prazo decadencial de seis meses, com a morte do ofendido esse prazo 
recomeça do zero? Não. 

Os sucessores, neste caso, terão como prazo aquele que faltava para o ofendido. Ex.: Se havia 
transcorrido 04 meses do prazo, os sucessores terão apenas 02 meses para ajuizar a ação penal.
Renúncia, perdão e perempção 
O ofendido pode renunciar ao direito de ajuizar a ação (queixa), e se o fizer somente a um dos infratores, a todos 
se estenderá, por força do art. 49 do CPP:
A renúncia só pode ocorrer antes do ajuizamento da demanda e pode ser expressa ou tácita.
A renúncia expressa é aquela na qual o querelante expressamente informa que não pretende 
ajuizar queixa-crime contra o infrator.
→
A renúncia tácita ocorre quando há a prática de ato incompatível com a vontade de exercer 
o direito de queixa (ex.: convidar o infrator, uma semana após o crime, para ser padrinho de 
seu casamento).
→
O perdão do ofendido poderá ocorrer Após o ajuizamento da demanda 
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a 
todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o 
recusar.
→
A utilização do termo querelado denota que só pode ocorrer o perdão depois de ajuizada a queixa, pois só após 
este momento há querelante (ofendido) e querelado (autor do crime).
O perdão, à semelhança do que ocorre com a renúncia ao direito de queixa, também pode ser expresso ou tácito. No 
primeiro caso, é simples, decorre de manifestação expressa do querelante no sentido de que perdoa o infrator. No segundo 
caso, decorre da prática de algum ato incompatível com a intenção de processar o infrator (ex.: Casar-se com o infrator).
O perdão pode ser: 
• Judicial (processual) – quando oferecido pelo querelante dentro do processo 
• Extrajudicial (extraprocessual) – quando o querelante oferece o perdão FORA do processo (não o faz 
em manifestação processual)
renúncia, que é 
ato unilateral (não 
depende de 
aceitação)
 Página 19 de AÇÃO PENAL 
Diferentemente da renúncia, que é ato unilateral (não depende de aceitação), o perdão é ato bilateral, ou seja, 
deve ser aceito pelo querelado:
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer, 
dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará 
aceitação.
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade. 
o perdão oferecido a um dos infratores se estende aos demais. Porém, se algum deles recusar, isso não 
prejudica o direito dos demais.
O perdão pode ser aceito pessoalmente (pelo ofendido ou seu representante legal) 
ou por procurador com poderes especiais.
PEREMPÇÃO. Na ação penal privada pode ocorrer, ainda, a perempção da ação penal, que é a perda do direito de 
prosseguir na ação como punição ao querelante que foi inerte ou negligente no processo. 

Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias
seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir 
no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado 
o disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva 
estar presente, ou deixar de formularo pedido de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
Ação penal privada subsidiária da pública 
Trata-se de hipótese na qual a ação penal é, na verdade, pública, ou seja, o seu titular é o MP. No entanto, em razão da 
inércia do MP em oferecer a denúncia no prazo legal (em regra, 15 dias se indiciado solto, ou 05 dias se indiciado 
preso), a lei confere ao ofendido o direito de ajuizar uma ação penal privada (queixa-crime) no lugar da ação penal 
pública. Esta previsão está contida no art. 29 do CPP:
Art. 29. 
Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo 
ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os 
termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência 
do querelante, retomar a ação como parte principal.
Art. 38. 
Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de 
representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem 
é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da 
 Página 20 de AÇÃO PENAL 
é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da 
denúncia.
A partir do momento em que se inicia o prazo para a vítima, tanto ela quanto o MP possuem legitimidade para ajuizar a 
ação penal (a vítima para ajuizar a ação penal privada subsidiária e o MP para ajuizar a ação penal pública). Trata-se, 
portanto, de legitimidade concorrente.
Atuação do MP na ação penal privada subsidiária da pública 
atua apenas como fiscal da lei (custos legis). →
Aditar a queixa – Com relação a este aditamento, ele pode se referir a qualquer aspecto (inclusão de réus, 
inclusão de qualificadoras, etc.). Na ação penal privada exclusiva o MP até pode aditar a queixa, mas apenas 
em relação a elementos formais, nunca em relação a elementos essenciais (não pode o MP, na ação penal 
privada exclusiva, incluir um réu, por exemplo).
→
Repudiar a queixa – O MP só pode repudiar a queixa quando alegar que não ficou inerte, ou seja, que não é 
hipótese de ajuizamento da queixa-crime subsidiária. Neste caso, deverá desde logo apresentar a denúncia 
substitutiva.
→
Retomar a ação como parte principal – Aqui o querelante (a vítima) é negligente na condução de causa, 
cabendo ao MP retomar a ação como parte principal (como autor da ação).
→
 Página 21 de AÇÃO PENAL 
Trata-se de modalidade de ação penal privada exclusiva, cuja única diferença é que, nesta hipótese, somente o 
ofendido (mais ninguém, em hipótese nenhuma!) poderá ajuizar a ação. Assim, se o ofendido falecer, nada mais haverá 
a ser feito, estando extinta a punibilidade, pois a legitimidade não se estende aos sucessores, como acontece nos 
demais crimes de ação privada.
Além disso, se o ofendido é menor, o seu representante não pode ajuizar a demanda. Assim, deve o ofendido aguardar a 
maioridade para ajuizar a ação penal privada.
AÇÃO PENAL PERSONALÍSSIMA
 Página 22 de AÇÃO PENAL 
A lei 13.964/19 (chamado “pacote anticrime”) incluiu o art. 28-A e seus §§ ao CPP, criando a figura do “acordo de não 
persecução penal”30, uma espécie de transação entre MP e suposto infrator, a fim de evitar o ajuizamento da denúncia.
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a 
prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o 
Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para 
reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente:
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo;
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto 
ou proveito do crime;
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima 
cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do 
art. 46 do Decreto- Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal);
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto- Lei no 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da 
execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes
aos aparentemente lesados pelo delito; ou
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério
Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada.
Os pressupostos para a proposição, pelo MP, do acordo de não-persecução penal, são:
Tratar-se de infração penal (crimes ou contravenções penais, portanto), sem violência ou grave ameaça à 
pessoa, e com pena MÍNIMA inferior a quatro anos (se for igual a 04 anos, não será cabível!);

O acordo deve se mostrar necessário e suficiente para a reprovação e prevenção do crime;
Presentes os pressupostos, será cabível o acordo, podendo ser fixadas as seguintes condições (cumulativamente ou 
alternativamente, de acordo com as circunstâncias do caso):
Reparação do dano à vítima (salvo impossibilidade de fazê-lo);
Renúncia voluntária a bens e direitos que sejam instrumentos, produtos ou proveitos do crime;
Prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao 
delito diminuída de um a dois terços;

Pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do CP, a entidade pública ou de interesse social;
Cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional e 
compatível com a infração penal imputada

ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL
quinta-feira, 23 de julho de 2020 14:21
 Página 23 de AÇÃO PENAL 
§ 1o Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput
deste artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao
caso concreto.
§ 2o O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses:
I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais,
nos termos da lei;
II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que
indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se
insignificantes as infrações penais pretéritas;
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da
infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão
condicional do processo; e
IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou
praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do
agressor.
§ 3o O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado
pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor.
§ 4o Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual o juiz deverá 
verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua 
legalidade.
§ 5o Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo de não 
persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta de acordo, 
com concordância do investigado e seu defensor.
§ 6o Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz
devolverá os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o
juízo de execução penal.
§ 7o O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos
legais ou quando nãofor realizada a adequação a que se refere o § 5o deste artigo.
§ 8o Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para
a análise da necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento
da denúncia.
§ 9o A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal
e de seu descumprimento.
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não
persecução penal, o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua
rescisão e posterior oferecimento de denúncia.
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado
também poderá ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o
eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo.
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não
constarão de certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no
inciso III do § 2o deste artigo.
 Página 24 de AÇÃO PENAL 
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo
competente decretará a extinção de punibilidade.
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de
não persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão
superior, na forma do art. 28 deste Código.
 Página 25 de AÇÃO PENAL 
PRISÕES CAUTELARES 
“prisão”, no bojo do Direito Processual Penal, duas espécies de medidas privativas de liberdade: •
Prisão pena – É uma punição que decorre da aplicação da lei penal através de uma 
sentença penal condenatória irrecorrível (imodificável). Tem como pressuposto a 
CULPA do agente 

Prisão não-pena – Trata-se não de uma punição (pois ainda não há condenação 
irrecorrível), mas de uma medida de NATUREZA CAUTELAR 

(cautela = cuidado, a fim de se evitar um prejuízo), cuja finalidade pode ser garantir o regular desenvolvimento da 
instrução processual, a aplicação da lei penal ou, nos casos expressamente previstos em lei, evitar a prática de 
novas infrações penais. 
A prisão, antes desse momento (trânsito em julgado da sentença condenatória) é MEDIDA 
EXCEPCIONALÍSSIMA 
Prisão em flagrante 
A prisão em flagrante é uma modalidade de prisão cautelar que tem como fundamento a prática de um fato 
com aparência de fato típico. 
•
Possui natureza administrativa, pois não depende de autorização judicial •
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes
deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. 
A autoridade policial não PODE, ela DEVE efetuar a prisão de quem quer que seja encontrado em situação 
de flagrante delito. 
•
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: 
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer 
pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que 
façam presumir ser ele autor da infração. 
Modalidades 
PRISÃO EM FLAGRANTE
 Página 26 de PRISÕES E LIBERDADE PROVISORIA 
Flagrante próprio (art. 302, I e II do CPP) 
está cometendo o fato criminoso 
acaba de cometer este fato  “com a boca na botija” 
 flagrante real,►
 verdadeiro ou ►
 propriamente dito ►
chamado de 
Flagrante impróprio (art. 302, III do CPP) 
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer 
pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
é necessário que haja uma perseguição, uma busca pelo 
indivíduo, ao final da qual, ele acaba preso. 

 imperfeito, ►
 irreal ou ►
 quase flagrante. ►
chamado de 
Flagrante presumido (art. 302, IV do CPP) 
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou 
papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
não há qualquer perseguição ao suposto infrator 
sendo ele surpreendido, logo depois do crime, com 
instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir 
que ele foi o autor do delito 

 flagrante ficto ou ►
 assimilado. ►
chamado de
Sujeitos da prisão em flagrante 
sujeito ativo da prisão em flagrante é quem efetua a prisão,
sujeito passivo é a pessoa que é presa. 
Quanto ao sujeito ativo, vimos que ele pode ser facultativo ou obrigatório. •
sujeito passivo de uma prisão em flagrante. 
 Página 27 de PRISÕES E LIBERDADE PROVISORIA 
não cabe prisão em flagrante nesses casos, estou me referindo à prisão em flagrante como modalidade de prisão 
cautelar, aquela que é decretada pela autoridade policial. Isso não impede, entretanto, que qualquer
destas pessoas, sendo surpreendida em situação de flagrante, seja conduzida à Delegacia para o
registro do ocorrido e, posteriormente, seja liberada. O que não se permite é que, após a condução e 
apresentação à autoridade policial, a autoridade policial proceda à lavratura do auto
de prisão em flagrante 
A prisão em flagrante possui 04 etapas 
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, 
entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o 
acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita,
colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. 
§ 1º Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso 
de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o 
for, enviará os autos à autoridade que o seja. 
 Página 28 de PRISÕES E LIBERDADE PROVISORIA 
A apresentação espontânea do acusado, embora impeça a prisão em flagrante, NÃO IMPEDE A 
DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA. 
CRIMES HABITUAIS •
Não cabe prisão em flagrante, pois o crime não se consuma em apenas um ato, exigindo-se uma 
sequência de atos isolados para que o fato seja típico 
Modalidades especiais de flagrante 
Flagrante esperado 
autoridade policial toma conhecimento de que será praticada uma
infração penal e se desloca para o local onde o crime acontecerá. Iniciados os atos 
executórios, ou até mesmo havendo a consumação, a autoridade procede à prisão em 
flagrante. TRATASE DE MODALIDADE VÁLIDA DE PRISÃO EM FLAGRANTE 
Flagrante provocado ou preparado 
autoridade instiga o infrator a cometer o crime, valendo-se de um agente provocador, 
criando a situação para que ele cometa o delito e seja
preso em flagrante. NÃO é VÁLIDA 
Flagrante forjado 
Aqui o fato típico não ocorreu, sendo simulado para incriminar falsamente
alguém. É ABSOLUTAMENTE ILEGAL 
FLAGRANTE DIFERIDO OU RETARDADO 
Nessa modalidade a autoridade policial retarda a realização da prisão em
flagrante, a fim de, permanecendo “à surdina”, obter maiores informações e realizar a 
prisão em flagrante em momento posterior, com maior sucesso (prendendo mais 
infratores, obtendo mais elementos de prova, etc.) 
Auto de Prisão em Flagrante em Delito – APFD 
geralmente é lavrado pela autoridade policial do local em que ocorreu a prisão, ou, se não houver neste 
local, a autoridade do local mais próximo, pois é a ela que o preso deve ser apresentado (art. 308 do 
CPP). No entanto, nada impede que um Juiz possa lavrar o APFD nos crimes cometidos em sua 
presença. Nos termos do art. 307 do CPP: 
 Página 29 de PRISÕES E LIBERDADE PROVISORIA 
presença. Nos termos do art. 307 do CPP: 
nada impede que um Juiz possa lavrar o APFD nos crimes cometidos em sua presença. Nos termos do 
art. 307 do CPP: 
Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta, no exercício de suas 
funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão,as declarações que fizer o preso e os 
depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido 
imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimento do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver 
presidido o auto. 
se um Juiz determinar a prisão em flagrante de alguém, poderá ele mesmo lavrar o APFD, remetendo ao Juiz 
competente para apreciar a legalidade da prisão em flagrante e adotar as providências legais. Além disso, a lei 
permite, em tese, que o mesmo Juiz que lavrou o APFD possa apreciar o fato (o que nos parece descabido 
tendo em conta a necessidade de se avaliar, por exemplo, a legalidade da prisão em flagrante – que isenção 
teria o Juiz para avaliar a legalidade de uma prisão em flagrante realizada por ele mesmo?) 
Procedimento da lavratura do Auto de Prisão em Flagrante 
Após ser apresentado o preso em flagrante delito à autoridade policial, esta deverá adotar o 
seguinte procedimento: 
•
se não houver autoridade policial no local da prisão? ►
 Neste caso, o preso deverá ser apresentado logo à autoridade do lugar mais próximo 
E se não houver testemunhas do fato? ►
Nesse caso, não está impossibilitada a prisão em flagrante,
mas deverão assinar, com o condutor, duas pessoas que tenham presenciado a 
apresentação do preso à autoridade policial. Nos termos do § 2° do art. 304 do CPP: 
Art. 304 (...) § 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o 
condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade. 
prisão e o local em que se encontre o preso deverão ser comunicados IMEDIATAMENTE: •
 Página 30 de PRISÕES E LIBERDADE PROVISORIA 
Em 24h
autoridade policial deverá encaminhar o APF ao Juiz►
não constituir nenhum advogado, cópia do Auto de Prisão em Flagrante será 
encaminhada também à Defensoria Pública,
►
receber a “nota de culpa” será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada 
pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.
►
E se o preso se recusar a assinar o APF? 
Nesse caso, pode-se suprir a assinatura do preso pela assinatura de duas testemunhas, •
Art. 304 (...) § 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante 
será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença deste. 
Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a existência de filhos, 
respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos 
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
 Página 31 de PRISÕES E LIBERDADE PROVISORIA 
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em 
flagrante. 
“livrar-se solto”? 
utilizada para definir os casos em que o infrator poderia ser colocado em liberdade sem nenhuma 
exigência. Aplicava-se aos crimes aos quais não se previa pena privativa de liberdade e aos crimes cuja 
pena não ultrapassasse três meses. 
RECEBIDO O AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE O JUIZ DEVE 
Ao Juiz são facultadas três hipóteses: 
Relaxar a prisão ilegal ►
Converter a prisão em prisão preventiva, desde que presentes os requisitos para 
tal, bem como se mostrarem inadequadas ou insuficientes as outras medidas 
cautelares 
►
Conceder a liberdade provisória, com ou sem fiança, a depender do caso ►
Qualquer das decisões tomadas 
pelo Juiz deve ser fundamentada, 
conforme preconiza o
artigo citado. 
Audiência de custódia 
É uma audiência realizada logo após a prisão em flagrante, de maneira a permitir que haja um contato direto 
entre o Juiz e o preso, devendo ser acompanhada por um defensor (advogado constituído, defensor público, etc.) 
e pelo MP. 
A finalidade da audiência de custódia é: 
 Página 32 de PRISÕES E LIBERDADE PROVISORIA 
Verificar a legalidade da prisão ►
Verificar eventual ocorrência de excessos (maus-tratos, tortura, etc.) ►
A audiência de custódia tem previsão legal? A audiência de custódia ATUALMENTE está
regulamentada expressamente na legislação brasileira (art. 310 do CPP), mas sua necessidade já
era extraída do Pacto de San José da Costa Rica, que prevê, em seu art. 7º, item 5, que “toda
pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra
autoridade autorizada pela lei a exercer funções judiciais” 
Na falta de testemunha da prisão em flagrante:
Art. 304, §2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o 
condutor, deverão assiná-lo pelos menos duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade.
Na falta ou impedimento de escrivão:
Art. 305 Na falta ou impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará auto, depois de 
prestado o compromisso legal.
Na falta da autoridade local:
Art. 308 Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à do lugar 
mais próximo.
Art. 302 CPP
I - Está cometendo -----------------> Certeza visual do crime -------> Flagrante Próprio
II - Acabou de cometer --------------> Certeza visual do crime -------> Flagrante Próprio
III - Logo Após + Perseguido -------> Perseguição Ininterrupta -----> Flagrante Impróprio / Quase Flagrante
IV - Logo depois + instrumentos (armas, objetos) ---------------------> Flagrante Presumido / Ficto
 Página 33 de PRISÕES E LIBERDADE PROVISORIA 
PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS 
FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS
Este procedimento é o previsto pelo CPP para a apuração dos crimes praticados por funcionário público 
contra a administração pública. Tratam-se dos crimes funcionais.
Os crimes funcionais podem ser:
• Próprios – Quando a conduta somente é ilícita penalmente quando praticada 
pelo funcionário público contra a administração pública. Exemplo: 
Prevaricação, abandono de função, etc..
• Impróprios – Quando a conduta também é punida quando praticada por um 
particular, modificando-se, apenas, a tipificação legal. Exemplo: O crime de 
peculato-furto é um crime funcional. No entanto, se um particular praticar a 
mesma conduta, embora não se tenha o mesmo crime, a conduta permanece 
penalmente ilícita, sendo considerada furto simples.
O STF possui entendimento no sentido de que somente os crimes funcionais TÍPICOS (sejam 
eles próprios ou impróprios) devem seguir este rito especial previsto no art. 514 e seguintes do 
CPP.

O rito irá variar conforme a natureza do crime. Se estivermos diante de um crime funcional
 inafiançável, teremos um rito. Porém, se estivermos diante de um crime afiançável, teremos outro rito.
Procedimento para os crimes inafiançáveis
crimes funcionais 
inafiançáveis, o rito 
previsto é praticamente 
idêntico ao rito comum 
ordinário
Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo 
processo e julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a 
denúncia será instruída com documentos ou justificação que façam 
presumir a existência do delito ou com declaração fundamentada da 
impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas.
Procedimento para os crimes afiançáveis
Estando a denúncia ou a queixa em devida forma O juiz mandará atuá-la e ordenará a notificação do acusado 
Responder por escrito prazo de 15 dias
Rito especial para os crimes próprios aqueles que a conduta somente é lícita quando praticada por 
funcionário público
CONCEITO
 Página 34 de PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES FUNCI_ 
STJ
É desnecessária a resposta 
preliminar do ART 514 CPP 
Na ação instruída por 
inquérito policial
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em 
devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do 
acusado, para responder por escrito,dentro do prazo de quinze dias.
Parágrafo único. Se não for conhecida a residência do acusado, ou 
este se achar fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a 
quem caberá apresentar a resposta preliminar.
Art. 515. No caso previsto no artigo anterior, durante o prazo concedido para a resposta, os autos 
permanecerão em cartório, onde poderão ser examinados pelo acusado ou por seu defensor.
Parágrafo único. A resposta poderá ser instruída com documentos e justificações.
Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado, se convencido, pela resposta do 
acusado ou do seu defensor, da inexistência do crime ou da improcedência da ação.
Recebida a denúncia, cita o Reú para apresentar resposta a acusação Prazo de dez dias 
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a 
rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por 
escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 
PROCEDIMENTO DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE
DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS (AFIANÇÁVEIS)
Oferecida a denúncia
Juiz rejeita liminarmente
(hipóteses do art. 395 do 
CPP)
Juiz não rejeita liminarmente
Manda autuar e notificar o
acusado para oferecer defesa
escrita, no prazo de 15 dias
Juiz se convence da
inexistência de crime ou
improcedência da ação
Juiz não se convence da
inexistência de crime ou
improcedência da ação
Rejeita a denúncia Manda citar o réu
Processo segue de acordo
com o rito ordinário
OBS 
 Página 35 de PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES FUNCI_ 
O particular que comete crime em concurso com funcionário público 
O particular pode responder por um crime funcional, desde que tenha 
conhecimento da qualidade de funcionário público
•
No entanto a notificação prévia é tão somente para o funcionário público•
O particular responde normal pelo rito do juízo singular•
Notificado -> Defesa prévia em 15 dias (antes do recebimento da Denuncia)
Citado -> Resposta a acusação em 10 dias (Depois de Recebida a denuncia)
 Página 36 de PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES FUNCI_ 
Conceito e natureza 
O HC é uma AÇÃO AUTÔNOMA DE IMPUGNAÇÃO, cuja finalidade é preservar a 
liberdade de qualquer pessoa, quando ameaçada (HC preventivo) ou conceder a liberdade a 
uma pessoa que está presa (HC repressivo).
CF/88 - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar 
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por 
ilegalidade ou abuso de poder; 
O HC está previsto no CPP, no Título referente aos recursos, MAS NÃO POSSUI NATUREZA 
RECURSAL. 
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na 
iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos 
casos de punição disciplinar. 
NOÇÕES GERAIS
 Página 37 de HABEAS CORPUS 
Repressivo (ou liberatório) 
Quando visa a devolver a liberdade a alguma pessoa que se encontra presa. Nesse caso, será 
expedido alvará de soltura. 
Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado o paciente, o juiz decidirá, 
fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas. 
§ 1o Se a decisão for favorável ao paciente, será logo posto em liberdade, salvo se por outro 
motivo dever ser mantido na prisão.
Preventivo 
Aqui o HC é utilizado quando a pessoa se encontra ameaçada em sua liberdade
de locomoção, ou seja, ainda não houve a violação à liberdade de locomoção. É necessário
que esse risco de vir a ser privada de sua liberdade seja CONCRETO, não bastando mera
suspeita ou mero temor de que isso possa vir a acontecer um dia. Sendo procedente o
pedido de HC preventivo, o Juiz expedirá SALVO-CONDUTO, impedindo-se que a pessoa
venha a ser privada de sua liberdade, EM RAZÃO DOS FATOS OBJETOS DO HC. 
Art. 660
(...) § 4o Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaça de
violência ou coação ilegal, dar-se-á ao paciente salvo-conduto assinado pelo juiz.
STF só admite o manejo de HC para impugnar decisões judiciais no bojo do processo relativo a 
crime punido com PRIVAÇÃO DA LIBERDADE.
CLASSIFICAÇÃO
 Página 38 de HABEAS CORPUS 
O HC possui três sujeitos: 
Impetrante 
É aquele que ajuíza o HC. Qualquer pessoa pode impetrar um HC em seu favor ou em favor de 
outra pessoa. Inclusive o MP pode impetrar o HC em favor de alguém. (Não é 
necessária a presença de advogado). A PESSOA JURÍDICA PODE IMPETRAR HC. Os 
inimputáveis e doentes mentais TAMBÉM
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer 
pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério 
Público.
O Juiz não pode impetrar HC, mas pode concedê-lo sem que haja pedido (de ofício). 
art. 654 do CPP: § 2o Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem 
de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na 
iminência de sofrer coação ilegal.
Paciente 
É aquela pessoa em favor da qual se impetra o HC (Impetrante e paciente
podem ser, portanto, a mesma pessoa). 
A pessoa jurídica, por não possuir liberdade de locomoção, não pode ser paciente do HC, 
podendo, no entanto, impetrá-lo em favor de terceira pessoa.
Coator 
É a autoridade (ou o particular) que privou a liberdade de locomoção da pessoa ou que está 
ameaçando privar a liberdade da pessoa. Parte da Doutrina entende que somente a 
autoridade pública pode ser coator. Mas a maioria da Doutrina entende que o particular 
também pode ser coator, quando, por exemplo, impede a liberação de um interno de uma 
clínica hospitalar.
A concessão de habeas corpus de ofício constitui exemplo de exercício de jurisdição sem ação. 
SUJEITOS DO HABEAS CORPUS
 Página 39 de HABEAS CORPUS 
HABEAS 
CORPUS 
Impetrante 
Quem impetra o 
HC 
Qualquer pessoa 
pode impetrar 
(inclusive pessoa 
jurídica) 
Paciente 
Quem está sofrendo a 
ameaça ou coação em 
sua liberdade de 
Locomoção 
Somente PESSOA 
FÍSICA. Pessoa jurídica 
não pode ser paciente 
em HC. 
Coator 
Aquele que pratica a 
ameaça ou coação à 
liberdade de locomoção 
do paciente 
A concessão de habeas corpus de ofício constitui exemplo de exercício de jurisdição sem ação. 
 Página 40 de HABEAS CORPUS 
Cabimento e processamento 
o HC é cabível para fazer cessar coação à liberdade da pessoa, ou para impedir que a ameaça 
de coação da liberdade se concretize. 
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: 
I - quando não houver justa causa; 
 
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; 
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; 
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; 
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; 
VI - quando o processo for manifestamente nulo; 
VII - quando extinta a punibilidade. 
A petição de habeas corpus conterá: 
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e 
o de quem exercer a violência, coação ou ameaça; 
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça 
de coação, as razões em que funda o seu temor; 
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou
não puder escrever, e a designação das respectivas residências. 
§ 2o Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de 
habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está 
na iminência de sofrer coação ilegal. 
Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo escusará a sua apresentação, salvo:
I - grave enfermidade do paciente;
Atipicidade da conduta não é compatível com a 
via estreita do Habeas corpus. 
CABIMENTO DO PROCESSAMENTO
 Página 41 de HABEAS CORPUS 
Il - não estar ele sob a guarda da pessoa a quem se atribui a detenção;
III - se o comparecimento não tiver sido determinado pelo juiz ou pelo tribunal.
Parágrafo único. O juiz poderá ir ao local em que o paciente se encontrar, se este
não puder ser apresentado por motivo de doença.Página 42 de HABEAS CORPUS 
Introdução
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo 
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas 
cautelares, não repetíveis e antecipadas.
“livre apreciação da prova produzida” consagra a adoção do •
sistema do livre convencimento motivado da prova
ou
livre convencimento regrado
diz que o Juiz deve valorar a prova
produzida da maneira que entender mais 
conveniente, de acordo com sua análise 
dos fatos comprovados nos autos.
o Juiz não está obrigado a conferir determinado “peso” a alguma prova. num processo criminal, mesmo que o 
acusado confesse o crime, o Juiz não está obrigado a dar a esta prova (confissão) valor absoluto, devendo 
avaliá-la em conjunto com as demais provas produzidas no processo, de forma a atribuir a esta prova o valor 
que reputar pertinentes. Entretanto, esta liberdade do Magistrado (Juiz) não é absoluta, pois:
• O Magistrado deve fundamentar suas decisões;
• As provas devem constar dos autos do processo;
• As provas devem ter sido produzidas sob o crivo do contraditório judicial – Assim, as
provas exclusivamente produzidas em sede policial (Inquérito Policial) não podem, por
si sós, fundamentar a decisão do Juiz.
O CPP determina que as provas urgentes, que não podem esperar para serem produzidas em outro momento 
(cautelares, provas não sujeitas à repetição, etc.), estão ressalvadas da obrigatoriedade de serem produzidas 
necessariamente pelo crivo do contraditório judicial, embora se deva sempre procurar estabelecer o contraditório 
em sede policial quando da realização destas diligências.
Sistema da prova tarifada
estabelece, diretamente pela lei, determinados “pesos” que cada prova possui, num sistema de 
apreciação bastante rígido para o Juiz.
•
O Brasil não adotou, como regra, o sistema da prova tarifada. No entanto, existem algumas exceções 
no CPP.
•
Sistema da íntima convicção
É um sistema no qual não há necessidade de fundamentação por parte do julgador, podendo ele decidir da 
maneira que a sua “sensação de Justiça” indicar.
•
Também não é adotado como regra no Processo Penal pátrio.
TEORIA GERAL DAS PROVAS
 Página 43 de PROVAS 
Também não é adotado como regra no Processo Penal pátrio.•
tendo sido adotado, porém, como exceção, nos processos cujo julgamento seja afeto ao Tribunal 
do Júri, pois os jurados, pessoas leigas que são, julgam conforme o seu sentimento interior de 
Justiça, não tendo que fundamentar o porquê de sua decisão.
DEFINIÇÃO DE PROVA 
prova é o elemento produzido pelas partes ou mesmo pelo Juiz, visando à formação do convencimento deste 
(Juiz) acerca de determinado fato.
•
o objeto de prova•
é o fato que precisa ser provado para que a causa seja decidida, pois sobre ele existe incerteza
Assim, num crime de homicídio, o exame de corpo de delito é prova, enquanto o fato (existência 
ou não do homicídio – a materialidade do crime) é o objeto de prova.
CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS
Quanto ao seu objeto:
a) Provas diretas – Aquelas que provam o próprio fato, de maneira direta. Exemplo:
Testemunha ocular de um delito, que, com seu depoimento, prova diretamente a ocorrência 
do fato;
b) Provas indiretas – Aquelas que não provam diretamente o fato, mas por uma dedução 
lógica, acabam por prová-lo. Exemplo: Imagine-se que o acusado comprove de maneira 
cabal (absoluta) que se encontrava em outro país quando da ocorrência de um roubo na 
cidade do Rio de Janeiro, do qual é acusado. Assim, comprovado este fato (que não é o fato 
criminoso), deduz-se de maneira irrefutável, que o acusado não praticou o crime (prova 
indireta).
Quanto ao valor:
a) Provas plenas – Aquelas que trazem a possibilidade de um juízo de certeza quanto ao 
fato que buscam provar, possibilitando ao Juiz fundamentar sua decisão de mérito em 
apenas uma delas, se for o caso. Exemplo: Prova documental, testemunhal, exame de 
corpo de delito, etc.;
b) Provas não-plenas – Apenas ajudam a reforçar a convicção do Juiz, contribuindo na 
formação de sua certeza, mas não possuem o poder de formar a convicção do Juiz, que 
não pode fundamentar sua decisão de mérito apenas numa prova não-plena. Exemplos: 
Indícios (art. 239 do CPP), fundada suspeita (art. 240, § 2° do CPP), etc.
Quanto ao sujeito:
a) Provas reais – Aquelas que se baseiam em algum objeto, e não derivam de uma pessoa. 
Exemplo: Cadáver, documento, etc.
os indícios são 
considerados 
provas INDIRETAS e
SEMIPLENAS
 Página 44 de PROVAS 
Exemplo: Cadáver, documento, etc.
b) Provas pessoais – São aquelas que derivam de uma pessoa. Exemplo: Testemunho,
interrogatório do réu, etc.
PROVA EMPRESTADA.
A prova emprestada é aquela que, tendo sido produzida em outro processo, vem a ser apresentada no processo 
corrente, de forma a também neste produzir os seus efeitos.
•
STJ é no sentido de que não se exige que a prova emprestada seja oriunda de processo que envolveu as 
mesmas partes, desde que essa prova emprestada seja, no momento de sua inclusão no processo atual, 
submetida ao contraditório.
•
Quanto ao procedimento:•
a) prova típica – Seu procedimento está previsto na Lei.
b) prova atípica – Duas correntes: a.1) É somente aquela que não está prevista na 
Legislação (este conceito se confunde com o de prova inominada); a.2) É tanto aquela 
que está prevista na Lei, mas seu procedimento não, quanto aquela em que nem ela nem 
seu procedimento estão previstos na Legislação.
Outras classificações:•
a) prova anômala – É a prova típica, só que utilizada para fim diverso daquele para o qual foi 
originalmente prevista.
b) prova IRRITUAL – É aquela em que há procedimento previsto na Lei, só que este procedimento não 
é respeitado quando da colheita da prova.
c) prova “fora da terra” – É aquela realizada perante juízo distinto daquele perante o qual
tramita o processo (realizada por carta precatória, por exemplo).
d) prova crítica – É utilizada como sinônimo de “prova pericial”.
PRINCÍPIOS QUE REGEM O SISTEMA PROBATÓRIO
Princípio do contraditório
Todas as provas produzidas por uma das partes podem ser contraditadas (contraprova) pela outra parte;
Princípio da comunhão da prova (ou da aquisição da prova)
A prova é produzida por uma das partes ou determinada pelo Juiz, mas uma vez integrada aos autos, 
 Página 45 de PROVAS 
A prova é produzida por uma das partes ou determinada pelo Juiz, mas uma vez integrada aos autos, 
deixa de pertencer àquele que a produziu, passando a ser parte integrante do processo, podendo ser 
utilizada em benefício de qualquer das partes. Exemplo: Imagine que o réu arrole uma testemunha,
acreditando que seu depoimento será favorável a ele. No entanto, eu seu depoimento a testemunha 
afirma que viu o acusado praticar o crime. Assim, nada impede que o Juiz se valha da própria prova 
produzida pelo réu para condená-lo, pois a prova não é mais do réu, e sim comum ao processo (comunhão 
da prova).
Princípio da oralidade
Sempre que for possível, as provas devem ser produzidas oralmente na presença do Juiz. Assim, mais valor 
tem uma prova testemunhal produzida em audiência que um mero documento juntado aos autos contendo 
algumas declarações de uma suposta testemunha. Desse princípio decorrem:
c.1) Subprincípio da concentração – Sempre que possível as provas devem ser concentradas na audiência. 
Tanto o é que, com as alterações promovidas pela Lei 11.719/08, as alegações finais, que antes eram 
realizadas mediante a apresentação de memoriais (escritos), atualmente serão, em regra, apresentadas 
oralmente ao final da audiência (podendo, em casos complexos, serem apresentadas por escrito, através de 
memoriais);
c.2) Subprincípio da publicidade – Os atos processuais não devem ser praticados de maneira secreta, sendo 
vedado ao Juiz apresentar obstáculos à publicidade dos atos processuais. Isto deriva

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