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CURSO DE ENFERMAGEM - DISCIPLINA: SAÚDE DO ADULTO Erica Pereira Torres CASO CLÍNICO: PACIENTES CARDIOPATAS CASO CLÍNICO I - Angina C. J., sexo masculino, 54 anos, casado, com três filhos, empresário, trabalha em torno de oito horas por dia em uma jornada de trabalho considerada estressante. Hipertenso e diabético. Pai hipertenso, vítima de morte súbita. Tabagista de longa data, sendo que já tentou abandonar por várias vezes este vício, sem sucesso. Sedentário, pois relata não ter tempo para praticar atividade física, mantendo um IMC em torno de 30. Encontrava-se em uma reunião de negócios, onde durante uma discussão fervorosa com um dos seus colegas de trabalho, apresentou súbita dor torácica com irradiação para a mandíbula, aliviada imediatamente quando sentou e interrompeu a discussão. Após cessar a dor, procurou um serviço de cardiologia para uma consulta. Ao relatar ao médico o que havia acontecido, este solicitou um teste ergométrico, o que o deixou bastante ansioso. Durante a realização do teste, o paciente descreveu novo episódio de dor, sendo então confirmada a suspeita do médico acerca do diagnóstico. Por ocasião da dor, o paciente recebeu vários cuidados de um enfermeiro. Permaneceu em repouso por algumas horas na sala de observação e após o médico solicitar outros exames, foi liberado para casa, ouvindo antes algumas orientações do enfermeiro. Dados Biográficos Nome: CJ Sexo: MASCULINO Idade: 54 anos Estado civil: Casado Filhos: 3 Ocupação: Empresário Queixa principal →Súbita dor torácica com irradiação para a mandíbula, →Alivio imediato ao sentar-se. Estado nutricional IMC 30 Hábitos de vida →Sedentário →Tabagista História da doença pregressa →Hipertenso →Diabético Antecedentes Familiares Pai era hipertenso (Vítima de Morte súbita) Exames Solicitados →Teste ergométrico (obs: Durante a realização do teste, o paciente descreveu novo episódio de dor) Diagnóstico Médico Angina CASO CLÍNICO II M. S., sexo feminino, 59 anos, viúva, não tem filhos, professora, hipertensa, diabética, obesa, apresentando IMC de 32. Está no período da menopausa há três anos sem acompanhamento médico. Fumante e sedentária; Relatos de internações anteriores devido à dor torácica precipitada pelo esforço físico e aliviadas pelo repouso. Usa nitroglicerina sublingual toda vez que sente dor, sendo esta a única orientação médica que segue, visto que as outras orientações para eliminar os fatores de risco para doença cardíaca não são cumpridas. Encontrava-se na residência de sua irmã assistindo televisão quando sentiu uma forte dor em região anterior do tórax com irradiação para o braço esquerdo, que não aliviou com o uso da nitroglicerina. Foi encaminhada ao serviço de urgência mais próximo, aonde chegou apresentando palidez cutânea, dispneia, taquicardia e ainda referindo forte opressão no tórax. Foi transferida imediatamente para UTI, onde foi submetida a uma série de exames diagnósticos. Permaneceu na UTI por cinco dias; após melhora do quadro foi transferida para Enfermaria, e depois de quarenta e oito horas recebeu alta hospitalar. Dados Biográficos Nome: M.S Sexo: FEMININO Idade: 59 anos Filhos: não tem Ocupação: Professora Estado civil: Viúva Moradia: zona rural Queixa principal →Forte dor em região anterior do tórax com irradiação para o braço esquerdo. Obs: não aliviou com o uso da nitroglicerina. →Palidez cutânea/→Dispneia →Taquicardia/ →Forte opressão no tórax Estado nutricional IMC 32 (Obesidade grau II) Hábitos de vida Tabagista Sedentária História da doença pregressa →Hipertensa/ →Diabética/ →Obesa →(Obs: Relata que está no período da menopausa há 3 anos sem acompanhamento médico). Relatos de internações anteriores Relata que foi ao Hospital devido à dor torácica precipitada pelo esforço físico e aliviadas pelo repouso Relato de Uso de Medicações Usa nitroglicerina sublingual toda vez que sente dor Diagnóstico Médico Infarto Agudo Miocárdio Internação Permaneceu na UTI por cinco dias Após melhora do quadro foi transferida para Enfermaria, Alta Hospitalar Após 48 horas 1. Descreva os fatores de risco envolvidos nos dois casos clínicos. FATORES DE RISCO CASO CLÍNICO I – Angina Nome: CJ Sexo: MASCULINO CASO CLÍNICO II - IAM Nome: M.S Sexo: FEMININO →Tabagista →Tabagista →Sedentário →Sedentária →Hipertenso →Hipertensa →Diabético →Diabética →Obeso – IMC: 30 (Obesidade grau II) →Obesa – IMC: 32 (Obesidade grau II) 2. Identifique as principais medicações utilizadas nas situações acima e explique o mecanismo de ação. Principais medicações utilizadas CASO CLÍNICO – Angina e IAM AAS- ÁCIDO ACETILSALICÍLICO Indicações: AAS é indicado para adultos para as seguintes situações, com base nas suas propriedades inibidoras da agregação plaquetária: para reduzir o risco de mortalidade em pacientes com suspeita de infarto agudo do miocárdio, para reduzir o risco de morbidade e mortalidade em pacientes com antecedente de infarto do miocárdio, para a prevenção secundária de acidente vascular cerebral, para reduzir o risco de ataques isquêmicos transitórios (AIT) e acidente vascular cerebral em pacientes com AIT, para reduzir o risco de morbidade e morte em pacientes com angina pectoris estável e instável, para a profilaxia de trombose venosa profunda e embolia pulmonar após imobilização prolongada, por exemplo, após cirurgia de grande porte, para reduzir o risco de primeiro infarto do miocárdio em pessoas com fatores de risco cardiovasculares, por exemplo, diabetes mellitus, hiperlipidemia, hipertensão, obesidade, tabagismo, idade avançada. Apresentação: Comprimido 100 mg. Mecanismo de ação: O ácido acetilsalicílico é usado para várias indicações relativas ao sistema vascular, no alívio da dor e nas afecções febris menores, tais como resfriados e gripe, para a redução da temperatura e alívio das dores musculares e das articulações e distúrbios inflamatórios agudos e crônicos, tais como artrite reumatoide, osteoartrite e espondilite anquilosante. Cuidados de enfermagem: Adotar as medidas de biossegurança, certificar-se pelo prontuário médico o medicamento, a dose, a via, a hora e o paciente a que se destina, verificar se realmente o paciente deglutiu a medicação, ingerir o medicamento com água após as refeições, evitar deitar-se após a ingestão do medicamento, informar ao paciente sobre a ação do medicamento, suspender o uso no mínimo 5 dias antes de qualquer procedimento cirúrgico, salvo quando indicado pelo médico e checar no prontuário. CARVEDILOL Indicações: Hipertensão artérial; insuficiência cardíaca congestiva (tratamento adjunto). Contraindicações: Asma brônquica ou condições relacionadas com broncoespasmo (agrava asma e broncoespasmo, inclusive com risco de morte; foram relatados 2 casos de morte em pacientes que receberam dose única de carvedilol); bloqueio atrioventricular 2° ou 3° grau, bradicardia grave, choque cardiogênico ou síndrome sinusal (risco de depressão futura da contratilidade e condução miocárdicas); diminuição da função hepática ( concentrações de carvedilol podem aumentar 4 a 7 vezes após dose única); insuficiência cardíaca descompensada grave (risco de depressão futura da contratilidade e condução miocárdicas). Apresentação: Comprimido 3,125 mg; comprimido 6,25 mg; comprimido 12,5 mg; comprimido 25 ml. Mecanismo de ação: Anti-hipertensivo; O carvedilol reduz a resistência vascular periférica por vasodilatação, é um potente antioxidante e neutralizador de radicais de oxigênio, exibe efeito antiproliferativo nas células musculares lisas dos vasos sanguíneos e efeitos protetores de órgãos. Cuidados de enfermagem: Adotar as medidas de biossegurança, certificar-se pelo prontuário médico o medicamento, dose, via, hora e paciente a que se destina, verificar se realmente o paciente deglutiu a medicação, informar ao pacientesobre a ação do medicamento, intensificar o controle da pressão arterial e glicemia capilar, comunicar ao médico caso os batimentos cardíacos se mantenham abaixo de 55 por minuto e checar no prontuário. CLOPIDOGREL Indicações: Redução dos riscos ateroscleróticos (acidente vascular tromboembólico; infarto do miocárdio; morte vascular) em pacientes com aterosclerose documentada por infarto no miocárdio recente, acidente vascular cerebral recente ou doença arterial periférica estabelecida. Contraindicações: Sangramento ativo (como hemorragia intracraniana ou úlcera péptica) (risco de sangramento grave). Apresentação: Comprimido revestido 75 mg. Mecanismo de ação: Antitrombótico; o clopidogrel é inibidor da agregação plaquetária. Após a dose oral única de 75 mg, o clopidogrel apresenta meia-vida de aproximadamente 6 horas. Cuidados de enfermagem: Adotar as medidas de biossegurança, certificar-se pelo prontuário médico o medicamento, a dose, a via, a hora e paciente a que se destina, verificar se realmente o paciente deglutiu a medicação, informar ao paciente sobre a ação do medicamento, investigar história de sangramento recente, investigar sobre possíveis doenças hepáticas ou distúrbios de coagulação, devido aos cuidados que deverão ser aumentados e checar no prontuário. ENALAPRIL Indicações: Hipertensão arterial; hipertensão renovascular; insuficiência cardíaca congestiva (tratamento adjunto com diuréticos e digitálicos). Contraindicações: O enalapril é contraindicado para pacientes com hipersensibilidade a qualquer um de seus componentes, pacientes com histórico de edema angioneurótico relacionado a utilização de inibidores da enzima conversora de angiotensina e pacientes com angioedema hereditário ou idiopático. O enalapril não deve ser administrado com alisquireno em pacientes com diabetes. Apresentação: Comprimido 5 mg; comprimido 10 mg; comprimido 20 mg; comprimido 2,5 mg; injetável 1 mg/ ml. Mecanismo de ação: Anti-hipertensivo; Apesar de se acreditar que o mecanismo pelo qual o enalapril diminui a pressão arterial seja essencialmente pela supressão do sistema renina- angiotensina-aldosterona, o qual desempenha importante papel na regulação da pressão arterial, o enalapril é anti-hipertensivo mesmo em pacientes hipertensos com renina baixa. O enalapril também é um vasodilatador na insuficiência cardíaca congestiva portanto, pode também bloquear a degradação de bradicinina, um potente vasopressor peptídico. Cuidados de enfermagem: Adotar as medidas de biossegurança, certificar-se pelo prontuário médico o medicamento, a dose, a via, a hora e paciente a que se destina, verificar se realmente o paciente deglutiu a medicação, informar ao paciente sobre a ação do medicamento, verificar constantemente a pressão arterial e frequência cardíaca, inclusive antes de administrar a medicação e checar no prontuário INSULINA REGULAR Indicações: A insulina regular é indicada para o tratamento de pacientes com diabetes mellitus que necessitam de insulina para a manutenção da homeostase de glicose. Contraindicações: A insulina regular é contraindicada durante episódios de hipoglicemia e em pacientes com hipersensibilidade à insulina humana ou a qualquer um dos componentes da fórmula (a menos que seja usado como parte de um programa de dessensibilização) Apresentação: Frasco de 10 ml contendo 100 unidades (U-100) por ml. Mecanismo de ação: A insulina regular é de ação rápida, sua função é a regulação do metabolismo de glicose. A insulina regular viabiliza o transporte intracelular de glicose e aminoácidos, promove o anabolismo e inibe o catabolismo de proteínas. No fígado, promove a captação e o armazenamento da glicose na forma de glicogênio, inibe a gliconeogênese e promove a conversão do excesso de glicose em gordura. Cuidados de enfermagem: Adotar as medidas de biossegurança, certificar-se pelo prontuário médico o medicamento, a dose, a via, a hora e paciente a que se destina. Atentar-se e comunicar imediatamente à equipe médica sinais e sintomas de hipoglicemia, realizar glicemia capilar e administrar a insulina conforme a prescrição médica, fazendo rodízios dos sítios de aplicação evitando complicações cutâneas como hematomas ou necrose tecidual, não aspirar o embolo após introdução da agulha em tecidos subcutâneos, não massagear o local de aplicação da insulina, após a administração manter o controle glicêmico, manter o medicamento refrigerado entre 2ºC a 8ºC e não congelar. MORFINA Indicações: O sulfato de morfina é um analgésico opioide forte, sistêmico, usado para o alívio da dor intensa. O uso de morfina deve ser reservado para o alívio das manifestações dolorosas mais graves, como no infarto do miocárdio, além da analgesia o fármaco pode aliviar a ansiedade e reduzir o trabalho do ventrículo esquerdo diminuindo a pressão pós carga, usada no tratamento da dispneia associada à insuficiência ventricular esquerda aguda e edema de pulmão, lesões graves ou dor crônica severa associada ao câncer terminal. No alívio da dor do parto, quando administrado pela via intratecal, é eficaz no controle da dor pós-operatória e na suplementação da anestesia geral, regional ou local. Contraindicações: O sulfato de morfina está contraindicado naquelas condições médicas que impedem a administração de opioides pela via intravenosa, em pacientes com alergia à morfina e outros opioides, asma brônquica aguda, obstrução das vias aéreas superiores, insuficiência ou depressão respiratória, estados convulsivos, arritmias cardíacas, coma ou alteração do estado de consciência, estado de choque, aumento da pressão intracraniana ou cérebro-espinhal, tumor cerebral, íleo paralítico, obstrução intestinal, alcoolismo agudo e delirium tremens. A administração de morfina por via epidural (peridural) ou intratecal está contraindicada na presença de infecção no local da injeção, terapia anticoagulante, diátese hemorrágica ou condição médica que contraindique a técnica epidural (peridural) ou intratecal. Apresentação: Comprimido 10 mg, comprimido 30 mg, injetável 10 mg/1ml, injetável 10 mg/10ml (1mg/1ml). Cápsula 30 mg, cápsula 60 mg, cápsula 100 mg. Mecanismo de ação: A morfina é um analgésico narcótico que exerce primariamente seus efeitos sobre o SNC e órgãos com musculatura lisa. Seus efeitos incluem analgesia, sonolência, euforia, redução de temperatura corporal, depressão respiratória relacionada com a dose, interferência com a resposta adrenocortical ao stress, redução da resistência periférica com pequeno ou nenhum efeito sobre o coração e miose. O efeito ocorre dentro de 15 a 60 minutos após a injeção epidural (peridural) ou intratecal e a analgesia dura até 24 horas. Devido a esta longa duração, a manutenção do controle da dor pode ser conseguida com baixas doses diárias (por estas duas vias) não necessitando usar a via intramuscular ou intravenosa. Por via intravenosa o pico do efeito analgésico é obtido aos 20 minutos e a duração da ação analgésica é de 4 a 5 horas Cuidados de enfermagem: Adotar as medidas de biossegurança, certificar-se pelo prontuário médico o medicamento, a dose, a via, a hora e paciente a que se destina. Atentar-se durante a infusão que deve ser feita com extrema cautela, sinais de vertigem, sedação, náuseas, vômito, depressão respiratória, choque e parada cardíaca, observar a melhora do quadro álgico, monitorar os sinais vitais antes e após a administração, intensificar os cuidados de enfermagem, informar ao paciente sobre a ação do fármaco e checar no prontuário. REFERÊNCIAS ANVISA. BULÁRIO ELETRÔNICO DE A-Z. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/index.asp. Acesso em: 16 nov. 2020 BRASIL. Ministério da Saúde. Promoção da Saúde. O que o Índice de Massa Corporal (IMC) diz sobre sua saúde. 2019. Disponível em: http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/53751-o-que-o-indice-de-massa- corporal-imc-diz-sobre-sua-saude.Acesso em: 16 nov. 2020 NORTH AMERICAN NURSING DIAGNOSIS ASSOCIATION. Definições e classificação, 2018-2020. Diagnóstico de enfermagem da NANDA. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018. http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/53751-o-que-o-indice-de-massa-corporal-imc-diz-sobre-sua-saude http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/53751-o-que-o-indice-de-massa-corporal-imc-diz-sobre-sua-saude
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