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Geografia da fome. "Você tem fome de que?"

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE
 CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS – CCT
 CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA LICENCIATURA
 ESPAÇO E CIDADANIA
 SUELLEN INGRID PEREIRA LIMA
 PROFESSOR. DR. GABRIEL AUGUSTO COELHO DE SANTANA
 RESENHA 
 
 FORTALEZA – CEARÁ
 2020
CASTRO. Josué de. Geografia da Fome: o dilema brasileiro: pão e aço. 10. ed. Rio de Janeiro: Antares, 1984. 348p. (Clássico das Ciências Sociais no Brasil).
 Em sua obra, Josué provará que as questões sobre a fome não se tratava do quantitativo de alimentos ou do número de habitantes, mas sim da má distribuição das riquezas concentradas cada vez mais nas mãos de menos pessoas. Por isso, acreditava que a problemática da fome não seria resolvida com a ampliação da produção de alimentos, mas com a distribuição não só de recursos, como também da terra para os trabalhadores nela produzirem, tornando defensor da reforma agrária. 
 O autor irá afirmar que interesses e preconceitos de ordem moral, política e econômica de nossa chamada civilização ocidental tornaram a fome um tema proibido, ou pelo menos pouco aconselhável a ser abordado. Ele realizou um intenso trabalho no sentido de mapear toda a distribuição e concentração da fome no Brasil. O resultado foi a derrubada de alguns mitos: de que a fome decorri de influências climáticas ou de que tal processo era culpa da improdutividade da população que optava pelo ócio, argumentos que são bastante populares ainda hoje. 
 O autor dividiu o país em cinco regiões conforme as características alimentares de cada uma delas. Analisou as características naturais, bem como alguns processos históricos, como a colonização e as transformações políticas e econômicas de cada localidade. Assim, comprovou que a ocorrência da fome e da desnutrição da população não tinha relação com fatores naturais, mas sim políticos, sendo necessária a adoção de políticas de distribuição alimentar e a implantação da reforma agrária. Ele demostra como os processos de colonização e dependência econômica estão diretamente ligados á geração de pobreza e miséria extrema no mundo.
 Josué faz uma alerta para o fato de as pessoas á época relacionarem a fome somente aos horrores das guerras e a imagem de pessoas famintas e descuidadas vindo principalmente do continente asiático com sua superpopulação, suas massas de miseráveis. Ele apresenta a fome coletiva como um fenômeno social generalizado, geograficamente universal, distribuído por todos os continentes do planeta, atingindo inclusive o nosso que já fora chamado de a terra da abundância para onde milhões de europeus imigraram para fugir da pobreza. Castro faz uma inter-relação na importância de estudo entre homem e meio, na busca de qualidade de vida.
 O autor mostra toda a problemática da fome e como deverá ser resolvida, mostra um processo na Amazônia como as pessoas vivem e como fazem para sobreviver, mostra também o processo na região Nordeste, Centro-Oeste, e principalmente no extremo Sul. Ele mostra como a fome é vivida até os dias atuais. Portanto, diante de alguns dilemas da atualidade, tais como aqueles que dizem respeito á sustentabilidade ecológica do planeta e á garantia do direito humano á alimentação, tornando-se imperante reascender a luta que é defendida por Josué de Castro pela adoção de um modelo de desenvolvimento econômico sustentável e uma sociedade sem miséria e sem fome.

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