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INFERTILIDADE INFERTILIDADE ● 80% dos casais que têm relações sexuais regulares (aprox 2 ou mais vezes por semana) durante um ano, e não usam métodos anticoncepcionais, conseguem engravidar; ● Não tendo problemas de fertilidade, a chance de um casal engravidar é de aprox 25% ao mês; Por essa razão, convém esperar pelo menos um ano para se cogitar a infertilidade e iniciar-se a investigação médica; ● A infertilidade pode ser causada por inúmeros fatores relacionados à mulher, ao homem ou a ambos. Na maioria das vezes, ocorre por uma combinação de vários fatores; ● Principais causas da infertilidade na mulher: ○ obstrução nas trompas: óvulo liberado não consegue encontrar o espermatozóide. Ocorre geralmente como consequência de um processo infeccioso (geralmente transmitidas por contato sexual e nem sempre sintomáticas); ○ problemas na ovulação: problemas nos ovários (ex: ovário policísticos) e problemas em outras glândulas (ex: hipertireoidismo, hipotireoidismo) ○ problemas no útero: miomas ou fibromas (tumores benignos) e malformações uterinas (ex: úteros divididos em duas partes - bicorno; e úteros septados) ○ endometriose: presença do endométrio fora do útero: nas trompas, ovários, bexiga, ureteres e pulmões) ○ hostilidade do muco cervical: mais espesso e hostil à penetração dos espermatozóides - teste pós coito ○ doenças crônicas, imc, idade, stress; ● Principais causas da infertilidade no homem ○ detectado basicamente por alterações no espermograma ○ baixo nível: problemas na produção dos espermatozóides (azoospermia ou oligospermia) no testículo - origem hormonal, consequência de de processos infecciosos (por IST ou caxumba), ou por causas não identificadas; ou na saída dos espermatozóides do testículo - obstrução dos canais deferentes ○ álcool e cigarro podem afetar tanto o número quanto a mobilidade dos espermatozoides; álcool pode interferir na produção de testosterona e reduzir a libido, além de causar impotência; drogas como maconha, morfina e heroína levam a um aumento de prolactina, interferindo na produção de espermatozóides; ● Principais causas para ambos: ○ produção de anticorpos antiespermatozoides; MITOS E VERDADES ● A idade da mulher é um fator muito importante na determinação da fertilidade (óvulos mais velhos e útero sem a mesma receptividade); no homem, o declínio da fertilidade é insignificante e geralmente ocorre após os 60 anos; ● Abstinência sexual não aumenta as chances de gravidez; ● A posição e orgasmo não influenciam nas chances de fertilização; ● Útero retrovertido só está relacionado com infertilidade quando consequência de infecção pélvica ou endometriose; PRINCIPAIS EXAMES DURANTE A INVESTIGAÇÃO DA INFERTILIDADE ● Histerossalpingografia (HSG): exame ginecológico de raio X do útero e das trompas que permita avaliar se o útero é normal e se as trompas são permeáveis; ● Ultrassonografia: avalia o tamanho e o formato do útero e dos ovários; ● Exames de sangue para dosagens hormonais: permite determinar se a ovulação da mulher é normal; ● Coleta de secreção vaginal: verifica a presença de infecções ● Exame do muco cervical: permite estudar a receptividade aos espermatozóides (ex: teste pós-coito) ● Biópsia do endométrio: avalia resposta do endométrio à produção hormonal e, portanto, à capacidade de implantação do embrião ABORDAGEM DA INFERTILIDADE NA ATENÇÃO BÁSICA ● A Atenção Básica deve se constituir na porta de entrada para a identificação do casal infértil. Durante a avaliação clínica, devem ser realizados anamnese (história do problema atual, história sexual, menstrual, obstétrica, patológica pregressa e pessoal), exame clínico-ginecológico, exame clínico-urológico, além da solicitação de exames complementares de diagnóstico básicos (Papanicolau, sorologia para sífilis, anti-HIV, hepatite B e C, toxoplasmose IGG e IGM, glicemia de jejum, rubéola e espermograma) e orientações adequadas a cada caso (identificar expectativas, explicar sobre período fértil, etc.) afastando-se patologias, fatores concomitantes e qualquer situação que interfira em futura gestação, tais como diabetes, hipertensão e cardiopatias descompensadas, insuficiência renal crônica, obesidade mórbida e doenças infectocontagiosas e genéticas, entre outras, que ponham em risco a vida da mulher ou do feto. ● A Atenção Básica é um espaço adequado para o aconselhamento reprodutivo, o início da investigação de infertilidade e tratamento de algumas doenças que possam interferir negativamente no processo de reprodução. ● Encaminhamentos: Encaminhar, quando necessário, com resumo clínico, para um serviço de referência em ginecologia/urologia ou especializado em infertilidade, de acordo com a disponibilidade locorregional, conforme os critérios abaixo: ○ Mulher com menos de 30 anos, mais de dois anos de vida sexual ativa, sem anticoncepção. ○ Mulher com mais de 30 anos e menos de 40 anos, mais de um ano de vida sexual ativa, sem anticoncepção. ○ Mulher com mais de 40 anos e menos de 50 anos, mais de seis meses de vida sexual ativa, sem anticoncepção. ○ Cônjuges que apresentam vida sexual ativa, sem uso de anticonceptivos, e possuem fator impeditivo de concepção (obstrução tubária bilateral, amenorreia prolongada, azoospermia etc.), independentemente do tempo de união. ○ Ocorrência de duas ou mais interrupções gestacionais subsequentes. ● Apresenta-se a seguir conteúdo específico, com o intuito de possibilitar o conhecimento de alguns exames que fazem parte da investigação da infertilidade no homem e na mulher. Contudo, esses exames nem sempre estarão disponíveis na Atenção Básica. Portanto, a decisão sobre o momento de encaminhar a pessoa ou o casal para serviço de referência deverá ser da equipe, a depender das condições existentes para seguir com a investigação. Nos casos em que for necessário encaminhar, a equipe básica de saúde deverá continuar o acompanhamento do casal, participando do processo de investigação e tratamento. FATORES PSICOSSOCIAIS RELACIONADOS À FERTILIDADE HUMANA ● Tentativas de gravidez sem sucesso podem gerar ansiedade, frustrações, inveja, culpa ou mesmo raiva; entretanto, uma vez que o casal tenha informações sobre as alternativas de tratamento, irá descobrir que as diversas opções existentes oferecem esperança de sucesso com a gravidez. ● Novo papel social da mulher leva a um adiamento da gestação. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva. 1 ed. 1 reimpr. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. CHEDID, S. Infertilidade. São Paulo: Contexto, 1998.
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