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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - FACULDADE DE DIREITO - Programa de Pós-Graduação em Direito Área de Concentração: Direitos Humanos Direitos e Diversidades - DHU 5008 profa. Dra. Gislene Aparecida dos Santos - análise estrutural - - Analise Estruturada - La hybris del punto cero : ciencia, raza e ilustración en la Nueva Granada (1750-1816) Santiago Castro-Gomez Rebeca Ariel Aparecida de Campos Ferreira Doutoranda em Antropologia Social – PPGAS/USP n.USP 5681031 São Paulo, 2020 - Analise Estruturada - La hybris del punto cero : ciencia, raza e ilustración en la Nueva Granada (1750-1816) Santiago Castro-Gomez 1. Dividir o texto de modo a compreender suas partes. Introdução. p.10-19 Capítulo I. Lugares da Ilustração. p.20-65 • Discurso colonial • Geopolíticas do conhecimento • Paradigmas da modernidade e da colonialidade • Mito da modernidade • Discurso da limpeza de sangue • Colonialidade do poder Capítulo II. Purus ab omnia macula sanguinis. p.66-139 • Imaginário colonial da braquitude • Etnização da riqueza • Sociologia espontânea das elites • Biopoder • Guerra das raças • Capital cultural e capital universitário Capítulo III. Biopolíticas Imperiais. p.140-183 • biopoliticas do governo espanhol • Noções de saúde e doença • O papel da ciência moderna • O papel da medicina e da prática médica Capítulo IV. Conhecimentos Ilegítimos. p.184-227 • Temas da razão botânica • Expropriação epistêmica • Noção de conhecimentos legítimos/ilegítimos • Violência simbólica do discurso científico • Construção da hegemonia cognitiva Capítulo V. Espaços Estriados. p.228-303 • Geografia como ciência • Politicas de controle do território e da população • Construção do lugar antropológico • Geografia das raças • Disputas pelo novo mundo Conclusão/Epílogo. p.304-311 *** 2. Leitura: verificar o que cada capítulo apresenta em forma de um pequeno resumo. p. 13: perspectiva dos estudos culturais em geral e teoria pós-colonial em particular. Teoria pós-colonial: ênfase na ideia de que a expansão colonial da Europa supos a imposição de uma ‘politica imperial da linguagem’. Fenômenos linguísticos são parte da colonização, linguagem como instrumento de domínio. Pelas línguas modernas europeias, possibilidade de uma ‘arqueologia do colonialismo’. Foucault (1984): sobre a ‘gramática geral’, que se funda no pressuposto de que a estrutura da ciência tem analogia com a estrutura da linguagem e que ambas são reflexos da estrutura universal da razão. Nesse sentido [p.14], no seculo XVIII a Ilustração e sua pretensa criação de uma metalinguagem universal: linguagem da ciência que busca geral um conhecimento ‘exato’ sobre o mundo – natural e social. Trata-se do ‘ideal cientifico ilustrado’, que busca tomar distancia epistemológica do cotidiano (entendido como fonte do erro) e se colocar no ponto zero ‘el punto cero’, não se trata de um lugar especifico no mapa e sim numa pretensa plataforma neutra de observação, a partir da qual o mundo pode ser nomeado, em sua essencialidade = o ponto zero de observação, que proporcionaria a pura estrutura universal da razão. Se pergunta [p.14]: ¿Suede hablarse de una política imperial de la ciência que funcionó de forma semejante a la política colonial del lenguaje? (Reinhard, 1982). ¿Puede ser vista la ciência como “discurso colonialista” producidos al interior de una estructura imperial de producción y distribución de conocimientos? Castro-Gomez responde que sim e seu objetivo aqui é mostrar que essa politica do não lugar assumida pelas ciências humanas do século XVIII tem, em verdade, um lugar bastante específico no mapa da sociedade colonial e funcionou como uma estratégia de controle sobre as populações subalternas. Sua hipótese: creendo em uma linguagem capaz de revelar a essência das coisas, os pensadores ilustrado – estando eles na Europa ou na América – assumem que a ciência é capaz de traduzir e documentar as características da natureza e da cultura; ou seja, o discurso ilustrado adquire um caráter etnográfico e as ciências humanas se tornam como uma “Nueva Crónica” do mundo nas americas, o cientista ilustrado assume papel similar aos cronistas do século XVI. seu interesse é: examinar de que modo a “América” é objeto de conhecimento e está no centro do discurso iluminista [p. 15. ‘América fue leída y traducida desde la hegemonía geopolítica y cultural adquirida por Francia, Holanda, Inglaterra y Prusia, que en ese momento fungían como centros productores e irradiadores de conocimiento’.]. - isso leva a analisar o ‘locus enuntiationis’: o que faz a partir de três conceitos. O 1 o . CONCEITO: A noção de habitus, por Pierre Bourdieu, que nessa reflexão é considera em relação com a noção de capital cultural, do mesmo autor. Com a seguinte hipótese: que a ‘limpieza de sangre’ [limpeza de sangue] atuou como habitus a partir do qual a ilustração europeia foi traduzida e enunciada na Colombia – a crença na superioridade étnica dos criollos sobre os demais grupos populacionais. Nesse sentido, a blancura [aqui será posto como branquitude] atuou como capital cultural, garantia de acesso ao conhecimento e também como marca da distancia social. Os criollos ilustrados projetaram seu próprio habitus de distanciamento étnico [a sociologia espontânea] no discurso cientifico, com a pretensão da verdade, neutralidade e objetividade. p. 16. não se trata, contudo, de simples transposição de significados realizadas a partir de um lugar pretensamente neutro – el punto cero, mas uma estratégia de posicionamento social da elite frente aos grupos subalternizados. O 2 o . CONCEITO: noção de biopolítica , por Michel Foucault , para analise do segundo aspecto da ilustração em Nova Granada: esforços do império espanhol em implementar uma politica de controle sobre a vida nas colonias, em meados do seculo XVIII, no âmbito da busca por manter sua hegemonia, considerando que outras potenciais tomavam o cenário geopolítico. Coroa espanhola fez uso dos discursos da ciência moderna para exercer controle racional sobre a população e sobre o território das colônias, sobre processos vitais da população convertendo-nos em politicas de governo, para racionalizar a administração do estado e aumentar a produção de riquezas. Aqui, a ilustração é lida e traduzida pelas (bio)políticas imperiais e, como consequência, a elite de Nova Granada se posiciona e reage a tal politica de estado, na medida em que ameaçavam o “habitus criollo de la limpieza de sangre”, porque os locus de enunciação da elite criolla e do estado espanhol não coincidem: “mientras que el Estado enuncia la Ilustración europea desde un interés imperial, los criollos neogranadinos lo hacen desde un interés “nacional”” (p.16). Dai a emergencia de um protonacionalismo criollo, marcado pelo imaginário da limpeza de sangue [habitus] e que em meados do século XIX adquire uma forma própria de expressão biopolitica. O 3 o CONCEITO: de colonialidad del poder , tal como desenvolvido por Aníbal Quijano, Walter Mignolo y Enrique Dussel. Tratando da dimensão cognitiva das relações coloniais de poder, que se vê pela produção, circulação e assimilação do conhecimento. Explora duas das dimensões da colonialidade do poder: 1a como a ciência ilustrada foi manejada (tanto pelo estado espanhol quanto pela elite local) como mecanismo de eliminação das outras formas de conhecer o mundo, dos demais saberes das populações nativas, substituindo-as por uma forma única e pretensamente verdadeira de saber: a racionalidade Técnico-Científica da modernidade (p.16/17). 2a como a constituição das ciências humanas se relaciona com a colonialidade do poder (p.17). Também menciona outros conceitos para tal reflexão – o Orientalismo, de Said – para pensar como as ciências humanas seatrelam a experiência colonial europeia: as oposições entre a noção de barbárie/civilização e tradição/modernidade dos opostos povos americanos, asiáticos e africanos diante dos povos europeus = que são a base de disciplinas, sociologia e antropología sobretudo, e são categorias de análise, que também servem como instrumento de consolidação do projeto imperial e civilizatório do ocidente, que se impõe sobre os demais povos e a eles impõe seus valores, que considera essencialmente superiores [p.17: “las ciências humanas y la colonialidad son fenómenos estrechamente relacionados”]. A ciência se coloca como discurso universal. Mas, se pergunta (p.18) ¿cómo fue posible entonces la traducción in situ que de ella hicieron los pensadores neogranadinos hacia fi nales del siglo XVIII? Para isso, analise do contraste entre o ‘não lugar’ da ciência e o lugar onde ocorre sua tradução. Nese sentido, retoma o conceito de “punto cero”: o imaginário segundo o qual um observador do mundo social poderia se colocar numa plataforma neutra de observação, ali sendo capaz de ter uma visão pretensamente soberana sobre o mundo. Habitam o ponto zero os cientistas e os filósofos, que “están convencidos de que pueden adquirir un punto de vista sobre el cual no es posible adoptar ningún punto de vista”, pretensão essa que o autor associa a imagem teológico do‘Deus absconditus’, que observa sem ser visto, e também ao panoptico de Foucalt. Tem-se aqui ‘la hybris del pensamiento ilustrado’ = a hybris do ponto zero. P. 19, hybris porque é, para os gregos, o pior de todos os pecados, sinônimo de arrogância. Tal pecado, no entanto, foi institucionalizado pela elite colonial, transformou-se num ‘proyecto criollo del Estado nacional’. trata do discurso colonial e das geopolíticas do conhecimento, que o discurso cientifico das elites não foram ideias que operavam apenas dentre um pequeno grupo letrado, mas que foi o alicerce de um habitus colonial formado já formado nos seculos XVI e XVII: o imaginário da limpeza de sangue (esse foi o imaginário colonial a partir do qual a modernidade foi lida e foi traduzida, foi anunciada e foi assimilada na colonia). Nesse sentido, argumenta que não há desencontros entre a modernidade na América latina, ao contrario: “modernidad y colonialidad no son fenómenos sucesivos en el tiempo, sino simultáneos en el espacio” (p.20). Trata então do projeto de Cosmópolis (1.1, p.23), dentro do qual analisa o que chama de ‘plano da transcendencia’ (1.1.1; p.25), a negação da simultaniedade (1.1.2; p.33) e a ideia de ‘raças imaturas’ (1.1.3; p.38). E passa ao paradigma da modernidade e da colonialidade (1.2., p.42), onde analisa a chamada ocidentalização do oriente (1.2.1, p.42), o mito da modernidade (1.2.2.; p.47), o discurso da pureza de sangue (1.2.3; p.53) e a colonialidade do poder (1.2.4; p.61). Neste, Castro-Gomez foca no imaginário colonial da branquitude e da pureza de sangue, ao redor dos quais foi construída a subjetividade dos atores sociais em Nova Granada no seculo XVI. Destaca que o ‘ser branco’ não necessariamente diz respeito à cor da pele, mas sobretudo com a personificação e encenação de um imaginário cultural no qual estão crenças religiosas, vestimentas, modos de comportamento, ‘certificados de nobreza’ e formas de produzir conhecimentos. Trata da etnização da riqueza (2.1; p.68), considerando o que define como sociologia espontânea das elites (2.1.1; p.73), os modos de manter, legitimar e naturalizar os lugares sociais e as distancias entre eles (2.1.2.; p.81) e as táticas do dominador e do subalterno (2.1.3, p.89). Segue ao biopoder e ao que denomina de guerra das raças (2.2.; p.96), desenvolvendo a sua teorias a partir de três referencias fundamentais que chama de ‘perspectiva do todo’ (2.2.1. p.96), o ‘rosto de Maquiavel’ (2.2.2.; p.101) e a ‘nostalgia do apartheid’ (2.2.3.; p. 108). O capital universitário enquanto capital cultural e elemento de diferenciação é discutido pelo que define de ‘muros da cidade letrada’ (2.3., p.114), muros estes pintados de branco (2.3.1, p.116), das batalhas pelo capital universitário (2.3.2. p.125), o que sintetiza na alusão ao ‘cadáver do doutor Eugênio’ (2.3.3, p.133). Focando nas biopoliticas imperiais, Castro-Gomez se volta às questões referentes à saúde e à doença enquanto marco das reformas do governo espanhol nas coloniais. Com isso, demonstra como a ciência moderna e a prática medica serviram como instrumento de consolidação de fronteiras étnicas que agiam assegurando a proeminência social da elite criolla em Nova Granada. Parte ao fenômeno de desmagicalização do mundo (ou o que chama de ‘declínio da caridade’, 3.1., p.142); a analogia com a infestação das cidades (3.2.; p. 149) e as mariposas destruidoras da república (3.3., p.149), sendo o hospital o ‘sonho da razão’ (3.4. p.161). Em seguida, finda com as reflexões a partir dos fenômenos de ‘domesticação do azar’ (3.5. p. 168) e ‘licença para curar’ (3.6.; p.173). Neste capítulo, Castro-Gomez se aprofunda na ciência e na ilustração enquanto dispositivos de expropriação epistêmica. Volta-se a violência simbólica do discurso cientifico, tal como enunciado pelas elites criollas locais e sancionado pelas geopolíticas imperiais do estado espanhol. Processo no qual não se impõe somente a superioridade de uns sobre os outros, mas também a superioridade dos saberes de uns sobre os saberes dos outros, configurando um aparato de expropriação epistêmica e de construção da hegemonia cognitiva pelos criollos no espaço social. Segue a análise pela argumentação do que chama de ‘filhos da maldição’ (4.1; p.186), discutindo então a cor da razão (4.1.1; p.193) e a ideia de que há etnias ‘contagiosas’ (4.1.2. p.200). Aprofunda tais concepções pelos temas da razão botânica (4.2., p.204), nas supostas regras que direcionam espíritos (4.2.1; p.205), nas ‘viagens de los adanes criollos’ (4.2.2, p. 209), e na ‘cerveja mágica de Mutis’ (4.2.3. p.216). No ultimo capitulo da obra, Castro-Gomez vai à geografia, às politicas de controle do território e da população, mostrando que tais politicas não respondiam tao somente aos imperativos geopolíticos do estado espanhol, mas também as intenções da elite criolla local, como meio de impor a sua hegemonia sobre as demais e diversas populações. Desenvolve a tese da geografia como ‘ciência rigorosa’ (5.1.; p.230), passando pela cosmografia e pela própria geografia (5.1.1; p.231), e indo em ‘viaje al centro de la tierra’ (5.1.2, p. 237). Vai à construção do ‘lugar antropológico’ (5.2.; p.247), pelo projeto do ‘atlas econômico’ (5.2.1.; p.248), pelas ‘poblaciones transhumantes’ (5.2.2; p.258) e ao projeto e fenômeno da geografia das raças (5.2.3.; p.263). Ao final, analisa os criollos, ou melhor, a luta da elite local numa disputa do/pelo Novo Mundo (5.3.; p.273), pelo próprio olhar imperial (salvajes y europoides, 5.3.1. p.273), como a ‘periferia escreve de volta’ (the periphery writes back, 5.3.2. p.284), pela ‘entranãs de la bestia’ (5.3.2.1. p. 284) e pelo ‘contra ataque’ dos criollos (el criollo contraataca, 5.3.2.2, p.292). *** 3. Análise: decompor o conjunto até chegar a seus elementos mais singulares. TEMAS • NUEVA GRANADA, período “mixto” (1750-1816): quando a elite criolla se identificou com as biopoliticas ilustradas do império espanhol [ORDEM COLONIAL] simultaneamente a busca por um lugar ‘nacional’ [ORDEM MODERNA]. • Imaginário cultural da elite criolla + Ascensão da elite criolla (legitimada pelo acesso e posse do ‘conhecimento’) = COLONIALIDADE DO SABER E DO PODER. • Imaginário colonial da branquitude + intensificação dos processos de mestiçagem (recusa a ‘macha de la tierra’) = embranquecimento (não apenas da pela mas também do comportamento e do conhecimento) / LIMPEZA DE SANGUE. • Ideal cientifico do ponto zero: distanciaepistemológica, rompimento com a gramatica local, acesso a uma plataforma pretensamente universal, pela qual se observa o mundo e o nomeia = Imaginário cientifico do lugar epistêmico não contaminado = HYBRIS DO PONTO ZERO. • CIÊNCIA COMO DISCURSO: legitimação narrativa dada pela ciência para praticas de controle e hierarquização. A ilustração europeia traduzida e enunciada em nueva granada. Dai fundamental pensar o locus de enunciação do conhecimento. Tese da PUREZA DE SANGUE funciona como a tradução cultural da ilustração em nueva granada. ali o imaginário cientifico do PONTO ZERO e o imaginário colonial da BRANQUITUDE coexistiam. • PONTO ZERO – ciência é dispositivo de representaçao étnica, a partir do qual o outro é classificado, nomeado e despojado. Seus conhecimento também. Vai tudo a GRAMATICA DO IMAGINÁRIO DA PUREZA DE SANGUE. HYBRIS DO PONTO ZERO. Representação cientifica do espaço, que os mapas fundamental essa dominação – geopolitica do conhecimento – base é mas alla de Europa e mas atrás de Europa como equivalentes. • *** MODERNIDADE E COLONIALIDADE pertencem a mesma matriz genética e são mutuamente dependentes. Não ha uma sem a outra. Europa só poder ser o centro em oposição às periferias. • Missão civilizatória europeia tem papel no conhecimento cientifico e o conhecimento cientifico tem papel da missao civilizatória europeia. America incorporada como periferia, geocultura e dominação territorial, econômica, mão de obra, materia prima e também elemento discursivo para constituição da modernidade. • Da constituiçaõ da subjetividade moderna – dussel e duas modernidades, a 1a do ethos católicos, humanista e renacentista e a 2a da burguesia e novas potencias hegemonias. [mito da modernidade, da 2a como modernidade por excelencia. • Expropriação EPISTEMICA ocorre justamento a partir do ponto ZERO, dele se constroi os espaços de exclusao. É A DIMENSAO EPISTÊMICA DO COLONIALISMO, mito do eurocentrismo e eliminação da alteridade – inclusive epistêmica. Isso data da descoberta da america, base para que no seculo XVIII a Europa crie uma visão de si na racionalidade técnico cientifica, sua pretensa superioridade. Da centralidade da Europa no sistema mundo, a partir da conquista da america – fundação da modernidade. PROBLEMAS E TESES • NAÇÃO é MODERNA e é COLONIAL = duas faces de mesma moeda. • Relação entre ‘ciência ilustrada da língua’ e ‘politica ilustrada da língua’: decreto de 1770 promulga o espanhol como língua única e oficial das colonias da Espanha. Por conseguinte: as línguas indígenas como ‘etapa primitiva da evolução’ (como doxa, a ‘pré historia’ da episteme ocidental). • A ciência se coloca como discurso universal. Mas, se pergunta (p.18) ¿cómo fue posible entonces la traducción in situ que de ella hicieron los pensadores neogranadinos hacia fi nales del siglo xviii? • A Ilustração e sua pretensa criação de uma metalinguagem universal [‘ideal cientifico ilustrado’ / distancia epistemologica do cotidiano + ‘el punto cero’], • [p.14]: ¿Puede hablarse de una política imperial de la ciencia que funcionó de forma semejante a la política colonial del lenguaje? (Reinhard, 1982). • ¿Puede ser vista la ciencia como “discurso colonialista” producidos al interior de una estructura imperial de producción y distribución de conocimientos? • A politica do não lugar assumida pelas ciências humanas do seculo XVIII tem, em verdade, um lugar bastante especifico no mapa da sociedade colonial e funcionou como uma estrategia de controle sobre as populações subalternas. • ciencia como discurso + teorías pos coloniais = locus enuntiationis do conhecimento contradiz a pretensão da ciência moderna ocidental [do problema epistemológico do ponto zero]; • TESE DA LIMPEZA DE SANGUE: funciona como o ponto a partir do qual a ciência ilustrada foi traduzida, como ‘condición de posibilidad de su articulación por parte de la elite criolla neogranadina’ . • A ilustração como discurso enunciado tanto do centro como da periferia colonial americana. • IMAGINARIO ARISTOCRATICO DA BRANQUITUDE / capital cultural e simbólico / como o imaginário social da BRANQUITUDE: identidade fundada na distinção etnica, a primeira geocultura do mundo moderno colonial – distinção que marcou a superioridade de uns homens sobre outros e a superioridade de uymas formas de saber sobre outras. Definidas a partir do PONTO ZERO. • imaginário da BRANQUITUDE e o discurso da PUREZA DE SANGUE: O ser branco, não somente cor da pele, mas roupas, modos, títulos, comportamentos e genealogias, o que é também uma forma de produzir e de transmitir conhecimento, ostentação de insignias culturais, de distinção, signos de status social – BRANQUITUDE é CAPITAL SIMBOLICO do discurso colonial, introduzido por um sistema de signos, com base no projeto ilustrado, legitimado pela ciência moderna, consolida o imaginário social. • Vai ao exame de como esse imaginário social da BRANQUITUDE se constituiu na periferia colonial, pelo discurso da PUREZA DE SANGUE que foi a base sobre a qual se construiu a subjetividade dos atores sociais em nueva granada, ser branco – a pela e os comportamentos e os signos, vai ver as praticas culturais por meio das quais se construiu esse imaginário e o modo como foi assumidos pelos grupos sociais em conflito. LUTA que tem o imaginário da BRANQUITUDE como piso, sobre o qual se erigiu conhecimento cientifico da elite criolla ilustrada. • – COLONIALISMO é também uma modalidade de produção de sujeitos, pela produção da subjetividade: com a noção da PUREZA DE SANGUE, o principio da subjetivação foi a BRANQUITUDE e ela foi compartilhada entre dominantes e dominados. Foi a MATRIZ catalizadora. Essa DIMENSAO EPISTEMOLOGICA DA COLONIALIDADE DO PODER – discurso da limpeza de sangue entranhado nas instituições que produziam conhecimento, que profuziam o modelo de subjetividade a partir da HYBRIS DO PONTO ZERO. Dai a formaçao de uma elite letrada da etnia dominante, que consolidam e legitimam a ordem social etnicamente hierarquizda; • America, 1a modernidade, 1o grande discurso do mundo moderno com a mentalidade católica e aristocratica – o 1o esquema de classificação da população e o 1o discurso universalista. • 1a MATRIZ CLASSIFICATORIA, é a 1a forma de classificar a população com base no cristianismo, especificamente em Noe. Dos três filhos de noe, as três regiões geográficas do mundo, aos 3 tipos de gente – base de hierarquizações e diferenciações étnicas. A 1a TAXONOMIA ETNICA E RELIGIOSA que legitimou a dominação e a escravidão, nesse esquema cognitivo tripartide. • Castro gomez se volta a essa 1a modernidade, da subjetividade hispanica/criolla associação ao DISCURSO COLONIAL DA LIMPEZA DE SANGUE. * a pratica cientifica ilustrada assegura o domínio epistemológico por parte de um corpo social de experts que legitima os interesses e valores do grupo social do qual são parte. • A ELITE ILUSTRADA criou uma SOCIOLOGIA ESPONTÂNEA no discurso cientifico com a pretensão de verdade e neutralidade, marcando as distancias sociais. * mas não foi mera transposição de significados, foi uma estrategia de posicionamento social. * DIFERENÇAS ETNICAS DE FACTO CONVERTIDAS EM DIFERENÇAS SOCIAIS DE JURE. Na SOCIOLOGIA ESPONTÂNEA DAS ELITES – com sua violência simbólica que declara a ilegitimidade de outros conhecimentos. O DISCURSO DA PUREZA DE SANGUE É O DISPOSITIVO GERADOR DE SUBJETIVIDADES, o imaginário social da BRANQUITUDE entranhado no habitus criollo – foi a base ideologica sobre a qual um grupo se legitimou e dominou os demais. • Dai o CONTRASTE DA CIENCIA DO NAO LUGAR e sua TRADUÇÃO… E a ilustração foi enunciada a partir de vários locais nesse sistema mundo moderno colonial, que não somente do centro. Diversosnós do poder. • Vai a TEORIA POS COLONIAL – como a tradução de um texto cuja linguagem se pretende universal adquire certas características diferentes do original quando a tradução ocorre no contexto colonial. Tradução cultural da linguagem cientifica ilustrada feita pelos criollos – usaram a ciência europeia para se firmar e se diferenciar, ciência ilustrada na formaçao do nacionalismo criollo. • BASES TEÓRICAS E CONCEITOS • Estudos Culturais • Teoria Pós Colonial e Decolonial • enfase na ideia de que a expansão colonial da Europa supos a imposição de uma ‘politica imperial da linguagem’. • Fenômenos linguisticos são parte da colonização: linguagem como instrumento de domínio. • Pelas línguas modernas europeias, possiblidade de uma ‘arqueologia do colonialismo’. • Foucault, ‘gramatica geral’: pressuspoto de que a estrutura da ciência tem analogia com a estrutura da linguagem e que ambas são reflexos da estrutura universal da razão. • noção de habitus e de capital cultural de Bourdieu, • Dai novamente citando BOURDIEU, que a diferença de classes não é algo meramente material; são esquemas grupais de classificação de praticas distintos, codigos de comunicação e distinção – dispositivos sociais da diferenciação. • Estamos no âmbito do HABITUS, do HABITUS PRIMARIO – a família católica, o matrimonio, a ordem natural – também mecanismos de construções sociais da BRANQUITUDE. Paradigma matrimonial católico e modelo hegemônico de família. Qualquer coisa fora disso é ilegitimo ou bastardo. Novamente marcando a distinção social pela diferenciação étnica – a ideia da PUREZA DE SANGUE: a legitimidade dos filhos apenas de casamentos entre iguais, consolidando a fronteira étnica, o CAPITAL SIMBOLICO, A POSIÇÃO ETNICA E SOCIAL, são diversas as estrategias simbólicas de marcar distancias étnicas – também o uso do don e dona. p. 85; • noção de biopolítica de Foucault, • BIOPODER DA GUERRA DAS RAÇAS. Quando politicas raciais e populacionais devem seguir as novas realidades – as lutas sociais não são de classes, são de etnias e de raças, já que o imaginário foi definido em termos de BRANQUITUDE, no discuros hegemônico de subjetivação que atravessa dominadores e dominados: a LIMPEZA DO SANGUE. Vem as politicas de modernização – intensificam a guerra das raças. Estado imperial, visando firmar seu controle vem como nova ciência de governo, projeto de governabilidade – BIOPOLITICA E RACIONALIDADE TECNICO ADMINISTRATIVA. Vem a RACIONALIZAÇÃO DA ESTRUTURA DO IMPERIO, instrumentalização e burocratização da sociedade – o que perturbou os grupos de poder em nueva granada, os interesses das elites. • RESULTADO: Vem o ESTADO com uma POLITICA DE EXPROPRIAÇÃO E CONCENTRAÇÃO DE CAPITAL. Com sua RACIONALIZAÇÃO que contraria HABITUS DOS CRIOLLOS. Na nova BIOPOLITICA IMPERIAL o poder e privilegios arraigados no habitus criollo e seu capital simbólico – afronta, golpe de estado no capital simbólico das elites. Afronta a TAXONOMIA ETNICA. O imaginário criollo da distinçao. • Batalha entre os que buscavam o branqueamento racial para mobilidade social e os que buscavam conter isso para manter seu status quo – GUERRA DAS RAÇAS, e a BIOPOLITICA acaba por ser mais uma forma de estabelecer distinções étnicas e sociais – são os MUROS DA CIDADE LETRADAS – MUROS BRANCOS - • BIOPOLITICA DO PODER – intromissao no habitus das elites, fundamentado no imaginário de BRANQUITUDE. As reformas reduziriam os privilegios e aumentariam o poder do imperio. Se a educação é declarada como de utilidade pública, como fica o capital universitario da elites? Educação era fundamental para o novo projeto econômico do estado. Mas diplomas marcavam e certificavam pureza do sangue. • noção de colonialidade do poder, de Quijano, Mignolo e Dussel: da dimensão cognitiva das relações coloniais de poder (que se vê pela produção, circulaçao e assimilação do conhecimento) + • noção de Orientalismo, de Said.- SAID: a dominação imperial da europa supoe que seja institucionalizada certa imagem ocidente e do oriente, não se mata e domina só pela força, é preciso a DOMINAÇÃO IDEOLOGICA, construção de um discurso sobre o outro, e a incorporação desse discurso no HABITUS – tanto dos dominadores quanto dos dominados. Dai a construção do outro colonial – o ORIENTE – e a relação da construção de si e do locus de enunciação do OCIEDENTE. • ORIENTALISMO, estilo de pensamento baseado na distinção ONTOLOGICA E EPISTEMOLOGICA oriente x ocidente. Não como lugares geográficos e sim como formas de vida, de comportamento, de moral, Isso é o elemento fundamental do domínio colonial. Isso sustenta o COLONIALISMO. – não apenas poder militar e econômico, MAS NO COGNITIVO. • MIGNOLO – A EPISTEMOLOGIA CIENTIFICA ILUSTRADA DO SECULO XVIII pautada na correspondência entre o centro étnico e geocultural da observação. • * RELAÇÃO COLONIALISMO E CIENCIAS HUMANAS = PONTO ZERO DE OBSERVAÇÃO QUE FOI CONSTRUIDO GEOPOLITICAMENTE. • VINCULOS CAPITALISMO E COLONIALISMO, puxa o marco da teoria poscolonial de SAID, relação da ciência e modernidade + decolonialidade com QUIJANO, MIGNOLO E DUSSEL. • Para pensar isso: TEORIA PÓS COLONIAL de SAID, BHABHA e SPIVAK – tratam da relação estrutural entre ciências humanas e colonialismo. - como o projeto ilustrado das ciências humanas se sustenta num imaginário geopolitico que postula a superioridade da raça branca europeia e de sua cultural. ORIENTALISMO/OCIDENTALISMO. • Habitus / DISCURSO DA PUREZA DE SANGUE: foi o 1o imaginário geocultural do sistema mundo que se incorporou ao HABITUS – dos dominadores e dos dominados, vai se estabelecer objetivamente nos aparatos e burocracias, se traduz em formas concretas de subjetividade, são modos de vida, estruturas de pensamento e ação incorporadas ao HABITUS dos atores sociais. / imaginário colonial a partir do qual a modernidade foi lida e anunciada pela elite criolla, que construiu a subjetividade dos atores sociais já a partir do seculo XVI. • conceito de “punto cero”: Analise do contraste entre o ‘não lugar’ da ciência e o lugar onde ocorre sua tradução. o imaginário segundo o qual um observador do mundo social poderia se colocar numa plataforma neutra de observação, ali sendo capaz de ter uma visão pretensamente soberana sobre o mundo. • Habitam o ponto zero os cientistas e os filosofos, que “están convencidos de que pueden adquirir un punto de vista sobre el cual no es posible adoptar ningún punto de vista”, pretensão essa que o autor associa a imagem teologico do‘Deus absconditus’, que observa sem ser visto, e também ao panoptico de Foucalt. • ‘la hybris del pensamiento ilustrado’ = a hybris do ponto zero. P. 19, hybris porque é, para os gregos, o pior de todos os pecados, sinonimo de arrogancia. Tal pecado, no entanto, foi institucionalizado pela elite colonial, transformou-se num ‘proyecto criollo del Estado nacional’. • ‘locus enuntiationis’: analise dos modos pelos quais se deu a tradução de uma linguagem que se pretendia universal, mas que teve características distintas quando enunciadas a partir do contexto colonial. • COLONIALIDADE DO PODER E DO SABER + LIMPEZA DE SANGUE + HYBRIS DO PONTO ZERO: três categorias a partir das quais Castro-Gomez analisa os usos da linguagem pretensamente universal da ciência pela elite criolla de Nova Granada. • CIENCIA: não se refere às ideias cientificas em si mesmas, mas à CIENCIA COMO DISCURSO = legitimação narrativa que a ciência proporcionou para a implementação de praticas de dominação e de controle. • ESTATUTO ETNICO, que melhor atende a COLONIALIDADE DO PODER do que o conceito de classe da tradição marxista. É esse estatuto que vai construir as subjetividades e hierarquias sociais, o status quo a sermantido – A SOCIOLOGIA ESPONTÂNEA DAS ELITES. • Discurso da PUREZA DE SANGUE É A DIMENSAO COGNITIVA, e a dominação depende da construção desse espaço, desse imaginário da BRANQUITUDE – é a partir dele que a legitimidade da ordem social ocorre sobre a base da diferenciaçao étnica. • Nessa TAXONOMIA ETNICA, do imaginário social da BRANQUITUDE, no habitus do grupo, a construçao de um lugar natural, determinado grupos constroi essa ideia, dela a realidade social, nela projetando seus ideais. Uma serie de reprsentações pareticuylarescom pretensão objetivadora da realidade social – que é SOCIOLOGIA ESPONTÂNEA DAS ELITES. • NOÇÃO DE RAÇA - a noção de RAÇA para explicar diferenças fenotipicas, cita KANT. Raças pra referir a diferentes grupos humanos e também atribui-se ao caráter moral desses grupos. HIERARQUIA MORAL. A NOÇÃO DE RAÇA na formação do sistema mundo do XVI foi a base epistêmica do poder colonial e da colonialidade do poder (categoria de analise de QUIJANO, referencia a estrutura especifica de dominação implementada nas colonias desde 1492); noção de RAÇA que da a legitimação cientifica do poder colonial: relaçaõ entre dominadores e dominados fundmentada na superioridade etnica e cognitiva dos primeiros, imposição do horizonte cognitivo do dominador = COLONIZAÇÃO DO IMAGINARIO DOS dominados, de seus modos de conhecer, de produzir conhecimento, de significar. • COLONIALIDADE DO PODER = dominação por meios coercitivos também do imaginário cultural, converte o dominado a imagem do europeu = PROPOSTA CIVILIZATORIA que elimina outras formas de ser e de conhecer, outras formas de saber, que devem ser integradas, assimiladas, convertidas. 1a característica da COLONIALIDADE DO PODER = VIOLENCIA EPISTÊMICA, mas não pode eliminar por completo, tem que subaltenizar e despojar da legitimidade ideologica. Dai a 2a característica da COLONIALIDADE DO PODER = EUROPEIZAÇÃO CULTURAL, cultura europeia convertida na aspíração, acesso ao poder – isso é parte da estrutura de poder, está nos dominadores e nos dominados. ARGUMENTOS, HIPÓTESES E OBJETIVOS • como a ciência ilustrada foi manejada (tanto pelo estado espanhol quanto pela elite local) • CIÊNCIA como mecanismo de eliminação das outras formas de conhecer o mundo, dos demais saberes das populações nativas, substituindo-as por uma forma única e pretensamente verdadeira de saber [a racionalidade tecnico-cientifica da modernidade]. • como a constituição das ciências humanas se relaciona com a colonialidade do poder. • Equação geografia e cor da pela criando lugares etnicos, historicos e epístemicos. Um LUGAR ANTROPOLOGICO, relacionando identidades e locus geográficos, usados para mapear as populações. É o MITO FUNDADOR DA ETNOLOGIA, noção espacial da cultural constitutiva da antropologia citando auge. Relação entre economia, raça e geografia e com correspondencias de ordem moral nos individuoes. • A contruçao desse lugar antropológico foi a estrategia de mapeamento populacional e hierarquização das populações, novamente com o poder de nomear. • • que a ‘limpieza de sangre’ [limpeza de sangue] atuou como habitus a partir do qual a ilustração europeia foi traduzida e enunciada na Colombia – a crença na superioridade étnica dos criollos sobre os demais grupos populacionais. • DISCURSO DA PUREZA DE SANGUE operou como esquema de classificação étnica; ESQUEMA TAXONOMICO ancorado no HABITUS – PELA SOCIOLOGIA ESPONTÂNEA DAS ELITES. Taxonomização hierarquica da populaçõ por origem étnica. Essa hierarquização étnica e moral é transladada para o terreno da epistemologia – criando uma ORDEM HIERARQUICA DE SISTEMA DE CONHECIMENTO, novamente posta e legitimada pela sociologia espontânea das elites. Pela linguagem se passa e se firma o discurso cientifico, o seu regime de verdade. A RAZÃO TB TEM COR. Construção de uma representação do conhecimento superior da Europa, dar VALIDEZ EPISTEMOLOGICA. • a blancura [branquitude] atuou como capital cultural, garantia de acesso ao conhecimento e também como marca da distancia social. • Os criollos ilustrados projetaram seu próprio habitus de distanciamento étnico [a sociologia espontânea] no discurso cientifico, com a pretensão da verdade, neutralidade e objetividade. • esforços do imperio espanhol em implementar uma politica de controle sobre a vida nas colonias, em meados do seculo XVIII, no âmbito da busca por manter sua hegemonia = Coroa espanhola fez uso dos discursos da ciência moderna para exercer controle racional sobre a população e sobre o território das colonias, sobre processos vitais da população convertendo-nos em politicas de governo, para racionalizar a administração do estado e aumentar a produção de riquezas. • a ilustração é lida e traduzida pelas (bio)políticas imperiais e, como consequência, a elite de Nova Granada se posiciona e reage a tal politica de estado, na medida em que ameaçavam o “habitus criollo de la limpieza de sangre”, • porque os locus de enunciação da elite criolla e do estado espanhol não coincidem: “mientras que el Estado enuncia la Ilustración europea desde un interés imperial, los criollos neogranadinos lo hacen desde un interés “nacional”” (p.16). • Dai a emergencia de um protonacionalismo criollo: marcado pelo imaginário da limpeza de sangue [habitus] e que em meados do seculo XIX adquire uma forma própria de expressão biopolitica. • A ilustração como discursos que são enunciados tanto do centro como da periferia colonial americana. • examinar de que modo a “América” é objeto de conhecimento e está no centro do discurso iluminista [p. 15. ‘América fue leída y traducida desde la hegemonía geopolítica y cultural adquirida por Francia, Holanda, Inglaterra y Prusia, que en ese momento fungían como centros productores e irradiadores de conocimiento’.]. • que a tradução cultural feita pela elite criolla da linguagem cientifica tem caráter etnografico = ciência europeia serviu à elite criolla para se colocar enquanto superior diante as demais populações, estas tidas como ‘povos barbaros’ = o papel que a ciência ilustrada teve na formação do nacionalismo da elite em Nova Granada. • Ênfase nos conceitos de ‘biopolítica y geopolíticas del conocimiento’: para mostrar como os imaginários imperiais da ciência foram incorporados ao habitus criollo – antes dos estados nacionais. • As pertenças as castas tem valoração sancionada pela ordem jurídica. • MANCHA DA TERRA NO SANGUE VS A PUREZA DO SANGUE = • TAXONOMIZAÇÃO SOCIAL – TAXONOMIAS CLASSIFICATORIAS, um quadro de castas no qual as elites construiram imaginariamente ordem social e elaboraram representações de si e dos outros – novamente a sociologia espontânea das elites: representam um processo complexo de tipos sociais de acordo com a mestiçagem, com nomes e posição social relacionadas – estrita progressao taxonomica, com 16 tipos – p.75, a partir de 3 tipos – espanhol, indígena e o negro – indo até a categorias zoologicas, quanto maior a mistura, menor a possibilidade de mobilidade social – o ESTIGMA DA MESCLA RACIAL. • • Portanto, é também uma TAXONOMIZAÇÃO ETNICA, que cria ordem e constraste a partir da SOCIOLOGIA ESPONTÂNEA DAS ELITES, seus HABITUS, principio de construção da realidade social a partir do imaginário da elite – da BRANQUITUDE – e esse quadro não é criado pela elite europeia mas pela elite criolla, de acordo com sua necessidade de distinção, no quadro de raças associada personalidade e valores, esteriotipando personalidade racialmente inferiores por • HYBRIS DO PONTO ZERO + DISCURSO ARISTOCRATICO DA LIMPEZA DE SANGUE estão em RELAÇÕES DE COMPLEMENTARIEDADE. • No lugar social dos criollos ilustrados coincidem dois imaginarios: o ARISTOCRATICO DA PUREZA DE SANGUE e o ILUSTRADO DO PONTO ZERO que sãoaparentemente contraditorios mas são parte de mesma matriz de poder e de saber – o DISCURSO DA PUREZA DE SANGUE E O DISCURSO DA PUREZA EPISTEMOLOGICA. • Hipótese de que a barreira que separa ciência e opiniao leiga é também equivalente a fronteira étnica. • Estabelecimento e manutenção da fronteira étnica são legitimados por atos de EXPROPRIAÇÃO EPISTÊMICA. • A HYBRIS DO PONTO ZERO – adotada tanto pelo estado metropolitano quando por criollo iluestrados. É um prolongamento da sociologia espontânea das elites que naturalizaram seu domínio. Da superioridade de saberes sobre outros. *** APARATO DE EXPRORIAÇÃO EPISTÊMICA E DE CONSTRUÇÃO DA HEGEMONIA COGNITIVA DA ELITE. • 1. A CIENCIA MODERNA E A MEDICINA como instrumento de consolidção das fronteiras étnicas. Biopoliticas imperiais, saude e doença e medicina. MEDICINA – se constitui pela expropriação epistemologica dos conhecimentos sociais. – Como a medicina foi a ruptura epistêmica do magico religioso, para se firmar ela precisou romper epistemologicamente outros saberes – estes que são sempre obstaculos epistemologicos a ser superado pela dominação. PONTO ZERO DA MEDICINA, nela se coloca o significado da saude e da doença do ponto de vista cientifico, e como superior a outras formas. • Medicina, a economia politica da saude, também deu legitimidade a hierarquizaçao e foi mecanismo de diferenciação étnica e social – só exerce a medicina quem tem o sangue puro, define a pratica ilegal e a legal da medicina. • • 2. violência simbólica do discurso ilustrado, a superioridades de uns e de seus conhecimentos sobre os outros, e seus conhecimentos: APARATO DA EXPROPRIAÇÃO EPISTÊMICA e CONSTRUÇÃO DE HEGEMONIA COGNITIVA. CONHECIMENTOS ILEGITIMOS – a ilustração como mecanismo de expropriação epistêmica. AQUI, vai analisar como a economia politica do estado imperial, em seu esforço para centralizar o conhecimento e de outro lado a expropriação epistemologica das castas por parte dos criolos. • • Medicina e botanica expropriaram o conhecimento tradicional para se legitimar. • Hegemonia de uma forma de conhecimento – racionalidade tecnica e cientifica da modernidade, e qualquer outra forma de conhecimento é deslegitimado. • Criação de uma Matriz de saberes, PROJETOS GEOPOLITICOS DO PODER E SABER, domínio sistematico da linguagem cientifica universal, linguagem universal da verdade do mundo. PONTO ZERO e seu PODER DE NOMEAR – USO LEGITIMO DA RAZAO, conhecimento cientifico, poder colonial e discurso da pureza de sangue VINCULADOS. • E base para a EXPROPRIAÇÃO EPISTEMOLOGICA DOS SABERES TRADICIONAIS COM OS INTERESSES ECONOMICOS. • Para assegurar distancias e hierarquias epistemologicas, pelo campo cientifico da autoridade de traçar as fronteiras entre o conhecimento legitimo e ilegitimo. • • 3. GEOGRAFIA e controle territorial: GEOGRAFIA, POLITICAS DE TERRITORIO E CONTROLE POPULACIONAL. Papel da geografia nas artiuclação geopoliticas – é o simbolo da aliana entre a ciência e a politca. Imposição de um modelo de organização e controle da territorialidade tem consequências sociais e epistemologicas. TESE/HIPOTESE. Vendo da metropole a territorialização do espaço é uma e ligada aos interesses imperiais. Visto da colonia é outra, seguindo interesses da elite criolla para assegurar sua superioridade. GEOGRAFIA NO PONTO ZERO – intrinsicaente vinculada a geopolitica, uma da legitimidade a outras. Os mapas são esquemas cognitivos de classificação, são representações cientificas do espaço a partir do ponto zero – território como tabula rasa, representação cientifica do espaço é também controle estatal, são processos paralelos de dominação e poder. - --- o choque dos mapas – no mapa dos europeus, os criollos e os demais estão no mesmolugar; no mapa dos criollos há distinções; essa é a base deles mesmo. Mapa europeu coloca criollos na hierarquia e também sujeitos a degeneração ambiental/geografica, inferioridades. Mas choque com a ideia da preeminencia social criolla, um imaginário de superioridade étnica, ancorado no HABITUS, O CAPITAL CULTURAL DA LIPEZA DE SANGUE - • OS mapas também ameaçavam os capital simbólico, também atacavam a branquitude que era na america o elemento da distinçao, mas olhando da Europa também tinha ali as manchas da terra. • RESULTADOS E CONCLUSÕES • não se trata de simples transposição de significados realizadas a partir de um lugar pretensamente neutro – el punto cero – mas de estrategias de dominação e de distanciamento/posicionamento social da elite criolla frente aos grupos subalternizados. • as ciências humanas se atrelam a experiencia colonial europeia • [as oposições entre a noção de barbarie/civilização e tradição/modernidade dos opostos povos americanos, asiáticos e africanos diante dos povos europeus = que são a base de disciplinas, sociologia e antropología sobretudo, e são categorias de analise, que também servem como intrumento de consolidação do projeto imperial e civilizatorio do ocidente, que se impõe sobre os demais povos e a eles impõe seus valores, que considera essencialmente superiores]. • [p.17: “las ciencias humanas y la colonialidad son fenómenos estrechamente relacionados”]. • formação do HABITUS CRIOLLO: por meio da acumulação de um determinado tipo de CAPITAL SIMBÓLICO = a BRANQUITUDE [sentido da superioridade racial e étnica da elite criolla diante as demais populações]. • Vinculo entre NAÇÃO E COLONIALIDADE; • A LIMPEZA DE SANGUE: marca o lugar de onde a elite criolla traduz e enuncia a ilustração em Nueva Granada: “la ilustración puede ser considerada entre nosotros como un fenómeno relativamente independiente (y no solo como una “recepción tardía” o una “copia mal hecha” de la ilustración europea)”. • LOCUS DE ENUNCIAÇÃO E LOCUS DE TRADUÇÃO são marcados por uma historia local de saber/poder, de dominação e colonialidade; • PENSAR NACIONALISMO PELO PROBLEMA DA COLONIALIDADE: na medida em que a etapa colonial na America Latina não findou com os processos de independência das colonias e a instauração de estados nacionais. • Lugar de enunciação e de tradução da elite criolla + o imaginário cientifico do ponto zero + o imaginário colonial da branquitude = coincidiam. • A fronteira epistemologica que separava ciência ilustrada/doxa leiga permitia: 1. ao estado imperial implementar sua biopolitica; 2. a elite criolla implementar fronteiras étnicas e sociais que a colocavam numa posição superior ao restante da população. • Fenômenos que ocorrem no contexto da expansão colonial e das lutas pelo controle geopolitico (por parte das metropoles e também das colonias) = Formação do ‘sistema mundo moderno’, com a assimetria fundamental centro/periferia. • HABITUS = LIMPEZA DE SANGUE; CAPITAL CULTURAL = BRANQUITUDE, foi a crença numa superioridade etnica dos criollos sobre o resto da população. Desse HABITUS a ilustração europeia foi traduzida e significada. • CAPITAL CULTURAL DA BRANQUITUDE formou a aristocracia colonial, ideia de ‘sangue de conquistador’ de ‘sangue nobre’. Condição sine qua non o estatuto legal d indivíduo a sua pertença étnica. Nobreza de sangue seria a nobreza de privilegio, criando uma fortaleza social cuja pedra angular tem caráter étnico. • ETNIZAÇÃO DA RIQUEZA, hipótese de que os fenótipos dos individuos determina a posição e espaço social deles, sua capacidade de acesso a bens culturais e políticos, que dão a distinção. Isso foi sustentado por uma rede de estrategias dessa elite colonial estabelecendo uma fronteira étnica, negação da mistura de sangue e construção do imaginário da BRANQUITUDE – ethos da classe dominante = que é a pretensão dalimpeza/pureza do sangue como marcador da diferenciação. decorre também ETNIZAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO. Com agregado do valor cultural, aos cargos e formações, são posições especificas no sistema de produição – hierarquias de oficios também como/pelo mecanismo de seleção e diferenciação da elite. Também distinção de locais de morada e formas de construção de moradias. • COLONIALIDADE É ELEMENTO CONSTITUTIVO DA MODERNIDADE *** divisão geopolitica do mundo corresponde a divisão ontológica do mundo – PONTO ZERO, onde esta o ocidente, de lá ele ve e classifica as outras culturas e saberes, como? Pelo discurso das cviencias humanas, que proporcionam imaginário geopolitica do poder e do saber, que subalternaliza outras vozes – as declara ilegitimas – INVISIBILIZAÇÃO DA MULTIVOCALIDADE HISTORICA da humanidade. É uma expropriação TERRITORIAL, ECONOMICA E EPISTEMOLOGICA. • PORTANTO: 1. AS CIENCIAS HUMANAS E A COLONIALIDADE DO PODER SAO FENOMENOS ESTRITAMENTE RELACIONADOS. 2. MODERNIDADE E COLONIALIDADE NA AMERICA LATINA NAO SAO FENOMENOS SUCESSIVOS NO TEMPO, SAO SIMULTANEOS, NO TEMPO E NO ESPAÇO. 3. COLONIALIDADE É ELEMENTO CONSTITUTIVO DA MODERNIDADE, MODERNIDADE E COLONIALIDADE pertencem a mesma matriz genética e são mutuamente dependentes. duas faces da mesma moeda. • CIENCIA E PODER COLONIAL, partes da mesma matriz do seculo XVI do sistema mundo moderno. ** MODERNIDADE E COLONIALIDADE são duas faces da mesma moeda: um projeto colonial e um projeto cientifico. São codependentes. • LIMPEZA DE SANGUE com o ideal da BRANQUITUDE como criterio de distinção social, como capital simbólico, como elemento de demonstração publica da categoria que é étnica e social – CONSTRUÇÃO SOCIAL DA BRANQUITUDE: estrategias com proposito da cvonstrução privada do capital econômico social e cultural. LIMPEZA DE SANGUE, como discurso hegemônico de subjetivação, discurso construído por teorias e por praticas culturais inscritas numa rede de poder e saber que é a COLONIALIDADE DO PODER. • Imaginário hegemônico da BRANQUITUDE formado por/com conjuntos de estrategias de distanciamento cultural. Então esse capital cultural da cultura do dominador se converte em elemento de acesso ao poder – vem a EUROPEIZAÇÃO CULTURAL como aspiração, adoção e busca por signos culturais da distinção. Busca de ‘credenciais simbólicas’, o que ocorria também nas reclamações judiciais da condição de brancos – progressiva ascensão das classes subalternas também usaram das estrategias do dominador: construção de uma narrativa genealógica, de uma identidade familiar, também apelando aos aparatos ideológicos do estado – direito, matrimonio, universidade, para converter o capital econômico que obtiveram em capital cultural desejado (que é a BRANQUITUDE) – É O BRANQUEAMENTO CULTURAL – a obtenção da legitimação simbólica para limpar a linhagem, equiparar-se ao estrato dominante ao se branquear, se empoderar, • Dá enfase em conceitos como a BIOPOLITICA E GEOPOLITICA DE CONHECIMENTO, modo como os imaginários imperiais da ciência foram incorporados ao HABITUS CRIOLLO. Bem antes que os ESTADOS NACIONAIS FOSSEM REALIDADE POLITICA NA AMÉRICA LATINA.
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