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Sistema Financeiro Nacional R Este capítulo tem por objetivo apresentar a estru- tura do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e as prin- cipais características das instituições financeiras que o compõem. Essas instituições devem permitir, den- tro das melhores condições possíveis, a realização dos fluxos de fundos entre tomadores e poupadores de recursos na economia. A necessidade de conhecimento do sistema finan- ceiro é crescente ao longo do tempo, explicada pela . /\ . . 1mportanc1a que exerce na economia o segmento em- presarial de um país, como também pela maior com- plexidade que suas operações vêm apresentando. O sistema financeiro é composto por um conjun- to de instituições financeiras públicas e privadas, e seu órgão normativo máximo é o Conselho Monetá- rio Nacional (CMN). Por meio do SFN, viabiliza-se a relação entre agentes carentes de recursos para in- vestimento e agentes capazes de gerar poupança e, consequentemente, em condições de financiar o cres- cimento da economia. Por agentes carentes de recur- sos entende-se aqueles que assumem uma posição de tomadores no mercado, isto é, que despendem em consumo e investimento valores mais altos que suas rendas. Os agentes superavitários, por seu lado, são aqueles capazes de gastar em consumo e investimen- 7 to menos do que a renda auferida, formando um ex- cedente de poupança. Intermediação Financeira A intermediação financeira tem por finalidade levantar recursos no mercado financeiro visando sua transferên- cia para diversos agentes de mercado. Os intermediários financeiros (bancos, companhias de seguro etc.) contri- buem para a realocação de recursos na economia, ca- nalizando fundos de agentes superavitários, classificados como "poupadores", para aqueles com carência de caixa. Agentes econômicos superavitários são todos que apu- ram fluxos de entradas de caixa (rendimentos) superiores aos seus fluxos de pagamentos. Os agentes econômicos deficitários são aqueles que incorrem em gastos de con- sumo e investimentos maiores que suas disponibilidades de caixa. Para a realização de intermediação financeira devem existir, entre outros pré-requisitos, bases institucionais adequadas para o bom funcionamento do mercado fi- nanceiro, sistema jurídico eficiente e respeito ao cumpri- mento dos contratos, existência de agentes econômicos com excesso de caixa e agentes que desejam gastar mais do que recebem de rendimentos (agentes superavitários e deficitários). A alocação de recursos através da intermediação finan- ceira produz um maior dinamismo à economia, elevando a produção e oferecendo maior capacidade de consumo. Uma característica presente na estrutura do Siste- ma Financeiro Nacional são os conglomerados finan- ceiros, criados em função da política de concentra- ção bancária desenvolvida nas últimas décadas por intermédio principalmente de fusões e aquisições. Esses conglomerados financeiros, por meio das di- versas instituições que estão sob seu controle, cos- tumam atuar nos diversos segmentos financeiros do mercado, limitando bastante a atuação de institui- ções independentes. Ao final do capítulo (item 3. 7), são detalhados os principais organismos financeiros internacionais: Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mun- dial, BID, BIS e G-20. 3 .1 Estrutura do Sistema Financeiro Nacional O Sistema Financeiro Nacional pode ser enten- dido como um conjunto de instituições financeiras e instrumentos financeiros que visam, em última análise, transferir recursos dos agentes econômicos (pessoas, empresas, governo) superavitários para os deficitários. Todo processo de desenvolvimento de uma eco- nomia exige a participação crescente de capitais, que são identificados por meio da poupança disponível em poder dos agentes econômicos e direcionados para os setores produtivos carentes de recursos me- diante intermediários e instrumentos financeiros. E é em função desse processo de distribuição de recursos no mercado que se evidencia a função econômica e social do sistema financeiro. O Sistema Financeiro Nacional foi estruturado e regulado pela Lei de Reforma Bancária (1964), Lei do Mercado de Capitais (1965) e, mais recentemente, , com a Lei de Criação dos Bancos Múltiplos (1988). E constituído por todas as instituições financeiras, pú- blicas ou privadas, existentes no país. As instituições financeiras podem ser classifica- das em dois tipos: bancárias ou monetárias e não bancárias ou não monetárias. As instituições finan- ceiras conhecidas por bancárias são aquelas a quem se permite a criação de moeda por meio do recebi- mento de depósitos a vista (moeda escritural, confor- me estudado no item 1.5.5 do Capítulo 1). Operam basicamente com ativos financeiros monetários que representam os meios de pagamento da economia (dinheiro em poder do público mais depósitos a vista Sistema Financeiro Nacional 41 em bancos). Essas instituições são representadas fun- damentalmente pelos bancos comerciais e múltiplos. As instituições financeiras não bancárias, ao con- trário, não estão legalmente autorizadas a receber depósitos a vista, inexistindo, portanto, a faculdade de criação de moeda. Essas instituições trabalham basicamente com ativos não monetários, tais como ações, letras de câmbio, certificados de depósitos bancários, debêntures etc. e são constituídas por pra- ticamente todas as instituições financeiras que ope- ram no mercado financeiro, exceto bancos comerciais e múltiplos. Exemplos de instituições não bancárias: sociedades corretoras, bancos de investimento, socie- dades financeiras, sociedades de arrendamento mer- cantil etc. As Instituições Financeiras Bancárias (ou Monetárias) são aquelas que podem captar depósitos a vista, e usar esses recursos para realizarem empréstimos e financiamentos, geralmente de curto e médio prazo, as pessoas físicas e jurídicas. São criadoras de moeda escritu ral através do efeito multiplicador do crédito. As Instituições Financeiras Não Bancárias (ou Não Mone- tárias) não recebem depósitos a vista. Uma possível estrutura do Sistema Financeiro Na- cional envolve dois grandes subsistemas: normativo e intermediação financeira, conforme é ilustrado na Figura 3.1. O subsistema normativo é responsável pelo fun- cionamento do mercado financeiro e de suas institui- ções, fiscalizando e regulamentando suas atividades por meio principalmente do Conselho Monetário Na- cional (CMN) e do Banco Central do Brasil (Bacen). A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é um órgão normativo de apoio do sistema financeiro, atuando mais especificamente no controle e fiscalização do mercado de valores mobiliários (ações e debêntures). No subsistema normativo, enquadram-se, ainda, três outras instituições financeiras que apresentam um caráter especial de atuação, assumindo certas responsabilidades próprias e interagindo com vários outros segmentos do mercado financeiro, como são os casos do Banco do Brasil (BB), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Caixa Econômica Federal (CEF). A Figura 3.2, por outro lado, detalha as várias ins- tituições componentes do subsistema de intermedia- ção. Essas instituições são classificadas em bancárias e não bancárias, de acordo com a capacidade que 42 Mercado Financeiro • Assaf Neto ru o E.> (1) +-' +-' ru ~-------l _Vl E +-----1 Vl '- o .... (1) u c- ru ru e e ·- o L.L ·-u ru ru EZ (1) tí ·- V) ..0 o ~z (1) o -o iro Banco do Brasil - BB Conselho Monetário Nacional - CMN Banco Central do Brasi 1 - Bacen Comissão de Valores Mobiliários - CVM Instituições Especiais Comissões Consu lt ivas Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES Caixa Econômica Federal - CEF Instituições Financeiras Bancárias Institu ições Financeiras Não Bancárias ru ~ fü =-o Sistema Brasileiro de ~------1 _tí E 1------+-------1 Poupança e Empréstimo - SBPE Vl '- ..0 (1) ::::, +-' V) e Figura3.1 Estrutura do Sistema Financeiro Nacional. apresentam de emitir moeda, instituições auxiliares do mercado e instituições definidas como não finan- ceiras, porém integrantes do mercado financeiro. Faz parte também dessa classificação o Sistema Brasilei- ro de Poupança e Empréstimos (SBPE), cujos recur- 1 nstitu i ções Auxiliares 1 nstitu ições Não Financeiras sos captados são investidos no âmbito do sistema de habitação. A seguir, são analisadas as diversas instituições que compõem o Sistema Financeiro Nacional. Instituições Financeiras Bancárias o ■ Bancos Comerciais t<o ■ Bancos Múltiplos V, ro Caixas Econômicas ·- ■ "D QJ E .... QJ +-' e - QJ "D ro Instituições Financeiras E QJ Não Bancárias +-' V1 ·-V1 ■ Bancos de Investimento ..o :::::i Bancos de Desenvolvi-V) ■ mento ■ Sociedades de Crédito, Financiamento e lnves- timento ■ Sociedades de Arrenda- mento Mercantil ■ Cooperativas de Crédito ■ Sociedades de Crédito Imobiliário ■ Associações de Pou- pança e Empréstimo Figura 3.2 Subsistema de intermediação. 3.2 Subsistema nonnativo Essa subdivisão do Sistema Financeiro Nacional é constituída por instituições que estabelecem, de al- guma forma, diretrizes de atuação das instituições financeiras operativas e controle do mercado. Com- põem esse subsistema o Conselho Monetário Nacio- nal, o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários, o Banco do Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e a Caixa Eco- nômica Federal. 3.2.1 Conselho Monetário Nacional - CMN O Conselho Monetário Nacional é um órgão emi- nentemente normativo, não desempenhando nenhu- ma atividade executiva. O CMN estabelece as dire- Sistema Financeiro Nacional 43 Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo - SBPE ■ Caixa Econômica Federal ■ Sociedades de Crédito 1 mobi I iá rio ■ Associações de Poupança e Empréstimos ■ Bancos Múltiplos Instituições Auxiliares ■ Bolsas de Valores ■ Sociedades Corretoras de Valores Mobiliários ■ Sociedades Distribuidoras de Valores Mobiliários ■ Agentes Autônomos de 1 nvesti mento Instituições Não Financeiras ■ Sociedades de Fomento Comercial - Factoring ■ Seguradoras trizes para o bom funcionamento e processa todo o controle do sistema financeiro nacional, influencian- do as ações de órgãos normativos como o BNDES, por exemplo, além de assumir funções legislativas das instituições financeiras públicas e privadas. O Conselho Monetário está revestido de amplas atribuições, que podem ser identificadas na finalida- de principal de sua criação: formulação de toda a po- lítica de moeda e do crédito, objetivando atender aos interesses econômicos e sociais do país. Algumas das principais atribuições do Conselho Monetário são expostas a seguir: a. fixar as diretrizes e as normas da política cambial, assim como regulamentar as opera- ções de câmbio, visando ao controle da pari- dade da moeda e ao equilíbrio do balanço de pagamentos; 44 Mercado Financeiro • Assaf Neto b. regulamentar, sempre que julgar necessário, as taxas de juros, comissões e qualquer outra for- ma de remuneração praticada pelas institui- ções financeiras; c. regular a constituição e o funcionamento das instituições financeiras, bem como zelar por sua liquidez e solvência; d. estabelecer as diretrizes para as instituições fi- nanceiras por meio de determinação de índi- ces de encaixe, de capital mínimo, de normas de contabilização etc.; e. acionar medidas de prevenção ou correção de desequilíbrios econômicos, surtos inflacioná- rios etc.; f. disciplinar todos os tipos de créditos e orientar as instituições financeiras no que se refere à aplicação de seus recursos, tendo como objeti- vo promover desenvolvimento mais equilibra- do da economia; g. regular as operações de redescontos e as ope- rações no âmbito do mercado aberto. O Conselho Monetário Nacional é atualmente composto por somente três representantes: Ministro da Fazenda, seu presidente, Ministro do Planejamen- to e o Presidente do Banco Central do Brasil. Estão previstas, também, Comissões Consultivas, que têm por objetivo assessorar o Conselho Monetá- rio Nacional nos assuntos que lhe forem pertinentes. Algumas das comissões consultivas em funcionamen- to são: Bancária, Mercado de Capitais e Mercados Fu- turos, Crédito Rural e Crédito Industrial, Política Mo- netária e Cambial etc. 3.2.2 Banco Central do Brasil - BACEN O Banco Central é o principal poder executivo das políticas traçadas pelo Conselho Monetário Nacional e órgão fiscalizador do Sistema Financeiro Nacional. São objetivos também do Banco Central garantir o poder aquisitivo da moeda nacional, promover a formação de poupança na economia e preservar as reservas internacionais. Atendendo a uma conceituação mais abrangen- te de sua atuação, pode-se tratar o Banco Central como um banco fiscalizador e disciplinador do mer- cado financeiro, ao definir regras, limites e condu- tas das instituições, banco de penalidades, ao serem facultadas pela legislação a intervenção e a liquida- ção extrajudicial em instituições financeiras, e gestor do Sistema Financeiro Nacional, ao expedir normas e autorizações e promover o controle das instituições , financeiras e de suas operações. E também conside- rado um executor da política monetária, ao exercer o controle dos meios de pagamento e executar o orça- mento monetário e um banco do governo, na gestão da dívida pública interna e externa. Entre as principais atribuições de competência do Banco Central do Brasil, são destacadas: a. fiscalizar as instituições financeiras, aplican- do, quando necessário, as penalidades previs- tas em lei. Essas penalidades podem ir desde uma simples advertência aos administradores até a intervenção para saneamento ou liquida- ção extrajudicial da instituição; b. conceder autorização às instituições financei- ras no que se refere ao funcionamento, insta- lação ou transferência de suas sedes e aos pe- didos de fusão e incorporação; c. realizar e controlar as operações de redescon- to e as de empréstimos dentro do âmbito das instituições financeiras bancárias; d. executar a emissão do dinheiro e controlar a liquidez do mercado; No Brasil, a cunhagem (impressão) da moeda é realizada com exclusividade pela Casa da Moeda, e a emissão da moeda (entrega do numerário ao sistema bancário) é de responsabilidade do Banco Central. e. efetuar o controle do crédito, de capitais es- trangeiros e receber os depósitos compulsórios dos bancos; f. efetuar operações de compra e venda de títu- los públicos federais; O Banco Central atua em negociações de títulos públicos de emissão do Tesouro Nacional, tendo por objetivo regular a demanda e a oferta da moeda na economia e as taxas de juros. g. supervisionar os serviços de compensação de cheques entre instituições financeiras; h. receber depósitos compulsórios das institui- ções financeiras e executar operações de polí-. , . t1ca monetar1a. No desempenho dessas funções, o Banco Central pode ser, em resumo, entendido como: • Banco dos bancos, por captar depósitos dos bancos (conpulsórios e livres) e preservar a li- quidez do sistema (bancário). • Executor da política monetária do Governo, ao exercer controle sobre os meios de pagamen- tos e taxas de juros da economia. • Instituição emi.ssora de moeda, ao coordenar a distribuição do dinheiro emitido pela Casa da Moeda aos bancos. • Entidade que detém o poder Fi.scalizador do sistema financeiro, ao controlar e fiscalizar as instituições financeiras, aplicar penalidades e decretar intervenções, e elaborar normas. • Banco do Governo, ao manter entre outras atri- buições, depósitos em moeda nacional e inter- nacional do país, representar o país no sistema financeiro internacional, e assim por diante. Regimes Especiais do Banco Central O Banco Central, como entidade reguladora do Sistema Financeiro Nacional, possuidiversas alternativas e instru- mentos legais para intervir nas instituições financeiras diante de qualquer ameaça ou concretização de crises no sistema bancá rio. Esse poder especial concedido pela legislação à autoridade monetária de intervir no mercado financeiro é executado através de Regimes Especiais, os quais podem ser de três tipos: • Intervenção • Liquidação • Regime de Administração Especial Temporário (RAET). A adoção do t ipo de Regime Especial pelo Banco Central depende sempre das características de cada caso, defi- nidas após uma avaliação da efetiva da instituição. Uma intervenção é uma med ida cautelar que tem por obje- tivo evitar que a crise bancária se agrave. Os dirigentes atuais são destituídos de seus cargos sendo nomeado um interventor que irá gerir a instituição por um tempo determinado. Após o prazo de intervenção estabelecido, a instituição poderá voltar às suas atividades normais, desde que todos os seus problemas tenham sido sana- dos e a crise debelada, ou ter decretada sua liquidação extrajudicial. O regime de liquidação extrajudicial tem por objetivo via- bil izar, da melhor forma possível, todos os pagamentos aos credores da instituição e decretar sua liquidação (ex- tinção). Este regime é coordenado por um "l iquidante" nomeado pelo Banco Central, com amplos poderes ad- ministrativos. O Regime de Administração Especial Temporário (RAEn é uma forma de intervenção no qual o Banco Central cos- tuma manter as atividades norma is da instituição, porém com a gestão sob a responsabi lidade de um Conselho Diretor nomeado. O RAET também tem duração limitada e, ao final do período, a instituição pode retomar suas atividades normais ou ter a liquidação extrajudicial de- cretada, caso considere como inevitável a insolvência da instituição. Sistema Financeiro Nacional 45 3.2.3 Comissão de Valores Mobiliários - CVM A Comi.ssão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia vinculada ao poder executivo (Ministério da Fazenda), que age sob a orientação do Conselho , Monetário Nacional. E administrada por um presi- dente e quatro diretores, todos nomeados pelo Presi- dente da República. A CVM tem por finalidade básica a normatização, fiscalização e o controle do mercado de valores mobi- liários, representado principalmente por ações, par- tes beneficiárias e debêntures, commercial papers e outros títulos emitidos pelas sociedades anônimas e autorizados pelo Conselho Monetário Nacional. São funções básicas da Comissão de Valores Mobi- liários, entre outras, promover medidas incentivado- ras à canalização das poupanças ao mercado acioná- rio; estimular o funcionamento das bolsas de valores e das instituições operadoras do mercado acionário, em bases eficientes e regulares; assegurar a lisura nas operações de compra e venda de valores mobiliários e promover a expansão de seus negócios; dar prote- ção aos investidores de mercado. A atuação da CVM abrange, dessa forma, três im- portantes segmentos do mercado: (a) instituições financeiras do mercado; (b) companhias de capital aberto, cujos valores mobiliários de sua emissão en- contram-se em negociação em Bolsas de Valores e mercado de balcão; (e) investidores, à medida que é seu objetivo atuar de forma a proteger seus direitos. 3.2.4 Banco do Brasil- BB O Banco do Brasil é uma sociedade anônima de capital misto, cujo controle acionário é exercido pela União. Até 1986, a instituição era considerada uma autoridade monetária, atuando na emissão de moeda no país por meio do acesso direto à conta movimento do Tesouro Nacional. Por decisão do Conselho Mone- tário Nacional, esse privilégio do Banco do Brasil foi revogado, conservando ainda a função de principal agente financeiro do Governo Federal. No desenvolvimento de suas atividades, o Banco do Brasil assume três funções, conforme discutidas • a seguir: a. Agente Financeiro do Governo Federal, na execução de sua política creditícia e financeira, atuando sob a supervisão do CMN. Nessa atribuição, pode o Banco do Brasil, entre outras operações, re- 46 Mercado Financeiro • Assaf Neto ceber os tributos e as rendas federais, realizar os pa- gamentos necessários e constantes do orçamento da União, receber depósitos compulsórios e voluntários das instituições financeiras, efetuar redescontos ban- cários e executar a política dos preços mínimos de produtos agropecuários. Pode ainda o Banco do Bra- sil, na vigência dessa sua primeira função, executar a política de comércio exterior do Governo, adquirindo ou financiando os bens de exportação e ser o agente pagador e recebedor no exterior. b. A outra função exercida pelo Banco do Brasil é a de um Banco Comercial, ao exercer as atividades próprias dessas instituições. Dessa maneira, o banco mantém contas correntes de pessoas físicas e jurídi- cas, opera com caderneta de poupança, concede cré- ditos de curto prazo aos vários segmentos e agentes da economia, executa operações de descontos, além de outras funções típicas de bancos comerciais. c. A terceira função exercida pelo Banco do Bra- sil é a de um Banco de Investimento e Desenvol- vimento ao operar, em algumas modalidades, com créditos a médio e a longo prazos. Na execução dessa nova função, o Banco do Brasil pode financiar as ati- vidades rurais, comerciais, industriais e de serviços (Banco de Investimento), além de fomentar a eco- nomia de diferentes regiões, ao atender a suas ne- cessidades creditícias (Banco de Desenvolvimento). Nessa sua atividade de fomento, ainda, o Banco do Brasil objetiva o fortalecimento do setor empresarial do país por meio do apoio a setores estratégicos e às pequenas e médias empresas nacionais. 3.2.5 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômi- co e Social é uma empresa pública federal que está atualmente vinculada ao Ministério do Desenvolvi- mento, Indústria e Comércio Exterior. Constitui-se no principal instrumento, de médio e longo prazos, de execução da política de financiamento do Governo Federal. Apesar de operar algumas vezes de forma dire- ta, a atuação do banco desenvolve-se geralmente por meio de agentes financeiros, como Bancos Co- merciais, Bancos de Investimentos e Sociedades Fi- nanceiras. Esses agentes recebem uma comissão do BNDES, denominada de del credere, para executarem essa intermediação entre a instituição e o financia- mento, tornando-se corresponsáveis também pela li- quidação da dívida junto ao banco. O objetivo principal do BNDES é o de reequipar e fomentar, por meio de várias linhas de crédito vol- tadas para os setores industrial e social, as empre- sas consideradas de interesse ao desenvolvimento do , pais. O BNDES possui quatro subsidiárias, cujas atua- ções básicas são descritas a seguir: a. Finame - Agência Especial de Financiamen- to Industrial: voltada para o financiamento de máquinas e equipamentos industriais a em- • • presas nac1ona1s; b. Embramec - Mecânica Brasileira S.A.: obje- tiva fundamentalmente impulsionar o proces- so de substituição de importações de bens de capital, ampliando, como consequência, a ca- pacidade de produção instalada no país; c. Fibasa - Insumos Básicos S.A., Financia- mento e Participações: objetiva desenvolver empreendimentos nacionais voltados à produ- ção de insumos básicos; d. !brasa - Investimentos Brasileiros S.A.: visa reforçar a capitalização da empresa nacional participando, como acionista minoritário, do capital social. Mais recentemente, ocorreu a fusão da Embra- mec, Fibasa, !brasa, originando-se uma nova empre- sa: BNDES Participações S.A. - BNDESPAR, con- trolada pelo BNDES. Seu objetivo principal é o de promover a capitalização da empresa nacional por meio de participações acionárias. Alternativamente à concessão de um financiamento, o BNDESPAR adqui- re ações das empresas, injetando recursos próprios (não exigíveis) para financiar seus investimentos. Após consolidado o investimento,o banco coloca as ações adquiridas à venda no mercado. Outra forma de atuação do BNDESPAR é a garantia oferecida no lançamento público de novas ações e financiamento para que os acionistas venham a subscrever o aumen- to de capital da empresa. O BNDES, e suas subsidiárias integra is, BNDESPAR e FINAM E, formam o chamado "Sistema BNDES" . Com isso, o sistema está atualmente composto pelo próprio BNDES, controlador das demais empre- sas, BNDESPAR e Finame. Para a consecução de suas atividades, o sistema BNDES conta principalmente com recursos provenientes do PIS - Programa de In- tegração Social, Pasep - Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, dotações orçamen- tárias da União, recursos captados no exterior e re- cursos próprios provenientes do retorno das várias aplicações efetuadas. 3.2.5.1 Fundos Administrados do BNDES A criação de Fundos de Investimentos pelo Gover- no Federal, operados pelo BNDES, tem por objetivo financiar as necessidades de capital de longo prazo da economia, não cobertas pelo perfil de curto pra- zo do crédito no país. Principais Fundos: - Fundo de Amparo ao trabalhados (FAT). - Fundo Nacional de Desenvolvimento (FND). - Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (FUNTTEL). - Fundo de Garantia à Exportação (FGE). - Fundo de Garantia para a Promoção da Com- petitividade (FGPC). O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) tem por objetivo financiar o seguro-desemprego e o abo- no salarial, assim como alguns programas de desen- volvimento econômico realizados através do BNDES. O FAT, dentro de suas linhas de financiamento, atua preferencialmente no combate ao desemprego, am- parando o trabalhador e fomentando a criação de no- • vos empregos na economia. O Fundo Nacional de Desenvolvimento (FND) tem por objetivo apoiar os investimentos da economia, públicos e privados, direcionados ao crescimento da atividade econômica e desenvolvimento nacional. O FND repassa recursos a agentes financeiros (BNDES, FINEP e Banco do Brasil) para aplicações em empresas de ciência e tecnologia (FINEP), de in- sumos básicos e bens de consumo (BNDES), e tam- bém para pequenas e médias empresas (BNDES e Banco do Brasil). O Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (FUNTTEL) visa, segundo a legisla- ção que o instituiu, fomentar o processo de inovação tecnológica, apoiar a capacitação dos trabalhadores, incentivar a criação de empregos na economia, via- bilizar o acesso das pequenas e médias empresas a Sistema Financeiro Nacional 47 fontes de financiamento de longo prazo, de forma a promover uma maior competitividade na indústria brasileira de telecomunicações. O Fundo de Garantia à Exportação (FGE) tem a finalidade de dar cobertura às garantias oferecidas pela União nas operações de Seguro de Crédito à Ex- portação. Esse seguro garante as exportações bra- sileiras contra riscos comerciais, políticos e outros que possam prejudicar transações brasileiras com o exterior. O Fundo de Garantia para a Promoção da Compe- titividade (FGPC) é um fundo de aval administrado pelo BNDES. Tem por objetivo oferecer garantia par- cial do risco das instituições financeiras, identificado nas operações de crédito que utilizam recursos de li- nhas de financiamento do BNDES. 3.2. 6 Caixa Econômica Federal - CEF Tanto a Caixa Econômica Federal como as demais caixas econômicas são instituições financeiras públi- cas que atuam de forma autônoma e apresentam um objetivo claramente social. São classificadas como ór- gãos auxiliares do Governo Federal na execução de sua política creditícia. A CEF executa, ainda, atividades características de bancos comerciais e múltiplos, como recebimen- tos de depósitos a vista e a prazo, cadernetas de pou- pança, concessões de empréstimos a financiamentos em consonância com as políticas governamentais, adiantamentos a governos com garantia na arreca- dação futura de impostos, empréstimos sob consig- nação a funcionários de empresas com desconto em folha de pagamento. Pode também executar opera- ções de arrendamento mercantil e promover o crédi- to direto ao consumidor, por meio do financiamento de bens duráveis. A Caixa Econômica Federal constitui-se, com base em sua função social, no principal agente do SFH - Sistema Financeiro de Habitação -, atuando no fi- nanciamento da casa própria, principalmente no seg- mento de baixa renda. O Sistema Financeiro de Habitação foi criado em 1964 com o intuito de desenvolver o segmento de construção civil no país e promover, ao mesmo tem- po, as melhores condições para a aquisição da casa própria. O órgão executivo e fiscalizador desse sis- tema, o BNH - Banco Nacional de Habitação-, foi extinto, sendo incorporado pela CEE Os recursos 48 Mercado Financeiro • Assaf Neto previstos para o SFH são originados, principalmen- te, do FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Servi- ço -, cadernetas de poupança e de fundos próprios dos agentes financeiros. A CEF tem alternado diversos programas de fi- nanciamento à aquisição ou construção da casa pró- pria ao longo do tempo, procurando melhor viabi- lizar o acesso da população mais pobre à moradia. Como exemplos atuais desses programas, citam-se o Procred - Programa de Crédito Individual à Moradia, Poupança Azul Imobiliária, CRED-CASA, Capital de Giro para Construção etc. Seus estatutos preveem outros objetivos à Caixa Econômica Federal, tais como: • administrar, com exclusividade, os serviços das loterias federais; • constituir-se no principal arrecadador do FGTS; • ter o monopólio das operações de penhor. Es-- . , . sas operaçoes constituem-se em emprest1mos garantidos por bens de valor e alta liquidez, como joias, metais preciosos, pedras preciosas etc. 3.2.7 Secretaria do Tesouro Nacional- STN A Secretaria do Tesouro Nacional foi criada em 1986 através do Decreto n2 92.452, e tem por objeti- vo básico o aprimoramento das Finanças Públicas do Brasil. Sua atividade principal é de operar a admi- nistração e controle das receitas e despesas públi- cas. A partir de 1993, a STN passou também a ser responsável pelo controle e gestão de toda a dívi- da pública federal interna e externa, mobiliária ou contratual, centralizando em uma única unidade governamental a responsabilidade pelo geren- ciamento de todos os compromissos do governo federal. Esta atribuição do Tesouro Nacional foi reforça- da posteriormente com a proibição do Banco Central em emitir títulos da dívida pública interna. O Tesouro Nacional emite títulos da dívida pública para finan- ciar déficit orçamentário, e o Banco Central executa somente política monetária. As colocações dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional são realizadas através de leilões do Ban- co Central e da CETIP, que são também custodian- tes desses papéis. Nestes leilões primários podem participar diretamente somente instituições finan- ceiras credenciadas. Pessoas físicas ou jurídicas in- teressadas em adquirir esses títulos podem fazê-lo através das instituições credenciadas. A custódia dos títulos no Banco Central e CETIP funciona como uma conta corrente, sendo creditada ao comprador e debitada ao vendedor. Com o objetivo de integrar os sistemas de pro- gramação financeira, de execução orçamentária e de controle interno do Poder Executivo, e que for- necesse ainda informações gerenciais relevantes e confiáveis para a administração pública, a STN desenvolveu o Sistema Integrado de Administra- ção Financeira do Governo Federal - SIAFI. Com esse sistema informatizado é possível acompanhar, atra-, vés de registros em Conta Unica, todo o fluxo de saí- das de recursos da União. 3.3 Subsistema de inter1nediação Esse subsistema, também denominado de operati- vo, é composto das instituições (bancárias e não ban- cárias) que atuam em operações de intermediação financeira. O subsistema foi estruturado, conforme demonstrado no item 3.1, em cinco grandes grupos de instituições: Bancárias,Não Bancárias, Sistema de Poupança e Empréstimo - SBPE, Auxiliares e Institui- ções Não Financeiras. 3.3.1 Instituições financeiras bancárias Englobam os Bancos Comerciais, Bancos Múlti- plos e Caixas Econômicas. Os bancos comerciais são instituições financei- ras constituídas obrigatoriamente sob a forma de so- ciedades anônimas. Executam operações de crédito caracteristicamente de curto prazo, atendendo, dessa maneira, às necessidades de recursos para capital de giro das empresas. A grande característica dos bancos comerciais é a sua capacidade de criação de moeda (moeda es- critura!, conforme estudada no Capítulo 1), a qual é estabelecida com base nos depósitos a vista captados no mercado. Houve grande incentivo por parte do Governo nos últimos anos para que esses bancos processassem fu- sões e incorporações, diminuindo consideravelmente o número de sedes bancárias e promovendo um acen- tuado incremento na quantidade de agências. Em verdade, essa tendência de concentração dos bancos comerciais pode ser estendida também às demais ins- tituições do Sistema Financeiro Nacional, formando conglomerados financeiros com atuação nos vários segmentos do mercado. As principais justificativas geralmente apresentadas para essa política de con- centração são a de reduzir, via economia de escala, o custo operacional e, consequentemente, o custo final do dinheiro, e elevar a eficiência administrati- va e produtividade das instituições, capacitando-as a atuar em contextos de maior competitividade. Os bancos comerciais têm a prestação de servi- ços como uma importante atividade, podendo reali- zar pagamentos de cheques, transferências de fundos e ordens de pagamentos, cobranças diversas, recebi- mentos de impostos e tarifas públicas, aluguel de co- fres e custódia de valores, serviços de câmbio etc. As principais operações ativas desenvolvidas pe- los bancos comerciais concentram-se na concessão de créditos por meio de descontos de títulos, crédito pessoal, crédito rural, adiantamentos sob caução de títulos comerciais, cheques especiais etc. Os recursos dessas instituições são provenientes, principalmente, dos depósitos a vista e a prazo, operações de redes- conto bancário e assistência financeira e operações de câmbio. Os bancos, de maneira geral, vêm apresentando rápida evolução em sua estrutura de funcionamento, procurando adaptar suas operações e produtos a um mercado cada vez mais exigente e globalizado. Atual- mente, vêm trabalhando da forma mais especializa- da, segmentando informalmente sua participação no mercado com base no volume de negócios dos clien- tes e na forma de atendimento. Pelo volume de negócios, os bancos são classifi- cados em bancos de varejo ou bancos de negócios ( ou bancos de atacado). Os bancos de varejo costumam operar sob uma mesma denominação social com diversas modalidades e tipos de produtos finan- ceiros, abrangendo também um número grande de clientes. As principais fontes de recursos dos bancos de varejo são os depósitos a prazo e, principalmente, os depósitos a vista, captados em sua extensa rede de agências. Os bancos de negócios, por outro lado, estão volta- dos preferencialmente para operações financeiras de maior porte e complexidade, trabalhando, por isso, com um número mais reduzido de clientes, porém de poder aquisitivo mais alto. As operações desses Sistema Financeiro Nacional 49 bancos são mais estruturadas e voltadas para aten- der necessidades mais específicas dos clientes. Estas • • • - A • instituiçoes mantem um contingente menor e, ge- ralmente, mais especializado de funcionários. Da mesma forma, esses bancos atuam com uma rede me- nor de agências e buscam tratamento diferenciado , . em seus negocios. Com relação ao tipo de atendimento dispensado, as instituições financeiras costumam atuar como pri- vate bank, em que atendem a pessoas físicas de ele- vadíssima renda e/ou patrimônio; personal bank, em que dão atendimento a pessoas físicas de alta renda e, muitas vezes, a pequenas e médias empresas; cor- porate bank, voltados preferencialmente para empre- sas (pessoas jurídicas) de grande porte. A criação de bancos múltiplos surgiu como re- flexo da própria evolução dos bancos comerciais e crescimento do mercado. A tendência de se forma- rem conglomerados financeiros no mercado, confor- me foi anteriormente discutido, era também conse- quência do interesse dos bancos em promover siner- gia em suas operações, permitindo que uma institui- ção completasse sua atividade de intermediação. A convivência da intermediação financeira com outras operações ativas dos bancos apresentava-se como es- tratégica às pretensões de crescimento. Nesse ambiente, a segregação formal das ativi- dades bancárias presente na época impunha algu- mas restrições ao funcionamento do setor financei- ro. Era comum observar grandes disponibilidades de recursos em algumas instituições e déficits em outras do mesmo grupo, provocando custos que poderiam ser evitados se fossem autorizados repasses entre as empresas. Dessa forma é que surgiu, de maneira natural, o perfil dos bancos múltiplos. Inicialmente, o mercado adotou de forma espontânea o conjunto de operações financeiras, reunindo-as em torno de uma única uni- dade decisória. Posteriormente, as autoridades mo- netárias passaram a reconhecer essa estrutura, regu- lamentando o funcionamento dos bancos múltiplos. O projeto do banco múltiplo prevê sua formação com base nas atividades (carteiras) de quatro insti- tuições: banco comercial, banco de investimento e desenvolvimento, sociedade de crédito, financiamen- to e investimento e sociedade de crédito imobiliário. Para que uma instituição seja configurada como um banco múltiplo, ela deve operar pelo menos duas das carteiras apresentadas, uma delas necessariamente de banco comercial ou de banco de investimento. 50 Mercado Financeiro • Assaf Neto 3.3.2 Instituições financeiras não bancárias As instituições classificadas como não bancá- rias são as que não apresentam capacidade de emi- tir moeda ou meios de pagamento, como os bancos • • comerciais. Os bancos de investimento são os grandes muni- ciadores de créditos de médio e longo prazos no mer- cado, suprindo os agentes carentes de recursos para investimento em capital de giro e capital fixo. Como agentes financiadores dessas empresas, essas insti- tuições efetuam, principalmente, operações de maior escala, como repasses de recursos oficiais de crédito, repasses de recursos captados no exterior, operações de subscrição pública de valores mobiliários (ações e debêntures), lease-back e financiamentos de bens de produção a profissionais autônomos. Uma operação mais recentemente realizada pelos bancos de investimento é a securitização de recebíveis que consiste, em essência, na transformação de valo- res a receber e créditos das empresas em títulos ne- gociáveis no mercado. Os bancos de investimento podem dedicar-se também à prestação de vários tipos de serviços, tais como: avais, fianças, custódias, administração de car- teiras de títulos e valores mobiliários etc. Além das reservas próprias e dos resultados de suas operações, os bancos de investimento operam, em grande parte, com recursos de terceiros prove- nientes principalmente da colocação de certificados de depósitos bancários (CDB), vendas de cotas de fundos de investimento, empréstimos contratados no , . pais e no exterior etc. Os bancos de desenvolvimento constituem-se em instituições públicas de âmbito estadual, que vi- sam promover o desenvolvimento econômico e so- cial da região onde atuam. Diante desse objetivo, os bancos de desenvolvimento apoiam formalmente o setor privado da economia, por meio principalmente de operações de empréstimos e financiamentos, ar- rendamento mercantil, garantias, entre outras. Esses bancos são regidos pelas normas legais vi- gentes a todas as demais instituições do Sistema Fi- nanceiro Nacional, e sua constituiçãoe funcionamen- to dependem de autorização do Banco Central. As sociedades de crédito, financiamento e in- vestimento, mais conhecidas por financeiras, dedi- cam-se basicamente ao financiamento de bens durá- veis às pessoas físicas (usuários finais) por meio do mecanismo denominado crédito direto ao consumidor - CDC. Podem também as financeiras realizar repas- ses de recursos governamentais, financiar profissio- nais autônomos legalmente habilitados e conceder crédito pessoal. Além dos recursos próprios gerados em suas ope- rações, a principal fonte de recursos dessas institui- ções consiste no aceite e na colocação de letras de câmbio no mercado. As letras são emitidas pelo mu- tuário do financiamento, ou seja, o devedor do con- trato, e aceitas pela instituição financeira. Ao adqui- rirem esses papéis, os investidores têm, em verdade, duas garantias: do emissor (financiado) e da finan- ceira, que aceitou a letra de câmbio. Para facilitar essa operação de crédito direto ao consumidor, o financiado costuma constituir um pro- curador junto à financeira com o objetivo de emitir a letra de câmbio. Outra forma de atuação das sociedades financei- ras é o crédito com interveniência. Nessa modalidade, a instituição adquire os créditos comerciais de uma loja. Por ser o credor do contrato de crédito firmado, a empresa comercial emite as letras de câmbio cor- respondentes e a financeira as aceita. O crédito é li- berado à loja líquido dos encargos financeiros cobra- dos, os quais são repassados ao cliente no preço de venda cobrado das mercadorias. Nesse caso de interveniência, a financeira traba- lha com a garantia do estabelecimento comercial que vendeu as mercadorias (sacador) e do cliente com- prador, cuja participação na operação ocorre por meio de um contrato de adesão assinado por ocasião da compra. Além dessas garantias, há ainda a aliena- ção fiduciária dos bens negociados. As sociedades financeiras podem ser classificadas como: • independentes, quando atuam sem nenhuma vinculação com outras instituições do merca- do financeiro; • ligadas a conglomerados financeiros; • ligadas a grandes estabelecimentos comerciais; • ligadas a grandes grupos industriais, como montadoras de veículos, por exemplo. As empresas conhecidas por promotoras de vendas não são instituições financeiras. Visam unicamen- te cadastrar clientes para as operações de financia- mento, mediante, geralmente, postos avançados de atendimento, percebendo uma comissão por esses • serv1ços. As sociedades de arrendamento mercantil têm por objetivo a realização de operações de arrenda- mento mercantil (leasing) de bens nacionais, adqui- ridos de terceiros e destinados ao uso de empresas arrendatárias. Os recursos que lastreiam essas operações são le- vantados principalmente por meio de emissões de debêntures e empréstimos no país e exterior. Essas instituições também praticam operações de cessões de créditos, que consistem na negociação das contra- prestações dos contratos de arrendamento realizados com outras instituições financeiras. Os principais tipos de leasing são: • leasing operacional: assemelha-se muito a um aluguel, e é efetuado geralmente pelas pró- prias empresas fabricantes dos bens; • leasing financeiro - é realizado por algumas instituições financeiras, como bancos múlti- plos e sociedades de arrendamento mercantil. A arrendadora adquire o bem selecionado de um fornecedor e o entrega para uso da arren- datária. Ao final do prazo pactuado, a arren- datária poderá ou não exercer seu direito de compra do bem por um valor residual garanti- do estabelecido previamente; • lease-back: ocorre quando uma empresa vende determinado bem de sua propriedade e o alu- ga imediatamente, sem perder sua posse. Em verdade, o bem não é removido fisicamente, passando a empresa de proprietária do ativo para arrendatária do mesmo. Essa modalida- de é demandada principalmente por empresas que necessitam de reforço de capital de giro. As cooperativas de crédito1 são instituições vol- tadas a oferecer créditos e prestar determinados ser- viços financeiros a seus associados. A cooperativa de crédito, de acordo com a legislação em vigor, é equiparada a uma instituição financeira, tendo seu funcionamento regulado e autorizado pelo Banco Central. 1 Para o leitor mais interessado no assunto, recomenda- -se: PINHEIRO, M. A. Henriques. Cooperativas de crédito: história da evolução normativa no Brasil. 5. ed. Brasília- -DF: Banco Central do Brasil, 2007. Disponível em: <www. bcb.gov.br>. Sistema Financeiro Nacional 51 As cooperativas podem ser constituídas basica- mente de funcionários de uma mesma empresa ou grupo de empresas, de profissionais de determinado segmento de atividade, e de empresários. Os recursos são captados dos associados através de depósitos a vista e a prazo, e também de emprés- timos, repasses e refinanciamentos de outras insti- tuições financeiras. Podem ainda receber doações. O crédito concedido pode se realizar mediante emprés- timos, descontos de títulos e financiamentos. As cooperativas de crédito podem ser classificadas nas seguintes categorias: • Cooperativas Singulares, formadas por, no mí- nimo 20 associados, e se caracterizam pelas operações de crédito e serviços prestados dire- tamente aos seus cooperados. • Cooperativas Centrais, formadas por coopera- tivas de crédito singulares, e têm por objetivo prestar serviços a estes membros associados, incentivar a prestação de serviços recíprocos entre os filiados, e oferecer orientações de suas atividades. • Confederações, constituídas pelas cooperativas centrais, visam orientar e assessorar as diver- sas atividades de suas filiadas. São instituições bastante importantes para o de- senvolvimento econômico e social de um país, capaz de manter milhões de associados e promover um vo- lume bastante considerável de transações financeiras na economia, principalmente operações de crédito e • serv1ços. Apesar de classificada como uma instituição fi- nanceira de mercado, as cooperativas de crédito apresentam algumas características diferenciadoras: - não possuem finalidades lucrativas e não estão ainda, sujeitas a falência; - estão preferencialmente voltadas a seus asso- ciados, oferecendo condições mais vantajosas nos empréstimos (menores taxas e encargos), melhores condições para aplicações financei- ras, cobrança de menores taxas de serviços e menores exigências para concessão de crédito que as praticadas normalmente por outras ins- tituições financeiras de mercado; - os depósitos a vista são captados de seus as- sociados e não estão sujeitos a recolhimentos compulsórios no Banco Central. Com isso, as 52 Mercado Financeiro • Assaf Neto cooperativas de crédito podem dispor do total dos recursos levantados para empréstimos, co- brando taxas mais reduzidas; - o cliente é, ao mesmo tempo, um associado da cooperativa, permitindo com isso que possa usufruir de algumas vantagens; - com relação à captação de recursos, as coope- rativas de crédito podem receber depósitos so- mente de seus associados, e levantar emprés- timos (e linhas de repasses) em instituições financeiras no país e exterior. Desta forma, apesar de se reconhecer a capacida- de de criação de moeda escritura! das cooperativas de crédito pela captação de depósitos a vista, deci- diu-se incluir esta instituição como não bancária. As diversas características próprias das cooperativas de crédito, principalmente sua limitação em captar de- pósitos a vista unicamente de seus associados, jus- tificam esta classificação. Nada impede que, sob di- ferente avaliação, sejam as cooperativas de crédito entendidas como instituições financeiras bancárias. As sociedades de crédito imobiliário voltam-se ao financiamento de operações imobiliárias, que en- volvem a compra e a venda de bens imóveis. Prestam apoio financeiro também a outras operações do se- tor imobiliário, como vendas de loteamentos, incor-porações de prédios etc. Essas instituições costumam levantar os recursos necessários por meio de letras imobiliárias e cadernetas de poupança. As associações de poupança e empréstimo (APEs) são instituições financeiras que atuam tam- bém na área habitacional, por meio de financiamen- tos imobiliários. Essas associações fazem parte do Sistema Bra- sileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e costu- mam atuar de forma restrita a determinada região. São constituídas sob a forma de sociedades civis sem fins lucrativos, sendo de propriedade comum de seus associados. A principal alternativa de captação financeira é a caderneta de poupança, cujos depositantes são so- mente pessoas físicas. Por atuarem de forma restrita a seus associados, os aplicadores assumem um vín- culo societário com as APEs, adquirindo direito a voto nas assembleias e participação na distribuição dos lucros. Dessa forma, a caderneta de poupança remunera os aplicadores com dividendos e correção , . monetana. 3.3.3 Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo - SBPE Com a extinção do Banco Nacional de Habitação (BNH), comentada anteriormente, o sistema finan- ceiro de habitação do Brasil passou a ser constituído praticamente pelas instituições integrantes do SBPE, ou seja: Caixa Econômica Federal, sociedades de crédito imobiliário, associações de poupança e em- préstimos e bancos múltiplos com carteira de crédito imobiliário. A captação de recursos (funding) dessas instituições é identificada principalmente pelas ca- dernetas de poupança e pelos fundos provenientes do FGTS. 3.3.4 Instituições auxiliares As bolsas de valores são organizações que man- têm um local onde são negociados os títulos e valores mobiliários de pessoas jurídicas públicas e privadas. Para tanto, devem apresentar todas as condições ne- cessárias para o perfeito funcionamento dessas tran- sações, tais como organização, controle e fiscalização. Devem também as bolsas de valores dotar seu lo- cal de funcionamento de todas as condições para que os negócios se efetuem num mercado livre e aber- to, obedecendo a suas próprias regras e propiciando a continuidade dos preços e a liquidez dos negócios realizados. A essência da existência de bolsas de valores é proporcionar liquidez aos títulos negociados, atuan- do por meio de pregões contínuos. Têm responsabi- lidades pela fixação de um preço justo, formado por consenso de mercado mediante mecanismos de ofer- ta e procura. Obrigam-se as bolsas, ainda, a efetuar, dentro do menor prazo e da maior amplitude possí- vel, a divulgação de todas as operações realizadas. As bolsas de valores atuam com diversos tipos de mercado. No mercado a vista, são realizadas opera- ções com liquidação financeira imediata ou, no má- ximo, num prazo bastante curto. Nos mercados a termo, opções e futuros, cada um com características próprias de funcionamento, conforme será estudado nos Capítulos 17 e 18, as operações têm sua liquida- ção processada num prazo maior. O denominado mercado de balcão resume as ope- rações realizadas com diferentes tipos de papéis, não necessitando estar registrados em bolsa. Exemplos: títulos patrimoniais de associações diversas, ações de empresas não registradas em bolsas de valores e outras espécies de títulos. O mercado de balcão não possui um lugar físico determinado para realizar suas atividades, sendo os negócios geralmente realizados mediante contatos telefônicos. Por outro lado, as caixas de liquidação (clearings) atuam nos pregões e têm por função básica registrar, liquidar e compensar as várias operações processa- das no âmbito das bolsas de valores. Essas empre- sas estão habilitadas também para receber depósitos e garantias exigidas em certas operações financeiras realizadas. As clearings podem estabelecer-se juridi- camente como empresas controladas das bolsas de valores ou, se autorizado pelas sociedades corretoras membros das bolsas, de forma independente. As sociedades corretoras são instituições que efetuam, com exclusividade, a intermediação finan- ceira nos pregões das bolsas de valores. Entre outros direitos que lhes competem, as socie- dades corretoras podem: a. promover ou participar de lançamentos públi- cos de ações; b. administrar e custodiar carteiras de títulos e valores mobiliários; c. organizar e administrar fundos e clubes de investimentos; d. efetuar operações de intermediação de títulos e valores mobiliários, por conta própria e de terceiros; e. efetuar operações de compra e venda de metais preciosos, por conta própria e de terceiros; f. operar em bolsas de mercadorias e futuros, por conta própria e de terceiros; g. operar, como intermediadora, na compra e venda de moedas estrangeiras, por conta e or- dem de terceiros (operações de câmbio); h. prestar serviços de assessoria técnica em ope- rações inerentes ao mercado financeiro. As sociedades distribuidoras são também insti- tuições intermediadoras de títulos e valores mobiliá- rios, cujos objetivos básicos se assemelham bastante aos das corretoras. Entre as operações típicas dessas instituições, destacam-se: a. aplicações por conta própria ou de terceiros (intermediação) em títulos e valores mobiliá- rios de renda fixa e variável; Sistema Financeiro Nacional 53 b. operações no mercado aberto; c. participação em lançamentos públicos de -açoes. Os agentes autônomos de investimentos são pessoas físicas credenciadas pelas instituições finan- ceiras intermediadoras (corretoras, distribuidoras, bancos e financeiras) para atuarem na colocação de títulos e valores mobiliários e outros serviços finan- ceiros no mercado, operando em troca do recebimen- to de uma comissão. Esses profissionais, da mesma forma que as instituições financeiras, são fiscaliza- dos pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliários. 3.3.4.1 Clube de Investimento O Clube de Investimento é formado por investido- res (pessoas físicas) que têm por objetivo constituir uma carteira diversificada de títulos e valores mobi- liários, mediante a aplicação de recursos financeiros próprios. A constituição do clube é processada me- diante aprovação e assinatura, por seus membros, do estatuto social, o qual regulará sua conduta e proce- dimentos de atuação. O estatuto social do clube de investimento deve dispor, entre outros, dos seguintes assuntos: políti- ca de investimento a ser adotada, cálculo da quota a que cada membro tem direito, prazo de duração do clube, forma de resgate das quotas. O principal órgão deliberativo do clube de investimento é a assembleia geral, prevista em seu estatuto social e constituída por todos os seus membros. O objetivo da criação do clube de investimento para o mercado financeiro é o de dinamizar os inves- timentos em ações, ampliando a participação dos in- vestidores em bolsas de valores. Instituições especia- lizadas, como sociedades distribuidoras e bancos de investimento, são geralmente solicitadas a assessorar a administração da carteira de títulos dos clubes. To- das as operações de compra e venda de títulos e va- lores mobiliários são registradas sempre em nome do clube de investimento, devendo ser custodiadas em instituição autorizada a prestar esse tipo de serviço. A participação dos membros do clube é efetua- da por meio de quotas do mesmo valor, livremente arbitradas por sua administração e emitidas de for- ma escritura}. Cada quota corresponde a um voto nas assembleias gerais, e atualmente nenhum membro pode deter mais de 40% das quotas disponíveis. A 54 Mercado Financeiro • Assaf Neto todo membro do clube de investimento é assegurado o direito de transferir suas quotas para outros investi- dores, bem como se retirar do clube, mediante o res- gate das quotas por seu valor patrimonial. Todos os resultados financeiros auferidos em ope- rações com títulos, como lucros nas vendas, divi- dendos recebidos etc., devem ser obrigatoriamente reinvestidos. O lucro do membro do clube realiza--se somente com o resgate parcial ou total de suas quotas. A carteira do clube é constituída privilegiadamen- te por ações ou debêntures conversíveis em ações, de emissão de companhias de capital aberto e negocia- das em bolsas de valores. Em caráter eventual e tem- porário, os recursos do clube de investimento podem ser aplicados em outros títulos de renda fixa. 3.3.5 Instituições não financeiras As sociedades de fomento comercial - facto- ring - são empresas comerciais (não financeiras) que operam por meio de aquisições de duplicatas, che- ques etc. de forma similar a uma operação de descon- to bancário. A diferença fundamental é que o risco do título negociado passa a ser de exclusiva compe- tência da empresa de factoring, eximindo a empresa- -cliente das responsabilidades de recebimento. Para , Orgãos Entidades normativos • supervisoras Instituições Conselho Banco Central do Brasi l financeiras - Bacen captadoras de isso, cobram juros, repassando à empresa-cliente os resultados líquidos no ato da operação. O factoring não é considerado uma operação fi- nanceira de crédito, e sim uma transferência (ces- são) plena dos créditos da empresa produtora para o factor, isto é, uma aquisição definitiva dos valores recebíveis, inclusive do risco inerente ao pagamento desses valores. As empresas de factoring têm como fonte de re- cursos principalmente os fundos próprios e emprés- timos bancários. As companhias seguradoras estão consideradas no Sistema Financeiro Nacional por terem a obri- gação de aplicar parte de suas reservas técnicas no mercado de capitais. Estas instituições e o merca- do segurador no Brasil são estudados com maiores detalhes no Capítulo 14, ao tratar dos investidores institucionais. 3.4 Composição do SFN proposta pelo Banco Central O Banco Central propõe uma composição para o Sistema Financeiro Nacional segmentado em três grandes partes, conforme demonstrada na Figura 3.3 a seguir.2 Operadores Dema is instituições f inanceiras Monetário Outros intermediários depósitos a vista Bancos de Câmbio Nacional - CMN financeiros e administradores Comissão de Valores Mobil iários - CVM Conselho Nacional Superintendência de de Seguros Seguros Privados - Privados - CNSP Susep Conselho Nacional Superintendência da Previdência Nacional de Previdência Complementar - Complementar- CNPC PREVIC Figura 3.3 Composição do SFN/Banco Central. Bolsas de de recursos de terceiros mercadorias e Bolsas de valores futuros Sociedades Entidades Sociedades abertas de Resseguradores de seguradoras previdência capita I ização complementar Entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão) 2 Disponível em: <www.bcb.gov.br> Sistema Financei- ro NacionaVComposição e evolução do SFN/ Composição. Acesso em: jun. 2013. São destacados na composição sugerida pelo Ban- co Central do Brasil: Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) - tem por objetivo fixar as diretrizes e estabelecer as normas da política de seguros privados no Brasil. O CNSP é o órgão máximo do segmento de seguros, exercendo a fiscalização e controle do funcionamen- to das sociedades seguradoras e dos corretores de seguros. Conselho Nacional de Previdência Comple- mentar (CNPC) - suas principais competências são as de regular, normatizar e coordenar as atividades das Entidades Fechadas de Previdência Complemen- tar (Fundos de Pensão). Superintendência de Seguros Privados (SU- SEP) - autarquia responsável pelo controle e fisca- lização do mercado de seguros, previdência privada aberta e sociedades de capitalização. A SUSEP é uma instituição executora da política fixada pelo CNSP, cumprindo e fazendo cumprir to- das as suas deliberações. A Superintendência incorpora, entre outras, as seguintes atribuições: proteção da poupança popular gerada através de operações de seguros, previdência privada aberta e capitalização; atuação no sentido de manter a liquidez e solvência das instituições que atuam em seu segmento de mercado. A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) atua na fiscalização e na execução das políticas dessas entidades, observadas as diretrizes do CMN e CNPC. -INSTITUIÇOES FINANCEIRAS CAPTADORAS DE DEPÓSITOS A VISTA: - Bancos Múltiplos, com carteira comercial; - Bancos Comerciais; - Caixa Econômica Federal; - Cooperativas de Crédito. O Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) é uma instituição que executa resseguros e retrocessão do seguro. O resseguro ocorre quando uma compa- nhia aceita um contrato acima de sua capacidade fi- nanceira em honrar com o risco. Nessa situação, a seguradora repassa (ressegura) parte ou todo o risco assumido. Sistema Financeiro Nacional 55 O objetivo do resseguro é de minimizar o risco da operação, constituindo-se em prática bastante co- m um em todo o mundo. Entidades Fechadas de Previdência Comple- mentar (Fundos de Pensão) - são sociedades com fins lucrativos e formadas exclusivamente por fun- cionários de uma mesma empresa, ou grupo de em- presas, ou por servidores públicos. Essas entidades são constituídas na forma de Fundação ou Sociedade Civil. Sociedades Seguradoras - são instituições espe- cializadas em elaborar contratos de seguros que pre- veem alguma indenização em caso de ocorrência do risco (acidentes, incêndio, morte etc.) O segurado, para ter o benefício, paga uma determinada quantia à sociedade, denominada de "prêmio". Corretores de Seguros - são pessoas físicas ou jurídicas que atuam na intermediação dos contratos de seguros estabelecidos entre a sociedade segurado- ra e o segurado. A profissão do corretor de seguros é regulamentada em lei, e para seu exercício é neces- sário habilitação legal. Os corretores de seguros, por não terem vínculo empregatício com as seguradoras, ficam mais livres para defender os interesses do segurado. Sociedades de Capitalização - são empresas que negociam títulos de capitalização. Esses títulos são representados por contratos que visam levantar um depósito periódico do contratante, e oferecem, ao fi- nal do prazo estabelecido, o direito de resgate do va- lor depositado corrigido por uma taxa de juro combi- nada previamente. O contrato de capitalização pode prever, ainda, o direito do contratante em concorrer a prêmios periódicos. Entidades Abertas de Previdência Complemen- tar (Fundos de Pensão) - essas entidades têm por objetivo administrar planos de benefícios previden- ciários depositados, através de pagamentos periódi- cos ou único, por qualquer pessoa. Bancos de Câmbio - instituições financeiras que recebem autorização para realizar, sem restrições, operações de câmbio e operações de crédito, como financiamentos à exportação e importação, adianta- mentos sobre contratos de câmbio etc. Essas institui- ções incluem em sua denominação a expressão "Ban- cos de Câmbio". 56 Mercado Financeiro • Assaf Neto OUTROS INTERMEDIÁRIOS FINANCEIROS CLASSIFICADOS PELO BACEN; - Administradoras de Consórcio; - Sociedades de Arrendamento Mercantil; - Sociedades Corretoras de Câmbio; - Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários; - Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários. Entidades Supervisoras atuam sobre diversas instituições do sistema financeiro nacional, conforme resumidas a seguir: Entidades supervisionadas pelo Entidades supervisionadas pela Entidades supervisionadas pela Banco Central (BC) Comissão de Valore Mobiliários Superintendência de Seguros (CVM) Privados (Susep) • Bancos comercia is e múltiplos • Companhias abertas com ações • Sociedades seguradoras • Caixa Econômica Federal negociadas em bolsas de valores • Sociedades que atuam no • Bolsas de valores, mercadorias e resseguro Cooperativas de crédito • futuros • Entidades abertas de previdência • BNDES • Operações com va lores mobiliários complementar • Bancos de desenvolvimento e real izadas por sociedades Outras • investimentocorretoras e distribuidoras • Instituições de câmbio • Fundos de investimento • Sociedades financeiras • Outras • Sociedades de crédito imobiliário • Corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários e de câmbio • Sociedades de arrendamento mercanti l • Outras 3.5 Títulos públicos negociados no mercado financeiro Os títulos públicos no Brasil podem ser emitidos pelos três níveis do Poder Executivo: Federal, Esta- dual e Municipal, com os seguintes rendimentos: • Pós-fixados. • Prefixados. • Indexados ao dólar. Os títulos públicos federais são adquiridos no mer- cado primário por instituições financeiras por meio de leilões promovidos pelo Banco Central e, poste- riormente, podem ser negociados no mercado secun- dário para outras instituições financeiras ou não fi- nanceiras. Esses títulos são identificados no mercado com diferentes condições de prazo e formas de remu- neração. Nos últimos anos, apresentaram uma série enorme de denominações e siglas, tais como: LTN, LFT, NTN etc. Os títulos pós-fixados apresentam diferentes inde- xadores, como IPCA, IGP-M, taxa SELIC, e assim por diante. Os títulos prefixados não possuem indexado- res, oferecendo uma taxa fixa de remuneração. Atualmente, somente o Tesouro Nacional está au- torizado a emitir títulos públicos. Basicamente, os títulos federais negociados no mercado financeiro nacional visam: • à consecução da política monetária estabeleci- da pelo Governo, regulando o fluxo dos meios de pagamento da economia; • financiar o déficit orçamentário e de caixa do Governo; • prover o Governo de fundos para realizar os in- vestimentos públicos necessários na economia. Os títulos criados pelos Governos estaduais e mu- nicipais propõem-se a atender às mesmas finalidades dos federais, exceto na gestão da política monetá- ria, que é de competência das autoridades monetá- rias. Dependendo das características de sua emissão, podem ser denominados de Letras, Apólices ou Obrigações. Existem ainda títulos públicos criados com a fi- nalidade de indenizar proprietários de terras desa- propriadas pelo Governo Federal, de acordo com sua política de reforma agrária. São negociados com de- ságio em razão da pouca credibilidade que apresen- tam de honrar o compromisso financeiro firmado, , tendo atualmente circulação bastante restrita. E o caso dos Títulos de Reforma Agrária. O denominado Certificado de Privatização foi emi- tido pelo Tesouro Nacional com a expectativa de pro- mover a aquisição de ações de empresas estatais em seu processo de privatização. As autoridades coloca- ram compulsoriamente esses títulos nas instituições financeiras privadas, companhias de seguros e de as- sistência privada. Esse certificado é escritura!, sen- do negociado no mercado (pode também participar dos pregões das bolsas de valores) geralmente com deságio. 3.6 Regulação do mercado financeiro As mudanças ocorridas no cenário mundial, prin- cipalmente nos campos econômico e tecnológico, expressam a necessidade de uma melhor adaptação dos mercados financeiros a esse novo contexto. Mes- mo em sistemas de livre iniciativa vem crescendo a percepção da necessidade de um conjunto de regras e procedimentos orientados para oferecerem maior segurança e qualidade nas operações com produtos financeiros. O mercado financeiro apresenta-se como um dos setores de maior regulação de suas atividades pelas autoridades públicas. Nessa orientação, destacam-se no mercado financeiro brasileiro as iniciativas de re- gulação, como a criação do Mercado Novo no âmbito da BM&FBovespa, as práticas de Governança Corpo- rativa adotadas com o intuito principal de proteger os acionistas minoritários, o Código de Proteção ao Sistema Financeiro Nacional 57 Consumidor vigente na economia, a Lei de Falências, entre outras iniciativas importantes. Mishkin3 justifica essa postura mais rigorosa de regulação citando três motivos: melhorar a disponi- bilidade de informações aos investidores, manter o equilíbrio do sistema financeiro e propiciar melho- res condições para o controle e execução de política , . monetana. A assimetria de informações é um dos fatores que mais prejudicam o funcionamento normal do merca- do financeiro. As informações formam um ativo va- lioso e fundamental para as negociações no mercado e podem não ser as mesmas para todos os participan- tes (agentes econômicos) do mercado. A desigualda- de no acesso às informações pode levar os investido- res a tomar decisões equivocadas, gerando perdas e desequilíbrio em todo o sistema. Em ambiente de assimetria informacional, a com- pra de um título que resulte em perdas ao investidor, devido a fraudes ou má avaliação do risco da opera- ção, por exemplo, pode afastá-lo do mercado finan- ceiro por um longo tempo. A regulação, nesses casos, deve propiciar o aumento do volume de informações disponíveis a todos os participantes, melhorando a eficiência do mercado. A regulação dos intermediários financeiros visa manter a solvência do sistema, evitando crises finan- ceiras de maior repercussão com potencial de atingir os investidores e a economia. Foi muito discutido que a amplitude da crise financeira de 2008 ocorreu, em grande parte, devido à falta de medidas de regulação dos mercados financeiros. Da mesma forma, normas de regulação devem também apresentar o objetivo de melhorar os contro- les dos meios de pagamentos da economia. Para tanto são regulamentados, entre outros procedimentos, as garantias de depósitos bancários ( o Brasil tem o ins- trumento do Fundo Garantidor de Crédito - FGC), os recolhimentos compulsórios para controle sobre a oferta de moeda, cadastramento de emitentes de cheques sem fundos, operações do mercado interfi- nanceiro, medidas de combate à lavagem de dinhei- ro etc. 3 MISHKIN, Frederic S. Moedas, bancos e mercados finan- ceiros. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora. p. 27. 58 Mercado Financeiro • Assaf Neto A regulação no mercado financeiro é explicada como um conjunto de leis, recomendações, regulamentos, contra- tos e procedimentos de fiscalização e acompanhamento, visando adequar os agentes econômicos de mercado aos objetivos de estabilidade e confiança de todo o sistema financeiro. A regulação é geralmente executada pelas au- toridades governamentais, como o Banco Central (Bacen) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A autorregulação, por seu lado, origina-se fora de uma iniciativa do governo central, sendo adotada pelas insti- tuições que participam do mercado. Nesse sentido, pode- se entender a BM&FBovespa, o BNDES, Associações de Bancos de Investimentos, Anbima, entre outras, como entidades que contribuem para a autorregulação do mer- cado financeiro. A falta de regulamentação do setor bancário traz geralmente consequências bastante danosas a toda a sociedade. A citada crise financeira de 2008, por exemplo, que se iniciou com o estouro da bolha do setor imobiliário dos EUA, provocou uma séria crise bancária que logo se alastrou para o mundo, atingin- do não somente os mercados financeiros, mas tam- bém toda a economia real. Os efeitos principais desse desequilíbrio do sistema foram a contração do crédi- to bancário, a queda da atividade econômica de to- das as nações e a desvalorização dos preços interna- cionais das principais mercadorias (commodities). O pesado custo imposto pelas medidas saneado- ras adotadas pelos países, como os vultosos socor- ros financeiros oferecidos às instituições de mercado, trouxe consequências negativas a toda a economia, provocando uma crise de dívidas soberanas princi- palmente nos países da comunidade europeia. Essa crise de endividamento soberano pode ainda afetar a todo o mercado bancário, seja através da redução das atividades dos bancos, elevação do risco sistêmico e do custo financeiro. Nesse ambiente conturbado coloca-se, uma vez mais, que a principal contribuição da regulação dos mercados financeiros é a de evitar o riscode contágio entre os participantes e a desestruturação de todo o sistema bancário. O sistema regulatório no Brasil é formado basi- camente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), Banco Central do Brasil (BACEN), Comissão de Va- lores Mobiliários (CVM), Superintendência de Segu- ros Privados (Susep) e Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). Como entidade autorreguladora do sistema pode ser enquadrada a BM&FBovespa, entidade que procede à normatiza- ção e fiscalização das operações com valores mobi- liários e mercadorias. O objetivo da regulação do mercado financeiro deve ser o de elevar a garantia e confiabilidade das instituições que o compõem, e proporcionar confiança e proteção aos investidores. Calado4 cita que o entendimento da regulação do sistema financeiro exige o conhecimento de seus elementos fundamentais: regulação, fiscalização e supervisão. A regulação estabelece regras compor- tamentais específicas do mercado; a fiscalização pre- ocupa-se em verificar se as regras estabelecidas estão sendo atendidas pelos agentes; e a supervisão, ainda segundo o autor, acompanha a atuação operacional dos participantes de mercado. 3. 7 Organismos financeiros internacionais 3. 7.1 Fundo Monetário Internacional (FMI) O FMI foi a instituição central da conferência in- ternacional de Bretton Woods (New Hampshire - EUA) realizada em 1944, na qual representantes de vários governos delinearam, entre outras decisões re- levantes para a economia mundial, as regras básicas e a estrutura monetária mundial. O objetivo delineado na criação do FMI foi o de promover a estabilidade do Sistema Financeiro Inter- nacional e garantir a conversibilidade das diferentes moedas. A partir da década de 1970 o Fundo passou a atuar mais destacadamente no controle das várias turbulências econômicas ocorridas em diversas partes , do mundo (América Latina e Asia, especialmente). A atuação do FMI engloba os seguintes objetivos • • essenc1a1s: • promover o crescimento e as relações de equilí- brio do comércio mundial, por meio, principal- mente, de um regime de estabilidade cambial e apoio financeiro aos países com dificuldades em seus balanços de pagamentos; • atuar como mecanismo coordenador, regula- dor e assessor das políticas monetárias e eco- 4 CALADO, L. Roberto. Regulação e autorregulação do mer- cado financeiro. São Paulo: Saint Paul, 2009. p. 44. nômicas adotadas pelas diversas nações do mundo; • levantar e padronizar as diversas informações A • • • • econom1cas 1nternac1ona1s. O FMI tem sede em Washington, D. C., e é cons- tituído nos dias atuais por praticamente todas as na- ções do mundo. São denominadas de países-mem- bros e assumem o compromisso formal de seguir suas regras básicas e cumprir com seus compromissos. De maneira semelhante a uma sociedade anônima, cada país subscreve sua participação no Fundo, passando a ter o direito de voto proporcional a sua quota-parte. A principal fonte de financiamento do FMI são as quotas pagas por cada país-membro. O montante des- te pagamento é calculado com base em certos indi- cadores econômicos de cada país, como PIB, reservas monetárias, volume de comércio internacional etc. A participação de cada país serve como referência para a definição de seu poder de voto, ponderando uma quantidade fixa de votos pela quota paga, mais um adicional por cada valor que venha a exceder. Os empréstimos aos países com problemas no ba- lanço de pagamentos são efetuados em Direito Espe- cial de Saque (DES), 5 moeda escriturai de emissão do Fundo, criada com o objetivo de substituir o ouro nas transações internacionais. O DES foi criado na con- ferência realizada pelo FMI, no Rio de Janeiro, em 1967, possui aceitação internacional e convive com uma paridade relacionada a uma cesta de moedas de diversos países. Cada país-membro do FMI tem o di- reito de sacar uma quantidade de DES na proporção das quotas possuídas. As funções básicas do FMI podem ser resumidas: • Assessoria - Avalia a conjuntura internacio- econômica nal e suas perspectivas, asses- sorando os países com relação ao planejamento de uma políti- ca econômica a ser adotada. Di- vulga ainda relatórios de aná- lise de tendências da economia mundial. • Apoio financeiro - Oferece apoio financeiro (em- préstimos) a países com desequi- líbrio no balanço de pagamentos, apoiando também medidas de 5 "Special Drawing Rights" - SDR (em inglês). • Apoio , . tecnico Sistema Financeiro Nacional 59 ajuste e reforma estrutural das várias economias mundiais. - Capacita tecnicamente os gover- nos em áreas especializadas, vi- sando a elaboração de políticas econômicas mais adequadas. 3.7.2 Banco Mundial O Banco Mundial foi criado com a finalidade de contribuir com o desenvolvimento dos países. Atua com empréstimos a longo prazo e assistência técnica para projetos direcionados aos objetivos econômicos e sociais, como infraestrutura, agricultura e cresci- mento rural, desenvolvimento urbano, pequenas e médias empresas, saúde, educação e habitação. Apesar de oferecer empréstimos e gerenciar re- cursos como uma instituição financeira comum, o Banco Mundial difere de um banco em seu sentido mais conhecido. Trata-se de uma organização finan- ceira internacional, constituída por países desenvol- vidos e em desenvolvimento, que são seus membros ( e acionistas). O apoio financeiro e assistência prestada pelo Banco Mundial aos países em desenvolvimento vi- sam ajudar no combate a pobreza. Os créditos ofere- cidos são de longo prazo, muitas vezes maior que os oferecidos pelas instituições privadas, e cobram juros bastante reduzidos ( em algumas operações não há cobrança de juros). Tanto o Banco Mundial como o Fundo Monetário Internacional foram criados na convenção de Bretton Woods, em 1944, com a finalidade de apoiar a ordem econômica e financeira mundial. Enquanto o FMI preocupa-se em manter um siste- ma de pagamentos equilibrado entre os países, o Ban- co Mundial visa promover o desenvolvimento econô- mico e a redução da pobreza nas nações. Os projetos financiados pelo Banco Mundial são prioritariamente voltados à educação, infraestrutura e meio ambiente. Os recursos do Banco Mundial são originados de colocações de títulos de emissão própria no mercado financeiro internacional e de contribuições recebidas de países ricos. O Banco Mundial é constituído, entre outras, por A • • • • -tres importantes 1nst1tu1çoes: • Banco Internacional de Reconstrução e De- senvolvimento (Bird) 60 Mercado Financeiro • Assaf Neto • Agência Internacional de Desenvolvimen- to (AID) ou Intemational Development Agency (IDA) • Companhia Internacional de Financiamen- to (CIF) ou Intemational Finance Corporation (IPC). O Banco Internacional de Reconstrução e De- senvolvimento é uma instituição que tem por obje- tivo financiar investimentos direcionados a satisfazer às necessidades básicas e aos investimentos produti- vos dos países em desenvolvimento. A participação do Banco pode ocorrer mediante participação nos empréstimos realizados, por concessões de garantias e, também, por meio de assistência técnica aos países mais necessitados. A Agência Internacional de Investimento é uma instituição direcionada a financiar as nações mais pobres em suas necessidades essenciais, geralmen- te oferecendo condições bastante especiais de paga- mentos de empréstimos (prazos longos e carência) e cobrança de juros (baixos e, em certos casos, taxa zero). Os recursos da AID são provenientes, em sua maior parte, de contribuições dos países ricos. A Companhia Internacional de Financiamento está voltada a apoiar o setor privado produtivo dos países em desenvolvimento, mediante operações de empréstimos, participações no capital e garantias de subscrição de novas ações emitidas pelas sociedades. A CIF avalia os projetos a financiar com base tan- to em suas perspectivas de geração de caixa/lucros, como nos benefícios
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